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Tempus Agendi - Tempo de Agir por Solitudine

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Palavras: 7747
Acessos: 11496   |  Postado em: 03/12/2022

ESTRANHA INTIMIDADE

 

São Paulo, estado de São Paulo

 

--Bom dia, camarada! – Yara cumprimentou ao chegar – Desculpe o atraso, mas o ônibus também chegou atrasado na rodoviária. – colocou a malinha ao lado da mesa

 

--Bom dia! – Renata cumprimentou após reparar a indígena de cima a baixo – Menos de meia hora não é atraso! -- sorriu

 

--Que bom que pensa assim. – respondeu sem muita graça – Eu vou ao banheiro, então te peço mais uns cinco minutinhos, pode ser?

 

--À vontade. – cruzou os braços

 

Vestindo um jeans escuro, blusa baby look branca e casaco preto, a indígena fez um gesto de cabeça e seguiu a passos rápidos com seus tênis brancos. Os óculos escuros disfarçavam as olheiras da viagem estressante ocorrida na véspera.

 

“Ela não perde a cisma comigo...” – Renata pensou – “É uma pena, porque com o tempo ficou mais gostosa!” – sorriu maliciosa – “Adorei esse enfeite de pena no cabelo!” -- reparava

 

***

 

--Mas e então, por que você me pediu pra gente conversar em particular? – Yara foi direto ao ponto – Que assunto é esse que não podia ser tratado na sede? – bebeu um gole de café

 

--Sabe como são as sedes... – finalizava sua torrada – Sempre cheias de gente, tá ligada?

 

--Temos algum segredo, camarada? – limpou os lábios com o guardanapo

 

Achou graça. – Ow, Yara, para, vai? – fez um gesto despreocupado – Você é a presidente do Comuna e eu sou a presidente do núcleo do Comuna em São Paulo! – limpou os lábios com o guardanapo – Simplesmente somos as duas pessoas mais poderosas do Partido!

 

--E? – continuava sem entender onde a outra queria chegar

 

--E... – debruçou-se sobre a mesa -- Que eu tô querendo te propor um acordo! – sorriu – E se nós duas fecharmos um acordo, não vai ter quem tenha força pra dar o contra. – estudava o rosto da outra

 

“Duvido que essa criatura tenha acordo que possa me interessar!” – pensou descrente – Que acordo você quer comigo? – cruzou os braços

 

A loura sorriu mais uma vez. – Você sabe que nós queremos trazer a presidência do Partido e o QG pra cá, pra São Paulo. – afirmou sem rodeios – Somos a maior e mais rica cidade do país, temos a maior base de filiados ao Comuna e montamos uma estrutura de imprensa que ninguém mais tem, porr*! – espremeu os olhinhos – Minha oferta é que você aceite e apoie a mudança. Em troca, permanece com a presidência e batalho pro Partido te sustentar até os seus últimos dias nessa vida! – piscou – Aquele empreguinho na prefeitura de Goiânia que você acabou de arrumar não vai te fazer a menor falta!

 

Indignou-se com a proposta e riu por achá-la absurda. – Você realmente acreditou em algum momento que eu diria sim a isso? – debruçou-se sobre a mesa – Eu fui sustentada pelo Partido quando não tinha nada! – afirmou enfaticamente -- E mesmo antes de começar a receber minha minguada bolsa de iniciação científica na graduação, sempre trabalhei e muito! – olhava nos olhos – Não concordo com a mudança da sede pra cá, porque o Partido nasceu em Goiás e nós estamos muito mais perto de Brasília! Se é o caso, façamos uma votação e vejamos o que a maioria pensa!

 

--Aí mana, cê sabe que nós temos o maior número de filiados do Partido, né não? – Renata se contrapôs de imediato

 

--Mas você não deve estar tão certa de que ganharia numa votação, do contrário não estaria aqui me propondo um acordo! – respondeu irônica – Você sabe que os núcleos do Comuna nos outros estados não querem a mudança!

 

Renata mudou de expressão e franziu o cenho. – Não entendo porque você não facilita as coisas! – respondeu de cara feia – Nós duas íamos sair no lucro!

 

--Nunca fui mulher de coisas fáceis, tampouco do tipo que visa lucro. – tirou a carteira do bolso e a abriu – Ou deixamos de ser comunistas, camarada? – provocou -- Eu quero continuar na presidência do Partido, quero continuar em Goiânia e com meu empreguinho na prefeitura da cidade. – tirou algumas notas -- É o que vai me manter depois que eu defender o mestrado. – colocou o dinheiro sobre a mesa – Não sou sanguessuga do Partido tipo umas e outras! – olhava para a loura -- Tá aqui minha parte na conta.

 

--Não acredito que você vai querer bancar uma treta comigo! – não se conformava

 

--Vamos puxar uma votação pra decidir isso? – guardou a carteira e se levantou – Hoje mesmo já encaixo o assunto como tema de pauta pro próximo Colegiado Nacional.

 

--Sabe qual é a diferença entre você e eu, camarada Yara? – olhava nos olhos da índia – Eu sei negociar, sei tomar decisões inteligentes... – balançou a cabeça revoltada – Contigo é tudo na base da porr*da! – criticou – Não sei o que tu fez pra camarada Celeste indicar teu nome pra essa posição!

 

Yara reclinou-se sobre a mesa e aproximou-se da loura. -- Sabe qual é a diferença entre nós, camarada Renata? – encarava a outra – Eu não precisei dormir com ninguém pra receber uma indicação de peso! Comigo é tudo na base do trabalho! – sorriu e colocou os óculos escuros – Vê se não chega atrasada pra Regional de amanhã porque eu não vou tolerar seus atrasos! – advertiu antes de pegar sua mala e sair

 

--Porr*! – Renata deu um soco na mesa – Puta merd*! – estava revoltada

 

***

 

Elza caminhava pela Avenida Paulista naquela fria manhã de julho. Impecavelmente vestida com um terninho de tencel azul e Scarpin nos pés, seguia segura de si, apreciando a cidade através das lentes dos óculos escuros. Com a conclusão do Curso de Adaptação de Oficiais, conseguira vaga para servir no Instituto Tecnológico da Aeronáutica, exatamente conforme seus desejos.

 

“Eu não poderia estar numa fase melhor!” – pensava orgulhosa – “Concluir o Curso de Adaptação em primeiro lugar foi fechar com chave de ouro toda uma trajetória de vida!” – sorria – “E a primeiro tenente Elza Machado vai servir aonde? No Instituto!” – ajeitou a bolsa tiracolo em seu ombro – “E a formatura do curso? Nossa, foi tão linda!” – lembrava da cerimônia – “Pensei que meu pai e tio Goulart iam ter um troço! Choravam como duas crianças!” – pensava nos parentes – “Até Alê que nunca foi muito chegada ao meio militar ficou emocionada!” – visualizava o rosto da amiga na mente – “Só lamento que cabo Fernandão não pôde ir...” – suspirou – “Não se pode ter tudo, né?”

 

Ao passar perto de um famoso café, a jovem negra resolveu parar. “Perdi o café da manhã do hotel, então é bom comer alguma coisa.” – pensou – “Vou tomar café aqui!”

 

“Hum, que gata poderosa!” – Renata pensou ao observar a mulher que entrava – “Será que rola de puxar um papo?” – passou a mão nos cabelos – “Puta que pariu, que negra deliciosa!” – não tirava os olhos da outra

 

A militar fez seu pedido ao garçom e enquanto esperava perdia-se em doces recordações do passado.

 

“ – Oia, mãe! – a pequena Elza apontava sorridente – Nasceu flô! E é grandona! – deu um pulinho

--Uma florzona linda, né? – Edna ajoelhou-se ao lado da filha – Vermelha e bonita que só! – sorria também

--Ranca pra botar no meu cabelo? – pediu ao olhar para a mãe

--Ah, não, meu bem... – respondeu com carinho – Se a gente ranca, a flor morre num instante. Aí, do que ia adiantar? – acariciou o rosto da filha

--É que eu queria que fosse minha... – lamentou

--Mas ela é sua! E de todo mundo que cuidar dela. – respondeu de pronto – Só que se a gente rancar e ela morrer, num instante vai deixar de ser sua e não vai ser de ninguém. – explicava

--Mas se não rancar ela não vai morrer também? – retrucou – E vai morrer longe de mim... – fez beicinho

--Mesmo que morra, como você teve a sorte de ver ela por tanto tempo, sempre vai lembrar de como ela era! – beijou o rosto da filha – A gente não precisa ter todas as coisas sempre perto da mão...”

