CARPE DIEM
Goiânia, estado de Goiás
--Estamos vivendo um momento de mudança de estratégia do Capitalismo ao redor do mundo! – a mulher dizia com veemência – E o Brasil não ficará de fora desse movimento, ninguém se engane! – gesticulou – Esse cenário de inflação e hiperinflação está sendo combatido em todos os países, especialmente aqui, na América Latina! E sabem por que? – olhava para os demais -- Porque os bancos, o sistema financeiro internacional, já ganharam tudo que podiam sob tais condições. Agora, o que eles querem é estabilidade pra poder lucrar mais, por mais tempo e de outras formas! – esclarecia -- No Brasil, a inflação chegou aonde chegou graças à correção monetária, herdada lá do começo da ditadura e expandida através das manobras de indexação salarial que vigoraram no governo Barney. – pausou brevemente – Mas depois de toda essa lambança do governo Ferdinando, cujo impeachment não resolveu nossa vida, vem aí uma grande cortina de fumaça! – anunciou solene – Vem aí alguma estratégia monetária pra falsamente absorver a hiperinflação em moeda antiga, até que seja introduzida no mercado uma moeda nova. E isso tá acontecendo ao redor do mundo, não canso de repetir! – sorriu sarcasticamente -- Vivemos um momento favorável pra receber capitais especulativos, porque o Banco Central dos Estados Unidos baixou a taxa de juros interna. E não fizeram isso em vão! – novamente gesticulou – Eu afirmo a vocês, camaradas, eu garanto que virão planos de estabilização financeira pra toda América Latina e o objetivo será resolver dois grandes problemas: -- indicava com os dedos – dar um jeitinho na recessão estadunidense – falava com ênfase -- e dar alguma estabilidade às economias latino americanas, que não se aguentam mais com suas impagáveis dívidas externas nascidas nos anos 70! – parou de pé no meio da sala – E no final, a quem todas essas manobras servirão? – provocava os demais – Ao sistema financeiro internacional, que terá economias “estabilizadas” – fez aspas com os dedos – para sugar, às custas de muitas privatizações, desemprego e arrocho no social!
(Nota da autora: muito baseado no sensacional livro de Greg Palast – A Melhor Democracia que o Dinheiro Pode Comprar)
--Nossa, ela fala umas coisas e de um jeito! – Yara cochichava para Natália – Nunca ouvi explicações assim! – estava impressionada
--Camarada Celeste é maravilhosa! – a outra respondeu cochichando também – Ela é economista e historiadora, além de ser grande entendedora das artimanhas do Capitalismo. – não deixava de prestar atenção à palestrante -- Ela prevê que a tal moeda nova e milagrosa vai ser introduzida logo no ano que vem. – explicava -- E que vai eleger pra presidência quem assumir que trouxe a tal solução econômica.
--E o governo dessa pessoa também vai trazer as privatizações, o desemprego e o arrocho que ela falou, né? – a indígena concluiu
--Exatamente! – olhou para a jovem – E por isso estamos aqui! – falou com convicção – Nossa missão é lutar pra isso não acontecer!
--Misericórdia! – Yara exclamou surpreendida – “Missão impossível!” – pensou desesperançosa
***
Ao final da reunião, tarde da noite, Natália se aproximava com Yara para formalmente apresentá-la à Celeste, a qual era a presidente geral do Partido Comuna.
--Camarada Celeste, essa aqui é nossa mais nova futura convertida! – Natália falava com simpatia – Yara Saraíba! – abraçava a indígena pelos ombros – E devo lhe dizer que ela ficou muito impressionada com sua palestra! – sorria
--Ora, ora, camarada Natália, que maravilha temos aqui! – sorria olhando para as demais – Uma indígena vindo pra somar forças com o Partido Comuna! – balançou a cabeça com satisfação – Excelente! Precisamos dessa diversidade!
“Por que será que no meio desse Partido todo mundo é chamado de camarada?” – a moça pensou intrigada – Olá, dona Celeste. – cumprimentou timidamente
Achou graça. – Dona? – fez um gesto despreocupado – Sou dona de nada, meu bem! Apenas de minhas ideias, que por sua vez, bebem das fontes do legítimo Comunismo. – olhou para Natália – Camarada, me deixe conversar a sós com ela, por favor. Dentre todos aqui, Yara é a única que conhece praticamente nada sobre Comunismo. – pausou brevemente – Quer dizer, conhece o que distorcidamente deve ter aprendido em suas aulas de História.
Balançou a cabeça concordando. – Está em boas mãos, querida. – Natália falou para a jovem – Agora vou me preparar pra dormir porque tô só o sabugo. – deu tchauzinho e se aproximou de outras pessoas que também ocupavam o auditório
--Vamos pra sala do terceiro andar? – Celeste convidou – O pessoal já tá estendendo os sacos de dormir aqui no auditório e não é muito massa atrapalhar o sono de ninguém. – sorria
A jovem apenas balançou a cabeça concordando. “Será que vou passar por algum ritual de iniciação ou coisa do tipo?” – pensava desconfiada
***
--Então quer dizer que nunca houve governo comunista no mundo? – Yara perguntava surpreendida – E eu que sempre aprendi que a extinta União Soviética, a Alemanha Oriental, Cuba, China, Vietnã e outros aí eram tudo comunistas! – balançou a cabeça pensativamente
--Estes países foram ou são socialistas. – esclareceu de pronto – O Movimento Comunista logo se perdeu em todos eles. Aí a sede pelo poder falou mais alto e vieram as ditaduras. – cruzou as pernas – E no meio do Capitalismo tivemos e temos ainda várias ditaduras, mas a hipocrisia da narrativa dominante finge não saber. O Brasil, por exemplo, a pretexto de fugir de uma ditadura comunista encarou 21 anos de ditadura capitalista! – achou graça -- E vou te dizer: seja sob o Capitalismo ou sob o Socialismo, nenhuma ditadura vale a pena! Nenhuma ditadura é desejável!
A jovem balançava a cabeça prestando atenção.
--O grande problema, meu bem, é que as sociedades ainda não se conduzem por si mesmas e por isso ficamos à mercê destes regimes exploradores. – olhava para a moça – O entendimento geral é que precisamos de regras, pois, do contrário, imperaria a barbárie já que não podemos contar com o bom senso de cada um. – gesticulava – Mas aí, quem faz as regras? Com qual objetivo? – buscava fazê-la refletir – A vida na Terra nos exige trabalhar, nós trabalhamos, produzimos e geramos um excedente absurdo. E quem fica com esse excedente? – explicava – Vivemos sob um sistema que democratiza as obrigações de forma desigual e privatiza os benefícios de forma ainda mais desigual! – pausou brevemente – Capitalismo e Socialismo, este último erradamente chamado de Comunismo, competiram pelo controle das economias mundiais desde a Revolução Russa, especialmente após a Segunda Guerra. – narrava os fatos – Os países sob a esfera dos Estados Unidos, como o nosso, caíram no conto do Comunismo: O Grande Vilão! E com isso, tudo que cheira a Comunismo, mesmo que não o seja, é visto com desconfiança, com raiva, com medo! – sorria – Tenho certeza de que no seu meio religioso, uma vez que a Igreja é repleta de propriedades, deviam te ensinar horrores sobre Comunismo! Ou melhor, sobre a distorção do que é Comunismo!
--É verdade... – Yara concordou
--Mas aqui, junto ao Partido Comuna, nós vamos te ensinar a verdade sobre essa proposta que é a melhor existente até agora pra lidar com as pessoas, as riquezas e as necessidades que devem ser atendidas! – sorria – Conosco, você terá um propósito de vida e liberdade pra agir da forma que desejar, sem essas amarras de religião, pecado e coisas do gênero! – gesticulava – A única coisa que você precisa é estudar nas escolas burguesas, ganhar formação marxista conosco e trabalhar pela causa. É só o que pedimos!
“Escolas burguesas?!” – não entendia – Eu... – abaixou a cabeça – Eu me sinto perdida, sabe? – pausou brevemente -- Ainda não sei o que vai ser da minha vida... – falou envergonhada – Eu não tenho um lugar pra chamar de meu, não tenho família... minhas posses são aquelas poucas coisas que trouxe comigo... – esfregava as mãos nas pernas da calça – Não queria voltar pra Salvador porque tenho medo... Sequer pude continuar estudando pra concluir o segundo ano do 2º grau nesse ano pra não ser internada à força num convento! – desabafava -- Mas aqui... o que eu tenho, como seria? – não tinha coragem de encarar a outra – Tenho medo de depender do Partido como dependi da Igreja a vida inteira... -- confessou
Celeste se apiedou da jovem. – Ei, não tenha vergonha de sua situação! – fez um carinho rápido no braço dela – Ninguém vive em situação vulnerável porque quer! – falava com carinho – Natália me contou um pouco de sua história logo depois que vocês chegaram aqui em Goiânia. E olha? – levantou o queixo dela suavemente – É de se admirar que você seja como é depois de tanto sofrimento! – sorriu e viu que a jovem também – O Partido não quer fazer de você uma pessoa dependente dele! Nós queremos pra você o que desejamos pra todos nós: liberdade e utilidade! – explicava com brandura – Por isso que disse que você precisa estudar aí, nas escolas burguesas do país, pra poder ter uma profissão e poder viver dela enquanto não implantamos o Comunismo nesse mundo! – segurou as duas mãos da jovem – E você precisa estudar o Comunismo pra saber como agir pra nos ajudar no sucesso desse movimento de libertação do Capital!
--E como vai ser isso? – perguntou agoniada – Essa missão de seis meses aqui... – pensava em como dizer – Não é impossível?
