Capitulo 10
Capitulo 10 - E se...
--Eu sei Myk, estou bastante atrasada, mas se eu não tivesse dormido meia hora, não conseguiria encarar o dia que me espera.
Elena sorriu, enquanto andava às voltas pelo quarto, tentando encontrar uma roupa apropriada para a reunião que teria mais tarde. Se fosse sozinha, escolheria qualquer roupa e estaria bem. Mas, iria com a Brigitte e ela era bastante exigente nessas coisas.
--Ah, um dia ainda me liberto daquela chata. Calma Myk, não será por agora. Mas um dia eu vou para outros rumos. Preciso de música ou não saio daqui.
Pulando, dirigiu-se à sala e acionou uma playlist qualquer. Colocou comida para o gato, serviu-se de uma chávena de café e em seguida, olhando pela janela, deixou-se embalar ao som de Easy de Dani Leigh.
Sorrindo e de olhos fechados, viajou para momentos que de tão perfeitos pareciam um filme.
Olhou pela janela e teve vontade de sair correndo atrás da inglesa.
--Agora sei onde ela mora, Myk.
Soltou uma gargalhada e mordeu a boca.
Sentia-se um pouco doida, mas não estava minimamente preocupada. Pela primeira vez na sua vida de adulta, não queria racionalizar nada.
Escolheu uma roupa que além de muito profissional, a deixava bastante atraente.
--Deseja-me sorte, Myk. Hoje o dia promete!
Afagou o gato, que miou levantando a orelha.
--Esqueci o perfume. Obrigada, gato!
Saiu de casa cantarolando e pronta para encarar os desafios do dia.
*****
Elena olhava fixamente para o telefone, quando Milanka apareceu na porta da sua sala.
--Ah, até que enfim. Mudaste de apartamento e não me comunicaste?
Risos.
--Olha o exagero...
--Ontem não íamos ao studio de pilates?
--Era ontem? Desculpa Milla... - Elena fez ar de pesar. Milanka riu alto.
--Claro que não, sua doida. Só estava a testar a tua capacidade de raciocínio. Aquela que sempre tão bem te caracterizou.
Risos.
--E essa cara?
--De quem não dormiu quase nada?
--Ahhhhh...
--Milanka, pelo amor que tens ao teu trabalho, seja discreta.
--Como se estás com esse ar resplandecente e ainda fazes mistério?
Risos.
--Cara de sono...
--Muito sex*, Troia?
Gargalhadas.
--Pelo amor de Deus. - Elena fingiu-se brava.
--Almoças comigo e não aceito outra possibilidade.
--Sim senhora! Mas tenho uma reunião com a nossa adorável chefe às 16:30 e ainda não preparei nada.
--Ah, Troia. Tu és um génio. Já sabes de frente para trás e vice-versa, o que dizer nessa bendita reunião. Às 13, no lugar de sempre.
--Sim senhora!
--E com todos os detalhes.
Risos.
*****
Elena e Milanka almoçavam no restaurante perto do escritório, e o assunto que deveria ser a noite misteriosa da Grega, de repente, era a complicada vida da irmã de Milanka.
--Não se envolva além do saudável...
--E como sabemos que ultrapassamos o limite, quando a pessoa é da nossa família? Quando a pessoa é tudo que nos resta na vida?
Elena afagou as mãos da amiga, que estava visivelmente abatida.
--Ei, Troia. O foco da conversa precisa ser desviado.
Risos.
--Sabes que sou discreta, se não perguntas...
--Ah meu Deus, como é que eu lido com isso? Ah, apenas um reparo, tu estás deslumbrante.
Gargalhadas.
--E tu estás avassaladora. Qual é o programa depois das 18hs?
--Beber uns copos com amigos no Harlem...
--Ei, e o Ethan?
Longo suspiro de Milanka.
--Estou reavaliando se vale a pena...
--Não entendi!
--Ele é bom demais, íntegro demais para lidar com essa pessoa cheia de complicações e que de brinde, tem uma irmã completamente desorientada.
--Não seria melhor ele decidir o que quer da vida e se o que chamas de fardo é pesado demais para as suas costas?
--Ah Troia...
--Milanka, parecias tão bem...
--Eu estou bem. O Ethan trata-me muito bem, e temos uma cumplicidade incrível...
--Então?
--É mais fácil lidar com meus relacionamentos de uma semana, em que ninguém se fere, porque todos sabem exatamente o que querem.
--Eu não concordo com nada disso, mas não tenho por habito met*r na vida de gente adulta.
--Na minha, tu podes e deves.
--Liga para o Ethan e deixa de ser idiota. É uma ordem!
Risos.
--Prometo que vou ligar. Acreditas que estou com saudades dele?
--Claro que sim! Perdi a conta dos suspiros e sorrisos sem motivo aparente.
Risos.
--Vou falar com ele. Estou com saudades da leveza e daquele poço de conhecimento. Ele é muito doce sem ser chato, e tem um quê de lorde que me encanta.
Sorrisos.
--E por falar em lorde, conta-me da noite com a inglesa.
--E como sabes que passei a noite com a inglesa?
Gargalhadas altas.
--Troia, desde que conheceste essa mulher, tem um sorriso permanente nesse rosto, que é sinónimo de Joy.
Elena sorriu e revirou os olhos.
--Ela apareceu ontem sem avisar e me levou para um concerto e depois jantámos...
--Meu Deus, essa sabe bem fazer as coisas...
--Ah sabe...
Risos.
--E o que é exatamente isso tudo que está a acontecer?
--Não faço a mínima ideia...
--Quem me dera ter a tua calma e paciência.
--Ah meu bem, não se iluda. Há um turbilhão aqui dentro...
--Mas tu não crias expectativas. Isso para mim é sinónimo de maturidade...
--Eu diria que é medo e muita necessidade de ter o controlo de tudo.
--Por isso não mergulhas de cabeça?
--Não...ou perderia o leme...
--Hmmm, e esse sorriso? Estás linda, Troia.
Risos.
--Estou bem. É paradoxal que uma pessoa tão controladora, esteja bem numa situação completamente nova e inusitada.
--E tu estás bem. Eu digo mais, tu estás muito bem!
Risos.
--Conta-me tudo!
--Levei-a para ver as estrelas no House in...
Milanka abriu a boca e não disfarçou o espanto.
--Mas tu não levas ninguém para lá. É o teu recanto, teu refúgio para recarregar as baterias.
--Pois, quando percebi já estávamos no rooftop do House in. Ela encantada com as estrelas e eu encantada com ela.
--Se essa mulher gostar dessas coisas, a essa hora ela deve estar doida de vontade de te ver.
Risos.
--Ela já te ligou? Mais uma sessão, estrelas na madrugada?
Gargalhadas.
--Ela não tem meu número...
--Ah não! Ainda persiste essa falta de atitude?
--Calma! Eu tenho o número dela. Ela fez questão de registrá-lo no meu telefone.
--Adoro essa inglesa. Mulher de atitude.
Risos.
--Liga logo para essa mulher.
Risos.
--Eu vou ligar. Acho que estou viciada naquele sorriso, no sotaque...
--Estás viciada nela!
Risos.
Apesar de o momento ser de descontração, Elena notou alguma inquietação no olhar da amiga. Esse instante, captou a sua atenção, já que Milanka não era exatamente uma pessoa de muitos conjecturas.
--Já deveríamos estar na rua, com a cara virada para a EWO, mas, eu vejo algo nesse olhar...
