CONVIDE-0
Goiânia, estado de Goiás
--Você deve achar que tô com tempo de sobra porque arrumei essa casa pra gente conversar. – Elza se encaminhou para o sofá – Mas não é o caso. – sentou-se e cruzou as pernas – Como tenho certeza que embora hoje seja sábado, você também deve estar na correria. – olhava para a outra – Te chamei aqui porque preciso da sua ajuda. – bebeu um gole de água de coco – Eu sempre vario meus esquemas pra te entregar as provas que consigo pra ferrar esse governo. Só que agora esgotei minhas possibilidades de fazê-las chegar até você em segurança.
--O Comuna tem uma série de filiados que são fiéis à causa e dariam um braço pra ver esse governo cair! – a indígena sentou-se em outro sofá de frente para a negra – Diga o que você precisa e dou meu jeito. – bebeu um gole
--Preciso que você compre um segundo chip pro seu celular e que usemos o aplicativo Sign pra nos comunicar. – respondeu de pronto – E que haja sempre alguém a postos no local que eu indicar pra receber o material que eu conseguir. – tirou uma folha de papel dobrada de entre os seios – Precisamos de uma criptografia pra nos comunicar e aqui estão os termos e significados. – estendeu o papel para a indígena que o recebeu – Vou indicar os locais pelas coordenados geográficas ao contrário, como expliquei aí.
Yara abriu o papel e leu rapidamente. – Deixa comigo. – garantiu ao guardar o papel dobrado no bolso da calça – Mas agora me diz, Elza. – olhava nos olhos da negra – Me explica o que é tudo isso! – bebeu o resto da água de coco de uma vez
--Desde o começo, Yara Saraíba? – finalizou sua bebida e sorriu – Então vamos lá. – colocou o copo sobre uma mesinha – Quando tivemos aquela briga, por ocasião da sua prisão por causa dos protestos contra o leilão do campo de Balança, você me cobrou uma atitude como representante dos que deveriam defender a pátria e aquilo ficou martelando na minha cabeça. – gesticulou brevemente – E a gente não parava de divergir e brigar até que no nosso aniversário de 15 anos te fiz aquela proposta de ajudar na luta de vocês através de uma, digamos, orientação estratégica.
--Eu lembro disso e tive muito receio. – colocou o copo junto ao copo da outra – O Brasil se polarizava politicamente cada vez mais e chegaria um momento em que você teria que se posicionar muito claramente. – lembrava – Em especial devido à pressão crescente do seu tio Goulart.
--E se você prestou atenção, deve ter notado que gradualmente fui desvinculando das minhas redes sociais e do meu nome a responsabilidade pelos periódicos e por todo trabalho que eu mesma iniciei junto aos civis. – esclarecia – Isso porque observei que a imensa maioria dos colegas ao meu redor iria inevitavelmente convergir cada vez mais pro nome do Montanauro. – ajeitou o cabelo – Conduzi pra que tudo virasse um trabalho do coletivo e não mais uma iniciativa coordenada pela Elza Machado. Observe que eu mesma nunca escrevi uma linha a favor dele, tampouco contra. – olhava para a ex – Com isso me mantive em uma posição um tanto quanto confortável, até que a história da adidância veio pra mudar meus planos. – pausou brevemente – O processo tava sendo trabalhado por causa da mudança de governo nos Estados Unidos, mas ainda não haviam decidido quem seria a pessoa a nos representar lá. – desviou o olhar -- Então o tio Goulart agiu pra que fosse eu.
Riu brevemente. – E você ficou mordida quando eu disse que aquilo era coisa dele... – lembrou mais uma vez
--Verdade, eu fui bem orgulhosa ali. – assumiu – Mas decidi aceitar porque acabou sendo uma ótima saída. – olhou novamente para a indígena – Uma vez na adidância eu não poderia me manifestar politicamente em relação às eleições e ainda ficaria em contato com representantes de um país e de um governo que Montanauro adora! – gesticulou – Então decidi que batalharia um jeito de integrar a equipe do governo, porque tava muito na cara que ele ia ganhar as eleições. Dentro da adidância, eu teria uma influência poderosa pra conseguir isso.
--Castrodeza Craig, sua ídola! – deduziu de cara feia – Tudo bem, Elza, reconheço que você sabe transformar os limões em limonada, mas não precisava ter aceitado a extensão de prazo que ela pediu! Você sabia que ela tava cheia das segundas intenções. – retrucou chateada
--Mas você não vê que foi a melhor coisa, Yara? – retrucou ao descruzar as pernas – Fiquei todo o período eleitoral longe do Brasil e consegui um espaço no Gabinete do Ministério da Defesa! – olhava para a outra – Ela foi usada, meu bem, será que não entende isso?
--E quantas vezes você precisou ir pra cama com ela pra poder usá-la como desejava? – perguntou à queima roupa
Ficou ofendida com o que ouviu. – Não acredito que tenha me perguntado isso! – levantou-se revoltada – Depois de tudo que vivemos acha que eu teria coragem de fazer algo do tipo? – falava com raiva e mágoa
--Uma cobra criada como Castrodeza Craig não te daria tal oportunidade junto ao governo por conta de nada, Elza Machado! – levantou-se também – Juntando com a sua admiração por ela, o que esperava que eu pensasse? – gesticulou – Você preferiu ir embora do que ficar aqui e manter o nosso relacionamento! – acusou – Você nunca aceitou abrir mão de nada por nós e de repente aceita até ir morar em Brasília! – descarregava suas mágoas – Tudo isso por que? – olhava para a outra – Pelo amor à causa? – perguntou ironicamente
Aproximou-se da indígena e parou bem diante dela. – Você quer ouvir a minha versão dos fatos ou não, Yara Saraíba? – perguntou com firmeza -- Será que dá pra parar de me acusar e prestar atenção ou é pedir demais? – olhava nos olhos – Se o diálogo acabou aqui, pode ir embora!
Deu um suspiro profundo. – Tudo bem, Elza Machado. Continue. – respondeu com mais calma
--Eu NUNCA fui pra cama com a Castrodeza, por mais que ela tenha tentado de todas as formas e por mais que eu a admirasse e achasse que ela é super envolvente e charmosa! – dizia a verdade – Eu tentei jogar com ela de um jeito e me ficou claro que ela só me ajudaria em troca de sex*. Então eu me fiz de boba, aceitei todos os convites que ela me fazia só pra ser vista com ela. – explicava -- No final, consegui o espaço no Gabinete graças ao tio Goulart, que trabalhou na campanha do Montanauro e convenceu o pessoal dele que eu era uma pessoa essencial pra fazer parte da equipe!
--E seu tio foi tão trouxa a ponto de acreditar que você mudou de lado de repente? – Yara perguntou desconfiada
--Na verdade, ele também foi e tem sido usado por mim sem perceber. – continuava explicando – Sem contar que ele tá na minha mão e sabe muito bem disso!
--Como assim? – não entendeu
--Antes de te explicar... – caminhou um pouco pela sala – Você precisa saber que rola um grande teatro nessa coisa toda. – pausou brevemente – Luiza me ajuda, faz tudo que eu peço, mas ela não tem real ideia do que eu faço. Apenas confia em mim, não pergunta nada e finge que apoia o governo. – cruzou os braços – Meu pai sabe de tudo e age como um bobo propositadamente, fingindo que eu mudei de lado porque a esquerda destruiu o Brasil. – olhava para a ex – Fernandão e Alê fingem que tão brigadas comigo, que tão com raiva me achando uma traíra, mas ambas também tão junto comigo nessa. – andou novamente pela sala – Alê trabalha com dados, ela me ajuda em certas coisinhas... – parou diante da mesa principal – Fernandão tem uma espécie de rede lésbica e me ajuda a fluir certas provas antes que elas te cheguem. – pensou nas mulheres – E que rede louca! – riu brevemente – Mas elas são discretíssimas.
