Helane vai conhecer um pouco do mundo da Acácia. Isso a fará ter emoções inesperadas e se sentirá um pouco confusa;mas com uma certeza, grandes amizades serão conquistadas.
Então,vamos a casa da Acácia.
Capitulo 3 Conhecendo a casa da Acacia
Por Helane;
Já passava das 17:00 horas e a Pérola não estava pronta, ansiosa experimentara três vestidos,mas não decidira por nenhum. Com muito custo lhe convenci que todos lhe ficavam muito bem. Até que ela decidiu pôr um conjunto de jardineira bege, com uma blusa cor de abóbora com mangas compridas, pois o tempo poderia esfriar.
Peguei o carro da minha irmã emprestado, pois tinha uma moto Honda Bros,mas não queria levar a Pérola de moto porque poderia chover na volta. Eu pretendia comprar um carro,mas como sou apaixonada por carros antigos,estava procurando um modelo bem conservado e com preço acessível.
O local da festa da Yasmin era em outro bairro; passamos quase trinta minutos pra chegar lá,pois dirigia devagar pra não me atrapalhar, por não conhecer bem aquelas ruas. Parei a caminhonete 4x4 em frente a um muro muito alto feito de pedras. Entramos por um portão lateral que deduzir ser o do quintal pela quantidade de plantas que haviam alí. Um gramado bem aparado acompanhava um calçamento; logo vi a Acácia próxima a um carrinho de cachorro quente, servindo alguns meninos.
Nos aproximamos devagar,e ficamos paradas por trás dela alguns segundos a observando. Seus cabelos estavam presos por um coque bem feito,usava um vestido verde estampado com flores vermelhas,na altura dos joelhos, nos pés sapatilhas confortáveis na cor bege.
Quando lhe dirigir a palavra assustou-se virando tão rápido que por pouco não perdeu o equilíbrio. Descobri que o convite tinha partido apenas da Yasmin; pois sua fala e a surpresa em me vê alí foi nítida. Ela ficou tão nervosa que nem nos deu as boas-vindas; o clima só melhorou com a chegada da Yasmin. Estava linda vestida de Branca de Neve.
A festa estava linda, tudo bem organizado, várias mesas e cadeiras espalhadas sobre o calçamento de pedras, alguns brinquedos; como escorregador, pula pula, uma minhoca inflável cheia de bolas coloridas sobre o gramado.
Fiquei super feliz quando vi o quanto a Yasmin amou o presente. Lembrei do que a vendedora disse. "Tua filha vai adorar o presente." Também vi o quanto a Acácia ficou feliz e engoliu em seco pra não chorar junto com a filha. Fiz uma brincadeira pra descontrair; e as meninas foram brincar com as outras crianças.
Eu pensei que me sentiria deslocada, mas confesso que nunca me senti tão bem em um lugar estranho. Quem ficou meia nervosa foi a Acácia. Tendo que fazer companhia durante a festa e me apresentar pra algumas pessoas. A primeira foi o pai, logo na entrada, depois de entregarmos os presentes; o senhor observava a cena discretamente do carrinho de cachorro quente.
- Pai,esta é Helane minha mais nova amiga. - Sorri com a forma da apresentação; mas estava correto, eu era isso.
- Prazer senhorita Helane, Agenor a tua disposição. - Ele me deu um sorriso largo enquanto me estendia a mão, que apertei com firmeza ao mesmo tempo que lhe retribuía o sorriso.
Percebi de onde a Yasmin tinha herdado toda a desenvoltura, pois o senhor Agenor era bem extrovertido. Cabelos loiros já ficando grisalhos, olhos verdes, um pouco mais alto que eu, 1,80m talvez, já que tenho 1,77m. Vi naquele homem os traços genéticos que as duas novas mulheres que adentraram em minha vida herdaram. Gostei imediatamente dele; vi ali um grande amigo pra todas as horas.
Quando chegamos perto da mãe, dona Carmélia; descobrir de onde a Acácia herdara aquela timidez, a mulher me deu apenas um sorriso discreto, enquanto apertavamos as mãos; morena clara, cabelos castanhos,cortados na altura dos ombros e um pouco encaracolados nas pontas como os meus. Possuía a mesma altura da Acácia 1,60 acredito. E não fugindo a regra uma mulher muito bonita.