Risos.
--Tu és muito rápida...
--O que foi?
--Sabes que sou a última pessoa na face da terra, que julgaria qualquer situação...
--Hum-hum...
--Ah, Troia, não estás a fugir um pouco do teu modo de agir? Sempre te defini como uma mulher cautelosa, às vezes até demais...
Elena sorriu e brincou com a borda da taça de vinho.
-- Perdi a conta das vezes que me chamaste chata e controladora.
--Sim! Eu sempre achei e acho um desperdício uma mulher linda, e tão interessante como tu, viver aqueles namoros sem graça, quando poderia viver loucuras de muito prazer.
--Mas, se mudo um pouco, não seria o ideal? Deverias estar feliz, ou não?
--Eu estou feliz..., mas também levemente preocupada.
Risos.
--Eu não sei lidar com essa Elena. Não sei o que esperar.
--Hmmm... - Elena entendia a preocupação da amiga, mas não resistia à dinâmica que a inglesa provocava na sua vida.
--Pareces transbordar. Teus olhos têm tanta luz, o teu sorriso parece que ilumina toda a costa leste.
--Exagerada!
Risos altos.
--Troia, vá com calma...tu não conheces a Joy.
Elena ficou séria e o coração bateu com mais vigor.
--E ela é uma mulher...
--E?
--O problema não é ela ser mulher. Eu sei que isso não é uma questão para ti, ou pelo menos é o que sempre me mostraste.
--Não é uma questão, mas sei que pode ser bem complexo. Não me importa se é uma mulher ou um homem de 60 anos, o que realmente me interessa é se faz bater o meu coração, se me acende a alma, se me faz rir, se me deixa leve...
Milanka sorriu.
--Ela me deixa nas nuvens e sem vontade de voltar para o solo.
Risos.
--Que inglesa poderosa!
Risos.
--Mas não te preocupes, eu não estou doida e nem vou mergulhar em águas escuras...
--Desde quando uma doida como eu, tem conselho para dar?
Risos.
--És minha amiga.
--Gosto tanto de ti, Troia. Eu sei que não ias deixar de ser cautelosa em tão pouco tempo.
Elena sorriu ao mesmo tempo que se perguntava, em que momento esquecera o significado da palavra cautela.
--Preciso voltar. Reunião daqui a pouco com a Brigitte e minha intuição está gritando que vou me irritar.
--Ah, mas não é difícil. Pelo menos, depois da reunião chata há sempre a possibilidade de viajares nas nuvens.
Risos.
--Quando souberes o que queres da inglesa, gostaria muito de conhecê-la. Adoro um sotaque inglês.
Risos.
--Ela é encantadora.
--E olha que ainda nem viste muita coisa...ou viste?
--Ah cala a boca!
Risos.
--Eu também quero conhecer o Ethan, porque como é obvio, vais ligar para ele e reacender esse romance que te faz tão bem.
--Com esse olhar, me convences de qualquer coisa.
Saíram do restaurante rindo, completamente descontraídas.
*****
Elena já tinha tudo anotado para a reunião que seria dentro de meia hora. A chefe estava mais do que animada com aquele encontro a 4, mas ela, como sempre, preferia ser cautelosa. De repente teve vontade de rir e fê-lo. Sempre fora cautelosa na vida, a tal ponto da própria mãe a criticar. Às vezes, poucas vezes para ser bem franca, sentia que exagerava na prudência. Preferia o morno dos dias comuns e previsíveis, ao calor do inesperado. Sempre fora assim, desde criança. E não tinha nada a ver com a criação, era dela mesmo. Tinha medo de ousar e se frustrar, mas isso não fazia dela uma pessoa sem graça. Apenas era meticulosa demais, mas raramente permitia que essa característica estragasse as suas relações. Até então, tinha conhecido pessoas que a aceitavam como era e tudo fluía bem. Não soube definir porquê, mas de repente fazia uma análise da sua vida amorosa. Concluiu que Milanka estava certa.
Suspirou profundamente e olhou para o telefone.
Cautela para quê? Sorriu e procurou o número que Joy anotara.
"Hey inglesa, o que fazes? Grega"
Olhou para a tela algumas vezes antes de premir enviar. Suspendeu o fluxo de ar nos pulmões e enviou o texto. As mãos tremiam.
--Que exagero, Elena. Que exagero! - Repreendeu-se.
Um minuto depois o telefone tocou. O susto foi tamanho que o telefone quase foi ao chão. O nome Joy na tela do telefone, parecia cravejado de diamantes cintilantes. Levou a mão ao cabelo antes de atender.
--Aló!
--Ah, estava a ponto de lançar um alerta de pessoa desaparecida.
Risos.
--Tudo bem? Conseguiste chegar ao trabalho a horas decentes?
Elena demorou a concatenar as ideias. A voz de Joy ao telefone parecia um sussurro.
--Elena? Será que não és tu? Mas eu só conheço uma grega que me chama inglesa.
Risos.
--Sou eu e estou bem. Cheguei atrasada, mas minha cabeça continua no lugar.
Risos.
--Tens 15 minutos livres?
Não tinha, mas nem cogitou exprimir tal fato.
--Tenho! O que tens em mente?
--Estou a fotografar no The Vessel e agora consegui uma pausa de meia hora para mudarem o cenário e descanso do pessoal. Preciso de um café e queria poder saboreá-lo na melhor companhia.
Risos.
--Sempre cheia de charme...
--Nem por isso. É apenas vontade de rir contigo, mesmo que seja a correr...
Elena suspirou. Joy tinha o dom de desarmá-la.
--10 minutos!
--Até dois. Onde?
--No café ao lado da torre 4 do complexo onde trabalho. Consegues chegar em 5 minutos?
--Já estou a caminho. Prometo não roubar mais de 10 minutos.
Sorriram.
--Até daqui a pouco.
--Tchau.
*****
Elena entrou no café quase correndo e percorreu o lugar com os olhos. Joy não podia atrasar-se, ou não seria possível aquele café relâmpago. Nada dela. Experimentou uma certa aflição na altura do estômago. Levou as mãos abaixo dos seios e respirou profundamente.
--Oi, desculpa o ligeiro atraso, mas sabes como é o trânsito nessa cidade.
Elena virou de repente e não conseguiu disfarçar sua alegria. Abriu seu melhor sorriso e foi recompensada com um abraço carregado de afeto.
E lá estavam elas, abraçadas e de olhos fechados a meio de uma tarde movimentada, num café qualquer no centro de Manhattan.
--Podemos beber o café lá fora?
--Claro que sim.
Joy pediu dois lattes e saíram para a rua.
--Já começa a esfriar...
Conversa aleatória. Joy parecia tão nervosa quanto Elena.
--Sim, e só vai piorar daqui para a frente. Mas tu vens de Londres...
Risos.
--Gosto de Nova York no outono. Sempre gostei...
--Vens sempre para cá? Refiro-me a viagens de férias ou a trabalho.
--Eu estudei na universidade de Chelsea.
--Sim?
--Aham. Áureos anos de estudante inglesa em Nova York.
Risos.
--Poderíamos ter cruzado por aí...
--Estou convicta que nosso encontro deu-se na melhor altura...
Elena concordou batendo a cabeça.
Caminhavam lado a lado pela rua, sem destino certo.
--Temos tempo para sentar um pouco?
--Não sei se temos, mas eu tenho.
Não tinha, mas e a cautela por onde andaria?
