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Tempus Agendi - Tempo de Agir por Solitudine

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Palavras: 6849
Acessos: 11474   |  Postado em: 01/03/2023

NOVO NORMAL

 

Goiânia, estado de Goiás

 

Elza e Yara estavam deitadas na cama, com a indígena de barriga para cima e a negra aconchegada em seus braços.

 

--Não era pra gente tá assim aqui, dona Yara Saraíba... – sorriu com os olhos fechados – Isso não pode...

 

--Uai, mas por que não? – perguntou sem entender – Fizemos nada! A gente tá até de roupa! – considerou

 

Achou graça e abriu os olhos. – Não é isso, sua taradinha, é porque eu ainda tô doente e posso te contaminar. – acariciava um braço da outra – Essa doença não é coisa pra se menosprezar!

 

--Ah, eu sei, minha linda, mas tô aqui com você desde que te trouxe pra cá, então os vírus que te possuíram aí já me possuíram aqui faz tempo! – concluiu – E graças a Deus você não precisou de internação e eu continuo assintomática.

 

--Isso é verdade, graças a Deus! – concordou – E eu melhorei bastante depois dos xaropes da dona Kedima e daquele médico de ozonioterapia que você arrumou.

 

--Conheci ele e a ozonioterapia poucos anos depois do acidente de ônibus que dona Kedima sofreu e desde então ele a trata. – lembrava – Daí perguntei se seria bom no caso de CONVIDE também e ele indicou o auto hemo pra melhorar a imunidade. – beijou a cabeça da outra – Pra te ser solidária, fiz o auto hemo também! – sorriu

 

--Você é uma enfermeira maravilhosa! – levantou a cabeça e olhou para a indígena -- Eu tô aqui lamentando que os dias passaram tão depressa... – suspirou -- Com certeza meu afastamento médico não será prorrogado, porque quando o médico do trabalho me rever...

 

--Vai ficar besta com tanta aleluia revigorada! – completou a frase da outra – Ele não é do tipo saliente, né? – queria saber

 

Achou graça novamente. – Não, amor, não é! – respondeu de pronto – E se fosse, também, ia ficar na saudade. – desvencilhou-se gentilmente e se sentou – Você já sabe como vai fazer pra me levar de volta pra Brasília?

 

--Sei. – sentou-se também – Mesmo esquema que armei pra te trazer pra cá. Todo mundo já foi acionado. – sorriu novamente – Você ficou aqui até agora escondidinha sem ninguém saber e vai voltar na mesma discrição. – garantiu – Dona Kedima vai ajudar pra deixar os outros por fora, da mesma forma que fez quando você chegou.

 

--Dona Kedima é uma graça! -- beijou a bochecha da outra e se levantou. – Quer água, amor? – ofereceu ao caminhar até a jarra na mesinha

 

--Já bebi, obrigada. – observava a militar – Essa água é toda sua.

 

--Como você tem se sentido presa aqui? – encheu um copo – Você sempre foi tão atuante na militância e de repente saiu de cena, assim... – virou-se de frente para a outra – Eu sei que a pandemia exige um isolamento, mas... queria saber como se sente. – bebeu um gole de água

 

Yara se encostou na cabeceira da cama, cruzando as pernas esticadas. Gastou uns segundos calada antes de responder: -- A vida mostra pra gente quais devem ser as prioridades em cada ocasião. – gesticulou – Dona Kedima pode ser forte e lúcida, mas já vai fazer 98 anos em outubro. – notou que Elza se surpreendeu – O abrigo tem outras pessoas grupo de risco, então eu me vi tendo que escolher. – pausou brevemente – Adicionalmente veio a preocupação do seu pai com sua saúde... Em suma, escolhi cuidar das pessoas da minha vida. A luta pode contar com mais gente além de mim!

 

Sorriu embevecida. – E não sente falta do burburinho comunista? – terminou de beber a água

 

--Sinto, claro que sim. – disse a verdade – Sinto falta de muitas coisas, minha linda. – considerou – Do ambiente da Universidade, dos alunos, dos colegas de trabalho, dos eventos do Campus... Sinto falta das reuniões dos movimentos indígenas que integro e de estar com aquelas pessoas... Sinto falta de abraçar, de tocar, de ver as pessoas frente a frente... – considerou – Dar aula remotamente, participar de uma reunião on line... nada disso é a mesma coisa, mas é o que tem que ser por enquanto. – passou a mão nos cabelos – Mas, sabe, Elza, eu me preocupo muito com você e desde antes da pandemia. Também queria saber como se sente. – olhava para ela – Acho incrível que consiga sobreviver no meio de tantos ultradireitistas, longe da família, do Instituto e do saudável ambiente da pesquisa!

 

–É bem difícil! Até de explicar! – confessou – Imagina o que é ser uma alienígena? -- voltou para a cama e sentou-se no meio dela – Tive dificuldades em me adaptar com Brasília e o clima seco. E o custo de vida lá é tão caro... – considerou -- Sinto a maior falta de morar na casa da vila junto com meu pai, da Fernandão e Alana ali pertinho, do tio Goulart quando era normal... Sinto falta do Instituto, das atividades que eu tinha, dos projetos que coordenava... O trabalho que faço no Gabinete não é nada interessante. – assumiu – A graça é só a parte de agir como uma infiltrada! – riram brevemente – Mas... tem uma coisa a se pensar... – pausou brevemente – Tio Goulart descobriu o que eu tô fazendo e pergunta que fica é: quem mais?

 

--Não acredito que ele tenha te entregado. – Yara respondeu de pronto – Como nem acredito que ele tenha te investigado! – aproximou-se da negra – Isso deve ter sido coisa de Castrodeza!

 

--Também penso assim! – concordou – Aquela mulher deve viver à caça do que fazer pra me prejudicar! – franziu o cenho -- Será que ela deixou mais alguém saber? – tinha dúvidas

 

--Não sei, mas é preciso que você tenha cautela em dobro e continue sem atuar! – aconselhou – Apesar de tudo, foca em ajudar seu tio como puder e continue se fingindo de apoiadora do governo!

 

--Tio Goulart, outro problema... – suspirou – Continua no CTI e entubado! – pensou no homem – Já imaginou ser entubada de barriga pra baixo? – considerou – Ele deve estar sofrendo demais!

 

--Pois é... – segurou uma das mãos da negra – Pagando um preço alto por ser um negacionista! – olhava para a outra – É certo que outras pessoas viveram e vivem esse drama sem serem negacionistas, mas no caso dele, procurou chifre em cabeça de cavalo e encontrou!

 

Acariciava a mão de Yara. -- Eu não sei se ele vai sair dessa, mas se Deus quiser e ele curar, espero que aprenda a lição e não fique como o presidente, que disse que pegou CONVIDE e foi salvo por hidroxinasesquinas e asanapiscina! – fez um bico

 

--Virou até um garoto propaganda desses remédios aí. – criticou e gastou uns segundos calada – Elza... mesmo com todos os perigos, depois que você voltar pra Brasília... quero te ver... – olhava nos olhos

 

--E... você quer me ver como sua companheira no plano de acabar com esse governo ou... como o que? – perguntou titubeante

 

--Como o que é: – aproximou-se da outra para sussurrar no ouvido – o amor da minha vida!

 

Ficou arrepiada e fechou os olhos. – Não faz isso comigo! – sorriu– Por recomendação médica não devo te beijar e tô morrendo de vontade! – abriu os olhos

 

--Deixa pra me beijar quando eu for te ver. – sussurrou no ouvido mais uma vez e se afastou

 

--Faz aquela tatuagem com tinta de jenipapo? – pediu dengosa ao segurar a gola da blusa da outra – A de onça? – sorriu – Ou não é possível por causa da pandemia? – considerou

 

--Dou meu jeito. – sorriu também – Eu sei que você gosta da brincadeira da onça. – lembrou – Mesmo sendo a mais antiga de todas.

 

Puxou a amada para junto de si e respondeu num sussurro: -- Especialmente na hora em que onça vem pra me comer... – mordeu a pontinha da orelha da indígena

 

--Ô, glória! – sentiu o corpo queimar – “Ô, meu chicotinho sagrado, sapeca esses coroninhas! Mata esses bicho, lambe, língua de fogo!” – pensou assanhada – “Queima!”