--E com isso, o tio Goulart acredita no seu teatro? – concluiu
--Exatamente! – colocou as mãos na cintura – E ele me ajuda sem saber. – sorriu – Graças a ele, Castrodeza presta atenção em tudo que posto nas redes e aí ela faz o que pode pra impedir o que eu pretensamente quero em nome do governo. – explicou – Por isso que, por exemplo, a ideia do presidente em ter um filho na embaixada do Brasil em Washington deu em água! – lembrava – E otras cositas más.
Gastou uns segundos pensando. – Castrodeza hoje em dia tem raiva de você e te persegue? – concluiu – Ela percebeu que foi usada e por isso se vinga?
--Entendeu por que fui parar em Brasília? – respondeu de imediato – Ela sabia que me tirar do Instituto seria um golpe e tanto contra mim e agiu com maestria pra conseguir isso! – deu um sorriso triste – Se eu recusasse a transferência, teria sido tudo em vão.
Continuava pensando no que ouvia. – Eu... me perdoa pelo que disse quanto a você ter ido pra cama com aquela maldita! – pediu humildemente -- Agora explica a parte do tio Goulart estar na sua mão? – queria entender
Andou mais uma vez pela sala antes de responder e parou de costas para a outra. – Lembra da listinha que o tal Tuyago Lama vazou quando foi preso pelo atentado contra Renata? – fechou os olhos – Reconheci pela letra que foi tio Goulart quem escreveu. – aguardou a reação
--Eu sabia! – respondeu de pronto e andou pela sala também – Eu sabia, tinha certeza, mas não queria aceitar que ele seria tão psicótico a esse ponto! – falou com raiva
--Ele fez merd*, Yara! – abriu os olhos e virou-se de frente para a indígena – A lista era pra indicar pessoas que ele queria anular politicamente, mas acabou vazando e os nomes foram parar nas mãos dos Justiceiros. – explicou – O resto você já sabe!
--E ele fez isso com o mais puro intuito de nos separar! – reconheceu com raiva – Como tudo que fez desde que me conheceu! – balançou a cabeça revoltada – Graças a ele, duas pessoas inocentes foram mortas! -- gesticulou
--Ele sabe e mal se aguenta em si. Às vezes parece um louco neurótico. – pausou brevemente – Ele sabe que tudo mudou entre nós desde que eu descobri a verdade e por isso vive querendo me provar que é digno de confiança. – suspirou – É uma situação muito dolorosa pra mim, mas foi outro limão que virou limonada. – pausou brevemente – Pelo menos é o que tento fazer: converter o mal em algo de útil.
–No final, seu plano tá dando certo... – gastou uns segundos calada -- Estamos conseguindo fazer com que os escândalos do governo venham à tona... – os olhos marejaram – Mas o preço foi alto demais, não foi? – perguntou com tristeza
Emocionou-se também. – Eu não queria que fosse como foi... – confessou – Mas quando você me colocou contra a parede e ameaçou terminar... – lutava para permanecer firme – Eu não sei lidar com isso, Yara! – assumiu – Juro que eu quase larguei tudo pra fazer o que você queria, mas... meu orgulho não deixou... – justificou-se – Você prometeu que nunca me deixaria...
--Cheguei no meu limite, Elza! – secou os olhos com as mãos – Nunca havia te pedido nada! E a única coisa que pedi, você negou!
--Erramos! Você e eu... – admitiu – Mas agora já era e nós precisamos ser práticas! – secou os olhos com as mãos -- Já que chegamos até aqui, vamos fazer o possível pra minar as chances desse governo se reeleger, porque um impeachment eu duvido que saia! – pausou brevemente -- Montanauro faz tudo que os exploradores do Brasil desejam!
Balançou a cabeça concordando. – Você se meteu numa situação muito perigosa! – fungou – Se qualquer um do governo ou do pessoal da Castrodeza sonharem em imaginar o que você tá fazendo, sabe o que vai te acontecer! – advertiu – Se sonharem em saber de um encontro como esse...
--Eu tomo cuidado! – respondeu de pronto – Tenha cuidado você também e só envolva nesse plano quem for de total confiança! – aconselhou
--Pode contar com isso. – garantiu – Inclusive nem mais sou presidente do Comuna, pra não chamar tanta atenção. – informou – Depois de praticamente 20 anos à frente do Partido, passei a liderança em definitivo pra Jurema e que ela fique nessa posição até indicar outra pessoa, que não serei eu. – pausou brevemente – Quanto a você, não confie no seu tio Goulart novamente! Nunca mais! – aconselhou também – Mesmo corroído por remorso, se ele souber de tudo isso, vai te entregar! -- acusou
--Não confio nele, Yara. – dizia a verdade – Não mais...
As duas mulheres gastaram uns segundos caladas até que a indígena rompeu o silêncio. – Tenho que ir, Elza. – olhou brevemente para o relógio – Marquei com o motoqueiro que me trouxe pra me encontrar na esquina e ele virá em cerca de 10 minutos.
--Também tenho que ir. – caminhou novamente até a mesa – Saia daqui do mesmo jeito como entrou. – orientou – Mais adiante gostaria de te rever. – sentou-se na pontinha da mesa – As rotas precisam sempre ser redirecionadas pra garantir que ninguém nos siga.
Concordou. – Tá certo. – pegou o capacete e o corta vento – Feliz natal e feliz 2020, Elza Machado. – começou a vesti-los
--Pra você também, Yara Saraíba. – desejou com certa tristeza
A negra acompanhou a partida da outra com o olhar. Yara saiu pensando em mil coisas.
“Ela não me quer mais...” – Elza pensava com tristeza – “Não era a mesma Yara que por tantos anos dedicou seu amor só a mim...” – lamentou mentalmente
“Elza armou um plano em que usou todo mundo como bem quis. Agora acabou se metendo numa situação complicadíssima!” – a indígena pensava – “Se antes não podíamos ficar juntas abertamente por causa das neuras dela, hoje não podemos de forma alguma!” – considerou com tristeza – “Do contrário ela pode ser morta e eu não suportaria isso!” – respirou fundo – “Prefiro que ela pense que não sinto nada mais...”
Brasília, Distrito Federal
Goulart lia as notícias e se revoltava. – Esse golpe da China tá virando uma coisa nojenta! – arremessou o jornal sobre a mesa – Os malditos fabricaram esse vírus em laboratório e tão de comum acordo com a Organização Mundial de Saúde pra criar um clima de caos! – olhou para Elza – Mal janeiro termina e eles me vêm com essa de emergência de saúde internacional!
Não acreditava no que ouvia. – Pelo amor de Deus, tio Goulart! – discordava – O senhor sempre foi um homem culto e de muita formação! – gesticulou – Não me diga que também concorda com o pessoal que afirma que a Terra é cúbica? – provocou – Todo o conhecimento cartográfico que adquirimos nas Forças Armadas tá errado?
--Ora, Elza, óbvio que não! – levantou-se de cara feia – Mas é claro como água que a China inventou essa tal de CONVIDE-0 pra ter o mundo nas mãos! – acusou – Espere que eles mesmos vão surgir com a vacina milagrosa pra curar os doentes e prevenir novos contágios!
Revirou os olhos. – Seja como for, se essa doença sair do controle, como acho que já saiu, nosso governo vai ter que agir! – afirmou convicta – Eu não quero ver as nossas insígnias envolvidas em um novo genocídio por causa de radicalismos de qualquer ordem!
--Como assim, novo genocídio? – olhou para a negra de cara feia
--Há várias formas de se praticar um genocídio, não somente através de assassinatos a sangue frio como praticaram contra os indígenas no passado. – Elza repetia o que ouviu de Yara há anos atrás – Ficar inerte diante de uma doença dessas é uma forma de se praticar um genocídio! – acusou – Porque quando essa doença chegar aqui, e vai chegar, muitos morrerão!
Achou graça. – Você é inteligente, Elza, mas às vezes não enxerga um palmo diante do nariz! – retrucou – O governo entende que isso é um golpe da China e não vai se curvar! O governo Ronald Rump tampouco!
--Não defenda essa visão, porque isso vai custar muitas vidas! Lembre-se também que o mal pode se voltar contra nós! – argumentou – Doenças respiratórias não são coisa pra se brincar!