Gargalhadas.
Joy puxou-a pelo braço e sentaram-se numa praça.
--Conheço um restaurante maravilhoso no Bronx. Tenho a certeza que vais adorar a culinária mediterrânea de lá. Preferes almoços ou jantares?
Elena sorriu escancaradamente. A vontade de dizer que preferia qualquer coisa com ela, dessa vez foi vencida pela prudência.
--Jantar é melhor. Almoços nem sempre são possíveis na loucura que é a minha editora.
Joy sorriu e posicionou a camera perto da face de Elena.
--Ah não...
Elena fez graça e Joy puxou-lhe a mão do rosto. Aquilo pareceu uma carícia, tanto que Elena limitou-se a sorrir e deixar-se fotografar.
--Outono em Nova York, e a beleza estonteante de uma grega tímida e irresistível.
Gargalhadas altas.
--O que fazes com essa camera?
--Meu bem, sou fotografa e estou a meio de um trabalho.
Risos. Os clicks não paravam.
--Eu cobro para posar.
Risos.
--Pago até um milhão.
--Doida!
Joy aproximou-se dela e sorrindo tirou uma selfie das duas.
--Eu quero ver essas fotos.
--Vais ver, mas não agora.
--Sim senhora!
Joy riu alto.
--Pretendo me deleitar hoje à noite no processo de revelação.
Elena sentiu algo estranho no peito, mas não deu importância.
--E o Zayco?
Foi a vez de Joy sorrir escancaradamente. Ela teve uma vontade súbita de abraçar a grega, mas limitou-se a apertar a camera nas mãos.
--Ele está bem. Já se comporta melhor e está mais adaptado ao lar que o deixo sempre que viajo.
Sorrisos.
--E o trabalho no The Vessel?
--Ah, magnifico. Cansativo, mas gratificante. Devo ficar lá algumas boas horas ainda.
Horas. Palavra chave.
Elena olhou as horas e pulou do banco.
--Preciso ir. Mais do que atrasada...perdi a noção...
Joy ficou de pé e segurou as mãos dela entre as suas.
--Desculpa, acho que exagerei...
--Não! Eu adorei. Convida-me sempre que quiseres para breaks a meio da tarde.
--Queria muito te ver...
--Eu também. Jantamos amanhã no lugar que vou adorar.
Risos felizes.
--Com certeza. Depois mostro-te as fotos.
--Preciso ir ou perco a cabeça.
A frase tinha duplo sentido.
--Vá. Corra. Seria um pecado perderes essa cabeça linda.
Risos.
Elena beijou-lhe as mãos apressadamente e já girava o corpo quando foi abraçada.
--Obrigada pelos minutos. Agora meu trabalho vai fluir melhor. - Joy falou com a boca colada no ouvido de Elena. Ela tremeu da cabeça aos pés.
--Tchau. Até amanhã.
Elena correu. As pernas pareciam pesar toneladas, mas ela correu dali. Estava atrasada para a reunião. Estava sentindo coisas que não entendia. Estava com borbulhas no estômago. Estava feliz.
*****
Fim de reunião. Não aquela agendada, planeada e prevista. Fim de uma reunião de última hora que durou mais de duas horas.
Elena estava esgotada. Chegara na primeira reunião em cima da hora, fato que não a agradava. Mas nem se ateve a esse fato, já que a alegria que sentia não dava espaço a mais nada. A primeira reunião correra até melhor do que previra. Algum jogo de ego e arrogância por parte da chefe e do escritor, mas nada que ela já não soubesse lidar.
Mas, agora, mais de 9 da noite e ainda longe de casa, estava frustrada. A última reunião tinha sido para discutir uma estratégia de trazer um escritor famosíssimo para a editora, e concluiu-se ser necessária uma viagem a Seattle. E lá ia ela nas primeiras horas do dia seguinte rumo a Seattle e na melhor companhia, Brigitte. Claro que fazia uso da boa e velha ironia.
Quase dois dias em Seattle. Tinha que organizar muitas coisas em poucas horas. Precisava dormir para ter discernimento. Sorriu ao lembrar do motivo de não ter dormido quase nada na noite anterior.
--Ainda bem que apareceste para um café... - Falou em voz alta, enquanto tentava ligar para Milanka. Ela precisava saber da viagem para poder alimentar seus bichos.
De repente perdeu-se em devaneios. Mais frustração. Não teria o jantar com Joy.
--porr*! - Sobressaltou-se ao esbravejar em voz alta. - Calma, Elena. Calma.
Riu de si mesma.
Milanka não atendeu. Mas tinha tempo ainda para falar com ela e sempre tinha as mensagens. Milanka tinha as chaves do seu apartamento.
Deixou o complexo de arranha céus onde trabalhava e embora precisasse voltar para casa às pressas, ainda teve tempo para andar um pouco pela avenida. A noite estava linda. Estava com vontades loucas. Queria ligar para Joy, pois tinha a sensação que a voz dela a deixaria animada para arrumar a mala, terminar uma proposta que Brigitte solicitara e...
--Estou perdendo o juízo. Ela está a trabalhar e tu vais para casa Elena, nunca precisaste de nada disso para seguir com a tua rotina.
Andando com passos firmes, seguiu para a estação de metro.
*****
Cansaço mental. Era isso que definia Elena, após a última reunião com a chefe e a equipa do famoso escritor. Á partida tudo tinha corrido às mil maravilhas para a editora. Mas, ela vislumbrava um trabalho árduo. Não era o que gostava? Aparentemente sim.
Brigitte saiu para um happy hour com o escritor e parte da equipa dele. Claro que o convite fora extensivo a Elena, que educadamente declinou. Não estava com a menor disposição de continuar a falar sobre livros, edição ou publicação. A parte a que era obrigada, já era mais do que suficiente.
Ainda era dia claro quando saiu da reunião e pensou em passear um pouco por Seattle, cidade que adorava, mas estava cansada e sem muito ânimo. Brigitte, na sua habitual loucura por produtividade e mais dinheiro para a sua já bastante recheada conta bancária, marcara uma reunião com uma editora local. No dia de regresso e quase na hora de estarem no aeroporto. Loucura, claro. Mas ela era a chefe. Com toda essa azáfama, chegaria em Nova York noite adentro.
Já no quarto de hotel e depois de um banho quente, para aplacar o frio que sentira na rua, decidiu pedir algo para comer ali mesmo. Ainda era cedo, mas queria dormir para repor as energias.
Um pouco mais tarde, e já na cama, o cansaço extremo não a permitia relaxar e dormir.
Pegou o telefone e permitiu-se momentos de devaneio.
A viagem a Seattle estava sendo estafante, mas por outro lado, permitira uma nova dinâmica. De sorriso escancarado, abriu a tela de mensagens.
O engraçado é que sempre fora muito prática e não gostava de se alongar nas mensagens, mas não quando a remetente fosse Joy.
Sorriu ao ver a quantidade de mensagens que já tinham trocado em dois dias.
--Sempre podemos mudar de opinião. - Reproduziu uma frase da sua mãe. - Muito sábia dona Melina, como sempre.
Elena tinha a mania de falar sozinha e às vezes respondia às próprias perguntas.
Experimentou um aceleramento no coração ao lembrar-se do sorriso de Joy. Sorriu ao lembrar da sua espontaneidade. Mas nada era mais intrigante do que a capacidade de a inglesa mudar a forma como ela via as coisas. A forma como agia.
