Capitulo 27 Leite + Chocolate
Por Virginia:
O domingo pareceu o dia mais longo da minha vida; troquei algumas mensagens com a Rebeca, mas nada fazia minha ansiedade passar. Na segunda eu estava uma pilha, não prestei atenção nas aulas direito, eu não teria a última aula pois o professor avisara na sexta que estaria ausente, e foi nesse intervalo que eu aproveitei pra marcar a visita no consultório da Rebeca.
Faltando vinte minutos pra última aula terminar eu pedi dispensa a professora e saí correndo; já tinha combinado com o motorista da van pra me levar lá perto do shopping, e me pegar depois. Quando finalmente entrei na sala da Rebeca meu coração estava em tempo de saí pela boca. Eu sabia que depois do procedimento não iria conseguir beijá-la como eu desejava, então assim que ela veio me cumprimentar toda formal, a beijei em cheio na boca, manifestando o quanto estava louca por aquilo.
- Tudo isso é saudades de mim pretinha? - Ela falou quando me afastei, e me beijou em seguida. Sua língua bailava em minha boca numa dança com a minha, ch*par era delicioso, e ter minha língua, meus lábios, sugados por ela era excitante demais.
- Sim, muita. E você sentiu de mim branquela? - Falei dando leves mordidas nos seus lábios.
- Eu nunca senti tanta vontade de está com uma pessoa. Virgínia, eu não namoro, só fico com garotas. - Ela passou a língua de forma provocante em meus lábios.
- Eu também não branquela, mas se você quiser continuar me beijando, vai ter quê ficar só comigo. - Ela se afastou, foi até a pia, lavou as mãos secando-as em seguida, colocou as luvas, e todo o seu material de proteção.
- Eu tenho vinte e cinco anos Virgínia, nunca fiquei com meninas da tua idade; por achar que elas eram apenas curiosas, mas eu quero tentar com você. Ela falou enquanto punha um pequeno avental sobre a minha blusa, e ajeitava minhas tranças.
- Ai, pensei que levaria outro fora! - Ela sorriu, colocou o sugador em minha boca e começou seu trabalho.
- Você é muito linda, pra ficar levando fora. - Fechei os olhos e me entreguei aos cuidados dela. Eu fantasiei a gente namorando naquela cadeira. "Será quê ela já tinha pegado alguém alí?" Me perguntei. Se com beijos e pequenas carícias discretas, eu ficava toda excitada, imagine se ela fosse mais ousada; pensava. - Pronto meu bem! Mantenha a escovação como vem fazendo, mais o uso da fita dental em conjunto com o enxaguante pelo ao menos uma vez ao dia, e me faça uma nova visita daqui a seis meses, ou quando achar necessário. -
Eu quase que tinha tirado um cochilo,de tão suave que eram as mãos dela na minha boca. - Já terminou assim rápido? - Ela retirou as coisas de si, indo lavar as mãos, e o rosto novamente, eral o ritual.
- Como eu havia falo anteriormente, a tua saúde bucal está ótima, então não tinha muito o quê fazer. E antes que eu esqueça, não beba água nos próximos trinta minutos, e nem coma por pelo ao menos uma hora. -
Eu fiquei olhando para àquela Rebeca responsável e dedicada em sua profissão, nem de longe parecia a mesma mulher abusada, que levava bronca da irmã quando soltava umas osadias. Ela era igual a Andréa, gostava de fazer piadas picantes.
- Bom, então eu vou indo, pedi ao motorista da van pra vim me pegar aqui, vou ligar pra ele, e aguardar lá embaixo. - Ela ficou me observando enquanto eu procurava o número do homem.
- Peça pra ele te ligar quando estiver aí de frente, enquanto você me faz companhia, depois eu desço com você, pois está quase na minha hora de almoço. -
A secretária dela já tinha saído prá almoçar, nos sentamos no sofá em silêncio. - Confortável esse sofá. - Falei sem saber bem o quê dizer.