Conheci também os avós paternos da Yasmin; dona Teresa e senhor Rogério Andrade. Não foi uma apresentação espontânea: estávamos já sentadas a mesa juntas com as duas amigas de infância da Acácia,que também eram suas vizinhas; quando a Acácia foi chamada pela senhora Teresa, e ao voltar me chamou e fez as apresentações.
Aquilo me fez lembrar que o pai da Yasmin não apareceu por lá, e ninguém falou nada sobre ele. Achei muito estranho, até porque a Acácia não me apresentou o casal como seus sogros. Apenas como os avós. Fiquei curiosa,mas guardei para mim.
As amigas da Acácia; a Rebeca e a Rute também eram mulheres bonitas. Percebi logo de cara que a Rebeca teve um interesse peculiar por mim. Lógico que ela percebeu minhas preferências sexuais; não que eu andasse demonstrando ou falando; mas um olhar reconhece o outro. Ela me fez duas perguntas básicas na tentativa de iniciar um diálogo. Eu não estava interessada nela, então fui curta nas respostas. Claro que em nenhum momento me excederia com as insistências dela, mas a Rute sua irmã, deu-lhe uma bronca.
A Rute me olhava de vez em quando; me avaliva,prestava atenção em todos os detalhes; no entanto era um olhar normal,apenas curiosidades de saber quem era a pessoa. Um olhar de amizade sincera,e sem julgamentos antecipados.
A Acácia apenas observava nossas falas,sorria de vez em quando; aquele sorriso que me fazia mergulhar nos seus olhos verdes e sorrir de volta, como se ali só existisse nós duas. Seus lábios carnudos pintados de vermelho claro faziam contraste com seus dentes brancos e perfeitos. Era impossível não olhar aquela boca. As vezes ela umedecia os lábios involuntariamente e isso faziam os meus pinicarem, enquanto no meu íntimo crescia o desejo de experimentalos.
Me entrosei tanto com tudo aquilo alí que quando dei por mim; já estava carregando mesas e cadeiras para guardar numa garagem, ajudando seu Agenor. Quando estávamos terminando a Acácia chegou falando que eu não tinha vindo trabalhar e reclamou com o pai; que falou sobre eu ter me oferecido e que meus braços são fortes.
E são pelo fato de que sempre pratiquei esportes; natação, vôlei, ciclismo,corrida matinal quando não chove e musculação. Portanto meu corpo era bem definido. Não que eu fosse uma pessoa vaidosa, escrava da boa forma como algumas meninas que eu via lá na academia; que achavam que ter um corpão era tudo na vida.
A Acácia olhou para os meus braços, depois para o meu rosto; expliquei que não poderia ficar parada, vendo as pessoas trabalhando, se podia ajudar. Ficamos um tempo nos olhando sem dizer nada. Seu pai falou que terminara, eu lembrei que precisava chamar a Pérola pra gente ir. Ela perguntou sobre meu pai.
Eu não gostava muito de falar sobre o assunto porque me deixava triste. Quando eu era adolescente meus pais tinham uma conexão tão boa, incrível, se davam super bem; mas aconteceu a morte trágica do meu tio, irmão único da minha mãe, e ela entrou numa depressão profunda, passou a não se importar com mais nada. Com o tempo meu pai foi perdendo a paciência com ela e seus nervosismos, o que acabou separando os dois. Viviam na mesma casa,mas cada um em seu quarto.
Por isso não acredito em amor. Eles se davam bem quando tudo era-lhes conveniente. Mas cadê o amor que dizem que tudo suporta? A tristeza com certeza ficou nítida nas minhas palavras quando expliquei para a Acácia ao responder sua pergunta.
Fomos interrompidas pela Pérola, para saber se já teríamos que ir embora; mas a Yasmin pediu para mostrar seu quarto; vendo que a Acácia permitira, não tive como negar, mas confesso que também fiquei contente em permanecer mais um pouco ao lado dela.
