Cheguei com mais um capítulo e tô morrendo de amores por ele. Quem puder, eu sei que é chato ficar pedindo isso, mas deixa um comentário, me ajuda muito saber o que vocês estão achando, além de certa maneira me dá mais animo para continuar a história.
Para quem perder as atualizações, eu sempre posto lá no meu insta quando eu coloco um capítulo novo @mari_mrosa Quem quiser me seguir, vai ser muito bem vinda, amém! hahaha.
Aqui estamos com mais um capítulo! Espero que vocês gostem!
Um beijooo.
4
Eleonor fechou o livro de mitologia grega com um alto som. Ela virou a capa para si e levou os dedos no título.
Era um livro bom, ela deveria admitir, estava completamente absorvida nele e ainda que estivesse lendo os romances de Allie Watson antes de dormir, era o livro de mitologia no qual se havia entregado e mergulhado a fundo.
Eleonor não tinha costume de fazer isso, mas se abrisse em certas páginas do livro, era possível encontrar anotações e partes grifadas, onde achou a história extremamente interessante. Parte de seu interesse viera em Atena e Artêmis e logo sua cabeça ansiosa começou a criar possíveis histórias para ambas.
Ela se levantou rapidamente do sofá de sua sala e foi à procura de um papel e uma caneta.
Eleonor procurou pela casa inteira, então tentou relembrar o que estava pensando em sua cabeça. A escritora tendia a esquecer certas informações rápido demais, ainda mais quando se tratava de ideias para livros. Porque da mesma maneira que as ideias vinham, elas iam embora com a mesma facilidade.
Ela correu pela cozinha e pela sala, até que encontrou um lápis largado em um porta treco. Eleonor não tinha ideia de como aquele lápis havia parado lá, mas seja como for ela o pegou e anotou suas ideias em um bloquinho de notas que estava sobre a mesa pequena de jantar.
Eleonor se sentou no sofá e descansou o bloquinho na coxa, ao mesmo tempo que sua mão esquerda trabalhava com rapidez, anotações que poderiam ser bem usados para o seu futuro livro. Logo, duas páginas transformaram-se em cinco. Sua mão estava doendo, mas ao olhar sua letra piorando a cada página que passava, sentiu-se aliviada por conseguir finalmente a ter o esboço de algo.
A escritora se levantou novamente e jogou o bloquinho de notas em cima do livro que anteriormente estava lendo. Ela voltou para a cozinha e abriu a geladeira. Achou uma garrafinha de cerveja e rodou a tampinha com a mão. Se virou e fechou a porta da geladeira com o pé, ao mesmo tempo que jogava a tampinha em cima da ilha da cozinha. Ela bebericou a cerveja e seus olhos caíram sobre o saco preto amarrado dentro da lixeira preta.
— Merd*! — xingou, ao largar a cerveja na ilha da cozinha e tirar a sacola preta dentro da lixeira.
Ela carregou a sacola com cuidado até a porta e a abriu para caminhar no caminho de cimento que levava até a calçada.
Mesmo com os pés descalços, caminhou rapidamente para a calçada, onde colocou a sacola dentro de uma cesta de metal suspensa por uma haste.
— Ahhh não! Não acredito! Que merd*!
Eleonor levantou os olhos e viu Greta chutar o pneu do carro do outro lado da rua.
Ela vestia uma roupa de surf de borracha, porém Greta não usava a parte de cima, estava apenas com o biquíni. Em sua mão havia uma grande prancha de surf colorida. Suas cores tinham a cor do arco-íris e se misturavam-se em degradê.
Algo dizia a Eleonor que Greta estava debaixo desse grande arco-íris colorido.
Seu cabelo louro estava molhado, assim como o seu corpo. Ela sacudiu a cabeça para tirar o excesso da água e colocou um braço cruzando o peito, para assim tentar espantar o frio.
Eleonor decidiu de última hora ajudá-la, olhou para os dois lados da rua e atravessou a rua em uma corridinha. Enquanto fazia isso, levantou a mão para chamar a atenção de Greta e a achou pelo o nome.