- É sim, meus clientes merecem! - Ela pegou na minha mão, acariciou uma parte com seu polegar, beijou, segurou minha outra mão, enquanto me olhava dentro dos olhos. - Eu queria tanto beijar essa tua boca linda agora, mas não podemos. - Ela deixou um selinho demorado. Eu engoli em seco. Minha boca estava cheia de saliva por conta do procedimento.
- Preciso usar o banheiro.- Falei passando um lencinho na boca, prá evitar a saliva escapar, ela me mostrou a porta.
Quando retornei ela olhava algo no computador. - Almoça comigo amanhã, depois eu te levo na fazenda! - Eu fiquei pensativa.
- Eu vou falar com a Andréa, pra vê se ela me dispensa amanhã; então a gente pode almoçar com calma. Eu te ligo assim que conseguir falar com ela. - Ao mencionar o nome da Andréa ela arregalou os olhos, e eu sorri. A Andréa havia mencionado que fizera uma brincadeira, e assustara a Rebeca. - O quê foi? Eu não vou contar pra Andrea que vamos ter um encontro, senão ela vai ficar me zoando mais ainda! Deixa ela descobri por si. -
Meu celular tocou. Nós descemos rapidamente, nos beijamos no rosto, eu entrei na van, e a Rebeca ficou parada na calçada. Eu fiquei tão ansiosa pelo nosso encontro no dia seguinte, que assim que vi a Andréa já fui logo falando.
- Andréa, amanhã eu tenho umas coisas pra fazer na cidade depois que eu saí da faculdade, e não dará tempo de vim na van. Você pode me dispensar amanhã? - Ela me olhou curiosa.
- Tudo bem, amanhã eu vou fazer algumas visitas de praxe em alguns sítios vizinhos, o Júlio me acompanhará. E a Rebeca, vocês têm se falado? - Ela perguntou me passando uma lista de remédios para eu pegar no armário e organizar na sua bolsa.
- Sim, encontrei com ela sábado no shopping. A gente tem se falado por mensagens. - Não teria porque menti, e também a Brenda poderia ter comentado sem querer.
Por Rebeca:
Eu fiquei parada na calçada vendo a van desaparecer, experimentava uma sensação nova. Eu iria desmarcar todas as visitas possíveis para a tarde do dia seguinte, queria passar o máximo de tempo possível com ela depois do almoço.
- Eu acho quê alguém ficou meia perdida por aqui não é mesmo mamãe? - A voz da minha irmã, e a as gargalhadas que soaram atrás de mim, me trouxeram de volta a realidade.
- Ai gente, eu estava distraída mesmo. - Falei ao notar que meus pais também acompanhavam a Rute.
- A tua namorada é linda filha! Quando vai levá-la lá em casa prá gente conhecê-la? Minha mãe falou.
- Quê namorada mãe? - Olhei pra Rute, ela sorriu dando de ombros.
- A gente estava indo almoçar, e encontramos a tua recepcionista, perguntamos se você já tinha saído e ela nos disse que você estava com uma cliente, mas que logo sairia pra almoçar. Então resolvemos vir te esperar aqui, quando parei o carro vimos você se despedindo de uma moça, e a Rute nos disse qu é a garota. Eu também a achei linda, um pedaço de mal caminho. Ai! - O papai falou, e no final levou um beliscão da mamãe.
- Eu mal conheci a menina, e vocês já querem que eu a leve pra casa? Assim a garota vai ficar assustada. - Nós entramos num restaurante alí perto.
- Isso quer dizer que pretende levá-la em casa um dia? - Eu olhei para os três.
- Dá prá vocês pararem de me pressionar? Eu estou conhecendo a moça, se contentem com isso, por favor! - Eles riram do meu jeito de falar afetado.
O assunto Virgínia foi deixado um pouco de lado, almoçamos tranquilamente, mas quando fui me despedir pra voltar ao consultório. - Filha, nós só queremos a tua felicidade, a Rute vai marcar o casamento com o Flávio prá o mês quê vem, como você ouviu no almoço de domingo; então nós também queremos te vê ao lado de alguém que te ame, e se for essa garota, que só de ouvir a Rute falar já simpatizamos, vá em frente. - Minha mãe era assim, super protetora quando estava em casa com a gente.