Era estranho, porque tudo parecia urgente e ao mesmo tempo, não se cansava de esperar. Não a conhecia tão bem assim, não sabia da sua rotina, não sabia o que esperar, mas esperar era bom. Fazia sentido? Talvez não. Mas ela não estava preocupada com sentido. Qualquer preocupação desaparecia quando Joy aparecia.
Riu às gargalhadas ao lembrar-se da loucura que representava cada encontro delas. Nada era comum. Tudo era diferente e perfeito.
--Inglesa dos infernos, que me faz querer coisas que nunca sequer cogitei.
Referia-se a uma vontade doida de ver alguém, ouvir a voz, sentir a respiração.
--Sempre fui esquisita. Excesso de timidez...e com ela...
Olhou as horas. Ainda não era tão tarde em Seattle, mas em Nova York a noite já ia bastante avançada.
Sorriu e desistiu de ser sensata.
"Hey inglesa, o que fazes?
Sorriu de absoluto nervoso. Era tímida e muito reservada, até aparecer a fotografa do parque com a sua espontaneidade sexy e irresistível.
"Acreditas em transmissão de pensamento?"
Elena riu alto com a resposta que veio em instantes.
"Não me digas que estavas a pensar na tímida do Astoria?"
Elena riu da sua ousadia.
"Ela e a grega do Ohio seriam a mesma pessoa? Em caso afirmativo, sim."
Elena ria sem parar, experimentando algo tão novo que a deixava nas nuvens.
Mais uma mensagem de Joy sem que Elena tivesse tempo de responder a anterior.
"Quando voltas?"
Elena sorriu, mas agora com calma. Parecia saborear aquelas palavras.
"Amanhã. Chego tarde...muito tarde."
Suspirou em desalento. Queria...bom, melhor não pensar muito nas coisas que queria.
"Então almoçamos juntas na sexta? Ou jantar se for melhor para ti. Ainda não te mostrei as delicias do mediterrâneo."
Elena sorriu feliz. Sim, aquela era uma absurda sensação de felicidade.
"Eu prefiro jantar, mas pode ser qualquer coisa que for melhor para ti."
"Jantamos. Preciso ir agora."
"Combinado. Até amanhã."
"Até amanhã."
O que Elena não fazia a mais remota ideia, era que Joy estava no meio de uma sessão noturna de fotos, e simplesmente esquecera da vida com o telefone nas mãos. Foram necessários alguns berros veementes para que a fotografa voltasse à vida. Elena não sabia também que Joy era o protótipo da profissional responsável e irrepreensível. A empresária Londrina jamais se perderia em devaneios a meio do trabalho. Jamais. Mas a fotografa estava em outra vida, e nessa, permitia-se ser apenas, Joy.
Depois daquela intensa troca de mensagens, Elena sentiu-se finalmente relaxada.
Saiu da cama, encheu uma taça de água e foi à varanda. Headphone e música, enquanto olhava a noite e perdia-se em devaneios. Não parava de sorrir e a sensação de leveza não a abandonava.
Depois de algum tempo, entrou no quarto e fez o que mais gostava quando estava feliz. Dançou ao som de Youth (Dabin) sempre sorrindo e carregada de uma leveza que destoava do cansaço de minutos atrás.
*****
Elena entrou no prédio quase se arrastando. O seu estado beirava a exaustão e mal tinha forças para subir os poucos degraus que a separavam do seu apartamento. O voo teve muito atraso, problemas com os passageiros já dentro do aparelho, o que obviamente tinha causado muito stress.
Estava com fome, mas sem forças para pensar em fazer comida e também não queria pedir nada. Tudo o que queria era entrar em casa, certificar-se que seus bichos estavam bem, tomar um banho quente e cair na cama. Tinha dormido muito mal nos dias em Seattle, mas isso não era novidade. Desde pequena tinha problemas em dormir fora do seu ambiente e com o passar dos anos, tudo continuava na mesma.
Ainda antes de entrar em casa, bateu no apartamento de Milanka, mas aparentemente não tinha ninguém. Sempre que chegavam de viagem, passavam em casa uma da outra para um abraço.
Na ausência da amiga, entrou em casa já chamando pelo gato. Myk sempre ficava em casa e Milanka passava para deixar comida e água. O gato era muito independente e a dona gostava dessa faceta.
Ouvir o barulho característico das patas dele no assoalho de madeira, aqueceu o coração de Elena.
Ele miou e Elena sabia que era de satisfação. Deleitou-se alguns minutos brincando com seu pet.
Tudo estava no lugar e viu um bilhete de Milanka avisando que passaria o dia todo longe de casa e que voltaria muito tarde. O final do bilhete arrancou um sorriso de Elena.
"Quero todas as novidades amanhã e em primeira mão. Se não tiver, invente."
Típico de Milanka. Sorriu feliz.
Olhou para o sofá e quase desistiu da luta. Seria mais fácil cair ali e acordar no dia seguinte. Mas, tinha mais uma mania desde criança. Não conseguia sequer pensar em dormir sem tomar um banho.
-Ah Elena... - Riu de si mesma.
Entrou no quarto e deixou o troller num canto. Depois de tirar as roupas e já estar apenas de lingerie, ouviu o seu telefone tocar. Olhou as horas e passava das 10hs, só podia ser Milanka. O primeiro pensamento foi não atender e retornar depois do banho. Mas, de repente, estava na sala à procura do telefone. Ação puramente instintiva.
Arregalou os olhos, as mãos tremeram e o coração bateu na garganta. Joy?
Atrapalhou-se e quase desligou sem atender.
--Alô! -Disse com a voz quase rouca. Emoção.
--Pelas minhas contas e pelo aplicativo de voo, a senhorita já está em Nova York.
As duas riram ao mesmo tempo.
Elena quase pulou dentro da sala.
--Acabei de chegar em casa. Ia para o banho... - Arrependeu-se de ter dito aquilo, mas já não tinha volta a dar.
--E essa voz? Pareces cansada...
--Estou esgotada. Sugaram todas as minhas forças em Seattle e ainda tive que lidar com problemas de voo...
--Comeste?
Um farol acendeu na cabeça de Elena.
--Não...
--Há quanto tempo não comes?
--Comi uma sanduiche no almoço e isso foi há séculos.
Breve silêncio.
--Cheguei há pouco do passeio no parque com o Zayco e já ia relaxar, mas posso levar-te alguma coisa para comer...
Dessa vez Elena pulou.
--Farias isso por mim?
--Claro!
Elena sorria e apertava o telefone na mão.
--Zayco não se importa de ficar sozinho? - Brincou.
--Não! Ele está muito feliz com o passeio e agora só pensa em dormir.
--Ah, e hoje ele nem foi atropelado por uma grega atrapalhada.
Risos.
--Achava que eu era a desastrada do parque.
Gargalhadas.
--Dentro de mais ou menos 20 minutos, devo estar à tua porta.
--E encontrarás uma mulher cheirosa à tua espera.
Gargalhadas.
Joy desligou.
Elena levou algum tempo a acreditar que aquilo estava mesmo a acontecer. Deu-se conta que mais do que descansar, queria ver a inglesa. Só isso justificava tamanha euforia.
--Eu sei que estou fora do meu juízo. Eu sei disso, mas foda-se. - Disse ela falando para o seu reflexo no espelho.
Entrou no banho cantarolando sua canção favorita.