— Greta!
A jovem olhou para a dona da voz e rapidamente sentiu-se exposta. Ela colocou a prancha um pouco de lado para cobrir um pouco do seu abdômen e rapidamente tentou acertar o cabelo louro com a mão.
Ela não entendia como a vergonha chegara tão rapidamente nela, mas de qualquer forma o sentimento estava ali e suas bochechas tomaram uma tonalidade mais rubra. Seu corpo tremeu levemente a brisa do mar até chegar a sua espinha.
— Eleonor? — Greta engoliu em seco e incerta, levantou a mão para cumprimentá-la. — Você... por aqui?
Eleonor colocou-se na frente de Greta e juntou o casaco na frente do seu corpo para espantar o frio.
— Como você não está congelando? — Eleonor perguntou, ao fitar os olhos azuis levemente avermelhados devido a água do mar.
— Um pouco, mas eu já estou acostumada, eu gosto de surfar. — Greta explicou-se, ao dar de ombros e colocar-se de lado para ver as ondas do mar, que pareciam um pouco raivosas hoje.
Eleonor seguiu o olhar de Greta e surfistas se arriscarem nas ondas, como até pouco tempo atrás a jovem fazia.
— Parece ser um pouco perigoso. — Eleonor apontou, ao voltar a olhar para Greta.
— Um pouco, mas é importante respeitar o mar. — Greta respondeu, para logo em seguida trocar a prancha de braço. — Mas aparentemente, hoje é o meu dia de azar e tudo o que eu queria era um pouco de calma. — reclamou, ao chutar com o calcanhar a roda do pneu furado. — E estou sem reversas, meu irmão pegou de mim e não recolocou. — Agora, vou ter que ligar para o seguro e esperar eles virem e pegar meu carro.
— Você pode esperar na minha casa. — Eleonor disse em supetão. — Você pode pegar um resfriado esperando aqui e bem... lá dentro está quente, pode tomar um banho.
Greta a olhou um pouco confusa e novamente as bochechas voltaram a se esquentar.
— Mas.... mas eu sou uma estranha. — tentou explicar o absurdo que Eleonor estava oferecendo.
— Greta, você não vai ser a primeira mulher estranha que colocarei em minha casa e bem, até onde eu sei, acho que você não me esfaquearia.
Greta arregalou os olhos e negou com a cabeça rapidamente. Sua mão que segurava a prancha falhou, mas antes que ela pudesse tombar para frente a jovem voltou a segurá-la com firmeza.
— Ei, tô brincando. — Eleonor acalmou-a. — Vem... A não ser que você não se sinta a vontade, mas-
— Tudo bem, eu vou... Eu não quero congelar, sinceramente.
O corpo de Greta tremeu involuntariamente, ela juntou mais os pés e flexionou um pouco os joelhos.
— Então vamos, antes que você fique doente. — Eleonor colocou-se do lado de Greta e esfregou sua mão no braço livre da jovem.
Greta olhou a mulher ao seu lado e sentiu seu coração bater forte dentro do peito.
Ela assentiu e as duas atravessaram a rua.
— Obrigada, Eleonor. — Greta murmurou, ao pegar a mão da escritora e aperta em afeto.
— Eu disse que te salvaria mais vezes.
As duas sorriram antes de entrar no chalé.
Greta adentrou na casa e se colocou ao lado da porta, esperando qualquer sinal de Eleonor.
Ela segurava a prancha com o braço esquerdo e ele começava incomodar. Greta queria trocar a prancha de braço, mas achou que não seria uma boa ideia. Pois, ela poderia sujar o chão de areia, além disso, Greta não queria parecer espaçosa.
— Você pode colocar a prancha encostada aqui. — Eleonor indicou a parede perto da porta. — O banheiro fica no fim do corredor. Há uma toalha lá não usada.
