Capitulo 9
Capitulo 9 - E se...
--Então? Gostaste? - Joy perguntou, enquanto observava Elena com o olhar expectante.
A Grega seguia ao lado dela com o coração leve e uma sensação nada habitual. Sensação boa, muito boa.
--Não fazia nada assim há bastante tempo...
--Assim?
--Sair do trabalho e aproveitar as inúmeras opções de Manhattan.
--Devo concluir que gostaste do concerto?
Elena sorriu e bateu com a cabeça. Estava numa espécie de transe...
--Adoro Jazz!
--Eu também. Meu irmão é músico e ele me arrasta para esse mundo maravilhoso.
--Então a inglesa tem um irmão.
Risos.
--A inglesa tem e foi ele o responsável por ela ter atravessado os Estados Unidos em menos de dois dias.
Risos.
--Ele mora em LA?
--Não. Ele toca baixo numa banda inglesa de rock alternativo. Estão em turné pelas Américas.
--Nova York está na lista?
--Ainda não, mas vai estar um dia desses. Eu prometi que estaria no primeiro show deles nos EUA e não poderia faltar. Foi muito cansativo, mas o prazer que me deu, supera qualquer cansaço.
--Gostas muito dele...
--Nem sei dizer o quanto...ele é mais novo, sempre o protegi e incentivei...
Joy parecia um pouco diferente naquele momento. Talvez fosse a emoção...
--Vamos jantar?
Elena notou a mudança repentina de assunto, mas não perguntou mais nada. Queria a companhia dela, com o assunto que ela quisesse partilhar.
--Vamos! Ainda o italiano?
Risos.
--Por mim sim. E tu? Já aviso que não vais ter qualquer resquício de arrependimento.
--Ah, como ela é boa a convencer.
Risos felizes.
--Vou para onde quiseres...
--Vamos!
Seguiram empolgadas e expectantes.
*****
--Aprovaste a minha escolha? - Joy perguntou com os olhos brilhando.
--Hmmm...- Elena não conseguia falar. Estava em delírio com a massa e o vinho.
Joy sorriu, enquanto bebia mais vinho.
--Delicioso. E esse vinho? Parece uma carícia na língua e desce beijando a garganta. Vou ficar embriagada.
Joy riu muito e ergueu um brinde.
--A quê?
--Aos encontros inesperados. À grega encantadora. Ao inusitado. E à coragem.
--A tudo isso e à Inglesa que me deixa leve...
Tocaram as taças e trocaram um sorriso, que resplandecia o que lhes transbordava na alma.
--Hoje não ousei comer nada com as mãos...
Elena riu com a expressão de Joy.
--Hmmm...
--Imagina se me lambuzo e tenho os dedos novamente lambidos. - Ela provocou e Elena corou até à raiz dos cabelos.
--Meu Deus, que vergonha! É que me dá agonia ver o molho escorrendo pelos dedos. Tens razão, extrapolei.
Joy não disse nada. Apenas sorria. Elena não fazia a mínima ideia do que lhe ia na mente. E ela não parecia muito inclinada a expor seus pensamentos.
Elena experimentou um leve desconforto, ao imaginar que Joy pudesse não ter gostado daquela atitude. Foi salva pelo telefone. Era a sua mãe. Sorriu.
--Desculpa, preciso atender. É a minha mãe...
Joy apenas bateu com a cabeça. Bebeu mais vinho e suspirou discretamente. A grega a deixava presa numa realidade tão diferente. Era desafiadora, mas nada assustadora...
--Melina. - Elena sorriu feliz.
--Minha filha, estou com saudades.
--Ah mãe, naquele paraíso tu ainda lembras de mim?
--Em cada momento. Queria que estivesses por aqui. Eu sei que vais adorar.
--Lembra que está na lista das minhas viagens de sonho...
--Eu sei filha, mas precisas lembrar de transformar esses sonhos em realidade. Tu só trabalhas...
Elas falavam em grego e Joy, mesmo sem entender uma vírgula, parecia encantada a cada nova frase de Elena.
Alguns poucos minutos depois, Elena precisou despedir-se da mãe. Já estava com vergonha de deixar Joy um pouco de lado.
--Mãe, preciso desligar. Estou num jantar...
--Hmmm...
Risos dos dois lados.
--Com uma amiga, mãe.
--Ah, amiga ou amigo, tanto faz. O que eu quero mesmo é que saias de casa.
Risos.
Elena piscou a Joy, que mesmo sem entender nada, sentiu-se feliz.
--Amo-te, filha.
--Amo-te muito mãe. Abraço ao Richard.
Desligou e olhou fixamente para Joy.
--Desculpa...era minha mãe e ela está longe, num fuso horário bem diferente e fala pelos cotovelos.
Joy sorriu e Elena se acalmou.
--Adoro o grego! Tenho verdadeira loucura. - Disse Joy com veemência.