 

Derramou uma lágrima saudosa. “Verdade, mãe... não precisa...” – pensou

 

“-- Sua caligrafia tá ótima, Elzinha! – Graça exclamou orgulhosa – E você também acertou o dever de casa todinho! – sorriu para a criança

-- A senhora vai ver, tia Gracinha! Eu vou ser a militar da letra mais bonita da Aeronáutica! – exclamou empolgada – E vou acertar tudo que é dever que tiver que fazer!

Achou engraçadinho. – E vai ser a militar mais linda do mundo! – beijou o rosto da menina – Acho que vou desmaiar quando te ver fardada pela primeira vez!”

 

“E que pena que ela não me viu...” – Elza suspirou ao derramar outra lágrima– “Ai, mulher, chega de nostalgia!” – aconselhou a si mesma – “Vamos viver o presente porque o passado não volta!” – secou os olhos com o guardanapo

 

“Ela parece que tá em alfa! Toda pensativa, distraída, desavisada...” – Renata pensava mantendo-se atenta à outra – “Ah, mas eu não saio desse café sem dar um jeito de falar com essa gata poderosa!” – decidiu

 

Elza tomou seu café tranquilamente e pagou a conta. Antes de sair, decidiu passar no banheiro para fazer um bochecho e retocar a maquiagem.

 

--Então é no banheiro que a gente se encontra! – Renata falou para si mesma antes de se levantar – Vamos ver qual é! – ajeitou-se toda e seguiu

 

“Acho que vou passar na livraria Sapiência e ver as novidades. Também vou no shopping. Tô querendo comprar umas roupas novas.” – Elza pensava enquanto se maquiava – “Vou voltar pra São José só amanhã depois do almoço!” – decidiu

 

--Bom dia! – Renata cumprimentou sorridente ao entrar no banheiro – Frio, né? – parou no meio do caminho – “Puta que pariu!” -- gelou

 

O coração disparou. -- Renata?! – parou de se maquiar – “Não acredito!” – pensou contrariada

 

--Quanto tempo, né? – deu um sorriso amarelo e entrou fechando a porta – Tem o que? – não sabia o que dizer – Dez anos que a gente não se vê? Ou mais? – colocou as mãos nos bolsos – “E ela ficou muito mais gata e gostosa, puta merd*!” -- pensou

 

“Quase sete anos... mas é claro que ela não iria saber!” – pensou magoada – Não sei. Não fiquei me detendo em bobagens. – guardou a maquiagem na bolsa

 

--O tempo te fez muito bem. – reparou de cima a baixo – E o novo visual ficou foda! – sorriu

 

Lavou as mãos. – Eu já vou indo. – pegou papel para secá-las – Tchau. – preparou-se para sair

 

--Espera, vai? – segurou-a delicadamente pelo braço antes que a negra saísse – Renata Vilani e Elza Valente foi uma história de amor muito linda pra se resumir nesse papo de poucas palavras dentro de um banheiro. – falava com voz rouca

 

Desvencilhou-se da loura. – Machado! – respondeu olhando nos olhos – Elza Machado. – colocou os óculos escuros – Agora com licença e passar bem! – retirou-se

 

--Puta que pariu, errei o sobrenome! – deu um soco na porta

 

Elza saiu do café rapidamente e ganhou a rua antes de começar a chorar. “Eu não acredito que ela sequer lembrava do meu nome!” – constatou entristecida – “Fui tão apaixonada, tão dedicada, me entreguei com todas as forças e pra ela não significou nada!” – tentava controlar o choro – “Por que me surpreendo se ela nunca nem veio me procurar?”

 

Lembranças do passado vieram à tona.

 

“ -- Moça, pare de vir aqui, por favor! – o porteiro pediu com gentileza – Será que ainda não percebeu que a senhorita Renata vive lhe evitando? – olhava para a jovem – Eu não deveria lhe contar, mas ela me pediu pra sempre dizer que não está em casa se for procurada pela senhorita. – dizia a verdade

--Ela me deve! – respondeu segurando o choro – Ela tem que ter coragem de me encarar!”

 

A militar levou uma das mãos ao rosto.

 

“ – Eu queria saber, queria entender o que acontece com você, Elza! – Goulart perguntava nervosamente – Sua tia tá morrendo no hospital e você sequer aparece pra visitar?

--Ela não tá morrendo, não tá! – retrucou emocionada

--Aonde você anda que nem Chiara sabe do seu paradeiro? Eu não entendo que comportamento é esse, não entendo! – falava alto

--Eu ando estudando, estagiando, me preparando pro vestibular! – respondeu às lágrimas – Se a Chiara não sabe disso, não sei onde ela anda com a cabeça!

--Não é só isso e você sabe! – o militar acusou – Você mente! – derramou uma lágrima – Precisamos nos manter unidos numa hora dessas e você esquece que tem família! Por que, Elza, por que??

--EU NÃO ESQUEÇO! – gritou – ME DEIXE EM PAZ!!”

 

O choro tornava-se mais incontrolável.

“ – Não faz isso, Elza, você tem que ir ver sua tia! – Fernandão aconselhava – Não arruma ideia de se arrepender pelo resto da vida! – olhava para a jovem

--Me arrepender de que?? – perguntou chorando – Vocês falam como se tia Gracinha tivesse morta mas ela não tá! – gesticulava – E Deus não vai deixar ela morrer, não vai!

--Desconfio que você tem andado à caça daquela loura que vi se pegando contigo na pracinha! – a cabo afirmou sem rodeios – Desapega dela e foca no que interessa! – gesticulava – E o que interessa é a sua tia e o tempo que te sobra com ela! – falava com veemência

--Quer saber? – olhava para a mulher mais velha – Me deixa em paz! – afastou-se para longe”

 

“Eu não estava lá, eu fugi!” – Elza pensava em seu desespero – “Eu só pensava em Renata, eu só queria...” – soluçava em prantos

 

“Mas que droga, vou te contar!” – Yara pensava revoltada enquanto caminhava – “Tinha que esquecer o gorro naquele café?” – passou a mão nos cabelos – “Frio danado e eu com esse gelo na cabeça e nos ouvidos!” – voltava na tentativa de encontrar o gorro

 

Totalmente alheia ao mundo, Elza caminhou para a beira da rua e se preparava para atravessar sem reparar no fluxo de carros.

 

--Ô, Pai Amado, aquela ali quer morrer? – Yara perguntou a si mesma quando viu que uma mulher se encaminhava para atravessar – Cruzar a Paulista com sinal aberto, meu Deus! – começou a correr – EI! – gritou – Cuidado! -- advertiu

 

--AH, MEU DEUS! – uma idosa berrou ao perceber que Elza estava na mira de um micro ônibus

 

--EI! – Yara segurou a negra por um braço e a puxou com força – Ave Maria! – segurou-a pela cintura para que não se desequilibrasse

 

--AH! – Elza gritou assustada ao quase cair

 

–Você quer morrer, criatura? – a indígena perguntou nervosamente – Essa foi por um triz! – congelou ao ver quem era -- “Ô, minhas sete chagas!” – pensou surpreendida – “É a pat!”

 

–Mas o que é isso?! – olhou assustada para quem a segurava e arregalou os olhos – “Meu Deus!” – reconheceu a mulher – “A MC comunista!”

 

Um pequeno burburinho se formou ao redor das duas mas as pessoas logo se dispersaram ao perceber que tudo estava bem.

 

Desvencilhou-se nervosamente. – Tá tudo bem! – Elza abriu a bolsa para pegar um lenço de papel – Obrigada. – estava de cabeça baixa

 

Yara reparou na outra e percebeu que estava sofrendo. Apesar dos óculos escuros, era nítido que chorava.