As meninas correram em direção a uma escada que tinha ao lado da porta principal que da acesso a casa; percebi que a escada era larga com corrimão em ambos os lados, degraus bem espaçados feitos com pedras escuras antiderrapantes, havia alí um portão que no momento estava aberto em um dos lados,por onde as meninas passaram.
- Senhorita Helane, agora vou me recolher pois o dia hoje foi puxado. Muito obrigada pela ajuda e presença aqui em meu esconderijo. Fique a vontade para voltar, quando quiser ouvir as histórias de um velho chato. - Seu Agenor se aproximou me estendendo a mão e sorrindo.
- Eu que agradeço a hospitalidade. E de chato o senhor não tem nada. Quanto a voltar, com certeza não regeitaria um convite desses. - Falei enquanto apertava sua mão e retribuía o sorriso.
Depois que ele entrou na casa, me voltei para a Acácia; não havia mais ninguém alí além de nós. Ela olhava-me, fiquei contemplando seus olhos verdes, até que ela falou algo inesperado.
- Venha conhecer minha casa. - Dito isso seguiu pela mesma escada e eu fui logo atrás; a casa dela era a cobertura da casa dos seus pais, uma sala com um sofá de três lugares na cor branca e bastante confortável, uma mesa de centro, outro sofá de dois lugares igual ao primeiro, duas poltronas enormes também brancas sobre um tapete bege bem felpudo de frente uma estante com uma tevê de 42 polegadas e vários livros, uma escrivania com um computador e uma cadeira giratória.
A cozinha era espaçosa pois havia apenas uma mesa com quatro cadeiras no centro, e as demais coisas seguiam o contorno das paredes; a área de serviço onde tinha apenas uma máquina de lavar roupas e um varal portátil.
Um quarto de hóspedes com uma cama de casal,um guarda roupas e um criado mudo.
Quando chegamos diante de uma porta fechada,ela parou e me olhou um pouco desconfiada, o que me fez deduzir que alí era seu quarto. Abriu a porta devagar, e um cheiro bom tomou conta de mim, o perfume dela que eu vinha sentido sutilmente até então; alí estava impregnado. Uma cama de casal enorme,forrada com uma colcha de cetim branca,dois criados mudos com abajures na cor laranja, uma cômoda com vários bibelôs em cima, nos pés da cama um puf enorme com o comprimento na largura da cama. Ela puxou uma cortina de seda branca e apareceu uma porta larga de vidro que dava acesso a uma varanda com mais um puf enorme; dali dava pra ver boa parte da propriedade, que devia medir uns 600m².
Fizemos tudo isso quase em silêncio. Apenas ela falava de vez em quando indicando os locais. Até que eu me pronunciei.
- Estou adorando sua casa, mas preciso ir ao banheiro. -
Ela abriu uma porta lá no quarto, era um closet; armários de roupas, calçados,etc. O trono ficava num lugar privado, banheira, box com chuveiro quente. Tudo de muito bom gosto.
Quando voltei ela estava sentada no puf de costas pra mim; toquei em seu ombro.
- Vamos! - Falei assim que ela olhou pra mim.
- Claro, vamos vê o que as meninas estão aprontando! -
Entramos no quarto da Yasmin, elas estavam sentadas na cama e a Yasmin mostrava um álbum de fotografias de quando ela era um bebê.
Sabe quando você tem que ir embora, e tem aquela vontade de ficar? Então,sentei na cama entre a Yasmin e a Pérola, e fiquei alí vendo fotos. A Yasmin sempre foi linda, cheguei a essa conclusão vendo as várias imagens; desde recém nascida aqueles olhinhos verdes espertos, descobrindo o mundo. A Acácia ficou linda de barrigão, um pouco gordinha, tão novinha, 17 anos e já carregando outra pessoa dentro de si. Quando terminei de ver as fotos virei para a menina e falei:
- Você será sempre uma linda garota Yasmin. - Ela me olhou com aquele sorriso lindo e disse:
- Eu sei tia, a senhora também é muito linda! - E beijou minha bochecha.
- Ei, e eu? - Pérola com ciúmes chamou nossa atenção.