- Está bem mamãe. Eu entendo a preocupação de vocês, mas fiquem tranquilos quanto a mim. Eu já sou uma pessoa feliz, mesmo com esse meu jeito de não levar as coisas muito a sério; e quanto a Virgínia, é como eu já disse, a gente está se conhecendo, e eu não gosto de apressar as coisas, vamos viver um dia de cada vez. -
Quando passsava das duas da tarde recebi uma mensagem da Virgínia. "Boa tarde meu leitinho quente! Nosso almoço de amanhã está confirmado. Beijos!" Eu sorri ao ler a mensagem. "Boa tarde meu chocolate quente! Leite+chocolate dá uma mistura deliciosa! Adorei o apelido! Kkkkk Beijos!"
- Com licença Rebeca, seu cliente chegou, já posso o mandar entrar? - A Malú falou da porta. - Oi, me dá dois minutos e pode! - A Malú fechou a porta rindo, enquanto eu enviava a mensagem.
Eu não tinha idéia dos gostos da Virgínia em relação a comida, pois só a vi beliscando um pouco durante o churrasco, mas levando em conta a saúde da sua pele, imaginava quê devia comer bem.
- Tem algum lugar que você gostaria de ir pra almoçar em especial? - Resolvi sondá-la quando estávamos dentro do carro.
- Sim, mas hoje eu prefiro que você me surpreenda. - Eu tinha um lugar em quê gostava de ir, pois sou adepta as comidas o mais natural possível, e lá serviam as refeições do meu agrado.
- Tudo bem então, só espero não decepcionar. - Fiz uma ligação e seguimos o curso em silêncio. Quando pegamos o asfalto ela questionou.
- Você está me raptando? - Eu sorrir.
- O restaurante é numa vila de pescadores, e mulheres artesãs, espero que não odeie peixes, pois veremos muitos! - Ela torceu o nariz, mas depois sorriu.
- Acho que ninguém gosta muito do cheiro que eles deixam, mas se é prá comer, eu não resisto! -
Na vila estacionei próximo a um armazém. - Vamos! - Falei já saindo do carro e dando a volta pra abrir a porta pra ela.
- Uau! Eu já tinha passado nessa estrada em direção a praia, mas nunca imaginei, que nas imediações existia tantas casas antigas! -
Deixamos a rua principal, e seguimos a pé por uma rua estreita calçada de pedras, até chegarmos na areia da praia. - Quê lindo! - A Virgínia exclamou quando viu o imenso mar azul atrás do muro de pedras.
- Bom dia Dra Rebeca, o barco está pronto! - A Virgínia arregalou os olhos.
- Rebeca, eu nunca entrei em um barco, tenho medo! - O rapaz sorriu mostrando seus dentes bem cuidados, e encantado com a beleza negra a sua frente.
- Bom dia Felipe! Esta é a Virgínia minha namorada. - O Felipe ficou surpreso, e a Virgínia abriu a boca pra falar algo, mas fechou.
- Vamos perder esse medo agora! O máximo que pode acontecer é o barco afundar, e a gente ter quê fazer a travessia a nado. E o mínimo é você senti um pouco de náusea. - Falei piscando o olho pra o Felipe que gargalhou.
- Ai meu Deus, estou muito nova pra morrer! - A Virgínia segurou firme em minha mão, e assim entramos no barco atravessando para o outro lado.
- Dra, quanta honra recebê-la mais uma vez no meu humilde estabelecimento! E vejo que nos trouxe uma nova amiga! - A mulher me abraçou sem cerimônia.
- Amor, esta é a Marta, a mãe do Felipe. Marta esta é a Virgínia a minha namorada. - Após os cumprimentos a Marta nos conduziu até uma das cinco mesas que existiam alí.
- Por que me apresentou como namorada? - A Virgínia questionou assim que ficamos a sós.
- Porque o Felipe ficou com um sorriso de orelha a orelha quando te viu. Então, eu não podia deixar o garoto se iludir. - Ela observou o lugar.
