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EM BUSCA DO TAO por Solitudine

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Palavras: 21271
Acessos: 10457   |  Postado em: 09/04/2021

Notas iniciais:

Após um longo tempo sem postagens...

PREPARANDO OS CAMINHOS

 

CAPÍTULO 173 – Lua di Mer

 

Amina e Raed desceram do carro desconfiadamente e nem perceberam quando um mensageiro retirou suas malas do bagageiro com rapidez.

 

--Uai, robaru nossas mala!! -- Amina exclamou em choque ao ver o porta malas vazio -- Socorru, puliça! -- olhava para todos os lados -- AHHa! -- praguejou

 

--Cumé qui podi isso, uai?! -- perguntou desesperado -- Essas mala siguiru viagi mais nóis essi tempu todu! -- Raed não entendia -- Ah, mais quandu eu pegá essi ladrão... -- fechou um punho com raiva

 

--Não se aperreie, não, que não é isso! -- o motorista do carro se aproximou do casal falando mansamente -- O mensageiro veio aqui e retirou as malas pra levar pra recepção. -- apontou a entrada -- É que eles são rápidos e atendem com muita eficiência. -- sorria para ambos -- Quando os senhores chegarem lá, vão ver as duas malinhas sãs e salvas. -- brincou

 

“Mensagêru?!” -- Amina pensou intrigada -- “E quem pricisa di mensagêro dipois di tê celulá, uai? Trem das antiga!” -- não entendia -- Ah... intão tá intão... -- não sabia o que dizer

 

--Tá intão... -- Raed também não entendia

 

--Agora é só os dois se dirigirem à recepção, dar entrada e aproveitarem estes dias em Maraguaó. -- o motorista falou antes de entrar no carro novamente -- Fiquem com Deus. Tchau! -- acenou e entrou

 

--Inté, seu Transfio! -- Amina acenou para o motorista -- Agradicida pelas carona. -- sorria para o homem

 

--Inté, homi! -- Raed acenou também e esperou o homem partir -- Comu podi, né, muié? -- olhou para a esposa -- Um homi tão bão cum nomi di Transfio.

 

--E tem um bucado di homi cum essi nomi im Cidade Restinga, num sabi? -- deu o braço ao marido -- Vi nus aeroportu umas placa di um monti di homi Transfio oferencendu carru pra tudu qui é cantu. -- caminhavam timidamente em direção à recepção

 

--É cada nomi di genti qui si tem nutiça... -- balançou a cabeça contrariado -- Avi Maria, qui hoter imensu! -- Raed olhava para todos os lados -- Cumé qui Zinara achô essi trem aqui, danadu di longi? E cumé qui já inté cunhicia o Transfio? -- perguntou desconfiado -- Essi lugá pareci inté um ôtro mundu... -- reparava

 

--Né hoter não, homi, é risórtio! -- Amina corrigiu -- Zinara cunhiceu essi cantu aqui pur qui veio passá o anu bão cum as amiga. Aí devi di tê cunhicidu o Transfio também. -- olhava igualmente para todos os lados

 

--E qui diacho é risórtio? Si num é hoter, é o que? -- queria saber

 

--Hoter só tem um quartu módi cada um ficá e servi café da manhã. Risórtio tem issu e mais tantus ôtros trem! -- explicava gesticulando -- E essis trem tão tudu pago. Diz qui é... cumé? Ó inclusivi. -- lembrava-se do que a filha falou -- É issu. Clusivi, negóçu di ó inclusivi.

 

“E num é qui Amina sabi é das coisa?” -- pensou orgulhoso -- Ói. -- indicou discretamente para a mulher -- As muié da tar recepção tão tudo oiando pra nóis e cum as canjica tudu arreganhada. -- reparou que as atendentes lhes sorriam -- Será qui tão caçoandu di nóis? -- cochichou desconfiado

 

--Tão não! Elas qué é sê simpática. -- esclareceu -- Dexi cumigu qui sei o qui fazê, num sabi? -- afirmou resoluta -- Bão dia, moça! -- cumprimentou sorridente ao se aproximarem do balcão -- Nóis tem reserva nessi risórtio aqui e foi nossa fia qui tratô dus trem. -- foi logo dizendo -- O nomi dela é Zinara Raed. -- desvencilhou-se do marido delicadamente para pegar a carteira dentro da bolsinha -- E nóis dois semu...

 

--Amina e Raed Raja! -- a atendente interrompeu gentilmente -- Sua suíte já os aguarda para essa lua de mel maravilhosa que os senhores passarão aqui conosco! -- sorria -- Basta os dois apresentarem a carteira de identidade, assinar aqui e já serão acompanhados até a suíte. -- colocou duas fichas preenchidas sobre o balcão e duas canetas

 

“Ave Maria!” -- Amina ficou surpresa -- "Muié mais fuxiquêra! A bicha já sabia di tudo sem eu tê pricisão di falá!”

 

“E num é qui Amina sabi si apresentá?” -- pensou surpreendido -- "As muié da tar recepção já sabia nossus nomi e inté das lua di mer!”

 

--Homi, pega us documento. -- fingiu que tinha tudo sob controle -- Vamu assiná essis trem. -- colocou a carteira de identidade sobre o balcão -- Dexi vê o qui iscreveru aqui. Hum... -- pegou a caneta e ficou olhando para a ficha -- "E num é qui já botaru tudo nessas ficha?” -- confirmava seus dados -- “Essi povo di risórtio sabi fuxicá!”

 

Raed fez o que a mulher falou e ficou olhando desconfiado para o mensageiro que se aproximou trazendo suas malas num carrinho. “Devi di sê o tar du mensagêru qui passô as mão in nossas mala.” -- pensou

 

--Aqui estão seus passaportes. -- a recepcionista entregou um envelope para cada um -- Nesses envelopes estão as pulseirinhas que os senhores devem usar enquanto estiverem aqui conosco, as explicações sobre o resort, serviços extras e um mapa. -- sorria -- Os senhores têm direito ao almoço de hoje também e ele será servido a partir das 12h.

 

--Oba! -- Amina exclamou animada ao receber seu envelope -- “Tô cum uma fomi di daná. Essas impresa aéria só servi água e bolachinha seca e ruim!” -- pensou

 

“Mapa?!” -- Raed recebeu o envelope desconfiado -- “Será qui tem risco di se perdê aqui nessi risórtio?” -- pensava preocupado -- “Nunca qui pensei qui esse negóço di lua di mer fossi tão difíci!”

 

--Marquinhos, leve nossos hóspedes até a suíte, por favor. -- a recepcionista pediu gentilmente -- E explica pra eles tudo que puder sobre nosso resort.

 

--É pra já! -- o mensageiro respondeu solícito -- Vamos começar colocando as pulseiras? -- gentilmente pegou o envelope das mãos de Amina e sacou a pulseira -- Coloco para a senhora. -- ofereceu

 

--Artu lá, seu mensagêru! -- Raed pegou a pulseira da mão do outro de cara feia -- Primeru ocê pega nossas mala tão ligêru qui eu nem vi, agora vem pegá as pursera di minha muié? -- gesticulava -- A muié é minha, a lua di mer é minha, intonci quem põe as pursera sô eu! -- afirmou decidido

 

O rapaz e a recepcionista ficaram encabulados. -- Por favor, senhor Raed, pode colocar. -- a jovem respondeu com um sorriso sem graça -- Marquinhos só quis ser gentil. -- esclareceu

 

--E com todo respeito. -- o rapaz complementou envergonhado

 

--Humpf! -- Raed fez cara de descrença

 

--Homi, e tu sabi colocá essis trem? -- Amina perguntou falando baixo -- Tem nem prisilha... -- olhava desconfiada para a pulseira -- “Risórtio tão chiqui cum pursera di paper!” -- constatou

 

Raed tinha pontos de interrogação na cabeça. “Num dissi qui essis trem di lua di mer é um bucadu difíci?” -- coçou a cabeça

 

***

 

--Muié, nu começu inté matutei apoquentadu qui essis trem di lua di mer era difíci qui chega dói. -- Raed falava olhando para o mar -- Mais dispois qui fiz amizade cum essi tar di risórtio inté qui eu gostei, num sabi? -- sorriu

 

--E eu! -- respondeu empolgada -- Ô moço, faiz favô! -- olhou para o garçom e acenou. O rapaz se aproximou rapidamente -- Traz ôtro dinquio dessi qui eu tumei, faiz favô. -- estendeu o copo vazio -- Capricha nas bibida azu. -- pediu -- Tem medu não, qui caipira guenta!

 

--Traz um pra mim também, moço, faiz favô. -- Raed pediu estendendo o copo -- Eu queru aqueli qui fumega. -- esclareceu -- E põe pra fumegá cum fé!

 

O garçom achou graça, colocou os copos na bandeja e seguiu em direção ao bar. Amina e Raed estavam confortavelmente relaxando em espreguiçadeiras.

 

--É um marzão bunito qui num dô conta, Avi Maria! -- o homem comentou satisfeito -- Lugá bão, cumida boa, bibida boa e a mió muié du mundo módi si deitá mais eu nas noiti di amô! -- olhou sorridente para a esposa -- Um homi não pudia sê mais filiz! -- falava apaixonadamente -- Wa awwel yoom athanna... (A primeira vez para ser feliz...)

 

“Oxi, qui essi homi tem faladu uns trem bunitu pra mim...” -- Amina pensou melosa -- Eu também tô mi agradandu pur dimais da conta! -- sorria olhando para o marido -- E hoji dipois das festa di junhu do risórtio queru muita namoração!

 

--E vai tê namoração! -- respondeu empolgado -- Toda noiti num tem?

 

“Avi Maria qui nunca uma curnicha piô tantu nas história das lua di mer!” -- Amina pensou satisfeita

 

 

***

 

--Que bom que ambos gostaram da viagem, que tudo deu certo e que chegaram em casa bem, maama! -- Zinara falava animada ao telefone -- Ana mabsoutah! (Estou feliz!) -- sorria

 

--Di agora in dianti, si dé, nóis qué lua di mer todu anu, num sabi?

 

--Smallah! -- supreendeu-se antes de rir gostosamente -- Ai, ai, maama, vejo que essa lua de mel foi têúdêô: TU-DÔ, como diria Aisha! -- riu de novo -- Min ygol el7ob ythbal kal wrood? (Quem disse que o amor murcha como as flores?) -- brincou

 

--AHHa, qui tem nada murchu aqui não, uai! A lua di mer foi boa pur dimais da conta! -- respondeu animada -- E cum direitu a um armoçu pra ninguém botá defeitu im casa di ya Ritinha! -- contava -- Inté ya Zezé agradô nóis cum bolo de tapioca qui, Avi Maria! Troxemu um monti di pedaçu!

 

--Eita, que foi só alegria! -- brincou novamente

 

--Muitu agradicida, viu minina, pelu qui ocê fez pur nóis! Inté mergulhu eu fiz módi vê us pexe! -- contava as novidades -- E vi tudo coloridinhu!

 

--Smallah! -- supreendeu-se mais uma vez -- E baba, não mergulhou também? -- achava graça

 

--Tevi medu! -- respondeu de pronto -- Aí ficô lá nus istendápio remandu e caindu! -- as duas riram

 

--E falando nele, cadê o baba heek la a’ref (porque eu não sei)? -- perguntou curiosa

 

--Cunversandu com o homi di Najla nus telefoni. -- respondeu de imediato

 

--Intão foi issu, seu Créu. -- Raed contava -- Amina si agradô dus meu romantismu, gostemu du tar di risórtio, das belezura du lugar, das cumida, das bibida, das festa di junhu e dus trem tudu, num sabi? -- falava satisfeito

 

--Que maravilha, Raed, fico feliz em ouvir isso! -- Marco respondia animado -- É bom saber que depois de todos estes anos, vocês finalmente conseguiram dias a sós pra se amar como nunca puderam fazer ao longo da vida.

 

--É meis. -- concordava -- E tomi di amô!

 

--Depois me passa os detalhes desse lugar porque penso em ir com minha Dona também. -- fazia planos -- Tão logo ela se sinta à vontade pra viajar podemos investir nisso. E ela também é amiga de dona Ritinha e dona Zezé, então podemos também fazer uma visitinha àquelas senhoras.

 

--Oxi, mais ocê é muitu discaradu, homi Créu! Inda nem casô cum minha irmã e já tá pensandu nas lua di mer?! -- perguntou revoltado

 

--Mas homem, que coisa! Eu não entendo essa revolta toda! -- retrucou -- Você sabe muito bem que Najla e eu...

 

--Num si atreva a detaiá tuas indecença cum minha irmã, homi Créu! -- interrompeu a fala do outro -- Farta um tantinhu assim -- fez sinal com os dedos -- pra eu largá tudu aqui e ti pegá pra cortá teus trem di homi fora! -- gesticulava

 

“Tava demorando...” -- pensou revirando os olhos

 

--E chega dessi prosiadu, bichu indecenti! Já dissi o qui tinha pra dizê; agora cabô-si!

 

--Mas... -- Marco tentou argumentar antes de perceber que Raed desligou o telefone -- Ô criatura ignorante, vou te contar! -- reclamou consigo mesmo

 

--Fia, agora ocê fica praí purque já prosiemu um tantu e eu inda tenhu qui contá as novidadi prus teus irmão qui vão chegá. E vô botá as fotu das belezura du risórtio nu LivrodasFuça, num sabi? -- contava os planos -- Ya Leda também há di querê sabê!

 

--Com certeza ela vai querer! -- riu novamente -- Vai lá, maama, faz a sua social. -- sorria -- Beijinho carinhoso e a bênção. -- pediu

 

--Rahimaka Allah! (Deus te abençoe!) -- abençoou -- Agora eu vô. Fui! -- desligou

 

--Ai, ai, essas maamas caipiras tão ficando cada vez mais moderninhas! -- falava animada consigo mesma -- Queria ser uma mosquinha pra ver maama mergulhando e baba se aventurando no stand up. -- riu -- Yehlamoon (Eles estão sonhando)... e isso é muito bom!

 

--O que é muito bom, hein, minha caipirinha safada? -- mãos delicadas envolviam o pescoço da astrônoma em um gostoso abraço inesperado -- Sentada aí de frente pro computador e falando sozinha toda animada. -- beijou-lhe o rosto e olhou para a tela do notebook -- Meu Deus, que e-mail malcriado é esse que você recebeu? -- ficou pasma -- Você jura que gostou disso aí?

 

--Não foi isso que me animou, Sahar, -- puxou-a para que se sentasse em seu colo -- mas ouvir maama falando como foi a lua de mel. -- beijou-a nos lábios -- E saber que ela até mergulhou e baba praticou stand up. -- riu brevemente  

 

Clarice também achou graça. -- Ai, ai, que fofo! -- sorria -- Sinal de que aproveitaram plenamente as oportunidades. -- envolveu o pescoço da amada com os braços -- Deduzo que já chegaram na roça e estão bem. -- acariciava o rosto da morena

 

--Aywah, (Sim) graças a Deus! E maama ainda disse que ia postar fotos no LivrodasFuça! -- contava -- A essa altura ya Leda deve estar só na espera pra acompanhar! -- beijou a namorada novamente

 

Clarice gastou uns segundos admirando o rosto da astrônoma. -- Por mais que eu esteja morta de curiosidade pra saber como foi essa lua de mel, queria primeiro entender o que é isso. -- apontou rapidamente para o notebook -- Mamãe vai gastar tempo com dona Amina no LivrodasFuça então ela não vai sentir muito minha falta se eu chegar bem mais tarde neste domingo. -- silenciou brevemente -- Pode me dizer quem te escreveu essas grosserias?

 

Deu um suspiro profundo antes de falar. -- Esse e-mail, e mais os quase duzentos que recebi do mesmo tipo só nessa semana, têm sido uma constante na minha caixa de correio desde aquela matéria publicada no jornal sobre a ex presidenta Vilma e nossa participação na última reunião das Nações Amigas. -- olhava para a namorada -- O pessoal que odeia Vilma e seu partido e mais os defensores da farsa do aquecimento global antropomórfico agora uniram forças pra me ridicularizar... -- afirmou pensativamente -- Dah mumill! (Isso é um saco!)

 

--Hum... -- preocupou-se -- Eu sei que ninguém gosta de ser ridicularizado e sofrer esse tipo de perseguição covarde, mas não quero te ver triste por causa disso e nem desejo que essas coisas interfiram no seu pós doc aqui São Sebastião. -- falava com carinho -- Minha caipirinha linda! -- beijou-a ternamente

 

--Do contrário, Sahar, essa perseguição mais me atiça a provar que eu não estou errada! -- respondeu com decisão -- Deixa eu te mostrar um artigo que li recentemente. -- mesmo com a namorada no colo digitou palavras de busca no notebook e mostrou-lhe o resultado -- Leia isso, min fadlik (por favor). -- pediu

 

--Pesquisadores demonstraram que nos últimos 2000 anos os vulcões desempenharam um papel maior na variabilidade natural da temperatura do planeta do que se pensava anteriormente e seus efeitos climáticos podem ter contribuído para mudanças sociais e econômicas registradas historicamente. -- lia em voz alta -- Os pesquisadores usaram amostras de mais de 9000 árvores vivas e mortas para obter um registro anual preciso das temperaturas do verão de determinados continentes, desde o ano 1 da nossa era até os dias atuais. -- pausou brevemente para ver as imagens -- Os dados revelaram períodos mais frios e mais quentes, que foram então comparados com os registros de erupções vulcânicas muito grandes, bem como com eventos históricos importantes. A equipe destaca a precisão inédita do seu conjunto de dados, que usou o mesmo número de árvores ao longo de todos os 2000 anos. -- olhou para a namorada -- Que maneira interessante de se avaliar os efeitos do vulcanismo! Usando árvores como testemunho.

 

--E o mais interessante vem aqui, no final. -- rolou a tela até o final do artigo -- Onzori, Sitol Nisaa! (Veja, Rainha das Mulheres!) -- beijou-a

 

--Você e essa coisa de me chamar de rainha... -- beijou-a fazendo um dengo antes de recomeçar a ler -- Vamos ver. -- voltou a se concentrar no texto -- As temperaturas do verão nas décadas de 280, 990 e 1020, quando a atividade vulcânica foi baixa, são comparáveis às condições modernas até 2010. -- balançou a cabeça satisfeita -- Não adianta que tudo corrobora com o que defendemos, ou seja, que o planeta já esteve tão ou mais quente do que é hoje!

 

--Porém, veja o que eles dizem no final: “a equipe afirma que seu trabalho não contesta a noção de que o aquecimento anômalo na atualidade, quando não têm sido registradas grandes erupções vulcânicas, seja causado pelo homem”. -- lia o final do texto -- "Os humanos não têm efeito sobre a erupção ou não de um vulcão, mas a tendência de aquecimento que estamos vendo agora está certamente relacionada à atividade humana." -- olhou novamente para a paleoceanógrafa -- Ultimamente todos os artigos que concordam com nossas conclusões têm sempre colocado esse tipo de ressalva. Não sei até que ponto acreditam mesmo no aquecimento antropomórfico ou se estão apenas se preservando de ataques como estes que sofro. -- envolveu a cintura da amada com os braços -- Meishwar bei-eed, wana feeh gareeh... (É uma longa jornada, e estou ferida por causa disso...), mas eu não desisto! -- desabafava mais para si do que para a outra -- Meu objetivo em lutar contra essa farsa toda é fazer com que o mundo dê atenção ao que mais importa, que é a questão das águas! E cuidar das águas forçamente leva a humanidade cuidar do planeta. -- considerou -- Isso e mais as mudanças que virão com a verticalização do eixo planetário deveriam ser os pontos principais das agendas de todos os governos!

 

(Nota da autora: baseado em https://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=vulcoes-influenciaram-temperatura-ultimos-2000-anos&id=010125201016#.YGtP_WdWqGc)

 

--Um dia serão, querida! -- respondeu convicta -- E não importa o quanto nós sejamos atacadas, continuaremos nessa luta até o final, meu amor! -- segurou o rosto de Zinara com as duas mãos -- Até o final!

 

--Dayman! (Sempre!) -- beijaram-se apaixonadamente

 

--Se aperreie não, mulher! -- Valentina incentivava no plano astral -- Vocês não estão sozinhas nessa luta! -- sorriu -- O planeta Água se encontra em fase de transição e não há farsa que resista a isso! A lua de mel entre os poderosos da vida terrena e aqueles de má fé será desfeita inexoravelmente. -- profetizava -- E nesse momento, eles verão que todo seu dinheiro servirá pra nada!

 

 

CAPÍTULO 174 – Provações Pelo Mundo

 

--Eu quero só ver se essa tal massagem do Oriente vale a parte do condomínio que você alega não poder pagar! -- Julieta se posicionava para deitar de bruços na cama -- Como pode não ter dinheiro pra honrar as dívidas do condomínio onde se vive?! -- reclamava

 

--Akemi não tem dinheiro, né? -- esfregava as mãozinhas uma na outra -- Síndica anda com coluna arriada. Tem que espichar! -- preparava-se para começar -- Isso não tem preço!

 

--Espichar, sei! -- sentiu a forte pressão das mãos da fisioterapeuta apertando as laterais de seu pescoço -- AH!!! -- deu um grito forte -- Mas o que é isso?! -- não esperava sentir aquela dor

 

--Cervical de síndica. -- respondeu tranquilamente enquanto continuava a pressionar -- Ruim!

 

--Meu Deus!! -- Julieta perdia-se em sensações dolorosas -- Isso não é massagem, é a pegada de Satanás! -- falava alto -- Queima! -- gritou

 

--Ainda não é hora de moxa, né? -- pensava que a mulher pedia um dos componentes da medicina Oriental -- Vira barriga pra cima. -- ordenou

 

--Barriga pra cima? -- virou a cabeça para o lado e olhou para a outra de cara feia -- Chega dessa desgraça!

 

--Começou agora. Muita coisa a fazer. -- segurou a outra mulher por um ombro e pela coxa, virando-a de barriga para cima com facilidade -- Acertar pescoço.

 

--Como assim acertar pescoço? -- não entendia -- AHAHAHAHAH! -- berrou ao ter sua cabeça rapidamente movimentada para um lado e outro pelas ágeis mãos de Akemi -- Sai de mim, Satanás! -- gritava como louca -- AHAHAH!

 

--Agora estica. -- puxou a cabeça da outra como se fosse arrancá-la do corpo -- Acerta cervical.

 

--Queima, Satanás de rabo! -- gritava como louca -- Chicote de fogo do Varão Santo, golpeia esse lombo do Cão que me atormenta! -- praguejava

 

-- Síndica fala coisa que Akemi não entende. -- segurou novamente a outra pelo ombro e pela coxa -- Volta de bruços.

 

Nesse momento, Creuza e Odiléia desciam do elevador no andar da amiga. Como eram conhecidas, subiram sem serem anunciadas.

 

--Ouvisse uns gritos estranhos enquanto a gente tava no elevador? -- Odiléia perguntou desconfiada -- De onde será que vêm? -- perguntou curiosa

 

--Deve ser desse povo perdido que nossa irmã disse que mora aqui. -- Creuza preparou-se para bater na porta

 

--AHAHAH!!! -- Julieta berrou apavorada -- Incendeia, meu Pai, consolida na fogueira santa! -- gritava -- AHAHAH!

 

Akemi pressionava as costas da outra mulher seguindo desde o pescoço até a cintura.

 

--Oxe! Ouvisse? -- Odiléia perguntou apavorada -- Irmã Julieta passa por uma provação! -- arregalou os olhos

 

--Satanás de rabo, Cão das encruzilhadas, sai dessa... UFF! -- Julieta perdeu a fala quando Akemi pressionou fortemente suas costas para baixo

 

--Ficar quieta pra expelir excesso de ar dos pulmões, né? -- a fisioterapeuta posicionou as mãos sobre os quadris da outra -- Acerta tudo. -- empurrou para baixo

 

--Aleluia, irmã! -- Creuza também arregalou os olhos -- O Bicho Ruim em pessoa põe nossa irmã Julieta à prova! -- concluiu -- E a gente aqui testemunhando isso! -- gesticulou nervosa

 

--AHAHAHAH! -- outro grito pavoroso se fez ouvir -- Queimaaaa!!!