*****
O interfone tocou e Elena ainda só tinha vestido parte do pijama. Olhou as horas e sim, já tinha passado o tempo estipulado por Joy. Correu dentro do quarto completamente atrapalhada e amaldiçoou a música que tocava e a tirara do eixo.
--Peço desculpas minha música linda e inofensiva.
Riu às gargalhadas da própria loucura. Sem encontrar a blusa do pijama, que antes estava em cima da cama, enrolou o tronco numa toalha e correu para abrir a porta. Olhou tudo à volta e agradeceu por ser uma mulher organizada.
Sem entender a loucura que lhe ia no peito, respirou fundo e abriu a porta.
Joy. Nunca o nome dela pareceu-lhe tão adequado.
Sentiu algo tão fora de propósito ao ver aquela mulher à sua frente, que apertou os olhos algumas vezes. Tudo em segundos.
Joy também pareceu-lhe um bocado estranha. Parecia abalada, ou sem capacidade reativa.
--Comida. - Disse a primeira coisa que lhe veio à mente.
Riram juntas e Joy piscou o olho.
--É só isso que conseguiste ver? - Fingiu desalento.
Elena riu e puxou-a para dentro.
--Seja muito benvinda à minha casa.
Um bocado atrapalhadas, olharam-se com sorrisos escancarados.
Joy abraçou-a. Elena sentiu o corpo todo amolecer. Paradoxalmente a mente pareceu ganhar uma força inexplicável. Nada de cansaço. Abraçou-a com mais força ainda e apertou os olhos. Queria certificar-se que era real.
Ainda atrapalhada, Elena saiu do abraço e conduziu Joy para o interior do seu apartamento.
Mykonos apareceu abanando o rab*.
--Meu gato. - Disse sorrindo e Joy sorriu de volta, completamente encantada.
Joy agachou-se para brincar com Mykonos, mas ele esquivou-se para junto de Elena.
--Não ligues. Ele tem a mania que é seletivo, mas daqui a 10 minutos vou ter de arrancá-lo do teu colo.
Risos.
--Eu queria que a primeira vez que viesses á minha casa, fosse para um jantar ou algo mais elaborado.
Joy sorriu e depois riu com vontade. Elena achou-a lindíssima.
--Alguma vez, nessa história, aconteceu algo normal?
Gargalhadas altas.
--Tens razão...fugimos um pouco ao padrão.
--Fugimos completamente do padrão. Eu, pelo menos, estou fora do meu padrão...
--Eu também...mas eu acho que sair um pouco do rumo não deve ser tão desastroso...
Joy sorriu e pareceu concordar.
Elena prestou atenção na roupa dela e sorriu de forma sexy.
--O que foi?
--Adorei o style, pareces uma investigadora disfarçada.
Joy riu muito e explicou o motivo da roupa.
--Estou de pijama. Depois do passeio com Zayco, tomei banho e vesti o pijama para ficar confortável. Mas, quando tive que evitar que a grega morresse de fome, só me ocorreu vestir essa gabardine por cima.
--Sexy e muito misteriosa. Aprovadíssima!
Gargalhadas.
--Comida entregue, já vi que a menina está intacta, agora volto para a minha casa para que possa descansar.
Joy sorriu e Elena não teve dúvidas.
--Janta comigo. Nunca te pedi nada.
Gargalhadas altas.
--Deves conseguir tudo na vida...
--Porquê?
--Por nada...devaneios.
--Já comeste?
--Comi alguma coisa bem mais cedo...
--Então estás com fome. - Elena tinha olhos suplicantes e um sorriso irresistível.
Joy estava longe de ser a mais forte das criaturas. Pelo menos quando se tratava da grega...
--Levemente...
--Vou vestir uma blusa e já volto. A casa é tua. Ah tem vinho em algum armário.
Elena correu para outra parte do apartamento e Joy ficou estática sorrindo.
Passado o transe, andou por ali. Queria saber mais sobre ela e sempre ouvira a mãe dizer que nossa casa diz muito sobre nós. Sorriu ao lembrar-se da mãe. Ultimamente tinha muitas memórias com Madia...
Prestou atenção em pequenos detalhes, como a mesa do computador. Era tudo muito organizado e com alguns adornos. Um porta retratos dois vasinhos de cactos, uma luminária estilosa e um computador. Sem querer bateu a mão no tampo da mesa e o computador ligou. Imediatamente começou a tocar uma música lounge. Sobressaltou-se e ouviu Elena rir no quarto.
--Não sou bisbilhoteira, mas com certeza sou bastante desastrada.
Mais risos no quarto.
--Na minha casa nunca falta música, e não tenho nenhum segredo de Estado no computador.
--Não, pelo amor de Deus, eu não mexi no teu computador.
--Ei, é permitido brincar? - Elena apareceu na porta do quarto.
Risos.
--Ela fica vermelha...
--Quem?
--A boa alma que veio trazer-me comida.
Risos altos.
--Idiota! Venha logo.
Risos.
Algum tempo depois...
--Estava bom?
--Ah, sobrou alguma migalha?
Risos.
--Até agora sei que gostas de tacos...
--Mulher esperta. Estavam divinos como sempre. Muito obrigada.
--Ainda não será dessa vez que te levarei às delicias do mediterrâneo...
--Como não? Não vamos amanhã? Acho que fui convidada.
Risos.
--Claro que foste. Mas a minha vida é tão imprevisível...
--Essa ou a outra?
--Ambas, mas dessa eu tenho maior controle...
De repente ela pareceu um pouco mais séria, e sabiamente Elena mudou de assunto.
--Desististe tão rapidamente da grega?
Gargalhadas altas.
Joy ficou vermelha e ergueu um brinde com vinho.
--Bom vinho.
--Ah, disso faço questão.
--Muito bom. Gosto do calor que desce na garganta e do leve trago a fruta...
--Apreciadora...
--Muito.
Silêncio.
De repente o assunto não parecia ser mais o paladar do vinho.
--Posso saber, porque desististe do restaurante?
--Não desisti e jamais desistiria. Vou viajar amanhã.
--Ai meu coração.
Elena fez um leve teatro e ambas riram muito.
Elena bebeu todo o resto do vinho que estava na taça e serviu-se de mais um pouco. Fez o mesmo com a taça de Joy.
--Demoras?
--Não! Volto domingo.
--Dois dias sem minha inglesa, eu aguento.
Risos.
--Sobrevivi a dois dias sem a minha grega.
--Estás inteira? - Elena apalpou-a e Joy riu muito.
--Maluca! A viagem foi boa? Fluiu?
--Vem para o sofá. É mais confortável.
No instante seguinte estavam na sala. Sentaram-se lado a lado, mas sem nenhuma cerimónia, Elena deitou a cabeça nas pernas de Joy. Estava cansada e depois do vinho...
--Que bom...
--Estás cansada...
--Muito! E graças a ti não vou dormir com fome...
--É sempre bom ter uma vizinha generosa.
Risos.
--Que a Milanka não nos escute.
Gargalhadas altas.
--Ela não está em casa e já abuso bastante. Ah, sobre o trabalho, correu bem. Algum stress, porque minha chefe tem a mania de transformar um dia em dois, mas os objetivos dela foram alcançados.
--Eu sou minha própria chefe, então só posso me queixar de mim mesma.
Gargalhadas altas.
--Estás feliz?
A pergunta pareceu um pouco dúbia e Joy era cautelosa.
--Sendo minha própria chefe?
Risos.
--Sim...
--Estou! É uma experiência muito interessante e desafiadora.