 

--Não tá bem, não. – afirmou com brandura – Eu sei que a última pessoa que você queria encontrar justo agora era eu, mas... – sentia-se tocada pelo sofrimento da militar – Você tá chorando, nervosa, numa cidade agitada como essa... – gesticulou brevemente – Vem comigo? – segurou-a gentilmente pelo braço – Confia em mim! – pediu

 

Levantou a cabeça após limpar o nariz com o lenço. – Tá... – aceitou sem pensar em nada

 

***

 

Respirou profundamente e abriu os olhos devagar. – Você... se sente melhor? – a indígena perguntou interessada – Achou que o exercício de respiração que nós fizemos pareceu ter te tranquilizado um pouco? – reparava na outra

 

Abriu os olhos também. – Sim... – olhava para Yara – Com certeza eu me sinto bem melhor! – dizia a verdade

 

--Quando o coração sente dor, nada melhor que se conectar com a Natureza. – a indígena dizia – No coração da Paulista não haveria um lugar melhor do que esse. – sorriu

 

--Mamãe me trazia aqui de vez em quando na minha infância... – comentou saudosa – Fazia muito tempo que eu não voltava a esse lugar. – olhava ao redor – Obrigada! – tornou a mirar o rosto da outra – Por ter me ajudado por duas vezes num só dia! – sorriu também

 

Elza e Yara estavam sentadas em um banco de concreto do Parque Trianon. Mantinham-se uma de frente para a outra.

 

--Não precisa agradecer... – gastou uns instantes calada -- Eu vi você na televisão no ano passado. – falou para romper o silêncio – Uma das garotas do abrigo onde eu vivo tava louca pra assistir aquela matéria do dia de Zumbi, por causa de uma das repórteres envolvidas e aí chamou a gente pra ver junto... – passou a mão nos cabelos – E qual não foi a minha surpresa quando te reconheci!

 

“Ela vive num abrigo?!” – surpreendeu-se – Aquela matéria foi uma coisa que veio super bem a calhar pro momento que eu tava vivendo. – mudou de posição no banquinho – E aconteceu de me darem destaque porque procurei meio mundo pra denunciar o que me infernizava naquela faculdade! – contava – Sou negra e aí foi tudo a ver pro objetivo da emissora.

 

--Por causa do racismo e das calúnias que você sofreu, né? – lembrava da matéria – Achei muito massa a sua trajetória de vida... – disse a verdade – Admiro histórias de superação. – pausou brevemente -- Mesmo que uma carreira militar não me atraia nem um pouquinho... – afirmou em tom não ofensivo

 

--Acho que até entendo porque. – olhou para Yara – Também te vi na TV e soube daquela história do genocídio... – pausou brevemente – Não tem desculpa pro que fizeram com a sua tribo mas nem todos os militares fariam aquilo! – afirmou convicta – Tenho certeza que a maioria não! – garantiu -- Eu não!

 

A indígena desviou o olhar. Não estava interessada em ter aquela conversa. – Acredito que você não faria... – pausou brevemente – Mas o passado não muda, né?

 

--Infelizmente! – respondeu enfática – E só Deus sabe o quanto isso me dói! – suspirou ao se levantar

 

--E era por causa dessa dor que você chorava tanto a ponto de se desligar do mundo? – perguntou com jeito – Você podia ter morrido atropelada por aquele micro ônibus... – observava a negra – Mas, claro, se eu tiver sendo muito invasiva não responda.

 

Ficou uns instantes calada antes de responder. – Hoje eu tava pensando na fase ótima que tô vivendo na minha vida. – começou a contar a história -- Sou engenheira formada pela USP, oficial da Aeronáutica, vou servir no Instituto Tecnológico como eu sempre quis... – tirou os óculos escuros e pendurou no bolsinho do blazer -- Tudo exatamente do jeito que eu sempre quis... – cruzou os braços e ficou olhando para as plantas – Aí lembrei de pessoas muito marcantes na minha vida, pessoas que já se foram, e fiquei meio... sem defesas, sabe? – pensava na mãe e em Graça – Acho que você deve entender como é isso. – olhou brevemente para Yara

 

--Entendo perfeitamente! – balançou a cabeça ao se levantar também – Não há um dia em que não lembre da minha mãe, da adotiva. – confessou ao se aproximar – E mesmo depois de tanto esforço pra esquecer... – pausou brevemente -- Minha tribo segue comigo onde quer que eu vá. – colocou as mãos nos bolsos – Camarada Paulo... – lembrava do indígena – As ausências presentes na minha vida...

 

Balançou a cabeça em compreensão. – Mas eu não gosto de pensar nas ausências presentes. – desabafou – Isso me dói e eu fico muito frágil... – pausou brevemente -- Ontem uma colega minha se casou e me hospedei na cidade pra ir pra festa dela. -- mirou um ponto no infinito – Hoje me permiti acordar tarde porque saí da festa muito de madrugada e daí perdi o café da manhã do hotel... – ajeitou a bolsa no ombro – Então eu fui passear, andando sem compromisso pela Paulista, até que vi um café simpático e decidi entrar pra comer alguma coisa ali. – gesticulou um pouco – Nunca esperava encontrar justo uma pessoa que eu amei perdidamente e que me feriu fundo no coração! – pensava em Renata – E o pior é que a desgraçada nem me reconheceu e veio querendo me cantar dentro do banheiro! – falava mais para si do que para a outra – Canalha, cachorra! – calou-se bruscamente – “Não acredito que dei esse mole!” – fechou os olhos se recriminando – “Agora ela sabe que sou lésbica!” – abriu os olhos

 

“Então ela também é lésbica?” – surpreendeu-se – Mulherzinha cara de pau essa sua ex! – olhou para Elza – Mas não precisa ficar assim tão constrangida. Eu também sou lésbica e já levei minhas punhaladas por aí! – pensava em Edivânia e Rosa – Mas deixei passar pro meu próprio bem.

 

Surpreendeu-se também, mas não comentou. – É... Ela é muito cara de pau! – concordou

 

--Reencontrar com ela te deixou mal, não foi? – tentava entender o que houve

 

--Porque eu já tava saudosa e ver ela ali, na minha frente, com aquele mesmo jeito cafajeste de sempre... – falou rapidamente – Lembrou um monte de coisas que eu queria esquecer! – os olhos marejaram – Como o fato de ter ficado correndo atrás dela ao invés de ficar perto da tia Gracinha que... – sentia vontade de chorar novamente – Morreu... – cobriu o rosto com as duas mãos

 

Novamente sentiu muita pena da outra. – Não fica assim, vai? – abraçou-a com carinho – Talvez você tivesse ficado correndo atrás de sua ex pra poder fugir da dor que te magoava. A dor de ver uma pessoa amada sofrendo. – consolava a negra – Não foi por amar de menos a sua tia. – falava com delicadeza – Eu entendo muito bem como é isso de viver fugindo de uma dor no coração!

 

--Eu tinha tanto medo que ela morresse! – fechou os olhos e abraçou a outra com força – Mas ela se foi e eu não tava por perto... – lamentou

 

--Não se condene por isso! – acariciava a cabeça dela – Você não poderia fazer nada pra impedir que ela morresse. – desejava consolá-la – Deixe o passado no lugar dele e se perdoe! Não há mais o que fazer agora!

 

Elza e Yara permaneceram abraçadas por alguns instantes até que se separaram constrangidas com a situação.

 

--Desculpe. – afastou-se – Eu não sei o que tá acontecendo comigo! – deu as costas para a indígena – “Eu hein, Elza? Agarrada com essa comunista, parece que ficou doida!” – pensou se recriminando

 

“Tá ficando maluca, mulher?” – Yara se perguntava em pensamento – “Cheia de amorzinho pro lado de uma milica reaça?” – não se entendia

 

--Eu... – respirou fundo – Acho que é melhor a gente ir embora daqui. – Elza virou-se de frente para a outra – Tá com cara de que vai chover e a gente ainda nem almoçou. – olhou para o relógio rapidamente – Já são duas e quarenta! – exclamou – “Nossa, o tempo voou!” – pensou surpreendida

 

--Tá certa. – esfregou as mãos uma na outra – Vamos indo? – começaram a andar -- Amanhã tem a reunião Regional do Partido e eu nem me acomodei na pensão direito. – ajeitou o casaco – Deixei meus trem por lá e voltei correndo pra reencontrar meu gorro que com certeza já foi pro saco! -- sorriu

 

“Esse maldito Partido!” – pensou contrariada – Então é melhor você voltar pra sua pensão. -- recomendou

 

–É, tem razão. – colocou as mãos nos bolsos – Então acho que vou apressar o passo e cuidar da vida. – olhou rapidamente para a negra -- Cuide-se e fique bem! – despediu-se

 

Parou de andar. – Olha, eu... – começou a falar, fazendo com que a indígena parasse também – Eu seria muito indelicada se depois de tudo que você fez por mim não te convidasse pra almoçar. – olhavam uma para a outra – Vamos pro shopping aqui perto? – convidou – Fica sendo meu jeito de minimamente retribuir. – sorriu

 

“Só vou aceitar porque a grana tá realmente curta!” – pensou – Vamos. -- concordou

 

***

 

--Hoje foi meu dia de me endividar com você! – Elza comentou quando entraram no quarto de hotel – Obrigada por ter me ajudado a trazer os livros. – sorriu para a indígena – Sozinha, seria um tanto desconfortável. – colocou a bolsa e os óculos escuros sobre uma mesinha

 

--O preço de andar com salto alto gigantesco é esse! – respondeu brincalhona ao colocar os livros sobre a mesma mesinha – Fica sem jeito de carregar o tanto de livro que comprou. – encaminhou-se para a porta e ajeitou o gorro na cabeça – Bem... agora é minha hora de ir. – sorriu – Espero que você fique muito bem aí!