 

--Aleluia!! -- no corredor do prédio as outras duas senhoras gritaram ao mesmo tempo com as mãos erguidas para o alto

 

--Ciático de síndica todo danado. -- Akemi informava -- Vê piriforme. -- posicionou um dos cotovelos sobre a nádega da outra -- Fazer dos dois lados. -- pressionou com força

 

--UIUIUIUIUIUIUIUIUIUI!!!!!!!!!! -- Julieta berrou como porco à beira do abate

 

--Ave Maria, que o Cão toma o corpo de nossa irmã! -- Creuza se apavorou -- Que grito dos mais medonhos! -- olhava para a amiga

 

--Ô, Glória, queima essa perdição! -- bateu no peito -- Vamos abrir o Livro Sagrado e ler a Palavra pra apoiar nossa irmã! -- Odiléia pediu -- Satanás não pode ganhar essa batalha!

 

--E não vai ganhar! -- Creuza concordou com a ideia -- Não tema, irmã Julieta! -- gritou olhando para a porta -- Aqui virão reforços!

 

--UAUAUAUAUAUAUA!!! -- Julieta gritou com voz grossa quando Akemi subiu sobre suas costas

 

--Ê, pistinga! -- Creuza exclamou apavorada -- Ela já grita até com a voz do Cão! -- tremia -- Queima, aleluia!

 

--Não espragueja, irmã! -- Odiléia tremia segurando a bíblia aberta -- Lê a Palavra! -- pedia

 

--UAUAUAUAUAUAUA!!! -- e tome de gritar

 

--Simbora ler! -- Creuza abria sua bíblia também

 

Quase meia hora depois os gritos pararam. Odiléia e Creuza estavam ajoelhadas de frente para a porta da casa de Julieta, orando com os olhos fechados. Cerca de cinco minutos após o silêncio da síndica, a porta se abriu fazendo com que as duas mulheres levassem um susto e caíssem sentadas no chão. Abraçaram-se apavoradas.

 

--Ô, meu Pai, salva teu rebanho santo! -- Odiléia gritou

 

--Aleluia! -- Creuza gritou em seguida

 

Akemi saiu do apartamento e olhou desconfiada para as duas mulheres. -- Vizinhança esquisito, né? -- coçou a cabeça e desceu as escadas

 

--E quem é essa?? -- Creuza perguntou sem entender

 

--Eu não sei, mas temos que ver imediatamente em que estado se encontra nossa irmã de fé! -- levantou-se com dificuldade -- Venha, irmã! -- estendeu-lhe a mão

 

--Obrigada, irmã Odiléia. -- segurou a mão da outra e se levantou

 

--Mas o que vocês estão fazendo aí? -- Julieta perguntou com voz cansada

 

As duas mulheres chocaram ao ver a amiga. Julieta estava descabelada, com as roupas amarfinhadas e um olhar de zumbi.

 

--Aleluia!! -- as duas exclamaram ao mesmo tempo

 

--Nós estivemos o tempo inteiro aqui fora orando por ti, minha irmã! -- Odiléia esclareceu -- Creia que não estivesse sozinha nessa luta titânica contra o Bicho Ruim! -- garantiu

 

--A cada lambada de fogo que a irmã lançava em Satanás, nós aqui mandávamos umas boas sapecadas no Cão! Era só Palavra forte! -- Creuza afirmou gesticulando -- E deu no que deu: você venceu o Mal! -- pausou brevemente para analisar a outra -- Venceu, né? -- perguntou desconfiada

 

Julieta não tinha forças para dar explicações. -- Venham, irmãs. -- simplesmente pediu -- Eu preciso me sentar. -- andou em câmera lenta em direção ao sofá

 

--É impressão minha ou irmã Julieta cresceu? -- Odiléia cochichou para a outra -- Parece até que espichou. Tá tão retinha, espia! -- reparava

 

--Satanás né mole, não... -- Creuza resmungou para si mesma -- E aquela baixinha de branco que saiu daqui, hein? -- não entendia

 

--Venham... -- Julieta acenou fracamente sentada no sofá -- E fechem a porta... -- pediu

 

As duas mulheres se entreolharam e entraram na casa da outra receosamente.

 

***

 

“Al-Bukamal. Yuulyu (Julho).

Eu nem sei por onde começar... Por que escrever? Para quem escrever? Quem vai ler o que rabisco nestas páginas? Meu nome é Sara Houssani e nunca tive o hábito de escrever sobre meus dias, mas nos últimos tempos pensei que talvez valesse a pena. E não é porque meus dias sejam bons, mas justamente porque são horríveis e escrever pode ser uma forma de ordenar os pensamentos e me manter lúcida em meio ao caos que me rodeia. Sinto muito ódio, mas sou mãe e não posso me contaminar desse jeito. O que seria de Safia se eu não tivesse um pouco de amor que fosse para lhe dar?

 

Julho chegou e nós, povo de Suriyyah, continuamos amargando os efeitos de uma guerra estranha que castiga nosso território. Acho que o ano de 2016 ficará marcado pela violência desta guerra e pelo estigma trazido pelas ações descabidas do Estado Radical, além do oportunismo de países como Godwetrust, que financiam os terroristas de um lado e de outro o combatem ou fingem combater. Tudo é apenas uma questão de política e dinheiro, mas a conta de todas as dores quem paga é sempre a população, especialmente os mais pobres e nós, as mulheres. Ya znounee, ah ya znounee mat seibounee! (Meus temores, ah meus temores, deixem-me em paz!).

 

O conflito entre as forças locais, regionais e internacionais já se tornou tão complexo nestes quase 5 anos, que me parece que ficamos sem termos e comparações históricas para descrevê-lo. Dizem que tudo começou com os protestos antigoverno que cresceram até se transformar numa guerra civil, enquanto que nesse meio tempo, militantes do Estado Radical aproveitaram-se da situação e entraram em cena para tomar o poder. Eu não sou idiota, nem ignorante; não acredito nestas versões que imprensa do Ocidente impõe sobre os fatos, até porque eles nunca vão assumir o que Godwetrust, Saxônia, Rossiya e outras nações fazem por aqui há tantos anos, sempre buscando dominar nossas terras, seja por petróleo, seja por demais razões geopolíticas. O que vivemos hoje é quase uma guerra mundial dentro de nossas fronteiras, pois há tropas de vários países combatendo aqui e táticas brutais são adotadas contra nós, os civis, sem que ninguém se importe de fato com isso. Já fui estuprada por duas vezes e os desgraçados não eram do Estado Radical mas de exércitos que dizem estar aqui para nos proteger. Que piada imunda!

 

O mundo está moderno, então hoje eles também usam drones para matar. É como uma espécie de vídeo game de aš-šeiTaan (Satan), em que os malditos brincam de guerrear dentro de salas com ar condicionado. Só que assim como nos jogos, eles erram, e os drones matam a nós, os civis. Minha filha Safia, uma pobre bebê de 6 meses de idade, é a única sobrevivente do clã de zogii (meu marido), e do meu clã, restamos apenas nós duas e minha irmã Hana, que hoje, grávida, também sente o peso da viuvez precoce. Só não sei se assim como eu, ela também foi violentada por estes demônios que por toda parte humilham o povo deste país. Mas a verdade, é que eu não quero saber e quanto menos pessoas souberem, melhor para ela. As mulheres somos sempre culpadas...”

 

--Laa, zogii, Yahia, laa habibi, laa... (Não, meu marido, Yahia, não querido, não...) -- Hana chorava diante do corpo inerte do esposo -- Gawebni, boSSelli, min fadlak... (Responda-me, olhe para mim, por favor...) -- olhava inconsolável para ele -- O que eu vou fazer sem você, meu amado? -- soluçava -- O que vai ser de mim quando nosso bebê nascer? Como vou criar uma criança sozinha em meio a essa guerra maldita? Não, não, não... -- fechou os olhos e chorou copiosamente

 

Os sobreviventes do último grande ataque desferido contra o que sobrou da cidade de Al-Bukamal velavam seus mortos escondidos entre os escombros.

 

--E agora, Aba, o que será de nós? -- Emir orava murmurando angustiado -- Dois velhos miseráveis com um menino aleijado, duas jovens viúvas e bebês indefesos? -- olhava penalizado para a esposa, que chorava diante do corpo do filho -- Kira sempre tão otimista e cheia de fé é incapaz de verbalizar uma palavra! -- fechou os olhos e apertou as duas mãos sobre o peito -- Salva-nos, Aba, tira-nos desse inferno! Eu já não aguento mais perder... -- chorava -- Yahia, meu filho... Raseenee alee ghayeib, Aba! (Leve-me para o ausente, Pai!) -- sentia-se destruído

 

--Ya Sara, para onde iremos agora? -- Kalil perguntava com os olhos marejados -- O que faremos? Por que ninguém vem nos salvar? -- não entendia porque tantas dores

 

-- Laa acrif, habibi... (Eu não sei, querido...) -- Sara respondia com a filha no colo -- Eu não sei... -- olhou para o alto -- "Oh, Aba, nos ajude, eu Lhe imploro. Chega de tantas provações...” -- seus olhos secos buscavam um pouco de luz na escuridão de uma noite que parecia nunca ter fim

 

***

 

As batidas dos atabaques e o canto harmonioso dos frequentadores do centro de Agda enchiam de luz a fria noite daquele rincão de Guaiás. Ajoelhado no meio do salão, Ahmed se concentrava em uma fervorosa oração. Irmãos do Alto velavam o lugar e Youssef ligava-se a seu irmão em pensamento.

 

--As-Salamu Alaikum, akhuuya! (Que a paz esteja convosco, meu irmão!) -- Youssef saudava-lhe dentro da mente

 

--Alaikum as-Salaam! (E a paz também convosco!) -- Ahmed respondia sem palavras com uma das únicas frases que conhecia da língua de Cedro

 

--Conforme lhe disse no passado recente, você tem uma missão a cumprir nesta Casa e ela vai além do Bem que começou a espalhar desde que seus trabalhos aqui se iniciaram. -- abria um conjunto de imagens diante dos olhos espirituais do irmão -- Ela segue para fora das fronteiras de Terra de Santa Cruz e chega a Suriyyah, onde estão muitos dos que ajudarão este país a cumprir com o que lhe cabe! -- cenas da guerra que se desenrolava mostravam-se diante de Ahmed

 

--Ô, meu Pai Amado! -- o homem exclamou em comoção -- Qui tanta mardadi nessi mundu! -- emocionou-se -- Eu num sei o qui fazê modi ajudá essi povu sufridu...

 

--Ore por eles com fervor e em especial para estas pessoas. -- mostrava os sobreviventes dos clãs de Emir e Adail -- Mentalize estes rostos! -- pediu -- Eles precisam migrar para este país.

 

Ahmed não conseguia entender.

 

--Mas por ora, mentalize esta jovem. -- apresentou-lhe Khalayla -- Ela está grávida, sozinha e precisa se unir às pessoas que lhe mostrei anteriormente. -- instruía o irmão -- Essa será sua primeira missão em desdobramento do seu corpo.

 

--Mais eu cumecei a fazê issu di pôco tempu, meu irmão! -- sentia-se inseguro

 

--Estude, Ahmed! -- respondeu de imediato -- Estude com mãe Agda e os irmãos desta Casa e logo você terá total desembaraço para se desdobrar do corpo e seguir para onde quer que sua fé o permita chegar. -- mostrava o rosto de Khalayla nitidamente -- Nossos irmãos de Suriyyah vivem sob tensão e medo extremo diante da guerra, têm pensamentos de ódio e de vingança e por isso não conseguem perceber as influências mais sutis dos Guias do Alto. Mas você, com seu hectoplasma de encarnado, conseguirá sensibilizá-los com relativa facilidade. -- explicava -- É necessário que você oriente a jovem que lhe mostro para que ela se una àqueles que deve encontrar.

 

--Mais eu num sei falá a língua dela... -- continuava sem entender

 

--Não tema, que na hora certa, você saberá. -- apagou as imagens que apresentava -- Nossos irmãos encontram-se diante de pesadas provações e é nosso dever ajudá-los como pudermos. -- derramou bênçãos de luz sobre o irmão -- Smalla'Alik! (Deus proteja você!)

 

 

CAPÍTULO 175 – Um Ano Para Se Lembrar

 

--Amiga, esse ano tá foda, vou te contar. -- Magali folheava o jornal -- É um tal de ministro caindo por causa dos desdobramentos da Operação Caça Rato...

 

--Pois é, que coisa! -- Clarice concordava enquanto mexia o cafezinho -- Quando menos se espera...

 

--Olha um ministro caindo aí! -- falou repentinamente para assustar a outra -- Segura ou chuta! -- riu brevemente

 

--Doida! -- deu-lhe um tapinha no braço -- Quase derramei o café! -- achava graça

 

--Só pra descontrair um pouco. -- piscou para a amiga e continuou a folhear o jornal -- Tá muito foda, né brincadeira, não... -- lia as notícias rapidamente -- É Reforma das Aposentadorias, PEC do Teto de Custos, avanço das doenças transmitidas por mosquitos... -- deu um suspiro profundo -- Ai, chega, não vou mais estressar o tempo que sobra da hora de almoço com isso! -- dobrou o jornal e o colocou sobre a mesa

 

--Perceba que eu nem olhei pro jornal. -- Clarice respondeu antes de beber mais um gole do café

 

--Vamos falar de assuntos melhores. -- ajeitou-se na cadeira -- Como vai a busca de imóveis pela cidade? -- perguntou curiosa

 

--Terrível! -- revirou os olhos antes de finalizar o café -- Só nos aparece coisa cara, horrível ou cara e horrível!

 

--É ano de Olimpíada! -- salientou -- Vai demorar para os preços voltarem ao normal. Se é que vão! -- considerou

 

--Nem me fale. -- cruzou as pernas e passou a mão nos cabelos curtos -- Hoje em dia vejo que Zinara tinha razão em suas considerações sobre como resolver nossa situação. -- mirou um ponto no infinito -- Infelizmente não existe o curso de paleoceanografia em Cidade Restinga e em nenhuma parte do estado. E com essa crise, que agora é real, e esse governo, tampouco seria possível criá-lo... -- pensava em voz alta

 

--Hum, então quer dizer que a senhora andou pensando em se mudar pra lá? -- fofocava -- E sua mãe, como iria ser? -- queria saber

 

--Poderíamos comprar uma casa pra ela viver perto de nós no bairro de Zinara. E seria bem mais em conta que comprar qualquer imóvel com um mínimo de dignidade por aqui. -- olhou para a amiga -- Cecília já vive lá e Raquel poderia ficar com a família na casa de mamãe. Além do mais agora que está grávida.

 

--É... vocês têm opções, mas cada uma exige uma renúncia. Tem que pensar bem! -- considerou

 

--E você não sabe como temos pensado! -- revirou os olhos

 

--E trepado também, né, amiga? -- brincou -- Afinal de contas, ninguém é de ferro!

 

--Fala baixo, criatura! -- ralhou divertida olhando para todos os lados -- E vamos nos levantar que acabou o recreio. -- pegou a bolsa e se levantou

 

--De volta pro batente. -- pegou as coisas e se levantou também -- E o neném da tua irmã, é pra quando? -- começaram a andar

 

--Novembro. -- respondeu sorridente -- Por coincidência, nesse mesmo mês Zinara também vai ganhar mais um sobrinho. -- pensava no filho de Nagibe

 

--E Cecília? Você falou que ela e o cabra da peste lá tavam pensando em adotar. -- olhou rapidamente para a amiga

 

--Eles querem, mas tá difícil. -- ajeitou a alça da bolsa no ombro -- Adotar criança dá muito trabalho, nem queira saber.

 

--Pois é, mas jogar uma no mundo é mole. -- atrasou o passo -- Hoje minha sala de aula é nesse corredor aqui. -- apontou brevemente -- Até loguinho! -- deu um tchauzinho

 

--Até mais, querida. -- retribuiu o aceno e seguiu caminhando

 

***

 

Rosa Maria estava deitada sobre uma esteira forrada com lençois velhos. Seu corpo cansado se recuperava do parto natural que havia acabado de experimentar. Os dois recém nascidos, que sofridamente trouxera ao mundo, estavam sendo delicadamente cuidados por uma enfermeira aposentada que prestava serviços de caridade junto à igreja do bairro. A mulher usava uma surrada bacia de alumínio, com a qual a mãe de Rosa costumava a lavar roupa. Havia acabado de banhar um menino, enrolando-o em uma pequena mantinha que trouxe como presente. Agora passava um pano úmido no outro garotinho.

 

--Assim que acabar com esse menino, enrolo ele na outra mantinha e coloco os dois aí a seu lado, visse? -- olhou rapidamente para a jovem -- Os bichinho precisa de calor de mãe.

 

Rosa esboçou um sorriso cansado e nada respondeu.

 

--Já pensasse nos nomes deles? -- perguntou enquanto limpava uma das perninhas da criança

 

--Davi e Salomão. -- afirmou com voz fraca -- Nome de reis. -- explicou

 

--E quem é quem? -- sorriu para a moça

 

--Davi é o que a senhora já banhou. Salomão é esse que cuida agora.

 

--Então assim será! -- olhou carinhosamente para as crianças -- E esse vai ser um ano pra se lembrar. -- olhou novamente para Rosa -- Quando nossos filhos nascem, tudo muda.

 

A jovem concordou em silêncio.

 

--Gêmeos! -- o pai de Rosa andava nervosamente de um lado a outro na sala do casebre em que viviam -- Não bastasse ter pego barriga, ainda pariu dois! -- passou a mão na cabeça calva

 

--Fale baixo, homi, que a enfermeira pode ouvir! -- sua esposa ralhou discretamente -- E foi uma sorte essa mulé ter ficado acompanhando a gravidez de Rosa, porque de outro modo nem sei como seria. -- prestava atenção nos movimentos do marido

 

--Sorte e azar, porque desde que esse mulé apareceu, Rosa nunca mais se deitou com homi e o dinheiro tem feito falta! -- reclamou inquieto

 

--Oxe, que nenhum homi ia querer se deitar mais ela com o barrigão do tamanho que tava. -- retrucou -- Então não foi azar nenhum!

 

--Humpf! -- fez um gesto de desprezo -- Eu só sei de uma coisa: -- olhou para a esposa -- depois que essa dona for simbora e passar uns dias pra poeira se assentar, Rosa tá na rua. -- deu um soco na parede e saiu de casa

 

***

 

--Mas então, meu amor, você ainda não me disse como terminou a tal discussão lá no Departamento por conta do Planeta Nove. -- Clarice comentou enquanto fatiava uma cebola -- Tô curiosa até agora.

 

--Posso dizer que foi intenso! -- olhou rapidamente para a amada -- Acho que nunca na história desse país, os astrônomos da Federal de São Sebastião se engalfinharam tanto! Rihon wa ghaymon wa barkon wa raadon wa tajlon wa naroon! (Vento e nuvens e relâmpagos e trovões e gelo e fogo!) Ou seja, uma danação completa! -- tirava a casca de uma lagosta -- Eita! -- balançou a mão esquerda rapidamente -- Eu nunca faço amizade com as pinças dessas bichas! 

 

--Hum, fez dodói, minha caipirinha? -- interrompeu o que fazia e aproximou-se da outra cheia de dengo -- Cadê, me mostra? -- segurou a mão da astrônoma delicadamente

 

--Nada que minha Sahar não possa curar com sua presença de Al Sitol Nisaa (A Rainha das Mulheres)... -- beijou-a brevemente nos lábios -- Não se importe com minhas mãos sujas por limpar lagosta. -- recolheu a mão lentamente -- Khod ayne mne o tol alayaah! (Tome meus olhos e me veja!) -- sussurrou no ouvido da namorada

 

--Ai, não faz isso, sua caipirinha safada! -- segurou o rosto dela com as duas mãos e a beijou -- Você é muito da safadinha, sabia? -- sentia seus lábios serem delicadamente mordidos -- Mamãe tá em casa... -- beijou-a

 

--No LivrodasFuça... com... minha maama... -- respondeu entre beijos

 

--Cê vai ficar me beijando sem me tocar? -- sorriu com os olhos semicerrados

 

--Mãos de lagosta... -- beijou-a novamente -- Mas espere amanhã à noite. -- mais um beijo -- Khalli balak enti lyia... (Tenha cuidado que você é minha...) -- beijou-a com intensidade

 

“Mamãe que me perdoe, mas nessas horas a bousa fica indócil!” -- Clarice pensou enquanto se entregava ao beijo

 

Siriema: A sinhora tá vendu as nutiça? Diz qui o tar di Mic Grumpio tá fazendu us maió furdunçu modi ganhá as eleição.

 

Leda achou graça do que leu. -- Que Mic Grumpio, criatura? É Mickey Grump! -- riu sozinha -- Esse caipirês dela... -- voltou a digitar

 

Donabord: Eu tô sabendo daquele bicho cor de rosa. Ao invés dele ficar falando besteira, deveria era correr atrás de uma dermatologista pra ficar com a pele da cor de gente normal.

 

Amina ficou sem entender o comentário mas continuou a prosa.

 

Siriema: Najla falô qui si essi homi cunsigui vencê lá nus istrangêru, podi sê qui aqueli homi daqui também cunsiga. O tar di Bozoliaro.

 

Donabord: Pois é, imagine só. Clarice tem pavor desse aí!

 

Siriema: E falandu nela, comu qui tá sua minina?

 

Donabord: Tá ajudando a sua menina a preparar um almoço especial pra mim, mas do jeito que vai a lambição naquela cozinha, essa comida não fica pronta antes da meia noite! kkk

 

Siriema: kkkk

Siriema: Dá umas parmada nessas minina, ya Leda. Num podi ficá di lambição im quarqué hora!

 

Donabord: Pode ficar sossegada que eu tô marcando o tempo aqui. Quando menos elas esperarem, chego lá e acabo com a lambição.

Donabord: Eu com fome sou um perigo!

 

Siriema: Avi Maria! kkkkk

 

--Amor, pára... -- Clarice interrompeu o beijo dengosa -- A gente tem que cuidar desse almoço e mamãe tá tão quietinha lá no quarto que me dá medo. -- brincou e ambas riram

 

--Verdade, Sahar, ainda temos muito a fazer. -- suspirou -- Yaalah! (Vamos!)

 

--Yaalah! (Vamos!) -- repetiu

 

As duas mulheres voltaram a cuidar de seus afazeres.

 

--Mas me fale sobre o caso do Planeta Nove. -- insistiu -- O que tanto se discutiu afinal? -- pegou alguns tomates

 

--Bem, tudo começou quando logo pela manhã um dos professores do Departamento chegou dizendo que esteve em um colóquio internacional e um estudo que foi apresentado lá enfraquecia absurdamente a hipótese de existência do Planeta Nove. Daí olhou pra mim e disse que o tema do meu pós doc era uma farsa porque se baseava em premissas irreais. -- continuava limpando lagostas -- “Planeta Nove é questão de fé”. -- imitou o homem -- Eu nem tive tempo de responder, porque meu orientador foi logo dizendo que tinha nada de fé nessa história e que o Planeta Nove tem sido seriamente discutido há anos, especialmente a partir de 2012, quando se observou a órbita peculiar de alguns corpos celestes nas “bordas” -- fez aspas com dedos -- de nossa galáxia, o que só poderia ser explicado pela atuação da força gravitacional de um planeta grande e massivo. -- colocou toda carne das lagostas numa panela grande

 

--E ele? -- picava salsinha

 

--Abriu a boca pra responder, mas uma colega foi mais rápida e saiu logo dizendo que justamente neste ano de 2016 uma dupla astrônomos publicou um artigo que não apenas mencionou os objetos da tal órbita estranha nos confins da galáxia, como também mostrou essas órbitas. -- pegou um vidrinho de leite de coco -- O trabalho explicou como um corpo massivo estaria influenciando na trajetória desses objetos, de modo que a comunidade científica como um todo reconheceu que era difícil ignorar as evidências de que algo estava estranho naquela região; algo que poderia ser explicado pela presença de um planeta ainda não detectado pelos telescópios. -- pegou tudo que a namorada havia picado e colocou em uma panela pequena para preparar o molho -- Wzamlayiy litafa'a. (Eu tenho colegas legais.) -- reconheceu

 

--Mas ele não se deu por vencido. -- deduziu -- Vou acrescentar isso aqui. -- trazia mais tempero picado

 

--Min fadlik. (Por favor.) -- indicou a panelinha -- Ele insistiu dizendo que outros estudos sugeriram que o corpo massivo poderia ser um outro tipo de objeto cósmico, como buracos negros primordiais. E que não basta uma hipótese astronômica ser provável, é preciso que ela seja confirmada com dados observáveis. -- mexia o molho -- E eu, no único momento em que consegui falar, afirmei que a existência do Planeta Nove não foi descartada. O problema é bem mais complexo do que dizer se existem evidências ou não. É preciso ter dados muito melhores e mais exatos sobre centenas de objetos extremos transposeidianos antes de se chegar a qualquer conclusão. Até agora, temos apenas cerca de 20 deles identificados, o que é muito pouco pra determinar algo grandioso como um planeta desconhecido. -- explicava -- Daí concluí dizendo que meu pós doc se baseia num cenário de acontecimentos possíveis para o planeta Água se o Planeta Nove realmente existir e estiver se aproximando de nós em sua órbita de período tão longo quanto estimamos. -- entornou o molho na panela das lagostas -- Ele novamente disse que era uma farsa, que sou uma pesquisadora desacreditada e nisso o fuzuê foi completo. Barata voa total. -- mexia a mistura -- Ibn il-Homaar! (Filho de um burro!) -- resmungou para si

 

(Nota da autora: baseado em https://canaltech.com.br/espaco/planeta-9-estudo-enfraquece-hipotese-de-existencia-deste-mundo-transnetuniano-179101/)

 

--Que homenzinho desagradável! -- a paleoceanógrafa foi ver a panela de arroz -- Que ele discorde de você ainda vá lá, mas faltar ao respeito dessa forma? -- fez cara feia

 

--O furdúncio aconteceu exatamente por isso, pela falta de respeito. -- contava -- Mas eu nem pude mais argumentar porque foi tanta gente falando ao mesmo tempo que só você vendo! Nem usritii (minha família) seria capaz de tanto barulho! -- riu sozinha -- E olha que o povo de Cedro sabe fazer um som! -- brincou

 

Donabord: Agora a lambição deu um tempo e elas tão fazendo comida e falando de planeta. Essas coisas de ciência.