--Vais viajar a trabalho?
--Sim e estou muito entusiasmada. Vou fotografar comida.
--Hmmm, gosto.
Risos.
--Quando vais posar para as minhas lentes?
--O quê? Sou tímida...
--E muito linda e fotogénica. Eu adoro fotografar mulheres...
--Hmmm, tens algum ensaio que eu possa ver?
--Tenho. Mas terás de me visitar em casa.
--Com todo o prazer. Já estás na minha...
Risos.
--Pois, estou...
Elena aninhou-se ainda mais nas pernas de Joy e suspirou.
--Estás muito cansada.
--Tu não tens noção. Queria dois dias de férias...
--Dois dias de férias como assistente de fotografia da Joy.
Gargalhadas.
--Não me parece má ideia...
Elena entrou numa espécie de delírio e Joy viajou ao som da música que tocava na sala.
Alguns minutos depois, Joy percebeu que não tinha feedback de Elena. Chamou-a duas vezes e notou que ela tinha adormecido. A primeira sensação foi estranha. Girou os olhos pela sala e parou na figura da mulher dormindo nas suas pernas. De repente, prestava atenção na respiração dela e uma calma absoluta preenchia tudo. Há muito tempo que queria deleitar-se nos contornos daquele rosto, que considerava belíssimo. Olhou com calma para o formato dos olhos, o nariz, a boca...nesse momento parou de respirar. O beijo...
Suspirou e o diagrama expandiu-se a ponto de empurrar a cabeça de Elena. Instintivamente puxou-a novamente para colar-se à sua barriga. Teve uma vontade quase incontrolável de passear as mãos pelo rosto dela, pelo corpo todo. Mas, afinal o que era aquilo? Tudo? Nada? Jogo de duas malucas?
Encostou a cabeça na parede e apertou ainda mais o braço em torno do corpo de Elena. Ela dormia. A paz que emanava era quase afrodisíaca. Talvez estivesse doida...
Viajou na melodia de Luna de Phelian. Desejou estar com a camera por perto. Elena era um deleite...
Devaneios...
Loucura.
Queria pensar objetivamente. Queria ser sensata. Precisava ser sensata ou...
Olhou para ela...desistiu de racionalizar qualquer coisa.
Embalou-se...perdeu-se e pelo caminho experimentou asas...talvez estivesse bêbada...talvez estivesse embriagada de vida...
*****
Joy abriu os olhos e estranhou o lugar. Fechou-os e lembrou que não estava em casa. Sorriu não acreditando que ainda estava em casa de Elena. Olhou para as pernas e lá estava ela, dormindo como uma criança.
Precisava fazer alguma coisa. Fazer o quê? O cérebro ainda estava adormecido.
Mykonos apareceu de um canto qualquer e Joy fez sinal para que ele se aproximasse. O bicho não se fez de rogado, não só se aproximou, como pulou em Elena.
Em poucos minutos ela acordou.
--Para Myk...ah para gato.
Mykonos queria brincar ou chamar a atenção. Joy sorria. Acariciou a cabeça de Elena que pulou do sofá. Literalmente.
Arregalou os olhos e olhou as horas no laptop.
--Joy!
--Hum-hum...
--Abusei, desculpa.
Joy riu e ficou de pé.
--Não abusaste. Estás cansada...
Elena caiu nos braços dela e concordou com a cabeça.
Joy abraçou-a e cheirou o cabelo dela. Inebriante. Precisava ir embora...
--Preciso ir embora...
--Não!
--Não?
--Não vou permitir que vás embora sozinha. Sabes que horas são?
--Elena, eu não sou de cristal.
Risos.
--Mas é teimosa. Vais dormir comigo.
Joy arregalou os olhos.
--Calma! Ainda não será para uma noite tórrida de sex*...
Gargalhadas e algum nervoso.
--Não eras tímida?
--Excessivamente!
--Onde? Qual das facetas de Elena?
Gargalhadas.
--Joy, por favor. Vou me sentir melhor se ficares...
Joy não conseguia raciocinar. A sensação era de corpo dentro de uma substância borbulhante. A mente? Só ecoava Elena.
Quando Joy percebeu, estava dentro do quarto de Elena.
--Vês? Nada demais. Um quarto de uma mulher tímida.
Risos.
--Minha cama é enorme e durmo num canto. Estás de pijama...
Gargalhadas.
--Estou de pijama. - Joy mordeu a boca e riu.
--Tem escova de dentes nova no banheiro. Ah, e não costumo roubar coberta e acho que não ronco. Nunca reclamaram, se bem que não me lembro quando foi a última vez que dormi com outra pessoa.
--Ah, impossível!
Risos.
--Tímida e sem iniciativa como diria minha amiga Milanka.
--Preciso acordar cedo para a viagem...
--Esse é teu único argumento para não dormir comigo?
Gargalhadas altas.
--Tenho vizinhos, oh inglesa.
Risos.
--Lembre-se disso, grega.
Risos.
--Tem muitos despertadores por aqui. E não vou permitir que saias a essa hora. Ah, não costumo perder meus desafios.
Risos.
--Eu fico!
--É assim mesmo. Afinal, por onde andará a mulher que me deixou sem palavras numa noite dessas?
--Qual delas?
--Descubra.
Risos.
--Escovar os dentes e cama. Vou lá escovar os meus, e enquanto isso tu podes conhecer o ambiente.
Risos.
--Doida!
Depois de escovar os dentes, Joy olhou-se ao espelho e sorriu. A situação era inusitada, mas em se tratando da grega, era normal.
--Agindo no impulso, Joy. Mais uma vez...
Dormir...respirou fundo e saiu do banheiro.
No quarto, Elena já estava deitada. A cama era grande, mas Joy não ocupou a outra ponta. Ficou perto de Elena, muito perto. Elena estava de costas e Joy deitara com os olhos fixos no teto.
Havia uma tensão mútua. Já não se brincava como antes. Era possível ouvir as respirações levemente alteradas.
--Trancaste a porta? - Elena perguntou com a voz num tom mais baixo.
--Qual porta?
--A da frente...sempre a tranco para não correr o risco de sair a meio da noite...
O tom era ainda mais baixo.
A sensação de borbulha agora morava no peito de Joy. Impulsividade...
--Hoje não corres esse risco. - Abraçou Elena com um sentido de proteção que não conhecia.
Suspiraram em simultâneo.
De repente, só se ouvia música. Morrow de Menual e no ar a perspectiva de algo impossível de controlar.
--Às vezes...- Elena começou a falar, mas parecia escolher as palavras.
--Hmmm?
--Não sei qual a tua percepção...
--Diga!
--Às vezes eu acho que estamos a dirigir em alta velocidade...
Silêncio.
--A ir depressa demais? É isso? - Joy perguntou muito próxima de Elena.
Elena sorriu. Vontade de acelerar. Velocidade máxima.
--Sim! Não tenho por hábito ir para cama com um crush no terceiro encontro.
Joy sentiu a cara arder e Elena sorriu.
--Mas isso não...
--Não! Não é prenúncio de uma noite tórrida de sex*...
Cada vez que Elena dizia aquela palavra e naquele tom, Joy tinha vontade de arrancar-lhe a roupa. Mas rapidamente recuperava o bom senso.
--Este não é o nosso terceiro encontro. Esqueceste os da madrugada?
--Justificativas para estar na minha cama, inglesa?
Risos e sem nenhum pudor, estavam abraçadas na cama.
