Com a fala da irmã a Alanis corou violentamente, a Ayla remexeu-se ao lado da mãe entre envergonhada, e surpresa ao vê quê a Alanis ficara ruborizada, mas não desviara aquele olhar azul de si. A Azira sorriu feliz ao constatar no olhar daquela mulher: amor, carinho, segurança, e principalmente responsabilidade; e não teve dúvidas de quê a sua Ayla estaria em boas mãos.

- Eu também me apaixonei pela tia Ayla, pois perguntei a mamãe o quê é apaixonar, e ela disse quê é quando a gente gosta muito de uma pessoa. E eu gosto muito de ti tia! - o Alan falou surpreendendo a todos, fazendo as adultas chorarem, e as crianças rirem inocentemente.

- Bom, depois de tanto carinho demonstrado só posso dizer três frases no momento: Alanis, muito prazer em conhecer você, e tua linda família! Eu fico muito grata em perceber que a minha princesa Ayla estará em boas mãos. E vocês têm a minha benção pra viver esse amor lindo quê eu vejo transbordar nos vossos olhos! - a Azira falou apertando a mão da Ayla que tremia de emoção.

- Ai Jesus! Se o meu coração não fosse comprometido eu juro quê iria cortejar essa cabocla mãe! - a Tássila soltou fazendo todos sorrirem descontraídos.

Depois da interação entre as crianças, e o Alan espontaneamente convidar os irmãos da Ayla para passarem o natal na fazenda dos avós; onde costumavam enfeitar uma árvore gigante do pau brasil, e distribuir inúmeros presentes para as crianças das redondezas quê fossem prestigiar a grande festa; se despediram, e a Alanis pediu para falar uns minutos em particular com a Ayla, lhe enviando em seguida a foto atual do Bruno.

- Infelizmente conheço esse traste, é o próprio desgraçado quê por pouco não me estuprou, o ex-marido de mainha. - a Ayla falou sentindo um nó na garganta.

- Então tenha muito cuidado meu amor! Converse com a tua mãe, e peçam a ajuda da polícia local, caso tenham alguma suspeita do aparecimento dele por aí, e me comuniquem imediatamente. - a Alanis falou sentindo um aperto no peito.

- Avisarei sim, mas não fique tão preocupada, pois eu sei me cuidar. - a Ayla falou passando tranquilidade.

A Alanis contou a Ayla sobre as suspeitas em relação aos crimes, pois a semelhança era imensa, até o pequeno corte na barriga das vítimas em formato de "v" fora idêntico segundo o relatório do IML, e a autópsia assistida pelos peritos Milena e Túlio quê acompanharam o corpo do Júlio, realizando as suas perícias.

- Alanis, adorei conhecer a tua irmã! Ela é igualzinha a minha amiga Elza, a irmã da Eva, sem papas na língua! - a Ayla falou mudando de assunto.

- Então você vai adorar conhecer o meu avô também, pois ele é muito espirituoso, divertido, e direto! - a Alanis sorriu imaginando uma conversa da Ayla com seu Fernando.

- Não sei se terei coragem de estar diante de toda a tua família, me sinto tão pequena diante da tua magnitude. - a Ayla falou melancólica.

- Não se sinta medrosa, e muito menos pequena, pois isso você não é! E se fosse, mesmo assim eu não me importaria, pois gosto de você independente das nossas diferenças. - a Alanis rebateu as palavras da Ayla, a fazendo sorrir.

- Me senti acariciada através das tuas palavras, e sei quê estou correndo um risco enorme de sofrer horrores, pois estou me apaixonando por ti doutora! - a Ayla soltou sem se importar se estava sendo ridícula.

- Comigo você sempre correrá alguns riscos, a começar pela forma quê nos camuflou daquele bandido me dando aquele beijo delicioso. Eu nunca pensei quê diria isso para alguém a essa altura, e muito menos pra uma mulher, mas como disseram a Tássila e o Alan; eu estou apaixonada por ti minha preta! - a Alanis sussurrou as últimas palavras com a voz trêmula, o seu coração batia forte no peito; sabia quê estava com a cara de boba apaixonada, mas não se importava. O pai dela dizia quê "por amor a gente pode virar um troxa por algum tempo sem nem perceber, mas quando for recíproco saberemos o quanto essa é a loucura mais sábia do mundo!"