Donabord: Não tem jeito. Essas nossas meninas são tudo doida!

Donabord: kkkkk

 

Siriema: kkkk

Siriema: Devi di sê di tantu istudá!

Siriema: Ya Leda, mais falandu im famia, ocês vêm finar di anu passá mais nóis? Tem qui sabê modi já í preparandu us trem.

 

Donabord: Adoria, mas minha neta vai nascer em novembro. Infelizmente a viagem é muito puxada pra uma criança que vai ter somente um mês de vida em dezembro.

Donabord: Minha outra filha também pediu pra vir com o marido, Ritinha e Zezé passar as festas aqui na cidade. Eles nunca vieram, querem conhecer minha netinha e desejam romper o ano em Princesinha do Mar.

Donabord: Então dessa vez é só Clarice que vai estar com vocês no natal. No ano novo não sei o que ela e sua menina pretendem.

 

--Sabe Deus onde essas duas vão acasalar nesse reveillón! -- Leda resmungou para si mesma

 

Siriema: Nóis tudu vai sinti sardadi. Quandu é fé, Khadija podi inté chorá. Ela gosta di seu netu pur dimais da conta!

 

Donabord: E ele dela.

Donabord: Eu também gosto de vocês como se fossem da minha família, mas nesse ano não vai dar pé.

Donabord: Se Deus quiser, no ano que vem!

 

Siriema: Mais vem visitá o fio di Nagibe e Dora! Ya Leda num tem pricisão di isperá o finar do anu qui vem pra si juntá aqui mais nóis, num sabi?

 

Donabord: Eu sei, minha amiga. Falo com Clarice.

Donabord: E as portas de minha casa também estão abertas pra vocês. Quero que também venham ver minha neta.

 

Siriema:Quem também vai ficá cum sardadi da sinhora vai sê ya Zeferino. Eli tava contandu di lhe vê nessi finar di anu...

 

Donabord: Pois pode dizer que eu nem lembro que ele existe!

 

--Mas será possível que Amina nunca desiste de me enrabichar com algum perna fraca de plantão naquela roça? -- deu um soco na mesa -- Que praga!

 

Zinara e Clarice ouviram o barulho do soco e se entreolharam desconfiadas.

 

***

 

--Como dizem os funkeiros: demorou mas abalou! -- Leda deu uma boa garfada -- Bom... -- mastigava satisfeita

 

--Que bom que ya Leda tá gostando desse almoço! -- a astrônoma sorriu -- Ana mabsoutah! (Estou feliz!) -- olhou para Clarice -- E você, Sahar? Que está achando?

 

--Também amei! -- bebeu um gole de vinho -- E essa manteiga de garrafa deu um gostinho todo especial. -- deu uma garfada -- Hum... -- saboreava

 

Sorriu mais uma vez. -- Foi tudo feito com muito carinho! -- garantiu -- E com sua ajuda maravilhosa não poderia ficar menos que bom. -- declarou melosa -- Jayed jedan! (Muito bom!) -- deu uma garfada

 

--Muito carinho e muita lambição! -- Leda complementou -- Pensei que meu destino seria morrer de fome até meia noite! -- deu outra garfada

 

--Mamãe!! -- a paleoceanógrafa morreu de vergonha

 

--O tempo passa e você nunca deixa de pegar pilha fácil. -- deu outra garfada

 

Zinara achou graça. -- Ya Leda tem razão... La mo'axza (Desculpe). -- limpou os lábios com guardanapo -- Mas é que...

 

--É muito amor, eu sei. -- interrompeu a outra com um gesto despreocupado -- E um queimor nas curnichas também. -- deu mais uma garfada

 

--Mamãe!! -- Clarice quase se escondeu debaixo da mesa

 

A astrônoma também ficava envergonhada, mas não podia evitar de achar a idosa engraçada em seus comentários. -- Ya Leda não perde uma... -- deu uma garfada

 

--Mas e então, menina? -- limpou os lábios com guardanapo ao finalizar a refeição -- Aliás, a pergunta é pras duas: -- encostou-se na cadeira e cruzou os braços -- como vai ficar a situação de vocês? -- queria saber -- Daqui a pouco esse teu pós doc se acaba e como é que vai ser?

 

A paleoceanógrafa ficou calada esperando Zinara responder.

 

--Vamos começar pela parte mais fácil. -- pensava em como falar -- Em relação ao pós doc, tenho pensado em pedir uma prorrogação de mais um ano. -- explicava -- Um jovem que orientei quando estudei na Gália está fazendo o doutorado agora e vai ficar por todo ano que vem usando os recursos do Observatório de Uruba no Hemisfério Sul. Ele me convidou para ser sua co-orientadora. -- olhava para as duas mulheres -- Como Terra de Santa Cruz é país membro da organização que controla estes recursos e a Universidade Federal de São Sebastião busca interagir mais com esse Observatório, de repente eu poderia passar uns três meses lá, buscando evidências do Planeta Nove e orientando o aluno. -- falava receosamente -- E daí nos outros nove meses, ele faria as demais observações e eu continuaria aqui na cidade, buscando um imóvel pra viver com sua filha e uma oportunidade de trabalho. -- sorria timidamente -- O Departamento ainda não sinalizou nada pra mim aqui... -- pausou por instantes -- Kulle muskila wa-liiha Hall... (Todo problema tem uma solução...) Esse também terá. -- queria demonstrar otimismo

 

--Como é que é?? -- Clarice encerrava seu almoço -- Explica melhor essa parte em que você pretende passar três meses em outro país! -- limpou os lábios com guardanapo

 

“Sinto que me dei mal!” -- Zinara pensou encurralada -- “Dah JaHiim! (É um inferno!)”

 

--Deixa pelo menos ela terminar de comer. -- Leda pediu -- A hora da refeição é sagrada e eu já tô na boca de espera da sobremesa!

 

--Eu ia te contar sobre esses planos, Sahar. -- tentava acalmar a outra -- Não consigo pensar em outro modo de pedir uma prorrogação de prazo. -- ajeitou-se na cadeira -- Já estamos no final de agosto, tenho muito que desenvolver nesse pós doc e nenhuma justificativa pra prorrogar se não essa de aproveitar a oportunidade que comentei. -- estava tensa -- Eu nem pude me dedicar aos estudos como deveria, porque passamos muito tempo buscando imóveis, tentando ajustar nossa vida... essas coisas têm um preço! Sa'ban ‘alay... (É difícil para mim...)

 

--TUDO é difícil pra você, Zinara Raed. -- levantou-se -- O almoço estava maravilhoso, mas não quero sobremesa agora. -- olhava firmemente nos olhos da outra -- Obrigada. -- retirou-se e foi para seu quarto batendo a porta com força

 

--Eita, quebra a porta, bicha! -- Leda ralhou em voz alta -- Não fazia essas coisas na adolescência pra fazer agora depois de burra velha. -- fez cara feia

 

A astrônoma ficou parada sem nada fazer. Olhava para o prato com desânimo.

 

--Termine seu almoço, minha filha. -- Leda aconselhou com jeito -- Eu não fiz a pergunta por mal, mas Clarice é sempre muito ansiosa e... me perdoe, eu deveria ter ficado quieta.

 

--Tudo bem, ya Leda. -- pegou os talheres para voltar a comer

 

--A situação de vocês é complicada mesmo, nenhuma das duas pode simplesmente largar tudo de mão e se mudar com os olhos fechados. -- continou falando -- Dê um tempo pra ela assimilar isso e daí vocês conversam. Esse ano tá mesmo esquisito. -- pausou brevemente -- Mas depois de acabar de comer vamos atacar a sobremesa, porque adoro bolo de tapioca!

 

Zinara deu um sorriso triste.

 

 

CAPÍTULO 176 – Decisões Inesperadas

 

--Eu ainda não entendi porque a senhora deseja trabalhar conosco, doutora Jamila. -- uma mulher de meia idade entrevistava a advogada -- Alguém na sua situação poderia montar seu próprio escritório e trabalhar pra si mesma ao invés de querer se juntar a um escritório como o nosso, que embora reconhecido não está na crista da onda. -- cruzou as pernas -- Perdoe perguntar mas não cheguei aonde estou sendo inocente: o que pretende? -- estudava o rosto da outra

 

--De fato penso em montar meu próprio escritório, mas não ainda. Preciso de mais experiência e de mais capital também. -- respondeu com sinceridade -- Depois de meus últimos trabalhos tenho estudado o Direito Ambiental e não vejo escritório melhor para trabalhar nessa área senão este. -- olhava nos olhos da mulher mais velha -- Defendo a proteção legal para a água subterrânea e demais fontes de água potável. -- explicava -- Saber que apesar da água ser um elemento indispensável a toda e qualquer forma de vida, foi somente em 28 de julho de 2010 que a Assembleia Geral das Nações Amigas reconheceu o direito humano à água potável, segura e limpa, e ao saneamento como algo essencial para fruição do direito à vida me revolta! Sabe por que? Porque demorou muito a acontecer! Não podemos deixar que os interesses de grandes corporações passe por cima de tudo e todos!

 

--A nossa Constituição garante a inviolabilidade do direito à vida. Consequentemente a lei deste país reconhece o direito à água. -- respondeu simplesmente

 

--E quantas crianças morrem diariamente neste país por doenças transmitidas pela água? E quanto ao movimento pela privatização das empresas estatais de águas e saneamento? -- debruçou-se sobre a mesa da outra -- Eu sei que esse escritório -- apontou para o chão -- está engajado na luta contra esse movimento. E desejo muito fazer parte disso! -- afirmou resoluta -- Não quero ficar parada vendo a privatização de um recurso que deve ser sempre de acesso universal!

 

A mulher sorriu. -- Está pronta pra começar na segunda?

 

--E por que não hoje? -- perguntou com um sorriso desafiador

 

***

 

--E foi assim que aconteceu meu primeiro dia de trabalho. -- Jamila contava as novidades enquanto lanchavam -- Posso te dizer que minha nova chefa ficou de boca aberta comigo. -- mordeu o pão

 

--E que seja só a boca a ficar aberta! -- advertiu brincalhona antes de morder seu sanduíche

 

--Galega boba! -- achou graça -- Ya-illi enti agmal hikaya! (Você é minha história mais bonita!) Não tem outra. -- deu outra mordida -- "Tenho que parar com essa mania de falar frases na língua de Cedro. Cátia não é Zinara!” -- repreendeu-se mentalmente

 

--Eu não esperava que você fosse tomar essa decisão, mas apoio. Se te faz feliz... -- bebeu um gole de suco

 

--É o que pretendo por ora. -- deu outra mordida no pão

 

--Mas não foi só você que tomou uma decisão inesperada. -- limpou os lábios com guardanapo -- Hoje também fiz uma coisa que nunca imaginei que faria. -- fez um suspense

 

--Que seria...? -- perguntou curiosa ao terminar o lanche

 

--Me inscrevi na Chapa Senta Pua! -- bebeu o último gole de suco

 

--Oxe, e o que diacho é isso? -- achou o nome curioso

 

--A chapa de oposição à atual direção do Sindicato dos Trabalhadores da Educação da nossa Federal. -- explicou sem rodeios -- Vamos disputar as eleições que vão acontecer em novembro.

 

Jamila ficou pasma. -- Quer dizer que você decidiu ser dirigente sindical? -- não acreditava -- Como vai conciliar isso com a vida privada, o trabalho...?

 

--Sei fazer várias coisas ao mesmo tempo e não vou te deixar carente por causa disso. -- prometeu -- Mas as coisas têm que mudar e a atual direção não nos representa! -- observava as reações da amada -- Não é de hoje que tenho sido sondada pra entrar na chapa mas finalmente decidi. Hoje, no último dia de inscrição!

 

A advogada sorriu para a loura. -- Teu coração mandou, não foi, minha galega?

 

--Sim. Sinto como sendo algo que realmente me cabe fazer! -- respondeu com sinceridade

 

--Então faça, habibi. -- segurou o rosto da outra com as duas mãos -- Ana laka! (Eu estou aqui para você!) -- beijou-a nos lábios

 

--Com você do meu lado, sou capaz de encarar qualquer coisa! -- desvencilhou-se da outra e se levantou -- Até encarar a ideia louca de ser dirigente sindical. -- segurou Jamila pelas mãos e a fez se levantar também

 

--Primeiro tem que ganhar as eleições, habibi. -- envolveu o pescoço da loura com os braços

 

--E a gente vai! -- puxou a advogada pelas pernas e a fez envolver sua cintura com elas -- Você vai ver! -- garantiu antes de beijá-la com paixão

 

--Amor... e a... louça? -- perguntou entre beijos

 

--Depois a gente cuida disso! -- imprensou a mulher contra a parede -- Agora eu quero é outra coisa... -- começou a despi-la com pressa

 

--Mas é descarada! -- fingia-se indignada ao começar a despir a outra também

 

--A gente vai virar esse país de pernas pro ar, meu bem! -- seguiu uma trilha de beijos até alcançar um seio -- Deliciosa... -- deslizou uma das mãos até o sex* da parceira -- Sempre gostosa... -- introduziu dois dedos

 

--Ah... -- fechou os olhos e entregou-se às sensações

 

***

 

--Ai, mamãe, será que minha sina é sofrer por amor? -- Clarice chorava no colo de Leda -- Raquel voltou pra Getúlio, Cecília se mudou de mala e cuia pra Cidade Restinga, minha amiga Magali se entendeu com Lúcia e até Cátia se casou com Jamila... -- fungava -- Será que só eu nunca vou conhecer essa felicidade? -- chorava

 

--Ô, menina, deixe viver arrumando problema... -- a idosa acariciava os cabelos da filha -- Será que você não vê que sua história com a caipira é diferente do caso dessa mulherada toda aí?

 

--Diferente por que? -- retrucou chorando -- Adamastor mora em Cidade Restinga e Jamila veio de lá...

 

--Mas acontece que sua irmã pode ser transferida sem perder o emprego e advogada trabalha em qualquer lugar que ela queira. Especialmente depois de todo bafafá que se fez ao redor do nome dela. -- ponderou -- Você e Zinara são professoras universitárias. Seu curso não existe em Cidade Restinga e o Departamento de Astronomia não tem previsão de vaga pra Zinara. Não percebe que é uma situação completamente diferente? -- continuava fazendo cafuné -- Além do mais Raquel, Getúlio, Magali e Lúcia são todos daqui e estão empregados. Não tinham o que resolver.

 

--Ai, mamãe... -- continuava chorando

 

--Essa prorrogação de pós doc é a única chance que aquela caipira tem de arrumar alguma coisa por aqui. -- argumentava -- Depois que você saiu da mesa desaforada e pisando duro, ela me disse que nesse governo do Vampirão nem vaga de professora convidada o Departamento anda oferecendo.

 

--Mas tinha que me inventar de ficar três meses fora do país?? -- protestou chorosa

 

--E vai que ela acha o tal do planeta misterioso? Duvido que não criem uma vaga pra ela na Federal daqui.

 

--Não é assim, mamãe... -- fungou -- Não serão três meses de observação espacial que farão Zinara encontrar um planeta que se procura há anos sem sucesso... -- sentou-se

 

--Desisto! -- levantou-se do sofá -- Aos poucos suas irmãs tomam jeito de gente mas você parece que nunca vai deixar de ser La Enviadita. -- seguiu para o quarto -- Vou pegar minhas coisas pra tomar banho e espero te encontrar com uma cara melhor quando terminar.

 

--A senhora nunca que esquece dessa Enviadita... -- resmungou baixinho -- E eu aqui cheia de problemas...

 

--E vai parando de chorar porque dentro de instantes começa a nova novela que eu tô acompanhando. -- advertiu ao se dirigir ao banheiro -- Não quero saber de barulho porque hoje tem revelações! Não vejo a hora de descobrir quem botou fogo no campo de morangos de Ariosvaldo Herreras! -- fechou a porta

 

Acabou achando graça. -- Mas ela se liga em cada coisa... -- balançou a cabeça

 

E nisso, a campanhia toca.

 

--A essa hora? -- olhou para o relógio

 

--Atende aí, menina! -- Leda gritou de dentro do banheiro

 

--Já vou. -- respondeu em voz mais alta ao se dirigir para a janela -- Ah! -- fez um bico -- Agora que você vem atrás de mim? -- reclamou consigo mesma -- Um instante. -- respondeu formalmente antes de correr para lavar o rosto

 

--Eita, que a cara dela não tá boa... -- a caipira disse para si mesma -- Ana mutafaa'il (Eu sou otimista), vai dar tudo certo! -- passou a mão nos cabelos -- Concentra, mulher, faz o teu melhor porque o momento é tenso! -- continuava falando sozinha

 

--Boa noite, Zinara Raed. -- Clarice cumprimentou seriamente ao sair de casa -- Lembrou que tem namorada só agora, a essa hora da noite? -- abriu o portão da rua -- Daqui a pouco a novela de mamãe começa e ela não quer barulho. -- foi logo dizendo -- “Encurralar essa caipira enrolada e enrolona!” -- pensou com decisão

 

Zinara cruzou o portão e segurou a namorada pela cintura, puxando-a para junto de si com decisão.

 

--Ui, que é isso? -- levou um susto -- Você acha que é assim, que resolve tudo se chegar me pegando desse jeito e...

 

--Wallahi, hobbak bi albi uwareedi! (Eu juro, seu amor está em meu coração e nas minhas veias!) -- afirmou olhando nos olhos com decisão -- Law sho ma sar b dammi... (Não importa o que aconteça você sempre estará no meu sangue...) -- falava com voz gutural

 

--Oi? -- respondeu abobalhada -- "Quando ela vem assim...” -- pensou antes de se recompor -- Ora, Zinara Raed, não vai ser tão fácil dessa vez! -- tentou se desvencilhar

 

--Você mesma disse que nada é fácil comigo, não foi? -- puxou-a novamente de encontro a si -- Será que não percebe que mudei tudo por sua causa e que continuo fazendo o que posso pra resolver nossa situação? -- olhava nos olhos -- Sitol Nisaa, tol omrik shayel hammi... (Rainha das Mulheres, você sempre carrega minhas preocupações...)

 

--Você... não convence mais repetindo essa abordagem de chegar aqui no meio da noite e... -- tentava resistir

 

--Naquela ocasião eu vim pra te provar que estava séria em meus propósitos de um futuro com você! -- interrompeu a fala da outra -- E agora eu vim pra te levar comigo e a gente resolver essa situação de uma vez por todas! Albeen daybeen wala she anak yabadny! (Dois corações se derretem e nada me manterá longe de você!)

 

“Gente, assim a pobre bousa não aguenta...” -- pensou embevecida

 

--Behebbik ya, Sahar! (Eu te amo, Amanhecer!) -- declarou antes de puxá-la para um beijo apaixonado

 

“Ai...” -- entregou-se ao beijo e deixou rolar

 

--Mas o que acontece nesse quintal que Clarice não volta? -- Leda perguntava-se intrigada enquanto se dirigia até a janela -- Será possível que depois de tanto chororô já tá de lambição com Zinara? -- olhou para fora. A escuridão não a deixava ver com detalhes mas podia perceber o que se passava -- Pronto, empinou a rabichola, tá no papo. -- concluiu balançando a cabeça contrariada -- Bem, pelo menos posso ver minha novela em paz. -- saiu da janela e foi pegar o controle remoto

 

***

 

--Sua louca! -- a paleoceanógrafa sorria com os olhos fechados -- Veio dirigindo naquele carro alugado e subindo a serra no meio da noite só pra me jogar numa cama e passar a madrugada fazendo amor comigo... -- aconchegava-se no peito da amante -- Caipira sem vergonha... -- falou cheia de dengo

 

--A gente precisava espairecer num lugar bonito como esse e conversar com calma. -- acariava as costas da amada -- Além do mais hoje é feriado e podemos descansar em paz. -- beijou a cabeça dela

 

--Feriado em pleno dia de quarta, diga-se de passagem. -- lembrou -- Amanhã é dia de trabalho, doutora Zinara Raed. -- alertou em tom brincalhão

 

--E amanhã ainda não chegou. -- continuava com suas carícias -- Vamos aproveitar o tempo pra falar sobre nós. -- propôs -- Lagaytek wel dinye leil (Eu encontrei você quando o mundo era escuro), aprendi a amanhecer e me recuso a te perder! Ya-illi enti agmal hikaya! (Você é minha história mais bonita!)

 

--Pare de sempre querer me seduzir. -- desvencilhou-se da astrônoma com jeito e se sentou -- Nós temos um problema aqui e não é essa sua decisão inesperada de me trazer pra cá que vai resolver as coisas. -- pegou um travesseiro para se encostar e se cobriu com o lençol -- E você disse que iríamos resolvê-lo de uma vez por todas. -- sentou-se e mirou bem nos olhos da morena

 

--É o que desejo. -- sentou-se também -- Você já conhece a minha proposta e se aborreceu com ela. -- passou a mão nos cabelos -- Quero ouvir a sua e tô disposta a aceitá-la seja ela qual for. -- também olhava nos olhos -- Aamal aeh? (O que eu deveria fazer?) -- perguntou diretamente -- Diga, e eu farei.

 

Aquela pergunta deixou a paleoceanógrafa sem resposta. -- Ora, meu bem, eu... -- não sabia o que dizer -- Se era pra eu decidir tudo sozinha...

 

--Não tô sendo oportunista, Sahar, apenas não sei mais o que fazer. -- respondeu com sinceridade -- Eu não consegui uma oportunidade em São Sebastião, minha única opção é prorrogar o pós doc. -- argumentou -- A menos que eu peça uma exoneração do meu emprego em Cidade Restinga e pegue qualquer emprego de brofeseer (professora universitária) que conseguir por aí. Ou então de mudarris (professora) em algum cursinho, escola de ensino médio, o que aparecer. -- considerou

 

--Isso não! -- discordou de pronto -- As coisas em Terra de Santa Cruz são sempre complicadas e não se pode jogar fora um emprego estável sem uma opção muito boa a se considerar.

 

--Mas eu não tenho essa opção! -- respondeu de pronto -- Outra possibilidade seria você tentar alguma coisa em Cidade Restinga, mas ciente de que também não seria fácil. E lá não tem departamento de paleoceanografia pra você fazer pós doc. Só se buscasse em outra área. Wana amil eh (Fazer o que)?

