Capitulo 23
Na cama, e completamente imóvel, Elena sonhava acordada. Olhava para Joy e todas as lembranças da noite passada vinham à sua mente provocando um sorriso de plenitude. Joy dormia tão profundamente que parecia que nada a faria acordar. Elena, deleitava-se no simples arquear do peito a cada respiração. Pensava que queria ter o talento dela para fotografá-la e assim eternizar aquele momento. Agindo com prudência, levantou e na ponta dos pés foi buscar o telefone. Fotografou Joy da maneira que sabia e a cada click enamorava-se mais e mais...
De repente a boca pareceu-lhe seca. Encheu um copo com água e caminhou até à janela que àquela hora exibia uma luz perfeita. O dia estava perfeito. Tudo era perfeito. Se pudesse...
Sorriu diante dos devaneios. Sua mente era povoada de verdadeiros delírios românticos, intensos, explosivos...viciantes. Suspirou e olhou mais uma vez para a figura de Joy que dormia profundamente. Queria mais...ali...sim, ali ou em qualquer outro lugar. Queria mais...
Não conseguia pensar com clareza. Ela que se gabava de ser tão racional, não conseguia lembrar de nenhum obstáculo que a levaria para outros caminhos. Suspirou e sentiu-se um pouco fora do eixo.
--Quero voltar aqui...e na mesma companhia.
Num ímpeto, veio-lhe à memória algo que adorava fazer quando criança. Sorrindo e sentindo-se uma menina arteira, deixou a cabana sem fazer qualquer barulho. Munida de uma pequena navalha, aproveitou um cantinho do deck de madeira e escreveu as suas iniciais, as de Joy e a data atual. Olhou para os dedos vermelhos do esforço, para os raios de sol entre as árvores e sorriu.
--Sim, voltarei!
Dentro da cabana, certificou-se de que Joy ainda dormia, e languidamente acomodou-se ao lado dela. Não demorou a abraçá-la e embalada pela leveza, adormeceu.
*****
Com os olhos presos num ponto qualquer do teto, Elena acariciava o braço de Joy que de forma despretensiosa repousava sobre a sua barriga. Com a ponta do dedo fazia pequenos círculos e por vezes apertava carinhosamente. Olhou para o lado e percebeu que o sol já havia mudado de posição, mostrando o avançar das horas. Tinham que sair da cama, comer, arrumar as coisas e partir para a cidade. Não queria ir embora. A inquietação fez com que apertasse o braço de Joy com mais força.
--Hmmm...- Joy gem*u e firmou ainda mais o braço ao redor do tronco de Elena.
Depois de um longo suspiro, Elena olhou para o lado oposto e seu olhar encontrou o de Joy.
--Já acordaste...bom dia...- Disse com a voz suave.
--Boa tarde...acho que é isso...- Piscou os olhos e Elena virou-se completamente e encarnou-a.
Sorriram e olharam-se com calma.
--Não é muito melhor acordar assim? - Elena perguntou com meiguice.
Joy assentiu com a cabeça e aproximou-se um pouco mais.
--Hoje a cama não te empurrou...- Elena provocou.
--Eu diria que não tive medo que ficasses assustada e saísses correndo...
--Isso nunca passou pela minha cabeça...pareço-te assustada? - Elena provocou mais uma vez.
--Não...pareces ainda mais linda do que eu lembrava...
Obedecendo ao desejo desenfreado que a acompanhava desde que acordara, Elena segurou a nuca de Joy e beijou-a. Entregaram-se ao encontro que começou com intensidade para depois ganhar contornos de uma languidez estonteante. Minutos depois e ainda embaladas pela entrega, mantinham os olhares cruzados e os sorrisos plácidos.
--O que foi? - Elena questionou diante de um olhar diferente de Joy.
--Prometes que não me mandas dar uma volta na lua? - Joy brincou.
--Desde que eu vá junto...
--Ah Elena, tu não ajudas nada.
Gargalhadas.
--O que queres, inglesa? - Elena perguntou segurando o queixo com as duas mãos.
--O que eu quero? Muitas coisas, mas tantas que nem fazes ideia...- Provocava.
--Hmm...tanto assim? - Elena acompanhava a brincadeira.
--Sim...
--Temos tempo, sou paciente e nada ansiosa.
Gargalhadas com muitos beijos.
--Afinal, o que queres?
--Agora?
--Sim, porque pelo que entendi queres muita coisa...
--Muitas...
--Agora?
Gargalhadas.
--Adoro provocar a tua impaciência, senhora paciente.
Risos altos.
--Já percebi...
--Adoro fotografar mulheres, é meu foco principal.
--Sei, já me disseste.
--Posso fotografar-te agora? Seria um desperdício muito grande não aproveitar a mulher mais linda que já vi e quando ela está na minha cama...
--Aproveitar ainda mais, não é inglesa? - Elena provocou. - Sempre fotografas as mulheres que acabam na tua cama?