- Eu gostei! - Olhei pra ela sem entender. - Eu gostei de ser chamada, minha namorada! - Ela frisou bem o minha namorada. E eu sorrir.
Por Acácia:
Um rubor tomou conta da minha face, depois da fala destemperada da minha tia Carmem. Desde que eu era pequena, ela nunca gostou nem de mim, nem dos meus irmãos. Sempre reclamava por qualquer bobagem que fazíamos. Se não fosse por nossos avós, não pisávamos naquele sítio, quando ela resolvia aparecer com aquele marido chato e seus enteados; sim, porquê ela não pudera gerar filhos, casou com um viúvo que já tinha três meninos.
- Carmem, a cada dia você se supera! Não importa se meus bisnetos forem feitos da forma que você falou, desde que venham a tempo de fazer xixi no colo desse velho babão e no meu! - Minha vó falou, e todos rimos, ignorando o mau humor da minha tia.
- Está ouvindo Helane, meus avós têm pressa, acho bom vocês encomendarem logo esses bebês! - Helane olhou pra mim, como se estivesse querendo uma resposta, apertei sua mão, e ela respondeu ao meu irmão mais velho.
- Tudo está caminhando nesta direção Alberto. - As palmas foram ouvidas. Todos alí compartilhavam a mesma alegria, com exceção da minha tia que se enfurnou dentro de casa. O marido dela nada disse sobre mim e a Helane, simplesmente nos cumprimentou e ficou por alí até quê ela o chamou dizendo que estava com dor de cabeça,e foram embora.
A tarde, eu a Helane, o meu pai, os meus irmãos, e a Yasmin fomos até um açude pescar. A surpresa foi que a Helane ganhou de todos, e meus irmãos ficaram dizendo, que eu e a Yasmin trapaceamos colocando peixes escondido na cumbuca dela. Meu pai era só sorrisos.
- Filha, esse é meu último mês na construtora, o teu irmão Alberto conseguiu transferência para a capital, e o teu irmão Agenor vai assumir meu lugar como mestre de obras, então chegou a hora de goz*r minha aposentadoria, sem grandes preocupações. Assim que a Helane for morar lá, eu e a tua mãe vamos nos mudar pra cá. - Eu sorri de contentamento.
- Nossa pai! Meus avós devem está super contentes, pois só o tio Caio mora aqui no sítio com a família, mas está sempre viajando a trabalho, e a tia Carmem vive mais pra o marido, e os enteados do quê pra o restante da família. E outra coisa pai, o seu Pedro e a dona Helen também vão mudar pra fazenda, e deram a casa pra Helane como presente de casamento. - Meu irmão Alberto que se aproximava ouviu parte da conversa.
- É minha irmã, nunca pensei quê um dia lhe diria isso; e quê minhas outras cunhadas não saiba, mas essa tua mulher é porreta! Ela está lá na área de serviço da vovó ensinando a nossa mãe e a tia Júlia a fazer filé de tilápia, e nem faz aquela cara de nojo da minha mulher quando tem quê temperar um peixe. Tu demorou, mas vai desencalhar com requinte. E outra, a Yasmin parece respeitar ela como uma mãe. - Eu apenas balancei a cabeça concordando.
- Olha mãe, nosso filé de tilápia! - A Yasmin chegou me mostrando o peixe numa vasilha plástica.
- Prá quem não gosta de comer peixes, você está até animada! - Eu examinei os pedaços de peixes dentro da vasilha.
- Mas esse eu vou comer, pois a tia Lane falou que é bom pra gente crescer, e ficar forte igual a ela! - Nós rimos da empolgação da minha filha.
O sol se despedia quando entramos em casa; cansadas, porém felizes. Depois de jantarmos uma salada acompanhada de arroz e filé de tilápia grelhada, pois a Yasmin não abriu mão de experimentar o peixe da tia Lane, ficamos descansando no sofá até ela ser vencida pelo sono.
- Amor, eu estou feliz, mas preocupada com o Rogério, se ele te denunciar. - Helane me abraçou forte, estávamos deitadas na minha cama.