 

--Você tá esquecendo uma coisa, Yara. – separou um dos livros da pilha e entregou a ela

 

--Obrigada. Aliás, obrigada pelo almoço e pelos presentes. – referia-se ao livro e ao gorro

 

Parou de braços cruzados diante da outra. – Não precisa me agradecer por tão pouco. – reparava na mulher -- Sabe que você desmistificou um conceito que eu tinha? – sorriu – Sempre achei que os índios brasileiros eram baixinhos, mas eu tenho 1,65 m e ainda assim fico da sua altura usando Scarpin! – comparou as estaturas

 

Ficou sem graça com a proximidade e respondeu encabulada: -- Um dia pesquise sobre os índios gigantes e vai ver que essa história de que só dá gente baixinha é lenda! – pausou brevemente – É... Duvido que a gente vá se ver de novo, talvez só daqui a mais cinco anos... e como dessa vez a gente não brigou, da próxima com certeza vai! -- brincou e as duas riram – Prometo que vou fingir que esqueci tudo que você me falou, tudo que aconteceu e dou minha palavra que nunca vou te expor nesse momento de fragilidade que viveu hoje! – dizia a verdade

 

--Acredito em você! – olhava nos olhos – Nem sei porque mas acredito! – dizia a verdade

 

--Eu tenho palavra! Pode acreditar mesmo! – mantinha o olhar preso ao da negra -- Também vou fingir que esqueci que passei algumas horas com você num grande templo do Capitalismo! – piscou brincalhona

 

Achou graça. -- Também finjo que esqueci que comprei um livro de Eric Hobsbawm sobre Comunismo! – brincou

 

Ficaram uns segundos caladas apenas se olhando. – Até a próxima... Elza Machado. – Yara rompeu o silêncio ao se despedir

 

--Espera! – pediu subitamente– Já que você tá disposta a esquecer de tudo, -- segurou-a pelo casaco – tem mais uma coisa que eu quero que você esqueça! – puxou-a para perto e a beijou com desejo

 

“Ô, glória!” – Yara fechou a porta sem interromper o beijo, arremessando o livro em um sofazinho encostado na parede e abraçando a parceira com força

 

As duas mulheres seguiram lentamente na direção da cama enquanto se beijavam, parando próximas a ela quando o ar lhes faltou. Encostaram testa com testa e ficaram se olhando sem nada dizer.

 

Yara segurou o rosto de Elza com as duas mãos e a beijou delicadamente. Deixou que suas mãos deslizassem pelos ombros dela e retirou-lhe o blazer bem devagar. Novamente se olharam em silêncio e a indígena deslizou suas mãos até a cintura da negra para se ajoelhar diante dela e retirar-lhe os sapatos. Gentilmente abriu o fecho das calças da parceira e a deixou livre delas.

 

Elza segurou a indígena pelo casaco e a puxou devagar para que se levantasse. Removeu-lhe o casaco, sem romper o contato visual, para na sequência deixar-lhe sem a blusa.

 

A indígena tirou os próprios tênis com os pés no momento em que a militar abriu o botão e o fecho de seu jeans, que fora empurrado para baixo, até que caísse no chão. Yara chutou as calças para longe e lentamente começou a desabotoar a blusa da negra. Em poucos instantes, as duas vestiam apenas suas roupas íntimas.

 

Yara e Elza deram-se as mãos e entrelaçaram os dedos brevemente, para logo deslizarem as mãos nos braços uma da outra. Aproximaram os rostos e beijaram-se lentamente enquanto terminavam de se despir.

 

--Ah! – gem*ram juntas ao sentir o calor dos corpos nus em contato

 

Elza guiou a parceira para que se sentasse na beira da cama e se sentou no colo dela antes de beijá-la novamente. Yara abraçou-a pela cintura com força e deslizou uma das mãos até a nuca da outra. Movimentou a ambas para que se deitassem, ficando por cima da negra.

 

--Ah! – Elza gem*u ante a sensação do peso da parceira sobre si – Ah... – fechou os olhos deliciando-se com os lábios que lhe tomavam o colo, em direção aos seios – Ah... – segurou a indígena pelos cabelos da nuca

 

Yara percorreu o corpo da parceira sem pressa, saboreando cada parte que seus lábios e língua podiam encontrar. Da mesma forma permitia-se total liberdade com as mãos, apertando a pele sob seus dedos com cuidadoso vigor.

 

--Ai, ah... – gem*u mais alto quando sentiu que lábios e língua sedentos por seu gosto invadiam-lhe o sex* – AH! – abriu mais as pernas

 

A indígena segurava a amante pela cintura, guiando seus movimentos enquanto saboreava o máximo que pudesse sentir. Permaneceu no mesmo ritmo intenso até perceber que a parceira atingiu o orgasmo.

 

***

 

Elza arranhava levemente a pele da indígena, beijando e mordendo logo em seguida de um jeito que fazia Yara arrepiar.

 

--Ah! – gem*u surpreendida

 

A mulher negra continuou provocando-a dessa forma até chegar bem próxima ao sex* da parceira. Repentinamente voltou lambendo e mordendo a pele da amante, detendo-se em seus seios alternadamente, enquanto suavemente roçava os dedos entre as pernas dela para atiçá-la ainda mais.

 

--AH! – Yara gemia – Ah... – acariciava a cabeça da outra

 

Elza mordiscou um bico de seio com força dosada e posicionou-se de modo que os sex*s entrassem em contato direto. Rebolou sensualmente, segurando a indígena pela cintura. Yara inverteu rapidamente as posições, movimentando-se com ansiedade e abraçando a parceira com força. A negra arranhava-lhe as costas e as duas gem*ram sofregamente até atingir o orgasmo juntas.

 

***

 

Yara acordou lentamente e olhou para o relógio que estava sobre uma mesinha próxima à cama. “Seis e meia.” – surpreendeu-se – “Tenho que passar na pensão correndo e depois voar pra Regional!” – decidiu

 

Levantou-se com cuidado para não acordar a mulher em seus braços, a qual se virou de lado e continuou a dormir. Catou suas roupas e vestiu-se rápida e silenciosamente.

 

“Ela disse que queria que eu esquecesse.” – colocou o gorro na cabeça – “Então não vai ficar magoada comigo por não me ver aqui ao acordar.” – pegou o livro que ganhou – “Hora de ir!” – lançou um último olhar na direção de Elza, abriu a porta devagar e partiu

 

 

São José dos Campos, estado de São Paulo / Goiânia, estado de Goiás

 

--Amiga, solta foguete que eu tô na área! – Alessandra falava divertida ao entrar na casa de Elza – Aproveitei que tive uma viagem de serviço pra Sampa e dei uma fugidinha pra te ver. – encostou a malinha na parede – Posso dormir aqui pra ir embora amanhã? – sentou-se no sofá e cruzou as pernas – Já até comprei a passagem pra voltar de ônibus pro Rio. – gesticulou – Depois da turbulência que peguei na ponte aérea pra São Paulo, nem tão cedo entro num avião!

 

Achou graça. – Claro que pode dormir aqui, é um prazer! – sentou-se no sofá também – Meu pai tá de serviço hoje, vai dormir no quartel, então a gente vai ter até muita liberdade pra conversar.