 

--Eu já pensei nisso também... -- ajeitou-se sob o lençol -- E não encontro tema que pudesse justificar a obtenção de uma bolsa em tempos de corte como esse em que vivemos. -- suspirou -- Tampouco se tem condições de criar um curso de paleoceanografia por lá!

 

--Hoje em dia é mais fácil o governo querer extinguir os cursos ao invés de criar novos... -- revirou os olhos -- Ya wail... (Que pena...)

 

Clarice gastou uns segundos calada até que admitiu: -- Você tem razão, não temos opção melhor que a prorrogação do seu pós doc.

 

Zinara suspirou e nada respondeu.

 

--Mas tem que passar três meses em outro país? -- reclamou -- Meio demais, né?

 

--A temporada no Observatório é o trunfo que eu tenho pra conseguir a prorrogação. Sem isso, não vai dar! -- argumentou

 

--E por que três meses?? -- insistiu manhosamente

 

--Porque é o máximo de tempo sem necessidade de visto. Facilita a vida. -- esclareceu -- E menos que isso não será suficiente pra conseguir uma quantidade mínima de dados pra justificar minha ida. -- pausou brevemente -- Batwannes beek! (Você está sempre comigo!) Não serão três meses a nos prejudicar em nada! Já passamos muito mais tempo longe uma da outra e estamos aqui, não é? -- sorriu

 

Virou o rosto para o lado e deu um suspiro profundo. -- Tem sempre resposta pra tudo, Zinara Raed? -- olhou novamente para ela -- Eu não tenho mais argumentos... -- também sorriu

 

--Então me diga sim! -- pediu -- Diga aywah (sim)! -- começou a engatinhar em direção a mulher -- Aywah, aywah... -- meteu-se por baixo do lençol e seguiu beijando as coxas da amada -- Aywah... -- sussurrou antes de invadir o sex* que se abria diante de si

 

--AH! -- gem*u alto -- Aywah, aywah!! (Sim, sim!!) -- fechou os olhos e reclinou o tórax -- AH! -- gritou

 

Zinara deleitava-se provocando a amada com língua e lábios enquanto suas mãos vagavam sem destino certo pelo corpo dela.

 

***

 

--Semana passada mãe Agda advertiu que precisamos nos previnir, pois virão tempos de dificuldade. Por causa disso, Amina e Raed decidiram fazer uma simples festa de natal no centro, igual no ano passado, e a festa de virada será aqui na casa deles, só com a família. -- Najla explicava os planos -- Como uma das filhas de ya Leda vai ter um bebê no mês que vem, só Clarice virá. Ninguém de Cidade Restinga. -- pensava em Zezé, Ritinha e na doutora Claudia -- Zinara também já disse que Fred e Gilson estão com outros planos e aquelas amigas de Clarice vão viajar pro sul.

 

--Mas aposto que Marco tá firme e forte, mamii! -- mexeu com a mãe

 

--Ah... esse é praticamente da família. -- ajeitou o lenço nos cabelos

 

--Praticamente meu padrasto! -- brincou novamente -- E a confusão no clube Cedro-Suriyyah? Resolveu?

 

--Que nada! A ganância da família do finado ya Rafi não tem limites, então nem vamos pôr os pés lá. Aliás, faz tempo que não damos as caras.

 

--Que pena! Aquele clube era massa... -- lamentou -- Mas olha, mamii, não deixa de tirar aquela nossa árvore genealógica de lá, a foto de Zinara e todos os retratos de usritina (nossa família) que tão espalhados nos murais! -- lembrou

 

--Sabe que ninguém aqui tinha pensado nisso? -- colocou uma das mãos na cintura -- Depois que a gente acabar de conversar vou falar com Raed sobre isso.

 

--Ah, mas não é só sobre isso que eu quero que você converse com todos aí. -- anunciou animada -- Em dezembro, finalmente, sua bint preferida, Aisha Raja Cesário, se formará em administração de empresas! -- falava com alegria -- UHU! -- deu um gritinho

 

--Oh, Aba, que notícia maravilhosa!! -- exclamou emocionada -- Ai, minha filha, orgulho de sua mamii... -- os olhos marejaram

 

--Será apenas uma simples colação de grau, mas vocês vêm na véspera e dormem todos aqui em casa. Posto os detalhes no LivrodasFuça! A cerimônia vai ser no dia 22. -- convidou -- Coisa bem simples mesmo, mas faço questão! -- sorria -- Ainda vou convidar Zinara e Clarice também.

 

--Faça isso, meu bem! -- estava feliz -- Falo com todos aqui e vamos nessa formatura, com toda certeza! Só se Deus não quiser! -- secou algumas lágrimas que escaparam dos olhos

 

--Ele quer, mamii, confia que tô sentindo que ando bem na fita da Alta Roda Celestial. -- brincou -- Não vejo a hora de ter todos aqui!

 

--E eu! -- estava empolgada -- Talvez apenas a família de Nagibe não vá porque terão um bebezinho em casa, mas os outros todos acho que vão sim! -- sorria -- Aí depois de comemorar sua formatura poderíamos vir todos pra cá e já emendar nas festas de natal!

 

--Ótima ideia! -- concordou

 

--Não sabe o quanto fico feliz por você e o que essa formatura representa! -- mal controlava a emoção -- É um renascimento, meu amor!

 

--Eu sei, mamii... eu sei! -- emocionou-se também -- Agora deixa eu ligar praquela caipira louca que atende pelo nome de Zinara. Acho que ela também vai gostar de saber.

 

--Com certeza vai! -- derramou mais algumas lágrimas -- Amo você, minha Aisha!

 

--Também te amo, mamii! -- passou a mão nos olhos -- Beijos!

 

--Beijos!

 

--Ai! -- desligou o telefone -- Esse negócio de formatura emociona a gente! -- buscou o contato de Zinara e esperou atender -- Oie! Tudo bem por aí? Adivinha quem tá prestes a se formar? -- saiu andando pela casa enquanto falava

 

--Eu entendo que é uma conquista imensa, também fico emocionada, mas esse negócio de convidar um monte de gente pra cá... Ela decide essas coisas inesperadamente, não me fala antes... -- Janaína resmungava consigo mesma -- Ah, mas eu vou ter uma conversinha com Marco e colocar ele pra chegar junto nessa verba aí comigo! -- decidiu -- Vai querer vir também pra ficar pegando minha sogra, não vai? Então põe a mão no bolso! -- cruzou os braços -- Sozinha num dou conta, não!

 

 

CAPÍTULO 177 – Estreitanto os Laços

 

Khadija estava em seu quarto. Após ter concluído suas lições da escola, iniciava a escrita naquele que seria seu primeiro diário. Assim como um dia fizera Zahirah, escrevia na bela caligrafia da língua de Cedro.

 

“Yoom Kitaabii (Meu Livro dos Dias),

 

Hoje é meu primeiro dia escrevendo e há palavras na língua de Cedro que ainda não sei. Mas eu aprenderei e saberei escrever o que minha cabeça é capaz de pensar.

 

Ana ismii Khadija Raed (Meu nome é Khadija Raed), filha de Dora e Nagibe Raed, e logo terei um irmão. Será menino e em novembro ele virá.

 

Virá também outra awlaad (criança). Será menina, ana a’arfa (eu sei), será filha de camm Cid.

 

E virão outros, mas de muito longe. São usritina (nossa família) e nós uniremos países. Eu falo todas estas coisas, mas como sou criança, ninguém me entende. Inshallah (Se Deus quiser) o tempo mostrará”.

 

***

 

Khalayla carregava com dificuldade dois baldes cheios de roupas lavadas. Seguia para os escombros que lhe serviam de morada, no que sobrou de um dos prédios da triste cidade de Al-Marash, a qual havia sido tomada pelo Estado Radical desde o final de 2014. Assim que seu pai a expulsou de casa, foi sequestrada pelos soldados e dada como escrava sexual a um dos combatentes. Sendo filha de um abastado comerciante local, vinha sendo poupada em função dos negócios escusos nos quais o pai se envolveu para beneficiar o Estado Radical e, ao mesmo tempo, proteger a família e continuar vivo. No entanto, depois que se viu sozinha e proibida de se revelar como pertencente ao clã de Korah, Khalayla admitia-se uma solitária seguidora de Allah, sem família ou pertences, indentificando-se pelo nome de Sofia.

 

Chegando em seu destino, tirou os sapatos e pôs os baldes no chão. Ao fechar a porta, tirou a burca e as luvas compridas, pegou os baldes novamente e estendeu as roupas no varal improvisado dentro do que seria a sala. Quando terminou, deu um suspiro profundo, olhou para o ventre crescido e pensou em como Allah poderia permitir que sua vida fosse reduzida àquilo que passava. Ajoelhou-se no chão e chorando sofridamente orou pedindo um pouco de Luz para seus dias de escuridão.

 

--As-Salamu Alaikum, Khalayla! (Que a paz esteja convosco, Khalayla!) -- uma voz masculina a saudou com brandura

 

--Ma hatha?! (O que é isso?!) -- perguntou apavorada ao se virar na direção da voz -- Oh, Aba! -- secou o rosto com as mãos -- Como sabe meu nome? -- olhou para o homem em pânico e correu para vestir a burca novamente

 

--Não tenha medo, não estou aqui para lhe fazer mal. -- falava na língua de Cedro

 

--Mabkat niya! (Não há mais bondade!) -- retrucou temerosa -- Não sei quem é e nem como entrou aqui sem ser impedido, -- terminava de ajeitar a burca -- mas quando Jijeli chegar e vê-lo aqui, ele vai te matar e me...

 

--Jijeli está longe agora e minha missão é ajudá-la a se livrar do jugo dele para sempre. -- interrompeu-a calmamente -- Dawaan il-Haal min il-muHaal (Tudo muda) e eu estou aqui para te mostrar que seu sofrimento terá fim.

 

--Mas como...? -- não entendia -- Eu não posso fugir, os soldados desgraçam as fugitivas! -- objetou nervosa -- E também nem saberia o que fazer...

 

--Oh, ya sahbi nwassik... (Oh, amiga, estou lhe orientando...) -- interrompeu-a mais uma vez -- Eu não tenho muito tempo. -- buscava acalmá-la -- Você precisa me ouvir, porque é necessário que se junte à outras pessoas que a ajudarão com seu filho, o qual não deve nascer aqui nesta cidade. Seu próximo destino é Al-Bukamal.

 

--Al-Bukamal?? -- balançou a cabeça confusa -- E como chegarei lá? Mal posso ir de uma esquina a outra sozinha!

 

--Você será instruída quanto ao que fazer. -- respondeu de pronto -- Confie em mim. -- pediu com humildade

 

Khalayla sentiu o corpo arrepiar ao perceber que a imagem do homem se desmanchava diante de si.

 

--Oh, Aba, era um santo! -- exclamou em choque -- Qual o seu nome, ya said (senhor)?

 

--Ana ismii Ahmed Raed (Meu nome é Ahmed Raed). -- respondeu simplesmente -- Um irmão que lhe aguarda bem longe daqui... -- desapareceu por completo

 

Khalayla prostou-se no chão louvando a Deus em agradecimento.

 

--Ê, ê, Pai José! Pela Luz do povo de Aruanda! -- mãe Agda estalava os dedos continuamente ao redor de Ahmed -- Eli cunsiguiu! -- sorria satisfeita 

 

Um homem incorporando um pai velho se aproximou e baforou fumaça de cachimbo por duas vezes em cima de Ahmed, que levantou a cabeça, respirou fundo e abriu os olhos.

 

--Tudo correu exatamente como deveria ser, akhuuya (meu irmão). -- ouvia Youssef lhe falar dentro da mente -- E tudo vai dar certo! Tenhamos fé!

 

--Eu tenhu fé, Youssef! -- respondeu em um sussuro -- E vô dá tudu di mim pra vê o mió acunticê. -- prometeu

 

***

 

--E foi o trem dus mais incrívi qui há, muié! -- Ahmed contava a experiência para sua esposa -- Cunsigui viajá pelus ispaçu inté chegá im Suriyyah, incontrá a moça e prosiá cum ela na língua di Cedro! -- falava empolgado

 

--Avi Maria! -- Catiúcia arregalou os olhos -- Mais comu podi?? E ocê num fala essa língua!

 

--Eu num sei ixplicá, mas as reza du pessoar du centru mi orienta a chegá ondi eu tenhu qui í e na hora di prosiá, as palavra vinha certa na minha cabeça e eu só fazia ripetí! -- olhava para a esposa -- E ela intindia tudo!

 

--E ocê intindia o que ela falava? -- estava pasma

 

--E num é? -- balançou a cabeça positivamente -- Tudinhu!

 

--Eu sempre achei qui aqueli centru tinha pudê, mas dipois dessa, nem sei o qui dizê. É coisa santa! -- benzeu-se

 

--E nóis tem tudu qui orá pur aqueli povu, purque é muita tristeza, muié! Muita mardadi! -- lembrava-se do que pôde ver

 

--É mêis... -- concordava

 

--Ô di casa! -- a voz de Nagibe se fez ouvir -- Óia quem incuntremu nu quintar? -- trazia Ahmed Mateus e Ahmed Lucas agarrados em suas pernas, um de cada lado -- Dois carrapichu dus mais terrívi! -- brincava e os sobrinhos riam

 

--Ih, ói quem chegô! -- Ahmed se levantou da cadeira sorridente -- Mininu, larga as perna du tio docês! -- ralhou com os filhos

 

Os garotos obedeceram o pai. -- Cadê Khadija, camm Nagibe? -- Ahmed Lucas perguntou curioso

 

--Khadija! -- Ahmed Mateus repetiu o nome da prima

 

--A prima docês saiu cum Cid, Penha e Cidmara. Daqui a pôcu tão tudu aí. -- respondeu sorridente

 

Ahmed preocupou-se com o que servir à família. -- Nóis acabamu di lanchá, mais inda tem ipim, batata doci e inhami. -- ofereceu -- Muié, será qui dá pra todu mundu? -- perguntou preocupado

 

--Passu um café agurinha e ponhu mais das raiz pra cunzinhá! -- Catiúcia se levantou também

 

--Tem pricisão não, muié! -- Dora fez um gesto despreocupado -- Já viemu di buchu cheiu e Cid, Penha e as criança também vai chegá du mesmu jeitu. -- sorriu -- Meu buchu tá cheio im todus us sintidu. -- brincou ao passar a mão no ventre

 

--Ô, genti, senta. -- Ahmed puxou as cadeiras -- Faiz favô. -- apontou

 

--Qui belezura di barrigão, hein? -- Catiúcia exclamou admirada -- Benza-te, Deus!

 

--Améim! -- o casal respondeu ao se sentar

 

--Nóis num qué dá trabaio. Viemu só modi fazê um cunviti. -- Nagibe complementou a esposa -- E Cid e a famia vem modi festejá mais nóis.

 

-- E qui cunvite é essi? -- Ahmed Lucas sentou-se no colo do tio

 

--É qual? -- Ahmed Mateus tentava sentar no colo de Dora

 

Os adultos riram.

 

--Mais espie pra issu, meus mininu tudu fuxiquêru! -- Ahmed sentou-se novamente -- A prosa é di adurtu, criança! -- ralhava sorridente

 

--Tô curiosa! -- Catiúcia também se sentou e apoiou o queixo em uma das mãos

 

Nagibe e Dora se entreolharam sorridentes.

 

--Fala, homi. -- Dora colocou Ahmed Mateus no colo -- Elis tão doidinhu pra ti oví.

 

--E tá mêis! -- Ahmed Lucas deu razão

 

--Eu vô diretu sem arrudeio. -- olhava para o irmão -- Nóis qué dá nossu fio procês batizá.

 

--Prus dois. -- Dora complementou

 

Ahmed e Catiúcia se entreolharam surpreendidos.

 

--Ah, mais eu... -- não sabia o que dizer -- Eu pensei qui ocê ia dá eli pra Cid, Zinara...

 

--Ô intonci Cid e Penha... -- Catiúcia complementou

 

--Cid e Zinara mi disseru qui fizemu bem im tê pensadu im ocês. -- Nagibe respondeu de pronto

 

--Diz qui qué, baba! -- Ahmed Lucas pediu

 

--Qué! -- Ahmed Mateus colocou uma das mãozinhas no ventre de Dora e sorriu

 

--Eu... -- estava emocionado -- Eu nunca qui pensei...

 

--Anêim eu. -- Nagibe respondeu com sinceridade -- Inté bem pôcu tempu... -- ficou feliz com a emoção que percebeu no casal

 

--Eu nunca qui fui madrinha... -- Catiúcia também sentia-se valorizada

 

--Mais pur que? -- Ahmed não intendia -- Ocê e Cid sempri fôru us mió amigu e ocê sempri foi apegadu a Zinara... -- olhava para o irmão -- Pur que nóis?

 

--Inté pur causu di política nóis já brigô... -- Catiúcia lembrou envergonhada

 

--Us padrinhu são aquelis qui orienta nossus fio im nossu lugá, qui aconseia, dá bênça. -- Nagibe explicava -- Só si dá pra batizá fio pra quem si tenha confiança, admiração... -- pausou brevemente -- e amô. -- seus olhos marejaram

 

--Oviu issu, muié? -- Ahmed levantou-se segurando as lágrimas -- Aceitu! -- sorria -- Aceitu sim!

 

--Eu também! -- Catiúcia estava igualmente emocionada

 

Nagibe colocou o sobrinho de pé e se levantou para abraçar o irmão. Os dois homens choraram de felicidade e selaram sua amizade como nunca haviam feito até então.

 

--Dêxa eu falá cum sua mãe, meu bem. -- Dora colocou Ahmed Mateus de pé e se levantou -- Pelu fim di nossas birra, cumadri. -- abriu os braços

 

--Ai... -- abraçou a cunhada com cuidado -- Ocês qué matá nóis du coração... -- derramou algumas lágrimas -- Qui filicidadi!

 

Ahmed Lucas e Mateus se entreolharam sem entender toda aquela emoção, mas resolveram imitar os adultos e se abraçaram também.

 

***

 

Khalayla viajava na boleia desconfortável de um caminhão imundo. Escondida junto à verduras, seguia para Al-Bukamal sem que ninguém soubesse. Respirava com dificuldade e sentia-se quase cozinhar devido ao calor do abafamento, agravado pela burca que vestia e do plástico com o qual se cobria. Orava a Allah para que abreviasse a viagem e logo chegasse a seu destino.

 

--Ghafwan! (Seja bem vinda!). Você está prestes a chegar em seu novo lar. -- uma voz conhecida lhe saudava

 

--Oh, Aba, é o santo! -- abriu os olhos e lhe pareceu ver Ahmed sentado a seu lado

 

--Quando você chegar e eles começarem a descarregar o caminhão, confie nos olhos da inocência. Eles lhe mostrarão o caminho -- olhava para a jovem

 

--Olhos da inocência? -- não entendia -- Laa acrif... (Eu não sei...) -- sentia-se confusa

 

--Rahimaka Allah! (Deus te abençoe!) -- desapareceu lentamente

 

--Oh, Aba, o que quer dizer isso? -- sentia-se angustiada -- Olhos da inocência, onde há inocência neste lugar? -- sussurrava consigo mesma

 

Minutos depois o caminhão pára, o motorista desce e várias vozes se fazem ouvir. Khalayla percebeu que aos poucos as verduras eram retiradas.

 

--Isso é um absurdo! Ya said (O senhor) deveria se envergonhar! -- Emir protestava revoltado -- Acordamos cedo e nos arriscamos por estas ruas perigosas para vir comprar alimentos e tudo que nos traz são estas verduras horríveis? E a este preço? -- falava de cara feia -- Ralã! (expressão de desprezo)

 

--Shoo sarlake? (O que acontece com você?) -- o motorista respondeu sem demonstrar respeito -- Os outros que estavam me aguardando já compraram o que podiam e se retiraram, agora te cabe decidir se vai querer ou não. -- gesticulava -- Estamos em tempos de guerra e passei um inferno para conseguir chegar e sair de Al-Marash. -- contava -- Se vai querer comprar alguma coisa, vá pegar no caminhão e me traga aqui para pesar. Se não, favor se retirar pois daqui a pouco virá mais gente e não tenho tempo a perder com discussões! -- ajeitou a calça

 

--Tiizak Hamra (Seu rabo é vermelho), maldito! -- resmungou em voz mais baixa

 

--Giddu! -- Kalil arregalou os olhos. Tinha medo que o motorista ouvisse aquelas palavras

 

--Preciso me ausentar rapidamente e vou confiar em sua honestidade. -- o homem percebeu que precisava ir ao banheiro -- Volto em instantes. Macasalaama (Até logo).

 -- caminhou em direção a uma padaria maltratada que se encontrava ali perto

 

--Humpf! -- Emir cuspiu no chão em desprezo e acompanhou o outro com o olhar -- Venha, Kalil. Vamos até lá pegar algumas verduras. -- dirigiram-se até o caminhão

 

Apesar de sua deficiência física, o menino era ágil e conseguiu subir na boleia do caminhão sem grandes problemas.

 

--Ali! -- Emir apontou -- Pegue as verduras dali que estão menos piores. -- orientou

 

Conforme ia removendo as verduras do lugar, Kalil percebeu que havia algo estranho. Enquanto isso, Khalayla sentia o coração acelerar, sem saber o que estava prestes a acontecer.

 

--Vamos, menino! -- Emir apressava o garoto -- Daqui a pouco virá mais gente e o que é ruim ficará pior! -- estava impaciente

 

E de repente, Khalayla e Kalil viram-se frente a frente.

 

--AH! -- gritaram ao mesmo tempo

 

--O que foi dessa vez? -- o homem não entendeu -- Dah JaHiim! (É um inferno!) -- contornou o caminhão para se aproximar mais da posição em que o neto se encontrava -- "Estou louco ou também ouvi um grito de mulher?” -- pensou

 

--Giddu! Uma mulher! -- Kalil apontava para a jovem -- Não tenha medo! -- pediu olhando nos olhos dela -- Somos pessoas boas. Wallahi! (Eu juro!)

 

“Confie nos olhos da inocência...” -- a jovem pensou -- Eu confio... -- respondeu quase num sussurro

 

Emil chocou ao ver uma mulher de burca escondida no caminhão. -- Você é louca, mulher? O que faz aí? -- gesticulou

 

--Ajude-me a sair daqui, ya said, min fadlak (senhor, por favor)! -- pediu súplice -- Estou prestes a parir meu filho e fujo dos horrores do Estado Radical!

 

--Axra min kida mafiiš (Não há merd* pior do que essa)!! -- resmungou mal humorado -- Venha, seja rápida e segure em mim. -- olhou para o neto -- Kalil, ajude tirando as verduras e esse plástico de cima dela.

 

Fizeram como solicitado e logo Khalayla estava de pé ao lado de Emir.

 

--Por favor, senhor, leve-me com vocês! -- implorou com voz fraca -- Sinto que meu filho nascerá a qualquer momento! Ya sheen theek izziwaya? (O que será de mim?)

 

O homem não desejava levá-la de forma alguma, no entanto, ao mesmo tempo parecia-lhe que algo o impedia de dizer não. Kalil suplicava-lhe com os olhos.

 

***

 

--Com licença? -- deu três batidinhas na porta -- Masaa Il-kheer! (Boa tarde!) -- sorriu -- Será que eu poderia falar com a professora doutora Clarice Lima Verrier? -- perguntou com formalidade

 

Surpreendeu-se com a visita inesperada e respondeu com a mesma formalidade. -- Pois não.

 

--Ainda está no seu horário? São quase seis da tarde. -- entrou na sala respeitosamente

 

--De fato, eu já estava prestes a encerrar o expediente. -- desligou o computador e olhou novamente para a outra -- Mas... com quem estou falando, por gentileza?

 

--Oh, perdoe. -- deu um rápido tapinha na testa -- Professora doutora Zinara Raed. Tacharrafna (Prazer em conhecê-la)! -- fez uma saudação

 

--E no que posso lhe ser útil? -- cruzou os braços bem humorada

 

--Gostaria de convidá-la para jantar comigo em um restaurante de comida viva. -- aproximou-se da outra -- E enquanto vivemos essa experiência diferente aproveitamos para nos conhecer melhor. -- debruçou-se sobre a mesa

 

--E por que eu aceitaria esse convite? -- perguntou desafiadora

 

--Porque... -- reclinou-se mais sobre a mesa -- Nedik 3omri testahli galbi! (Eu vou me casar com você que vale o meu coração!) -- respondeu com voz gutural

 

--Ai... -- suspirou apaixonada

 

--E aqui no seu local de trabalho, não posso ter o que mais desejo. -- falava com voz hipnótica

 

--Que é o que? -- perguntou antevendo a resposta

 

--Bousa ala shafayef (Beijo nos lábios)!