Goulart fez uma expressão de desdém e saiu da sala de Elza.
Goiânia, estado de Goiás / São José dos Campos, estado de São Paulo / Sorocaba, estado de São Paulo / Rio de Janeiro, estado do Rio de Janeiro
--Eu tô com medo! – Marcio dizia ao final do jornal da noite – Todo dia só se fala nesse trem de CONVIDE, é um tanto de gente morrendo mundo afora... – gesticulava – E agora essa de dizer que é pandemia! – sentia-se nervoso – Como é que vai ser isso? Se eu ficar sem sair de casa vou ser demitido, mas também não quero morrer! – controlava-se para não chorar
--Ninguém tava preparado pra encarar isso! Nem os países tidos como os mais desenvolvidos! – Yara respondeu de pronto – Mas a vida vai continuar com suas demandas e teremos que saber como agir! Dona Kedima e outras pessoas que moram no abrigo são grupo de risco. – destacou -- Vamos nos organizar, nos cuidar e agir pra não trazer essa doença pra cá! – olhava para os demais – Vamos fazer um mutirão pra providenciar máscaras e definir nossos esquemas de entrada e saída aqui. – decidiu – E que só se vá pra rua quando estritamente necessário!
--Ah, tenho certeza que minha patroa vai me botar pra correr, mas de agora em diante não saio mais daqui! – Luciana afirmou resoluta – Prefiro passar fome a morrer asfixiada por causa dessa tal de CONVIDE! – olhou para a idosa – Pelo amor de Deus, dona Kedima, não aceita ninguém mais pra viver aqui enquanto essa praga durar! -- pediu
--Vamos nos cuidar e colocar tudo nas mãos de Deus! – Kedima afirmou resoluta – A gente vai fazer o máximo que cada um puder e se pegar muito com Ele! – tinha fé – Não há mal que dure pra sempre!
***
--Como vai ser de agora em diante, camarada Jurema? – Celeste perguntava preocupada – Se já era difícil enfrentar os desmandos desse governo sem esse maldito vírus, como faremos pra mobilizar as massas diante de uma pandemia que requer isolamento social? – olhava para a indígena – Como ajudaremos os moradores de rua? Os pobres e necessitados de toda ordem?
--Ainda não sei, camarada, mas teremos que novamente rever nossos métodos! – Jurema respondeu pensativa – O que não podemos é nos expor e acabar prejudicando as pessoas ao invés de ajudar! – considerou – Tampouco podemos ser suicidas!
--Eu só sei que essa pandemia era tudo que Montanauro precisava pra escancarar a porteira logo de vez! – Omar comentou revoltado
***
--E agora, sub, será que vão deixar a gente trabalhar de casa? – Fernandão perguntava ao amigo – Alana é grupo de risco, nem sei como vai ficar a situação dela! – estava preocupada – Acho que vão demitir ela no hospital, porque não vai dar pra ela ficar indo trabalhar e eu prefiro que ela se proteja! – gesticulava – No entanto, se eu tiver que vir trabalhar presencialmente todo dia, vou sempre colocá-la em risco!
--Meu drama se assemelha ao vosso! – Machado respondeu igualmente preocupado – Minha amada esposa integra este mesmo grupo de risco e embora aposentada correrá perigo se a Organização Militar mantiver o chamamento para o meu atendimento em persona. – considerou – Não bastasse tal realidade cruel, meu peito varonil de pai se inquieta por meu empoderado rebento trabalhar junto a negacionistas!
--Até o brigadeiro virou um deles! – a sargento retrucou revoltada – Vive desfilando por aí de cara limpa, se recusando a usar máscara, além de ter se tornado um anti vacina! – criticava o homem -- A que ponto se chegou!
***
--Filha, será que essa pandemia vai quebrar a gente? – Jaqueline perguntou preocupada – Se o negócio da uva Itália fracassar, a família vai pro buraco! – olhava para a loura
--Ainda não sei o que fazer, mãe. Vamos reunir todo mundo pra discutir! – Renata propôs – Todos de máscara, a uma distância segura e pensando em como tocar o negócio daqui pra frente. – considerou – O que não dá é fingir que não existe um risco e acabar se perdendo muito mais, que é a saúde ou até mesmo a vida!
--E com esse governo atual, haja tempo pra surgir uma solução de verdade! – Jaqueline reclamou – Um governo que desacredita a ciência...
–O presidente só sabe promover aquela merd* de hidroxinasesquinas que não serve pra porr* nenhuma! – Renata resmungou – Mas não tem jeito, a gente vai ter que se virar da melhor forma possível! E se o negócio quebrar... – não sabia o que dizer – Quebrou!
***
--Mãe, fala alguma coisa, põe juízo na cabeça dessa criatura! – Alessandra pedia agoniada – Cara, decretaram pandemia, a doença não é qualquer coisa, não dá pra ficar atendendo geral em salão!
--Filha, sua irmã e os funcionários tão usando máscara! – Maria Carmem retrucou – Só eu sou grupo de risco, mas já me aposentei, não tenho porque ficar indo lá!
--Eu não vou fazer a mamãe ficar doente, Alê! – Aline respondeu de cara feia – Acha que sou alguma irresponsável? – pôs as mãos na cintura
--Já disse que eu e Jonas seguramos as pontas pra vocês! – Alessandra insistia – Mas pelo amor de Deus, Aline, fecha o salão pelo menos enquanto não surgir uma vacina! – pediu – Vocês não viram a notícia que já tivemos a primeira morte por CONVIDE no Brasil?
--Eu te agradeço de coração, Alê, mas não rola ficar sendo sustentada por vocês durante nem sei quanto tempo! – discordava – E os funcionários, vão viver de que? – gesticulava – Todo mundo tem conta pra pagar!
--Deus, dai-me paciência! – a engenheira reclamou de cara feia
Cambridge, Massachusetts, Estados Unidos
Castrodeza analisava informações que recebera do Serviço de Inteligência a seu pedido.
--Tudo indica que estão vazando informações comprometedoras do governo brasileiro para a oposição! – lia o material -- É exatamente como eu vinha suspeitando... e os escândalos não param! – pensava em voz alta – Esse mês de abril foi particularmente turbulento, com dois ministros importantes deixando seus cargos. – cruzou os braços e mirou um ponto no infinito – Teria que ser alguém em posição privilegiada e ao mesmo tempo discreta... – considerou -- Será que...? – levantou-se da mesa – Como eu pude ser tão estúpida? -- andava de um lado a outro – Elza continua me usando até agora! – concluiu enfurecida – Sim, ela é a traidora! – deu um soco na mesa – Vadia! – estava furiosa – Mas você não passará impune, Elza Machado! Basta! – cerrou os olhos – Farei você e sua traição serem descobertas e já sei até por intermédio de quem! – sorriu vingativa – Aguarde, minha querida!
Aparecida de Goiânia, estado de Goiás
--Essa manifestação anti democrática, inconstitucional e agressiva de Montanauro contra o Supremo e o Congresso não tem outro motivo senão a construção de um caminho pra deflagar um golpe! – Yara dizia para Elza – Os filhos dele já cantaram a pedra em várias falas que fizeram. – olhava para a negra – Ele tá comendo pelas beiradas, na mesma tática que o levou à presidência da República! – ajeitou a máscara no rosto
--Eu sei, mas essa parte da atuação do governo é bem mais difícil de combater dentro do que eu possa atuar. – a militar respondeu de pronto -- Embora eu não sinta que as Forças Armadas se unirão a ele nessa tentativa, não podemos ficar relaxadas e vocês precisam martelar contra isso o máximo possível!
--A gente faz a nossa parte e até a imprensa burguesa tem dado suas cipoadas. Vejo os ministros do Supremo com uma postura firme, mas o meu temor vem especialmente de um eventual apoio que Montanauro receba dos Estados Unidos!
--As coisas lá andam muito complicadas por causa da CONVIDE. – Elza considerou – Não sei se Rump teria espaço pra dar esse apoio, mas também não podemos duvidar de nada!