 

***

 

Kedima mergulhava no passado ouvindo música.

 

“Tarde que me invita a conversar con los recuerdos (Tarde que me convida a conversar com as lembranças),

Pena de esperarte y de llorar en este encierro (É uma pena esperar por você e chorar neste confinamento)...”

 

“--Será possível que a senhora não cansa de me fazer passar vergonha? – Elissa reclamava com os olhos marejados – Precisava ter feito aquilo na frente de todo mundo? – olhava para a mãe – Foi horrível!

 

--Aquela gente precisava saber que você tem família! – Kedima respondeu de pronto – E uma família que não admite que você se misture com qualquer laia! – afirmou rispidamente”

 

“Tanto en mi amargura te busqué sin encontrarte (Tanto na minha amargura te procurei sem te encontrar),

Cuándo mi alma, cuándo moriré para olvidarte... (Quando minha alma, quando vou morrer para te esquecer....)”

 

“--Maama, pelo amor de Deus, me deixe em paz! – Elissa pedia chorando – A senhora faz de minha vida um inferno! – acusou

 

--Vida, que vida?! – retrucou com amargura – Isso é uma doença e nós vamos te curar! – gesticulou furiosa – Nem que seja a última coisa que eu faça com você!

 

--Curar de que?? – a jovem chorava entristecida – Eu não tenho nada pra se curar!

 

--Sabe que tem! – a mulher mais velha rebateu – E eu prefiro morrer a ver uma filha assim!”

 

“Quiero verte una vez más, estoy tan triste (Eu quero te ver mais uma vez, estou tão triste),

Y no puedo recordar por qué te fuiste (E eu não consigo lembrar por que você foi embora)...”

 

“Um estampido se fez ouvir.

 

--Isso foi um tiro? – Yasser perguntou alarmado ao correr para a escrivaninha – Kedima, onde está meu revólver?? – as mãos ficaram trêmulas

 

--Elissa!! – a mulher desesperou-se e correu subindo as escadas”

 

“Quiero verte una vez más y en mi agonía (Eu quero te ver mais uma vez e na minha agonia),

Un alivio sentiré y olvidada en mi rincón (Vou sentir um alívio e esquecida no meu canto),

Más tranquila moriré... (Mais calma eu vou morrer...)”

Libertad Lamarque - Quiero Verte Una Vez Más [1]

 

“--Filha? – Kedima batia na porta do quarto em desespero – Elissa, por favor! Elissa! – clamava mal contendo as lágrimas – Abra essa porta!! -- chorava

 

--Nós vamos arrombar, Kedima, afaste-se! – Yasser chegou correndo com dois homens – Um, dois e... – orientou os demais – Três! – chocaram-se contra a porta desarmando a fechadura – MEU DEUS!! – apavorou-se com o que viu

 

--Elissa? – Kedima entrou no quarto logo atrás dos homens – NÃOOOO!!!!!!!!! – berrou desesperada”

 

De volta ao presente, a idosa chorava com pesar.

 

 

Brasília, Distrito Federal

 

--Entrega para a senhora Elza Machado. – uma mulher vestida de preto e com um capacete na cabeça apresentava-se na porta da militar

 

--Ah, sim. – fingiu acreditar – Entre, por favor, moça? – deu passagem

 

Yara entrou rapidamente e parou no meio da sala. – O lanche. – colocou o embrulho em cima da mesa – Borrifei álcool 70 nessa sacola. – tirou o capacete e o corta vento – Não precisa se preocupar. -- sorriu

 

--Tô com cara de preocupação? – sorriu insinuante – Cê demorou, Yara Saraíba... – desatou o laço do roupão -- Achei que nem viria mais... – deixou o roupão cair no chão, revelando as roupas íntimas

 

“Ô, glória!” -- tirou os sapatos e a calça impermeável – Eu disse que vinha, não falei? – aproximava-se lentamente – Do jeito que você queria. – mostrou os ante braços tatuados

 

--Vem, minha oncinha? – segurou-a pela gola da camisa e a puxou de encontro a si – Vem! – beijaram-se com paixão

 

--Não sabe... o quanto... eu... tava... querendo você... – falava entre beijos – Vem! – segurou-a pelas coxas e fez com que a negra envolvesse as pernas em sua cintura – Deliciosa... – beijou-a com desejo

 

--AH! – gem*u alto sentindo lábios famintos devorando-lhe o pescoço – Me leva pra cama, minha onça selvagem... – segurou a indígena pelos cabelos da nuca e sorriu – AH! – gem*u excitada

 

Yara seguiu conduzindo a amada entre beijos e carícias, até que se jogaram sobre a cama. Após despirem-se uma a outra, as namoradas se reconciliaram fazendo amor durante toda aquela noite de julho que marcaria seus 20 anos juntas.

 

***

 

Goulart orava chorando deitado de barriga para baixo em um chão lamacento. Sentia dificuldade para respirar e falava de forma pausada.

 

--Por favor, meu Deus, eu vos suplico, tira-me desse lugar! – mantinha-se com os olhos fechados – Afastai de mim essas pessoas que me acusam de tantas coisas... – chorava – Fazei com que... eu possa morrer em paz e... que a minha amada Graça... não se envergonhe de mim...

 

--Não me envergonho, meu amor. – a mulher afirmou com brandura – Estou aqui por você.

 

--Graça? – abriu os olhos sem coragem de levantar a cabeça – Graça... – emocionou-se ainda mais – Por favor, não olhe pra mim. – encolheu-se envergonhado -- Estou sujo e minhas mãos estão manchadas com o sangue de muitos.

 

--Eu não vim aqui pra lhe condenar. – abaixou-se ao lado dele -- Sente-se, querido? – pediu gentilmente – Deixe-me ajudá-lo. – ofereceu – Fique tranquilo, porque aqueles que lhe perseguem não estão mais aqui. Poderemos conversar um pouco.

 

O homem obedeceu e humildemente se sentou. – Graça... – olhou para a esposa e mais se envergonhou em vê-la tão radiante – Eu já morri? – não entendia o que acontecia – Deus permitiu que você viesse me ver antes que eu parta pro Inferno?

 

Segurou o rosto dele com as duas mãos e mirou nos olhos. – Você não morreu, mas está de coma. Sua situação é muito delicada. – explicava pacientemente – E como finalmente você se colocou em condições de ser ajudado, me foi permitido vir aqui para conversarmos. – acariciava o rosto do homem – É importante que você reflita sobre a necessidade de mudar e com isso possa aproveitar seu tempo na Terra de modo mais útil. – aconselhou – Todos temos o que corrigir, mas infelizmente você se perdeu em seu caminho pela mesmas razões de sempre: seu temperamento e a obsessão por Elza!

 

Não entendeu o que ouviu. – Mas, Graça? – ainda sentia dificuldades em respirar – Você fala como se eu desejasse Elza como mulher... não é isso! – argumentou – Sempre a vi como a filha que não tivemos! – dizia a verdade

 

--Eu sei, meu bem. Mas embora você tenha mudado a forma de olhar para ela, sua obsessão continuou. – Graça respondeu – Talvez seja melhor que você possa ver alguns momentos do passado distante. – fechou os olhos e se concentrou junto à benfeitora espiritual, a qual Goulart não podia ver

 

O homem teve seu campo mental expandido e fechou os olhos sentindo-se entorpecido. Em poucos instantes, Goulart tivera suas lembranças transportadas para um tempo em que vivia em uma imensa fazenda cafeeira no sudeste brasileiro.

 

--Capitão Gusmão, Tenente Florêncio, -- falava com os capatazes do alto da escadaria de acesso ao casarão – mostrai a estes pretos fugitivos os castigos que aguardam aqueles que ousam desobedecer às ordens do coronel Fernão de Azeredo Cunha! – ordenou – Não tenhais piedade e fazei ouvidos moucos à quaisquer súplicas destes animais de pele negra! – falava com desprezo – O castigo se estenderá aos familiares desta imundícia d’África!

 

--Entendido coronel! – os dois homens responderam em coro

 

--Por favor, coronel, piedade! – um escravo suplicou – Piedade de nossas muié e fio!

 

--Piedade, coronel!! – outros imploraram

 

O homem ignorou e fez sinal para que os capatazes começassem a torturar os escravos.