- Acho quê hoje eu não durmo mais, pois vou ficar sonhando quê estamos fazendo amor! - a Ayla falou ofegante.

- Agora quem vai custar a dormir sou eu, querendo está entre os teus braços. - a Alanis falou, e depois de mais alguns minutos desligaram, e foram dormir felizes com seus pensamentos.

***

- Não senhora dona Letícia, vai tomar essa sopa todinha sim! - a Eva falou encostando a colher cheia na boca da outra.

- Isso está horrível, completamente sem gosto! - a Letícia falou engolindo a colherada quê a Eva lhe dera.

- Eu sei meu amor, mas se você não comer vai ficar fraca, e o médico não te deixará ir para casa amanhã, pois apesar do tiro ter sido de raspão você perdeu uma quantidade razoável de sangue. - a Letícia ficou ainda mais encantada com aquela mulher quê enfrentou o doutor Mesquita, dizendo quê iria ficar alí com ela, ou senão faria um escândalo na frente do hospital.

- Como está a Quézia, teve notícias dela agora a tarde? - a Letícia perguntou após engolir mais uma colherada da sopa.

- Conseguiram retirar a bala; mas ainda continua sedada na UTI. O doutor falou quê só vai suspender a sedação a partir de amanhã, pois o ferimento foi profundo, ela perdeu muito sangue; e mesmo depois de sarada vai precisar de fisioterapia para recuperar os movimentos do braço direito. - a Eva falou um pouco triste, ao imaginar quê por pouco a amiga teria partido magoada consigo. - O cirurgião falou quê se a bala tivesse pegado dois centímetros mais para a direita ou para baixo, a Quézia não teria resistido ao ferimento. Eu fiquei sem chão quando o Diogo me contou quê vocês tinham sido baleadas, acho quê os nossos colegas mais próximos já sacaram quê temos algo, pois seria normal eu me desesperar pela Quézia, mas ficar agoniada querendo vim logo te vê não! - a Eva falou emocionada.

- Eu nunca estive tão perto da morte como hoje, pois foi a primeira vez que tive de escolher entre matar, ou morrer. O homem quê atirou em nós estava no alto de uma janela no terceiro andar de um pequeno prédio bem aos nossos pés. Eu vi quando ele mirou na Quézia, a puxei rapidamente nos jogando no chão, ela foi alvejada, eu também, mas consegui mesmo ferida dá um tiro certeiro, e derrubar o homem lá de cima, quê segundo o Patrício morreu a caminho do pronto-socorro por não resisti aos ferimentos. - a Letícia falou depois da última colherada da sopa.

- Pode soar egoísta da minha parte, mas antes ele quê qualquer de vocês. Não quê eu defenda a tese de quê "bandido bom é bandido morto", de maneira radical, mas se tenho quê escolher quem vai morrer, ou quem vai ficar vivo, entre o bandido e o mocinho, é lógico quê vou defender o mocinho. Quando me inscrevi para o concurso preferir para escrivã porque não seria obrigatoriamente uma policial armada, mas tanto eu quanto a Elza sabemos manusear uma arma muito bem, pois o meu pai é sócio de um clube de tiros, então fizemos o curso por insistência dele, e de vez em quando vamos lá treinar; mas espero nunca ter quê atirar em alguém. - a Eva falou enquanto passava um guardanapo úmido na boca da Letícia.

- É, pelo jeito alguém está sendo muito paparicada por aqui! - a Lena quê tinha ido conversar com o médico sobre as verdadeiras condições da Letícia brincou ao entrar no quarto.

- Demorou tia, pensei quê já tinha ido embora para casa! - a Letícia falou ao vê a tia Helena entrar.

- Não meu bem, eu fui conversar com o médico para me tranquilizar por conta da tua perda de sangue hoje. Você sabe quê tenho medo daquela anemia te atacar novamente, mas vendo quê está em boas mãos vou para casa tranquila. - a senhora beijou as duas mais novas, e saiu em seguida.