--Seja como for, com base em tudo que me trouxe hoje, creio que o homem chave do esquema das Quebradinhas vai acabar sendo preso, até pra acalmar a opinião pública depois que a gente vazar essas informações. – considerou – E com isso é melhor você dar um tempo, Elza! – segurou uma das mãos dela – Eu sei que só nos encontramos duas vezes até agora, mas o risco que você corre me perturba muito! – falava com sinceridade – Por favor, passa um tempo sem atuar! – pediu preocupada
Sorriu por baixo da máscara. – “Ela continua usando o anel que eu dei...” – pensou ao observar – Concordo. Às vezes uma recuada estratégica é um recurso essencial! – acariciou a mão da outra
“O crucifixo... continua no pescoço dela...” – observou sem verbalizar – Melhor irmos embora! – recolheu a mão e se levantou – Já passamos tempo demais aqui. -- considerou
“Ela não faz a menor questão de estar comigo...” – pensou decepcionada – Tem razão, Yara. – levantou-se também – Hora de ir!
Goiânia, estado de Goiás
--Eu sei que tem todo esse plano secreto entre vocês, mas por que as duas não se acertaram até agora? – Kedima perguntava intrigada – Não me diga que vocês continuam remoendo mágoas, cismas e outras peiticas do gênero? – olhava para Yara – Ô, duas mulherzinha inteligente, burra e chata! – reclamou – Nem as novelas mexicanas mais bestas têm uma lambição tão amarrada!
Acabou achando graça. -- Sei lá, dona Kedima, algo mudou, não sei dizer! – a indígena mantinha-se de máscara e afastada da idosa – À despeito de qualquer mágoa ou cisma, hoje em dia Elza corre risco de vida e se a gente ficar junta, não poderei fazer nada pra protegê-la. – argumentava – Eu não quero que ela morra por minha causa!
--Ninguém quer que façam mal a ela, mas por que não deixa a menina saber que você ainda a ama do mesmo jeito? – perguntou sem entender – Pra que alimentar sofrimento?
--Porque é melhor que ela pense que eu não sinto nada! – respondeu de pronto – Hoje eu sei que ela ainda me quer, mas como disse, não posso colocá-la em risco mais do que já está!
Kedima balançou a cabeça contrariada. – Ai, ai... Olha, dessa vez você tá me decepcionando! – levantou-se da cama – Namorou a mulher por quase 20 anos, termina a relação por medo de um chifre que nem tomou, -- salientou -- e agora me vem com essa de fingir que não sente nada pra evitar o pior! – olhava para a indígena – Ouça o que diz uma velha que cometeu os piores erros da vida por orgulho: -- aconselhava – reconcilia com ela enquanto é tempo, porque nada é mais doloroso que a dor do remorso! – caminhou até a porta do quarto – Você não tem ideia do preço que tive que pagar por não voltar atrás à tempo!
Estranhou o que ouviu. – A senhora é uma pessoa boa. – olhava para a idosa – Pode ter cometido seus erros, mas duvido que tenha feito algo grave. – considerou – Elza e eu somos um caso perdido... Assim tem que ser!
Abriu a porta do quarto e desistiu de argumentar. – Vou no banheiro e você veja se raciocina melhor e busca tomar jeito de gente pra casar com cachorro! – saiu
--Eu hein! – não entendeu a expressão e riu brevemente – Mas... será que ela tem razão? – pensava em voz alta – Ai, Elza, você acaba comigo... Será que...? – levantou-se da cama – Não... Melhor que continuemos como estamos... pelo seu próprio bem!
Brasília, Distrito Federal
Elza entrava em casa quando foi surpreendida por uma voz masculina: -- Será que podemos conversar, senhora tenente coronel? – a pergunta soou com ironia
--Ui, que susto! – surpreendeu-se – O que fazia escondido aí, tio Goulart? – ralhou de cara feia e prestou atenção no homem – Nossa, que aparência péssima! – estranhou – “Em todos esses anos nunca o vi assim!” – pensou desconfiada
--Vai me deixar entrar ou conversamos do lado de fora? – pôs a mão na porta impedindo-a de se fechar – Acho que não te seria interessante se ouvissem o que tenho a te dizer! – virou o rosto para o lado e espirrou
Afastou-se dele. – O senhor tá doente! – observou alarmada – Não era nem pra estar circulando por aí! – retrucou – Já fez o teste de CONVIDE? – perguntou preocupada – “Será que ele andou investigando e descobriu algo do que venho fazendo?” – pensou alarmada
--Você só se preocupa com bobagens! – forçou a entrada na casa da outra – Feche essa porta porque temos um assunto importantíssimo pra discutir aqui! – ordenou
Estranhou a atitude do homem e caminhou até um armário na cozinha. – Ao menos use máscara, porque se o senhor quer se matar, eu não tô nessa! – pegou uma máscara e colocou sobre a mesa – Após isso conversamos. – cruzou os braços – Embora essa sua atitude seja totalmente inconveniente!
Vestiu a máscara à contragosto. – A minha atitude é inconveniente? – provocou – E a sua, é o que? – sentia-se mal física e emocionalmente – Nunca imaginei que você me decepcionaria tanto! – afirmou com desgosto
--Seja claro, brigadeiro Goulart! – perguntou para ganhar tempo – Decepção por decepção, talvez tenhamos um empate aqui.
Riu brevemente. – Deixe de ser tão fingida, Elza! – retrucou mal contendo a fúria – Você é uma grandessíssima traidora! – acusou desgostoso – A prisão do tal homem chave das Quebradinhas só aconteceu por sua culpa! E a maior parte do que a esquerda usou contra o presidente até agora veio de você! – gesticulou com raiva – Você me fez convencer a equipe do Montanauro a te colocar no Gabinete do Ministério da Defesa só pra trair todo mundo! – os olhos marejaram – Você se revelou como traidora da pátria desde o primeiro dia de adidância! – tossiu
--O senhor aplaude irracionalmente um governo que está destruindo o Brasil e a traidora da pátria sou eu?! – perguntou indignada – Eu não vou perder meu tempo discutindo isso, especialmente com o senhor aí, nitidamente doente! – olhava para ele com decepção – Doente do corpo e doente da alma! – lamentava – Agora vá embora daqui! – foi até a porta e a abriu – Fique à vontade pra me denunciar! – esperava que ele partisse – Mas veja se cuida de si primeiramente, porque CONVIDE mata, se ainda não percebeu!
Goulart não sabia o que fazer. Mal conseguia raciocinar direito. – Se Graça fosse viva... – caminhou lentamente até a porta – Ela...
--Morreria de vergonha do senhor! – completou a frase do outro – Exatamente como eu!
Elza sentiu tanta dor ao dizer aquilo, quanto Goulart sofreu ao ouvir. O homem parou diante dela e despediram-se com um olhar carregado de lágrimas contidas. Não havia mais o que conversar; ambos sentiam como se o Amor que por tantos anos os manteve unidos, houvesse chegado ao fim.
Assim que o homem partiu, a militar encostou-se na porta e fechou os olhos chorando pesadamente. Goulart seguiu seu caminho sentindo-se arrasado. Dias depois, dava entrada no Hospital Militar da Capital Federal devido a uma falta de ar provocada pela CONVIDE-0.
***
--Desgraçado, maldito! – um jovem acusava – Eu tinha uma vida inteira pela frente e por sua causa eles me mataram! – gritava furioso – Nem pude ver meu filho nascer!
--Você sabe como eles faziam? – uma mulher perguntou com os olhos esbugalhados – Davam choques, batiam com cacetetes e nos asfixiavam com um saco plástico amarrado na nossa cabeça! – falava em tom acusador
--Eles nos tiraram o ar, nos tiraram a vida! – um homem de meia idade falava em voz bem alta – Por causa de cagoetes como você! – rosnava entre dentes -- Agora morra sem poder respirar, desgraçado!