--Algum grego em particular?
Gargalhadas altas.
--Não, doida. Pela língua, não entendo nada, mas acho encantadora. A sonoridade do sotaque é sexy...
--Ah, empatadíssimas! Eu sou completamente apaixonada pelo teu sotaque. Às vezes, e eu preciso me concentrar para prestar atenção, porque a minha mente viaja.
Gargalhadas altas.
--Falas fluentemente?
--Sim. Como se tivesse nascido e sido criada na Grécia. Eu e minha mãe só falamos em inglês, quando existe uma terceira pessoa no ambiente, que não entenda a nossa língua.
--Wow! Minha mãe é marroquina e nós sabemos muito pouco da língua dela...
--Tua mãe é marroquina? Claro...
--O quê?
--Eu sempre achei que esses olhos me lembravam alguma coisa...
--E lembram exatamente o quê?
--Tive amigas de infância de Marrocos. Em Paros, ilha da minha mãe, quando ia de férias, brincava muito com elas. Os teus olhos lembram os da Samia e o tom de pele também.
--Ias muito à Grécia?
--Não tanto quanto gostaria...
Risos.
--E hoje em dia?
--De vez em quando. Segundo a minha mãe, esqueci das coisas boas da vida...
--Gostas de viajar?
--Adoro! Eu tenho uma lista de países a descobrir.
Joy riu muito e depois ficou quase séria.
--O que foi?
--Nada de especial...
--E tu?
--Eu?
--Ias sempre ao Marrocos?
--Não. Minhas férias eram sempre na Irlanda, terra do meu pai.
--Hmmm, castelos, abadias, muito verde, mistério...
Risos.
--Conheces?
--Não, mas quero conhecer.
--É lindo...
--Eu sei. Conheces a Grécia?
--Sim e sou uma eterna apaixonada.
Sorrisos.
--Qual é a tua viagem de sonho?
--Meu Deus, são tantos destinos...
--Ah vá lá.
Risos.
--Eu queria morar numa praia na Ásia, ou no Brasil.
--Eu queria morar numa praia, mas na África. Ilhas Seicheles.
--Hmmm, não me digas que queres morar numa praia e ter um hostel para poucos hóspedes.
Gargalhadas altas.
--Acho melhor mudarmos de assunto, antes que eu tenha a certeza de que fui abduzida.
Risos altos.
O garçon deixou a conta delas na mesa.
--Já nos querem fora daqui.
Gargalhadas.
--Nova York!
--Gostaste?
--De ter sido abduzida?
Gargalhadas.
--Besta!
--Tu é que falaste em abdução...
--Eu ainda me assusto com algumas coincidências...
--Então queres mesmo ter um hostel numa praia tropical para poucos hospedes?
Risos.
--Tu nunca desistes?
--Não!
Risos.
--Sim. Gostaria de ter uma vida mais tranquila e cercada de natureza, e sim, adoro o mar.
Foi a vez de Elena sorrir com a boca e os olhos.
--Vamos?
--Vamos!
*****
Na rua, nenhuma delas parecia muito inclinada a voltar para casa, mas foi Elena a ditar os novos rumos daquela noite.
--A inglesa precisa voltar para casa?
--A inglesa deveria voltar para casa, porque está muito cansada, mas ela está aberta a sugestões.
Risos altos.
--A noite está linda...
--E?
--Queria mostrar-te uma coisa. Sabes, assim como tu, eu nunca sei quando vamos estar juntas novamente...
--E então, temos que aproveitar o momento quando ele acontece.
--Isso mesmo!
Risos.
--Só que agora grega, já tens o meu telefone...
--E posso usar e abusar?
Risos.
--Deves.
--Hmmm, vou testar.
--A cobaia é perfeita! Para onde queres me levar?
--Posso mesmo? Vamos atravessar o rio Hudson...
--Jersey City?
--Hum-hum...
--De táxi ou de comboio?
Risos.
--Táxi. Chegamos mais depressa.
--Viste as horas?
--Nem quero ver.
Risos.
--Vens comigo?
--Claro!
--Acho que vais gostar. Preciso retribuir o que fizeste por mim hoje...
--Não precisas nada. - Joy segurou-a pelos ombros e fez com que interrompesse o passo.
--Não é por obrigação. Quero mostrar-te uma coisa...
A timidez na voz e nos olhos de Elena, desarmavam Joy completamente.
--Tu és perigosa...
--Bem inofensiva...táxi. - Elena fez sinal e o carro parou junto ao passeio.
Entraram no táxi, que seguiu para o endereço dado por Elena.
*****
Algum tempo depois...
--E eu simplesmente deixo-me levar. - Disse Joy sorrindo, no momento em que entraram no elevador de um hotel.
Risos.
--Trouxe-te para um lugar especial...
--E podes explicar-me a razão do teu livre trânsito pelo hotel?
Risos.