 

Goulart perturbou-se com o que viu, além de outras cenas de crueldade praticadas por ele as quais também lhes foram descortinadas diante da memória adormecida. – Não, eu não quero mais ver! – pediu agoniado

 

--De uma forma ou de outra, você se habituou a abusar do poder e a não respeitar as escolhas alheias. – Graça dizia sem acusar – Nesta encarnação, você compactuou com os horrores da ditadura, a partir do momento em que entregava pessoas para serem torturadas. – lembrou – A mais das vezes, pessoas honestas que apenas lutavam pelo direito de viver em uma democracia.

 

--Mas eu não sabia... – sentia-se mal – Eu não sabia... – chorava

 

--Você não quis saber, querido. – Graça continuava argumentando – Eu implorei para você deixar de fazer o que fazia, mas você nunca se distanciou de todo. – observou -- A raiz autoritária da história brasileira encontra ramos tão fortes em você, a ponto possibilitar uma infeliz identificação com a ideologia do governo Montanauro, levando-o à extremos tão impensáveis quanto o de promover a imprevidência diante da doença que hoje o martiriza no hospital! – explicava – Doença esta que tem ceifado um número crescente de vidas no nosso país e em todo mundo!

 

Goulart não sabia o que dizer, apenas chorava contidamente.

 

--Mas você ainda precisa ver algumas outras lembranças. – Graça complementou antes de se concentrar

 

Gradualmente Goulart pode se ver em um escritório, no qual se encontrava sentado diante de uma mesa onde um pano estendido exibia uma série de pedras preciosas. Travava uma conversa com uma mulher que sabia conhecer de alguma forma.

 

--Imperioso assinalar o valor deste vosso ofício, soldado Tassini. – olhava para as pedras diante de si – Este carregamento de ouro e diamantes com o qual me contemplas é sem igual diante dos meus olhos! – abriu os braços brevemente e sorriu – Receio apenas não lograr êxito em satisfazer vossos anseios no que diz respeito ao pagamento. – mirou o rosto da mulher

 

--Vosmicê tem dinheiro, coronel, intonces há de me pagar o justo! – a mulher debruçou-se sobre a mesa evidenciando o mosquete que carregava – Eu não me embrenho por essas mata caçando índio módi garimpar, pra depois ficar ouvindo choramingo de fazendeiro rico! – falava de cara feia – Meu preço tá dado! – juntou as quatro pontas do pano e formou um saco onde guardou as pedras – Se vosmicê não puder pagar dessa vez, sei quem há de poder! – preparou-se para partir

 

--Eu vos peço paciência, Tassini! – levantou-se rapidamente – Apenas mais dois dias! – pediu com certo desespero – Enquanto negocio os recursos que vos são caros, podeis repousar o corpo cansado das vossas lides no melhor aposento de hóspedes desta casa. – ofereceu

 

A mulher olhou para o homem de cara feia, mas decidiu aceitar.

 

--Eu não entendo... – Goulart afirmou em confusão – Não sei quem é essa mulher!

 

--Reflita com calma e você saberá. – Graça respondeu

 

--Demoraste a regressar, Felipa Tassini... – a mulher falava melosamente – Fiquei a imaginar com quantas outras se deitaste antes que a saudade finalmente a trouxesse de volta aos braços meus! – sorriu insinuante

 

Felipa estava de pé mexendo em sua bolsa, enquanto a filha do coronel a aguardava deitada em sua cama no quarto de hóspedes. -- Desde que me deitei mais vosmicê nunca mais que houve outra! – dizia a verdade – Me demorei porque o ouro e as pedra têm ficado cada vez mais escasso! Mas a despeito dos meus negócios com vosso pai, trouxe uma pedra procê! – pegou a pedra e foi até a outra – Quero ver como joia ostentada em vosso pescoço! – ajoelhou-se sobre a cama – O mais bonito diamante deve de ser da mais bela mulher! – sorriu ao estender pedra – De coração pra ti, Catarina!

 

--Oh! – arregalou os olhos e recebeu o diamante – Que maravilha! – olhava encantada para o presente – Hum... – sorriu e colocou a pedra sobre a mesinha ao lado -- Em retribuição ao presente recebido, -- ajoelhou-se na cama -- deixarei que me possuas sem quaisquer vestes. – começou a se despir

 

Felipa contemplava com excitação cada parte do corpo da mulher diante de si e da mesma forma começava a se despir. – Vosmicê é tão linda... – aproximou-se para tocar-lhe os seios – Essa pele de perfeita alvura e o mais lindo rosto dentre as filhas do Brasil... – beijou-a com paixão e impôs seu peso sobre a outra, deitando-se em cima dela

 

--Ah... – Catarina gem*u excitada e abriu as pernas – Possua-me inteira, amor... – pediu ao fechar os olhos

 

“Desgraçada!” – Fernão observava a cena através de um quadro falso na parede – “Eu não admito minha filha sendo mulher de quem quer que seja! Imagine com tal aberração pestilenta!” – pensava com ódio – “Amanhã pela manhã, serás uma mulher morta, Felipa Tassini!” – decidiu ao se afastar dali

 

--Yara?? Aquela era Yara?? – Goulart deduziu surpreendido – Fui responsável pela morte dela?? – perguntou em pânico ao rever as cenas de tortura e morte em sua mente

 

--Além de ter enganado a Catarina, alegando que Felipa fugiu. – Graça respondeu de pronto – Você a criou com todas as mordomias, com tudo de bom e de melhor que uma jovem naqueles tempos poderia ter, mas sempre mentiu para ela em uma série de coisas. Principalmente sobre Felipa. E com isso, Catarina se transformou numa mulher amarga e totalmente indiferente ao sofrimento dos negros que, por sua influência, aprendeu a desprezar. – resumia a história – Você fez muitas coisas por não aceitar que ela vivesse um amor com quem quer que fosse. – olhava para o homem – Muito diferente dos dias atuais? -- provocou

 

Goulart se agonizava sem saber o que dizer.

 

--Você passou mais de um século sendo torturado na espiritualidade pelos negros que tanto humilhou e castigou. – Graça continuava explicando -- Voltou a reencarnar, novamente se perdeu na presente encarnação, mas ainda terá uma chance, meu amor. – falava com carinho – Não a desperdice dessa vez! – aconselhou

 

 

Rio de Janeiro, estado do Rio de Janeiro

 

Malu chorava nos braços do marido. – É tão triste, meu Deus, tão triste... – lamentava – Aline e Maria Carmem se foram em tão pouco tempo... – não conseguia conter o choro – Eu não acredito, meu Deus, por que isso, por que?? – não se conformava

 

--Oh, minha amada... – Machado não sabia o que dizer – Nem os meus mais respeitosos pêsames por vossa irmã e sobrinha poderiam desmanchar a tempestade do luto em vosso peito. – aconchegava a esposa com carinho – Deixai correr vossas lágrimas e desabafai o pranto que se vos impõe tamanha dor!

 

--Alê finalmente dormiu. – Jonas chegava na sala – Cara, nunca vi minha mulher assim, do jeito que tá. – sentou-se desanimado no sofá – Mas perder a mãe e depois a irmã em menos de uma semana é uma barra! – considerou – Foda!

 

--Alana não tá muito melhor... – Fernandão comentou chateada – Tomou um porre de remédio pra dormir e não levantou da cama até agora. – olhou para Jonas – Não me leve a mal, não é desfeita a sua acolhida, mas assim que ela acordar e estiver mais disposta vou chamar pra voltarmos pra São José. – olhou brevemente para Machado e Malu – Também acho que o sub vai aproveitar a deixa e partir junto. – considerou – Tá difícil...

 

--Eu entendo e não há mais o que fazer. – Jonas apoiou os cotovelos sobre os joelhos – Agora é reaprender a viver com menos duas pessoas amadas... – afirmou pesaroso – E eu vou assumir o caso do salão, porque ninguém vai tocar adiante e tem as contas, funcionários pra pagar... essa coisa chata que advogado pode cuidar. – fez um gesto rápido – É como se diz: fechar a conta e passar a régua. – ajeitou a máscara

 

--É... – Fernandão balançou a cabeça pensativa – Vida que segue, né, meu caro? – suspirou – Vida que segue... – ajeitou a máscara também

 

 

Brasília, Distrito Federal

 

Elza entrava com Goulart na casa dele, conduzindo uma cadeira de rodas. Vinha acompanhada por um enfermeiro.