--AHAHAHAHAH!!!!!!!! – no plano astral, Goulart gritava e agonizava em desespero
***
--Pai, hoje eu soube que ele tá no CTI e foi entubado de barriga pra baixo. – Elza dizia buscando disfarçar seu mal estar – Não sei se tio Goulart sobrevive a isso! – silenciou o aparelho para poder tossir
--Sacrossanta Mãe, apiedai-vos! – Machado clamou em voz alta – E vós, minha herdeira cromossomial? Não vos percebo exalando saúde! – notou – Uma vez que vos encontra em situação de contactante de um enfermo, o mínimo a fazer é colocar-se em isolamento e recorrer ao teste de CONVIDE! – aconselhou
--Meu Deus, tomara que Elza não tenha ficado também doente! – Malu benzeu-se falando sozinha
--Já fiz o teste e aguardo o resultado, pai. Mas não tô sentindo nada. – mentiu – Não se preocupe comigo e, pelo amor de Deus, nem ouse viajar pra cá! – pediu enfaticamente – Sua esposa é grupo de risco e não quero saber de nenhum dos dois contaminados!
--Meu peito varonil de pai inquieta-se por vossa causa, meu rebentinho! – o homem afirmou condoído
--Não precisa ficar assim! Está tudo bem! – tentava tranquilizá-lo – Eu tô bem, pai, relaxa! – silenciou o aparelho novamente e tossiu bastante
Goiânia, estado de Goiás
--Então é isso, camarada. Preciso sair de cena por uns tempos pra cuidar das pessoas no abrigo. – Yara dizia para Jurema – Não pensem que abandonei a luta, mas às vezes, precisamos desviar um pouco do caminho!
--Eu entendo, camarada Yara, e você já fez demais! – Jurema dizia com sinceridade – Cuide da sua vida e fique tranquila que o Comuna continuará lhe dando orgulho como sempre foi! – garantiu ao sorrir por baixo da máscara
--Tenho certeza! – sorriu por baixo da máscara também – Como te disse, meus informantes deram um tempo desde o final de maio e ficarão afastados por razões de segurança pessoal. – explicava sem entrar em detalhes – Mas o plano não mudou e nem foi abandonado! – garantiu
--Firmes na luta, camarada! – Jurema ergueu o punho esquerdo fechado – Sempre!
--Sempre firmes! – Yara repetiu o gesto
Sorocaba, estado de São Paulo
Renata chorava como criança no colo da mãe.
--Own, minha querida, não chore assim! – a mulher buscava consolá-la – Morrer faz parte da vida e seu tio já estava sofrendo muito no hospital!
--Mas a gente sempre teve tanto cuidado! Eu tentei preservar todo mundo e falhei, mãe, falhei... – chorava
--Certas coisas não passam por nós, meu bem. Vida e morte estão apenas sob as mãos de Deus! – beijou a cabeça da filha
--Quantas pessoas vão precisar morrer pra que esse maldito governo mude?? – continuava chorando – Ai, mãe, eu me sinto a pior das mulheres...
--Oh, minha filha... – chorava também
Brasília, Distrito Federal
Elza estranhou que alguém tocava insistentemente sua campainha. – Mas que inferno! – sentia-se mal – Quem pode...? – parou diante do olho mágico e se surpreendeu – Meu Deus! – correu para buscar a máscara e abriu a porta – Que faz aqui? – não entendia – O que é isso? – reparou numa cadeira de rodas dobrada – E que roupas são essas?
--Vim te buscar! – abriu a cadeira de rodas diante da negra – Arrume suas coisas porque daqui a uma hora a ambulância vai chegar. – informou – Será que posso? – desejava entrar – Já tirei os sapatos. – ficou descalça rapidamente
--Hã... – não sabia o que fazer e deu passagem – Ambulância? – perguntou intrigada – Eu não quero ser internada, por favor! – tossiu e fechou a porta – Como soube que tô com CONVIDE, hein, Yara? – olhava para a indígena – Veio até disfarçada de enfermeira! – acabou achando graça e tossiu novamente
--Eu não sabia mas acabo de confirmar. —respondeu de pronto -- Seu pai desconfiou de você estar doente e graças a tal rede lésbica de Fernandão a notícia chegou até meus ouvidos. – explicou resumidamente – Agora arrume suas coisas porque já tá tudo certo e você vai de ambulância comigo até Goiânia. – parou diante de Elza – De lá, trocaremos de condução e seguiremos direto pro abrigo. – informou os planos
--Pro abrigo?? – ficou pasma – E dona Kedima? Yara, pelo amor de Deus, eu não quero colocar uma idosa em risco e nem outras pessoas que sejam...
--Elza Machado, preste atenção e pare de argumentar! – interrompeu a fala da outra – Tudo sempre foi do seu jeito, agora vai ser do meu! – olhava nos olhos – Dona Kedima sabe de tudo e tem acordo. – dizia a verdade – De hoje em diante seu lugar é no meu quarto até que você se cure!
Ficou arrepiada com o que ouviu. – Nossa... – não sabia o que dizer – E... se você ficar doente também? – perguntou receosa
--Já tive a doença e fui assintomática. – cruzou os braços – Eu sei que isso não garante imunidade nem nada, mas eu decidi que vou cuidar de você e isso não está sob discussão! – sorriu por baixo da máscara – Agora vamos arrumar suas coisas? – insistiu -- Você vai ficar comigo e fim! – afirmou enfática
“E quem pode dizer não?” – perguntou-se mentalmente
Goiânia, estado de Goiás
--Tudo em seus devidos lugares, agora é só ir administrando. – Yara sentou-se a curta distância da cama – Vamos usar o banheiro que mandei fazer no quintal no ano passado e sempre usaremos aquela parte do corredor que vai pra fora da casa. – olhava para Elza – Deixe que cuido de sua medicação, alimentação e roupas. – passou a mão nos cabelos – Vou mantendo sua família informada na medida do possível e vai ficar tudo bem! – falava com carinho
Deu um sorriso cansado. – E por que tudo isso, Yara Saraíba?
--Porque eu te amo! Não tem explicação melhor do que essa! – respondeu com sinceridade
Emocionou-se com o que ouviu. – Eu pensei que... você e eu... – desviou o olhar – Que não tinha mais jeito!
--Também pensei. – admitiu – E depois achei que seria melhor ficar longe pra que você não corresse risco de vida por minha causa. – confessou a verdade – Mas só de pensar em você sozinha em Brasília, doente, sem apoio de ninguém... – balançou a cabeça negativamente – CONVIDE tem que ser levada muito a sério e você precisa de cuidados especiais. – fez um gesto breve – Quantos dias você recebeu da equipe médica no seu trabalho? – queria saber – Em se tratando de Montanauro, não duvido que ele venha até querer fungar no seu cangote pra mostrar bravura diante do vírus! – afirmou de cara feia
Riu e tossiu. – Ih, eu hein, sai fora! – respondeu bem humorada – Ganhei 15 dias a contar com a data do resultado do teste anti CONVIDE, que chegou há dois dias. – respirou fundo para controlar a tosse – Mas esse afastamento pode ser prorrogado a depender do meu estado.
--Pelo menos você poderá descansar e se recuperar nesse meio tempo sem que ninguém te perturbe. – considerou -- Dona Kedima conhece um bocado de xarope diferente e vamos fazer pra você. Trate de tomar, viu?
--Tá bom, mamãe! – concordou brincalhona
--Agora durma. – levantou-se da cadeira e beijou um dos pés da amada – Vou buscar mais uma garrafa d’água pra gente. – piscou para a negra e vestiu a máscara – Fique tranquila que não te deixo sozinha. O máximo que pode acontecer é você se chatear com minhas aulas on line. – abriu a porta – Mas só começam a partir de amanhã, então aproveita hoje. – deu tchauzinho e saiu do quarto
Elza deitou-se de lado e sorriu. Estava feliz por estar junto a Yara e ao mesmo tempo triste por saber que Goulart continuava mal no hospital. “Que Deus cuide do senhor, tio.” – pediu mentalmente – “E que tia Gracinha possa vê-lo de alguma forma.” – aconchegou-se no travesseiro e fechou os olhos
Brasília, Distrito Federal
--ME DEIXEM, SAIAM DE MIM! – Goulart gritava em desespero – EU NÃO TIVE CULPA DE NADA! NÃO TIVE!! – cobriu os ouvidos com as mãos
--Assassino! – pessoas acusavam
--Covarde, dedo duro, desgraçado! – outros diziam
--Você tem meu sangue nas mãos. – um homem vestido de padre se apresentou – Esse tiro foi você quem deu. – apontou o peito coberto de sangue
--Você é um criminoso! – um jovem afirmou dentro da mente de Goulart – Morra com falta de ar!