 

“Zinara é capaz de tudo por minha bousa...” -- pensou embevecida

 

***

 

--Parece que você agora adotou um delicioso hábito de me sequestrar na véspera dos feriados que caem nas quartas-feiras. -- afirmou divertida -- Primeiro foi aquela fugida pra serra e agora essa experiência gastronômica. -- pegou um cracker -- Adorei essa tal textura de tomate! -- deu uma mordida -- Delícia!

 

--Foi uma dica de um colega do Departamento. Quando ele começou a falar, sabia que você iria gostar, Sahar. -- bebeu um gole de suco -- E as bebidas também são da melhor qualidade! -- elogiou

 

--A carta de vinhos é ótima. -- pegou o copo -- Como você dirige, posso saborear. -- deu um gole

 

--Fique à vontade. -- piscou para a outra

 

Após alguns minutos de degustação silencionsa, Clarice perguntou: -- E o que vamos fazer neste final de ano? -- serviu-se com uma tapa vegetariana -- Ainda não definimos e daqui a pouco é dezembro.

 

--Pensei de irmos na formatura de Aisha, passarmos o natal na roça, voltar de lá no dia 30, virar o ano aqui com seus parentes e aproveitar os dias que nos sobrarão de férias para uma viagem romântica. -- propôs -- Você fica relaxada e itrouk el baqi a’alateh (deixa o resto comigo).

 

--Tentador. -- sorriu -- E para onde iríamos nessa viagem romântica?

 

--Pra onde minha Sitol Nisaa (Rainha das Mulheres) quiser. -- deu uma garfada

 

--Eu vou pensar e respondo em breve. -- pegou o frasco de azeite -- Mas já aceito sua proposta decente.

 

--A indecente eu faço na hora. -- deu outra garfada -- Ana fez ‘ala mawa’idi! (Eu cumpro com promessas!) Você sabe. -- falou em sentido malicioso

 

--Caipira safada. -- deu uma garfada

 

--Amanhã o feriado é santo, viu? Não pode fazer a caipira ficar pensando besteira nestas épocas. -- brincou

 

--Ah, agora a culpa é minha? -- achou graça -- Boba! -- deu outra garfada

 

-- Hum, eu tô adorando esses sabores. -- Zinara comentou -- Será que ya Leda gostaria de vir aqui um dia desses?

 

--Mamãe sim, ela é bem receptiva com alimentação vegana. Já alguém como Raquel... acho que ela poria esse restaurante abaixo... -- riu ao pensar na situação

 

Enquanto isso, em outro bairro...

 

--Aí Princesa, cheguei com mais um galetinho, tá ligada? -- Getúlio entrava em casa carregando uma caixa -- Por via das dúvidas, trouxe um bolo de cenoura também.

 

--Ai, Gê, você é um amor! -- sorriu e se lambeu

 

--Mais um galeto, mãe? -- Deodoro perguntou em estado de choque

 

--Deixa tua mãe, moleque! -- Getúlio ralhou -- Mulher grávida é uma parada doida mermo.

 

--E a fome aumenta muito! -- Raquel complementou ao ver o galeto sendo retirado da caixa

 

“Nossa!” -- o menino pensou espantado

 

--Logo, logo nosso bonde vai formar com uma princesinha. -- o homem falava empolgado enquanto desmembrava o galeto para a esposa -- E nunca mais vai ter vacilação nenhuma!

 

--Nunca mais! -- a esposa concordou  

 

E ainda mais longe...

 

--Mastô, ainda não entendi porque a gente tem que ir pra São Sebastião levando tanta gente. -- reclamava melosa ao sair do banho -- Não podia ser só nós dois? -- enxugava os cabelos

 

--Mas não é tanta gente, minha linda, são duas senhoras. -- vestia o pijama

 

--Ou seja, quatro pessoas a mais na casa da mamãe. -- olhava para o marido -- Duas dormindo no quarto de Clarice, mamãe no dela e você e eu na barraca de camping que eu vou ter que pedir emprestado pra Zinara. -- revirou os olhos

 

--Mas qual o problema disso, querida? -- não conseguia ver -- Sua mãe não disse que recebe a gente com gosto? Sua irmã não disse que vai dormir na casa de Zinara? -- pegou o celular -- Agora é só pedir a barraca. Duvido que dê errado. -- acionou o despertador

 

Deu um suspiro profundo. -- E como vai ser assistir a queima de fogos na praia com três idosas? É muita gente pra se tomar conta! -- reclamava

 

--Oxe, que você fala como se fosse todo mundo um bando de gagá! -- reclamou também -- Tua irmã e Zinara vão tá com a gente, então seremos quatro pra ficar de olho nas idosas.

 

--E seria muito melhor se a gente não tivesse que se preocupar em olhar ninguém, né? -- pôs as mãos na cintura -- Clarice e Zinara ficavam com mamãe e nós dois livres pra fazer o que quiséssemos!

 

Adamastor respirou fundo e virou-se de frente para a mulher. -- Cecília, entenda uma coisa porque eu espero ter que dizer isso uma única vez na vida pra nunca mais. -- falava com seriedade -- Eu não sei como é a criação de vocês lá no sul, mas aqui na minha terra a gente respeita os mais velhos. -- olhava nos olhos -- Tia Ritinha é toda família que eu tenho há anos e devo muito a ela. -- reconhecia -- Dona Zezé é a melhor amiga que ela tem e eu a respeito da mesma forma. -- balançava a cabeça -- Nenhuma delas é pesada a nós e eu não vejo mal em atender um pedido tão simples que elas me fizeram, especialmente se ambas são amigas da senhora sua mãe, que afirmou que vai receber as duas com muito gosto, assim como vai receber nós dois. Então se elas querem viajar mais nós, elas vão viajar mais nós. -- afirmava com decisão mas sem brutalidade -- Além do mais, elas querem conhecer sua sobrinha que vai nascer. Sinal de consideração! -- salientou -- Eu me casei com você pra estreitar laços e não pra afroxar. Se esse tipo de coisa for atrapalhar o nosso casamento, coisa que nem acontece sempre, só de quando em vez, me avisa. Me avisa, porque a gente para tudo por aqui e nem se preocupa em adotar uns menino. -- pausou brevemente -- Espero ter sido claro! -- retirou-se do quarto

 

Cecília ficou parada sem saber o que dizer.

 

***

 

--Aí galera, eu tô nervoso pra valer, tá ligado? -- Getúlio andava de um lado a outro no corredor da maternidade -- A Princesa lá ralando pra trazer a princesinha ao mundo e eu aqui sem saber qual é a das parada, aí! -- colocou as duas mãos na cabeça

 

--Pare de andar pra lá e pra cá que nem barata tonta e reza! -- Leda ralhou -- E reza devagar pra Deus poder entender esse dialeto que você fala! -- olhava para ele de cara feia -- "Ele até que fala melhor hoje em dia, mas ainda é um diacho!” -- pensou

 

--Eu tô nervoso igual meu pai, tia! -- Deodoro confessou para Clarice

 

--Vem cá, meu bem, senta no colo da tia e vamos pedir juntos pra Deus ajudar no parto da sua mãe. -- estendeu os braços para ele, que fez o que ela pediu -- "E Zinara que não chega!” -- pensou preocupada

 

Enquanto isso a astrônoma amargava uma espera presa em um engarrafamento. “Kam as-saagha? (Que horas são?)” -- olhou para o relógio -- Mas que praga de engarrafamento! -- reclamou sozinha

 

--Por que você não quis entrar pra ver a neném nascer, pai? -- Deodoro estava inquieto no colo da tia

 

--Porque a dotôra achou que eu ia amarelar, vê se pode? -- riu de nervoso -- Se eu tivesse lá, ia tá na responsa, segurando a mão da tua mãe e dando a maior moral pra princesinha que vai nascer, sabe qual é? -- gesticulava

 

--Humpf! -- Leda fez um bico descrente

 

--Senhor Getúlio? -- uma enfermeira se aproximava da família

 

--Nasceu? -- Clarice e Deodoro perguntaram ao mesmo tempo

 

--Sou eu mermo, dotôra! -- bateu no peito orgulhoso

 

--Sua filha acaba de nascer e é uma menina linda e saudável. -- sorria -- Sua esposa passa bem e logo levará alta. -- anunciou satisfeita -- Pode entrar pra vê-las!

 

--Graças a Deus! -- Leda se levantou animada

 

--Ai, Di, abraça a tia! -- abraçaram-se felizes

 

--Ouviu isso, moleque? -- sorria como um bobo -- Ouviu isso, sogrona, cunhada? Minha princesinha nasceu e minha Princesa tá... -- sentia-se zonzo -- Sê pai é a maior responsa, aí... -- desmaiou

 

--Meu Deus! -- a enfermeira correu para ajudar

 

--Pai! -- Deodoro pulou do colo da tia e correu em direção ao pai

 

--E agora, mamãe? -- Clarice levantou-se nervosa -- Será que ele se machucou?

 

--Esse meu genro sempre me fazendo passar vergonha... -- Leda revirou os olhos

 

--Ô, praga de engarrafamento! Karaahiyya! (Que ódio!)-- Zinara continuava reclamando -- Moço, tem outro caminho, não? -- perguntou ao taxista

 

--A essa hora, moça, não tem muito o que inventar. Horário do rush... -- respondeu olhando para a astrônoma pelo retrovisor

 

--Ave Maria! -- percebeu que o celular tocava -- Notícias da roça! -- sorriu e atendeu -- Aaloo (Alô), tudo bem? Já chegou mais um pro clã? -- foi logo perguntando

 

--Olá, minha querida! As coisas não poderiam ter dado mais certo! -- Najla informava animada -- Assim como foi com Catiúcia, aconteceu de Dora ter dado a luz aqui! Amina, Georgina e eu fizemos o parto!

 

--Smallah, que maravilha! -- continuava sorrindo -- Conte mais, camma, quero saber de tudo!

 

--Mãe e filho passam bem. O menino é a coisinha mais linda e fofa do mundo, tem que ver! -- olhava para os familiares -- Estamos todos radiantes!

 

--Mais é um mininão bunitu qui chega dói, muié! -- Raed admirava o neto

 

--E além di tudu grandi! -- Amina concordou com o marido -- Avi Maria, é muitu orguio!

 

--É meu fio! -- Nagibe chorava emocionado -- Nossu fio, muié... -- olhava alternadamente para o bebê e a esposa

 

--Benza-te Deus um menino tão bunito, muié! -- Georgina falava para Dora -- Vai ser forte qui nem o pai!

 

--E óia comu é cabeludinhu... -- Dora acariciava a cabeça do filho

 

--É tão legal isso de ver a família aumentar, né? -- Hassan comentou com Ahmed João

 

--Imagina quandu fô a nossa veiz di tê mininu cum nossas muié! -- o primo concordou

 

--Meu irmão, akhuuya... -- Khadija admirava o bebê -- Agora nóis num vai tê mais pricisão de vivê separadu nessi mundo. Nunca mais... -- olhava embevecida para ele

 

“Essa menina fala uns trem tão istranhu..” -- Dora pensou intrigada

 

--Eu imagino, camma! -- Zinara ouvia vozes ao fundo sem entender o que diziam -- Deixa eu falar com Nagibe rapidinho, min fadlik (por favor)? -- pediu

 

--Claro! -- olhou para o sobrinho -- Nagibe, Zinara no telefone, vem falar com ela? -- chamou

 

--Tô indu! -- levantou-se rapidamente e correu até a tia

 

--Mininu, pergunta a ela sobri a neta di ya Leda! -- Amina lembrou

 

--Podi dexá, maama. -- olhou para a tia -- Pronto.

 

--Beijos, meu bem! Agora vou ficar pertinho do bebê. Tchau! -- despediu-se

 

--Inté, camma! -- despediu-se bem humorada -- E cadê o mais novo baba pela segunda vez?

 

--Ô, Zinara... -- secou os olhos com as costas da mão -- É muita filicidadi! -- riu brevemente -- E ocê, tá tudu bem aí? Maama perguntô da neta di ya Leda.

 

--Graças a Deus, tá tudo bem, sim. Quanto à menina, eu tô tentando chegar na maternidade mas tô presa num engarrafamento que não dou conta! -- novamente olhou para o relógio

 

--Avi Maria, inda bem qui na roça num tem issu. -- olhava para os familiares -- Qui pena qui ocê num tá aqui. Ahmed e Cid tão pra chegá cum as famia e a aligria vai sê gerar!

 

--Adoraria estar aí, habibi, e cumprir a tradição de dar o primeiro banho no ibn al-akhii (meu sobrinho). -- falava com sinceridade -- Mas, te peço uma coisa: deixe Catiúcia ter esta honra. Maama e camma Najla ensinam a ela como fazer. -- pausou brevemente -- Khadija também. -- considerou

 

--Assim vai sê. -- concordou com a irmã -- Afinar, ela vai sê a madrinha du mininu. -- prestou atenção na filha -- Tem qui vê Khadija. Pareci inté qui passô a vida isperandu essi irmão. -- reparava na atitude dela -- Vô chamá ela aqui modi prosiá.

 

--Deixe ela, habibi. Tá vivendo o momento do jeito dela e eu não quero interromper isso.

 

--Ô di casa, si prepara qui chegô um bataião! -- Cid anunciou em voz alta fazendo brincadeira

 

--Eita, qui chegaru juntu! -- Nagibe sorria com os olhos -- Cid, Ahmed e as famia!

 

--Vai lá dar atenção a eles. -- Zinara aconselhou -- Depois conversamos com calma!

 

--Intão tá. Vô ti mandá um tantão di foto pelo QQOV?. Bêju, minha irmã! -- despediu-se

 

--Smalla'Alik! (Deus proteja você!) Todos vocês! -- desligou

 

--Pronto! -- o taxista deu um soco no volante -- O motoqueiro acertou em cheio o espelho do cara e começou a merd*! -- apontou para a frente

 

Zinara olhou e viu que uma briga começava a se formar. “Acho que vou a pé!” -- considerou

 

***

 

--Ai, mas até que enfim! -- Clarice exclamou quando foi receber a namorada no portão -- Pensei que você não iria mais aparecer hoje!

 

--Abadan! (Nunca!) -- exclamou de imediato -- O que aconteceu foi que peguei todos os engarrafamentos do mundo e brigas de trânsito! -- a paleoceanógrafa abria o portão -- Posso ter perdido a chance de ver vocês no hospital mas na casa de ya Leda não havia como. -- entrou e aproveitou a meia luz do quintal para beijá-la nos lábios -- Gamiila! (Linda!) -- sorriu

 

--Para de me provocar aqui. -- respondeu dengosa -- E vem, uma bebê te espera. -- segurou a mão da astrônoma e seguiram para dentro -- Você viu as fotos que te mandei pelo QQOV??

 

--Laa (Não), porque eu queria vê-la ao vivo primeiro. E tô numa ansiedade... fouk ma yitsawar khayalik!(mais do que você possa imaginar!) -- reparou na sala vazia -- Cadê todo mundo?

 

--No meu quarto. Vem. -- seguiu na frente -- Gente, Zinara chegou. -- anunciou

 

A astrônoma se apresentou na porta do quarto e viu Raquel deitada na cama da irmã com a filha no colo. Leda estava sentada ao lado dela e Getúlio em pé abraçado com Deodoro.

 

--Até que enfim, hein, menina? -- Leda fingia que ralhava com a astrônoma -- Teu sobrinho chegou primeiro! Já vimos um monte de fotos daquele amorzinho. -- apontou para o celular -- Agora vem ver minha netinha! -- olhou para a bebê no colo da filha -- Coisa linda de vovó! -- mexia com ela -- Coisa linda!

 

--Aí, mulé, minha Princesinha! -- Getúlio apontou para a filha todo prosa -- Mó filé! -- sorria -- Tem nome de princesa mermo: Isabel!

 

A astrônoma olhou para ele e reparou num galo enorme na testa do homem.

 

--Meu pai caiu, tia. -- Deodoro entregou percebendo os pontos de interrogação no olhar de Zinara -- Emoção!

 

--Pô, esse negócio de paternidade abala geral, sabe qual é? -- justificou-se

 

Achou graça. -- E você tá ótima, graças a Deus. -- falou para Raquel

 

--Parto natural, né? -- sorriu -- É outra coisa...

 

--Ya Leda, posso ir no seu hammaam e lavar as mãos? -- pediu timidamente -- Estive na rua esse tempo todo e não posso me aproximar da neném desse jeito.

 

--E precisa pedir, menina? -- achou graça da formalidade -- Pode ir. -- a astrônoma foi

 

--Hammaam?? -- Getúlio não entendeu

 

Clarice sentou-se junto à irmã, do lado oposto à mãe e ficou admirando a sobrinha. -- É tão lindinha, minha fofinha! Minha fofinha! -- brincava

 

--Voltei! -- Zinara novamente entrava no quarto -- Agora... será que posso? -- pediu timidamente para Raquel

 

--Senta aqui também. -- a mulher indicou um local na cama -- Aí você segura ela.

 

--Geral quer segurar a Princesinha! -- Getúlio comentou todo prosa

 

--Só eu que não pude... -- Deodoro resmungou

 

--Porque você ainda é muito pequeno e ela é uma recém nascida, meu amor. -- Clarice explicou ao menino -- Mas logo você vai poder.

 

--E como é que eu vou tá preparado pra ter meus próprios filhos desse jeito? -- protestou -- Khadija sabe segurar neném!

 

Todos riram.

 

--Você é muito novinho pra ficar pensando nisso, Di. -- Raquel gentilmente acomodava a filha no colo de Zinara -- E sua tia já falou que logo você vai poder segurar a irmãzinha também

 

A pequena menina abriu os olhos e sorriu. -- Smallah! -- foi a única palavra que a mulher conseguiu dizer

 

--Parece que ela gostou de você. -- Raquel sorriu para a cunhada

 

“Eu não tive mais palavras, kitaabii (meu livro), apenas lágrimas. Ter aquela criança em meus braços foi como reencontrar alguém que minha alma esperava rever há anos. Talvez eu tenha sentido o mesmo que Khadija sentiu ao conhecer o pequeno Chede, nome que ela mesma escolheu. Aquele tipo de reencontro que ninguém consegue entender, apenas quem o experimenta dentro do coração.

 

Também sentia como se todas as coisas que nos aconteciam contribuissem para estreitar os laços que nos atam nesta vida. Fosse no seio de usritii (minha família), fosse no seio da família de Sahar. Posso até ousar dizer que mesmo ainda não tendo me casado formalmente com Al bajat al-rouh (O prazer da minha alma) agora não haviam mais clãs distintos. Éramos todos umma; usritina (um coletivo único; nossa família).

 

O amor que une Sahar e eu é tão forte que se expande e envolve todos ao nosso redor! E eu que nunca pensei que tal fosse possível!

 

Ana fy knt, wknt fy ly wAllah fyna! (Eu em você, você em mim e Deus em nós!)”

 

 

CAPÍTULO 178 – Presentes de Natal

 

Cátia aproveitava a hora de almoço para panfletar no campus universitário junto com outros colegas de sua chapa. Membros da chapa de situação faziam o mesmo.

 

--É hora de mudar, meus colegas! Mudar pra valer! -- falava em voz alta enquanto distribuía panfletos -- Chega desse sindicalismo de conciliação! Esse mesmo sindicalismo que muitas vezes defendeu os erros dos governos anteriores. Esse mesmo sindicalismo que fez acordo com os grupos que trabalham pra nos tirar direitos e até hoje tenta justificar o leilão do Campo de Balança. -- olhava para os docentes que passavam -- Precisamos lutar pra ter uma direção sindical que nos represente de fato e não a interesses partidários! -- tentava buscar a atenção dos colegas -- Não adianta só criticar, a gente tem que integrar o movimento sindical pra fazê-lo sério, bem conduzido, pois ele é nosso real e efetivo instrumento de luta contra quaisquer medidas nocivas tomadas pelo governo desse país e contra os efeitos do que acontece lá fora, mas sempre acaba repercutindo aqui. -- continuava panfletando -- Vocês acompanharam a história do Saxonexit? Viram como agora os poderosos do mundo estão usando a ciência da computação e a neurociência pra manipular o inconsciente coletivo e a formação da vontade eleitoral das pessoas? Viram como a invasão direta e discreta via LivrodasFuça, QQOV? e outras mídias sociais é capaz de influenciar os votos durante as eleições? -- alertava as pessoas -- Mickey Grump venceu as eleições em Godwetrust. Acham que isso não vai afetar o resultado das próximas eleições deste país? Claro que vai! -- gesticulava -- Entramos na era das fakenews e como professores, funcionários técnico administrativos e formadores de opinião, precisamos de um sindicato forte que lute pelos nossos interesses e desmascare estas estratégias com clareza! Venham e votem pela Chapa Senta Pua, votem por um novo Sindicato dos Trabalhadores da Educação dessa Universidade! -- agoniava-se com a indiferença de muitos de seus pares -- Puta que pariu, é de desanimar! -- desabafou consigo mesma

 

--Ainda tá podendo votar, né? -- uma voz conhecida perguntou

 

--Magali! -- abriu um sorriso esperançoso -- Sim, hoje é o penúltimo dia! – entregou-lhe um panfleto -- Tome, leia e conheça nossas propostas. Ou melhor: -- reconsiderou -- leve mais esses aqui pra distribuir no seu Departamento, por favor! -- separou mais panfletos para entregar à outra

 

--Tá bom. -- aceitou o material -- E como é que faz? É a primeira vez que vou votar. -- olhava para a loura -- Aliás, devo dizer que foi Clarice quem me incentivou a isso.

 

--Sim, ela já votou e trouxe outros colegas na ocasião! -- lembrava -- Pra votar, é só você se dirigir às mesárias, -- apontou o local -- mostrar um documento com foto, conferir a matrícula e marcar seu voto na Senta Pua na cédula! -- explicava

 

--Voto em cédula, Cátia? -- não acreditava -- Que coisa mais ultrapassada!

 

--Pra você ver como esse nosso Sindicato parou no tempo! -- aproveitou para criticar a chapa de situação -- Se nós ganharmos, vamos implementar o voto eletrônico, dentre outras coisas! -- prometeu

 

Magali estudou o rosto da geofísica por uns instantes. -- Vou dar esse voto de confiança pra essa tua chapa, porque afinal de contas, pelo menos com estas questões nacionais e coletivas você sempre foi séria. E eu tô considerando que seus colegas de chapa também têm essa mesma postura. -- foi logo dizendo -- Não me faça das suas canalhices porque não quero me arrepender! -- advertiu -- Deixa eu ir lá, votar. -- afastou-se da outra

 

--Humpf! -- fez um bico -- Ela sempre com esses comentários inconvenientes... -- reclamou consigo mesma

 

--Professora, tudo bem? Precisando de ajuda? -- outra voz conhecida chamou sua atenção

 

“Oh, meu Pai, agora a burca tem um tecido trançado no buraco dos olhos” -- surpreendeu-se com o maior rigor nos trajes da outra -- Oi, Vanessa, tudo bem? -- sorriu para a jovem -- Tô aqui panfletando e convocando os colegas docentes e técnico administrativos pra votar nas eleições pra nova diretoria do Sindicato mas tá difícil. -- passou a mão nos cabelos -- Pouca gente dando atenção... é decepcionante! Até agora, nem metade do pessoal se animou a votar.

 

--Se avexe, não, professora! A senhora vai ter esse presente de natal: seus colegas votando e sua chapa saindo vencedora -- gesticulou -- Mais uma vez sinto que é hora de uma jihad! -- remexeu-se toda e tirou a burca

 

--Minha Virgem Santíssima... -- Cátia balbuciou em estado de choque

 

--Dê aqui esses panfletos e tome conta de minhas vestes, por favor! -- pegou o material das mãos da outra, entregando-lhe a burca e as luvas -- Eu vou mostrar a essa gente que com uma fiel cheia de fé, o buraco é mais embaixo! -- caminhou para o meio do corredor -- Tô em estado de Guerra Santa!