 

--Seu Otton, fique à vontade. – a militar dizia ao profissional – Essa casa tem dois quartos e o senhor terá espaço de sobra pra se acomodar. – olhava para o homem – Amanhã ele inicia com a fisioterapia respiratória e serão três vezes por semana. – explicava – O nome da fisioterapeuta é Beatriz e ela atenderá aqui mesmo.

 

--Perfeito, dona Elza. – o enfermeiro respondeu solícito – Só vou acomodar minhas coisas no quarto e volto pra ficar com o senhor Goulart. – fez um gesto de cabeça e se afastou

 

--Já providenciei tudo e o senhor não ficará sem recursos, tio Goulart. – a negra parou a cadeira dele em um ponto na sala – O Otton foi muito bem recomendado e Beatriz igualmente.

 

--Obrigado, querida. – agradeceu com voz fraca – “Eu não poderia esperar que ela se dispusesse a ficar comigo...” – pensou entristecido

 

--Só vou lavar minhas mãos pra poder ir embora. – abriu a bolsa tira colo e pegou o celular – Vou pedir um carro no aplicativo mas espero lá fora.

 

--Elza, por favor? – pediu levantando a mão direita – Queria te pedir algumas coisas. – olhava para ela

 

--Pois não. – aguardou desconfiada

 

--Quero que vá na minha mesa no trabalho e destrua tudo que há na segunda gaveta. Ela tem um fundo falso que eu coloquei. – pediu em voz mais baixa – Também quero que se livre do meu notebook. – parou para respirar – Ele tá escondido debaixo da minha cama. – orientou – Destrua o HD dele e faça o que tiver que fazer na minha conta. – pausou brevemente – Eu vou escrever a senha pra você num papelzinho.

 

--E por que isso? – estranhou

 

--Precisamos eliminar o que Castrodeza fez chegar até a mim. – respondeu com voz fraca

 

--Hum... – mexeu na bolsa e tirou um pequeno bloco e uma caneta – Escreva a senha aqui, por favor. – entregou a ele – “E quem mais será que recebeu informações da Castrodeza?” – pensava intrigada

 

--Outra coisa. – salientou enquanto escrevia – Gostaria que me imprimisse uma cópia do relatório da Comissão de Investigação do Regime. – pediu

 

Estranhou por não tê-lo ouvido dizer “Comissão da Mentira”. – E por que isso? – continuava sem entender

 

--Porque eu preciso reler. – devolveu bloco e caneta – Com um outro olhar.

 

--Tá bom. – balançou a cabeça positivamente – “Será que ele tá bem da cabeça?” – pensou intrigada – “Dois meses entubado num CTI podem descompensar qualquer um!”

 

 

Boston, Massachusetts, Estados Unidos

 

--Por favor, querida, resista, resista! – o homem pedia nervosamente acompanhando a mulher que seguia sendo transportada na maca – Será que só esse balão de ar será suficiente até a chegada dela no CTI? – perguntou sem obter resposta

 

--O senhor não pode passar deste ponto. – um enfermeiro advertiu educadamente – Sinto muito!

 

--Tudo bem, espero aqui. – Steven ajeitou a máscara e cruzou os braços agoniado – “Oh, Deus, que ela resista!” – desejou

 

--How can it be possible?? (Como isso pode ser possível??) – Castrodeza perguntava-se agoniada – Como posso estar sendo transportada por eles e ao mesmo tempo estar aqui, parada no corredor e assistindo tudo? – reparava na postura tensa do marido – Como é possível? – sentia uma incômoda dificuldade para respirar

 

--Simples, minha querida. – uma voz de mulher idosa respondeu com tranquilidade – Seu espírito está desdobrado daquele corpo que agoniza com falta de ar. – esclareceu

 

--Mamãe?! – virou-se na direção da voz – Oh! – cobriu os lábios com as duas mãos – Queria tanto poder abraçá-la mas... – não conseguia se mover muito – Sinto-me como presa ao chão... – olhava para a mulher

 

--Também não posso abraçá-la pois uma barreira de energia nos impede. – respondeu mansamente – Igualmente não temos muito tempo. – gesticulou – Vim apenas tentar ajudar para que você entenda o que está acontecendo e porquê.

 

--MALDITA! VADIA! CANALHA! – gritos acusatórios se faziam ouvir

 

Castrodeza reparava em estranhas figuras que se aproximavam. – O que está acontecendo, mamãe? – sentia medo – Eu estava dormindo, acordei com falta de ar e agora isso aqui... – olhava para todos os lados – Por que me parece que várias pessoas falam aos meus ouvidos? – encolhia-se assustada – Eu quero voltar para casa! – pediu como criança – Ajude-me! – os olhos suplicavam – Sinto medo, eu quero sair daqui!

 

--Onde você estava quando ficamos sem ar? – vozes perguntavam – Onde você estava quando dissemos: vidas negras importam?

 

--Você fez muito mal para diversas pessoas no mundo inteiro com sua atuação política, minha filha. – a idosa afirmou com pesar – Sempre belicosa, sempre a favor dos grande empresários, sempre disputando poder... – olhava para a outra – Você desprezou suas origens, nunca ajudou a população negra deste país ainda tão racista e ainda seguiu a política de Lord Crush, despachando os negros pobres para missões de guerra das quais eles não voltariam com vida.

 

--Mas eu... – Castrodeza sentia-se sufocar – Eu não podia fazer diferente, o sistema é assim!

 

--As pessoas podem mudar o sistema, filha. Você sequer tentou... – a mulher continuava lamentando – Veja que ultimamente você investiu tanto tempo em prejudicar aquela brasileira. – referia-se à Elza – E para que, minha filha? Para que?

 

--Eu posso voltar atrás, posso mudar! – Castrodeza reparava que as figuras sombrias se aproximavam

 

--Pode. – a idosa concordou – Sempre podemos, só que agora você terá que fazer isso em outra encarnação. – informou pesarosa

 

--O que?? – Castrodeza arregalou os olhos

 

--Não há mais tempo! – as figuras sombrias cercaram a mulher e a levaram para fora do hospital

 

--NÃOOOOO!!!!!!! – Castrodeza berrava ao ser levada pelos seus obsessores

 

Enquanto isso, os equipamentos do CTI perdiam os sinais vitais da mulher. Minutos mais tarde, Steven recebia a notícia do óbito.

 

 

Sorocaba, estado de São Paulo

 

Renata havia acabado de fazer o balanço mensal da produção. Satisfeita em perceber que ainda podiam continuar sem falir, levantou-se da cadeira e deixou a mente vagar enquanto apreciava a visão dos parreirais diante de si.

 

--Por onde será que ela se encontra nesse momento? – Jaqueline perguntou brincalhona – Tem alguém aí que tá feliz porque vai deixar de usar uma certa gargantilha? – sorriu

 

--Oi, mãe! – sorriu ao ver a mulher – Sinceramente nem tava pensando nisso, mas tô contando nos dedos pra dezembro chegar e finalmente poder me livrar dessa merd*! – passou a mão na gargantilha – Isso parece uma coleira infernal! – reclamou

 

--Imagino. – entrou na sala e se sentou em uma cadeira – Ou melhor, não imagino. – cruzou as pernas – No que você pensava, filha? – perguntou curiosa – Gostaria de dividir?

 

Gastou uns segundos calada antes de responder: -- Na vida... – olhou de volta para o exterior – E em todas as merd*s que fiz até aqui. – suspirou – Hoje percebo que sou a porr* de uma mulher de 48 anos que construiu nada! – criticava-se – Muito pelo contrário... – cruzou os braços – Só fiz trapalhada, tive um monte de mulher sem valorizar nenhuma e precisei ser presa e humilhada pra me conscientizar que fui uma deputada ladra de merd*! – mordeu brevemente os lábios – Acho incrível que a família tenha me aceitado aqui!

 

--É claro que você errou, não se pode negar. Mas o importante é reconhecer isso e trabalhar pra fazer diferente. – olhava para a loura – E você tem feito uma enorme diferença aqui! O aporte financeiro que fez, o trabalho em prol dos negócios da família, os cuidados pra que ninguém adoeça... – reconhecia – Tem sido muito bonito de ver, querida! – dizia a verdade – Também acho que sua coragem em assumir os erros que cometeu, diante de todos, sem subterfúgios, foi uma atitude muito honrada!