- Eu não acredito que ele vá fazer isso, pois o Dr Paulo deve levantar a ficha dele, e amanhã a tarde nós saberemos, se ele apresentou queixa contra mim ou não. Em todo caso, ele ficará desmoralizado diante da justiça, pois ainda que o estupro não foi confirmado, nem provado, existe a acusação contra ele, e tenho prá mim quê ele não vai querer quê o caso venha a tona. -
Nós ficamos nos carinhos, pois estávamos cansadas fisicamente, a Helane pegou no sono, eu me enrosquei todinha nela, e fiquei lhe fazendo cafuné até entrar no mundo dos sonhos. Acordei chorando com a Helane me abraçando forte.
- Calma meu amor, foi só um sonho! - Eu soluçava, meu corpo estava tremendo.
- Ai Helane foi horrível! Eu sonhei que você estava caída dentro duma poça de sangue; eu comecei a gritar teu nome, mas você não respondia, parecia estar morta. E de repente sumiu, foi quando acordei ouvindo tua voz. - Ela acariciou meus cabelos até eu me senti mais calma.
- Você dormiu preocupada com a situação do Rogério, por isso o sonho. - No passado eu tivera alguns pesadelos depois da situação que passei com o Rogério, quase sempre acordava chorando, mas naquele alí eu fiquei desesperada e gritei literalmente. "Helane, Helane, Helane! Não!"
- Eu estou com medo amor! - Eu falei a abraçando forte.
- Vamos levantar,tomarmos um banho, preparar nosso café, acordar nossa princesinha pra fazermos o desjejum juntas, e depois eu ligo pra o Dr Paulo pra sabermos se descobriu alguma coisa. - Ela me encheu de beijos, conseguiu me animar um pouco, levantamos, tomamos banho; enquanto eu preparava o nosso café ela ficou no quarto da Yasmin, que estava cheia de manha sem querer levantar.
- Amor, acho que acertei fazer teu cuscuz hoje! - A Helane sorriu sentando a mesa.
Quando terminávamos de lavar a louça, o celular da Helane tocou. - Bom dia! Sim, pode falar! - Ela disse ao atender. - Obrigada Dr Paulo. Tenha um bom dia! -
Eu fiquei na expectativa, mas a Helane não disse nada, até chegarmos no local do meu estágio. - O Dr Paulo fez uma visita pra o Rogério no hospital. Ele não vai registrar queixa contra mim, mas quer quê em troca você vá visitá-lo. Diz que tem algo pra ti dizer. Eu te aconselho a não ir lá. -
Por Helane:
Eu acordei assustada com os gritos da Acácia, mas logo me acalmei ao vê-la ao meu lado, e constatar que era apenas um sonho ruim. Minha vó dizia que alguns sonhos sãos as preocupações demasiadas, mas outros são alertas de que alguma coisa vai acontecer.
Eu fiquei indignada com a exigência do Rogério. Não prestaria queixa contra mim, mas a Acácia teria que ir visitá-lo.
- Eu irei visitá-lo hoje mesmo, mas a Rute irá comigo; quero encerrar esse capítulo da minha história triste com ele. - Não gostei de ouvir que ela iria atender ao pedido do canalha, mas não argumentei mais nada contra.
- Está bem, faça como achar melhor! - Ela segurou em meu rosto.
- Eu te amo. - Àquelas três palavras foram sussurradae baixinho, mas penet*aram no meu íntimo como uma flecha que acerta o alvo, e meu coração momentaneamente magoado se sentiu aliviado.
- Eu também te amo, se cuida meu bem! - Eu falei beijando o topo da sua cabeça, pois estávamos de frente ao seu local de estágio.
Eu teria dois dias de folga, por conta dos dias que passei na capital, iria fazer uma pequena viagem junto com meu pai e um vizinho, até uma cidade próxima, mas antes do almoço já estaríamos de volta. Deixei a moto na garagem e fomos no carro do vizinho, e amigo do papai de longa data.