- Vá para casa descansar também Eva, e amanhã tu volta! - a Letícia sugeriu ao notar o semblante cansado da outra.

- Está me dispensando pra ficar de paquera com as enfermeiras é? - a Eva falou com as mãos nas cadeiras.

- Não loirinha, é quê estou vendo o quanto estás cansada, mas se quiser ficar adorarei passar mais uma noite contigo. - a Letícia falou dando um sorriso safado.

- Eu vou ficar sim, pois não ameacei o Mesquita pra nada. E aquele sofá alí é bem confortável. - a Eva falou apontando o móvel.

- Pode deitar aqui do meu lado depois quê a enfermeira fazer a última visita da noite, assim posso te dá uns beijinhos. - sugeriu Letícia.

- Não seria ético da minha parte atender esse pedido teu, então não fique me tentando!

- Ah Evinha deixa a ética pra lá, e venha aqui me dá um beijo, pois estou com a boca seca! - a Letícia pediu com a voz bem dengosa.

- Meu Deus, eu estou perdida! - a Eva arrastou a cadeira para bem próximo da cama, inclinou o corpo até seus lábios encontrarem os da Letícia, e logo as suas línguas se enrolavam numa disputa prazerora sobre quem ch*pava mais gostoso. - Ah! Já chega! Senão você vai me deixar doida! - a Eva falou ofegante ao se afastar, pois o tesão tomava conta de si.

- Vamos fugir pra o teu apartamento então Evinha, ou melhor vamos pra casa da tia Lena quê lá teremos mais privacidade! - a Letícia provocou também bastante excitada.

- Nem ferida a senhorita aquieta o facho! Eu jamais faria uma loucura dessas, não poria a tua vida em risco, já pensou se esse ferimento infeccionar, ou começar a sangrar por causa da nossa irresponsabilidade? - a Eva falou brava.

- Está bem minha linda, mas fica aqui pertinho, e me faz um cafuné! - a Letícia pediu com a voz carinhosa.

- Os teus cabelos são tão macios, gostosos de tocar, principalmente perto da nuca, têm a mesma textura dos cabelos da Ayla, a sensação é quê estou tocando nos cabelos do Alan quê também são bem macios. - a Eva falava enquanto escorregava os dedos entre os fios, e massageava o couro cabeludo com a ponta dos dedos.

- Você também fazia cafuné na Ayla? - a Letícia perguntou curiosa.

- Sim, e ela adorava, sempre quê ia no meu apartamento a noite pedia pra eu fazer; acho quê isso a fazia lembrar da mãe, pois as vezes ficava com lágrimas nos olhos. Agora a minha amiga está feliz pois reencontrou a família dela. - a Eva beijou a testa da morena quê mantinha os olhos fechados, e em pouco tempo mergulhou num sono tranquilo.

Quando percebeu quê a Letícia dormira a Eva beijou a sua cabeça, ajeitou os lençóis, foi até a lanchonete procurar algo para comer, e ligou para a Elza avisando quê passaria a noite alí; enquanto comia uma mulher de cabelos castanhos escuros, e um pouco mais alta quê si se aproximou. - Boa noite! Eu sou a Flávia, e a senhorita é a garota quê enfrentou o doutor Mesquita,estou certa! - a Eva sorriu.

- Boa noite! Eu tenho dois motivos para isso, pois duas pessoas importantes para mim estão internadas aqui; mas me diga, por quê sabe quê sou eu? - perguntou.

- Porque não está usando nenhum uniforme, e é a única loira bonita com as mesmas características quê me passaram! - a Flávia sorria simpática.

- Hum! Obrigada! O meu nome é Eva, eu sou a acompanhante ameaçadora, e a senhora, ou senhorita é Flávia enfermeira, ou médica? - a Eva também sorria.