--Morra com falta de ar!! – vários disseram
--AHAHAHAH... – o brigadeiro se contorcia buscando respirar
--Meu Deus, é muito triste ver isso! – Graça exclamou com os olhos marejados – Por favor, irmã Eulália, me deixe falar com ele! – pediu à protetora espiritual – Preciso ajudá-lo, por piedade! – postou as mãos em súplica
--Seu amado Marcos Goulart ainda não se encontra em condições de receber ajuda, minha querida. – Eulália respondeu mansamente – Ele padece no hospital e aqui no plano astral de Brasília sofre atormentado diante de alguns desafetos que conquistou ao longo desta encarnação. – esclareceu – Por enquanto, nos cabe apenas orar!
Graça suspirou lamentando o estado em que se encontrava o homem.
Fim do capítulo
Desculpem a demora. A caipira ainda vai responder os comentários, mas só a partir de sábado
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Minh@linda!
Em: 20/02/2025
Eita, chegou a hora de lavar a roupa suja!
O ciúmes de Yara ainda é bem latente.
Oxe!! Não deixa Yara falar assim com você, não, Elza!!!
Baixa a bola de Yara que ela está muito esquentada.
Pelo menos pediu desculpas!
Yara não deixa ela falar!!
Como é que a mulher explica às coisas desse jeito?
Já imagino como deve ser essa rede rebuceteica de Fernandão!
Oxe!! Não rolou nem um cheiro, nem um beijo... Mas dá pra entender... Elas precisam acertar às coisas primeiro... foi muito tempo sem contato.
E pior que o pensamento de Yara está certo. Se sonharem que elas estão se encontrando ou que estão juntas, é game over pra Elza. Ô, vida!
Apesar das diferenças que elas tem, Elza, realmente, absorve as coisas que Yara fala.
A prova disto é ela elaborar esse plano pra cagar com o governo e o fato de entender que o descaso dos representantes, caracteriza genocídio, caso providências não sejam tomadas.
Até hoje eu não entendo a cegueira que se instalou em algumas pessoas, pra não ver o óbvio. Goulart entrou em um abismo de indiferença e incredulidade tornando-se vetor da doença. E Além de se danar todo, ainda passou a doença pra Elza.
Castrodeza pescou o que não devia e jogou Elza na fogueira.
Yara estava certa quando disse pra Elza não confiar em Goulart. Se não é ele tá penando no plano astral, era capaz de já ter entregado ela.
Dois encontros e nada pra ninguém!
Mas eu entendo Yara. Voltar agora pode ser muito arriscado pra Elza.
Mas por outro lado, acho que poderiam aproveitar o tempo desses encontros pra matarem a saudade.
Concordo com Dona Kedima!!
Bota juízo na cabeça de Yara, Dona Kedima! Tão perdendo muito tempo. Tem coisas que precisam ser ditas.
Eita que Yara foi atrás da mulher dela, com esquema todo armado pra cuidar de Elza. Quinze dias ou mais pra se ajeitarem nessa confusão toda.
Haja matar a saudade!
E haja cuidado, também.
Barba, cabelo e bigode!
Se declarou e tudo...
Até que enfim Yara voltou a ter colorido, de novo.
Salve Dona Kedima!
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PaudaFome
Em: 08/07/2024
Você é um fenômeno até eu fiquei com falta de ar
Solitudine
Em: 10/07/2024
Autora da história
Olá querida,
Você lê de forma apaixonada.
Agradeço muito por isso!
Beijos,
Sol
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Ontracksea
Em: 19/01/2024
Maravilhoso!!!! Elza e Yara juntas novamente e no meio dessa trama eletrizante é foda demais!!!
Já tenho empatia por Renata. Rola com Jurema? Tô curiosa! Goulart ainda não me desce!
Solitudine
Em: 21/01/2024
Autora da história
Olá querida!
Oba, continua empolgada com a história e já até simpatiza com Renata... muito bom. Será que Goulart conseguirá conquistar um pouquinho que seja de sua simpatia também? Vamos ver.
Continue eletrizada! rs
E obrigada por tudo!!!!
Beijos,
Sol
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Femines666
Em: 05/04/2023
Claro, tem que falar que ver a Yara resgatando a Elza pra cuidar foi lindo!!!!
Solitudine
Em: 08/04/2023
Autora da história
kkkkkkkkk Não foi? Eu imaginei que vocês fossem gostar!
Beijos,
Sol
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Femines666
Em: 05/04/2023
A forma como você transforma realidade em ficção é fascinante! E vida espiritual no meio de tudo, eu amo!!!
Solitudine
Em: 08/04/2023
Autora da história
Obrigada!!!!!!!!
Beijos,
Sol
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Femines666
Em: 05/04/2023
Mil coisas pra dizer. De todos os seus espetaculares contos esse foi o que mais refletiu essa minha vida e esse capítulo balançou.
Elza é muito inteligente (você ainda mais) e tem sido perfeita no plano apesar dos vacilos que dá. Mas ela é falível, Yara também vacila às vezes. Goulart fez muita merda mas ele errou achando que tava certo ou por ciúmes; não foi ser um canalha ou mal feitor.
Kedima é um poço de sabedoria e muito divertida. Acho que ela se culpa pelo suicídio da filha e isso deve ser horrível
Solitudine
Em: 08/04/2023
Autora da história
Olá querida!
Agradeço muito por achar que os contos são espetaculares e como comentei antes, muito me felicita ver tamanha identidade!
Essa parte da pandemia balança mesmo. Inclusive a mim!
Agradeço também por me considerar inteligente, bem como a nossa empoderada militar! rs Concordo com o que disse sobre as personagens. E, sim, a dor de ya Kedima é algo inimaginável!
Beijos,
Sol
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Vanderly
Em: 25/02/2023
Boa tarde Sol!
Pelo quê pude perceber o teu romance é uma retrospectiva nacional e até pude descobrir quem são alguns dos personas, só estou curiosa com essa tal de Castrodezza. Risos.
Quê lindo! Amei esse cuidado da Yara com a Elza só não quero quê o velho Goulart morra ainda.
Eu estou gostando, a prova é quê estou aqui comentando.
As vezes não comento ou por falta de tempo, ou porquê o autor não interage conosco. Mas gosto de comentar. Até já ganhei brinde por isso.
Abraços fraternos.
Vanderly
Resposta do autor:
Boa tarde, querida!
Não se culpe por causa da dúvida sobre a Castrodeza. Lembre-se que é uma obra de ficção e qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência! rs
Que bom que você gostou do capítulo. É denso, mas tem suas fofuras.
Goulart ainda tem um caminho. Vai morrer assim não. Confia na caipira.
E que maravilha que você está gostando. Quando some a gente fica sem saber! rs
Agora a caipira ficou sem graça com isso de autor que não interage. Você deve pensar em redes sociais, não é? Perdoe mas é um trem que não me agrada. Porém tento interagir por aqui e com muita consideração por vocês. Espero que adiante de alguma coisa. rs
Tem isso de brinde por comentar? Nossa! Eu nunca sei das coisas por aqui é incrível! kkkkkkkk
Beijos e abraços,
Sol
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mtereza
Em: 25/02/2023
Para quem perdeu pessoas amadas para esse vírus como eu o capítulo foi bem doloroso mais como todos necessários.Fique feliz por ver Elza e Yara juntas outra vez.