Achou graça. – Será impossível se a gente nunca tentar. – respondeu bem humorada – Mas, vamos por partes. – pausou para pensar – Você fica os seis meses da missão acampada aqui na Sede, como todos os demais. Enquanto isso, vou conversar com uma pessoa que conheço pra que você possa viver no abrigo dela depois que a missão acabar. – pensava nas possibilidades – E ano que vem, você volta a estudar. Faz o supletivo do segundo grau, de repente um pré vestibular, e aí tenta uma faculdade pública, por que não? – falava com animação
Yara sentiu uma pontinha de esperança em seu coração.
--E, repetindo, enquanto isso, você também trabalha conosco na nossa causa! – soltou as mãos da jovem e bateu uma palma – Simbora?
--Eu... – pensava em como perguntar – Tenho que passar por algum ritual de iniciação?
Celeste deu uma gostosa risada. – Ai, ai, menina... – balançou a cabeça negativamente – Claro que não! – sorria -- Soube que você tem hábito de trabalhar pelos outros, então... – abriu os braços brevemente – Já foi devidamente iniciada!
“Uff, graças a Deus!” – respirou aliviada – “Acho que a única coisa é que de agora em diante é capaz de eu ser chamada de camarada Yara...” – pensava – “Mas... que mal há?” – sorria – “É até engraçado isso de camarada...”
***
Yara mergulhava crescentemente nas diretrizes do Partido. Estudava o Comunismo em todos os cursos de formação marxista que a entidade oferecia, devorava livros sobre o tema, atuava com afinco nas atividades de auxílio às populações de rua e participava de todas as reuniões ocorridas na Sede, onde provisoriamente residia. Pouco antes do natal chegar, a jovem trabalhava junto a outros integrantes do Partido na preparação de cestas básicas para os necessitados, além de separar material de divulgação do Comuna para distribuição.
--Dá gosto de ver como nossa camarada Yara tem se mostrado uma figura exemplar nesse Partido! – Natália comentava admirada – Desde que chegou aqui ela só fez estudar e trabalhar como ninguém! – separava material de divulgação
--Isso é muito bom! O ânimo dos jovens oxigena qualquer movimento! – Celeste concordou – Mas ela também precisa de algum lazer. – considerou – Do contrário pode acabar entediada com tantas obrigações e compromissos. – terminava de montar uma cesta -- O pessoal do grupo jovem de São Paulo marcou de ir com alguns jovens goianos pra Alto do Paraíso logo na manhã do dia 26. – olhou rapidamente para Natália – Tão querendo explorar a Chapada dos Veadeiros, sabe? Voltam no dia 31 pra então ficar direto aqui no Movimento. – pegou um calhamaço de panfletos – Você podia fazer uma diplomacia entre Yara e eles pra que ela fosse passear com esse grupo. – sugeriu – Acho que faria bem a ela.
--Missão dada, missão cumprida! – concordou balançando a cabeça – Pode ter certeza de que ela vai!
***
Yara olhava admirada para o imenso poço natural de águas calmas e esverdeadas que se descortinava diante de si. – Meu Deus, minha Nossa Senhora! – sorria embevecida – Que coisa linda!
--Bem vindos ao poço do pulo! – Mateus anunciou orgulhoso – São dez metros de altura daqui até lá. – chegou na beira da pedra – Quem encara? – sorria para os outros jovens – É um belo salto!
--E tem que pular daqui de cima?? – Marília perguntou assustada – É sério isso??
--Imagina! Vou ficar é aqui tomando sol que nem lagarto, meu! – Breno olhou para baixo temeroso – Pulo nada!
Os outros sequer chegaram perto da beirada.
--Calma, pessoal, a gente pode seguir a trilha até chegar lá embaixo! – Estela achava graça do medo deles – Aí o pulo fica sendo só de meio metro, que tal? -- riu
O grupo decidiu seguir pela trilha mas Yara ficou fascinada com a possibilidade de saltar. Aproximando-se da beira da pedra, abriu os braços, fechou os olhos e saltou totalmente entregue às sensações que a Natureza lhe despertava.
--Ih, Yara pulou!! – Mateus falou para os demais – Cara, que massa! – exclamou empolgado
--Ela é índia, né? Tá no sangue. – Vinicius comentou admirado – Eu sou do meio urbano, tô fora! -- brincou
Renata admirava a jovem nadando com desenvoltura nas águas do poço.
***
--Sintam-se honrados, camaradas! – Estela dizia olhando para os demais – Acampar no Jardim de Maytrea é algo único! – sorria – Esse lugar tem uma energia incrível e a Natureza parece que fala à nossa alma! – gesticulava – Debaixo desse solo, existe uma placa de cristal gigante, que vai de Alto do Paraíso até Brasília! – explicava – Essa placa é um verdadeiro catalisador, transferindo energia do Bem pra quem se dispõe a entrar em sintonia com o Alto!
O grupo estava reunido ao redor de uma fogueira.
--Essa placa aí foi vista por um satélite da NASA, que detectou um brilho fortão vindo da nossa Chapada dos Veadeiros! – Mateus complementou – E aqui, em Maytrea, já até rolou um festival roqueiro tão irado quanto Woodstock! – sorriu – Foi em 1980!
--Aqui por essas bandas, tem muito essa conversa de misticismo, ET, duendes... – Breno comentou descrente – Vocês acreditam nisso? – perguntou aos goianos
--Cara, eu já vivi umas histórias muito bizarras... – Estela respondeu de pronto – Como quando voltava com meu pai, de noite, de Brasília pra cá e o carro parou do nada! Papai mexia daqui, mexia dali e o carro não funcionava de jeito nenhum! – contava a história – Até os relógios da gente pararam! – destacou o fato -- E de repente, surgiu um clarão tão forte que parecia que ia cegar a gente! Vinha de uma coisa como um disco voador! – gesticulava – E esse negócio foi subindo, subindo e daí sumiu varando pelo céu! – olhava para o nada – Bastou isso pro carro e nossos relógios voltarem a funcionar!
Os demais ficaram admirados.
--E eu vivi um troço louco quando acampei sozinho perto do Santuário das Pedras. – Mateus contava -- Deixei a mochila dentro da barraca, empezinha perto de mim, e dormi. Quando acordei tava tudo revirado dentro da barraca, inclusive a mochila, que tava aberta e caída. – olhava para os demais – E detalhe: eu amarrei o zíper da barraca por dentro! – gesticulou – Continuava amarradinho do mesmo jeito, apesar dessa bagunça!
--Histórias esquisitas! – Marília comentou – Eu que não quero ver nada de disco voador, de duende ou seja lá da porr* que for! – olhou espantada para todos os lados
--Vocês têm medo à toa! – Yara falou tranquilamente – Esse lugar é especial. – olhava para o céu estrelado – E as forças da Natureza são sempre boas. – fechou os olhos – A gente devia simplesmente se calar e sentir. Só isso... – respirou fundo
Renata ficou observando a jovem em sua forma de se conectar com a Natureza. “Essa garota é diferente de todas as outras que já conheci...” – pensou interessada – “Nunca peguei uma índia!”
***
Era madrugada alta e Yara estava do lado de fora da barraca orando com os olhos fechados. Recebia da brisa suave um carinho bem vindo. “Eu perdoo, Senhor!” – falava com Deus mentalmente – “Perdoo todas as pessoas que me traíram!” – estava sendo sincera – “Quero me sentir livre de todo Mal e então sentir plenamente o Bem que esse lugar me traz!”
--Você realmente gostou daqui, né não? – uma voz de mulher jovem interrompeu o silêncio
--Você não? – abriu os olhos devagar
--E como não? – parou ao lado da indígena – Mas acho que você se apaixonou mais que todos aqui. – virou o rosto na direção dela – Talvez até mais que nossos camaradas goianos que nos servem de guia. – sorriu
--Pode ser. – olhou para a loura – Insônia ou o que? – queria entender porque a outra estava acordada também
--Não sei... – colocou as mãos nos bolsos e andou um pouco – Mas quando abri a porta da barraca e te vi aqui me empolguei de vir pra perto. – parou diante da outra – Você me intriga, sabia? – olhava nos olhos – Difícil não prestar atenção em você! – falava com voz sedutora
“Ô, meu Deus, olha uma tentação querendo me atiçar!” – pensou – Eu não sei porque te intrigo, mas não quero problemas... – cruzou os braços – E com certeza, ficar de conversê na madrugada e a sós com a namorada de uma presidente de núcleo do Partido é arrumar problemas! – afirmou com firmeza
Renata não esperava ouvir aquilo e ficou desconcertada. – Calma, também não é assim... – afastou-se um pouco e esfregou as mãos uma na outra – E Vilma e eu... – abaixou a cabeça brevemente – Nós temos um relacionamento... aberto. – passou a mão nos cabelos curtos – Não rola isso de ciúme!
--E ela sabe que o relacionamento é aberto? – perguntou olhando para a outra
Acabou achando graça. – Claro que sabe! – sorria – Relaxa, Yara... -- aproximou-se mais uma vez – Tamos só nós aqui agora, o pessoal dorme, esse lugar é incrível e você tem uma energia que é... – caprichava no olhar – Única! – aproximou-se um pouco mais – Eu me sinto fortemente atraída a você! – afirmou com voz gutural
“Ô, glória e tome de aleluia!” – pensou ao se afastar da outra – Olha, Renata... – ajeitou a roupa -- Eu não entendo disso de relacionamento aberto, mas vou te falar do que eu sei. – olhava para a loura – Quando a gente depende de alguém ou de alguma coisa tem que ter muito cuidado e nunca, mas nunca mesmo, cruzar o caminho de gente poderosa! – andou mais um pouco para trás – Eu fiz isso duas vezes e só me lasquei. Não vai ter uma terceira! – afirmou decidida – Até mais tarde! – fez um gesto de cabeça e seguiu em direção à barraca de camping
--Porr*! – resmungou entre dentes – Mas tá legal... eu ainda tenho até março pra tentar jogar essa garota numa cama. – falava consigo mesma – Elza era regulada por um monte de milico e eu consegui! – lembrava-se da jovem negra – Yara é só uma questão de tempo... – considerou
***
--Você não acha uma coisa muito estranha eu chegar assim, do nada, na casa dessa dona Kedima que nunca me viu mais gorda e nem eu a ela? – Yara perguntava preocupada – Camarada Celeste nem veio junto...