- Você é minha princesa linda. - Falei, peguei a Pérola no colo e beijei sua cabeça.
A Acácia havia pedido licença e saído do quarto.
Ah Yasmin ficou nos olhando um pouco tímida; então fiz com que ela sentasse na minha outra perna, ficando assim as duas no meu colo; beijando suas cabeças e recebendo muitos beijinhos das duas. Até que fiz corcegas nelas e me levantei falando:
- Pérola, nós temos que ir agora, já demoramos muito. -
Saímos em direção a sala e a Acácia já vinha ao nosso encontro, seus cabelos estavam molhados, mostrando que tinha saído do banho. Vestia um conjunto de calça e blusa em moletom cinza; parecia uma menina pronta pra dormir.
Elas nos acompanharam até o carro; a Pérola se despediu das duas,eu a acomodei no carro prendendo-a com o cinto, me abaixei abracei e beijei a Yasmin na cabeça; depois voltei-me para a Acácia e nossos olhos se encontraram dinovo, sentir uma agonia no peito, que apertou até a garganta.
- Muito obrigada pela tua companhia e atenção para conosco. - Falei estendendo-lhe a mão.
- Eu que agradeço pela tua gentileza para conosco e por fazer minha filha ficar tão feliz. - Ela falou apertando levemente a minha mão; estava trêmula, sua voz saiu baixa, acho que só eu ouvi.
Soltei sua mão,dei a volta,entrei no carro, e fui embora com o coração em tempo de sair pela boca. "O que está acontecendo comigo meu Deus?" Pensei enquanto dirigia pra casa.
Fim do capítulo
Olá, tudo bem?
Mais um capítulo finalizado!
Espero que comentem para que eu saiba o que estão achando da estória.
Até o próximo!
Beijos!
Com amor.
Vanderly
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Gleicy Clara Dourado
Em: 18/05/2021
Acho que me enganei com os nomes de uma concorrente da Acácia, não é a Ruti e sim a Rebeca, mas não me enganei com uma futura concorrente. Kkkkkkk...
Aí meu coração! Kkkk
Resposta do autor:
Risos. Acho que se enganou mesmo. Mas vamos pra frente que com certeza a moça vai descobrir que não é a Rute, nem a Rebeca "as concorrentes."
Muito obrigada por comentar, eu fico muito feliz em saber que estás a gostar.
Agora fiquei curiosa em relação a Por dentro da lei: Gostou, não gostou, ou só não lembrou de comentar?
Ah, estou escrevendo uma nova história com o título de: Um coração ferido, uma aposta. Se quiser ir acompanhando e deixando o teu feedback fique a vontade. Já postei o primeiro capítulo, e acredito que irei postando um ou dois por semana dependendo do tempo disponível.
Beijos no coração.
Vanderly
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Rosa Maria
Em: 21/04/2020
Esse carinho entre elas muito me encanta...
Beijo 🌹
Resposta do autor:
Boa noite!
Que bom que gostates Rosa!
Obrigada pelo comentário.
Beijos 🌹!
Vanderly
[Faça o login para poder comentar]
Rosa Maria
Em: 21/04/2020
Eu de novo... Kkkkkkk
Despertando curiosidades hein?? Esses olhares hummmm!!!
Beijo 🌹
Resposta do autor:
Oiê!
É sim! Um olhar pode significar muita coisa.
E o delas então, adoro!
Obrigada pelo comentário 🌹!
Beijos â¤ï¸!
Vanderly
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Van Rodrigues
Em: 10/04/2020
Olá,
Achei o capítulo muito fofo.
Já tá rolando um climinha entre as duas.
Estou lendo aos poucos, mas tô gostando bastante.
Gostei do jeito da Helane. Muito alta e forte. Acácia deve ter gostado. Hehehe
Resposta do autor:
Olá, tudo bem?
Fofa és tu meu bem!
E que clima! Está esquentando leia os próximos e verás.
Fico feliz que estejas gostando.
Hum! Gostou da grandona! Será que a Acácia também está gostando?
Confere aí!
Muito obrigada pelo teu comentário!
Beijos â¤ï¸!
Vanderly
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