Joy sorriu e maneou a cabeça. Olhou para Elena com um olhar indecifrável e seguidamente acariciou-lhe o rosto com a costa da mão. Um simples gesto que fez o coração de Elena transbordar.
--Podes fotografar-me...não precisa de preparo?
Joy levantou num rompante e pegou a câmera ao lado da cama.
--Tu és perfeita! Perfeita! - Click. - Absolutamente perfeita. - Mais um click. - Essa expressão que mescla um pouco de seriedade, timidez e um certo sarcasmo. - Click. - E o olhar sexy que me desmonta e acende. - Click. - Essa boca perfeita que é quase um crime...
--Ei, para...nada de fotos nua. - Elena riu da cara de assutada de Joy.
--Não faria isso...nunca...
--Meu lençol já está no umbigo...- A voz de Elena soou rouca e o olhar fervia.
Com uma calma desconcertante, Joy pousou a câmera na cama e olhou para Elena. Os olhos brilhavam intensamente.
--Não preciso da câmera...prefiro fotografar-te com os olhos...com minhas mãos...prefiro tocar o paraíso...
O lençol caiu ao chão e os corpos uniram-se na urgência que a paixão exigia.
*****
Ainda que de forma discreta, Elena observava a fisionomia de Joy que falava ao telefone a alguns metros de onde estava sentada. A expressão era bem diferente de horas antes em que ainda na cabana, também passara algum tempo ao telefone. Naquela ocasião, dissera bastante animada que a ligação era para confirmar mais dois trabalhos durante a semana. Agora, ela parecia pouco à vontade e Elena poderia dizer que estava tensa. A forma como mexia insistentemente no cabelo e apertava a nuca, não deixavam dúvidas.
Elena sorriu olhando distraidamente para o livro que tinha nas mãos. Já sabia distinguir quando Joy estava tensa. Sabia também quando ela estava nervosa e excitada...
--É Elena...juízo para quê mesmo? - Riu de si mesma.
Olhou na direção de Joy e abriu um sorriso quando percebeu que ela voltava para junto de si.
--Tudo bem? - Perguntou num impulso para se arrepender no segundo seguinte.
--Tudo!
Joy sorriu e Elena esqueceu que provavelmente tinha sido intrometida.
--Vamos? Já chamaram o nosso voo...
--Ainda bem que tem alguém com a cabeça no lugar.
--Quem?
Riram às gargalhadas.
--Não posso perder esse voo. Amanhã tenho uma reunião logo cedo para fecharmos esse trabalho de Vermont e depois do almoço tenho mais dois encontros de trabalho em perspetiva.
Elena sorria de forma leve. Adorava o entusiasmo com que Joy falava do trabalho. Poderia passar muito tempo ouvindo-a falar.
--Fico muito feliz que as coisas estejam tão bem no teu trabalho. - Elena disse genuinamente.
--Confesso que não esperava que fosse assim. Eu vim para os Estados Unidos com tanto medo. Era tudo tão novo e desafiador...ainda é, mas já consigo respirar e projetar...- Sorriu com olhos sonhadores.
--Joy, tu és muito talentosa, tens verdadeira paixão pelo que fazes, comprometimento. O sucesso é garantido.
--Posso beijar-te?
Elena sobressaltou-se. A profundidade no olhar de Joy aliada à intensidade do toque no seu braço deixaram-na tonta.
Não precisou responder nada. Não com palavras. Entendiam-se pelo olhar.
Um beijo terno e ao mesmo tempo carregado de intensidade foi trocado. Menos de um minuto, mas o suficiente para entenderem que queriam muito mais.
--Esclareça-me apenas um pequeno ponto...
--Vamos perder o voo...
Risos.
--Ainda não nos chamaram, não gritaram o nosso nome.
Risos.
--O que queres saber?
--Essa versão...é exclusiva das férias em Vermont?
Elena riu e encarou-a de forma desafiadora.
--Acho que vais ter de debruçar um pouco mais para descobrir...
--Sinto que estou perdida...
--Ou quem sabe não ganhaste sozinha ao prémio máximo.
Gargalhadas altas.
--A última foto de Vermont.
Abraçaram-se e sorrindo olharam para a objetiva.
--Vamos?
--Agora sim.
Risos.
--Ah, quero todas as nossas fotos. Todas!
--Já me avisaste umas...100 vezes?
Risos.
--Exagerada!
--Assim que chegar em casa e sentar para trabalhar, prometo enviar o ficheiro com tudo de Vermont...
--De volta à realidade frenética de Nova York.
--Hum-hum...
*****
Elena serviu um pouco mais de vinho e seguiu dançando sozinha pelo apartamento. Ria, cantarolava e deliciava-se com o aroma do vinho. A melodia que a embalava era The things you do de Wildson e a mente viajava para outros lugares. Olhou para as horas e em seguida para Mykonos que a encarava de orelha em pé.