(Nota da autora: o nome Kedima se pronuncia como Quedíma)
Natália achou graça. – Não veio, mas já falou a seu respeito com ela. – respondeu de pronto – E eu também conheço dona Kedima de longa data, até porque não é minha primeira vez aqui. – deu um tapinha no ombro da indígena – É niuma, mulher! Eu vou fazer as honras, apresentar as duas e seguir pra reunião que vai ter com os mais antigos na Sede. – contava seus planos -- A depender da hora que você sair, pode ir pra lá ou se juntar ao pessoal que tá na panfletando na praça Doutor Borges. Não vai ser difícil de encontrar com eles.
Yara nada respondeu e apenas pensou: “Tomara que essa dona faça amizade comigo e eu possa ficar no abrigo dela a partir de março!" – benzeu-se
***
O abrigo de Kedima se localizava em frente ao Bosque dos Buritis, na alameda de mesmo nome, Setor Oeste de Goiânia. O local era um belo casarão de três andares, sete cômodos por andar, além de uma casinha no térreo, na qual a própria Kedima residia. Yara simpatizou com a idosa logo de pronto e percebeu que foi recíproco.
--Eu fiquei admirada quando camarada Celeste me falou que a senhora dava abrigo às pessoas que eram expulsas de casa, tavam na prostituição... – gesticulou timidamente – As pessoas... – pensava em como dizer – GLS... – olhava para a mulher – “Pelo menos Natália me disse que o nome agora é isso de GLS!” – pensou
Kedima sorriu. – Eu sei que tem muita gente morando nas ruas, muita gente vivendo na pobreza extrema, porém eu tenho mais cuidado com esses que você chama de GLS. – as duas caminhavam pelo quintal da casa – E aí tem pessoas que ficam, tem outras que não se acostumam e vão embora, tem aquelas que encontram seu caminho e partem pra voar com as próprias asas... – mentalmente visualizava muitos rostos – Meu desejo é apenas dar a mão a quem só leva pedrada! – estava sendo sincera – E eu fico muito feliz quando vejo que a pessoa encontrou o seu caminho. Isso é sinal de que minha missão foi cumprida!
--Benza-te, Deus! – balançou a cabeça admirada – E como eu faço pra vir morar aqui? – perguntou empolgada – Quer dizer... se a senhora deixar, é claro! – abaixou a cabeça envergonhada
--Eu nunca proíbo, meu bem. Basta ter vaga e no momento temos três. – respondeu com simpatia – Só peço que a pessoa siga as regras da casa e tá tudo certo. – sorriu
--Eu sigo, é só me falar! – garantiu
--Tenho certeza disso. – parou de andar – Você viu que o último quarto do terceiro andar só tinha duas camas ocupadas. – olhava para a jovem – As outras duas tão vazias porque as duas moças que viviam lá acabaram se casando e foram embora há umas semanas atrás, quando arrumaram emprego. – esclareceu – Acho que você daria muito certo dividindo aquele quarto com Ítala e Marleide. – pensava nas mulheres – Elas são tranquilas, ordeiras e nunca me deram problema.
“Glória Deus, vão continuar tudo mansa!” – Yara desejou
--Você não precisa nem esperar março chegar. Pode vir logo agora em fevereiro, depois do carnaval. – informou – O que acha? – perguntou sorridente
--Eu quero! – concordou de pronto – É só a senhora dizer o que eu preciso fazer e eu faço tudinho! – respondeu como criança – “E se Deus quiser, vai dar tudo certo!” – desejou mentalmente – “Amém!”
***
--Então quer dizer que a senhora não volta com a gente pra Salvador? – Natália perguntou bem humorada – Goiânia te conquistou? – cruzou os braços – Ou terão sido aqueles dias na Chapada dos Veadeiros que fisgaram seu coração?
--Acho que foi amor à primeira vista! – respondeu com sinceridade – Goiânia conseguiu me conquistar até mais que Olinda! – olhava para a outra – Em Salvador eu passei a maior parte do tempo enclausurada no internato. Nem deu pra conhecer a cidade direito... – arrumava suas coisas dentro da malinha
--É mesmo... – lembrava-se dos relatos da outra – Também tô sabendo que segunda-feira a senhora já se muda pro abrigo da dona Kedima. – prestava atenção na indígena – É por isso que já tá arrumando o matulão? – brincou
--Já é quarta-feira de cinzas, né? – fechou a malinha – Daqui pra segunda é um pulo! – começou a mexer na mochila – E se quer saber, eu adorei sair daqui antes do final de março! – desabafou – Não é desfeita com a Sede do Partido, mas... eu tenho que ir! – não revelou o motivo – “Ficar bem longe da tentação que me persegue!” -- pensou
--E será que... – aproximou-se da outra e falou mais baixo -- Essa pressa toda não seria por causa de uma loura paulistana que tá destilando charme pra cima de você?
--Criatura!! – arregalou os olhos – Fale baixo, mulher! – advertiu olhando para a outra – Eu não quero problema com camarada Vilma! – cochichava
Achou graça. – Tá certa! No seu lugar, eu também não iria querer! – concordava com a jovem – Mesmo aquela Renata sendo um pedaço de mau caminho. – riu brevemente – Mas aquilo ali é uma safada, tá na cara que é!
--Já me dei muito mal cruzando o caminho de quem não devia! – terminou de arrumar a mochila – Deus me livre me envolver em furdúncio com a namorada da presidente do segundo núcleo mais importante do Partido! – passou a mão nos cabelos – Semana que vem também começo com meu supletivo e não quero saber de mulher nem tão cedo! – afirmou convicta
--Hum... – surpreendeu-se com o que ouviu – Então coma muita banana pra garantir potássio e não ficar com câimbra nos dedos! – aconselhou brincalhona – Porque vai ter que exercitar, viu? – brincou
“Mal sabe ela que esses dedo já tão com mais hora de futicação que urubu de voo!” – pensou
***
--Camarada Celeste previu tudo isso de um jeito espantoso! – Yara conversava com suas colegas de quarto – Ela falou que viria aí uma estratégia monetária pra falsamente absorver a inflação da moeda antiga, que foi a tal da URV, e que depois viria uma moeda nova que colocaria no poder quem se mostrasse como o pai dela! – olhava para as demais – Dito e feito: olha aí esse tal de Ferdinando Patrick Meloso disparado nas intenções de voto pra esse ano!
--Mas o plano Real é mesmo uma farsa? – Marleide perguntou descrente – Se a inflação continuar baixa e a moeda ficar igual o dólar...
--O problema é o preço dessa brincadeira, filha! – Ítala retrucou – Não ouviu o que ela explicou? Isso tem um preço alto pra ser assim! E com certeza vão privatizar tudo, até o cu da gente!
--Ai, mas desde quando meu cu é público? – Marleide brincou e elas riram – Olha só, Yarinha, você já converteu metade do abrigo pra esse teu Partido Comuna mas eu não vô nessa onda, viu, fi? – olhava para a indígena – Eu sou capitalista, bandida e não tem jeito! – gesticulou
Achou graça. – Tudo bem, Marleide, a gente não faz nada à força no Partido! – respondeu conforme acreditava – Um dia você vai ver que o Comunismo é a única forma dos trabalhadores e oprimidos virarem a mesa, acabando com toda opressão e exploração do ser humano pelo ser humano!
--Ah, tá. – respondeu descrente – Agora eu vou tomar um banho e me preparar pra dormir. – anunciou ao se levantar – Amanhã é dia de batente! – pegou suas coisas e foi para o banheiro
--Ela é bitolada demais! – Ítala falou depois que a outra saiu – Vai morrer achando que o Capitalismo é foda e a gente é que não tem noção! – revirou os olhos
--Deixa ela! – a indígena respondeu despreocupada – Mas numa coisa ela tá certa. – preparou-se para se deitar – Amanhã é dia de batente e a gente tem que dormir. – sorriu para a outra
--Nem me lembra! – deitou-se na cama – Ah, deixa te falar! – lembrou de algo interessante – Sábado vai ter um show de rap no Quebra Caixote! – sorriu – Umas chegadas me disseram que vai dar um monte de entendida solteira no agito! – referia-se à lésbicas – Já convidei um pessoal daqui do abrigo mas só três empolgaram! Quer ser o quinto elemento? -- brincou
Não entendeu muito bem para o que estava sendo convidada mas decidiu aceitar. – Quero. – respondeu simplesmente – “E seja lá o que Deus quiser!” – pensou desconfiada
***
Yara, Ítala, Vanesca, Sidney e Marcio chegaram no local no show, o qual consistia de um terreno baldio a um quarteirão da Avenida Universitária.
--Gentem, que coisa tosca! Show num terreno baldio e no meio da favela! – Sidney comentou afetado – Espero que tua propaganda sobre os bofes solteiros seja verdadeira, viu, fi? – olhou para Ítala
--Eu falei o que me disseram! – defendeu-se de imediato – Mas, se não rolar, pelo menos curte o show!
--E a gente já morou na rua, né, bebé? – Marcio provocou o colega – Vai dar crise com favela, porr*?
--Seja lá como for, até agora tem ninguém cantando nada! – Vanesca respondeu desconfiada
--Tão ajeitando as caixas de som, olha lá! – Yara apontou -- Vamos mais pra perto? Eu nunca ouvi isso de rap, quero saber como é!
Em poucos minutos os primeiros jovens começavam a se apresentar.
--Esse rap não é nosso, é de um grupo que a gente admira, mas nós vai cantar pra sacudir esse povo pobre e sofrido! – um rapaz anunciava ao microfone – Manda ver, Gil! – apontou para uma moça que também segurava um microfone
--Dé pé, -- a jovem começou a cantar -- ó vítimas da fome, de pééé! – um DJ a acompanhava com um sampler -- Famélicos da terra, da ideia, -- dava socos no ar -- a chama já consome a crosta bruta que assoterra...