 

Achou graça. – Coisa de mãe... – olhou para a outra – Era o mínimo que eu poderia fazer! – passou a mão nos cabelos – Agora fico aqui pensando: como pode alguém na minha idade ainda não saber o que quer da vida ao certo? – desabafou – Não que eu teja insatisfeita aqui, mas... – não sabia como se explicar – Como pode, mãe? – queria entender

 

--O tempo de vida não nos dá todas as respostas, meu bem, mas nos ensina a fazer as perguntas certas. – levantou-se e se aproximou da filha – Reflita, faça as perguntas certas e as respostas virão.

 

Renata ficou pensando no que ouviu.

 

 

Brasília, Distrito Federal

 

Elza e Machado conversavam por telefone.

 

--E elas têm lutado bastante, empoderada filha. – o homem dizia -- Minha Malu, Alana, Alê, cada uma a seu modo, a seu tempo, resistindo perante a dor da separação. – pausou brevemente – É um exercício diário saber lidar com as ausências presentes.

 

--Eu bem sei... – pensava na mãe e em Graça – Mas se Deus quiser, elas saberão lidar com isso! – desejou – Também creio que logo os Conselhos de Classe permitam os tratamentos remotos, então seria bom se elas investissem nisso. Pra conversar com um psicólogo, terapeuta... Especialmente Alana que sofreu tanto de depressão no passado! -- lembrava

 

--A garbosa sargento mencionou tal possibilidade um dia destes. – comentou – Tenho pleno acordo! – balançou a cabeça – E o prestimoso? Como tem passado?

 

--Ele saiu do hospital bem debilitado, mas tá progredindo. O enfermeiro tem feito bons relatos. – comentou -- Perto do natal vai fazer quatro meses que ele tem feito fisioterapia respiratória e Beatriz também demonstra entusiasmo.

 

--Alvíssaras! – exclamou animado – E quanto a vós? Tudo bem? Como está no trabalho? – preocupava-se com a segurança da filha

 

--Até o momento, tudo bem. – respondeu com a verdade – O senhor tem acompanhado as notícias? -- queria saber -- Castrodeza morreu de CONVIDE e Bingen venceu as eleições nos Estados Unidos. – informou – “Graças a Deus pelas duas coisas!” – pensou sem culpa

 

--Sim, estou ciente. E creio que tais fatos terão seus reflexos no Brasil. – considerou – Filha, neste ano como serão vossas celebrações natalinas e de ano bom? – perguntou preocupado – Visto que a pandemia impõe o isolamento, temo por vossa estabilidade emocional em permanecer na capital em completa solidão. – considerou – Por que não passa as festas com o prestimoso?

 

--Perdoe, pai, mas eu não tenho tamanha grandeza. – respondeu de pronto – Eu já providenciei tudo pra ele, posso ir lá na casa dele pra cumprimentar, mas não quero celebrar junto. – estava sendo sincera – Mas ainda não pensei no que vou fazer.

 

--Isso posto, aproveite o momento para refletir então. – aconselhou – Mágoas no coração não fazem bem; decerto. – pausou brevemente – Isso não é legal!

 

Estranhou o que ouviu. – Como é que é?? – perguntou bem humorada – Suboficial Sérgio Machado dizendo que uma coisa não é legal? – achou graça – Influências da minha madrasta? – brincou – Daqui a pouco vai falar que nem carioca, com direito ao sotaque e tudo! – riu brevemente

 

--Hum... – considerou – E quem poderá dizer sim ou não? – gesticulou – Como diz minha amada: tudo depende da vibe do momento.

 

Riu mais uma vez. – Ai, ai... Seja como for, pai, tomara que a gente consiga manter o pensamento bem longe dessa vibe ruim dos dias atuais! – desejou – Não vejo a hora dessa pandemia acabar! – olhou brevemente para cima – “E desse maldito governo chegar ao fim!” – pensou

 

 

Goiânia, estado de Goiás

 

--Você podia bolar um esquema e fugir com Elza pra outro canto. – Kedima aconselhou – Trazer ela pra cá? Esse negócio de Elza escondida no abrigo tá ficando um trem muito manjado! – balançou a cabeça negativamente

 

Yara sorriu. – É um risco, mas nós concordamos em fazer desse jeito. – olhava para a idosa -- Primeiro ela vem disfarçada pra cá e depois nós vamos pra uma casa aqui na cidade que eu já aluguei no passado. – explicava – E logo no primeiro de janeiro ela volta pra Brasília.

 

--Eu entendo que com essa pandemia tudo virou pelo avesso, viajar é um trem arriscado, mas sei lá. – fez um gesto de contrariedade – Vocês que sabem!

 

--A gente também não queria ficar muito longe da senhora. – disse a verdade – Depois que tudo isso começou, tenho notado muita tristeza em seus olhinhos. – falava com delicadeza – Parece que o luto por sua filha tem lhe castigado ainda mais. – observou – E a gente não quer vê-la caindo em depressão!

 

Kedima sorriu e abaixou a cabeça. – Eu não mereço você, filha. – respondeu com humildade – Você cuida de mim, me leva em médico, paga psicóloga... eu não mereço isso... – balançou a cabeça negativamente – “Se soubesse o tipo de mãe que eu era...” – pensou sem coragem de verbalizar

 

--Ora, não seja tão rigorosa com si mesma! – Yara respondeu bondosamente – A senhora me acolheu, mudou minha vida, me ensinou e me ensina muita coisa, além de já ter feito o bem a tanta gente que eu nem imagino! – sorria – Admiro a senhora como nem sei explicar!

 

A idosa sentiu-se feliz e ao mesmo tempo constrangida com o que ouviu. “Se ela soubesse...” – pensou – “Ficaria tão decepcionada comigo...”

 

***

 

Elza e Yara estavam nuas deitadas de lado na cama, uma de frente para a outra. Conversavam depois de ter feito amor.

 

--A gente faz um verdadeiro esquema de filme pra poder se encontrar, mas vale a pena! – a militar sorriu para a amada – Apesar de todos os pesares, de todas as dores que esse ano trouxe, tô adorando passar esse natal com você! – beijou-a

 

--E ainda terá o réveillon! – considerou antes de beijá-la

 

--Ai, amor, eu não sei explicar, mas tô tão cheia de esperança! – acariciava o rosto da indígena – Vários países começaram com seus esquemas de vacinação. Será que essa doença vai ficar sob controle? – desejava uma resposta positiva – Será que voltaremos ao mundo normal?

 

--Não sei, minha linda. Sinceramente não sei se o normal será como era, especialmente vendo como o governo Montanauro critica o uso de máscaras e não parece priorizar a compra ou o desenvolvimento de vacinas. Você sabe melhor que eu! – acariciava as costas da negra – Mas a gente tem que ter esperança sempre, não é? – beijou-a – Eu quero crer que as coisas vão melhorar!

 

--Com você do meu lado, eu fico mais propensa a acreditar! – beijaram-se apaixonadamente

 

Enquanto isso, em Brasília, um assessor do governo fazia uma ligação para o filho mais velho do presidente.

 

--Senhor Uno Montanauro, está podendo falar? – perguntou receoso – Desculpe ligar em pleno dia de natal, mas tenho uma notícia bombástica e não posso me furtar de lhe reportar.

 

Estranhou. – E o que tá pegando, sujeito? – perguntou mal humorado – Desembucha, cara!

 

--Acabo de receber umas informações dos meus contatos na Inteligência e... – pensava em como dizer – Acho que descobri como a esquerda soube de tantos escândalos do governo. – pausou brevemente – Alguém nos trai. Alguém tem entregado informações confidenciais aos nossos opositores políticos.

 

--O que???? – deu um soco na parede – Amanhã mermo a gente se reúne tête à tête! – decidiu – Quero saber que porr* é essa! – estava com raiva

 

 

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

 

 Música:

 

[1] Quiero Verte Una Vez Más. Intérprete: Libertad Lamarque. Compositores: Francisco Canaro e José María Contursí. In: Lo Mejor de Libertad Lamarque. Intérprete: Libertad Lamarque. RCA, 1967. 1 disco vinil, lado A, faixa 3 (3min17)

 


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Comentários para 34 - NOVO NORMAL:
Minh@linda!
Minh@linda!