- Eu sou médica, e estou de plantão até as sete da manhã. - a Flávia falou olhando o relógio. - Bom, eu vou dá uma olhada nos meus pacientes da noite com licença! -

Quando Eva voltou para o quarto encontrou a Flávia verificando o soro da Letícia quê dormia tranquilamente. - Olha só! Então a senhorita Letícia Soares é uma das suas pessoas especiais, então suponho quê a outra é a senhorita Quézia Dantas Freitas! E a senhorita também é policial? - a médica perguntou olhando no prontuário, e fazendo algumas anotações.

- Sim, eu sou escrivã da polícia, e elas são minhas colegas um tanto próximas. - a Eva teve vontade de dizer quê a Letícia era a sua namorada, mas não seria correto, visto quê só tinham ficado uma vez.

- Eu cheguei a pensar quê a senhorita seria namorada dela, pois uma enfermeira me disse quê estavas muito agoniada para vê-la. Bom, me desculpe se pareço invasiva, mas é quê na verdade eu sou ex-colega de faculdade da Alanis, e conheço a Letícia há alguns anos. Uma ótima noite pra vocês queridas, e qualquer coisa é só apertar esse botão aqui. - a Flávia falou e saiu do quarto, deixando a Eva pensativa.

***

Tássila passou o restante do dia refletindo sobre a conversa quê tivera com a irmã; apesar de sair com a Naty a tarde inteira visitando uma faculdade, e alguns cursos de culinária a garota manteve a postura formal, e Tássila decidiu entrar no jogo dela durante aqueles momentos; no entanto depois de conhecer a garota quê virou a cabeça da sua irmã, e vê tanto amor transbordando, resolveu se inspirar,e dá uma nova chance para si mesma com a Natália. Bateu na porta do quarto levemente, e entrou quando a ouviu falar baixinho. - Entre! - a Tássila percebeu quê a Natália estava chorando, pois assim quê viu quê era ela virou para o outro lado.

- Podemos conversar um instante? - perguntou se aproximando da cama.

- Fale! - a Natália respondeu friamente.

- Eu sei quê você está chateada porque eu fui pra fazenda sem deixar nem um bilhete de despedida, e não te liguei nenhuma vez, mas você poderia ter me ligado. - a Tássila sentou na cama acariciando o braço da outra levemente, que se esquivou do contato.

- Me faz um grande favor Tássila, esqueça o quê houve entre a gente, siga com a tua vida, quê eu seguirei com a minha. Eu fui errada em ter me entregado pra você novamente, mas compreendo quê não existe futuro para nós duas, então a partir de agora, eu serei apenas a Natália, a empregada da tua irmã, e você será apenas a irmã da minha patroa. - a Natália falou ao levantar, em seguida foi até a porta, e a abriu. - Agora saia por favor! - disse sem encarar a outra.

- Naty, olha para mim por favor! - a Tássila falou de pé junto a porta aberta, mas a Natália deu as costas pra ela indo para o outro lado do quarto.

A Tássila fechou a porta devagar, caminhou até a outra, a abraçou por trás, e disse: - Eu saio, se você me disser quê tem outra pessoa em tua vida. Eu te amo Naty! Me perdoa por ter sido medrosa, confusa, e por ter fugido dos meus sentimentos por ti! Você não sofreu sozinha, eu também chorei muito quando entrei naquele avião, mas a medida quê os meses foram passando o sofrimento foi ficando mais suportável. Eu pensei quê o tempo, e a distância fariam a gente esquecer, mas percebi quê foi inútil fugir, pois ao tentar ficar com outras pessoas não consegui passar de alguns beijos. E quando você abriu a porta da casa pra mim naquela manhã, um avalanche de emoções levou todas as incertezas, e eu percebi quê sempre te amei. Confesso quê quando acordei na manhã do dia seguinte senti medo de quê você não correspondesse, de quê tivesse me esquecido, e quê aquilo tudo fosse apenas uma explosão da saudade quê sentíamos, então saí sem dizer nada, mas eu esperava quê você me ligasse lá na fazenda, no entanto você não foi nem se despedir da Maria, então entendi quê talvez você não quisesse falar sobre o quê houve entre nós, e tentei mais uma vez fingir quê estava tudo bem, mas o meu coração não aguentou a saudade, então joguei fora todas as dúvidas, vindo atrás das certezas. E a minha única certeza é quê eu te amo. - o coração da Tássila batia forte nas costas da Natália.