--Já trabalhei aqui como recepcionista.
--Antes de ser editora?
--Bem antes. Ainda conservo algumas amizades...
--O hotel é lindo.
--Espera até chegares ao telhado...
--O lugar especial?
Elena sorriu. Aquele sorriso que levava Joy para lugares perfeitos.
O rooftop do hotel era uma espécie de lounge miradouro, com telescópios refratores gigantes e estava praticamente vazio. O céu era mais lindo dali e bem mais perto também. Era possível ver estrelas a olho nu, coisa rara em Nova York e o silêncio entrava na alma. Tinha cadeirões espalhados, algumas mesas, um bar com um atendente e apenas mais três pessoas além delas. A iluminação era acolhedora e havia velas grandes, dentro de cubos de vidro, dando ao ambiente um aspecto ainda mais acolhedor.
Joy não cansava de olhar para o céu, que parecia quase ao alcance das suas mãos. E sorria.
Joy aproximou-se da área dos telescópios e Elena dirigiu-se ao bar. Em pouco tempo voltou com duas taças de vinho.
--Estou extasiada! - Disse Joy acariciando o telescópio.
Elena sorriu.
--Eu gosto de ver estrelas. - Disse Elena com a sua célebre timidez.
--Eu adoro ver estrelas. - Joy era mais entusiasta. - Lembra-me a minha infância e boa parte da adolescência. Minhas noites em Dingle em que às escondidas, fugíamos para as falésias e lá do alto, observávamos as estrelas.
--Vamos ver Júpiter? - Elena sugeriu.
Joy olhou para o céu e Elena sorriu.
--Identifiquei apenas a Alpha Centauri.
Elena sorriu e posicionou-se logo atrás de Joy.
--Desvia um pouco para a direita...
--Assim?
--Isso. Agora sobe um pouco... - Elena falava logo atrás de Joy e tinha uma mão colocada sobre a barriga da inglesa, um pouco abaixo dos seios dela. Assim era mais fácil fazer-lhe movimentar como queria. Fácil para ela, pois Joy precisou respirar fundo para não desviar o foco.
--Conseguiste ver? - Elena falava quase dentro do ouvido de Joy. Ela não viu nada além de milhares de pontos brilhantes, mas assentiu.
Subtilmente, a inglesa saiu daquela posição. O terreno era muito perigoso...
--Esse lugar é perfeito para seduzir. - Joy falou embalada pelas estrelas.
Elena ficou vermelha e desviou o olhar.
--Ah, não foi isso que eu quis dizer. Não precisa ficar vermelha.
Sorrisos.
--Eu sei que não queres me seduzir, és tímida demais para isso...
Elena sorriu querendo mudar de assunto, mas sem a menor condição de abrir a boca.
Joy sorriu e parecia querer provocar.
--Quantos namorados já trouxeste para cá?
Elena sobressaltou-se.
--Nenhum. Esse é o meu lugar, venho para cá quando quero esquecer do mundo e viajar para dentro.
O brilho e a transparência no olhar de Elena, deixaram Joy fora de órbita. Mais uma vez.
--Sem medo de parecer doida, inconsequente e extremamente emocional...
Joy parou de falar e respirou profundamente.
--Ninguém está aqui para julgar nada. - Elena olhou intensamente para os olhos de Joy. - Algum problema em ser emocional?
Joy não conseguiu dizer uma única palavra. Aquela mulher conseguia deixá-la num estado completamente novo.
Elena sorriu e afagou-lhe o cabelo.
De repente, tudo parecia fácil.
--Dizias...
Risos.
--Grega...ah mulher...
Risos.
--Eu ia dizer que pode parecer loucura, exagero, mas esse é um dos melhores momentos que já tive nessa vida.
Elena sentiu calor no coração e uma vontade quase incontrolável de abraçar Joy.
--Sabes há quanto tempo eu não paro para ver estrelas? Eu sempre gostei. Sempre foram minha alegria nas noites na Irlanda, quando criança e adolescente. Queria estudá-las...
--Eu também!
Sorrisos trocados.
--Obrigada por me proporcionar esse momento. Obrigada por me relembrar de uma parte de mim, que andava adormecida...
Elena teve vontade de chorar, mas controlou-se. Não fazia sentido...
--Uma parte bastante importante...- Joy suspirou e olhou para longe. Depois de um minuto em silêncio, girou o corpo e ficou de frente para Elena.
Aquele momento tinha algo de sublime...
Elena não media mais as suas palavras e muito menos as suas ações. Tudo parecia leve e apropriado.
-- Agi um bocado sem pensar. Queria apenas que visses as estrelas e em silêncio. Faz-me tão bem...
Elena falava e Joy se encantava.
--Depois pensei que pudesses achar uma tremenda asneira e perda de tempo, mas já era tarde demais...
--Não foi asneira e muito menos perda de tempo. Tu és tão...