--Se for pra mim morrer e ter que nascer de novo, eu prefiro ser novamente o que eu sou! – o rapaz começou a cantar -- Por isso eu vou escrevendo a minha própria história. – gesticulava -- Entre pedras e espinhos que no caminho rola! – dançava -- Do núcleo do meu crânio algo me perturba, meu coração em conexão com os meus olhos me diz! – apontou para outro jovem
--"Vai à luta, pois teu povo é pobre e sofre!” – outro rapaz começava a cantar – “Se comover qualquer um se comove. Então, mova-se pra ver se a coisa muda!" -- gesticulava
--Nossa! Que letra! – Yara exclamou admirada –E que cantora! Voz bonita, firme... – admirava a jovem – “E que garota negra cheia de glória com aleluia, misericórdia!” – pensou abestalhada – “Salva, Pai!”
--Foda, né? – Ítala também gostava
--Se no Zaire um corpo sem vida cai. – um dos rapazes cantava -- Se na faixa de gaza um palestino do Hamas vai, explodir o próprio corpo não é que seja louco... – olhava para os demais -- É a paz que está em jogo infelizmente. A guerra será seu ventre! – não parava de gesticular -- Sente um cheiro podre no ar, a paz da USA. – dançava -- Mortalha armada pra pobre que sofre a ONU, há muito tempo perturba o sono, de quem não compactua com os planos tiranos do Tio Sam!
Yara estava completamente deslumbrada pela canção, que parecia dialogar com tudo que vinha estudando nos últimos tempos. Os colegas lhe falavam mas ela sequer ouvia uma palavra.
--Negro, branco, índio, mulheres, homens: uni-vos! Ó vítimas da fome! – o rapaz continuava cantando
--Dé pé, -- a moça voltou a cantar -- ó vítimas da fome, de pééé! – dava socos no ar -- Famélicos da terra, da ideia, a chama já consome a crosta bruta que assoterra...
--Dé pé, -- Yara cantava também -- ó vítimas da fome, de pééé! Famélicos da terra, da ideia, a chama já consome a crosta bruta que assoterra...
Gíria Vermelha – Lutar é Preciso [1]
--Ih, meu Pai! – Sidney exclamou afetado – A índia soltando as frangas! -- riu
Perto do final do show, um dos organizadores perguntou se os jovens presentes desejavam se arriscar apresentando seus próprios raps. Motivada por sentimentos que não saberia descrever, Yara levantou a mão e quando deu por si estava diante de todos, segurando um microfone.
--É... – mal sabia por onde começar – Meu nome é Yara. – afastou-se do microfone por causa da fonia – Eu... sou indígena... E é isso. – olhou para o DJ – Faz como você quiser! – o homem começou com uma batida leve
--Ela vai cantar, não acredito! – Vanesca revirou os olhos
--Tô botando fé! – Ítala respondeu batendo palmas – Yara, manda ver! – gritou – Uhu!
--Sou Yara, nascida na Amazônia! – começou a cantar – E é aí que já começa a minha insônia! – gesticulava – Eu sou indígena, alienígena, meu povo é dono dessa terra por direito! – olhava para um ponto no infinito – Mas não mereço esse respeito! – cantava com mais segurança – Jogaram fogo do céu e o escambau! Matam meu povo desde os tempos de Cabral!
--Uhu, arrasou! – Sidney gritou
--Manda ver, Yara! – Ítala aplaudia
--Você não sabe, não imagina! – Yara continuava cantando – O que é viver se escondendo em cada esquina! – gesticulava – Você não sabe, você não sente, eu canto pra quem é sobrevivente!
--Você não sabe, não imagina! – Gil começou a cantar junto com Yara -- O que é viver se escondendo em cada esquina! – sorria para ela – Eu te entendo, tenho atitude! – bateu no peito – Tô firme e forte defendendo a negritude! -- gesticulava
--Você é negra, da cor da noite! – Yara cantou em resposta – Por muitos anos só vivendo sob açoite! – sorria para a outra também – Eu te entendo, te dou valor! – gesticulava – Nosso caminho foi forjado pela dor!
--Uhu!! – os jovens curtiam a interação
“Hum, sinto que Yara ganhou pra hoje...” – Ítala observava a colega e a rapper cantando juntas – “Pelo menos alguém aqui não vai sair no zero a zero...”
***
--Eu fiquei muito lisonjeada de você ter cantado comigo... – Yara falava timidamente – Uma rapper que todo mundo aqui gosta, maior voz, maior presença, ter me dado essa honra... – não sabia o que fazer com as mãos – Foi o máximo! – sorriu e abaixou a cabeça
“Ela é uma gracinha!” – pensou – Gil do Beco não é nenhuma estrela... eu apenas tô nessa há mais tempo que você, que começou hoje e mandou o recado super bem demais da conta! – respondeu com simpatia – Adorei cantar contigo. – sorria – Você também tem voz, tem presença... – prestava atenção em cada gesto da outra – Agora tô aqui pensando em quando te vejo de novo! – jogou um charme – Como que faz? -- brincou
“Oh, Pai Santo, ela quer me ver de novo! Aleluia!” -- pensou ao levantar a cabeça – Ah, eu... – estava nervosa – Eu moro no abrigo Ibtisaama, lá na Alameda dos Buritis, Setor Oeste. – sorria timidamente – E também sou filiada ao Partido Comuna, tô na Sede nas noites de segunda, quarta e sexta... – olhava para a jovem negra – Meu cursinho é lá no Centro, perto da Praça Tamandaré. Tô lá de segunda à sábado, das oito da manhã às cinco da tarde. – calou-se repentinamente – “Não era pra você passar a agenda completa, sua bestona!” – pensou se recriminando
Achou graça. – Ok, agora eu tenho as coordenadas porque sei da tua vida toda. – brincou
--Yara! – Vanesca chamou acenando – A hora! – bateu no pulso para indicar o atraso
--Desculpe, mas eu tenho que ir com o pessoal. – comentou envergonhada – Lá no abrigo tem hora limite pra chegar e não pode desobedecer.
--Tudo bem. – segurou-a pela gola da blusa e deu-lhe um selinho – A gente se vê! – piscou e se afastou, seguindo para junto dos outros rappers
--Tá namorando, tá namorando! – Ítala e Marcio cantavam batendo palmas para brincar com a colega
Yara sentiu as bochechas queimarem, mas ficou feliz. “Ave Maria!” – pensou – “Como diria Natália, essa noite eu broquei!” – suspirou embevecida
***
Yara e Kedima conversavam na cozinha enquanto bebiam uns últimos gole de café.
--Um passarinho me contou que a senhorita fez sucesso num show de rap, rup, rop... como é? – fez um gesto despreocupado – Sei lá o nome do trem, mas você há de saber!
Achou graça. – É rap, dona Kedima. – respondeu bem humorada – E o pessoal exagerou. Eu só cantei um pouquinho. – sorriu
--Também soube que até arrumou uma futura namorada. – piscou para a jovem – Uma cantora desse trem de rap.
“O pessoal fuxicou, Ave Maria!” – pensou divertida – Não sei, dona Kedima. – respondeu timidamente – Acho que ela só queria cantar comigo.
--E te cantar, pelo que me disseram. – bebeu o último gole de café
A jovem riu brevemente. – Vai saber?
–É bom a gente se envolver com arte, faz bem pra alma. – olhava para a jovem – Mas não troque o certo pelo duvidoso. Continue estudando no seu supletivo, seu pré vestibular e faça sua faculdade. – aconselhou – Pode cantar, mas não aposte todas as fichas nisso, entendeu?
--Tá certa. – concordou – Não penso em ser cantora, foi só uma experiência. – dizia a verdade
--E quanto aos relacionamentos, -- levantou-se da mesa – namore, conheça pessoas, mas não entregue seu coração de bandeja pra qualquer uma. – continuava aconselhando – Tampouco saia dando tiro em tudo que é curnicha por aí! Senão pode se dar mal e ainda pegar uma doença!
“Tiro em curnicha??” – pensou achando graça – “Nunca ouvi isso!” – sorriu – Pode deixar, dona Kedima. – concordou ao terminar de beber o café – Olha, hoje é dia de reunião estratégica do Partido. – avisou ao se levantar – Se eu perceber que vou passar da hora pra entrar no abrigo, durmo por lá mesmo. – pegou a mochila – Já tô prevenida levando uma muda de roupa.
--Tá bom. – prestava atenção à jovem – E, por fim, terminando a sessão de conselhos de uma velha, -- cruzou os braços – esse seu Partido aí... – encostou-se na pia – Concordo com muitas coisas que vocês dizem, mas também tem muito radicalismo de vez em quando. – considerou – Tudo em excesso é veneno. Não aceite qualquer ideia sem o devido questionamento, sem a devida ponderação em cima dela.
Balançou a cabeça concordando. – Tá certa. – colocou a mochila nas costas – Eu tô atenta. Não engulo tudo que me empurram! – aproximou-se da mulher e beijou a mão dela – Sua bênção, dona Kedima. – pediu
--Deus te abençoe, menina. – pôs a mão brevemente na cabeça dela – Bom dia pra você.