Resposta do autor:
Olá querida!
Quando a pandemia começou, o conto CONVIDE-0 me pediu para ser escrito. E desde então eu não quis mais retratar este período entre 2020 e os dias atuais, passando por eles de forma corrida. Porém, tenho que encarar isso e escrever. Também tivemos perdas e a vida do lado de cá mudou de um jeito que eu ainda não aprendi a assimilar, vamos dizer assim.
Em suma, eu precisava desse capítulo. Perdoem.
Espero que continue lendo e que goste deste conto.
Beijos,
Sol
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Samirao
Em: 24/02/2023
Habibem como que vc me dá uma dessas de novo?? Fui a última a ver o CAPS novo sua caipiralha!!! Vou deixar passar dessa vez em respeito aos seus dias de hospital.
Adorei o CAPS acho essa história super vida real fodástica e inteligente tô entendendo onde vc quer chegar super apoio e dou parabéns! Vc é a melhor autora desse Lettera e quem não concordar que se morraaa tipo Goulart huahuahua piadinha infame. Bjuss
Resposta do autor:
Olá querida!
Desculpe novamente! Você sabe que tem sido uma correria doida!
Obrigada pelo apoio incondicional e pela visão sempre tão positiva mas cuidado com essas piadinhas infames. Sem brigas! kkk
Beijos
Sol
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Zaha
Em: 24/02/2023
Oie, Sol!! Tudo bem??
Te digo, tenho uma preguica enorme de comentar....kkkkkk
Cansada to!
Hum, percebi que foi direta especificando que Ale e Fernandao sabiam do esquema de Elza, ainda bem, estava achando estranho...que bom que q "corrigiu"!! Seria prejudicial...
Bem, tenho me sentindo em um rede social em plena eleicao por aqui. Sendo bombardeada de informacoes políticas. Parece doutrinacao, sorry!! Já pensou se vc fosse bolsanarista, sutilmente induziria algo que outros nem perceberiam. Nas estórias passadas vc era mais sútil, era mais leve, acho que tá um pouco denso demais como o Convide-0. To querendo ler pro prazer e n passar raiva...rsrs. Manere aí...por favor!!
E tenho visto que tem globalizado os problemas sociaeconomicos. Comecou sendo específica com o racismo em modo geral e empoderando Elza na sua aceitacao como afrodescendente, por outro lado Yara na sua luta contra o genocídio contra os indíginas, espeficidamente esse genocídio, qualquer exterminio em massa se considera isso...entao, achei meio que se desvirtuou dos temas princípais levando a algo mais grande, ou seja foi ramificando pra outras questoes importantes, porém, n sei, como esperava algo mais centrado ou com menos bombardeio político, acheo que vc ta levando pra um lugar que nem sabe... Outras das suas estórias vc falava de forma mais sútil, porém assertivo igual. Obviamente nao é que tá mal, apenas reacoes diferentes a certos temas. Eu gosto de algo pra refletir, mas que seja algo mais pra distrair(lazer) das questoes desse lado. Acho importante, entendo que necessite expulsar de seu sistema e quer que chegue a informacao e depois que cada um possa tirar suas próprias conclusoes a partir das reflexoes, mas nao sei, 90% era política crua, que inclusive já passou, porém continúa como sempre, já q é um ciclo q durará, ja que o ser humano demora a sair do mesmo comportamento, nem o covide serviu de impuso. Mt gente mudou, mas se esperava mais, porém, enfim, tema pra outra conversa.. só meu parecer...meio fiquei desmotivada pra ler, mas, bem, nem td é como queremos, mas continuamos vivendo, entao, continuamos lendo tb pra ver o desenrolar...como na vida, é aqui tb.
Quanto a Elza e Yara. Yara a princípio culpou Elza, mas cada um fez suas escolhas e n por culpa e tal, deixou ela, por culpa d eta isso. Ela decidiu se afastar. El decidiu sempre fazer td que Elza queria e qndo pediu uma, ficou chateada, mas ela decidiu atuar assim. Elza n obrigou, da mesma forma Elza que queria" pra sempre" e nao o "nunca vou te deixar..." quando sao duas palavras que se deve ter cuidado ao dizer , pois as coisas mudam..o sempre nao existe ,tampouco o nunca mais...
Confesso que estou um pouco dispersa ao ler, entao n posso falar mt sobre elas...
Sobre a divisao do país que sempre existiu, agora ficou evidente, explodiu a bomba, n? E o Convide-0 veio a colocar o dedo na ferida...n esperava que Elza atuasse tao irresposavelmente
Estou apenada por Goulart, ninguém merece tanta raiva de outros. Ele nem os que sofreram, mas o ódio e n perdao leva a esse ciclo. Goulart aprenderá, espero que essa pequena experiencia sirva pra expandir sua consciencia, de tudo que fez e que possa quitar suas dívidas ou diminuí-las....espero!! Que Elza tb esteja menos raívosa com ele e Yara o perdooe. "Pai, perdoa-lhes porque nao sabem o que faz! Tdodos merecem todas a chances que sao dadas, todas as oportunidades para se redirmir, pois ninguém é melhor que ninguém. Essa escola é puxada, difícil e é difícil medir onde estamos sem um paramentro, sem um ponto de referencia, muitos nem tem , estao perdidos. Gracinh era a referencia, sem ela, ele n pode com as tentacoes. Estava dentto dele e foi uma prova a qual ele n pode passar, entao agora vem a expiacao. A vezes avancamos e depois retrocedemos. Coisas que aparentemente superamos e podemos decair, pois nao depuramos como devia e as tentacoes estao ao nosso redor, nos bombardeando e temos que estar atentos, vigilantes o tempo todo de nosso comportamento. O que fazemos volta e bem mais forte. Somos herdeiros de nós mesmos e criamos nosso próprio caminho.....bom ou mal, vai depender de nós....e vamos sabendo a medida que vamos vivendo, vamos nos moldando, nos reformando. Assim espero com Goulart, A americana, bem,ela tá mais complicada. Goulart ele teve bons exemplos, Caza tá engolida totalmente pelo poder, ódio, vinganca.....e isso a destruíra, já está,só n viu....será que derá tempo nessa vida ou a reforma dela será dura e dolorida?Temo que sim
Bem, espero que possa estar em equilíbrio, n sei se foi um bom feriado, se foi difícil, mas envio bons fluídos e a fé constante em que Deus sempre faz o melhor pro nosso crescimento. Alguns levam mais tempo, mas a fé transforma, as boas energías ajudam.
Beijos e fique com a paz de Deus
Resposta do autor:
Olá querida Lailikii Doré Dahab!
Preguiça? Como pode, dona atletovisky? rs Nem combina!
Vamos lá, por partes:
Sobre Alessandra e Fernandão eu não corrigi, apenas esclareci no momento em que julguei oportuno. Veja que quando as duas buscaram satisfações com Elza em cena anterior, eu não prolonguei a conversa. Proposital para deixar vocês na dúvida. Tem que deixar alguma coisa no ar para vocês ficarem matutando. rs
Entendo sua queixa, você tem direito de não gostar do conto e da narrativa em vários momentos, mas Tempus Agendi não é para ser sutil. Desde a sinopse, esclareci que se tratava de uma história de luta. A política está em tudo e no drama ficcional tenho destacado alguns pontos que acho que não devem faltar. Observe que todos os governos foram criticados ao longo do conto, de forma cada vez mais detalhada em conformidade com o grau de envolvimento político crescente das personagens. Então, perdoe, não sei o que você quer dizer com dar uma maneirada, mas estou fazendo como acho que deve ser.