Em: 21/02/2025

Pelo menos elas voltaram ao normal. Estão de boa, novamente. 

Nossa!!! Dona Kedima tá durinha ainda,viu?! 98 anos e cheia de vitalidade e com a língua afiada rs.

Salve Dona Kedima!!

E eu achei que ela não resistiria a pandemia. Mas Yara tá cuidando dela.

 

No período da pandemia, ficar em casa pra mim não foi nem tão difícil, já que eu sou caseira. Mas eu senti falta de contato físico e das resenhas.

 

Eita que Yara tá cheia de saudades!!

Tá deixando Elza na vontade rs.

Nem todas as restrições do mundo afastam essas duas. Até que enfim elas estão se acertando.

Um ano separadas!

15 dias no mesmo quarto..

Tem que ser muito forte pra não sucumbir a tentação, com convide e tudo.

Só os fortes sobrevivem, mesmo.

Haja fogo!!! 

"Sapeca esses coroninhas" kkkk 

 

Bicho!!! Então foi por isso que a filha de Dona Kedima tirou a própria vida?!

Confesso que não imaginei que fosse esse o motivo.

Nossa!! Que dor ela carrega no peito!! Que tristeza.

Tomara que ela consiga se perdoar.

 

20 anos juntas, na pegada da onça... e haja imaginação...

 

Quem diria!

Então Elza era filha de Goulart em uma família escravocrata! E Yara era uma garimpeira, ou alguém que financiava a atividade.

E Marcos Goulart não aceita o lance das duas... 

Eu disse que achava ele possessivo!

 

Muito triste essa parte...

Alê e Alana perderam a mãe e a irmã, em tão pouco tempo, pra convide. Malu tá arrasada!! 

Eu gostava de Aline!

 

Será que Goulart vai tomar jeito, agora?!

Tomara que sim!! Elza vai precisar de ajuda.

 

Eita que a Convide levou Castrodeza!! Um a menos pra querer prejudicar Elza. Mas confesso que não sentia ranço dela, não. Preferi me manter neutra, em relação a ela.

 

Este sentimento que Renata sente é bem normal em algumas pessoas, mas não deixa de ser frustrante. 

Não saber o que quer da vida, ao certo, ou não se encaixar... e ir levando o barco com a sensação de vazio ... que falta alguma coisa...

Bom!! Pelo menos ela está trilhando um caminho melhor agora.

 

Malu tá fazendo bem a Machado!! Ele já está até com um vocabulário mais leve kkkk

 

Natal e Ano Novo juntas!!!

Elas nunca passaram as duas festividades juntas. Foi uma ou outra ..

 

Tava tudo muito bom pra ser verdade!!

Uno Montanauro!! 

Parece nome de malvado de série medieval. 

E vindo do Clã Montanauro, só espero o pior.

Elza está em perigo!


Solitudine

Solitudine Em: 21/02/2025 Autora da história
Olá querida!

Ya Kedima é idosa cheia de energia! Personalidade marcante e coração gigante!

Elza e Yara respeitaram a quarentena mas depois... Ô Glória! Aí viveram o que ainda faltava: natal e ano novo juntinhas!

Mas, nem tudo são flores. Castrodeza deixou um presentinho ao final. Goulart acabou preso pelo vírus, mas nem todos estão sintomáticos. E o clã?

Adoro quando vocês percebem!!!!!!! Ela notou o detalhe do Uno!!!!!! Italiano coincidindo com Huno!!!

Nota dez! Como dizem por aí: brocou!

Beijos,
Sol


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Sem cadastro
Sem cadastro

Em: 08/07/2024

Essa caipira deixa a gente louca!!! E o nome do filho é Uno? Kkkkk


Solitudine

Solitudine Em: 10/07/2024 Autora da história
Olá querida,

Sim, o nome é esse. Fazer o que? kkk

Beijos,
Sol


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Ontracksea
Ontracksea

Em: 19/01/2024

Cara é bom demais!!!!! Até espiritismo entra na história! Yara era uma bandeirante cruel e nasceu indígena pra reparar. Elza era uma brancona racista e nasceu negra. Goulart era um filho da puta e continuou! Demais demais!

Bem feito que Castrodeza morreu mas não quero o coiso e nem os filhotes de cruz credo pondo as patas na minha Elza!


Solitudine

Solitudine Em: 21/01/2024 Autora da história
Olá querida!

Toda história caipiresca tem algo (ou muito) espiritual na história. Faz parte de mim e fico feliz que tenha gostado.

kkkkkkk Castrodeza se foi, mas o clã Montanauro não. Vejamos como Elza se livrará da ira deles! rs

Beijos,
Sol


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Femines666
Femines666

Em: 06/04/2023

Depois de tantas lutas, tantos lutas, você termina com meu casal no maior love e a cabeças da Elza a prêmio??? Autora má! Castiga!!! Como é o troço? Lambe chicotinho de fogo! Kkkkk


Solitudine

Solitudine Em: 08/04/2023 Autora da história
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Adorei!!!
Não se zangue com a caipira! No final, tudo dá certo!
Beijos,
Sol


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Femines666
Femines666

Em: 06/04/2023

Você é demais não tem como não dizer! O modo como funde real e ficção! Fiquei arrepiada na parte da Castrodeza! Mas sem um pingo de pena! kkkk

Entendi porque Yara se recusava a se ver indígena e sofreu tanto! Ela caçava os índios pra garimpo e devia fazer miséria com eles. Elza era branca racista... foda demais!

Goulart tem que abrir o olho agora ra ver se ainda salva a pátria de alguma forma 


Solitudine

Solitudine Em: 08/04/2023 Autora da história
Olá querida!
Agradeço muito por seus contínuos elogios e a empolgação crescente que percebo! Até sua forma de comentar mudou.
Não só você, mas ninguém teve pena da Castrodeza! rs
Exatamente, seu entendimento está correto!
Vamos ver se Goulart acerta dessa vez!
Beijos,
Sol


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Femines666
Femines666

Em: 06/04/2023

Morro com essas maluquices erótico religiosas que Yara pensa! kkkkkk Adoro essas duas juntas! E morro de pena do sofrimento da Kedima. Deus me livre de saber como é isso!


Solitudine

Solitudine Em: 08/04/2023 Autora da história
kkkkkkkkkk Os pensamentos da Yara são exóticos! Também adoro vê-las juntas!
Tampouco eu gostaria de saber o que ya Kedima sente!
Beijos,
Sol


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mtereza
mtereza

Em: 05/03/2023

Nossa senhora a familícia vai mandar matar Elza !!!


Resposta do autor:

Olá querida!

Elza está na mira! Mas você pode confiar na caipira!

Não desista do conto!

Beijos,

Sol

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 04/03/2023

Misericórdia lá vai mais perrengue.


Resposta do autor:

Esse veio repetido.

Tem capítulo novo! Não me abandona, viu? Vai que você acaba gostando destes proseados de caipira? rs ;)

Beijos,

Sol

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 04/03/2023

Misericórdia lá vai mais perrengue.


Resposta do autor:

A vida aqui é animada, garota!kkkk

Beijos,

Sol

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Zaha
Zaha

Em: 03/03/2023

Boa tarde, Solvisky!! Tudo bem??

 

Ando cansada e ainda não descansei bem, esqueci coisas que tinha pra fazer..enfim! Então, minha atenção, de novo, estará comprometida.

 

Fiquei feliz que as duas voltaram a se entender ! 20 anos juntas! 20 anos de muita vai e vem, muitas diversidades, mas finalmente, agora estão mais maduras para enfrentar muito mais coisas que virão!

 

Finalmente, glória a Deus, Yara me deu felicidade! Era disse que dizia quando falava de sacrifícios e o que é importante. Que ela não era a única que podia fazer tudo, mas ela gostava e TB de ter cero controle do que passava, mas ela delegou, pois o Momento pedia. Ela tinha pessoas sob sua responsabilidade, teve que escolher ficar aislada e longe do burburinho. Escolheu à família do coração!! Temos que com um sangue tão forte pela militância, ela pudesse ainda tá um pouco presente e cometer um erro que poderia se arrepender.