-- Eu morro de saudades de nossos encontros na madrugada...- Elena acariciava o corpo de Joy que parecia não se incomodar.
--Eu também...
Sorrisos.
--Elena...
--Hum-hum...
--Eu sou tua crush?
Risos.
--Tens problemas com definições?
--Eu nem sei ao certo o que estou a fazer...
--Nem eu...
--Mas ainda bem que abriste uma excepção.
Gargalhadas.
--Inglesa, tu és safada...
--Quem sabe...
--Minha cama é boa?
--Perfeita. Precisamos dormir. Elena não estavas cansada?
--Muito! Joy...
--Hmmm...ah, adoro quando falas baixinho...
Risos e uma proximidade que já causava explosões de calor.
--E se hoje fosse tudo o que tivéssemos, o que farias?
--Esse momento?
--Sim...
Despida de pudores e com uma ânsia que fervia na pele, Joy percorreu o corpo de Elena com os olhos. Mordeu os lábios ao parar o olhar nos seios dela. Sentiu o corpo todo tremer. Desviou o olhar para os olhos de Elena. Labaredas.
--Já sei! Me comerias com os olhos...
Aquele tom...
Joy bateu a cabeça e respirou fundo.
--Com os olhos, mãos, boca...com todos os sentidos.
Joy puxou Elena para cima dela e as bocas encontraram-se com uma ânsia que provocou gemid*s involuntários. As bocas pareciam famintas. Elas estavam com fome da sensação que aquele encontro provocava. Não era apenas um beijo. Era um encontro. Um encontro que sempre abria caminhos para novas possibilidades. Elas estavam ávidas e ao mesmo tempo ternas. Tudo era um paradoxo, mas elas entendiam claramente. Talvez não conscientemente, mas a intensidade era inegável.
As mãos obedeciam á urgência do encontro e contornavam curvas e apertavam as carnes com muita vontade.
Sem qualquer controlo sobre seus atos, Joy mordeu o ombro de Elena ao mesmo tempo que a puxava mais para si. Elena gem*u alto e Joy pensou que tivesse se excedido. Olhou-a com ansiedade. Elena sorriu e foi a sua vez de mordiscar o queixo de Joy. Riram e as bocas mais uma vez se buscaram com urgência.
--Joy...
--Hmmm...
--Releve tudo o que eu disser nessa cama...estou embriagada...cansada...sem qualquer resquício de lucidez...
Elena falava e beijava Joy. Falava e se esfregava nela. Os suspiros eram cada vez mais altos. Os gemid*s aumentavam as vontades...
--Joy... Eu quero usar todos os meus sentidos numa cama contigo, como referiste, mas completamente descansada...quero poder demorar, descobrir, me deliciar...
O embalo era explosivo. Os beijos eram carregados de erotismo e ao mesmo tempo, eram de descoberta, encontro...deleite.
Entre uma respiração e outra, tentavam verbalizar alguma coisa...
--Quero que seja inesquecível...a primeira vez que... - Elena olhou dentro dos olhos de Joy. O coração batia em cada pedaço do corpo...
Num rompante, Joy segurou a face de Elena entre as suas mãos e disse:
--Tu és inesquecível!
Por essa altura as mãos já queriam tocar as peles, arrancar as roupas e...
Elena riu e mordeu a orelha de Joy. Disse loucuras ao ouvido dela e teve seu corpo mais uma vez puxado com força. Gem*u. Gem*ram.
Elena tinha tantas vontades...
Joy queria a mesma coisa...
Elena sorriu e pareceu recuperar algum bom senso...
--Precisamos dormir. Viajas amanhã cedo...
--Precisamos. Mas para isso, preciso que caias para o lado.
Gargalhadas com beijos.
--Mas não sei se sabes, estou presa nos teus braços...fortes...
Suspiros com beijos.
Joy empurrou Elena para o lado. A grega deu-lhe as costas e suspirou profundamente.
--Vamos dormir...afastadas...
Risos.
Joy virou o corpo para o lado e sentiu como se estivesse na crista de uma onda gigante, pronta para despencar na fúria das águas.
O corpo fervia por Elena, o coração batia por Elena, mas a cabeça estava em Londres. Não entendeu aquele instante...não entendia mais nada.
A cabeça estava na empresa da sua família. Ouvia as diretrizes incontestáveis do pai, via-se fazendo tudo o que esperavam dela. Via aquela Joy... a empresária de estratégia irrepreensível. De repente lá estava ela lutando para que o irmão seguisse o seu sonho...lutando para que os sonhos dos outros fossem reais...William...William...
Apertou os olhos com força. Respirou profundamente. O ar tinha o cheiro de Elena. O ar tinha cheiro de sonho...sonho bom...não mais o sonho dos outros...
Respirou para acalmar-se. Prestou atenção na música. Sorriu. Elena gostava de música. Ela também, mas já não se lembrava disso, até atropelá-la no parque Astoria.
Billie Eilish cantava Six feet under e ela mergulhou no sonho. Estendeu a mão na cama. Ela tocou o cabelo de Elena. Virou-se. Esgueirou-se para perto dela.
Assim que era bom...
Abraçou-a.
Assim que era perfeito.
--É assim que gosto, Inglesa.
--Hmmm?
--Ser abraçada até adormecer...teu abraço é perfeito...
Elena delirava.
Joy se apaixonava.
Fim do capítulo
Olá Pessoas J
Capitulo enorme, para desespero de algumas pessoas que gostam de mim e que sabem que não deveria exagerar. (Sorry baby, u know better <3)
Não deveria, mas além de perder a noção quando viajo nas letras, achei que mereciam algo maior depois de uma semana sem atualização. Essas minhas manias que muitas vezes me irritam, mas acho que só mudam se nascer de novo.
Aproveito aqui para agradecer às leitoras que enviaram perguntas para a entrevista com a Lescult e também, agradeço a todas que deram feedback no facebook. Vocês são maravilhosas e validam qualquer teimosia dessa capricorniana sem noção.
Rose, és incrível :) Muito obrigada. Nem sei se acompanhas essa hostória kkkk, mas se ela não acompanhar, alguem avisa que mandei beijo e que acho ela incrível.
Obrigada e boa semana a todas.
Nadine Helgenberger
Comentar este capítulo:
Sione
Em: 15/01/2024
Tu és incrível moça, a cada capítulo que leio é aquela expectativa que tem me embriagado a alma.
Tu falas desses capítulos longos, acredite que nem sinto dessa forma, quando vejo já estou no final e agradecida por você ter exagerado no capítulo.
O que falar de Elena e Joy, esses encontros estão fortalecendo cada vez mais essa relação, e essa Grega ta me saindo melhor que a encomenda como dizemos por aqui????????.
Sione
Em: 18/01/2024
Por favor fique a vontade para exagerar quando quiseres rsrsrs.
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Rosangela451
Em: 01/09/2020
Oh mulher forte essa Elena ....
Eu não aguentaria essa Joy na minha cama sem fazer nada rsrs .
Veja bem , esse seu jeitinho de prender a gente na história e tão gostoso
Eu leio muitos hots, porém os seus ,esse antes e tão sublime
Amei o capitudo
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Carmen
Em: 02/07/2020
Oi Nadine!
Demorei pq estava relendo mais uma vez suas histórias e depois fiquei enrolando para ver se lia dois capítulos seguidos, mas já que não rolou, cá estou. Não que isso seja relevante, mas sou tagarela e falo pelos cotovelos...