- Essa não é a primeira vez quê dizes me amar. Me disseste quando nos entregamos uma a outra há quatro anos, e depois foi embora sem nem se despedir de mim. E disseste a mesma coisa enquanto fazíamos amor há duas semanas atrás, mas depois foi embora como aqueles homens quê trans*m com uma prostituta. - a Natália estava trêmula, o seu coração batia tanto quanto o dá mulher amada atrás de si, mas ela não estava disposta a ceder tão rápido, até porque tinha muito medo da tia ficar sabendo, e cortar as relações com ela; o Alan não era mais um bebê, e poderia comentar lá na fazenda caso presenciasse alguma coisa entre elas, não quê ele fosse fofoqueiro, mas as crianças fazem comentários inocentes, e os adultos pegam no ar.

- Olha pra mim por favor Naty! - a Tássila pediu baixinho, enquanto virava o corpo da outra para si.

- O quê você quer Tássila? Por favor não me olhe assim, pois não resisto! - a Natália falou ao encontrar aqueles olhos azuis que eram a sua perdição.

- Você minha Naty, sempre você! - Os olhos azuis cheios de ternura mergulharam nos negros da morena cheios de adoração. 

- Eu te amo tanto Tássi, mas tenho medo de ao amanhecer você ir embora! - a Natália acariciou o rosto da outra delicadamente.

- Eu não vou mais fugir! Agora eu preciso saber até quê ponto você me quer na tua vida Natália. - os olhos se encaravam sérios.

- Eu não sei! Até quê ponto você está disposta a me querer? -  a Tássila envolveu a cintura da morena num abraço apertado.

- Case comigo, seja a minha esposa! - a Natália assustou-se, pois não esperava por aquilo.

- Não Tássila! Assim a dona Joana, e a tia Maria morrem do coração! - a Natália falou nervosa com aquele pedido inesperado.

- Então a gente esquece o quê sente uma pela outra, e seguimos cada uma para um lado! - a Tássila falou afastando um pouco, e virando as costas para a outra.

- Não! - a Natália abraçou forte a cintura da Tássila encostando todo o corpo nas costas dela. - Eu não tenho coragem de contar tudo pra minha tia agora, mas se você tiver paciência, na próxima vez quê eu for visitá-la vou introduzir o assunto. - a Natália falou chorosa, a Tássila virou devagarinho, a tomou nos braços a colocando sobre a cama devagar, e foi deitando o seu corpo sobre a mulher amada quê a enlaçou com braços e pernas.

- Eu terei toda a paciência do mundo minha Naty, e não se preocupe com a dona Joana, pois ela está prestes a ganhar três noras, em vez de uma quê seria a do Tarcísio quando ele resolvesse namorar pra casar, o quê ainda não aconteceu, pois após a morte da Luma nunca mais ele apresentou outra mulher para a família. -

As roupas foram deixando os corpos devagar, elas não tinham pressa, já se conheciam, e tudo foi se encaixando perfeitamente. As mãos da Tássila foram passeando pelo corpo da Natália, enquanto os lábios iam distribuindo beijos, e a língua saboreava cada pedacinho.

- Você é linda minha Naty, minha amada, minha vida! - a Tássila falava baixinho em meio aos beijos e carícias.

- Você quê é, minha bela Tássi! Por favor, não me deixe nunca mais meu amor! - a Natália retribuía cada beijo dado em si no corpo da sua amada.

- Não deixarei, enfrentarei tudo por você, minha querida! - a Tássila selou a promessa com um longo beijo.

Os corpos deslizavam em meio ao suor, as bocas se completavam num delicioso beijo, as intimidades se tocavam, se fundiam,encaixavam-se com perfeição, e naquela dança frenética dos corpos em busca da posição mais prazerosa ele veio soberano, e em dose dupla; o orgasmo quê deixou as amantes com os corpos trêmulos, os corações retumbantes, as respirações ofegantes, e a sensação de felicidade plena.