 

Falando em se arrepender, Kedima... Já imaginávamos o que teria passado com a filha, n?! O pq se suicidou. Porque ela teria um lugar de acolhimento LGBTQA+ TB. Bem, Kedima resolveu fazer pra outros o que não pôde com a filha e se redimir. Ela tem feito isso muito bem. Apesar de ainda n ter se perdoada...todos temos nosso processos e questões a resolver. O que ela desejou , ela teve. Disse que preferia q a filha morresse. Imagine como se sente alguém a escutar isso e sem acolhimento de mais ninguém. A garota não pode lidar... Mas o importante é o que Kedima fez depois...como atuou o resto de sua vida!!! 

 

 

 

Muitas perdas o convide deixou... Já imaginávamos o que ia passar com Alibe e Carmen, mas bem, difícil, quem precisava trabalhar, tinha que ir, ainda que foi um pouco orgulhosa, poderia ter deixado passar o primeiro ano de contagio, mas TB é complicado, sempre é quando temos uma mudança e mudar toda rotina, por um vírus que ninguém acreditava que existia ou que podia matar em massa. Teria acabado antes, se a quarentena tivesse sido feita adequadamente, poremtnem todos podiam. Muitos lutos....e não só por morte....mas TB muitas vidas nasceram....muitos aprendidos, porém cada um chegou de forma diferente e pra outros n chegaram. Não desertando consciência.

 

Goulart...que complicado que está. Vimos a "história" de seu passado e o pq de suas decisões. Gostei muito de como descreveu. Sabe que amo essa parte.... e quando descreve as reencarnações. Sempre muito edificante.Yara, Elza e ele entrelaçados e ele mais uma vez a repetir o erro. Mas ele e abriu mais, Graça foi a porta e o sofrimento que ele gerou e sentiu ao ver tudo que fez nessa e na outra vida. Bem, ele parece que "despertou"!!! Graças a Deus.

 

Uma pena que Castrodeza não teve a mesma oportunidade. Como disse, o caso dela era mais complicado. Se via rancor, ódio, vingança,desprezo e indiferença. Ela só via o poder. Ainda que sempre podemos fazer a diferença, suas ações a levaram a uma morte mais cruel, tinha muitos obssessores e sua psicoesfera era muito densa inclusive para obter qualquer ajuda . Ela realmente n se arrependeu, quem sabe.... estava com.medo, muito medo. Podemos na dor e medo falar qualquer coisa, mas dps que passa, voltamos aos mesmos comportamentos. Nessa caso, n saberia dizer. Porém, acho que ela nunca teve alguém que a orientasse. Sua mãe faleceu há muitos anos.... Sempre o poder no meio. O controle, a autoridade. Quem tem mais. Ela usou suas últimas energias numa vingança pq n obteve o que queria , gerando mais sofrimento e atraindo mais erngias densas...uma pena!!!

 

Olha Renata. Ela teve uma grande oportunidade na vida sendo presa. Deus foi misericordioso. Às vezes, não percebemos os presentes que nós são dados ,ainda que seja sofrido...ela ganhou consciência estando presa e na verdade, dentro dela, residia coisa boas, apenas se perdeu pelo sofrimento, solidão a abandono, mas teve apoio, sua mãe e família. Sempre aparecem às mães para pessoas tão maltratadas, n?! Por isso dizem que amor de mãe n tem igual! E digo as "maest" mesmo, n as que parem apenas ....

 

Muitas pessoas n sabem o que querem até quase o fim da vida, mas o que conta é fazer com intensidade, mesmo que só encontre aos 80.... Tive colegas na faculdade de 80 anos, estudando e feliz. Um caminho largo e, bem, n compensa se vc se perdeu, mas tudo conta e ajuda pra uma próxima reencarnação.... tomar consciência da snossa ações e erros é a melhor coisa!!

 

Kedima tem medo de contar a Yara como atuou, mas Yara pode surpreender ela. Pode ficar chocada a princípio, mas n poderá ver algo que nunca viu, pois Kedima n parece em nada a quem foi no passado. Totalmente modificada por dentro , mas tanto trabalho solidário, voluntário n a ajudou a se perdoar.. espero que Yara a ajude. N lembro se sua filha estava ainda perdida, sendo cuidada ou falou com ela. Essa lembrança de e perdeu....

 

 

 

Elza e Yara finalemente lights. Pq a alegria tem q chegar em algum MT. A paz TB kkk. Haja estrada....

 

Como descobriram quem foi que tava vazando informações? Goulart conseguiu se safar destruindo Td? Ainda assim um hacker pode recuperar. Q Elza fez com tudo aquilo? Curiosa...

 

Diante do q tem passado, já nem sei se vão encontrar que são eles que tão metidos. Mas como A rainha das caipiras gosta de uma treta. Ela te dá um bote pra dps deixar a gente no meio de um tsunami kkkk.

 

Lá vem problema!!

 

Ahhh, finalmente vi um caipira falando de verdade, n seu vocabulário caipiresco gourmet!!

 

 

 

Beijos caipirescos

 

PS: Refresquei dessa vez no comentário. Fui boa....a filha pródiga sempre volta às suas origens....


Resposta do autor:

Lailovisky principesca sadiikii doré!

A maior atletovisky do Lettera! Referência sapiana em atividade e mulher toda movimento!

Que cansaço é esse, garota? Atletovisky não cansa, apenas descansa os olhinhos!

Sim, Elza e Yara, dentro de seu contexto atípico e complicado reconciliaram e marcaram com amor estes 20 anos de presença distante e constância no coração. Yara se viu obrigada a parar, às vezes a vida pede, mas ela continua nos bastidores, à distância, atenta a tudo!

No capítulo 1995 - Um Ano para se Lembrar (1), Kedima diz que Elissa cometeu suicídio, mas não entra em detalhe. E ela sofre muito com tudo isso. O desabafo ainda viria, como veio, no capítulo atual (ESPERANÇA). Corre para ver! rs

Aline se viu na obrigação de trabalhar porque precisava de dinheiro em casa, além da responsabilidade em mater os funcionários com seu ganha pão. Porém, o preço a pagar foi bem alto. Duro retratar, mas vi isso acontecer na vida real. O dilema isolamento x necessidades financeiras e não poderia deixar de retratar aqui.

Goulart pode se conscientizar de seus erros e ainda está encarnado. Terá a chance de tentar fazer diferente. Castrodeza era mais poderosa, errou muito, prejudicou muita gente, ela precisa de mais tempo para cair do pedestal da ilusão do poder terreno.

Renata aprendeu muito com a dor e as humilhações que a prisão trouxe. Ela refletiu e verdadeiramente está disposta a tentar. Vejamos o que será dela. Inclusive nesta parte de saber o que quer (cá para nós, que pergunta difícil de responder!).

Kedima fará seu desabafo, como escrevi acima, e Yara vai ouvir. O que será depois? Corre para ver! rs

Difícil para Elza e Yara terem um momento longo sem tribulações no contexto no qual vivem. Mas, elas sabem se virar. rs

Garota, vai lendo com atenção que você vai entender. Quem começou a jogar a "traição" de Elza no ventilador foi Castrodeza.

Eu gosto de treta? Que nada! Sou uma caipira relax! kkk

Vocabulário caipiresco gourmet? kkkkkkkkk Adorei isso!

Beijos caipirescos!!

Sol

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Vanderly
Vanderly

Em: 03/03/2023

Bom dia Sol!

Satisfação!

Menina, eu não senti um pingo de dó do tio Goulart e muito menos desta Castrodezza. Quem planta colhe.

Essa doença infelizmente ceifou muitas vidas, principalmente por conta da ignorância de muitos, por se recusar em ter os cuidados básicos como usar máscaras, lavar sempre as mãos, usar o álcool gel quando não pudesse lavar, tomar banho, lavar as roupas e higienizar, calçados, celulares, e tudo mais que usou durante uma saída obrigatória na rua.

Eu estou amando essa volta de glórias e aleluias. Yara x Elza. Aumentou a temperatura por aqui. ???’??”?

Dona Kedima se arrependeu da intolerância, eu imaginava algo desse tipo com relação a todo esse remorso dela em torno da morte da filha, mas não imaginei que a moça tinha tirado a própria vida. Eu pensava que ela teria ido embora e morrera em algum acidente. E eu fico pasma que hoje ainda existam pessoas assim tão intolerantes em relação as escolhas alheias, não só sexualmente falando, mas também no lado religioso.