 

--Ô, meu Pai, como pode uma fé que abunda desse jeito...? -- a geofísica não sabia nem mais o que dizia

 

Trajando sapatos de saltinho, uma minúscula saia e um bustiê cavadíssimo, Vanessa convocava os profissionais da universidade para a votação. -- O mundo mudou, as técnicas de dominação e manipulação mudaram, nós também temos que mudar! -- falava em voz alta -- Não adianta reclamar em casa e passar o resto do tempo sofrendo as consequências de tudo isso! Temos que investir em novas representações políticas em todas as esferas da sociedade, não só no governo, mas também nos sindicatos! -- mostrava a capa do panfleto -- Professores, profissionais técnico administrativos, eu vos convoco pra assumir essa luta e votar na Chapa Senta Pua! Venham votar!! -- falava alto

 

--E como faz, hein? -- um homem perguntou

 

--Eu quero, vai aonde, hein? Tem que tá com documento? -- outro questionou

 

--Aluno pode? Como é que é? -- um jovem se interessou

 

--Eu quero, eu quero, eu quero... -- vários homens diziam

 

--O que é aquele amontoado de gente ali, vamos ver? -- pessoas perguntavam

 

--Ih, é eleição. Nem tinha percebido! -- uma mulher comentou

 

Em poucos minutos, a fila para votar estava imensa.

 

--É por isso que esse país é como é. -- uma professora da chapa de Cátia comentava indignada -- Enquanto estivemos aqui panfletando pouca gente deu bola. Bastou aquela sua doutoranda aparecer semi nua, que veio gente da onde não se sabe!

 

--O bom foi que o amontoado de tarados acabou chamando a atenção do pessoal mais sério que veio votar também. -- um professor da chapa comentou -- Sabe como é o povo de Terra de Santa Cruz: não pode ver um amontoado que vem logo bisbilhotar! -- riu brevemente

 

--É, sabe como é... -- a geofísica respondia automaticamente -- Vê amontoado, amontoa... -- prestava atenção em Vanessa empinada pegando mais panfletos dentro de uma caixa -- Eita, fé que abunda! Benza-te, Deus!

 

***

 

Cid chegava em casa depois de mais um dia de trabalho.

 

--Penha, Cidmara, cadê ocês tudu? -- perguntou estranhando o silêncio -- Ô, muié! -- chamou mais uma vez antes de colocar a mochila na cadeira -- Hum, tô ficando lesu! -- lembrou-se -- Elas devi di tá na casa di Zé Bento... -- balançou a cabeça -- Tomá um banhu e vô lá botá mais elas.

 

José Bento, o filho de Penha que ainda vivia em Guaiás, estava para se mudar para Paulicéia e por conta disso tirou aquela sexta para festejar e se despedir da família e dos conhecidos.

 

Após tomar um banho e se arrumar, o som de uma pessoa batendo palmas no portão chamou sua atenção. -- Uai? -- estranhou -- Quem podi sê? Num to isperandu ninguém... -- foi olhar na janela -- E quem são essas muié? -- não reconheceu

 

--Olha, Carol, é ele ali na janela? -- Marina perguntou curiosa

 

--O próprio. -- confirmou ao olhar para ele -- Sou eu, Cid! Carolina, a forasteira. -- usou o apelido que recebera na região

 

--Ô, Minha Nossa Sinhora! -- arregalou os olhos e saiu rapidamente da janela colando as costas na parede -- Essa muié é doida! Sabi qui sô casadu e vem aqui cum otra muié cheia das borsa e... -- olhou rapidamente pela janela para confirmar -- um neném! -- sentiu um calafrio -- Ô, Aba, será qui Khadija tava certa? Nagibe me contô qui ela dissi qui Cidmara ia tê irmão! -- benzeu-se apavorado -- E agora, cumé qui vai sê issu?? -- não sabia o que fazer

 

--Ih, amiga, acho que o caipira surtou! -- Marina virou-se de frente para a outra -- Eu te disse que isso era ideia de jerico, né? O cara é casado, essa é a casa dele...

 

--E a mulher dele e a filha tão em outro lugar, como aquele senhorzinho fofoqueiro da padaria nos contou, não foi? Não tem porque ele não nos receber. Demos sorte e eu quero aproveitar o momento! -- esticou o pescoço no portão -- Cid, a gente não vai demorar! -- falou em voz alta -- Vai nos deixar aqui fora até quando? -- perguntou desafiadora

 

“Te contar, Carol é muito sem noção...” -- Marina pensou revirando os olhos

 

O homem respirou fundo e decidiu recebê-las. -- E seji lá o qui Deus quisé! -- foi abrir a porta

 

***

 

--Então é isso, Cid. -- Carol falava com a menina nos braços -- Conforme o governo caiu, perdi o emprego e tô sem perspectivas nesse país. Vou embora pra Godwetrust, já estou com tudo esquematizado por lá e não pretendo voltar, a menos que o novo presidente Grump me expulse ou me prenda numa jaula. -- ironizou

 

O homem não entendeu a ironia.

 

--Eu não tenho condições de criar essa menina e por isso... -- pensava em como dizer -- eu pensei em...

 

--Dá ela pra famia du baba dela. -- completou a frase -- Eu! -- concluiu

 

Carolina ficou um pouco sem graça por saber que ele não era o pai, mas aproveitou a deixa. -- É... isso mesmo! -- confirmou

 

Marina arregalou os olhos. “Eu não sei quem é mais sem noção: Carol ou esse caipira!” -- pensava

 

--E si eu num quisé assumí? -- perguntou hipoteticamente. Queria saber dos planos dela

 

--Aí eu teria que deixá-la num orfanato. -- respondeu sem rodeios

 

Marina apenas suspirou.

 

--Issu nunca! -- levantou-se da poltrona -- Nunca uma disgracêra dessa pudia di acunticê! -- protestou

 

--Isso quer dizer o que? -- levantou-se esperançosa -- Que você vai ficar com ela? -- olhava para ele

 

Cid olhou para a mulher e na sequência reparou bem naquela criança. Pensou na tristeza de ser uma filha rejeitada pela família. -- Mi dá ela modi eu sigurá? -- pediu

 

--Claro! -- entregou-lhe a menina com todo cuidado -- O nome dela é Yasirah. Era o nome da minha avó.

 

O homem segurou a bebê com todo cuidado e ficou emocionado ao tê-la em seus braços. -- Eu num sei nu qui vai dá issu, mais eu queru ela. -- afirmou convicto -- Yasirah, minha fia! -- sorriu para a criança

 

Carolina olhou para a amiga sentindo-se aliviada.

 

“Só acredito porque tô vendo!” -- Marina pensava sem acreditar que o plano de sua amiga havia dado certo com tanta facilidade

 

***

 

Rosa Maria e a enfermeira que fez o parto de seus filhos aguardavam o ônibus que levaria a jovem e as crianças para Cidade Restinga.

 

--Você vai gostar de dona Geraldina e de seu Egenilto. -- a mulher dizia -- Eles são gente de fé, assim como eu, frequentadores da igreja e boas almas crentes. -- sorria para a jovem -- Ela me disse que as crianças serão bem vindas e que desde que você se mostre trabalhadeira, tem tudo pra dar certo na casa deles. -- segurava um dos meninos

 

--Se Deus quiser! -- balançava o outro bebê em seus braços -- Vai ser bom pra mim começar uma nova vida. -- falou esperançosa

 

--Aqui em Arapiçava quase não tem oportunidade e nem eu podia mais te manter na minha casa. Meu genro vive comigo e já tava me deixando doida com tanta queixa do choro dos bichinho! -- reclamou

 

--Eu sei. E só posso ser agradecida a senhora por tudo! Me ajudou a parir meus menino e inda me deu de presente de natal a chance de começar tudo de novo em Cidade Restinga. -- sorriu emocionada -- Obrigada! Eu nunca vou esquecer!

 

--Olha o ônibus! -- as duas olharam -- Ai, meu Deus, vixe! Pega as bolsa! -- foram juntando tudo como podiam -- Menina, assim que chegar na casa deles, pede a dona Geraldina pra me avisar, pelas caridade!

 

--Peço sim! -- tirou a passagem de dentro da bolsa -- Peço sim!

 

Minutos depois, Rosa seguia viagem, segurando um bebê de cada lado e olhando a paisagem cheia de esperança de viver uma vida melhor e recomeçar.

 

“Se Deus quiser, daqui pra frente tudo vai ser diferente e mió!” -- desejou com um sorriso como há muito não ostentava em seu rosto

 

***

 

Jamila aguardava uma colega de profissão no Tribunal de Justiça da Capital de Terra de Santa Cruz. Ao avistar a mulher que se aproximava, levantou-se e foi cumprimentá-la. Após uma breve conversa inicial foi direto ao assunto que a intrigava: -- Mas, então, doutora Karina, por que essa convocação emergencial? -- queria saber

 

--Achei melhor tratarmos pessoalmente uma vez que sabia que a doutora estaria aqui por agora. -- entregou umas folhas impressas a outra -- Veja, por favor.

 

--Mas... é o processo de Zinara! -- constatou estupefata -- Esse processo se arrasta há anos e eu não dei entrada nele por aqui... -- lia rapidamente a documentação em suas mãos -- Por que esse ofício foi expedido dessa forma e sem que eu recebesse uma notificação eletrônica? -- não entendia

 

--Eu sugiro que a doutora siga direto para a última página.

 

Olhou rapidamente para a colega e fez como orientado. -- Ante o exposto, -- lia em voz alta -- julgando procedente o pedido, sob expressa concordância do reclamado, decreta-se a compensação indenizatória à autora Zinara Raed, no valor de... -- interrompeu a leitura -- Smallah! -- arregalou os olhos -- “Puta que pariu!” -- pensou

 

--Creio que agora a doutora tenha entendido.

 

Jamila deu uma risada rápida. -- Oh, la mo'axza! (Oh, desculpe!) -- estava eufórica -- Desculpe, mas se não estivéssemos onde estamos eu era capaz de gritar! -- sorria

 

--Acho que sua cliente recebeu um presente de natal e tanto! -- cruzou os braços -- E a doutora também, porque os honorários serão uma pequena fortuna! -- sorria

 

Passou a mão nos cabelos. -- Depois de tudo que deu errado nesse ano, 2016 não poderia estar acabando de um jeito melhor! -- sentia o coração batendo forte

 

Fim do capítulo


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Comentários para 42 - PREPARANDO OS CAMINHOS:
PaudaFome
PaudaFome

Em: 12/06/2024

E você levou anos sem postar e quando veio mandou esse capítulo incrível? É como diz Najla de tirar o chapéu. Voltou no mesmo tom. Amando demais essa história!!!!!


Solitudine

Solitudine Em: 14/06/2024 Autora da história
Olá querida,

Sim, a caipira deu essa rata mas voltou com muita dedicação para tentar acertar e concluir bem. Agradeço por suas palavras e acolhida!

Beijos,
Sol


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Seyyed
Seyyed

Em: 26/09/2022

Tanta coisa da ora personagens novas novos desdobramentos de fatos tantas novidades... pensando bem valeria a pena ter esperado os tais três anos. Hehe Zi é uma apaixonada pelo mundo, pela vida pela mulher dela... e a gente se apaixonar também! Hehe


Resposta do autor:

Que bom que você achou que valeria a pena esperar pela leseira da caipira!

Zinara sofreu muito! Ela aprendeu a dar valor ao que se precisa!

Beijos,

Sol

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Zaha
Zaha

Em: 10/04/2021

Oie, Sadikii, como tem estados nesse último ano?Como a vida tem te tratado?Espero que dentro do que estamos vivendo no mundo. esteja podendo lidar com as mudancas, adaptacoes e perdas..

Que posso dizer da sua volta como escritora do Tao. Vejo que nao perdeu o tato, nem a linha de pensamento, a energia tá igual, você conseguiu se conectar a esencia da estória que vc mesmo plasmou. 

Comecou bem com a parte do humor caipirexco, tá igual, me fez rir muito! Obrigada, eu nem ia aparecer, apenas pra informar que ia demorar,como sempre, mas Deus n quer, tenho que passar por isso por alguma razao que n sei, mas estou mais calma e tentarei outra tática. Lerei por partes, assim nao me consome tanto, n ficarei passando mal por seus personagens que pra mim sao verdadeiros. Poderia explicar, mas acho que o hackker que roubou seu e-mail, vai entender! kkkk. Coloquei tudo ali hoje. Espero que ele se sensibilize, ao menos. rs(pareco doida,mas vc é espiritualista e n deveria achar isso,só n sei o que tenho q aprender...)

Amei a forma que vc descreveu Raed. que apesar do seu jeito bruto e por vezes "ignorante", devido a que vem de outra realidade, vc trouxe leveza, humanizou um homem que já senti distante de tudo, tao sofrido. Trouxe outro pai de Zinara. É tao lindo ver ela sorrindo com gosto com a  mae e a reconstrucao dessa nova relacao, com o pai, principalmente. Temos que amar, perdoar e ver o lado um do outro,desapegar o passado é difícil, mas construir uma nova forma de viver é o melhor, viver e n sobreviver! Estou feliz com o ínicio do seu texto. 

aHH, O CASAL MARAVILHA voltou.. que fofas!Saudades de Zinara safada, sem vergonha e metida e da minha doce Clarice, pedaco do Céu que traz luz..

Val tem razao, a transicao tá aí e nao vai ter moleza pra ninguém, já comecamos com o covid,sinceramente achei que ia ter mais resultados positivos, ainda que mudou a vibracao pra alto stral, porém, logo depois, pessoas se acostumaram e relaxaram, já n se importavam ou muitos sem consciência. Me chatei com algumas pessoas, amigos, mas tive que engolir, alguns comentários já que aconselhar ou informar n mudava, mas cada um tem seu livre arbítrio, n podemos obrigar, apenas informar e às vezes deixar que a vida ensine.

Amei o que vc escreveu sobre a nova pesquisa, entrei e li, achei interessante, nem sabia que esse site era confiável,tenho lido muitas coisas ...n é todo site que confio, mas a profissa aqui é vc, deve saber o que faz, dessa vez nao posso de contrariar kkkkkk. Tá sorrindo? rs

 

Uma pergunta sem nocao:ONDE ZINARA ENCONTROU DINHEIRO PRA PAGAR ALL INCLUSE se  TAVA FALIDA DPS DOS 90 MIL QUE DEU PRA COMPRAR A CASA PRA PRIMA?!!Clarice ajudou?!Viu, continuo a mesma pirada de sempre, pensando coisa nada a ver...rs.Minha cabeca é assim!!

 

Esses foram o que li, pouco, mas eu n tô com a cabeca bem,n consigo me concentrar e te peco desculpas, sei que curte meus comentários, apesar de grandes, prefiro n decepcionar fzendo algo horrível. Mas vi que tem muitas meninas 1000, te deixarao muito feliz! Isso que importa. Saudades do meu irmao gêmeo Khaled!! 

Gostei muito da última parte do cap 174, mt engracada e partes tensas!! Akemi dos infernos, mas essa Síndica merecia uma dobradinhas! Hahahaha. Me matei de rir!!Eu quero saber onde vc tira essas coisas..de que lugar vc veio, criatura?!!! Conta pra Sadiki!

Vc é foda, qndo eu comecoa entender algo de árabe, ela vem c uma frases punk..rsrs. 

Sobre Sara e a situacao dela, que horror essa guerra, nunca termina, tato sofrimento e por isso resolvi parar por aqui que já tava me dando um aperto no peito, mas chegou meu Youssef amado orientando Ahmed, logo saberei o que passará com elas, talvez no final do capítulo elas estejam encaminhadas...ou saberei o rumo!!

Já sabe que plasmo, crio formas pensamentos muito intensas e dps só escalera abaixo kkkkkk.

 

CAPÍTULO 173 – Lua di Mer

CAPÍTULO 174 – Provações Pelo Mundo 

Esses foram lidos..agora falarei algumas coisas que acho importante e dps poderei seguir lendo e comentando a medida que minha mente me permita. 

 

Como sabe, o tao é minha estória favorita, me conecto muito com ela de uma forma que muitos e nem sei se vc entenderia e por isso tenho que tá bem pra ler, como n tô e pq vc é minha amiga,irei ler por partes, vai demorar ler um só capítulo, mas vc me disse um dia que poderia ler por partes e ir comentando. N se preocupe, tentarei ser breve nas partes mais difíceis.Mas pra mim essa estória é maravilhosa, n preciso repetir pq muitas dizem e n gosto de puxar saquismos. Deixei escrito o pq favoritei na parte de favoritar estória e escritora, fique à vontade,por certo, só soube que vc atualizou pelo e-mail. Desativei o FACE Dourado e o Oliveira já n tá, eu deletei no comeco do mês! Caso tenha recebido algo, tinha enviado uma mensagem privada muito feia, mas apaguei,mas n sei se pra vc apagou ou foi pro e-mail, me arrependi, te peco desculpas, estou pior que antes, mas me responsabilizo pelas consequências que virao na vida...o que pensamos, materializamos e se escrevemos, pioramos...

Eu n te entendo e gosto de entender, vc sabe, mas um dia farei,te prometo, aceitarei que vc escolheu ser fake pra sempre, n é culpa sua se me apeguei e fiz amizade com alguém que nunca saberei quem é ou pq fez determinadas escolhas, tampouco minha,é a vida, cada um sabe o que é melhor, mas entenda que aceitacao leva tempo, n espero que me entenda, mas quero que foque que deixou uma boa marca no meu coracao. De verdade...sempre será Sadikii!!

Sei que um dia vc irá pra sempre,mas até lá mts coisas boas vao passar!!

Sabe, tava com saudades,sei que vc é desapegada e tal, mas bem, n importa, eu sou transparente e apegada! hahahahaha. Somos diferentes,complexas, diferentes! 

Diga a Samira pra parar de lesbicagem e que é fraternal e vc qndo quiser perguntar algo faca vc mesma....somos grandes amigas, n?! Honre isso!!

Fiquem bem, vc sua namorada, Samira e sua família porque estamos numa situacao mt complicada e Brasil tá pior, essa nova vriante p1 é pior que tudo, tenho lido mt sobre isso tb!E sobre as novas potenciais vacinas. Amo a USP, sempre leio..

Nos veremos logo, assim espero...

Abraco celestial e beijos de luz!Que o arcanjo Miguel te proteja em 9 capas, color violeta,ainda que gosto das azuis ou rosadourado,  mas cuidado, apesar de que sao potencialmente indestrutíveis, os pensamentos negativos a enfraquecem!

PS:Espero que n tenha escalado os 7 mil antes da pandemia, quero fazer um pedido pq sou gaiata...como vc chegará no topo do bolo, queria pedir pra vc pensar 1 segundos em minha mae. a Chamavámos Liu, mas é Maria Alice! Se possível...é importante pra mim e n conheco outra pessoa que chegaria aí...qdo vc chegar ao everer, faco outro pedido! kkkk. Só n venha co isso de melhor morte é no meio da montanha, tenho problema com as perdas. Conversa errada essa sua!

Ficou grande pq eu sou grandiosa kkk. Acho que pedirei a minha amiga schwinden que mude meu nick aqui, é mt vergonha! Hauhauhau. Pedirei pra mudar minha foto tb rs.

 

PS:Eu n tenho frases cultas,nem vídeos, assim que vc vai se contentar com as besteiras que escrevi...

Agora vou ficar com medo do q vc vai escrever,sempre me deixa ansiosa do que vc interpretará ou sei lá...vc vai e volta e demora tanto que já n sei como tá seu humor, nossa amizade pq mudamos mt qndo um se vai por mt tempo....ás vezes vc tá séria e me assusta rs.

Tratarei de ler as outras parcelas a medida que possa...

Agora vou-me!

 


Resposta do autor:

Lailinha!!!!

Que ter você aqui dourando o Tao!

Para mim nossa amizade permanece e nada que tenha escrito poderia abalar isso. Sei que você tem momentos de me dar um puxão de orelha, mas não vejo com maus olhos. Gosto de sinceridade e suas reações costumam refletir os seus momentos com transparência. Prefiro assim do que o rebuscado de pessoas falsas.

Quanto aos emails: solitudine09@gmail.com foi mesmo tomado de mim e não consegui reaver. Criei outro no Outlook mas esqueci a senha e perdi também. Então a Solitudine ficou sem! Facebook eu abandonei. Nem sei se ainda tenho perfil.

Eu sumo, posso demorar mais ou menos, mas sempre volto e não esqueço de vocês. Eu me importo com as pessoas, pode acreditar. Aliás, é por isso que escrevo.

Foi demorado mas me reconectei com o Tao. E escrevi tudo. Só vou postar aos poucos porque ainda estou amadurecendo certas questões. 

Gosto muito da sua forma de ler, sentir e da vontade de aprender e se informar. Já disse e repito que tem todos os ingredientes para ser uma boa psicóloga, que sabe astronomia e arranha um árabe. Vá lendo seu tempo.

Espero que estejam todos bem por aí, entendo sua frustração com a teimosia das pessoas e desejo que seus momentos de ansiedade e desconforto sejam episódios cada vez mais raros.

Quanto ao fato de eu ser um fake , isso vem da minha covardia em deixar o mundo saber que sou lésbica, esse mundo que vai além de um pequeno círculo de pessoas íntimas. Encarar a condenação na família e como seria no trabalho ainda é algo que me desafia. Lamento decepcioná-la mas continuo dizendo que o fake mascara a identidade mas os sentimentos são (e sempre serão) reais.

Beijos e muita Paz.

Sol

 

 

 

 

 

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Zaha
Zaha

Em: 12/04/2021

Oieeee,Sadikii!!

Capítulo 175

Sabia que tinha deixado no ponto certo pra comecar hj QUANDO vi Magali. Ela sempre alívia com seu humor, ainda em crise nessa situacao toda. Deculpa minha ignorância...qndo ela fL minitro..é de saúde, né?! Que troca como se fosse de roupa...rsrs. Pra n falar mais besteira do que falo..rs. Foda-se tb, já me conhece...

Bem,lá vOU eu jogando....ao menos aGluém pensa em se mudar ness joca! kkkkkkkkk. É Clarice, a vida n é fácil, às vezes temos que sacrificar coisas, tem que pensar bem, mas sei que vao dar um jeito delas poderem criar esse departamento para o curso dela...pq tem tá juntInhass, já chegou a hora delas. Magali me mata com a s frases "selvagens" dela ! Eu ri muitooooooo!!

Nao sei quem é Maria Rosa, mas tá chegando o filho pra Ceci. Mas tô triste por ela. Vc me traz novas criaturas que nem sei de onde veio, sinto que tem algo  n li. Será que li o capítulo antrior? Lembro da reuniao qUE Zinara teve e foi td...froideu pq já tô em outra lancha!!

Essas maes juntas aprontam...gostoda mitura que vc faz entre o que ñe sèrio e o que nao, mesmo que esteja misturado, talvez às pessoas só vejam uma parte,mas devemos trazer humor nessas horas.

Vou deixar minhas loucuras e superfecialidades, qr falar algo,mas...é nad aa ver, e vc n tem tempo pra brincadeiras sem nocao.

Eu li sobre o planeta 9, é um mistério, mas tem muitas teorias sobre ela, mas muoto especulam,,se estava aí porque ninguém viu?!Mas se o sondeo n busca uma determinada coisa, vai ser difícil detectar. é bastante amplio.Se disse que uma possível possiblidade é com o  tele Saburu. Esse suposto planeta está tao onge do sol que seria muito difícil detectár-lo, disse que é capaz de captar a luz mais débil, ainda tem que ver como se comportam os demais objetos sobre ele, sua gravidad. Na minha última aula, besse sábado disse que o chile tá fabricando um novo tele e última generacao, o chilenos tem ótimos teles, n pude ir ainda,mas...n em poluicao atmosférica ou menos bem menos..tö ansiosa pra ver contruído esse novo, disse q vai poder observar e fotografar toda vista disponível cada noche, parece que de 4 em 4 dias...pode ser que nunca aparece ou ao menos com a tecnologia que temos, tá mt longe...alguns creem q seria um buraco negro primordial, mas n sei, sempre que n sabem o que é, metem o probe buraco negro no meio..ainda que esse nunca tenha sifo visto(o primordial, mas devo tá c informacao atrasada sobre essa ideia,claro que seria coerente já que ele deforma o espaco tempo, suas órbitas distanciando mais os objetos, sei lá, sao muitas teorias. 