— Eu não quero dar trabalho. — Greta disse, ao colocar a prancha encostada na parede. Reparou que no chão envolta da rabeta, acumulou-se um pouco de areia. Ela sentiu as bochechas esquentarem e rapidamente virou a cabeça para Eleonor. — Eu preciso de uma vassoura.
— Greta, não se preocupa com isso. — Eleonor sorriu, ao pegar a jovem pelos ombros e direcioná-la para o banheiro. — Tome um banho quente, eu vou pegar uma muda de roupa para você.
— Mas- — Greta tentou dizer algo, enquanto estava sendo empurrada levemente pelo pequeno corredor.
— Você bebe cerveja?
Greta parou na porta do banheiro e virou a cabeça para Eleonor que ainda a segurava pelos ombros.
— Sim. — a jovem assentiu.
Eleonor tirou as mãos dos ombros de Greta e a jovem desejou que elas estivessem continuado ali. O toque da escritora era firme e doce ao mesmo tempo.
Era fato que Greta estava desenvolvendo um crush por Eleonor.
— Ótimo, então vai pro banho antes que você pegue um resfriado. — Eleonor avisou com um leve tom de preocupação e se virou indo em direção as escadas.
Greta ficou para trás, ainda um pouco envergonhada com a situação que havia se metido. Ela ficou olhando por alguns segundos o primeiro andar do chalé e um arrepio passou pelo seu corpo. Não sabia dizer se era pelo frio que estava sentindo ou pelo simples fato de estar na casa de uma pessoa que admirava.
Ela balançou a cabeça e fechou a porta do banheiro atrás de si.
Não demorou muito para que Eleonor pudesse catar algumas peças de roupa para Greta, entretanto, a única coisa que a escritora não poderia dar era uma calcinha. Esperava sinceramente que a jovem não se incomodasse com isso. Era nítido que Greta era uma mulher encabulada, o que parecia fazer parte do seu charme e Eleonor não era cega e nem burra, ela tinha gostado do jeito da jovem.
Eleonor empilhou as roupas na mão esquerda e a segurou como uma bandeja de metal como os garçons fazem para zanzar de um lado para o outro no salão de um restaurante.
Ela desceu as escadas e se colocou perto da porta do banheiro. Eleonor levantou a mão para bater na porta, mas hesitou. Escutou o barulho da água escorrendo pelo chuveiro, ao invés de bater na porta, Eleonor esperou. Não queria atrapalhar o banho da jovem, então simplesmente, apoiou as costas no batente da porta. Foi apenas cinco minutos depois que ouviu a chuveiro desligar e a porta de vidro do box abrir.
Ela levantou a mão para bater na porta, mas novamente hesitou, pois ouviu Greta cantarolar baixinho. Não pode deixar de sorrir e achar aquilo fofo. Esperou mais alguns segundos, antes de bater na porta.
A porta se abriu apenas um pouco e a cabeça de Greta surgiu entre o vão. Seu corpo estava escondido atrás da porta, enquanto segurava a toalha no meio do seu peito.
O vapor do banheiro começou a fazer pela fresta e Greta sorriu sem graça, antes de olhar para as roupas na mão de Eleonor.
— Eu havia esquecido completamente disso. — Greta arregalou os olhos e voltou a encarar Eleonor.
— Ainda bem que estava aqui para lembrar. — Eleonor estendeu a mão para entregar a roupa para Greta.
— Obrigada.
Eleonor fitou o rosto da jovem e percebeu outra cicatriz em seu ombro. As gotas de seu cabelo molhado, pingavam diretamente em cima da pequena cicatriz.
Greta direcionou os seus olhos para onde Eleonor estava encarando, rapidamente seus ombros se encolheram e a escritora voltou a olhar a jovem.
— Desculpe. — Eleonor murmurou, ao ser pego no flagra.
— Tudo bem... Foi um acidente que aconteceu enquanto estava surfando alguns anos atrás. — Greta se explicou antes de tocar a cicatriz.