- Filha, acredito que você fez um bom negócio, um lote de terra por uma lata velha bem conservada, como dirá tua mãe ao ver este carro. - Meu pai falou enquanto eu dirigia meu Ford Rural 1975 4x4 três portas na cor vermelho perolizado.
Possuí um carro antigo era um desejo meu, e eu vinha pesquisando na internet, e até mesmo indo vê alguns modelos disponíveis, até quê esse vizinho me informou que um amigo possuía uma Rural e estava disposto a trocar ou vender. Então ofereci o terreno, um pequeno lote medindo 30x30 valendo 30.000,00 R$, e fechamos negócio nesta segunda.
- Eu também estou confiante papai, até porque quando compramos aquele terreno há dois anos atrás, o lote custou apenas 10.000,00 R$. O carro está todo bom, algumas coisas a gente sabe mexer, então a manutenção será a menor preocupação. -
Nós chegamos em frente de casa buzinando, alguns curiosos se aproximaram e foi àquela festa.
- Não acredito que vocês fizeram mesmo esta loucura! Compraram uma lata velha mascarada de nova! Pedro, como você deixou nossa filha fazer esse negócio? - Eu, meu paí, e seu Antenor damos boas gargalhadas do jeito que a mamãe falava.
- Ora mamãe, vamos dá uma volta na minha lindona, e garanto que a senhora vai perder essa impressão ruim. - Falei enquanto pegava a minha mãe no colo, a colocando sentada no banco do carona, e subir no carro pra dá uma volta na pracinha.
- Até que é bem confortável, boa pra andar pela fazenda. - A minha mãe concluiu ao descer do carro.
Sabe aquela criança que ganha um brinquedo novo, e quer mostrar pra os amiguinhos; era assim que eu me sentia com minha Rural, quando parei buzinando na frente do portão da Acácia, completamente eufórica, torcendo para quê ela não tivesse saído mais cedo, pois passava das doze.
- Caramba, de onde saiu isso? Por acaso a cunhada participou do Lata Velha do Caldeirão do Huck? - Enquanto eu descia do carro meu cunhado Alberto falava, e já entrou no carro maravilhado. - Eu posso dá uma volta com ela? - Eu apenas fiz sinal que sim, e ele arrancou com tudo.
- Tia a gente estava almoçando, mas ainda sobrou comida. A senhora está com fome? - A Yasmin abraçou minhas pernas.
- Não meu anjo. Eu já almocei. - Me abaixei retribuindo o abraço.
- De quem é aquele carro que o tio Alberto saiu dirigindo? - A Yasmin perguntou-me.
- É nosso! - Ela me encarou curiosa.
- Nosso, tipo teu, da minha mãe, e meu também? - Balancei a cabeça confirmando, enquanto nos sentávamos na varanda, pois o restante da família já saía pela porta. - Mãe, nós agora temos um carro! Acho quê é igualzinho aquele que o vô tinha quando a senhora era pequena, só que é vermelho! - A Yasmin entregou parte da minha surpresa, mas ninguém entendeu nada, até o portão ser aberto totalmente, e meu cunhado entrar com o carro, e parar na frente da varanda.
- Parabéns cunhada, excelente aquisição, em todos os sentidos! - Meu cunhado falou ao me entregar a chave, enquanto meu sogro e os outros rapazes olhavam o carro.
- Você dá certinha com meu esposo filha, uma paixão por lata velha que nunca vi! Menina, isso é peça de museu! - Minha sogra falou com ar de riso.
- Ah vó, ele é lindo! Tia me leva pra escola nele hoje, quero mostrar pra os meus coleguinhas que minha outra mãe tem um carrão! - Meu coração deu um pulo. Olhei pra Yasmin, depois prá Acácia, que estava séria.
- Eu também acho. - A Acácia falou por fim, mas eu fiquei sem entender. - Acha o quê? - Ela seguro na minha mão. - Vamos meu bem levar a nossa filha na escola, e depois você me deixa no trabalho. - Entramos no carro rapidamente, pois a hora estava avançada.