 

--Então a fofoca começa agora! – sorriu – Vai soltando o verbo aí porque da minha vida você já soube! – sentou-se de lado para ficar de frente para a outra

 

--E você não sabe como eu tava doida pra conversar contigo! – sentou-se de lado também e apoiou a cabeça sobre uma das mãos – Se eu não contar pra ninguém acho que vou explodir!

 

--Gente, então conta que eu já tô ligadona prestando atenção! – queria saber

 

--Você lembra que depois que o Curso de Adaptação acabou te contei que uma das minhas colegas de turma casou? – Alessandra balançou a cabeça positivamente – Eu fui no casamento dela, dormi em São Paulo e quando fui passear pela cidade no dia seguinte você não sabe quem encontrei! – fez um suspense – E que ainda veio querer me cantar no banheiro porque sequer me reconheceu!

 

--Quem, gente? – não imaginava

 

--Simplesmente Renata Vilani!

 

Levou um susto. – O que?? Aquela cachorra bandida?? – fez cara feia – Diz pra mim que você meteu a mão na cara dela! – gesticulou – E deu dois tapões, um por mim e outro por você!

 

Achou graça. – Claro que não, Alê! – ajeitou-se no sofá – A gente conversou por menos de um minuto, eu fiquei mal, quase fui atropelada em plena Paulista e você não vai adivinhar quem me salvou da morte! – novo suspense

 

--Salvou da morte, puta que pariu, quem? – arregalou os olhos

 

--Então... – gesticulou – Lembra de uma chopada que eu te contei que fui com a Patrícia? Aquela hétero pero no mucho que eu... – não completou a frase

 

--Uma chopada que você me falou que quase caiu no pau com uma MC comunista? – lembrava – Tá, e daí?

 

--Isso! – pausou brevemente – Ela que me salvou, a MC. O nome é Yara Saraíba.

 

--Gente, salva por uma comunista! – bateu uma palma – Que destino bandido, né, amiga? – provocou brincalhona

 

--Calma que eu ainda não cheguei na parte mais... – gesticulou – Estarrecedora.

 

--Nossa, então conta logo que eu tô doida pra saber! – pediu – Qual o babado??

 

--Infelizmente não pude ir na Regional de São Paulo mas adorei saber que camarada Renata perdeu tudo que colocou em pauta! – Natália falava com satisfação – Aquela uma não propôs nada que prestasse, diga se não?

 

--Além de ter sido derrotada hoje, né? – Yara complementou – A proposta dela de mudança do QG e da presidência do Partido pra São Paulo deu em nada! – encostou-se na parede e cruzou os braços – Depois de tanta derrota acho que ela vai se aquietar por um tempo. – olhava para Natália – Mas não é pra gente relaxar! – advertiu -- Aquela mulher é muito perigosa e não vai desistir enquanto não conseguir o que quer!

 

Balançou a cabeça concordando. – Não sei onde camarada Vilma tava com a cabeça quando indicou ela pra assumir a presidência do núcleo de São Paulo! – reclamou – A loura deve fuder muito bem, vou te contar! – gesticulou

 

Achou graça. – Pior que a indicação de camarada Vilma foi o pessoal ter concordado! – a indígena respondeu de pronto – Devem ter feito uma costura daquelas! – passou a mão nos cabelos e andou brevemente pelo salão

 

--Acho que sim... – Natália reparava na outra – Mas olha só, camarada Yara... – cruzou as pernas – Do que te conheço, tem muito mais que isso azucrinando essa cabecinha aí. – pausou brevemente – Aproveitemos que por milagre só eu vou dormir aqui nessa sede hoje e me diz o que é!

 

 

Deu um suspiro profundo. – De fato, tem mais coisa mesmo... – parou de frente para a outra e colocou as mãos nos bolsos – Lembra da minha primeira ida à São Paulo? Daquela chopada lá na USP?

 

--Oxe! – cruzou os braços e espremeu os olhinhos – Claro que lembro! Foi dali que nosso rolo começou, camarada Yara! – respondeu manhosa

 

--E eu não tô diminuindo o que aconteceu entre nós! – sentou-se próxima à Natália – Mas o que vou te contar tá ligado àquela chopada! – olhava para ela

 

--Eu lembro, mulher, se avie, vá! – deu-lhe um tapinha na perna – Você quase saiu no tapa com uma patricinha e fiquei tão assustada que perdi até a chave! – gesticulou

 

--Então... – não sabia como começar a falar – Aquela garota... o nome dela é Elza Machado. – pausou brevemente – Depois daquela reunião chata com Renata no restaurante, fui pra pensão onde me hospedei e chegando lá percebi que esqueci o gorro em cima da cadeira do restaurante. Então voltei pra buscar e nisso... – passou a mão nos cabelos – Elza quase foi atropelada na Paulista. Só não aconteceu porque corri pra evitar e consegui.

 

Bateu palmas divertida. – Você salvou a pat? – riu brevemente – Bem feito! Agora vai dever favor pra uma comunista a vida toda!

 

--Mas não foi só isso... – continuava narrando – Ela tava... bem, eu ajudei ela a carregar um monte de livro que comprou, acompanhei até o hotel, ela até me deu um livro de presente... – levantou-se novamente – Sabia que ela agora é militar? – comentou – Primeiro tenente da Aeronáutica.

 

Não entendeu onde Yara queria chegar. – Sim, mas e aí? Você salvou a milica, ficou de papo com ela por causa disso, ajudou a carregar livro e...?

 

--Fui pra cama com ela! – respondeu à queima roupa

 

--Para tudo, para tudo agora!!! – Alessandra levantou-se de um pulo – Elza Machado, poderosa, estilosa, de direita, foi pra cama com uma líder do Partido Comuna??? – não acreditava – Gentem do Céu, me explica isso!!! – pediu assanhada – Conta, mulher, o que foi que te deu??

 

--Nem eu sei, Alê! – levantou-se também – E ela nem é meu tipo, sabe? – suspirou – Mas, sei lá... deu vontade e... – olhou para a amiga – Pior que fui eu quem tomou a iniciativa! – confessou

 

--Oh, my! – Alessandra ficou pasma – Tô passada!

 

--Mulher, deixa eu ver se entendi! – Natália andava de um lado a outro – Yara Saraíba foi pra cama com uma milica, de direita e totalmente distante dos nossos ideais políticos?? – estava pasma – Você deve tá numa carência retada, pelo amor de Deus!

 

--Não sei explicar como foi! – dizia a verdade – Ela tomou a iniciativa, eu quis e... – pausou brevemente – Sem ofensas, porque temos um passado, mas foi a melhor noite da minha vida! – confessou

 

--Ah! – chocou – Tô boba! – a baiana ficou boquiaberta

 

--Aconteceu de um jeito como eu nunca tinha experimentado na vida! – Elza desabafava – Foi quente, sensual, romântico, delicado, intenso... – rememorava – Ela tem um jeito assim, meio bruto mas cuidadoso, uma pegada forte com aquelas mãos ásperas, típicas de quem trabalha duro... Nossa, me deixou louca! – confessou -- Ela me tratou como se eu fosse uma rainha, sabe? Como se fazer amor comigo fosse a coisa mais honrosa da vida dela!

 

--Peraí, eu ouvi direito? – Alessandra continuava pasma – Você disse, fazer amor?

 

--Ela é delicada, ardente, sensual e ao mesmo tempo atlética, tem um toque suave mas vigoroso de um jeito que me deixou fora de mim! – Yara dizia – A gente não trocou uma palavra, mas não precisava! – gesticulava – Os olhos! A gente falava com os olhos! – rememorava – E eu nunca fiz amor daquele jeito com ninguém!

 

--Peraí, camarada! – Natália pontuou – Você disse que fez amor?

 

--Ai, Alê, é só uma forma de falar, tá? – Elza gesticulou nervosamente – Não me deixa mais confusa do que eu já tô, pode ser? – reclamou

 

--Eu não tinha outra forma de falar, Natália! – Yara reclamou – E você sabe que eu não fico xingando palavrão!

 

--Mas e de agora em diante? – Natália e Alessandra perguntavam, cada uma em uma cidade – Como é que fica?

 

--Não fica! – Elza respondeu de imediato – Eu não vou procurar por ela, não quero nada com ela e não tem nada a ver! – falava mais para si do que para a outra – Às vezes, por carência, uma pessoa estranha parece até que se torna íntima! – considerava – Passado o momento, isso acaba!