O ato do toque fizera a toalha de Greta descer um pouco e por mais que Eleonor tivesse percebido, continuou a olhar para os olhos da jovem.
Se Greta já era envergonhada com as coisas, imagina se flagrasse Eleonor olhando para um pouco da pele descoberta.
— Se troca, vou preparar algum sanduiche e cervejas para gente. — Eleonor ofereceu, ao oferecer um novo sorriso.
— Tá bem. — Greta novamente assentiu, antes de novamente fechar a porta atrás de si.
A jovem se afundou dentro do vapor que o banheiro ainda continha e tirou a toalha em volta de seu corpo. Ela colocou a cabeça levemente para frente e usou a toalha para secar o cabelo louro. Primeiro o lado esquerdo e depois o direito.
Estendeu a toalha no vidro do box e se voltou a o espelho, onde viu seu reflexo embaçado. Ela esfregou a mão no espelho, afim de ver um pouco de sua imagem e olhou seus cílios molhados e os fios louros prendendo-se a sua testa. Tentou ajeitar o cabelo, escorregando os dedos pelo cabelo, mas ele estava embaraçado demais. Finalmente, depois de alguns minutos, percebeu que o espelho na verdade era uma pequena estante. Curiosamente, ela abriu e soltou o ar da boca em alívio, ao ver que lá havia um desodorante aerossol e um pente.
Ainda que quisesse pedir permissão para usar, ela detestava pegar algo que não era seu. Greta acabou usando ambas as coisas. Ela queria estar o mínimo apresentável para Eleonor.
Após usar o desodorante e o pente, Greta tratou de se vestir.
Eleonor havia selecionado para ela uma calça moletom preta e uma blusa de algodão da mesma cor. Elas eram um pouco grandes para Greta, mas ela não tinha do que reclamar. Vestiu a roupa e tentou ajustar em seu corpo.
Já havia passado talvez uns oito minutos, quando Greta abriu a porta, carregando consigo a roupa de surfe e foi atrás de Eleonor.
— Aqui na sala. — Eleonor a chamou, provavelmente havia ouvido a porta do banheiro sendo aberta.
Quando Greta andou a até a sala junto a cozinha, reparou que no chão da sala havia alguns sanduíches e cervejas.
As grandes janelas estavam abertas e dali ela conseguia ver o mar, os surfistas e seu carro com o pneu furado.
— Você precisa de uma sacola para por a roupa? — Eleonor perguntou e Greta virou a cabeça para a direita.
Eleonor estava com guardanapos na mão, perto da mesa redonda de jantar.
— Sim, por favor.
— Última gaveta da estante perto do fogão. — Eleonor comunicou, mostrando onde as sacolas estavam. Ela passou por Greta e colocou os guardanapos em uma bandeja de madeira. — Espero que não se importe de comer aqui. Eu acho a vista linda.
— Não, está ótimo. — Greta respondeu de volta, ao ir até o lugar em que Eleonor havia falado.
Ela abriu a gaveta, pegou uma sacola e a desdobrou, antes de jogar suas roupas ali dentro. Andou até sua prancha de surf e colocou as sacolas ali do lado.
— As roupas ficaram boas em você. — Eleonor disse, ao se sentar no chão e observar o corpo de Greta.
Sim, as roupas estavam um pouco largas, mas abraçaram bem Greta. Novamente, a escritora tentou não abaixar demais os olhos, já que havia percebido que a mulher estava sem sutiã.
Ela não era nenhuma pessoa depravada, longe disso, mas quando a uma atração envolvida, é mais difícil conter os impulsos da admiração.
Greta se aproximou, porém, antes dela sentar, deu-se um leve tapinha na testa.
— O meu celular ficou no carro, eu preciso pegar meu celular para ligar para o seguro. — Greta falou com certo pesar, antes de mirar os olhos para o carro que estava lá fora.
— Você pode ligar do meu celular, não tem problema. A gente pega o telefone pela internet.
Greta alternou os olhares entre o carro lá fora e Eleonor sentada no chão.