Eu tava lendo sobre ondas gravitacionais e acabei me metendo  em outros temas..rsrs. Era grátis, n sabia que essa porra era difícil...mecánica quätica dos lxos parecia mais fácil, ainda que vc diria que como entendo um e n outro.bem, eu leio as teorias, deixo as contas de lado...na verde primeiro fui nos lacos e dps nas ondas...rs.

Sou foda, ecrevi isso antes de entrar no site q vc enviou...n é que assimilei algo dentro dos meus neurônios com devios...rs. Mas o site ta super, mas achei que que o planeta 9 já era buscado e tinham sabido ates de 2012, bem antes, mas bem, capaz sabiam de algo que q n entendiam nquela epoc e q nem imaginavam o que era.

acho que falei demais, tem muito além disso e  tamos na estória,mas Zinara ue trouxe, problema dela e seu kkkkkk

Pena que ninguém chega a um acordo e brigam, em vez de juntar conhecimentos mais coerentes...

.Tô lembrado do diretor de Havard, ele tá mt pirado, achava que o asteroide Oumuamua era tecnologia alienígina, bom, ele tá obssessionado com isso, mas gosto dele, do empenho e bem, ese asteroide ele se comporta bem diferente, a velocidade é diferente, mas bem,foi uma boa teoria ndo chegou.

Zinara é pavil curto muitas veze hahahahahha. Faou de política, ciência que tao juntas tb, de certa forma e as pessoas que ainda sofrem no meio da guerra o Hd dela tem um piripaque...

 

Vamos pra algo mais engracadoYa Leda é outra fodástica!Ela é mt sem nocao mesmo!! Sem papas na língua!

Clarice, se danou....Zinara, vctem q aprnder que aqndo sao duas, as coisas temq se resolver de dois, sei que tá acotumada a ficar sozinha e fazer o que te de las ganas,mas a coisa mudou...o que tem de clma Clarice tem se braba qndo atica. Tome aí!!!!é complicada a situacao,mas com calma as coisas se resolvem, Clarice, ainda que n aparece é insegura, tá insegura sim Zinara poderá recomecar em outro lugar por algo que ela lutou a vida toda. Clarice n viveu o que ela viveu, tem mais leveza, menos estrada diria(experência), lhe custa entender certas coisas, mas isso é bom pq leva a Zinara a pensar,essa daí tá acotumada a fazer o que quer e priorizam certas coisas,mas chega um tempo que tb devemos ceder pq devemos pensar no futuro, ele muda todo o tempo, necessitamos alguém pra nos apoiar e amar,sei que Clarice vai repensar até o final desse capítulo..

Aco que deixarei por aqui...Doutora Jamila me aguarde logo..pq eu terei terapia logo e estou tomando café da manha ainda..chá com tapioca..(que mistura).Fique sabendo que amooooo lagostaaaaaa e n tô poendo comer pq n posso viajar....;), Me eu água na boca!

 

 

Ps:Sinto dizer que vc vai ter trabalho com meus comnetários, mas sei do seu poder de sintetizar o que n tenho capacidade. Desculpe, tô enferrujada pq certa pessoa sumiu(kkk, já entendi, n se defenda ;D), n posso treinar!!! 

Vem cá qntos capítulos faltam, é pra que eu n atrase mt, quero participar uma vez na vida em relacao a sua estória ao vivo em relacao ao que vc pode mudar em relacao a nossa visao.

Pra sua informacao,quase de primeira mao, estou pensando em voltar a estudar psico,mas tenho que ver ainda...tenho tanto medo qnto vc tem em se revelar...acredite!!

Espero que n te dê mt trabalho, sei que vc tem mt coisa importante, mas pode ser bem objetiva, eu falo mt e dps me empolgo...mas Ana mabsoutah!!

Acordei como sempre com taquicardia,mas Ya Leda e o humor e a astronomia me alegram muito, minha esposa me harmoniza todos os dias tb! Agradeco enormemente pq ter divilgado em 2015 sobre o curso do OBN. Mudou mts coisas...Bem, tenho que ir.

Quando puder, busca humanoterapia, é algo de seu conhecimento,porém sempre podemos resgatar algo...tb tenho duas séries que acho que gostaria "SHTISEL"(3 temporada) TB tem outra com a mesma atriz, n sei se vai gostar tanto, mas se chama " Nada Ortodoxa, minissérie. 4 capítulos. Fique à vontade..sei que curte coisas mais intensas e séries, pensei que seria bom...n sei!!

Cpítulo 176 pra outro dia..li pouco e falei o triplo..quem entende...

 

Beijos de luz e paz, cuidem-se!


Resposta do autor:

Bom dia, Lailinha!

Espero que esteja bem! Vi que deixou vários comentários aqui para mim.

Esse troca troca de ministros não vem de hoje. É porque acho que hoje está mais escandaloso.

Clarice e Zinara ainda não se acertaram quanto ao que fazer e como fazer. No caso delas é mais complicado, mas tudo dará certo.

O Planeta 9 é uma questão complicada. Há muitos indícios que sugerem sua existência, alguns dos quais citei no capítulo, mas planetas não têm luz própria e as técnicas de observação dos mesmos acabam sendo indiretas. Quanto mais longe estão de nós, mais difícil fica encontrá-lo. A verticalização do eixo da Terra foi predita por Ramatís e Manoel Philomeno de Miranda trata da transição planetária em livro do mesmo nome. Pode não ser o Planeta 9 o famoso "Nibiru", a verticalização do eixo pode se dar por outras razões, mas explorei esta questão sem muito compromisso com o rigor técnico (o que me exigiria estudar bastante para acrescentar um conteúdo que não cabe na história) para fazer pensar. É o que sempre instigo: a reflexão.

No mais, fico felicíssima em ver seu interesse e desembaraço com a astronomia. O Chile tem no Atacama um paraíso para os amantes das estrelas (e das montanhas). Quando estive lá, me esbaldei com as duas coisas e fui parar até no topo de um vulcão! rs  Não esqueci do pedido que me fez em relação a sua mãe, porém, com essa realidade pandêmica, vai demorar para eu volte a algum cume. Seja como for, obrigada pela confiança.

Você tem razão, Zinara ainda não acostumou de todo a fazer um planejamento a duas e para Clarice isso conta muito.

Ao todo, falta eu postar mais 5 capítulos para encerrar o Tao. Porém estou analisando aqui se desmembro um (o que resultaria em 6). Mas você vai ter tempo de acompanhar. Não postarei tudo de uma vez como fiz com CONVIDE-0. 

BEIJOS!!!!

Sol

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Zaha
Zaha

Em: 12/04/2021

Oie,voltei!!:)

 

Eu sempre antecipo...sorry!!rs(nem tinha recebido essa resposta, mas tive que baixar pra comentar e vi..sorte a sua...

Caipira vai ficar doida aqui...

capítulo 176 e 177

Pasme, estou super surpreendida por Jamile e Cátia...que vc deu a elas???!! Olha, Jamile se preocupando com algo mais que com ela, ainda que no trabalho ela sempre levou a sério, mas entrar nessa empresa,acho que no caoítulos anteriores estava previsto,n?! N lembro!Outro tema importante, uns tem acesso e outros nao, enquanto os menos desfavorecidos adoecem e a falta de verba é o de menos, é que n se importam, mas Jamile vai quebrar tudo!!

Cátia, nossa para tudo!! Essa sim,eu achava que n tinha jeito, boa professora, militante,mas agora se arriscou pra valer, n sei que siginfica isso de sindicato dos trbalhadores da federal? Isso é da faculdade ou trabalhadores em geral? Coisa de falta de verba..me sinto fora do eixo....explica pra Lailinha, vai!!

Clarice é linda,mas muito dramática, oxente, todo mundo feliz menos ela,relacao é assim,amiga, se ligue, a mulher tá c grandes trnsformacoes, td bem, é descarada, e vc fácil de convencer ,falando essas frases e beijando, fica complicado..conquistadora nata! rsrs. Mas, bem, se vc n tem uma solucao, n reclama, decida! N vai deixar de te amar por 3 meses ou seja lá qntos, como ela disse: dois coracoes se derretem e nada me manterá longe de vc. Em arábe fica bonito, língua sedutora, mata Clarice!

O mais lindo, onde meu coracao chorou:"Lagaytek wel dinye leil", " Ya-lli enti agmal hikaya"(essa frase amo, cada vez que diz...) tem forca pq Zinara fala c um paixao e sinceridade tao grande e se transmite pra quem ler...

Só me faz chorar, ao menos de emocao Batwannes beek!

Olha quem vai se formarr,Aishaaaa!!!!! Continuo n gostando dessa Janaína, só resmunga,meu Deus! kkkk. Dinheiro n é tudo, traz certa felicidade, uas lagosta da vida...LOL!!

Acho ue escreverei um Yoom Kitaabii porque s outras ténicas n tao dando mt certo kkkk

Amo a fofa da Khadija!! N devemos ignorar o que ela diz, o ue nenhuma crianca diz.Ela tá flando dos gêmeos,será q viram todos?!!

Me arrepiei toda, já tava aqui muito triste com a vida de Khalayla, vc n é brincadeira, viu?!! Chegou com tudo...é uma tristeza o que passam, n digo só lá, em todo o mundo,mas lá ao tao oprimidos, uma cultura tao machistas e vivem no medo,sem esperanca. Armed  Raed conseguiu!!Sorri tanto que quase quebro minha mandíbula kkkkk

Lindo quando a família pode resolver os conflitosa, respeitando e aceitando. Nagibe tá de parabéns!!

 

Sempre lembrando...Tiizak Hamra.kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Sempre rindo!!

Zinara n presta 1 centavo hauahuahauhauhau.Cada frase...vc tirou isso de que livros,fi??!! Essa viagem romântica é pra engatusar ela c a viagem de 3 meses...rsrs. Zinara me mata, a última frase foi mortal!! Como Jamile deixou ela escapar....sem nocao!!Clarice segura e deixe de ser peba, insegura e dramática, ela n presta(no bom sentido),é conquistadora, tarada, mas sabe fazer poesia com amor!! rsrs

A comida é vegana e se chama comida viva...oxente..kkkkkkkkk. Pensei logo que eram cadáveres(bicho morto, n gente)rs.

Esse Adamastor mndou ver...tome Cecília, a coisa vai mudar!!

Zinara devia ter ido que nem vc,de bike ..mulher dos perfumes! huauahuahauhauhauahuh. Já teria é chegado,suada e fedida,mas chegava!!!!!!

Que lindo momento, tudo tem um porque, um tempo, eram pra Clarice e Zinara se conhecerem pq seus caminhos estavam cruzados,suas família tb, com as duas reencarnacoes! Mt lindo momento.

Já disse que amo essa fase: "Eu em vc,vc em mim e Deus em nós". Mocita sempre fala ela pra mim..pra eu ter fé e calma qndo tenho medo.

Eita, tö cansada...acho que voltarei mais tarde, pensei em terminar,mas minha cabeca n guenta!

Fico por aqui, escrevi mt,sou mt detalhista, mas já me conhece.

Fique com Deus!!

 

 

 


Resposta do autor:

Lailinha!!!

Jamila e Cátia têm suas questões de ego mas elas estão se modificando não é de hoje. E as duas sempre foram muito politizadas. É natural que seu engajamento vá aumentando. Jamila acabou se "convertendo" à questão das águas de tanto ter ouvido Zinara falar sobre isso. E Cátia se inscreveu para ganhar as eleições do sindicato dos professores da universidade para ver se muda o ambiente lá e aumenta o poder de enfrentamento da entidade.

Clarice é mesmo dramática, mas eu fiquei aqui animada em te ver escrevendo frases "na língua de Cedro". Que linda! 

Eu escrevi Kitaabiis por muito tempo. Neste ano não estou fazendo. Talvez retome o hábito.

Existe uma diferença entre comida viva e vegana. Na comida viva o controle sobre a temperatura máxima que o alimento atinge é rigoroso, ao passo que na comida vegana não é.

Estas personagens novas: Rosa Maria, Khalayla, Sara, etc, estão citadas desde os últimos capítulos. Dá uma olhadinha em O Grande Golpe, por exemplo. É que o intervalo de tempo entre uma postagem e outra foi muito grande.

Eu sei que você sente a história e isso é algo que me deixa muito satisfeita e orgulhosa, pode acreditar!

Beijos,

Sol

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Zaha
Zaha

Em: 13/04/2021

Cris koch!!!! 

Agora sei co.o  caipira ficou rica kkkkk. N lembro do q era ess idenização,ms tá valendo rs. Isso de ler em partes....

Cátia mt abusada  curnixa n par...Jamile n é Clarice..se atente su tarada..pode nem vermulher bo ita...vixi,desespero!!Isso é cso clínico hahaha

Yasirah,sabia q essa bich i reencarnar em outra estória..ao menos melhora dess vez,aquel doutora metida tv era bichada!! ????

GORA ENTENDI O DA CHAPA HAHAHA. TAVA TDNO TEXTOOO RS.

TERÁS JMA SURPRESA ÀS 7 AM...TERMINEIIII O CAPI!!

BOA SORTE respondendo ,Doutora Chris kotch(n lembro o.sobrenome rs).Algo assim! Mas Andrea é um bom Perfil...kkkkkkk

Qual prefere?!!!????

Beijos Douradoooss.Paz,saúde e amor!!


Resposta do autor:

Ficou rica?? Não, calma, não é para tanto.

Essa história de Cris Koch me lembrou de duas pessoas: Cristina e Cris Laninha. Quando estiver proseando com elas, diga que mandei um beijão e que gostaria de vê-las aqui novamente. Queria que as duas lessem o final do Tao e que Cris Laninha também lesse CONVIDE-0.

Cátia fica doida quando vê o tamanho da fé de Vanessa! Haja fé! kkkk

Eu sempre dou um jeito de fazer um elo entre um conto e outro; você sabe.

Você terminou o capítulo? Então fique de olho para ver os próximos!

Beijos!!!

Sol

Responder

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Cristina
Cristina

Em: 22/04/2021

Olá Sol!!!!

Que noticia mais boa foi ver que o TAO voltou a ser publicado!

Demorei a aparecer, por causa de alguns contratempos.

Sou uma grande admiradora de sua escrita e vejo que você não perdeu o "fio da meada" com o TAO. Sua imaginação para codinomes é ímpar. Dou gargalhadas sozinha aqui ao ler esta história que é muito especial e de um conteúdo que não vejo em outras!

Por alguns instantes, voltei no tempo ao relembrar de nosso grupo no Facebook e as discussões que o TAO provocava. Muita coisa mudou de lá pra cá! Me deu saudades!!! Mas ao ler este capítulo fui me recordando de seus conselhos, de suas personagens, que sempre vêem o lado positivo das coisas e têem muita esperança ! 

Estou muito feliz com seu retorno. Apesar de querer saber o fim desta história, espero que ainda tenham muitos capítulos pela frente. 

Um grande abraço!!!!


Resposta do autor:

Amiguinha!!!!!!

Samira e eu andávamos agoniadas para saber de você. Parece que teve COVID, não é? Como vai a saúde? Desejamos que esteja muito muito bem. Beijos para sua família também!

Para recuperar o fio da meada foi uma longa imersão, mas creio que consegui. Fico feliz que você sinta assim e que se divirta e envolva.

Sim, eu também lembro. Muita coisa aconteceu e mudou. Ao final, vou reeditar o sinal de fumaça e contar a história do Tao.

A história está no fim mesmo, Cristina. Hoje postei mais um capítulo. Agora faltam dois. O próximo, que cobre o ano de 2019, é meu preferido desta leva nova e também o penúltimo. Minha dúvida ainda é o que fazer com o último: transformar em dois, manter como um, alterar algumas coisas... Ando pensando em atrasar a postagem do penúltimo para me deixar pensar. Mas, prometo, vocês não esperarão longos anos como foi da outra vez. 

Beijos!!!

Sol

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Gabi2020
Gabi2020

Em: 22/04/2021

Oi Solzinha tudo bem?

Ih esquece a Ju, nem a minha ela lê ou comenta! 

Beijos querida!


Resposta do autor:

Boa noite, tudo bem?

Uai, mas eu vi comentário dela por lá. Ezzai?

Aliás, eu não entendi quem é a autora. É você e mais uma outra pessoa? Juro que não entendi.

Mas, como te disse, nas minhas férias vou ler o seu conto e aí você vai me explicando.

E essa Ju, manda beijinho para ela e um recado, por favor: Mulher, por que me abandonaste? rs

Beijos,

Sol

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Gabi2020
Gabi2020

Em: 20/04/2021

Ei Sol tudo bem?

- Que maravilha essa viagem dos pais da Zinara, que risorti é esse? Fiquei com vontade de ir.

- Adoro a Akemi... Kkkkkkk... Essas massagens sempre rendem bons momentos.

- Os relatos da Sara são comoventes e infelizmente reais.

- 2016 pensa num ano bom! Mas lembro que por conta das olimpíadas tudo no Rio ficou muito mais caro, lembro que a ponte área estava mais cara do que uma passagem ida e volta para o nordeste.

- Gosto dos comentários sempre espirituosas da Magali.

- Bousa... Kkkkkkk.... Acho incrível as conversas de dona Leda e dona Amina, me divirto.

- “Queimor nas curnichas!” kkkkkkkkk

- Mas a Clarice tem um temperamento do cão, ô bicha brava! Sem contar que é dramática também. Bichinha, ela só quer ser feliz com a caipirinha dela.

- E a família aumentando, gente o Getúlio é um frouxo mesmo!

- Cid, Cid... Abre o olho cabra.

- Ah a caipira merece todos os presentes possíveis, sou fã dela!

Capítulo lindo Solzinha, parabéns!

 


Resposta do autor:

Bom dia!

O risórtio fica em Maraguaó. Tem um monte de homem Transfio que leva, se você não quiser alugar um carro no aeroporto de Cidade Restinga. :P

Estou morrendo de saudades das massagens da minha Akemi. A pandemia impede. Ela quase me matava mas depois aquilo fazia um bem..

As guerras continuam, Gabinha. A dor é a mesma em qualquer tempo. 

O ano de 2016 fechou um ciclo. Lembro de você animada pelas Olimpíadas. 

Magali bota um fogo na vida do povo! E na dela mesma! kkkk

A caipira te agradece.

Penso que agora o capítulo No Compasso do Tempo tem sentido para você. Espero que esteja gostando. 

Agora, a pergunta que não quer calar: cadê a Ju? 

Beijos, 

Sol

 

 

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Julia Eidrian
Julia Eidrian

Em: 15/04/2021

sem palavras pra expressar o quando ler esses capítulos me alegraram! obrigada por não esquecer de nós! saudades de você. E lindo ler o jeito que a Zinara expressa o amor delas com palavras magnificas!
Resposta do autor:

Julinha, que saudade!!!!

Claro que não esqueço de vocês! E nem poderia depois de todo o carinho que amigas como você sempre me deram!

Zinara é uma romântica incurável. Continue acompanhando que daqui a pouco posto mais.

Beijos,

Sol

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Zaha
Zaha

Em: 13/04/2021

Cris koch!!!! 

Agora sei co.o  caipira ficou rica kkkkk. N lembro do q era ess idenização,ms tá valendo rs. Isso de ler em partes....

Cátia mt abusada  curnixa n par...Jamile n é Clarice..se atente su tarada..pode nem vermulher bo ita...vixi,desespero!!Isso é cso clínico hahaha

Yasirah,sabia q essa bich i reencarnar em outra estória..ao menos melhora dess vez,aquel doutora metida tv era bichada!! ????

GORA ENTENDI O DA CHAPA HAHAHA. TAVA TDNO TEXTOOO RS.

TERÁS JMA SURPRESA ÀS 7 AM...TERMINEIIII O CAPI!!

BOA SORTE respondendo ,Doutora Chris kotch(n lembro o.sobrenome rs).Algo assim! Mas Andrea é um bom Perfil...kkkkkkk

Qual prefere?!!!????

Beijos Douradoooss.Paz,saúde e amor!!


Resposta do autor:

Ficou rica?? Não, calma, não é para tanto.

Essa história de Cris Koch me lembrou de duas pessoas: Cristina e Cris Laninha. Quando estiver proseando com elas, diga que mandei um beijão e que gostaria de vê-las aqui novamente. Queria que as duas lessem o final do Tao e que Cris Laninha também lesse CONVIDE-0.

Cátia fica doida quando vê o tamanho da fé de Vanessa! Haja fé! kkkk

Eu sempre dou um jeito de fazer um elo entre um conto e outro; você sabe.

Você terminou o capítulo? Então fique de olho para ver os próximos!

Beijos!!!

Sol

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Zaha
Zaha

Em: 12/04/2021

Oie,voltei!!:)

 

Eu sempre antecipo...sorry!!rs(nem tinha recebido essa resposta, mas tive que baixar pra comentar e vi..sorte a sua...

Caipira vai ficar doida aqui...

capítulo 176 e 177

Pasme, estou super surpreendida por Jamile e Cátia...que vc deu a elas???!! Olha, Jamile se preocupando com algo mais que com ela, ainda que no trabalho ela sempre levou a sério, mas entrar nessa empresa,acho que no caoítulos anteriores estava previsto,n?! N lembro!Outro tema importante, uns tem acesso e outros nao, enquanto os menos desfavorecidos adoecem e a falta de verba é o de menos, é que n se importam, mas Jamile vai quebrar tudo!!

Cátia, nossa para tudo!! Essa sim,eu achava que n tinha jeito, boa professora, militante,mas agora se arriscou pra valer, n sei que siginfica isso de sindicato dos trbalhadores da federal? Isso é da faculdade ou trabalhadores em geral? Coisa de falta de verba..me sinto fora do eixo....explica pra Lailinha, vai!!

Clarice é linda,mas muito dramática, oxente, todo mundo feliz menos ela,relacao é assim,amiga, se ligue, a mulher tá c grandes trnsformacoes, td bem, é descarada, e vc fácil de convencer ,falando essas frases e beijando, fica complicado..conquistadora nata! rsrs. Mas, bem, se vc n tem uma solucao, n reclama, decida! N vai deixar de te amar por 3 meses ou seja lá qntos, como ela disse: dois coracoes se derretem e nada me manterá longe de vc. Em arábe fica bonito, língua sedutora, mata Clarice!

O mais lindo, onde meu coracao chorou:"Lagaytek wel dinye leil", " Ya-lli enti agmal hikaya"(essa frase amo, cada vez que diz...) tem forca pq Zinara fala c um paixao e sinceridade tao grande e se transmite pra quem ler...

Só me faz chorar, ao menos de emocao Batwannes beek!

Olha quem vai se formarr,Aishaaaa!!!!! Continuo n gostando dessa Janaína, só resmunga,meu Deus! kkkk. Dinheiro n é tudo, traz certa felicidade, uas lagosta da vida...LOL!!

Acho ue escreverei um Yoom Kitaabii porque s outras ténicas n tao dando mt certo kkkk

Amo a fofa da Khadija!! N devemos ignorar o que ela diz, o ue nenhuma crianca diz.Ela tá flando dos gêmeos,será q viram todos?!!

Me arrepiei toda, já tava aqui muito triste com a vida de Khalayla, vc n é brincadeira, viu?!! Chegou com tudo...é uma tristeza o que passam, n digo só lá, em todo o mundo,mas lá ao tao oprimidos, uma cultura tao machistas e vivem no medo,sem esperanca. Armed  Raed conseguiu!!Sorri tanto que quase quebro minha mandíbula kkkkk

Lindo quando a família pode resolver os conflitosa, respeitando e aceitando. Nagibe tá de parabéns!!

 

Sempre lembrando...Tiizak Hamra.kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Sempre rindo!!

Zinara n presta 1 centavo hauahuahauhauhau.Cada frase...vc tirou isso de que livros,fi??!! Essa viagem romântica é pra engatusar ela c a viagem de 3 meses...rsrs. Zinara me mata, a última frase foi mortal!! Como Jamile deixou ela escapar....sem nocao!!Clarice segura e deixe de ser peba, insegura e dramática, ela n presta(no bom sentido),é conquistadora, tarada, mas sabe fazer poesia com amor!! rsrs

A comida é vegana e se chama comida viva...oxente..kkkkkkkkk. Pensei logo que eram cadáveres(bicho morto, n gente)rs.

Esse Adamastor mndou ver...tome Cecília, a coisa vai mudar!!