--Pra senhora também. – acenou e partiu
--Jovens... – suspirou – Sempre acham que têm tudo sob controle... – balançou a cabeça sorrindo
***
--Pensei que fosse me atrasar mas cheguei até cedo! – Yara falava para si mesma ao entrar no auditório da Sede – Uff! – colocou a mochila sobre uma cadeira
--Eu diria que chegou na hora certa! – uma voz de mulher afirmou
--Ué? – olhou surpreendida para trás – Eu não sabia que o núcleo de São Paulo estaria aqui hoje à noite! – olhava para a loura – “E ela vem toda bandida, ô, glória!” – pensou
--Não é o núcleo de São Paulo, sou eu! – Renata se aproximou destilando sedução – E de repente até me desapego de lá e faço parte do núcleo sede Goiás/Distrito Federal! – sorria – Disseram que ainda tem uma vaguinha no teu abrigo, né, não? – passou a mão levemente nos cabelos da indígena
--Ah! – ficou sem entender
--Terminei com a Vilma, -- aproximou-se mais – tô a ponto de entregar o apê pro meu velho, -- referia-se ao pai – fui expulsa da Escola, -- fez um gesto de desdém – tô de mala e cuia pronta pra aterrissar de vez aqui em Goiânia! – caprichava nos olhares – Falta só uma coisinha pra isso acontecer!
“E ela vem pra cima que parece até uma tentação do Capeta!” – afastou-se desconfiada – E o que falta? – perguntou sem saber o que dizer
--Você me dizer que sim! – afirmou com voz gutural
--Misericórdia! – arregalou os olhos – Mas você cismou comigo, Ave Maria! – afastou-se ainda mais – Já disse que não quero problema, mulher, você não entende! – reclamou
--E eu já disse que terminei com Vilma! – insistiu – Não tem mais problema, meu bem! – passou a mão nos cabelos – Agora é só essa sua boca linda assumir o que o coração quer! – aproximou-se mais uma vez – Me mostra o que no teu peito abunda? – pediu maliciosa
--Oxe! – novamente se afastou – Olha só, Renata, você não tá entendendo! – gesticulava -- Eu...
--Boa noite! – Paulo chegava acompanhado por uma jovem – Camarada Yara, essa moça chegou procurando por você!
--Oi... – cumprimentou desconfiada – Atrapalhei alguma coisa? – olhava para Yara e Renata alternadamente
--Oi! – cumprimentou sorrindo ao se aproximar – Que bom que você veio! – segurou uma das mãos da moça – Obrigado, camarada Paulo! – olhou rapidamente para ele
--O pessoal já tá subindo. – Paulo advertiu – Daqui a pouco começamos. – fez um gesto de cabeça e se afastou
--Como eu tava te dizendo, camarada Renata, -- a indígena olhou para a loura – eu não tô solteira e minha namorada acaba de chegar! – puxou a negra pela cintura e a beijou nos lábios
“Gente!” – Gil pensou surpreendida – “Uau, que pegada!” – envolveu o pescoço da outra com os braços e deixou o beijo rolar
Renata ficou sem saber o que fazer e saiu do auditório.
***
--Então quer dizer que... – beijou a outra nos lábios – Fui usada... pra livrar você... de confusão dentro do Partido... hein? – perguntava entre beijos
--Não... – beijou-a também – Eu tava doida pra te rever... – beijou-a novamente – E você chegou na hora certa! – sorriu – Na hora certa! – beijou-a
Yara e Gil estavam namorando escondidas no terraço do prédio da rapper.
--Mas... e aquela coragem toda? – perguntou brincalhona – Quando te conheci me pareceu tão tímida... – beijou-a – E hoje me deu um beijaço daqueles na cara da maluca... – riram
--De vez em quando sei lá o que me dá! – sorriu e beijou-a novamente – “Foi um misto de medo com surpresa e fogo na rabichola!” -- pensou
--E... – segurou-a pela gola da blusa – Cê tá pra namorar mesmo? – sorria
--Você me ganhou desde que abriu a boca pra cantar! – sorria também – Virei fã! – beijou-a – E quero namorar... – beijou-a mais uma vez – Você quer? – perguntou receosa
--Cê já é maior de dezoito, né? – mordeu-lhe o lábio inferior – Nem vou ser presa... – beijou-a
Achou graça. – Fiz dezoito dia 15 de junho! – respondeu bem humorada – E você foi meu presente de aniversário! – abraçou-a pela cintura com força
--Hum, que fofinha! – beijou-a – Eu tenho vinte e dois anos. Algum problema por eu ser mais velha? – envolveu o pescoço dela com os braços – Se não tiver, eu aceito te namorar... Minha comunista! -- brincou
--Problema nenhum! – beijou-a demoradamente
***
Olinda, estado de Pernambuco
--Acho que todos já estamos aqui. – Justina reparava no ambiente – Poderia nos dizer o porquê dessa convocação, irmã Leila? – estava curiosa
--Pois não, irmã Justina. – Leila aproximou-se da outra e parou ao lado dela. Segurava uma bolsinha – Tenho algumas coisas importantes a lhes falar, minhas irmãs. – olhava para as mulheres – Padre Ignácio, padre Louzada, com sua licença.
Os homens fizeram sinal para que a mulher continuasse a falar.
“E que coisas serão essas?” – Clotilde pensou desconfiada – “Ela não me falou nada!”
--Como todos sabem, há uns seis meses atrás apareci com um nódulo no seio e era maligno. – falava em voz mais alta – Como a detecção foi precoce, tudo deu certo e fiquei bem... fora de perigo, graças a Deus! – benzeu-se
--Graças a Deus! – todos benzeram-se também
--Mas antes de tudo se resolver eu fiz uma promessa. – continuava falando – Prometi a Virgem Maria que se eu fosse abençoada pela cura, me livraria de todo Mal que trouxe pra mim. Confessaria meus pecados escondidos e todas as mentiras. – pausou brevemente -- E é isso que eu pretendo fazer agora: cumprir minha promessa!
Clotilde sentiu um frio na barriga e as pernas trêmulas. “Não, ela não pode tá falando sério!” – pensou desesperada
--Mas como isso? Ela sempre se confessa! – Louzada cochichou para Ignácio – O que será que ela tem pra dizer? – perguntou preocupado – É melhor a gente interromper isso aí!
--Não acha que já se passou do tempo de se viver escondendo a verdade? – Ignácio respondeu falando baixo
--Eu não farei rodeios! – Leila respirou fundo – Sou lésbica e já vivi vários relacionamentos com mulheres. – confessou – Inclusive aqui dentro, na Casa das Religiosas! -- assumiu
--OH!!! – as mulheres exclamaram
--O que?? Relacionamentos lésbicos aqui dentro?? – Justina perguntou em choque – Como pode isso, meu Deus? – benzeu-se
--Ai... – irmã Romana desmaiou deslizando na parede até cair no chão
--Já fiz sex* várias vezes aqui, na Casa das Religiosas! – Leila admitiu envergonhada
--OH!! – as mulheres exclamaram mais uma vez
--Aqui?? Onde?? – irmã Neuza olhava para todos os lados – Oh, meu Pai, será que eu já andei me sentando nos lugares de pecado sem saber? – perguntava-se em voz alta – Credo em cruz! – benzeu-se e desmaiou caindo no sofá
“Meu Deus!” – Clotilde tremia nervosamente – “Não me entregue, não me entregue!” – implorava mentalmente
--Irmã Leila, pelo amor de Deus! – Louzada interferiu constrangido – Depois de tudo que viveu é natural que tenha ficado fragilizada e...
--E nunca estive tão lúcida em toda minha vida! – interrompeu o padre – Há anos vivo um relacionamento escondido com irmã Clotilde e por causa de uma coisa como essa, -- abriu a bolsinha e mostrou um p*nis de borracha – cometemos um grande erro que pode ter destruído a vida de uma jovem!
--OH!!! – as mulheres exclamaram novamente
--Valha-me, Deus! – Genilse benzeu-se apavorada – “E que coisa grande, Ave Maria!” – arregalou os olhos
--Ai... – Clotilde desmaiou caindo em cima de uma mulher
--Gente, irmã Clotilde desmaiou! – Maria gritou para as demais ao tentar segurá-la – Acode aqui! – pedia ajuda
--Derruba essa desgraça no chão! – Paula respondeu furiosa – Por mim, irmã Clotilde e irmã Leila vão simbora daqui hoje mesmo! – gesticulava com raiva
--Calma, irmã Paula! – Julieta pediu – Irmã Leila acaba de se recuperar de um grande mal!
Ignácio ouvia estarrecido – “Elas armaram uma arapuca pra Yara por causa de um p*nis de borracha??” – não conseguia acreditar
--Irmã Leila, por favor! – Louzada enxugava o rosto com um lenço – Já foi o suficiente! – não queria ouvir
--Irmã Clotilde comprou um negócio desses e foi bem caro. – ignorou o apelo do padre -- Ela fez uma verdadeira operação de guerra pra conseguir receber e trazer pra cá! E usou uma bolsinha como essa pra esconder. – continuava narrando os fatos – Mas alguém encontrou e nós acreditamos que foi Yara, porque descobri que ela namorava aquela moça pretinha. – não lembrava o nome de Edivânia – Então, por vingança, nós armamos uma situação pra que Yara fosse surpreendida por todas e humilhada. – derramou uma lágrima de arrependimento – Acusamos a menina de ser hipócrita, quando as maiores hipócritas éramos nós!
--Cristo Santo! – Justina desabou sobre o sofá – Isso não pode estar acontecendo... – sentia o coração a ponto de saltar do peito
--Ai... – irmã Lucia desmaiou caindo em cima de Justina
--E no final, deu no que deu: -- Leila continuava falando -- Yara fugiu pra não se sabe onde!
--Pra Salvador... – Louzada respondeu em voz baixa – E eu falei tão mal dela praquela professora! – lembrou-se de Clea – Meu Deus... – não sabia o que fazer – Meu Deus... – sentia-se zonzo – Acho que vou desmaiar também... – caiu de joelhos – Ai... – deitou-se no chão
--Pega esse negócio aí e queima! – irmã Carolina gritou com raiva – Queima esse objeto de pecado! – benzeu-se
Uma confusão generalizada formou-se na Casa das Religiosas. Ignácio apenas observava sem nada fazer.