- Ela é linda amor! - A Acácia falou depois de olhar o interior do carro, enquanto eu dirigia até a escola da Yasmin.
- Eu estou feliz que vocês tenham gostado dela, coloquei o apelido de lindona. O quê vocês acham? - Eu perguntei feito uma boba, sorrindo atoa.
- Legal! Tia, já quê a senhora vai casar com a minha mãe, eu posso te chamar de mamãe? - Se o carro não tivesse parado, acho que eu teria dado uma freada brusca. Meu coração foi a uns trezentos por hora, a emoção era grande.
- Amor! - A Acácia tocou em meu braço. Eu desci do carro apressada para abrir a porta pra Yasmin descer.
- Pode sim meu amor, se é isso quê desejas. - Abracei minha pequena com lágrimas nos olhos. A Acácia também ficou emocionada quando se despedia da nossa filha.
- Obrigada meu amor! Tudo quê você faz pensando na gente é maravilhoso. Não tenho como não gostar desse carro tão impecável com esses bancos de couro tão confortáveis, além do mais foi um desses, o primeiro carro do meu pai. -
Fim do capítulo
Olá minhas queridas, tudo bem?
Agradeço pelos comentários indispensáveis, e pela leitura fiel desta história.
Estamos caminhando para o desfecho final desta minha ousada criação que chamo de romance.
Não sei se vocês vão gostar deste capítulo levinho, mas foi o quê saiu da minha humilde cabeça.
Muito obrigada pelo carinho de vocês!
Beijos e se cuidem!
Com amor,
Vanderly
Comentar este capítulo:
Lea
Em: 04/01/2022
É dona Rebeca,se apaixonou, agora é só pedir a moça em namoro,de uma forma romântica.
Esse lixo chamado Rogério vai tentar mais uma vez,destruir a vida da Acácia.
Família linda!!!
Resposta do autor:
Olá!
Muito obrigada por comentar.
A Rebeca finalmente deu uma chance para o amor.
Rogério vai pagar caro pelos erros que cometeu.
Beijos!
Vanderly
Gleicy Clara Dourado
Em: 20/05/2021
O Rogério deve estar no fim da vida, provavelmente uma AIDS ou câncer terminal. Agora vem todo aquele processo de arrependimento.
Fiquei com um pouco de receio pelo sonho da Acácia, talvez o 3x funcionário da sua avó queira fazer algum mal a ela.
Resposta do autor:
Bom dia!
Eu estou super contente com esses comentários inesperados, vocês não param de surpreender e eu amo isso.
Muito obrigada pelos comentários.
Sobre o Rogério, com certeza a senhorita pelo andar da carruagem, ou melhor se continua lendo já sabe o quê ele tem de fato.
O funcionário da vô da Helane no caso o Plínio, esse não vai fazer nada e acredito que já chegou nessa convicção, se não valeu o spoiler.
Têm pessoas que aprendem depois de passar vergonha, o Plínio é um deles, e com direito a ser grato, e até mesmo generoso.
Beijos e até breve querida leitora.
PS: demorei a te responder porque não estava muito bem de saúde, além da minha internet não ser muito boa.
Gratidão!
Vanderly
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Manubella
Em: 25/06/2020
Tá vamos lá são exatamente22:15 nem sei que horas comesei a ler só sei que aqui estou eu nesse capitulo lindo. Gente é muito mais muito boa e gostosa essa leitura, eu entro dentro do texto mim sinto como se fizese parte da história, sinto de tudo um pouco. Eu achava que não gostava de ler mais estava enganada gosto e muito só não estava lendo a coisa certa. Vanderly minha linda deichou aqui meu agradecimento vc é sensacional, meus parabéns pelo seu talento.😘😘😘
Resposta do autor:
Olá Manubella, tudo bem?
Menina! Eu fico muito feliz quê esteja gostando da história e agradeço pelos comentários vários, e pelo carinho dedicado.
Vocês nos inspiram a criar mais histórias. Não tenho palavras para agradecer tudo isso, que você deixou neste comentário.
Beijos â¤ï¸!