 

--Se você tá dizendo... – Alessandra cruzou os braços – Mas, cá pra nós... – sorriu maliciosamente -- A comuna é boa de cama, né? – provocou

 

--É... – suspirou – “Merda que só de pensar me deixa doida!” – fechou os olhos brevemente – Mas eu quero e vou esquecer isso aí!

 

--Ela não cabe na minha vida! – Yara dizia – Estamos em extremidades opostas! – considerava – Eu devo tá carente mesmo e aí me deixei levar por uma mulher que, queira-se ou não, é cheia de aleluia e glória! – justificou-se – “E tome de aleluia, ô, meu monte Sinai...” – pensou

 

--É... – Natália prestava atenção – Se você diz... – sorriu – Mas pelo menos... a milica é boa de cama, né, bebé? -- provocou

 

--É... – respondeu reticente – Só que... ela mesma me pediu pra esquecer e é isso que eu vou fazer! – decidiu – Esquecer!

 

Natália e Alessandra silenciaram com descrença.

 

 

São José dos Campos, estado de São Paulo

 

Elza estava reunida com um superior hierárquico na sala do homem.

 

--Eu gostei muito das suas ideias, tenente. – o coronel dizia enquanto apreciava o relatório – Suas sugestões de organizar visitas técnicas com jovens da comunidade no entorno, assim como promover palestras pra crianças e jovens da rede pública e privada de ensino local me parecem muito oportunas. – olhou para ela – Também gostei da ideia dessa coluna que você deseja escrever. – concordava – São excelentes iniciativas pra promover nosso trabalho e nos aproximar cada vez mais da população da Vale do Paraíba!

 

--Estou preparada pra iniciar tão logo o senhor me autorize. – respondeu respeitosa – Tomei a liberdade de conversar com sargento Vasconcelos e cabo Miranda e eles estão motivados a trabalhar junto comigo!

 

--Excelente! – colocou o relatório sobre a mesa – Gosto de proatividade. – balançou a cabeça – Quero também que envolva a tenente Luiza nestas iniciativas. Ela foi recém transferida pra cá e iniciará seus trabalhos no Instituto amanhã.

 

--Sim senhor! – concordou de pronto

 

--Sendo assim, tem minha autorização.

 

--Obrigado, senhor! – levantou-se e prestou continência – Permissão para me retirar, senhor! – pediu formalmente

 

--Permissão concedida.

 

Elza fez um gesto de cabeça e se retirou da sala. “Eu sabia que ele ia concordar!” – pensou animada – “Embora eu tenha um monte de coisa pra fazer não vejo a hora de começar!” – sorria por dentro

 

 

Brasília, Distrito Federal

 

--Nós ficamos impressionados com você, Yara! – professora Verônica dizia para sua ex orientada – Formou-se no ano passado e já conseguiu defender o mestrado hoje! – estava satisfeita – Já pode comemorar a chegada de 2001 com o título de mestre! – sorriu

 

--Todo aquele trabalho pra formalizar a denúncia junto ao Tribunal dos Povos me deu as bases pra ser tão rápida! – explicava à professora – E a visibilidade que o caso ganhou ainda deu força à ação que movemos aqui no Brasil contra o genocídio. – olhou para a mulher – A assessoria jurídica do Comuna acredita que teremos um veredito no ano que vem ou no máximo em 2003. Em condições normais isso se arrastaria por uns vinte anos! – revirou os olhos

 

--E se Deus quiser vocês vão ganhar o caso e justiça será feita! – desejou – Ainda que tardia e palidamente. – pausou brevemente – E os planos pro futuro? Vamos emendar um doutorado? – propôs

 

As duas mulheres caminhavam pelos corredores do campus Lecy Monteiro.

 

--Ainda não, professora. – respondeu educadamente – Por ora vou me concentrar no meu trabalho na prefeitura, no Comuna e ficar atenta a qualquer possibilidade de concurso pra ser professora da UnB ou da Federal de Goiás.

 

--Então reza pra Luiz Horácio ganhar as eleições em 2002, porque do contrário, sabe Deus quando haverá concurso!

 

Yara apenas suspirou.

 

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Samira postando. Gentem comentem, comentem, comentem! Vamos dar uma força pra nossa caipirinha preferida! huahuahuahua 


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Comentários para 14 - ESTRANHA INTIMIDADE:
Minh@linda!
Minh@linda!

Em: 29/01/2025

Depois de 13 capítulos de pura adrenalina, você me vem com este amorzinho gostoso, né?! Kkk Foi muito bom!!!

Me pareceu mais um reconhecimento, uma constatação da ligação que há entre elas.

Nesta hora ninguém pensa nas divergências! Elza aproveitou o momento e Yara bem que gostou! Ri muito com o monte sinai rs.

Não me conecto facilmente com hot, mas este foi... esperado. O título do capítulo tem tudo haver com o desfecho dele. Foi um lance estranho, mas bom!

Elas se desligaram totalmente de tudo...armas no coudre... não rolou nenhuma trêta...a bandeira colorida foi hasteada...ee e agora? Como é que vai ser? Elas irão ficar entre tapas e beijos é? Já que elas divergem em tantas coisas. 

A leveza de Elza perto de Yara é nítida!

Mas não tem como ser diferente, depois do cuidado e confiança que Yara passou pra ela. Dá até pra ressignificar algumas situações, alguns sentimentos.

Foi um capítulo pequeno comparado aos outros, mas foi muito gostoso de ler. 

Elas se jogaram, uma no mundo da outra tão facilmente! Até livro de Comunista Elza comprou! E até pro seio do capitalismo Yara foi e passeou.

Adorei o fato de Renata ter se lascado um pouco, perdendo pra Yara nas suas propostas. Até porque ela fez com que Elza se sentisse insignificante, novamente! Uma conquista a toa!

A bichinha quase foi atropelada!! Ainda bem que Yara apareceu pra salvar a mulher dela.

Eu gosto da certeza que Elza tem do que ela quer pra vida. Eu acho incrível as pessoas que sabem o que quer, desde cedo, desde sempre e não são levadas pelas casualidades.

E essa Tenente Luzia? Pra que veio?

 

 


Solitudine

Solitudine Em: 29/01/2025 Autora da história
Olá querida,

Tudo bem?

Como uma mulher romântica que é, você se conectou com o momento que tanto aguardou. Muito bom!

Elza e Yara se desarmaram completamente e as diferenças foram devidamente diminuídas. Como lidarão com isso daqui para frente? E Renata? E tenente Luiza, camarada Natália e etc? Calma, menina... vá lendo muito lindinha aí e proseando com esta caipira que vos escreve.

Muita água ainda vai passar por debaixo dessa ponte.

Beijos,
Sol



Minh@linda!

Minh@linda! Em: 30/01/2025
Como a pessoa sensata que sou, só me resta concordar rs


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PaudaFome
PaudaFome

Em: 30/06/2024

Ô glória que encontro delicioso!!! Ansiosa por mais!


Solitudine

Solitudine Em: 10/07/2024 Autora da história
kkkkkk Continue aqui.

Beijos,
Sol


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Femines666
Femines666

Em: 31/03/2023

Eu acredito que você vá salvar essa Renata em alguma hora mas por enquanto detesto ela! Pena que a Elza foi se apegar tanto a ela nem sei porque!


Solitudine

Solitudine Em: 31/03/2023 Autora da história
Olá querida,
Exatamente! Eu não tenho personagens para odiar ou presas eternamente ao pior comportamento. Pode acreditar que Renata encontrará seu caminho. rs
Beijos,
Sol


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Femines666
Femines666

Em: 31/03/2023

Que maravilha!!!!!! Foi do jeito que eu queria!!! Adorei as duas juntinhas!!!

E tô adorando a trajetória de cada uma! Elas são lindas!


Solitudine

Solitudine Em: 31/03/2023 Autora da história
Olá querida,
Fico feliz em saber que suas expectativas estão sendo atendidas! Espero que assim seja até o final!
Beijos,
Sol


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mtereza
mtereza

Em: 04/01/2023

Sabia que quando acontecesse a primeira vez entre elas seria mágico agora quando Será que elas irão se encontrar novamente ansiosa pq isso de esquecer não vai dar certo kkk


Resposta do autor:

Olá querida!

Quem controla o que vai esquecer ou lembrar? Essas coisas são tão naturais...

Fico feliz que tenha gostado deste primeiro encontro de amor entre nossas meninas e que esteja empolgada com o conto.