A escritora havia feito tudo aquilo para ela e talvez ir lá fora e estourar essa bolha poderia quebrar algo que definitivamente Greta não queria.
— Tudo bem. — Greta por fim se sentou ao lado de Eleonor.
A escritora pegou a garrafa de cerveja e a abriu rodando a tampinha. Ela entregou para Greta que aceitou com um sorriso gentil.
— Obrigada.
— Sem problemas. — Eleonor jogou uma piscadela e por alguns segundos elas se olharam. Finalmente, a escritora desprendeu o seu olhar da jovem e voltou para a bandeja no chão. — Eu fiz um sanduiche com frango desfiado e tem outro de atum. Qual você prefere?
— Frango desfiado. — Greta respondeu, ao juntar as pernas em baixo de si e bebericar a cerveja.
Eleonor colocou o sanduiche em um guardanapo e entregou para a jovem.
— Obrigada, — repetiu ao pegar o sanduíche e mordiscá-lo. Ela mastigou e o engoliu com pouco de velocidade. — Está uma delícia.
— Que bom que gostou.
Greta olhou mais uma vez para a vista, antes de beber mais um pouco da cerveja.
Eleonor esticou a mão e tateou o celular em cima do sofá. Ela o desbloqueou e o entregou para Greta.
— Pode fazer ligação. Eles costumam demorar bastante antes de finalmente aparecerem.
— Verdade. — Greta concordou e riu.
Enquanto, a jovem pesquisa o número do telefone do seguro, Eleonor ficou a comer o sanduíche em silêncio.
Demorou alguns minutos para que a ligação e o pedido fossem feitos. Eles levariam algum tempo até chegar à casa de Eleonor.
Greta entregou o celular para a escritora, que colocou do seu lado e virou a cabeça para as janelas.
— É uma vista e tanto que você tem aqui. — A jovem falou, tentando procurar algum assunto para o silêncio não se tornar algo ruim. — Mora aqui a muito tempo?
— Tem poucos dias, tentando encontrar inspiração para um livro novo. — Eleonor disse com certo pesar em sua voz. Tem sido difícil para ela focar em novas ideias, ainda que hoje, algo começou a brotar em sua mente.
— Ah... Bloqueio criativo. Então isso existe. — Greta falou, antes de morder mais um pedaço de sanduíche e o colocar na bandeja de madeira.
— Eu nunca tinha tido até então. — Eleonor deu de ombros.
— Bem, eu não sei como isso funciona, mas quando algo muito drástico acontece na minha vida, eu não consigo me concentrar direito. Parece que sua vontade de fazer até mesmo aquilo que ama, vai embora.
— É um pouco parecido o que eu sinto. — Eleonor tinha que admitir que Greta estava certa. Desde o seu divorcio as coisas não estavam saindo muito bem e aquilo estava mexendo diretamente com a criatividade de escrita. — Você faz alguma coisa para melhorar?
Greta riu baixinho e sacudiu a cabeça negativamente decepcionada consigo mesmo por não ter uma resposta.
— Não. Eu apenas deixo o tempo tomar conta das coisas. Mas caso você descobrir, por favor, me avisa.
— Pode deixar, avisarei. — Eleonor voltou com um sorriso gentil e mais uma vez tomou um gole de sua cerveja. — E você? Mora a vida inteira aqui?
— Sim, — respondeu um pouco com pesar. — Acho que só sai de Rudápave uma vez. Não que eu não goste daqui. Eu amo essa cidade, mas...
— Você queria ver o resto do mundo. — Eleonor completou o raciocínio de Greta, ela se virou um pouco para a jovem e dobrou o joelho para apoiar seu cotovelo nele. — E por que não faz isso?
Outro sorriso triste e os olhos azuis pareciam estar refletindo. Eleonor reconheceu que eram lágrimas presas. Aquilo doeu na escritora, algo lhe dizia que a jovem estava fragilizada com a vida.