Elena suspirou. Joy fez a mesma coisa.
--Olha!
Elena girou o corpo de Joy abruptamente e colou o seu às costas dela.
--O quê?
--Estrela cadente. Feche os olhos e peça um desejo.
Joy obedeceu e Elena também fez a mesma coisa.
Mais um momento de silêncio e contemplação.
--Viste?
--Vi!
Joy permanecia de olhos fechados e certa de que não queria mais nada. Sentia a respiração de Elena nos seus cabelos e sabia que ela sorria de olhos fechados.
Elena, por sua vez, experimentou uma vontade avassaladora de beijar a inglesa. Tanto, que mordeu a boca.
Joy virou, devagar.
Elena precisou desviar o olhar, para não cometer mais um desvario.
--Vamos sentar? Fiquei tonta...
--Vamos, claro.
Sentaram-se num dos cadeirões confortáveis do lounge.
--Estou praticamente sem dormir, cansada e me alimentei muito mal o dia todo.
No impulso, Elena pensou em perguntar porque ela não fora para casa descansar depois da viagem. Mas, perdeu o raciocínio no momento em que Joy deitou a cabeça no seu ombro.
Joy acomodou-se e suspirou.
Elena não pensava...
--Fala-me dos teus sonhos. - Pediu com a voz doce e sonolenta.
--Como assim?
--Fala-me qualquer coisa que quiser, adoro a tua voz... - O tom de Joy, agora além de doce, era sexy.
Elena sorriu e afagou-lhe a cabeça.
Inesperadamente, Joy deitou a cabeça nas pernas de Elena.
Poderia parecer inusitado e causar algum desconforto, mas a sensação era de paz, plenitude.
--Conta-me dos teus sonhos...
--És persistente...
Risos cúmplices.
--Só quando o assunto me interessa.
--Hmmm...
Silêncio com sorrisos.
--Podem parecer tolos...
--Acabei de aprender contigo, que nossa relação não cabe julgamentos.
Elena riu com vontade e acariciou a cabeça de Joy.
--Tenho vários sonhos, alguns não passam de devaneios e outros eu pretendo realizar...
--Hmmm, fala-me desses... - Joy fazia pequenas caricias nos joelhos de Elena.
--Eu escrevo...
--Sim, és editora.
--Sim, sou editora. Mas além de sugerir alterações a livros e muitas vezes reescrever capítulos inteiros de obras que me chegam à editora, eu escrevo...
--Crónicas? Poemas?
Risos.
--Escrevo coisas aleatórias, que às vezes fazem sentido, outras nem tanto... - Elena falava sem se ater ao fato de aquele assunto era guardado a sete chaves. A mãe era a única pessoa, que sabia que ela almejava ser escritora.
--Porque será que tenho a certeza que escreves coisas brilhantes?
Gargalhadas.
--Deve ser efeito do cansaço. A costa oeste é longe.
Gargalhadas felizes.
--Tu és muito engraçada. Gosto disso.
Silêncio.
As caricias, na cabeça de uma e nos joelhos da outra, intensificaram-se.
--Escreves romances?
--Pareço-te capaz de criar histórias de amor?
--Pareces-me capaz de qualquer coisa...
--Hmmm...estou a tentar escrever uma história, mas com grandes oscilações criativas.
--Parece-me normal, ou não?
--Deve ser...
-- Pode ter o seu grau de dificuldade, ainda mais para ti que lês tanta coisa e muitas vezes, obras maravilhosas.
-- Isso mesmo! Sinto que não acrescento nada.
--Duvido!
--Como? Baseada em quê?
--Tu és inteligente, sagaz, muito engraçada, conheces o ramo...
--Hmmm...
--Quantas histórias de amor já viveste?
Gargalhadas altas.
--E o que isso tem a ver com o nosso assunto?
--Como assim? Perdeste a sagacidade?
Risos altos.
--Devo estar cansada e com sono como a senhora.
Risos.
--Queres ir embora?
--Não! Explique-se.
--Grega, acredito que para escrever sobre qualquer coisa, é necessário alguma experiencia na matéria...não?
--Sim, claro.
--Então?
--O quê?
--Porr*, é difícil arrancar-te qualquer coisa.
Gargalhadas altas.
Joy bateu de leve nas pernas de Elena.
--Ai, para. Prefiro as carícias...
--Abusada! Mas tu mandas...
Risos.
--Já percebi que não vais revelar o número de paixões avassaladoras que já viveste. Tudo bem, eu sou paciente...
--E maluca! - Elena interrompeu-a.
Risos.
--Vou comprar o teu livro.
--Ok! Mando um exemplar lá onde estiveres.
--Vou estar na primeira sessão de autógrafos.
Risos altos.
--Doida!
A atmosfera era cada vez mais descontraída.
--Acho que somos ambas jovens aspirantes ao sucesso em Nova York. De repente foi isso que nos atraiu na madrugada do Queens.