Volta logo! Eu estou curiosa pra saber quais os planos de Goulart! E desse Monatauro. Risos.

Abraços e beijos fraternos!

Vanderly

 


Resposta do autor:

Olá querida!!!!

Eu percebia que Castrodeza e Goulart eram os grandes finalistas do concurso: os 5 mais odiados do conto! rs Mas cada pessoa no seu tempo. Não era o deles, embora Goulart agora esteja mais consciente do que fez de mau.

Essa doença mudou tudo. Mas a Humanidade não aprendemos como deveríamos; ainda!

Que bom a volta das glórias e aleluias tenha aumentado sua entalpia e entropia! kkk

Dona Kedima ainda vai desabafar, você verá. E sim, existem muitas e muitas pessoas intolerantes; acho que é um dos maiores problemas sociais que temos, pois origina outros vários.

Já voltei! Tem capítulo novo te esperando! rs

Abraços e beijos caipirescos!

Sol

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Dandara091
Dandara091

Em: 03/03/2023

Alô autora!

Tô gostando de ver a saparia. Botou moral no brejo! Castrodeza desonroou a negritude e foi pra vala. Goulart tem que salvar a Elza ou então que vá pra porta empata!

#elza&yara

#poemoralnobrejo

#resgataouvaipraporra

E o Monta?

#elenuncamais!!!!!


Resposta do autor:

kkkkkkkkkkkkkkk Ai, ai, você me diverte!

Confia que Goulart dessa vez se acerta!

Beijos,

Sol

Responder

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Gold
Gold

Em: 03/03/2023

Essa história é uma emoção só! Volta logo porque tô louca pra ver o que virá em 2021!


Resposta do autor:

Voltei!!! E já deu para você ver parte do que 2021 tem! Vejamos a outra parte do ano!

Beijos,

Sol

Responder

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Alexape
Alexape

Em: 03/03/2023

Minha autora preferida!!! Eu te amo mas você me mata do coração! Não deixa o povo do Monta pegar minha Elzaaa


Resposta do autor:

kkkkkkkkk Confia na caipira, garota!

Beijos,

Sol

PS: Deixa só Yara saber que Elza é sua! rs

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Yoko tsuko
Yoko tsuko

Em: 02/03/2023

Sensei tá faltando muitíssimo issimo pouco pra me deixar feliz! Livra Elza do Uno e tô soltando foguetes!!! Amo essa história!


Resposta do autor:

kkkkkkkkk Que bom que falta muitíssimo issimo pouco! Espero que eu consiga!

Obrigada pela empolgação!

Beijos,

Sol

Responder

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Joabreu
Joabreu

Em: 02/03/2023

Boa noite,

Eu realmente tô gostando dessa história. É bem diferente das outras suas e pra variar, muito muito boa! Saiba que desfavoritei outras autoras por sua causa. A distância é astronômica sem ofensa a elas.

*

*

*

Gostaria e Castro tiveram o que mereceram. Quero ver se o milico vai cair na real igual a ex vtzeira.

Você se incomoda de terminar lá pra 2025? LOL

?—? ?—??—??–???—?

Jo Abreu {}


Resposta do autor:

Esse veio repetido.

Beijos até 2025! rs

Sol

Responder

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Joabreu
Joabreu

Em: 02/03/2023

Boa noite,

Eu realmente tô gostando dessa história. É bem diferente das outras suas e pra variar, muito muito boa! Saiba que desfavoritei outras autoras por sua causa. A distância é astronômica sem ofensa a elas.

*

*

*

Gostaria e Castro tiveram o que mereceram. Quero ver se o milico vai cair na real igual a ex vtzeira.

Você se incomoda de terminar lá pra 2025? LOL

?—? ?—??—??–???—?

Jo Abreu {}


Resposta do autor:

Olá querida!

Obrigada pelos elogios!! Eu tento variar nas histórias, inclusive mudando a forma de narrativa. Porém não imaginava que outras autoras seriam desfavoritadas. Faz isso não, querida. Cada uma tem seu estilo e essa é a beleza da vida: a variedade!

Com certeza Goulart cairá na real. Pode levar fé! rs

Lá para 2025?? kkk Ai, me perdoe, mas aí não dá. rs

Beijos,

Sol

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Young
Young

Em: 02/03/2023

Olá Solzinha!

Esse conto prende a gente porque é uma surpresa atrás da outra e vira e mexe um suspense que deixa uma dúvida no ar. Dá pena só quando a gente pensa que está pra acabar. Você deve fechar o ciclo em 2023, não sei.

Queria ver a dona Kedima em paz. Ela mudou e essa dor do que não se pode mudar é um martírio muito grande. Coitada!

Mas olha, eu sou má. Não tive pena nem do Goulart e nem da Castrodeza. 

Young Cy


Resposta do autor:

Olá querida!

Que bom que o conto tem te mantido interessada. Fico feliz em saber!

Sim, vou fechar o ciclo lá para 2023.

Vamos ver o que se dará com dona Kedima até lá.

kkkkk Você não é má, é apenas o seu (nosso) senso de justiça.

Beijos,

Sol

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Seyyed
Seyyed

Em: 02/03/2023

Fala guria!!! Esse capítulo deu medinho mas eu acho foda o que tu escreve. Tô torcendo pra Elza dar uma volta no pessoal do Monta e Goulart e Renata darem uma virada típica dos teus personagens que eu adoro!! Na torcida pra ver o jogo virar! E pra ver dona Kedima em paz consigo mesma.


Resposta do autor:

Olá grande Seyyed!

Obrigada pelos elogios mesmo que sentindo um medinho! rs

Vamos ver como Elza vai se sair dessa e vejamos também o que Goulart e Renata vão fazer. O jogo continua sempre!

Dona Kedima tem plantado o bem por muitos anos. Ela colherá o que tanto precisa e deseja.

Beijos,

Sol

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Samirao
Samirao

Em: 02/03/2023

Amoreeee que CAPS  Ghost fodástico!!!! Concordo com a Irina que pena que vai acabar... mas enquanto dura quero mais é ver glórias com aleluias e a porrada comendo no couro do Montanauro huahuahua Que venha 2021! Bjussss


Resposta do autor:

kkkkkkkkkkkkkkkkkk

Esse me fez rir!!! Adorei!

Que venha 2021!

Beijos,

Sol

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Mille
Mille

Em: 02/03/2023

Oi Sol 

Terminou o capítulo já nos deixando tensa. E agora quem vai livrar a Elza do Matadouro Junior. Um verme cheio de pobres também igual ao pai. 

Dona Kedima tem seus fantasmas e acho que se ela se abrisse para Yara ela entenderia até porque ambas se sentem culpadas.

Tenho até medo desse momentos feliz e esperança das duas. Torcendo que ninguém atrapalhe.

Bjus e até o próximo capítulo 


Resposta do autor:

Olá querida!

Estamos vivendo momentos críticos no conto, então sempre fica um clima de suspense no ar. Especialmente considerando que Elza é "a infiltrada"! rs

Vamos ver o que será!

Dona Kedima precisa desabafar e ela fará isso. Você já deve ter visto. rs

Medo da felicidade? Nunca, amiguinha! Sem ansiedade. Vamos viver um dia de cada vez!

Beijos!!!!!

Sol

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Irina
Irina

Em: 02/03/2023

Kotinha!!

Que capítulo duro porém maravilhoso! Todas as dores das personagens estiveram a ferir-me o coração mas a esperança que vossa (e nossa) Elza sente igualmente está a me contagiar. Amando cada vez mais!!

Qual a tristeza desta pretinha que vos escreve? Sinto que o conto caminha para um final...

Com estima!

Irina


Resposta do autor:

Olá querida!!!

Que bem que você gostou do capítulo apesar da dureza. A esperança é aquilo que devemos cultivar sempre para que esteja forte em todos os momentos. Perdê-la representa a perde de muitas coisas, inclusive da vitalidade e do viço em viver.

kkk É verdade, caminha para um final. Como todas as coisas passageiras desta vida. Mas, fique tranquila. Se Deus quiser, virão outros.  Mas, se não vierem, vocês têm muitas outras autoras que ofuscam esta caipira de longe.

Beijos!!

Sol

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