“O tempo passa e nós, seres humanos, evoluímos quase nada... Mesmo quando sob os excelsos ensinamentos da religião...” – o padre pensava – “Quanto ainda temos que sofrer para aprender, Senhor?” – olhou para o alto – “Abençoa nossa pobre Yara, como lhe rogo todos os dias!” – pensava na jovem – “Que ela esteja melhor do que se tivesse permanecido aqui!” – desejou
--Ai... – e tome de mulher desmaiar
Leila deu um suspiro profundo. – Pronto! Cumpri minha promessa! – jogou o acessório no chão – Estou livre! – postou as mãos para o alto – Faça-se de mim o que melhor aprouver ao Senhor! – fechou os olhos
--Tirar isso daqui! – Ana pegou o p*nis de borracha do chão – Tem que dar destino pra essa perdição! – olhava para o objeto – “Ui!” -- pensou
***
Yara e Gil passavam o natal no abrigo de Kedima. Todos os residentes que trabalhavam e tinham alguma renda, por modesta que fosse, contribuíram para a preparação da festinha. A rapper também fez questão de ajudar financeiramente e na arrumação do local. Após a meia noite e os devidos cumprimentos, as namoradas se afastaram dos demais e conversavam passeando de mãos dadas no quintal da casa.
--Essa dona Kedima é o máximo! – Gil comentou admirada – Uma senhora de mais de setenta anos que dá conta de um abrigo cheio de gente e ainda anima pra montar uma festinha de natal super massa! – sorria – Como que ela consegue manter esse lugar sem ajuda de governo nem nada? – perguntou curiosa
--Ela vive da pensão do falecido marido e começou só com esse dinheiro e poucas pessoas no abrigo. – caminhavam devagar – Aliás, essa propriedade era o local onde ela e o marido viviam. – pausou brevemente -- Depois ela conheceu o pessoal do Partido Comuna, que também passou a contribuir aqui. E os residentes que arrumam trabalho remunerado também dão uma forcinha, não é só no natal. – explicava – E assim todo mundo se ajuda.
--E você não vê a hora de ajudar também, né? – olhou para a indígena
--É... – parou de caminhar e segurou as duas mãos da namorada – Até agora eu só dou gasto...
--Own, amor! – beijou-a nos lábios – Não diz isso! Até onde eu saiba você passou o ano ralando pra fazer as coisas do Partido, estudando, ajudando os outros... – falava com carinho – Não fale como se tivesse ficado à toa e gastando dinheiro...
Abaixou a cabeça. – Eu sempre vivi dura, sabe? Isso me incomoda... – confessou – Quando vivia ligada à Igreja, essa coisa de não ter dinheiro não parecia tão forte, mas agora... – olhou novamente para Gil -- E se eu passar pra faculdade, mesmo sendo pública, vou ter uma série de gastos! Aí lá vou eu dar despesa aqui e continuar dependendo do Partido pra comprar um caderno que seja! – lamentou
--Amor, peraí, vamos por partes! – segurou o rosto da indígena com as duas mãos – Primeiro de tudo: se você passar pra faculdade, não! Você vai passar! Tenho certeza que teremos boas notícias em janeiro! – beijou-a nos lábios – E quanto a não ter dinheiro... – sorriu – Você podia cantar pra descolar algum. – sugeriu
--Ah, mas... – pensava na possibilidade – Eu vejo o perrengue que você passa pra fazer show, pra receber pelo show e ainda tem as viagens... Desde que te conheci você viajou por volta de uma vez por mês! – olhava para a negra – Eu não vou poder viajar, senão vou reprovar direto nas matérias!
--Não viaja. – respondeu simplesmente – Por que você não faz uns raps pra promover as ideias do seu Partido? – sugeriu mais uma vez – Pode render uma graninha pra você e pro Comuna. – sorriu – Eu não curto muito isso de partido, mas você é filiada, né? Outra conversa!
Abraçou a jovem pela cintura. – Eu vou pensar nisso. – sorriu – Mas, agora... – beijou-a – Quero apenas me concentrar no meu presente de natal! – beijou-a mais uma vez
--Não era... de... aniversário? – perguntou entre beijos
--Também... – beijou-a com carinho – Você foi e é O presente! – colou testa com testa
--Quero te convidar pra ser feliz! – beijou-a – Chega de tanto sofrimento na sua vida!
--Eu aceito! – beijou-a demoradamente
“A presença da minha consciência preenche esse instante sagrado,
Toda essa parte com o seu segredo totalmente intocável,
Eles correram, tentaram, mataram e não nos pegaram,
Tomando tudo de novo,
Sempre renascendo,
Pra fazer o mundo novo,
E coexistir no novo.
Eu acordo e continuo sonhando,
Vendo esse sorriso de sol me adentrando,
Se é um convite pro paraíso, eu tô aceitando...”
Kaê Guajajara – Amor Indígena [2]
Fim do capítulo
Samira postando pela caipira. Vão comentando aí que a bichinha logo responderá!
Músicas:
[1] Lutar É Preciso. Intérprete: Gíria Vermelha. Compositores: Hertz Dias e Rosenverck. In: A Hora do Revide. Intérprete: Gíria Vermelha. 2008. 1 CD, faixa 3 (5min32)
[2] Amor Indígena (Original Cria). Intérprete: Kaê Guajajara. Compositores: Kaê Guajajara e Kandú Puri. In: Kwarahy Tazyr. Intérprete: Kaê Guajajara. Azuruhu. 2021. Faixa 6 (2min50)
Comentar este capítulo:
Minh@linda!
Em: 21/01/2025
Esse contexto político me fez lembrar de uma tia... com um cigarro de palha em uma mão, cachacinha na outra, discutindo fervorosamente e articulando com a turma da idade dela, sobre as questões políticas daquela época.
Lembro que ela ficou muito chateada com a poupança que foi retida kkkk Na época eu era uma girina, uma sapinha, só fazia rir. Ela era uma militante, do Jeito dela.
Yara, apesar de tudo que já viveu, tem um espírito elevado e evita cometer os mesmos erros. Consegue perdoar pra seguir em paz. Renata não vai ter espaço com ela! ô glória e tome de aleluia!
Gostei de Gil!! Pensei em Edvania... espero que ela consiga se redimir.
Esse falatório de ET me fez lembrar do chupa cabra. Eu via o chupa cabra e o ET de Varginha em tudo que era lugar, de tão impressionada que eu fiquei.
Yara já rodou o Brasil todo!!
Dona Kedima, são daquelas pessoas que a gente guarda no coração.
Já irmã Leila tocou fogo no convento!! Até o consolo participou da reunião kkkk
[Faça o login para poder comentar]
PaudaFome
Em: 29/06/2024
Amei essa nova vida pra Yara. E seu senso de oportunidade musical é único! Que tanta freira desmaiando até o padre kkkkj
Solitudine
Em: 10/07/2024
Autora da história
Olá querida,
Fico lisonjeada que você aprecie minhas escolhas musicais.
Foi uma sessão de desmaios! kkk
Beijos,
Sol
[Faça o login para poder comentar]
Ontracksea
Em: 16/01/2024
Jasin onde você vai buscar essas músicas? Maravilhoso! Vou buscar esse Gíria Vermelha também!
Capítulo maravilhoso pra Yara e uma aula economia e história pra nós! Tô na dúvida se você é de humanas ou de exatas porque pega bem nas duas!
Solitudine
Em: 16/01/2024
Autora da história
kkkkkkkk Eu ouço muitas músicas e elas me vêm na hora certa; sempre! rs Não entenda como arrogância, é apenas uma associação mental.
Obrigada novamente por seus elogios. A Caipira lê muita coisa, aí vai se arriscando nesses trem! rs
Beijos,
Sol
[Faça o login para poder comentar]
Femines666
Em: 30/03/2023
E eu morri de rir com as freiras! Kkkk
Solitudine
Em: 31/03/2023
Autora da história
kkkkk Eu também!
Beijos,
Sol
[Faça o login para poder comentar]
Femines666
Em: 30/03/2023
Adorei essa fase da vida da Yara! Adorei Kedima e Gil! Você dá aula de política e economia fico impressionada! E as músicas são sempre perfeitinhas pro momento!
Solitudine
Em: 31/03/2023
Autora da história
Obrigada por chamar de aula. São apenas proseados caipirescos. rs
Eu tento juntar as músicas certas. Quando elas me vêm na cabeça, eu as uso.
Beijos,
Sol
[Faça o login para poder comentar]
Joabreu
Em: 20/12/2022
Boa tarde,
Yarinha BFD! Você merece miga! Carpe diem oh,glória lol okidoki
Você é DESTRUIDORAA! Tô te stalkeando! ?—?/
BBL
Jo Abreu {}
Resposta do autor:
Eita! kkkk Alguns são mais desafiadores para mim! rs
Mas, agradeço pelos comentários alegres e empolgados!
Beijos,
Sol
PS: Destruí nada não, viu, fi? rs
[Faça o login para poder comentar]
kasvattaja Forty-Nine
Em: 04/11/2022
Olá, tudo bem?
Querida Autora, vamos por partes, como diria Jack, O Estripador — nossa, as vezes Kasvattaja é totalmente sem noção, ai, ai...
Primeiro, não sei o que foi que Kasvattaja escreveu que fez com que com Solitudine entendesse que a história não está agrando a Kasvattaja... NNNÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOO é nada disso... Kasvattaja está A-MAN-DO a história e todo o contexto em que ela está sendo escrita... Provavelmente Kasvattaja deve ter escrito alguma bobagem — das muitas que Kasvattaja escreve — e confundido Solitudine... Eita!
Segundo, as canções... Ah, as canções... Kasvattaja também insere canções em seus textos e canções que ela acredita que condizem com a cena ou com o personagem, e, às vezes, Kasvattaja entende quando alguém não consegue captar como aquela canção pode ser encaixada ali, mas na cabeça da Autora, ela encaixa-se. O que Kasvattaja queria era provocar Solitudine com a música de Sérgio Sampaio, mas Solitudine ignorou O-LIM-PI-CA-MEN-TE e E-DU-CA-DA-MEN-TE a provocação de Kasvattaja...