Gargalhadas felizes.
--Quem sabe...e qual é o teu sonho?
--Estou contra a parede?
Risos.
--Não! Estás deitada nas minhas pernas.
Gargalhadas.
Joy gem*u e se acomodou mais ainda nas pernas de Elena.
--Revelações...
--E porque não?
--Quero poder viver da minha arte...
--Fotografia?
--Hum-hum.
--Cheguei a pensar que fosse apenas um hobby. Mas quando notei a paixão pela máquina, logo vi que era mais que mera diversão.
--Eu não disse que ela é sagaz.
Risos altos.
--Começou como hobby, mas sou completamente apaixonada.
--Se eu tomar como base a foto que recebi no meu escritório...
--Hmmm, o que dirias?
--Que és uma fotógrafa com um olho incrível e que captas emoções, que alguém comum jamais conseguiria.
A sinceridade de Elena comoveu Joy.
--Nova York e o mundo vão render-se às lentes da Joy.
Elena experimentou algo novo que lhe fez brotar um sorriso luminoso na face.
Joy, por alguma razão, soube que aquela mulher era um presente.
Os pensamentos de Elena vagaram. A mente criativa explodiu em possibilidades, e viu novos rumos para seu romance. Afinal, sempre existia um mar de possibilidades...
Minutos depois de um silêncio nada constrangedor...
--Hey inglesa, perdeste a educação?
Elena brincou, ao perceber que Joy não respondia às suas perguntas.
Ainda sem resposta, inclinou o corpo sobre o dela e notou que ela adormecera. Profundamente. Nas suas pernas como se fosse natural. E de repente, tudo era natural.
Elena aproveitou para perscrutar aquele rosto lindo. De olhos fechados, o formato dos olhos era ainda mais bonito. O nariz e a boca formavam um conjunto harmonioso e muito sexy.
Elena teve vontade de acariciar-lhe a face, contornar as curvas do rosto lindo, mas limitou-se a usar os olhos. Era mais prudente.
Joy dormia profundamente e continuava agarrada às pernas de Elena.
Ela sorriu. Gem*u e riu baixinho.
--Estou feliz e completamente doida.
*****
Elena despertou sem saber onde estava. Olhou para os lados e com os olhos mais abertos, percebeu que ainda estava no rooftop do hotel em Jersey City. Esfregou os olhos e olhou para as pernas que estavam pesadas. Joy dormia profundamente.
Sorriu. Não estava a acreditar que aquilo tinha realmente acontecido. Amanhecia e era um dia de trabalho. Precisaria agir depressa para não se atrasar, para os compromissos profissionais.
Alongou os braços em direção ao céu e gem*u. Preguiça boa. Queria uma cama...
Precisava acordar Joy. Era imperativo voltar para casa, tomar um banho longo e encarar o dia. Tudo seria fácil. Depois daquela noite, tudo seria mais fácil.
Sorriu e acariciou levemente o rosto de Joy. Ela não se mexeu. Precisava acordá-la. Fez alguns círculos na cabeça dela e depois resolveu chamar-lhe diretamente já que nada mais funcionava.
--Joy...
--Hmmm...
--Acorda. Já vai amanhecer e precisamos voltar para casa. - Disse de forma carinhosa e com a boca colada ao ouvido dela.
Joy abriu os olhos. Também parecia não saber onde estava.
De repente e de forma abrupta, sentou-se no cadeirão. Olhou para Elena com uma expressão estranha.
--Vamos embora! - Disse convicta.
--Vamos!
O clima agora era pesado. Elas pareciam estranhas, ou melhor, Joy agia de forma estranha e Elena limitava-se a acompanhar.
Dentro do táxi, Elena perguntou o endereço de Joy e ela respondeu sem desviar o olhar da rua. Parecia ligada ao automático.
A viagem de volta ao Queens, só não decorreu no mais completo silêncio, porque o sistema de som do veículo estava ligado e era possível apreciar música.
Bootstraps cantava Whenever you´re around e cada uma seguia presa aos próprios pensamentos.
A magia esvanecera...
*****
No Astoria...
--Estás entregue! - Disse Elena assim que desceram do táxi.
--E porque viemos para a minha rua e não para a tua?
--Porque estás cansada e também, porque eu queria saber onde moras.
Risos.
--Não era mais fácil perguntar? - Joy parecia estar novamente sob o efeito da magia.
Elena sorriu de forma provocante.
--Era, mas eu prefiro sempre a originalidade.
Joy bateu a cabeça, mordeu o lábio e sorriu.
Olhou com calma para Elena e depois para a rua.
--Precisas trabalhar daqui a pouco e ainda perdes tempo comigo...
--Eu que te levei a Jersey City... - A timidez no olhar de Elena era um encanto impossível de resistir.
Joy suspirou e pareceu ponderar antes de dizer a frase seguinte.