Zinara devia ter ido que nem vc,de bike ..mulher dos perfumes! huauahuahauhauhauahuh. Já teria é chegado,suada e fedida,mas chegava!!!!!!

Que lindo momento, tudo tem um porque, um tempo, eram pra Clarice e Zinara se conhecerem pq seus caminhos estavam cruzados,suas família tb, com as duas reencarnacoes! Mt lindo momento.

Já disse que amo essa fase: "Eu em vc,vc em mim e Deus em nós". Mocita sempre fala ela pra mim..pra eu ter fé e calma qndo tenho medo.

Eita, tö cansada...acho que voltarei mais tarde, pensei em terminar,mas minha cabeca n guenta!

Fico por aqui, escrevi mt,sou mt detalhista, mas já me conhece.

Fique com Deus!!

 

 

 


Resposta do autor:

Lailinha!!!

Jamila e Cátia têm suas questões de ego mas elas estão se modificando não é de hoje. E as duas sempre foram muito politizadas. É natural que seu engajamento vá aumentando. Jamila acabou se "convertendo" à questão das águas de tanto ter ouvido Zinara falar sobre isso. E Cátia se inscreveu para ganhar as eleições do sindicato dos professores da universidade para ver se muda o ambiente lá e aumenta o poder de enfrentamento da entidade.

Clarice é mesmo dramática, mas eu fiquei aqui animada em te ver escrevendo frases "na língua de Cedro". Que linda! 

Eu escrevi Kitaabiis por muito tempo. Neste ano não estou fazendo. Talvez retome o hábito.

Existe uma diferença entre comida viva e vegana. Na comida viva o controle sobre a temperatura máxima que o alimento atinge é rigoroso, ao passo que na comida vegana não é.

Estas personagens novas: Rosa Maria, Khalayla, Sara, etc, estão citadas desde os últimos capítulos. Dá uma olhadinha em O Grande Golpe, por exemplo. É que o intervalo de tempo entre uma postagem e outra foi muito grande.

Eu sei que você sente a história e isso é algo que me deixa muito satisfeita e orgulhosa, pode acreditar!

Beijos,

Sol

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Zaha
Zaha

Em: 12/04/2021

Oieeee,Sadikii!!

Capítulo 175

Sabia que tinha deixado no ponto certo pra comecar hj QUANDO vi Magali. Ela sempre alívia com seu humor, ainda em crise nessa situacao toda. Deculpa minha ignorância...qndo ela fL minitro..é de saúde, né?! Que troca como se fosse de roupa...rsrs. Pra n falar mais besteira do que falo..rs. Foda-se tb, já me conhece...

Bem,lá vOU eu jogando....ao menos aGluém pensa em se mudar ness joca! kkkkkkkkk. É Clarice, a vida n é fácil, às vezes temos que sacrificar coisas, tem que pensar bem, mas sei que vao dar um jeito delas poderem criar esse departamento para o curso dela...pq tem tá juntInhass, já chegou a hora delas. Magali me mata com a s frases "selvagens" dela ! Eu ri muitooooooo!!

Nao sei quem é Maria Rosa, mas tá chegando o filho pra Ceci. Mas tô triste por ela. Vc me traz novas criaturas que nem sei de onde veio, sinto que tem algo  n li. Será que li o capítulo antrior? Lembro da reuniao qUE Zinara teve e foi td...froideu pq já tô em outra lancha!!

Essas maes juntas aprontam...gostoda mitura que vc faz entre o que ñe sèrio e o que nao, mesmo que esteja misturado, talvez às pessoas só vejam uma parte,mas devemos trazer humor nessas horas.

Vou deixar minhas loucuras e superfecialidades, qr falar algo,mas...é nad aa ver, e vc n tem tempo pra brincadeiras sem nocao.

Eu li sobre o planeta 9, é um mistério, mas tem muitas teorias sobre ela, mas muoto especulam,,se estava aí porque ninguém viu?!Mas se o sondeo n busca uma determinada coisa, vai ser difícil detectar. é bastante amplio.Se disse que uma possível possiblidade é com o  tele Saburu. Esse suposto planeta está tao onge do sol que seria muito difícil detectár-lo, disse que é capaz de captar a luz mais débil, ainda tem que ver como se comportam os demais objetos sobre ele, sua gravidad. Na minha última aula, besse sábado disse que o chile tá fabricando um novo tele e última generacao, o chilenos tem ótimos teles, n pude ir ainda,mas...n em poluicao atmosférica ou menos bem menos..tö ansiosa pra ver contruído esse novo, disse q vai poder observar e fotografar toda vista disponível cada noche, parece que de 4 em 4 dias...pode ser que nunca aparece ou ao menos com a tecnologia que temos, tá mt longe...alguns creem q seria um buraco negro primordial, mas n sei, sempre que n sabem o que é, metem o probe buraco negro no meio..ainda que esse nunca tenha sifo visto(o primordial, mas devo tá c informacao atrasada sobre essa ideia,claro que seria coerente já que ele deforma o espaco tempo, suas órbitas distanciando mais os objetos, sei lá, sao muitas teorias. 

Eu tava lendo sobre ondas gravitacionais e acabei me metendo  em outros temas..rsrs. Era grátis, n sabia que essa porra era difícil...mecánica quätica dos lxos parecia mais fácil, ainda que vc diria que como entendo um e n outro.bem, eu leio as teorias, deixo as contas de lado...na verde primeiro fui nos lacos e dps nas ondas...rs.

Sou foda, ecrevi isso antes de entrar no site q vc enviou...n é que assimilei algo dentro dos meus neurônios com devios...rs. Mas o site ta super, mas achei que que o planeta 9 já era buscado e tinham sabido ates de 2012, bem antes, mas bem, capaz sabiam de algo que q n entendiam nquela epoc e q nem imaginavam o que era.

acho que falei demais, tem muito além disso e  tamos na estória,mas Zinara ue trouxe, problema dela e seu kkkkkk

Pena que ninguém chega a um acordo e brigam, em vez de juntar conhecimentos mais coerentes...

.Tô lembrado do diretor de Havard, ele tá mt pirado, achava que o asteroide Oumuamua era tecnologia alienígina, bom, ele tá obssessionado com isso, mas gosto dele, do empenho e bem, ese asteroide ele se comporta bem diferente, a velocidade é diferente, mas bem,foi uma boa teoria ndo chegou.

Zinara é pavil curto muitas veze hahahahahha. Faou de política, ciência que tao juntas tb, de certa forma e as pessoas que ainda sofrem no meio da guerra o Hd dela tem um piripaque...

 

Vamos pra algo mais engracadoYa Leda é outra fodástica!Ela é mt sem nocao mesmo!! Sem papas na língua!

Clarice, se danou....Zinara, vctem q aprnder que aqndo sao duas, as coisas temq se resolver de dois, sei que tá acotumada a ficar sozinha e fazer o que te de las ganas,mas a coisa mudou...o que tem de clma Clarice tem se braba qndo atica. Tome aí!!!!é complicada a situacao,mas com calma as coisas se resolvem, Clarice, ainda que n aparece é insegura, tá insegura sim Zinara poderá recomecar em outro lugar por algo que ela lutou a vida toda. Clarice n viveu o que ela viveu, tem mais leveza, menos estrada diria(experência), lhe custa entender certas coisas, mas isso é bom pq leva a Zinara a pensar,essa daí tá acotumada a fazer o que quer e priorizam certas coisas,mas chega um tempo que tb devemos ceder pq devemos pensar no futuro, ele muda todo o tempo, necessitamos alguém pra nos apoiar e amar,sei que Clarice vai repensar até o final desse capítulo..

Aco que deixarei por aqui...Doutora Jamila me aguarde logo..pq eu terei terapia logo e estou tomando café da manha ainda..chá com tapioca..(que mistura).Fique sabendo que amooooo lagostaaaaaa e n tô poendo comer pq n posso viajar....;), Me eu água na boca!

 

 

Ps:Sinto dizer que vc vai ter trabalho com meus comnetários, mas sei do seu poder de sintetizar o que n tenho capacidade. Desculpe, tô enferrujada pq certa pessoa sumiu(kkk, já entendi, n se defenda ;D), n posso treinar!!! 

Vem cá qntos capítulos faltam, é pra que eu n atrase mt, quero participar uma vez na vida em relacao a sua estória ao vivo em relacao ao que vc pode mudar em relacao a nossa visao.

Pra sua informacao,quase de primeira mao, estou pensando em voltar a estudar psico,mas tenho que ver ainda...tenho tanto medo qnto vc tem em se revelar...acredite!!

Espero que n te dê mt trabalho, sei que vc tem mt coisa importante, mas pode ser bem objetiva, eu falo mt e dps me empolgo...mas Ana mabsoutah!!

Acordei como sempre com taquicardia,mas Ya Leda e o humor e a astronomia me alegram muito, minha esposa me harmoniza todos os dias tb! Agradeco enormemente pq ter divilgado em 2015 sobre o curso do OBN. Mudou mts coisas...Bem, tenho que ir.

Quando puder, busca humanoterapia, é algo de seu conhecimento,porém sempre podemos resgatar algo...tb tenho duas séries que acho que gostaria "SHTISEL"(3 temporada) TB tem outra com a mesma atriz, n sei se vai gostar tanto, mas se chama " Nada Ortodoxa, minissérie. 4 capítulos. Fique à vontade..sei que curte coisas mais intensas e séries, pensei que seria bom...n sei!!

Cpítulo 176 pra outro dia..li pouco e falei o triplo..quem entende...

 

Beijos de luz e paz, cuidem-se!


Resposta do autor:

Bom dia, Lailinha!

Espero que esteja bem! Vi que deixou vários comentários aqui para mim.

Esse troca troca de ministros não vem de hoje. É porque acho que hoje está mais escandaloso.

Clarice e Zinara ainda não se acertaram quanto ao que fazer e como fazer. No caso delas é mais complicado, mas tudo dará certo.

O Planeta 9 é uma questão complicada. Há muitos indícios que sugerem sua existência, alguns dos quais citei no capítulo, mas planetas não têm luz própria e as técnicas de observação dos mesmos acabam sendo indiretas. Quanto mais longe estão de nós, mais difícil fica encontrá-lo. A verticalização do eixo da Terra foi predita por Ramatís e Manoel Philomeno de Miranda trata da transição planetária em livro do mesmo nome. Pode não ser o Planeta 9 o famoso "Nibiru", a verticalização do eixo pode se dar por outras razões, mas explorei esta questão sem muito compromisso com o rigor técnico (o que me exigiria estudar bastante para acrescentar um conteúdo que não cabe na história) para fazer pensar. É o que sempre instigo: a reflexão.

No mais, fico felicíssima em ver seu interesse e desembaraço com a astronomia. O Chile tem no Atacama um paraíso para os amantes das estrelas (e das montanhas). Quando estive lá, me esbaldei com as duas coisas e fui parar até no topo de um vulcão! rs  Não esqueci do pedido que me fez em relação a sua mãe, porém, com essa realidade pandêmica, vai demorar para eu volte a algum cume. Seja como for, obrigada pela confiança.

Você tem razão, Zinara ainda não acostumou de todo a fazer um planejamento a duas e para Clarice isso conta muito.

Ao todo, falta eu postar mais 5 capítulos para encerrar o Tao. Porém estou analisando aqui se desmembro um (o que resultaria em 6). Mas você vai ter tempo de acompanhar. Não postarei tudo de uma vez como fiz com CONVIDE-0. 

BEIJOS!!!!

Sol

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Solitudine
Solitudine Autora da história

Em: 11/04/2021

Lailinha, esqueci de comentar: A questão do dinheiro você antecipou. Aguarde!

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Zaha
Zaha

Em: 10/04/2021

Oie, Sadikii, como tem estados nesse último ano?Como a vida tem te tratado?Espero que dentro do que estamos vivendo no mundo. esteja podendo lidar com as mudancas, adaptacoes e perdas..

Que posso dizer da sua volta como escritora do Tao. Vejo que nao perdeu o tato, nem a linha de pensamento, a energia tá igual, você conseguiu se conectar a esencia da estória que vc mesmo plasmou. 

Comecou bem com a parte do humor caipirexco, tá igual, me fez rir muito! Obrigada, eu nem ia aparecer, apenas pra informar que ia demorar,como sempre, mas Deus n quer, tenho que passar por isso por alguma razao que n sei, mas estou mais calma e tentarei outra tática. Lerei por partes, assim nao me consome tanto, n ficarei passando mal por seus personagens que pra mim sao verdadeiros. Poderia explicar, mas acho que o hackker que roubou seu e-mail, vai entender! kkkk. Coloquei tudo ali hoje. Espero que ele se sensibilize, ao menos. rs(pareco doida,mas vc é espiritualista e n deveria achar isso,só n sei o que tenho q aprender...)

Amei a forma que vc descreveu Raed. que apesar do seu jeito bruto e por vezes "ignorante", devido a que vem de outra realidade, vc trouxe leveza, humanizou um homem que já senti distante de tudo, tao sofrido. Trouxe outro pai de Zinara. É tao lindo ver ela sorrindo com gosto com a  mae e a reconstrucao dessa nova relacao, com o pai, principalmente. Temos que amar, perdoar e ver o lado um do outro,desapegar o passado é difícil, mas construir uma nova forma de viver é o melhor, viver e n sobreviver! Estou feliz com o ínicio do seu texto. 

aHH, O CASAL MARAVILHA voltou.. que fofas!Saudades de Zinara safada, sem vergonha e metida e da minha doce Clarice, pedaco do Céu que traz luz..

Val tem razao, a transicao tá aí e nao vai ter moleza pra ninguém, já comecamos com o covid,sinceramente achei que ia ter mais resultados positivos, ainda que mudou a vibracao pra alto stral, porém, logo depois, pessoas se acostumaram e relaxaram, já n se importavam ou muitos sem consciência. Me chatei com algumas pessoas, amigos, mas tive que engolir, alguns comentários já que aconselhar ou informar n mudava, mas cada um tem seu livre arbítrio, n podemos obrigar, apenas informar e às vezes deixar que a vida ensine.

Amei o que vc escreveu sobre a nova pesquisa, entrei e li, achei interessante, nem sabia que esse site era confiável,tenho lido muitas coisas ...n é todo site que confio, mas a profissa aqui é vc, deve saber o que faz, dessa vez nao posso de contrariar kkkkkk. Tá sorrindo? rs

 

Uma pergunta sem nocao:ONDE ZINARA ENCONTROU DINHEIRO PRA PAGAR ALL INCLUSE se  TAVA FALIDA DPS DOS 90 MIL QUE DEU PRA COMPRAR A CASA PRA PRIMA?!!Clarice ajudou?!Viu, continuo a mesma pirada de sempre, pensando coisa nada a ver...rs.Minha cabeca é assim!!

 

Esses foram o que li, pouco, mas eu n tô com a cabeca bem,n consigo me concentrar e te peco desculpas, sei que curte meus comentários, apesar de grandes, prefiro n decepcionar fzendo algo horrível. Mas vi que tem muitas meninas 1000, te deixarao muito feliz! Isso que importa. Saudades do meu irmao gêmeo Khaled!! 

Gostei muito da última parte do cap 174, mt engracada e partes tensas!! Akemi dos infernos, mas essa Síndica merecia uma dobradinhas! Hahahaha. Me matei de rir!!Eu quero saber onde vc tira essas coisas..de que lugar vc veio, criatura?!!! Conta pra Sadiki!

Vc é foda, qndo eu comecoa entender algo de árabe, ela vem c uma frases punk..rsrs. 

Sobre Sara e a situacao dela, que horror essa guerra, nunca termina, tato sofrimento e por isso resolvi parar por aqui que já tava me dando um aperto no peito, mas chegou meu Youssef amado orientando Ahmed, logo saberei o que passará com elas, talvez no final do capítulo elas estejam encaminhadas...ou saberei o rumo!!

Já sabe que plasmo, crio formas pensamentos muito intensas e dps só escalera abaixo kkkkkk.

 

CAPÍTULO 173 – Lua di Mer

CAPÍTULO 174 – Provações Pelo Mundo 

Esses foram lidos..agora falarei algumas coisas que acho importante e dps poderei seguir lendo e comentando a medida que minha mente me permita. 

 

Como sabe, o tao é minha estória favorita, me conecto muito com ela de uma forma que muitos e nem sei se vc entenderia e por isso tenho que tá bem pra ler, como n tô e pq vc é minha amiga,irei ler por partes, vai demorar ler um só capítulo, mas vc me disse um dia que poderia ler por partes e ir comentando. N se preocupe, tentarei ser breve nas partes mais difíceis.Mas pra mim essa estória é maravilhosa, n preciso repetir pq muitas dizem e n gosto de puxar saquismos. Deixei escrito o pq favoritei na parte de favoritar estória e escritora, fique à vontade,por certo, só soube que vc atualizou pelo e-mail. Desativei o FACE Dourado e o Oliveira já n tá, eu deletei no comeco do mês! Caso tenha recebido algo, tinha enviado uma mensagem privada muito feia, mas apaguei,mas n sei se pra vc apagou ou foi pro e-mail, me arrependi, te peco desculpas, estou pior que antes, mas me responsabilizo pelas consequências que virao na vida...o que pensamos, materializamos e se escrevemos, pioramos...

Eu n te entendo e gosto de entender, vc sabe, mas um dia farei,te prometo, aceitarei que vc escolheu ser fake pra sempre, n é culpa sua se me apeguei e fiz amizade com alguém que nunca saberei quem é ou pq fez determinadas escolhas, tampouco minha,é a vida, cada um sabe o que é melhor, mas entenda que aceitacao leva tempo, n espero que me entenda, mas quero que foque que deixou uma boa marca no meu coracao. De verdade...sempre será Sadikii!!

Sei que um dia vc irá pra sempre,mas até lá mts coisas boas vao passar!!

Sabe, tava com saudades,sei que vc é desapegada e tal, mas bem, n importa, eu sou transparente e apegada! hahahahaha. Somos diferentes,complexas, diferentes! 

Diga a Samira pra parar de lesbicagem e que é fraternal e vc qndo quiser perguntar algo faca vc mesma....somos grandes amigas, n?! Honre isso!!

Fiquem bem, vc sua namorada, Samira e sua família porque estamos numa situacao mt complicada e Brasil tá pior, essa nova vriante p1 é pior que tudo, tenho lido mt sobre isso tb!E sobre as novas potenciais vacinas. Amo a USP, sempre leio..

Nos veremos logo, assim espero...

Abraco celestial e beijos de luz!Que o arcanjo Miguel te proteja em 9 capas, color violeta,ainda que gosto das azuis ou rosadourado,  mas cuidado, apesar de que sao potencialmente indestrutíveis, os pensamentos negativos a enfraquecem!

PS:Espero que n tenha escalado os 7 mil antes da pandemia, quero fazer um pedido pq sou gaiata...como vc chegará no topo do bolo, queria pedir pra vc pensar 1 segundos em minha mae. a Chamavámos Liu, mas é Maria Alice! Se possível...é importante pra mim e n conheco outra pessoa que chegaria aí...qdo vc chegar ao everer, faco outro pedido! kkkk. Só n venha co isso de melhor morte é no meio da montanha, tenho problema com as perdas. Conversa errada essa sua!

Ficou grande pq eu sou grandiosa kkk. Acho que pedirei a minha amiga schwinden que mude meu nick aqui, é mt vergonha! Hauhauhau. Pedirei pra mudar minha foto tb rs.

 

PS:Eu n tenho frases cultas,nem vídeos, assim que vc vai se contentar com as besteiras que escrevi...

Agora vou ficar com medo do q vc vai escrever,sempre me deixa ansiosa do que vc interpretará ou sei lá...vc vai e volta e demora tanto que já n sei como tá seu humor, nossa amizade pq mudamos mt qndo um se vai por mt tempo....ás vezes vc tá séria e me assusta rs.

Tratarei de ler as outras parcelas a medida que possa...

Agora vou-me!

 


Resposta do autor:

Lailinha!!!!

Que ter você aqui dourando o Tao!

Para mim nossa amizade permanece e nada que tenha escrito poderia abalar isso. Sei que você tem momentos de me dar um puxão de orelha, mas não vejo com maus olhos. Gosto de sinceridade e suas reações costumam refletir os seus momentos com transparência. Prefiro assim do que o rebuscado de pessoas falsas.

Quanto aos emails: solitudine09@gmail.com foi mesmo tomado de mim e não consegui reaver. Criei outro no Outlook mas esqueci a senha e perdi também. Então a Solitudine ficou sem! Facebook eu abandonei. Nem sei se ainda tenho perfil.

Eu sumo, posso demorar mais ou menos, mas sempre volto e não esqueço de vocês. Eu me importo com as pessoas, pode acreditar. Aliás, é por isso que escrevo.

Foi demorado mas me reconectei com o Tao. E escrevi tudo. Só vou postar aos poucos porque ainda estou amadurecendo certas questões. 

Gosto muito da sua forma de ler, sentir e da vontade de aprender e se informar. Já disse e repito que tem todos os ingredientes para ser uma boa psicóloga, que sabe astronomia e arranha um árabe. Vá lendo seu tempo.

Espero que estejam todos bem por aí, entendo sua frustração com a teimosia das pessoas e desejo que seus momentos de ansiedade e desconforto sejam episódios cada vez mais raros.

Quanto ao fato de eu ser um fake , isso vem da minha covardia em deixar o mundo saber que sou lésbica, esse mundo que vai além de um pequeno círculo de pessoas íntimas. Encarar a condenação na família e como seria no trabalho ainda é algo que me desafia. Lamento decepcioná-la mas continuo dizendo que o fake mascara a identidade mas os sentimentos são (e sempre serão) reais.

Beijos e muita Paz.

Sol

 

 

 

 

 

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kasvattaja Forty-Nine
kasvattaja Forty-Nine

Em: 10/04/2021

Olá! Tudo bem?

 

Não sei bem por onde começar, mas vou de ''puta que pariu, Ela voltou!''.

Quando uma amiga recomendou-me a leitura de ''Sob O Encanto De Maya'' e fui fazê-lo, pirei: um ''calhamaço'' de mais de 800 mil palavras. Nem pensar, até mesmo por que tinha já passado por experiências de leituras ''verborrágicas'' e praticamente deixei todas elas pelo caminho. Então, não li.

Depois de algum tempo essa mesma amiga perguntou-me ''o que você achou do conto de Solitudine?'' e, é claro, fiz cara de paisagem: ''De quem?''. Mina amiga ''caiu matando''. Falou tanto que decidi ler ''Sob O Encanto De Maya'' e, querida Autora, já reli história mais de uma vez e, sinceramente, é um dos melhores contos que já li aqui no Lettera ou em qualquer outro site onde lemos contos e histórias escritas por pessoas maravilhosas como você.

Tudo em ''Sob O Encanto De Maya'' é perfeito — cada personagem, cada passagem, cada trama —, desde o início quando você nos apresenta ''de cara'' as lindas Juliana e Seyyed até o final quando Jaqueline escreve "Todas as coisas surgem e vão embora". Maravilhoso!

Ma-ra-vi-lho-so! Ah, e as mais de 800 mil palavras? Nem notei!

Então, parti louca para ler ''Em Busca Do Tao''. E comecei e, pensei ''meu Deus, como ela consegue escrever isso tudo e de uma maneira tão intensa?'', mas de repente você ''Fugiu? Desapareceu? Escafedeu-se?'' e, pensava eu ''Oh Solitudine volte, onde quer que você se encontre, volte para o seio de suas amadas leitoras'', e você voltou: ''Estou a dois passos do paraíso''.

 

 

É isso!

 

Post Scriptum:

 

''Escrever é que é o verdadeiro prazer; ser lido é um prazer superficial. ''

 

Adeline Virginia Woolf,

Escritora, Ensaísta E Editora Britânica.


Resposta do autor:

Boa tarde, tudo bem? 

A caipira voltou para consertar uma rata (antecipei o nascimento da filha de Hana) e nisso me deparo com este comentário maravilhoso e divertido, com direito a uma revisão de Sob o Encanto de Maya, Blitz e Viginia Wolf. Adorei! 

Agradeço também pela gentileza e simpatia. E pela insistência da sua amiga que a trouxe até meu universo caipiresco. Leve meus agradecimentos até ela, por favor. 

Vou abusar e te perguntar o que achou deste capítulo depois de tanto tempo.

Beijos,

Sol

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