Ainda tem mais para você se atualizar. Volte para me deixar saber o que está achando!

Beijos,

Sol

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Joabreu
Joabreu

Em: 20/12/2022

Boa tarde,

Que incrível!!! Finalmente o que eu mais queria ver!!!! Cinco anos depois o fogo queima!!!! Hit, hit, hit pro hot, hot, hot! Lol

Amei o capítulo! You rock my lesbo diva!

BBS

Jo Abreu {}


Resposta do autor:

Olha mais um em dobro aí!

Bem que eu estranhei que o número de comentários disparou e isso não acontece comigo no Lettera! rs

Beijos,

Sol

Responder

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Joabreu
Joabreu

Em: 20/12/2022

Boa tarde,

Que incrível!!! Finalmente o que eu mais queria ver!!!! Cinco anos depois o fogo queima!!!! Hit, hit, hit pro hot, hot, hot! Lol

Amei o capítulo! You rock my lesbo diva!

BBS

Jo Abreu {}


Resposta do autor:

kkkkkkkkkkkk Nossa, que alegria, hein? Gosto disso! rs

Lesbo diva, eu? rs Tinha uma amiga, na época do abcLés que me chamava de Diva, mas lesbo diva foi até curioso. Obrigada pelo título. rs

Beijos,

Sol

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Young
Young

Em: 06/12/2022

Olá Solzinha!

Sou amiga da Samira e por influência dela te leio desde convide mas nunca vim aqui comentar. Como ela me pediu criei um perfil hoje e vou comentar a partir desse capítulo. Li todos os seus contos mas tenho preguicinha de comentar sobre cada um. Fico só nesse tá? E tá maravilhoso, eu tô amando e te acho foda!

Parabéns!

Young Cy


Resposta do autor:

Olá garota!

Amiga da Samira?? kkk Minha nossa, ela não dá descanso! rs

Por favor, fique à vontade e não faça nada que não deseje. Sei que Samira é empolgada com esses trem de comentário, favorita e etc, mas venha aqui somente se desejar. Claro que eu adoro, qualquer pessoa que escreve gosta de receber um retorno, mas que seja sempre espontâneo.

Obrigada pela consideração!

Beijos,

Sol

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Vanderly
Vanderly

Em: 04/12/2022

Boa noite Sol!

Menina quê maravilhoso esse capítulo!

Delícia! O reencontro das duas foi muito melhor do quê imaginei! Mas numa coisa eu estava certa. Gasolina e fogo é incêndio na certa. E foi aquela mistura de glórias com aleluias.

Nossa! Aqui também deu calor! Oh delícia!

Melhor que esse só mais dois desse.

Volta logo com mais glórias e aleluias. Risos.

Ahh, e a Renata não conseguiu nadinha com a Yara, então por favor que nunca consiga. Ela tem que pagar caro por ter feito a Elza sofrer. Uma cafajeste.

Abraços!

Vanderly


Resposta do autor:

Olá querida!

Fico feliz que agora você venha sempre! Suma não! Dê uma alegria a esta caipira que vos escreve! rs

Que bom que você gostou do capítulo, do encontro delas e do que se permitiram acontecer! 

Eu tento trazer glórias e aleluias! Tomara que seja bem sucedida! rs

Renata e Yara? Será? Duvido muito! Como a vida devolve conforme recebe, nossa desorientada loura receberá o que lhe cabe. É a Lei!

Beijos (sou beijoqueira com todo respeito),

Sol

Responder

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Ugly
Ugly

Em: 04/12/2022

Até que esse foi! Muita aleluia nas perseguidas.


Resposta do autor:

Uai? Voltou? kkkk

Responder

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Zaha
Zaha

Em: 04/12/2022

Oieeee, Sadikiiiiiiiiiiii!!!!

Voce escreveu muito poucoooooooooooo!!!!! 

Amei, amei,amei,amei!!!!

Eu nem ia ler, mas vc sabe, a pessoa é cíclica e tem que aproveitar...eu li de uma!!!! Pq tava curtooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo!!!!!!!!!

Essa Renata é muito cara de pau duas x!!!! Com Elza e com Yara....nao presta é pouco.é toda trabalhada no mal caratismo!! Temos que ter cuidadoem dobro com ela....e eu louca pra que alguma das duas dissessem o nome pra elas reconhecerem...ia ser a cereja do bolo!!!!

Sabia que ia dar em cama....tava clara clara, clara como água cristalina!!! Mas bonito encontro.

Gostei da Elza nua emocionalmente...teve fisicamenrte, mas tamos falando de vunerabilidade emocional, algo que Elza nao deixa acontecer há muito tempo e logo com quem? Só podia!!! Lembrancas...." Se chorei ou se sorrir, o importante é que emocoes eu vivi" E eu vivi aqui tb!!!!!

Esse momento, essa conversa emocional, baixou suas defesas,veio a menina ferida e se deixou conhecer um pouco, ve outro lado, ela tb, se permitiu conhecer outro lado da outra, mas até aí.. suficiente pra rolar um clima perfeito pra uns beijoss e mais... Coracao partido se "enamoró"... já plantou a semente, mas vai germinar aos poucos...tudo sincronizou!!! A negacao rolando solta dps. Justifica no "n é meu tipo", existe isso?Nessa idade eu tb achava.... O lance delas sempre esteve ali, essa chama, escondida nas diferencas de ideologia, mas será que existe diferenca de ideologia? Podem estar em rumos diferentes, mas lutam pelo mesmo, só que ficam vendo o de fora, rótulos... tanta desavenca, é algo mais profundo....sempre!!! Fiqueiii empolgadaaaa e nem é pq qr as duas juntas,eu n sei se fiquei feliz pq Elza tinha voltado por um instante ou foi a poesia sensual da escrita da cena de amor kkkk. Mas ficou td bonito!!!

Esse trem de esquecer nunca dá certo quando um diz...fingimos isso, fingimos aquilo e no final, é td verdade!! Quem menos imaginamos, é quem fica!!

Mas eu quero uma mostra de Gil pra saber como tá o treco e depois que Dona Elza resolva os problemas emocionais dela devido a Renata.. aí, veremos a que bando eu vou torcer!!! Mas povo já tá shipando as duas....

To preocupada com o rumo da estória....

Sobre os problemas emocionais, vc me fez sentir mt com a flor...essa parte simbólica, essa metáfora....até agora n tinha visto nada mt pessoal...e a frase bonita e marcante!!!

Olha o cliche de Yara salvando Elza...olha só!!! hehehe

Yara é uma IA como Solvisky!!! Mestrado em menos de 1 ano.....só que Solvisky já meteria um Doutorado em 2 anos  e dps tome de mais!!!! Vc n é terráquea... n processamos a informacao assim.....

Pq senti certa familiaridade entre Elza e Yara em esteriótipos diferentes..kkkkkkkkkkkkkkkk

Ahhh, muito curto esse capítulo!!!! 4 capítulos até agora com menos de 8000 mil palavras....esse é o 4!!! Ahhh, nao!!! Isso é inadmissível!! 9000 mil e tanto vc escreve, 8940......agora, 7746??? !!! A gente tava indo bem...subindo as palavras, deu um pico em ILLUSIO, dps baixou e subiu em Carpem e desacelerou, cresceu até VEREDAS...e baixou....ciclíca como eu!!!!! Vamos fazer 10 mil?? 

Nem deu pra analisar....vixi!! Meu comentário tá curto ..... ainda mandei linguica...kkkkkkk

Eu tava feliz ....pensei que ia ver mais, que íamos viajar na cápsula do tempo.....

Onde é que faz a reclamacao??? rsrs.

Vou mandar meu guia puxar o seu que tá mt do preguicoso....que tipo de canalizacao foi essa??!! 

Mas como vc foi maravilhosa com dois caps pra galera, entao vou te perdoar pq hj vc merece muito amor, pra compensar o comentário sem nocao!!! 

Beijos e mais beijos caipirescossss!!!!!!!!!!

 

 

 


Resposta do autor:

Lailesca principesca Doresca Dahabesca!!!

Menina, eu não escrevi muito pouco. Eu faço os capítulos ciclicamente, então por isso temos uns maiores, outros menores, outros médios. Esse tinha que ser menor. rs

Elza e Yara ainda não sabem que têm uma Renata em comum; também!