--Eu adorei. Já disse, mas reitero, foi das melhores coisas que já me aconteceram na vida.
A magia voltara.
Elena aproximou-se dela. Segurou-lhe as mãos entre as suas e encarou-a com um olhar penetrante e ao mesmo tempo carregado de doçura.
--Porque de repente ficaste estranha? Na defensiva?
Joy respirou profundamente e encarou Elena.
--Não costumo agir por impulso. Fui educada para ser cerebral, treinada para ser firme nas minhas decisões...
Seus lábios tremiam, e as mãos também.
--Mas isso foi na tua outra vida... - A simplicidade daquela mulher minava todas as forças de Joy.
Abraçou Elena, que retribuiu sem qualquer ressalva.
--Tens razão, tens toda a razão. - Joy falava e se acomodava no abraço de Elena.
--Esquece um pouco a tua outra vida...
--Achas mesmo que eu consigo lembrar de alguma coisa da minha outra vida? Nesse momento?
Elena decidiu ousar. Joy sempre lhe dava toda a munição necessária.
--E nesse momento, nessa vida, há alguma coisa que queiras fazer?
Elena sabia ser sexy como ninguém.
O mundo explodia em magia.
Joy beijou-a com uma ânsia visceral. Elas queriam a mesma coisa. Ansiavam por aquele clímax.
O beijo era intenso e terno. Exploratório e mágico. Sorriam e riam, com as bocas explorando prazeres intensos. Olhavam-se por segundos e perdiam-se novamente na dança das línguas.
--Pensei que nunca mais fosses beijar a minha boca... - Disse Elena num dos momentos que parou para buscar ar.
Joy riu e voltou a beijar-lhe com sofreguidão.
--Não sabia que querias tanto. - Provocou.
--Desde o minuto que me surpreendeste à saída do trabalho.
--E que quase fui derrubada no meio da rua.
Risos.
--Adorei a forma inusitada com a qual fui recebida. -Joy riu muito.
--Eu gosto dessa dinâmica diferente...- Elena beijou-lhe o pescoço, provocando arrepios pelo corpo todo.
--Porque demoraste tanto para saciar o teu desejo? - Joy provocou entre um beijo e outro.
--Qual deles? - Elena era uma adversária à altura.
--Grega! Não eras tímida?
Gargalhadas e Elena muito vermelha.
Joy a apertou nos seus braços, enquanto beijava-lhe o colo.
--Eu gosto disso...ah como eu gosto de tudo isso! - Gritou a inglesa.
Elena encarou-a de forma desafiadora e sexy, naquela dosagem que era fatal.
--Se o desejo a que referias era de beijar-te, resisti porque queria que tu me beijasses.
O olhar tímido e ao mesmo tempo carregado de ousadia...
Joy sorriu e soube que estava perdida, ou então, que se encontrara...
--Precisava saber se tinhas gostado...
Joy empurrou-lhe contra a parede com a sua boca colada à dela. Não lhe permitiu concluir a frase, tamanha era a urgência em saborear aquela boca e deixar claro que não pensava e não queria mais nada.
Tremiam, arfavam e queriam mais. Os corpos colados buscavam-se. As mãos deslizavam e paravam nas curvas arrancando suspiros. O desejo gritava e as bocas explodiam num prazer intenso e exigente.
Amanhecia...
--Joy... - Elena tentou falar.
--Shhhh...não digas nada.
A viagem seguiu por mais alguns minutos, até que Elena percebeu que não tinha mais tempo...pelo menos não naquele momento.
--Preciso ir...
--Para onde?
Elena sorriu e revirou os olhos.
--Para a minha casa...
--Estás certa disso?
Elena tremeu dos pés à cabeça. O olhar de Joy despertou desejos, que nem ela sabia que guardava. Jamais se sentira assim...jamais.
Ainda restava um pouco de sanidade...
Reverteu a posição e colocou Joy contra a parede.
--Trabalho daqui a pouco, sua doida. Somos duas malucas.
--Aham...
Risos com beijos rápidos.
--Vou embora! - Beijou-lhe rapidamente e correu. Literalmente.
Joy permaneceu estática e sorrindo.
--Nunca fui tão doida em toda a minha vida. - Gritou Elena antes de virar a esquina.
Era possível ouvir a sua gargalhada ecoando pela rua.
--E eu tão feliz. - Sorriu. - Essa é a melhor vida que alguma vez vivi.
De olhos fechados, Joy deixou-se ficar encostada à parede.
Fim do capítulo
Olá pessoas J
Este capitulo foi escrito em dois momentos. No primeiro eu estava com cólicas absurdas e muita dor no braço. No segundo, que foi a parte final, estava meio high depois de duas taças de vinho ao almoço. Não sei se está bom, ou não, mas foi o que deu para fazer.