Vanderly
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thays_
Em: 25/06/2020
Adoro as partes da Virgínia e da Rebeca.
Esse finalzinho foi a coisa mais fofa!!
Adorei o capítulo!
Beijão!
Resposta do autor:
Olá thays_, tudo bem?
Eu fico muito feliz que gostes do capítulo e agradeço pelos comentários!
Virgínia e Rebeca são um encanto mesmo. Eu estou dividida entre os dois casais. Qual o teu preferido?
Eu também me emocionei ao escrever essas cenas!
Aí está o novo capítulo, espero que gostes!
Beijos â¤ï¸!
Vanderly
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Brescia
Em: 25/06/2020
Boa tarde mocinha.
Parece que temos um novo casal , a Rebeca não perdeu tempo quando se viu ameaçada pelos olhares gulosos emaem cima da Virgínia e agora são namoradas.
Baci piccola.
Resposta do autor:
Olá, tudo bem?
Eu fico feliz que tenhas gostado do capítulo e agradeço pelos comentários.
É esse casal também é lindo. Confesso que estou dividida entre os dois agora. Está ficando difícil opinar qual o melhor. Risos.
A Rebeca é uma caixa de surpresas, corre lá e confere o novo capítulo!
Espero que gostes!
Beijos â¤ï¸!
Vanderly
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Rosa Maria
Em: 25/06/2020
Querida Vanderly...
Que bacana esse entrosamento da Virgínia com a Rebeca sem mencionar o lugar maravilhoso que foram almoçar bela descrição já quero também..
Não tem como não gostar de sua escrita mesmo sendo o que você chama de "levinho" é sensacional
Beijos
Rosa
Resposta do autor:
Olá Rosa, tudo bem?
Eu fico feliz que tenhas gostado do capítulo e agradeço pelos comentários.
O lugar é lindo, você vai amar, e se apaixonar junto com a Virgínia.
Agradeço pelo carinho!
O capítulo está aí, espero quê gostes!
Beijos â¤ï¸!
Vanderly
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viinha
Em: 25/06/2020
Essa Yasmin e uma fofa ðŸ˜e o que essa Rogério vai aprontar em,perfeito esses casal adorando!!!!!
Resposta do autor:
Olá, tudo bem?
Eu fico feliz que tenha gostado do capítulo e agradeço pelos comentários!
A Yasmin é muito especial.
O Rogério vai causar só um pouquinho!
Os casais só nos trazem alegria, e nos fazem sonhar não é mesmo? Risos.
Aí está um novo capítulo, corre lá, confere o quê esse povo vai aprontar, e depois venha me contar o quê achou!
Beijos e até breve â¤ï¸!
Vanderly
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olivia
Em: 24/06/2020
Oi Vanderly , adorei o capítulo de hoje , o entrosamento de Virgínia com Rebeca .Estou feliz com todos os personagens, você agradando e, muito !!!!!parabéns pelo Belo romance !!!🌹ðŸðŸ€ðŸ€ðŸ€ðŸŒ¸ðŸ‚🌼
Resposta do autor:
Olá olivia, tudo bem?
Eu fico muito feliz quê tenha gostado do capítulo e agradeço pelos comentários.
A Virgínia vai nos encantar muito ainda acredite.
Muito obrigada pelo carinho! 🌹
Aí está o novo capítulo espero quê gostes!
Beijos â¤ï¸!
Vanderly
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Elizaross
Em: 24/06/2020
Tá namorando em dona Rebecakkk
Quero coo vai ser esse pedido...
EU amo a Yasmin...
Que esse Rogerio suma de vezzzzzzzzzzzzz
Resposta do autor:
Olá! Seja bem-vinda!
Fico feliz que esteja gostando da história e obrigada pelos comentários!
É parece quê a Rebeca vai namorar mesmo.
A Yasmin é um encanto.
Acho quê estou começando a ficar com dó do Rogério. Vocês não perdoam!
Aí está um novo capítulo espero que goste, pois quero te ter mais vezes por aqui.
Beijos â¤ï¸!
Vanderly
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