Não estou perdida de forma alguma. Como te disse em resposta a comentários anteriores, o final do conto está desenhado na minha cabeça há um bom tempo e estou seguindo esse Tao. Note que as fases acompanharam o que elas viveram: a conscientização de Yara sobre sua identidade, sobre o genocídio, a luta para denunciá-lo ao mundo, o envolvimento gradual nas questões indígenas... Da mesma forma a conscientização de Elza sobre sua negritude, seu empoderamento, a conquista do espaço de fala, seu endurecimento em certas posturas... Foram fases. Agora elas vivem outras fases e o conto acompanha isso. Não era o objetivo detalhar e nem permanecer numa linha única. Mas ampliar e expandir, como a vida, que tem nada de linear. Mas claro, dentro de limites, pois não tenho condicões ou competência de abordar a grandeza de toda realidade. Apenas pincelo e desejo despertar esta reflexão. Mesmo que não agrade sempre ou que pareça doutrinação em alguns momentos. Aliás, o conceito de doutrinação é muito relativo. Nem entro nestas searas. Mas estou sendo muito fiel aos objetivos de Tempus Agendi.
O que você destacou sobre Yara e Elza, suas imaturidades, suas insistências, sua teimosia, foi ótimo porque é o que eu desejava que vocês vissem. Vendo nos outros alguns aspectos, podemos acabar vendo em nós e com isso refletir. Tudo que eu quero!
E o que você colocou sobre Goulart e Castrodeza, sim, concordo. Eles, como todos, colherão o que plantaram. Faz parte da vida.
O feriado em si foi bom, mas logo na quinta tivemos um evento muito ruim com familiar próximo que agora se internou. Acompanho de perto e continuamos na luta. Obrigada pelo carinho de sempre e que você e os seus estejam muito bem.
Beijos caipirescos,
Sol
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Yoko tsuko
Em: 24/02/2023
Capítulo pesado mas eu adorei!!! Sensei falta muito pouco pra deixar YT feliz!!!
Resposta do autor:
Falta muito pouco? Oba, espero ser bem sucedida nisso!
Beijos,
Sol
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Marta Andrade dos Santos
Em: 24/02/2023
COVID matau e continua matando seja forte Elza.
Resposta do autor:
Olá querida!
Ela será! E com Yara cuidando, aí é força redobrada! rs
Beijos,
Sol
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Joabreu
Em: 23/02/2023
Boa noite,
Começo dizendo "uau"! Esse capítulo foi um verdadeiro hurricane!
Eu não esperava por tudo isso mas você lacrou; as usual honey!
Quando a Elza melhorar Oh my! Dona Kedima não vai poder evitar o agarramento debaixo do teto dela! lol
Goulart... pena nenhuma! Só falta Castro também se ferrar um pouquinho né?
Terminamos em junho ou julho de 2020? Melhor presente pra elas seria voltar no aniversário de namoro, do you agree?
Volta logo!!!
Jo Abreu {}
Resposta do autor:
Veio repetido.
Beijinhos!
Sol
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Joabreu
Em: 23/02/2023
Boa noite,
Começo dizendo "uau"! Esse capítulo foi um verdadeiro hurricane!
Eu não esperava por tudo isso mas você lacrou; as usual honey!
Quando a Elza melhorar Oh my! Dona Kedima não vai poder evitar o agarramento debaixo do teto dela! lol
Goulart... pena nenhuma! Só falta Castro também se ferrar um pouquinho né?
Terminamos em junho ou julho de 2020? Melhor presente pra elas seria voltar no aniversário de namoro, do you agree?
Volta logo!!!
Jo Abreu {}
Resposta do autor:
Olá querida!
Fico feliz que você tenha recebido o capítulo tão bem! Obrigada!
kkkkkkkk Dona Kedima terá que ficar de olho! rs
kkkk E olha aí mais outra torcendo pelo mal de Goulart e Castrodeza! Cadê a solidariedade, meu povo? kkk
Terminamos em junho de 2020.
I agree with you!
Beijos,
Sol
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Dandara091
Em: 23/02/2023
Alô autora!
Esse convide vai levar uns pro céu e outros pro inferno. Elza mostrou que tem negritude na veia. Yara tem que chegar junto pra colar. Tô contando que os vírus vão cancelar os sangue ruim!
#vaipraporraGoulart
#morracastrodeza
#elza&yara
#negritudedarolenosvirus
Resposta do autor:
Olá querida!
kkkkk Vamos ver o que os vírus e a vida vão fazer!
Que bom que a negritude de Elza te orgulhou!
Beijos,
Sol
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Mille
Em: 23/02/2023
Oi Sol
Tudo bem??
Caracas que capítulo e essa doença veio pior que bala tio Goulart agora está tendo um pouco da cota do que fez.
Falta só a outra a pegar a doença e não resistir pois ela será que uma grande inimiga pra Elza e assim atrapalhar a Yara.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Olá querida!
É o capítulo da pandemia! Fazer o que? Ela se impôs sobre o mundo mesmo...
kkkkk Olha outra aí querendo ver Goulart e Castrodeza se danando! kkk
Espero que esteja gostando deste conto. Obrigada por vir sempre!
Beijos,
Sol
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Young
Em: 23/02/2023
Oi Solzinha!
Nossa, eu adorei esse capítulo tenso, cheio de reviravoltas e surpresas! Essa história é demais!
Junta Elza e Yara de vez agora??
E tira a Castrodeza da jogada porque essa mulher é uma peste muito pior que o Goulart!
Dona Kedima me mata. Sempre fico rindo com ela!
Young Cy
Resposta do autor:
Olá querida!
Adoro ver essa empolgação toda! Obrigada por isso!
E será que Elza e Yara algum dia estiveram de fato separadas?
kkkkkkkk Goulart e Castrodeza estão cheio das fãs!
Dona Kedima é uma gracinha. E quem não gosta de uma velhinha dessas?
Beijos,
Sol
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Seyyed
Em: 23/02/2023
Cararra caipi que capítulo! Foda porque me deu até medo! Tu trouxe o CONVIDE pra deixar todo mundo mais humilde. Eu quase desvendei o plano todo Elza e tem que tirar o chapéu pra mulher. Foda! Yara chegando de enfermeira pra cuidar também foi foda. Elza escondida num ninho de love. Até eu queria ter convide numa condição dessa! Hehe
Agora só falta tu matar Goulart e Castrodeza que eu fico feliz! Hahaha Seyyed é má! Hehe
Resposta do autor:
Olá querida!
Eu não trouxe o CONVIDE, foi a vida! Apenas retratei. Fazer o que?
Se você quase desvendou o plano todo é sinal que prestou atenção e raciocinou bem dentro da trama. Fico feliz!
Você gostou das artimanhas de Elza e Yara? Ninho de love eu gostei! kkk
kkkkkkkkkk Nossa, ela quer uma matança!!!!! Eita boi!
A caipira não é tão má! rs
Beijos,
Sol
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Irina
Em: 23/02/2023
Kotinha!!!
Capítulo deveras marcante! Elza adoecida aos cuidados da Yara e Goulart padecendo pelos males que esteve a causar. Convide a mudar os destinos.
E Castrodeza como reagirá? Goulart não poderá ser o verdugo que ela esteve a vislumbrar para Elza.
O conto é uma reprodução fiel da vida ainda que seja ficcional. Lamento apenas por sentir que o fim se aproxima. E como ele, minha Kotinha novamente ficará distante.
Com estima!
Irina
Resposta do autor:
Olá querida!!!
Este capítulo foi denso, como dura foi a realidade a partir de 2020. Vamos ver como as coisas vão se passar a partir de agora, com tantas mudanças.
Sim, agora o final está mais próximo. E é verdade, vou dar uma sumida após. Mas sempre volto, não é? Confia na caipira.
Beijos,
Sol
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Solitudine Em: 21/02/2025 Autora da história
Olá querida!
O reencontro foi "frio", ressentimentos, palavras duras... voo se ajustando após as turbulências. É normal.
A rede de Fernandão é o Ó! kkk
Elza faz sua militância, só que a dela é por debaixo dos panos; A INFILTRADA! rs Mas e o preço? Valeu? Ela vai te dizer mais adiante.
A CONVIDE-0 mudou tudo, inclusive os planos. Yara não resistiu...
E a cegueira nacional? No país de Tempus Agendi ela se estabeleceu em todos os meios, dos mais humildes aos mais abastados e cultos. E no Brasil, como foi? rs
Beijos,
Sol