Gente, não sei se já disse por aqui que trabalho como consultora independente, logo, não tenho salário fixo. Preciso correr atrás e como rsrs. Consegui um trabalho novo (graças a Deus porque os tempos são difíceis) e que vai exigir bastante de mim e das minhas mãozinhas já fragilizadas. Isso tudo para dizer que provavelmente não vou atualizar a história como gostaria. Farei o meu melhor e não esqueçam a Elena e a Joy se por acaso eu sumir por uns tempos ;)
Abraço e boa semana.
Nadine
Comentar este capítulo:
Sione
Em: 14/01/2024
Elena e Joy estão finalmente entrando nos trilhos rsrsrs.
Não se preocupe moça, o que você fez foi melhor do que imagina, e leve o tempo que desejar, saiba que estarei por aqui.
Sione
Em: 18/01/2024
Mais não me respondestes, onde busca esses nomes para suas criações
Nahima, yanoula (acho que é assim que se escreve), Joy, em fim, são tantos nomes
Amooooo!!!!!
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kasvattaja Forty-Nine
Em: 12/06/2020
Ola! Tudo bem?
Independentemente dos momentos em que você escreveu o capítulo ele está bom. Todos os seus textos na verdade são bem elaborados.
E falando em textos bons, li ''A Arte Da Vida'' em algum site perdido na net e acredito que ele é um texto seu. Se for, por que você não o atualiza por aqui?
É isso!
Resposta do autor:
Rsrsrsrs A arte da vida é minha primeira aventura exposta na internet. Em algum momento eu o edito e posto no Lettera. Quando a tendinite der tregua, com certeza.
Muito obrigada. Bj
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Veka
Em: 09/06/2020
Oi oi!
Hey, Naná! Como está a senhorita?
Adoro essa calmaria que a senhora nos embala antes da tempestade. Começa com um "Vou para onde quiseres...", rola umas possíveis lambuzadas no meio e ficamos aqui embevecidas nesse mar de possibilidades, que essa linda autora nos embala.
"E então, temos que aproveitar o momento quando ele acontece"... Sabias palavras....
Ahhh... telescópio... curtir um céu estrelado é tudo e poder vislumbrar alguns astros mais de perto é incrível....
“Esse é o meu lugar” .... Ai como eu te entendo Leninha.....
Quando Joy ficou tensa, pensei: “Agora desandou”, mas a senhorita nos deu mais leveza e um belo calor ao final do capítulo!
Já tô tensa para o próximo.
Beijos, linda! E muito obrigada!
Veka
Resposta do autor:
Naná está sobrevivendo rsrsrs
Parece que queres que as coisas desandem rsrssrsrs, calma kkkkk. Olha que sou surpreendente...e mais não digo.
Muito obrigada. Bj
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Brescia
Em: 01/06/2020
Boa tarde mocinha.
Por que resistir, se o querem é deixar o coração flutuar, não pensar no amanhã e saborear tudo que os corpos ardem de desejo e como um imã se fundem em beijos apaixonados. Lindo e emocionante.
Baci piccola.
Resposta do autor:
Muito obrigada.
Bj
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brunafinzicontini
Em: 01/06/2020
Vi agora que a "NovaAqui" se lembrou da poesia de Olavo Bilac. Também pensei nela, colega - é uma das poucas que sei de cor e uma de minhas preferidas. Feliz lembrança. Parabéns!
Você vê, Nadine, que esse capítulo, de tão lindo, despertou muita coisa boa em nós - trouxe à tona nosso lado poético.
Beijos,
Bruna
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brunafinzicontini
Em: 01/06/2020
Que lindo capítulo! Cheio de momentos de ternura! Que sensação boa... As duas "se abrindo" cada vez mais e cada vez mais encontrando pontos comuns em sua identidade. Essas duas almas se completam.
Que bonito o amor que Joy demonstra pelo irmão!
Tudo mais que perfeito, querida Nadine! Apenas fiquei com certo receio no momento em que Joy despertou um pouco estranha... Felizmente, tudo voltou à magia anterior, terminando de forma simplesmente deliciosa.
Que programa fascinante para uma noite em New York! A inglesa fez as escolhas perfeitas, mas Elena foi quem encerrou com chave de ouro. Ideia mais genial - olhar estrelas! Para mim, pelo menos, particularmente, foi de um encanto especial: sempre adorei contemplar o céu e sempre fui à caça das "estrelas cadentes" - esses meteoros errantes que nos brindam de vez em quando com seus shows tão fugazes quanto hipnotizantes.
Mas hipnotizada de verdade fiquei eu, com esse final... Paralisada, encantada com tudo, junto com Joy, enquanto Elena virava aquela esquina.
Querida Nadine:
Primeiro - você já provou que pode escrever em qualquer situação: sua escrita é sempre um primor que nos encanta a todas! Apenas lamento muito que tenha que fazê-lo, às vezes, sentindo dores. Queria muito que essa dor partisse de uma vez. Prefiro que esteja um pouco high, saboreando um vinho...