Querida, suas canções, até agora, estão ok...
Um adendo — se Kasvattaja ''viajar na maionese'', sorria, não ria — sobre umas coisas que Kasvattaja está achando, principalmente nesse capítulo: tivemos entre o final dos anos 60 e início dos 70 a Guerrilha do Araguaia — que pegou parte de Goiás, Pará e até mesmo do Maranhão — onde o governo da ditadura militar caçou, torturou, matou e ocultou os corpos dos militantes que achavam que através da luta armada podiam mudar a situação — aqui, um adendo dentro do ''adendo'': Kasvattaja é CON-TRA o uso de armas, não importa qual situação... Para Kasvattaja a PA-LA-VRA é a arma mais poderosa que o ser humano pode, e deve, usar — e não conseguiram.
E temos Pernambuco, citado mais de uma vez na história, e terra de Miguel Arraes, que também foi um ferrenho lutador contra a ditadura militar — chegou a autoexilar-se na Argélia — e um grande líder das lutas populares que marcaram a esquerda de nosso pais.
O que Kasvattaja quer dizer — e está escrevendo — é que talvez temos aqui — na história de Solitudine — uma autobiografia...
Será?
Agora, especificamente sobre o capítulo ''CARPE DIEM'': quer dizer, então, que a nossa menina irá "aproveitar o presente, sem preocupar-se com o futuro?'' Ai, ai, querida Autora... Ai, ai...
Bom, vemos uma Yara sendo ''formada'' para ser uma futura ''camarada''... Estamos vendo, então, o nascimento de uma futura política da esquerda de grande expressão?
Ou não... Quem sabe?
Mas, não podemos esquecer-nos de que mesmo nos países ditos ''comunistas ou socialistas'' tiveram seus estratos sociais, e bem ''dolorosos''...
Olha só Kasvattaja metendo-se onde não foi chamada... Ai, ai...
Autora, o que a alma penada da Renata está fazendo aqui? Hein? Sério?
Oh my goddess!
Quanto ao novo amor de Yara, bom, esperemos...
É isso!
Post Scriptum:
''Dos amores humanos, o menos egoísta, o mais puro e desinteressado é o amor da amizade. ''
Marco Túlio Cícero,
Escritor.
Resposta do autor:
Olá queridíssima!!
Sim, vamos por partes! rs
Você nunca escreve bobagens. Eu é que interpretei errado, então. Achei que não estava do seu agrado. Se está, que maravilha!! A caipira agradece!!!! rs
Eu sei que você é bem musical. Como te disse uma vez, andei "te lendo". Só falta a disciplina de fazer como se deve, ou seja, ler de novo e comentar. Perdoe a caipira em sua eterna loucura de correr por lá e cá. rs
Ignorar você??? Mulher, esta é a última coisa que eu faço! Apenas queria te explicar o real porquê de Alegria, Alegria. Perdoe se a resposta não atendeu às expectativas. Mas teve nada de olímpico; ou melhor, teve: minha caipirice! kkk Perdão!
Sim, a guerrilha do Araguaia foi um episódio relevante e muito pouco discutido a meu ver. E nas cidades ribeirinhas, parece que houve um apagamento histórico, pois é como se nada houvesse acontecido. O Centro Oeste brasileiro é muito dominado pela mentalidade do latifúndio e da opressão à certas ideias e discussões. Você viu o resultado das eleições locais? Sem comentários... Incrível é a diferença de Tocantins sob vários aspectos.
Sobre a palavra: sempre foi e sempre será, se Deus quiser, a minha "arma".
Pernambuco tem uma história de lutas fortíssima e admirável! Sempre um expoente nordestino. Mas... também lá se encontra o apagamento histórico, porém não tão forte quanto no Centro Oeste. E o Rio de Janeiro, meu Deus... antiga capital cultural do Brasil... Mas, enfim. Tudo isso é sinal de que temos um longo trabalho pela frente neste país!
Você sabia que houve um campo de concentração nos anos 1920 no Amapá? O querido Alexandre Samis publicou um livro maravilhoso sobre isso (Clevelândia: Anarquismo, Sindicalismo e Repressão Política no Brasil). Recomendo fortemente.
Autobiografia? Neste conto? Bem... Há uma autobiografia em tudo que a caipira escreve, só que devidamente fragmentada, disfarçada, impregnada de licenças poéticas compondo um grande quebra cabeças. rs
Observe, minha querida Kasvattaja, que Yara cumpre com obrigações, se dedicas às coisas, mas ela não tem "planos para o futuro". Ela apenas vive um dia de cada vez; como eu. Pode não parecer, mas nada planejo, não penso no futuro. Eu apenas vivo um dia de cada vez, da melhor forma que posso e consigo, e deixo que o amanhã cuide de si. Uma namorada que tive no passado me criticava muito por isso. rs Samira idem!
Vejamos como será e no que se dará o futuro de Yara. Continue acompanhando.
Sem dúvida! Nunca fui defensora do que aconteceu nos países socialistas em sua totalidade. Mas foi importante que tais realidades tenham acontecido. Vietnã, Camboja, Cuba, China, Rússia, apesar de todos os seus erros, representaram rupturas e resistências muito importantes contra o desejo de uma hegemonia mundial que pensa ser a dona do mundo!
Renata é do Comuna... fazer o que? E não deixou de ser, viu, fi? rs
Beijos!
Sol
PS: continue voltando sempre!!!
[Faça o login para poder comentar]
Dandara091
Em: 04/11/2022
Alô camarada autora!
Quero me filiar ao partido Comuna!
#pelofimdocapitalismo
#salvemarx
#comunismo
Resposta do autor:
kkkkkkkk
Olá camarada Dandara!
Aliás, Dandara tem história!
Bem, eu não posso te ajudar nessa filiação. Mas Yara, certamente! rs
Beijos,
Sol
PS: Obrigada por continuar lendo e comentando
[Faça o login para poder comentar]
Mille
Em: 04/11/2022
Oi Sol
Menina essa Renata doida para dar o bote na Yara, gostei do passe fora que levou da Yara.
E tudo está bem pro lado da Yarinha, um lar, estudo, amor e uma senhorinha que está para dar conselhos.
Irmã Leila abalou com as revelações.
Bjus e até o próximo capítulo um ótimo final de semana
Resposta do autor:
Olá querida!
kkkk Renata gostou mas não deu sorte! rs Acho que todo mundo gostou de vê-la se danando! rs
A bonança está se estabelecendo na vida de nossa querida indígena. Ela merece, não?
Irmã Leila, realmente, abalou!!!
Ótimo final de semana para você também, querida!
Beijos,
Sol
[Faça o login para poder comentar]
Marta Andrade dos Santos
Em: 04/11/2022
Yara tu aprendeu em!
Resposta do autor:
kkkkk
Olá, querida!
Sim, ela aprendeu! :)
Beijos,
Sol
[Faça o login para poder comentar]
Irina
Em: 04/11/2022
Kotinha!!
Capítulo meigo e divertido como Yara. Agradeço-te à parte pelo conteúdo político. Acreditas que o livro que citaste encontra-se disponível em alguns sítios de internet? Assim que a vida permita-me estarei a ler. Obrigada!
Tu me divertes! O episódio de Olinda, oh Deus! rs
Anseio ver-te em breve com mais um capítulo sobre vossas (e nossas) moças
Com estima,.
Irina
Resposta do autor:
Olá querida!
Estou gostando de ver essa sua presença constante aqui! E fico feliz que o conto esteja do seu agrado. Você é negra, sabe muito bem a realidade do racismo como se expressa, e se consegue se sentir representada em sua realidade, isso me felicita demais. Qualquer coisa que considere falha, me deixe saber, por favor.
Não sabia que o livro do Palast estava na internet. Eu li a versão física. rs
Eu te divirto? Obrigada! Vejo que o episódio de Olinda abalou! kkk
Obrigada, querida!
Beijos,
Sol
[Faça o login para poder comentar]
Seyyed
Em: 04/11/2022
Porra que capítulo trilegal show show show! Gostei que tu deu o toque de que a pessoa tem que ponderar as info que recebe, seja pra um lado ou pra outro. O Comuna é massa mas não pode se guiar cegamente, como não podia ser com a Igreja também. Onde tem gente tem acerto e erro né verdade? Adorei ver essa guinada na vida da Yara. Percebi que Kedima é a Najla de TA já gostei dela hehe Mas diz aqui tu é louca!!! Não aguento os pensamentos da Yara hahaha E que merda foi aquilo em Olinda??? Hahaha morri!
Resposta do autor:
Olá querida!
Que bom que você tri gostou! kkk
Sim, você captou muito bem a ideia.
kkk Você gostou mesmo da Najla. Mas a comparação é muito boa; mantenha.
kkkkk Gostou do barata voa que ocorreu em Olinda? kk
Continue acompanhando (e comentando, viu, fi? :P)
Beijos,
Sol
[Faça o login para poder comentar]
Samirao
Em: 04/11/2022
Habibem e eu não esqueci a senha da Samirao de novo? Tô começando a ficar preocupada huahuahua Quero ver você responder a pergunta da Lea porque é complicada. O que eu sou? Nem eu sei huahuahua mas vamos ao CAPS que é mais fácil
Adorei só digo! Yara se encontrando cantando rap gente boa na vida dela namorada nova Renata sendo esnobada... e lá em Olinda o circo pegando fogo huahuahua ADOREI! Quanto vem o próximo mesmo? Bjuss
Resposta do autor:
kkkkkk Está vendo? Você vem tanto aqui mexer nos trem caipirescos que depois se perde no fake samiresco! kkk
Eu respondi, uai. E falei a verdade, não foi? rs
Que bom que você continua gostando deste conto. Aliás, você sempre gosta. Tem sido muito benevolente com a caipira, pois eu sei que a senhora é muito da exigente! rs
Eu sabia que a parte de Olinda ia te agradar mais! kkk
O próximo?? Eita, boi, o final de semana está apenas começando, mulher! kkk
Beijos,
Sol
PS: De uma forma ou de outra você sabe que eu te amo. E o amor encontra várias e várias formas bonitas de expressão
[Faça o login para poder comentar]
Lea
Em: 04/11/2022
Adorei ver a pilantra da Renata,levando um"chega prá lá" da Yara!