Que bom que você gostou da cena das duas. Foi algo que me custou escrever. Eu queria as duas desarmadas, entregues, sem necessidade de palavras naquele momento. Era o objetivo que elas se vissem para além dos rótulos que tanto preservam.

Por que o rumo da história te preocupa? Não está gostando?

A metáfora da flor. Você sabe, sempre tem que algo de essência de caipira! rs

O clichê era necessário naquele momento. 

Não, menina, meu doutorado não durou dois anos! Isso foi a outra formação que eu fiz. Mas, seja como for, esse negócio de IA é um trem doido que você me arrumou! kkkk

Por que sentiu certa familiaridade? Vai ver é tanto contato com caipira que já está até adivinhando os trem antes da época! rs

Olha ela querendo 10000 palavras! Sabia que descobri nas estatísticas do Lettera que ganhei como a escritora que mais escreveu? kkkkk 

Esqueça o comentário daquela moça. Eu não me abalei. Você não sabe, mas na época do abcLés teve uma que me disse que eu nunca chegaria aos pés das grandes porque as meninas não gostavam do que eu escrevo, não comentavam, que era só as mesmas lançando muitos comentários... E ela me escrevei foi trem mal criado, até para o e-mail da autora que eu tinha na época. Bem, ainda estou aqui! rs

Beijos caipirescos!!!

Sol

Responder

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Dandara091
Dandara091

Em: 03/12/2022

Alô autora!

Pegou fogo aqui! Queria ver e vi!

#preserveasaleluias

#elza&yara

#ohgloria

 


Resposta do autor:

Olá querida!

Seus desejos foram atendidos, viu? rs

Menina, que hashtags são estes? kkkkkkk Adorei o preserve as aleluias! kkk

Beijos,

Sol

Responder

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Irina
Irina

Em: 03/12/2022

Kotinha querida!

Reafirmo o de sempre que és maravilhosa! Ninguém vos manda sair, tu ficas!

Indo ao capítulo, poderia dizer muito, mas amei ver uma Elza ao natural, desarmada, livre de ideologias do preconceito. E Yara também liberta destas amarras! Que noite linda tiveram! Algo aqui dentro esteve a se manifestar! risos

Com estima 

Irina


Resposta do autor:

Olá querida!

Pode deixar que eu fico! rs

Eu imaginei que você fosse gostar, como tão ligada à Elza como você se manifesta. E que bom que algo aí dentro também se manifestou! Faz o corpo funcionar melhor! rs

Brincadeiras com todo respeito e estima!

Beijos,

Sol

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Lea
Lea

Em: 03/12/2022

O passado passando diante dos olhos,quando menos se espera!

Se tem uma fala da Yara que mais gosto,sem dúvida é:" cheia de glória,com aleluia"!

Eita que,a Elza Machado não resistiu a "comunista". Se deliciaram com o momento!

Quando será o próximo acaso da vida que,as colocarão novamente frente a frente?

*

Boa noite,Sol!

Boa noite, Samira!

Bom fim de semana!


Resposta do autor:

Olá querida!!!

Elza não esperava encontrar Renata justo em um momento em que ela estava sensibilizada com belas lembranças. O pior é que essas coisas acontecem...

kkkkkkk Você gosta dessa coisa de glória com aleluia que Yara fala? Ela agradece! rs

E foi a Elza quem chamou a comunista para junto de si. E as duas se soltaram completamente!

Quando será? Este capítulo se passou no ano 2000. Vejamos qual será o próximo!

Boa noite e boa semana!

Sol

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Seyyed
Seyyed

Em: 03/12/2022

A leitora que não gostou filha lê esse aqui pra ver se tu gosta e usa a criatividade mais um dedinho! Hahaha Deixa a caipi em paz porque ela manda bem


Resposta do autor:

kkkkkkkkkkk Obrigada, querida!

Beijos,

Sol

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Seyyed
Seyyed

Em: 03/12/2022

Cararra caipira louca!!! Que capítulo foi esse??? Juro que eu vi na minha cabeça a Elza se aproximando com o livro na mão toda cheia de charme e depois puxando Yara pelo casaco prum beijaço!! Vi as duas se despindo devagar e depois mandando ver. PUTÍSSIMA QUE PARIU, DEU UM TESÃO DANADO!! Até sonhei com isso... hehehe Eu adoro seus HOTS! São deliciosos sem baixaria. Adora eu com Isabela ruiva (hahaha), Zinara/Jamila, Zinara/Clarice, Yasirah e Mariah e Vera e Sayruci (se escrevi algum nome errado já era hahaha). Yara e Elza adorei! Tu manja do tantrasutra lésbico já falei essa porra! Hahaha 


Resposta do autor:

Olá querida!

Eu também vi tudo na minha cabeça. Só consigo escrever assim. rs Interessante que você tenha sonhado! Sinal de que as duas te marcaram!

Que bom que você gosta da forma como escrevo cenas de amor. São as mais difíceis porque você precisa mostrar amor, desejo, paixão, tesão, sensualidade e não deixar cair na vulgaridade. Pelo menos não gostaria que fossem cenas vulgares. Mas se você gostou de todos estes casais (os nomes estão certos) é sinal de que a caipira está acertando (ou ao menos tentando! kkk).

Tantrasutra lésbico! kkkk Adoro suas tiradas! Vou incorporar isso aí!

Beijos,

Sol

 

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 03/12/2022

Vixe! não é que as duas se encontram e tocaram fogo no parquinho.


Resposta do autor:

KKKKKKKKK De fato, a coisa pegou fogo, mas dessa vez para o bem.

Obrigada por ler e comentar, querida.

Beijos,

Sol

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Mille
Mille

Em: 03/12/2022

Oi Sol 

Tô passada aqui com o rolo da Elza e Yara kkkk o novo encontro teve chama no quarto.  Ambas maduras e com seus ideais bora ver um novo reencontro com dejavu do segundo encontro. 

E essa Renata é cara de pau aí ai ai.

Bjue e até o próximo capítulo 

E não ligue para a opinião negativa dessa "leitora" se ela não gosta, nós gostamos e curtimos o texto todo e não só histórias que tenha só cenas de sexo. Devemos dar valor ao tempo que você ou outra autora tira para escrever e não criticar, é melhor bem comentar quando for para diminuir o esforço e dedicação de vocês autoras. Minha solidariedade.


Resposta do autor:

Olá querida!

Tudo bem?

Acho que Yara, Elza, Natália e Alessandra ficaram tão passadas quanto você! kkk

Esse segundo encontro foi bem diferente do primeiro. Cinco anos depois para fazer uma diferença. E os próximos? Veremos!

Renata tem um objetivo e passa por cima de muita coisa por causa disso. Ela ainda está cega.

Obrigada pelo seu apoio, querida! Fico feliz em recebê-lo.

Beijos,

Sol

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Samirao
Samirao

Em: 03/12/2022

Amoreeeee!!!!!! Eu amei de ver que um misto de coisas conspirou pra Elza e Yara se encontrarem desarmadas a ponto de se entregar como foi e foi muito bonitinho! Adorei vê-las juntinhas!!! Elza até tirando a máscara da durona e sendo como era nos primórdios! E Yara se esbaldou de tanta glória com aleluia não desperdiçada! huahuahuahua  Depois ficam naquele medinho negação e outras bobeiras quando se tem medo. Quero só ver no que vai dar isso aí habibem. Nada com você vem de graça! huahuahuahua  Masss vamos lembrar que Renata fez um caminho de politicagens dentro do partido. Começou como uma comuninha qualquer mas se pegou com a presidenta de São Paulo e cresceu a ponto de dar o bote. Sinto que teremos puxadas de tapete. Só que devo agradecer Re. Graças a você, Yara e Elza tiveram um encontro daqueles!!!!!! huahuahuahua

PS: habibem ignore umas e outras e se possível apague o coment. Não merece tá aqui!


Resposta do autor:

kkkkkkkkkk Ri muito com: Yara se esbaldou de tanta glória com aleluia não desperdiçada! kkk

Foi exatamente como você escreveu, querida! O encontro entre nossas duas protagonistas dessa vez fluiu de outro jeito. E tudo "conspirou" a favor. 

Vejamos como serão so próximos encontros.

Quanto ao seu PS, peço que relaxe. Obrigada por se importar, mas não leve tão a sério. Foi nada de mais.

Beijos carinhosos,

Sol

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