Segundo - não imagina como fiquei feliz ao saber que resolveu, mais uma vez, como sempre faz vitoriosamente, o problema financeiro: um novo trabalho lhe dará a tranquilidade que merece. Embora lhe roube tempo, permitirá uma paz que a deixe escrever ao seu gosto, manifestando o talento que Deus lhe deu. Será muito bom quando a própria escrita lhe permitir a estabilidade econômica... Deus assim permita!
Beijos,
Bruna
Resposta do autor:
Aos poucos vamos descobrindo nuances da personalidade dos personagens...essa é a melhor parte para quem esccreve, para mim, pelo menos rsrs
Bruna, nao sei o que é estar sem dor no punho há largos meses. Se fosse sensata, estaria quieta no meu canto. Mas rsrsrs, nao gosto muito de pensar nisso, mas essa história provavelmente sofrerá com isso...enfim, sigamos como dá.
Muito obrigada. Bj
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Carmen
Em: 01/06/2020
Oi moça!
Eu sempre fico impressionada como vc tantas vezes fica em dúvida sobre a qualidade de um capítulo e geralmente, ele é fantástico!
Que capítulo lindo! Sensível, romântico. Li todo ele com um sorriso nos lábios. Eu amo que em todas as suas histórias você constrói cada história de amor, tijolinho por tijolinho, sem grandes ateopelos! É lindo e inspirador e por isso amo todas as tuas histórias!
Te desejo boa sorte em seu novo trabalho, torço para que fique bem ( vc é muito judiada com essas dores, affff) e que sua ausência não seja tão grande ou constante, pq precisamos dessa dose de felicidade especialmente nos tempos que estamos vivendo (e sou ansiosa).
Ahhhhh, que bom que provavelmente o "Lars feelings" foi uma impressão errada já que a autora não vai maltratar a gente assim, embora o tal pai já me faça vislumbrar problemas futuros pra relação delas...mas tomara que demore.
Bjs e ótima semana!
Resposta do autor:
Construir coisas devagar é o mote da minha vida, e inevitavelmente minhas criações "sofrem" com isso rsrsrsrs
Dores cada vez mais fortes e parei a fisioterapia com receio do corona, enfim...mas vai dar tudo certo.
Lars rsrsrsrs, nao, mas quem sabe que desafios andam por essa mente...quem sabe rsrsrs
Muito obrigada. Bj
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Vanderly
Em: 01/06/2020
Olá Nadine, tudo bem!
Que capítulo incrível! Amei!
Espero que fiques boa logo. E te desejo sucesso no teu novo trabalho.
Bom, não vou esquecer pois a tua história assim como tú és uma das minhas favoritas, então assim que postar um capítulo novo vou estar recebendo um aviso.
Até breve querida.
Beijos â¤ï¸!
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Vanderly
Em: 01/06/2020
Olá Nadine, tudo bem!
Que capítulo incrível! Amei!
Espero que fiques boa logo. E te desejo sucesso no teu novo trabalho.
Bom, não vou esquecer pois a tua história assim como tú és uma das minhas favoritas, então assim que postar um capítulo novo vou estar recebendo um aviso.
Até breve querida.
Beijos â¤ï¸!
Resposta do autor:
Muito obrigada :)
Bj
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Lii37
Em: 01/06/2020
A Joy veio p despertar uma Elena até então adormecida! E, despertou mui faminta! Kkkk
É lindo a forma como elas se encantam, sabe, a aquela conquista, sedução natural!! mui natural.
Elas estão vivas!! Vivissimas!! Deu até de imaginar a gargalhada de Elena ao ir embora. Tamanha a felicidade!! Parabéns, Nadine!!
Fica bem!! Tá bom...te dou esse tempo! Kkkkk brincadeira.
Como apaixonada por vc é suas histórias... Espero o tempo que for preciso!!
Bjs linda!!
Lii
Resposta do autor:
Muitissimo obrigada :)
Bj
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NovaAqui
Em: 31/05/2020
O capítulo foi lindo demais!
Via Láctea
Olavo Bilac
Ora, direis, ouvir estrelas, certoPerdeste o senso; e eu vos direi, no entanto
Que, para ouvi-las, muitas vezes desperto
E abro as janelas, pálido de espanto
E conversamos toda a noite, enquanto
A via-láctea, como um pálio aberto
Cintila; e, ao vir do Sol, saudoso e em pranto
Inda as procuro pelo céu deserto
Direis agora: Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?
E eu vos direi: Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas
LVY
Abraços fraternos procês aí 🌻â¤ï¸ðŸ¥°ðŸ˜˜
Resposta do autor:
:)
Muito obrigada. Adorei o poema.
Bj
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Nadine Helgenberger Em: 18/01/2024 Autora da história
Obrigada. Bjs