Amooo capítulos longos, aliás, a primeira coisa que faço é ver o número de palavras. A moça bem que podia usar aplicativos, tecnologia ou algo assim para apenas ditar os capítulos e depois só corrigir, assim, ficaria bem, se poupando (que é o mais importante) e teríamos capítulos longos. Todo mundo ganha!
E mais um capítulo lindo, surpreendente! Já estou encantada com a história dessas duas e eu amo, que como você mesma diz, você constrói histórias com bases sólidas, para quando as tempestades chegarem (e sabemos que elas sempre chegam - inclusive literalmente né?) não serem suficientes para destruir tudo.
Eu amo que a inglesa tem atitude. Ela só vai. E Elena, mesmo com algum receio, idem.
Milanka eu tenho achado meio chata. Ela me parece meio pessimista, ou só achei chata mesmo. Não sei explicar bem. Entendo o cuidado, mas as vezes ela meio que puxa pra baixo, sei lá...
Bjs e espero que esteja bem e que possa voltar em breve!
Resposta do autor:
Rsrsrsrs, aqui podes ser tagarela à vontade.
GENTE, como é que funciona essa coisa de aplicativos para apenas ditar? Como eu queria algo assim. Mas como vou ditar uma coisa que só sei fazer quando escrevo, acho que meu cérebro só funciona se os dedos se movimentarem...ah sei lá. Help me.
Já gravei audios de dois projetos novos, mas apenas as sinopses das histórias. Capitulo? Como faria isso? rsrsrs
Nao gosto muito de pensar nisso, até poque acho que atrai, mas se eu continuar com essas dores nas maos e costas, vou ter de parar de escrever...porra, isso sim seria a morte da pessoa, mas não posso esgotar minhas capacidades porque nao é isso que paga as minhas contas, enfim...enfim...desabafo de uma mente que às vezes devaneia.
Tempestades...melhor parte rsrsrsrs....a caminho kkkk
A inglesa, hmmm e mais nao digo rsrsrsrs
Milanka, nao posso concordar ctg, adoro-a rsrsrs
Bj e muito obrigada.
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NovaAqui
Em: 17/06/2020
Olá!!
--Joy... Eu quero usar todos os meus sentidos numa cama contigo, como referiste, mas completamente descansada...quero poder demorar, descobrir, me deliciar...
Entre uma respiração e outra, tentavam verbalizar alguma coisa...
--Quero que seja inesquecível...a primeira vez que... -
Melhor esperar mais um pouquinho e ser assim como elas querem: INESQUECÍVEL! Ui!! E será
E Milanka? Arrumando chifres na cabeça de cavalo? Conversa com o Ethan! Deixa ele decidir! Se ele não quiser, quem vai perder é ele!
Espero que estejas bem depois desse capítulo enorme, mas tenho certeza que você sabe o que faz, né? capricorniana teimosa!
Abraços para você e que tudo esteja bem que nessa sua Terra Linda
LVY!
Resposta do autor:
Hey linda,
Rsrsrsrs será, ah será rsrsrsrs e nao tens ideia do que vai por essa cabeça doida rsrsrs
Milanka tem muita carga, daqui a pouco começa a fazer sentido. Adoro criá-la rsrsrs
Nao sei o que faço quando o assunto é escrita, podes ter a certeza disso. Escrevi outro enorme e estou toda F....
Bjs, LVY2
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Mille
Em: 15/06/2020
Oi Nadine
Essas duas estão lindas juntas, a cumplicidade delas as fazem ficarem perto uma a da outra mesmo distante.
Joy não tem o peso nos ombros dos sonhos dos outros.
Elena se torna leve e impulsiva.
O cansaço e o compromisso as fizeram parar o que o desejo está falando alto.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Olá :)
Elas vão se conhecendo aos poucos e isso é uma delicia rsrsrs
Bjs e muito obrigada
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Veka
Em: 15/06/2020
Hey fada!
Essa pessoa aí tá certa, que a gnt adora cap grande é fato, mas n exagera, senhorita!
Ahhh, sobre o comentário do cap anterior, eu n quero que desande, mas te conhecendo, vai desandar! Kkkkkkkkkk...
Esse é um daqueles cap de construção, que vai mostrando saudades, vontades, que as duas vão percebendo o que querem... Vão criando intimidade e aproveitendo o máximo a companhia uma da outra. Gosto desse passo a passo.... Vai mesclando os surtos, com os momentos de sensatez e a cautela que ninguém sabe por anda com essas duas... kkkkkkkk....
É isso linda! Obrigada por mais um capítulo!
Beijos... Se cuida!
Veka
Resposta do autor:
Hey :)
Ah mulher, preciso nascer de novo para ter algum controle...vem ai mais um daqueles rsrsrs e please, nao brigue comigo rsrsrs
Vai desandar? Depende do ponto de vista, mas é obvio que só peace and love nao pode, até porque a vida está longe de ser isso. Concordas?
Passo a passo é a minha cara. Acredito que gente que gosta de velocidade deve parar de me ler no segundo capitulo kkkkkk, mas o que seria do vermelho se todos gostassem de verde?
Bjs e muito obrigada
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Raf31a
Em: 15/06/2020
Que capítulo maravilhoso! Super apoio que os demais sejam desse tamanho.
Elena e Joy tem uma conexão gostosa juntas, parabéns, Nadine, por desenvolver tão bem essas personagens.
Resposta do autor:
Querida, se eu nao criar juízo e escrever coisas menores, daqui a pouco nao escrevo mais nada. Mas pensemos positivamente :)
Muito obrigada. Bj
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brunafinzicontini
Em: 14/06/2020
NADINE!!! Pelo amor de Deus! Quer nos matar do coração?
Como é possível? As duas juntas, na cama - e "boa noite, durma bem!"? Ai... Enfim, romântico demais! Porém... ficamos "a ver navios"...
Tudo bem, estamos chegando perto... O caso dessas duas é qualquer coisa de muito especial! As duas querem construir um momento único como "primeira vez". Mas como conseguem se comportar dessa forma, estando ambas com essa fome tamanha?
Bem... Tenho que aprender a me comportar como elas! Paciência, calma, tudo a seu tempo.
Querida autora, espero que esteja melhor - que sua tendinite lhe dê trégua para poder trabalhar e escrever sem sofrimento!
Beijos,
Bruna
Resposta do autor:
Bruna rsrsrs, nao vi nada de romantico demais, talvez elas sejam prudentes e queiram algo mais do que uma noite torrida de sexo...essas coisas às vezes acontecem, posso te garantir.
Muito obrigada. Bj
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Brescia
Em: 14/06/2020
Boa noite mocinha.
Quantas vontades, o só pensar já as conecta e as leva a esse encontro de almas, os corpos já não se acontentam de só abraços, mas já necessitam serem descobertos e amados. Estou só esperando,rs.
P.S: mesmo correndo o risco de ser chamada de repetitiva, tenho que confessar que amo esses capítulos longos.
Baci piccola.
Resposta do autor:
Bom dia moça rsrsrs
Espera...dizem que quem espera, alcança rsrsrs
Gostas de mim? Envia-me juízo por telepatia para que eu possa me empolgar menos e assim ter condições de continuar a história rsrsrs
Muito obrigada. Bj
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Nadine Helgenberger Em: 18/01/2024 Autora da história
Acho que aprendi a escrever capÃtulos mais curtos rsrsrsrs
Assim espero rsrsrs
Bjs