*
Realmente,a verdade tarda mas não falha. Irmã Leila precisou quase que morrer para conversar a verdade,diante de todos!
*
Um capítulo com a Yara sorrindo,foi tudo de bom.
Será que a Gil vai fazer a Yara de trouxa, também??
*
Boa madrugada, Samira e Sol!
Samira é a esposa da Sol??
Pq caipira??
Desculpe a curiosidade!!! :?-?)
Resposta do autor:
Olá querida!
Que bom que voltou!
kkkk Renata pensa que é irresistível, mas não é bem assim! rs
Nenhum sofrimento dura para sempre. Depois de tantas tempestades, eis que a bonança vem surgindo. Gil é do bem, não se preocupe. rs
Eita, que pergunta de resposta complexa... rs
Intonces...
Samira e eu já vivemos um relacionamento muito sério, que não deu certo, tentamos de novo e muitas coisas aconteceram até que... Hoje posso dizer que somos grandes amigas. E que ela tem a senha da Solitudine, entra aqui, mexe nos trem, posta capítulo quando a caipira está enrolada na vida... Só não responde aos comentários porque isso EU NÃO DEIXO!!!! kkkkk
Não se desculpe, querida. Nada de mais.
Beijos,
Sol
[Faça o login para poder comentar]
Zaha
Em: 04/11/2022
Oiê vacoídeee!!!!
Eu, de novo!! Próx capítulo deixarei o que tô lendo....pq é Elza na área!!! Sempre esqueço....
Achei muito pertinente....n sou boa nisso, mas vem aparecendo perenemente no meu Facebook...nesse caso, escrevi abaixo ....
"Cuando adviertas que para producir necesitas obtener autorización de quienes no producen nada; cuando compruebes que el dinero fluye hacia quienes no trafican con bienes sino con favores; cuando percibas que muchos se hacen ricos por el soborno y por influencias más que por su trabajo.Y que las leyes no te protegen contra ellos sino, por el contrario, son ellos que están protegidos contra ti; cuando descubras que la corrupción es recompensada y la honradez se convierte en un auto-sacrificio, entonces podrás afirmar, sin temor a equivocarte, que tu sociedad está condenada "
Escritora e filósofa Alissa Zinovievna . Conhecida com o seudónimo de :AYN RAND
Agora sim, estava nesse celular!!
Mas como diz Kardec: Às vezes é preciso que o mal chegue ao excesso, para se tornar compreensível a necesidade do bem e das reformas ...
Votamos na mudança!!!!
Bon week- end à toi et Samirita!
Au revoir !!!
Resposta do autor:
kkkkkkkk Esse vacóide é um trem que só você conhece! kkk
Muito boa citação!!!! Eu não sou partidária do objetivismo de Ayn Rand, porque ela advogava muito pelo desprezo às coisas da alma, porém não é por isso que vou deixar de concordar com o que está dito aí.
Concordo com Kardec! Mas ainda não chegamos no fundo do poço!
Je te souhaite une bonne fin de semaine!
Beijos caipirescos,
Sol
[Faça o login para poder comentar]
Zaha
Em: 04/11/2022
Boa madrugada!!
Que capítulo politizado! Samira queria conhecer mais do partido comunista, tá aí, tudo explicadinho, bela aula vc mandou!!!
Quase fiquei zonza, mas tem rolou entendimento!+
Yara se comprometeu pra valer, finalmente sua vida entrando no eixo,n é fantástico? Adorando essa Gil; super namorada e espero que la perra da galega não volte pra atrapalhar, bicha baixa!!!
Yara TB tá mais ciente da sua identidade, adorei o rap, demais!!
Curnicha... nem Yara conhefeu essa palavra em Salvador nem eu KKK. Vivíamos em duas bolhas? Será possível?
Gente, eu li de uma e agora, que faço? Meu cérebro n tá pra isso KKK
Irmã Leila foi corajosa e sairam as freiras desmaiando em efeito dominó hahahahaha.
A senhora onde Yara está instalada é MT boa, nada melhor que um lugar sano para terminar sua criação e tomar cuidado. Gil é boa, até que mostre o contrário;
Tamos numa crise política desgraçada,n?; Olhe a que ponto chegamos!! Quando um diz. Pior n pode ficar, agora tamos e Deus coitada, só perguntando o que fez pra tssnha distorção, histeria coletiva..... Mas pra melhorar o mundo tem que desabar mesmo!!!
Eu n sei falar porra de nada... só sei sobre máximo, única coisa de sociologia que me deu bem, apenas pq n mudou nada de lá pra cá.....
Você foi tão transparente com o título clichê....pq sabia q seu próximo título sería esse?!!! Kkk. Yara tem feito isso.... até agora!!! Eu devia seguir tb!!! Apesar de linda, escutei tanto que já n me agrada.
" A civilização está desabando; é preciso viver os estados da alma e existir com grandeza; é preciso vibrar na vida e não nos afazeres da vida"
Não curto muito frases feitas ou colocar frades, apesar que amo essa psicofilosofa Viviane Mosé!! Só prefiro falar com minhas palavras, direi muito mais sobre mim, sobre que tipo de pessoa sou, mas tem vezes que encontro coisas que gosto! Na capítulo anterior, quía colocar algo que li no começo de uma tese, algo disso, que comecei a ler....pode ser livro. Tenho livro 4 ao mesmo tempo...hiperfoco! Queria colocar um, mas está nesse celular se saio da página, corro o risco e Sol diz: Melhor o certo, pelo duvidoso
Sei que não foi um grande comentário, mas vc tem crescido ,assim que multiplique sua felicidade por 10? É a média q vc tem recebido por caps! Tô muito feliz mesmooooo....mais q vc? Será???
Minha concentração tá toda na prova, hj dei branco e errei umas preposições no diatado, mas, tudo dentro do normal, mas 1 aula e pronto! Sadikii já piraaaaaa.....
Quero parabenizar o capítulo,sua escrita e que Yara me surpreendeu. Sua estória tem vi de a própria e sempre gostei, nunca mude, nunca va pelos outros. Se tiver democracia, talvez! Mas, deixe fluir!!!!
Beijos, super carinhoso e um lindo finde e por favor, se cuida ..posso nunca ter te visto, escutado sua voz, seu olhar, sua forma de gesticular, ter passado umas horas ao vivo, posso n ter feito muito ,posso saber só sua cor favorita, números que te incomodam, leituras, músicas, coisas q outros nunca perguntaria, mas eu.sim...o q gostava de fazer e posso nunca nem te abraçar, mas eu me preocupo por vc como se te conhecesse e n "te conhecesse". E será sempre assim!!! Nem suaaaaa letraaa mutante hahahahahaaha
Manda news por Samira se passar algo ..tá TD MT perigoso e vc viaja e sei que entra nos movimentos!!!
À bientôt !!!!
Sadiki, Lailovisky, Dóre.....
Resposta do autor:
Camarada Lailets!!!
Este capítulo tinha que trazer um pouco de política. Yara está impregnada de Comuna, não poderia ser diferente! rs Que bom que você gostou!
Renata bem que tentou mas não deu para ela! rs Gil é boa gente e chegou no momento certo. Yara até descobriu que gosta de um rap. Vejo que já ganhou até uma fã aí na Argentina! rs
Para você ver que curnicha não é expressão baiana. Quem falou foi ya Kedima e ela vive aonde? ;)
Irmã Leila se arrependeu muito mas foi mulher o suficiente para assumir seus erros diante de todos. Pena que a audiência não estava preparada! kkk
Você realmente adivinhou o título deste capítulo. Sinal de que está captando tudo muito bem, embora pense que não.
Eu também leio vários livros ao mesmo tempo. É uma prática interessante. Atualmente estou lendo 4, igual você.
kkkk De fato, tenho recebido muitos comentários neste conto e isso me felicita. Não sei porque outras amigas sumiram, como Ney Kercis, Mteresa, Sonhadora, mas apareceram novas leitoras e outras queridas ficaram, como você, Mille, Kasvattaja... Cristina e Gabinha eu sei que estão com algumas questões para resolver. Bem, o que concluo é que a divulgação lailesca é porreta!
Essa prova que você fala é do francês? Fique tranquila porque do que percebo você está aprendendo bem. Deve estar até fazendo aqueles biquinhos típicos à la Paris. rs
Agradeço de coração em saber que está gostando da história. Você sempre me acompanha e isso é algo que valorizo muito: sua amizade!
Eu não tenho "me movimentado" desde a pandemia. Apenas no mundo virtual. Muitos problemas familiares apareceram e nos últimos tempos maama tem andado adoentada. Meu foco tem sido o interno. Do externo, outros estão cuidando.
À plus tard!
Masalaama!
See you later!
Saludos!
Pacá!
Beijos caipirescos,
Sol
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
Solitudine Em: 22/01/2025 Autora da história
Olá querida!
Gostaria de ter conhecido esta sua tia!
Yara é uma viajante, viveu muito nos meios religiosos e, de coração, internalizou certos valores que ela busca levar para si. Louvar a Deus de fato, e não somente "horar com os lábios", mantendo longe dEle o coração.
Ya Kedima é um amorzinho, não acha? São as minhas velhinhas que nunca podem faltar nos contos.
Irmã Leila entregou! Fazer o que?kkkk
Você via ET e chupacabra em todo canto? kkk Desculpe, mas com todo respeito, ri quando li.
Continue lendo e proseando comigo. Estou adorando esta interação intensa!
Beijos,
Sol