— As vezes simplesmente não dá. — A voz de Greta ficara embargada, antes de rapidamente levar a mão aos olhos para secar as lágrimas. — O quão horroroso é isso, eu querer chorar na sua frente.
Por impulso, Eleonor levou a mão à bochecha de Greta.
Ela não conhecia muito bem a jovem, mas era nítido a dor que existia dentro do peito.
Rapidamente, Greta olhou para Eleonor. O toque parecia eletrizante e surpreendente. Sinceramente, ela não esperava pelo afago, e muito menos se ver inclinando a procura demais.
Greta estava só... Sua vida era solitária e ter alguém olhando-a fazia seu coração pular contra o peito.
A jovem não podia acreditar que uma pessoa na qual admirava estava ali, cercando-a em um carinho e afagando-a de um jeito para que pudesse se tornar um alguém mais forte.
Greta se aproximou um pouco do rosto de Eleonor, seus olhos azuis caíram para os lábios da escritora. Ela queria beijar aquela boca, mas não teria coragem de iniciar o movimento, simplesmente porque aquela mulher na sua frente era... Eleonor Simon.
Por outro lado, a escritora reparou na vulnerabilidade e no desejo que Greta escancarou, ainda que com delicadeza a vontade de beijá-la.
Eleonor sorriu em orgulho, antes de acariciar a maçã do rosto da jovem e aproximar seu corpo, arrastando-o levemente pelo tapete. Ela deixou a cerveja na bandeja, sem tirar os olhos de Greta e lambeu os lábios, pois a respiração da jovem acelerou um pouco mais.
— Você é tão linda, Greta. — Eleonor murmurou em uma intimidade que fizera Greta quase gem*r.
Ambas se aproximaram ainda mais, com os narizes quase tocando, com as respirações se misturando e com a tensão envolvendo os corpos cada vez mais crescente.
As bocas começaram em um roçar leve e despretensioso, trazendo um arfar gostosa da boca de Greta. Quando finalmente, Eleonor aprofundou o beijo, o celular que estava perto de sua perna tocou. Despertando assim o momento praticamente perfeito.
Greta praticamente lançou o seu corpo para trás em susto. A mão de Eleonor não mais a tocava e muito menos os lábios. Elas se olharam, antes da escritora bufar e se virar.
— Merd*... — Eleonor disse entre os dentes, antes de atender o telefone com um rom irritado. — Alô!
Greta arregalou os olhos e encarou suas próprias mãos, que repousavam sobre suas coxas. Ela pegou a garrafa de cerveja e sem parar bebeu uma longa golada.
O telefonema em si se tratava do seguro, querendo confiar o endereço de Eleonor.
Ela olhou para Greta e viu a certa ansiedade que ingeria bebida. Talvez não fosse uma boa ideia, a jovem beber tanto álcool, já que mais tarde teria que voltar de carro para casa.
Após Eleonor desligar o telefone, o silêncio foi instalado e Greta forçou-se a comer um pouco mais do seu sanduíche.
— Desculpe. — Eleonor pediu.
Greta a olhou e piscou um pouco confusa.
— Pelo beijo?
— Não! — Devolveu rapidamente. — Pelo jeito que eu atendi o telefone, não queria te assustar.
— Tudo bem... — Greta sorriu.
Eleonor se movimentou de novo e desta vez se sentou totalmente virada para Greta.
— Eu não sei se isso estragou o clima, mas eu realmente queria te beijar de novo. — A escritora pediu, ao tocar a mão de Greta.
A jovem olhou para a mão de Greta e para os dedos longos da mulher. Ela entrelaçou os seus dedos com os da Eleonor e novamente seus olhos se encheram de lágrimas.
Eleonor queria mais.
Greta assentiu com a cabeça em um sorriso aberto.
E mais uma vez, Eleonor se inclinou e tomou os lábios de Greta.
Um beijo mais firme, mas calma e lânguido, onde os lábios de fato pela primeira vez se encontravam com um fervor maior. Para a surpresa da escritora, foi Greta que abriu a boca para usar sua língua.