- Eu te amo! - disseram em uníssono, e logo caíram nos braços do sono.

***

A Letícia acordou com os raios de sol penetrando levemente pela janela do quarto, a primeira coisa quê viu foi a Eva encolhida no sofá de três lugares, ela dormia feito um anjo; Letícia também dormira profundamente com o efeito dos remédios, quê nem vira uma enfermeira entrar, e retirar o soro do seu braço. Sentiu vontade de urinar, levantou devagar, e foi no sanitário, sentiu uma leve tontura, segurou na barra de apoio, fez a necessidade, lavou as mãos, e voltou para a cama devagar, suava frio.

- Bom dia! Está sentindo alguma coisa? - a Eva quê abrira os olhos perguntara ao notar a palidez no rosto da outra.

- Bom dia! Só uma leve tontura, mas já passa. - falou para não deixar a outra preocupada.

- Letícia, você está gelada, e suando frio! Eu vou procurar um médico! - a Eva entrou no banheiro, rapidamente lavou o rosto, escovou os dentes, saiu do quarto quase correndo a procura de um médico, e logo viu a Flávia saindo da UTI onde a Quézia estava. Doutora Flávia quê bom encontrá-la! Eu acho quê a Letícia não está bem! Está gelada, suando frio, e reclamou de uma leve tontura. - a Eva falou de uma só vez, e as duas seguiram para o quarto rapidamente.

- Letícia, você perdeu uma quantidade de sangue razoável, pois apesar do tiro pegar de raspão tinha veias pelo caminho, então aconselho uma dieta rica em ferro para tratar uma provável anemia, o teu sangue é raro, e infelizmente só havia uma única bolsa disponível no momento; recomendo repouso absoluto, e se alimentar corretamente. Creio que o doutor Mesquita já solicitou exames de sangue, então eu só vou pedi a uma enfermeira para preparar um bom café da manhã. Tenham um bom dia! E Letícia, dessa vez você veio bem acompanhada hein! - a Flávia falou, piscou o olho, e se foi.

- Eu já tinha vindo aqui outras vezes, e nunca tinha visto esta médica, bonita ela! - a Eva falou fingindo interesse, só pra vê a reação da Letícia.

- Ficou interessada na doutora foi? Ela gosta de meninas também, e está solteira no momento. - a Letícia falou para provocar a Eva.

- Ela me contou quê te conhece, depois de conversarmos um pouco lá na lanchonete, pensou quê éramos namoradas. - a Eva falou divertida.

- Eu disse ao doutou Mesquita quê você é minha namorada, por isso ele deixou você dormir aqui; espero quê não se importe. - a Letícia sorriu ao notar o olhar assustado da outra.

- Ele conhece o meu pai Letícia, são amigos, por isso ele deixou eu entrar quando disse quê faria um escândalo na portaria, mas é lógico quê eu estava blefando. Se ele encontrar o meu velho vai dizer: "Ernesto encontrei uma das tuas gêmeas, estava acompanhando a namorada!" Ou pode ser quê ele omita essa parte, e o papai pergunte onde, e ele diga sem querer. - a Eva falou se mostrando preocupada.

- Como assim gêmeas, vocês tem outra irmã além da Elza? - a Letícia perguntou sem entender.

- Não! Eu e Elza dividimos a mesma barriga, não somos gêmeas idênticas como você pôde ver, dois óvulos foram fecundados por espermatozóides diferentes, eu me pareço mais com o papai, e a Elza com a mamãe. - Eva explicou.

- Interessante, a Elza nunca me disse quê tinha uma irmã gêmea, na verdade ela nunca quis quê eu te conhecesse; acho quê tinha medo de quê eu bagunçasse a tua cabeça. Ela parece ser uns quatro anos mais velha quê você. Você tem rosto, e voz de menina. - a Letícia falou acariciando o rosto dela.

- Bom dia! E pelo jeito não adiantou nada eu esconder a minha irmã de você né dona Letícia! Bagunçou mesmo a cabeça, o corpo e tudo mais dela! - a Elza entrou no quarto de repente assustando as duas.

Fim do capítulo