As línguas se tocaram e ambas gem*ram, mas foi Eleonor a ser mais vocal. Ela pegou a jovem pela cintura e a trouxe ainda mais perto. Greta apenas a abraçou pelo pescoço e foi se aproximando, até se dar conta que estava sentada no colo de Eleonor.
As bocas pareciam ter mais fome e a escritora estava mais eufórica, sua mão desceu no quadril da jovem e apertou, antes de passar seus dedos por dentro da camisa de Greta. Novamente, o choque passou pelo o corpo da jovem, fazendo-a estremecer levemente e um outro gemido partir dos lábios.
Greta se abraçou mais em Eleonor, antes de lamber os lábios da escritora e roçar com os dedos a nuca e o cabelo dela. Ela sentiu a mão de Eleonor marcar em sua pele, em um apertar sensual.
— Eleonor... — Greta gem*u contra a boca da escritora e se afastou apenas um pouco dos lábios de Eleonor. Os nós dos dedos da jovem acariciaram a mandíbula da escritora.
— Eu te machuquei? — Eleonor indagou um pouco preocupada, ao fitar os olhos azuis com as pupilas dilatadas. Ela roçou a mão pelas costas de Greta e sorriu ao ver a jovem fechar os olhos e encostar a testa em seu ombro.
— Não, apenas....
— Quer ir com mais calma. — Eleonor completou.
— Tem problema? — Greta perguntou, ao se aconchegar mais em Eleonor.
A escritora acariciou as costas de Greta, passando as pontas dos dedos nas costelas da jovem, chegando quase nos seios. Eleonor se segurou ao extremo para não tocá-los.
— Não, claro que não.
Greta voltou a olhá-la e sorriu gentil, antes de beijar castamente os lábios de Eleonor.
— Obrigada.
A escritora não disse nada, apenas voltou a beijar os lábios doces de Greta.
Definitivamente, ela estava bem apenas beijando aqueles viciantes lábios.
Fim do capítulo
Cheguei com mais um capítulo e tô morrendo de amores por ele. Quem puder, eu sei que é chato ficar pedindo isso, mas deixa um comentário, me ajuda muito saber o que vocês estão achando, além de certa maneira me dá mais animo para continuar a história.
Para quem perder as atualizações, eu sempre posto lá no meu insta quando eu coloco um capítulo novo @mari_mrosa Quem quiser me seguir, vai ser muito bem vinda, amém! hahaha.
Aqui estamos com mais um capítulo! Espero que vocês gostem!
Um beijooo.
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kasvattaja Forty-Nine
Em: 07/04/2021
Olá! Tudo bem?
Querida, Mariana, suas histórias sempre são ótimas; seus textos, um ''osciloscópio'' de emoções.
Parabéns, adorando até aqui.
Só não faça-nos sofrer muito. Eu, sempre deixo isso claro, adoro histórias ''amorzinhos''.
É isso!
Post Scriptum:
''Se Deus criou as pessoas para amar, e as coisas para cuidar. Por que amamos as coisas e usamos as pessoas?''
Robert Nesta 'Bob' Marley,
Cantor, Guitarrista e Compositor jamaicano, o mais conhecido músico de Reggae de todos os tempos, famoso por popularizar o gênero.
Resposta do autor:
Olá, tudo bem sim, e com você? Como está tudo?
Que bom que está gostando da história, estou postando e escrevendo ela com muito carinho e amor, de verdade mesmo.
hahahaha, prometo que você não vai sofrer muito.
Um beijo, até o próximo capítulo.
HelOliveira
Em: 06/04/2021
Que delícia já estou apaixonada por essas duas.....e mais uma vez Eleonor salvando a Greta. Estou casa vez mais curiosa para conhecer todos os detalhes dessa história.
Bjos
Resposta do autor:
Elas tão sendo uma delicia para mim <3 hahaha Eleonor é um tudão, uma heroina hihih!
Amanhã se tudo der certo tem atualização
beijo
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