--Eu sei que é tarde Myk, mas estou de férias e sinceramente não vou conseguir dormir agora. Fico na cama até ao meio dia...combinado?
Riu das suas loucuras ainda mais que Myk parecia realmente interessado em saber o motivo daquele comportamento estranho. Costumava dançar pela casa, mas quase sempre quando acordava atrasada para o trabalho. Suas noites não costumavam ser tão movimentadas, pelo menos não costumavam ser dançantes.
--Myk...Ah Myk, se alguém te beijasse como aquela inglesa...ela não beija, comete verdadeiros atentados com a boca...- Mordeu a própria boca e suspirou.
Sentou no sofá e Myk pulou no seu colo.
--Estavas com saudades? Eu estava...Myk, eu estou com saudades da Joy. Ah eu sei que é uma loucura sem fim, mas estou com saudades e por mim estaria com ela. Eu, Elena a mulher que detesta dependência...- Bateu a cabeça e bebeu mais vinho.
--Ah Mykonos, é tudo muito recente e diferente. Só por isso ela não sai da minha cabeça e meu corpo parece ter vontade própria...só por isso.
Alguns minutos depois e ainda na mesma posição, ela e o gato. A taça já não tinha uma gota de vinho.
--Myk, acho que preciso da racionalidade de Milanka...
Myk levantou a orelha. Mas não era ela a racional daquela dupla?
--Ela não se envolve além da conta...bom, eu não costumava me envolver...ah, estou doida, mas vai passar. A que ponto chegaste, criatura...monólogo com um gato.
Riu e apertou seu bicho nos braços.
*****
Joy olhou as horas e esfregou os olhos com força. Já era muito tarde, ainda mais que precisava acordar bem cedo. Mas, sabia que não agiria diferente. Tinha que concluir o trabalho com perfeição e jamais se importaria em sacrificar algumas horas de sono.
Algumas coisas nunca mudavam e seu perfecionismo era uma delas.
Alongou os braços e gem*u alto. Estava cansada, com muita saudade de Zayco e preocupada porque não poderia busca-lo logo cedo no canil e ele ficava agitado quando passava muitos dias fora do seu ambiente.
--Tanta novidade nessa minha vida...- Sorriu e deixou o estúdio de fotografia.
O silêncio do seu apartamento parecia-lhe bastante oportuno, visto que a mente estava barulhenta. Não conseguia parar de pensar e muitas vezes, as ideias pareciam brigar entre si.
Já passava da uma da madrugada, mas decidiu abrir uma garrafa de vinho. Precisava acalmar a mente, entorpecê-la.
Uma briga ruidosa acontecia dentro da sua cabeça. Sempre prezara por relações pessoais que não demandassem muito dela, já que o foco sempre fora o sucesso profissional. Não se envolvia profundamente nas relações e sempre esteve tudo bem. A vida precisava ser fácil para que a chegada ao topo fosse mais tranquila e rápida. Mas essa Joy já não existia. Ou existia? Já não queria dirigir nenhum conglomerado, não queria sucesso como gestora implacável, não queria competição, não se alimentava dela.
Era outra pessoa, uma mulher com sonhos que poderiam provocar frustração, mas que estava disposta a arriscar. Por si, apenas por si...
Bebeu o vinho todo que estava na taça e o pensamento ficou preso em Elena. Não conseguiu parar de sorrir...
A grega representava facilidade e desafio. Era fácil lidar com ela, fácil gostar dela, fácil se apaixonar...
Respirou fundo e andou de um lado para o outro.
--Não posso me precipitar. Não sou nenhuma adolescente. Não a conheço tão bem...
Tentava trazer de volta a sua invejável racionalidade. Parecia que estava perdida num universo completamente diferente, e a sensação não a sufocava...
De repente, estava de volta ao estúdio e contrariando a necessidade de dormir, resolveu ver as fotos do fim de semana em Vermont.
Hipnotizada pela beleza, pela sensação de leveza e por um sentimento novo que ganhava formas consistentes, perdeu-se no avançar das horas.
*****
Elena voltava para a cama com um copo de água na mão, quando ouviu o toque do telefone. Bocejou acreditando que seria alguém da editora.
--Não respeitam nem meus míseros 2 dias de férias. Nem vou atender, depois eu retorno. Vou dormir...ah vou dormir.
Desabou na cama e gem*u enquanto se enrolava nas cobertas. Abraçou uma almofada e sonhou de olhos bem abertos.
--Elena, tu precisas voltar à versão ajuizada. Imagina se Milanka me vê nesse registo. Nunca mais tenho paz...
Riu alto imaginando as frases que a amiga diria se aparecesse assim. Mas não correria tal risco. Ainda em Vermont, decidira que não revelaria a verdadeira intensidade das coisas. Não entendia muito bem o que se estava a passar. Sabia-se leve, encantada, vivendo algo diferente e bem estimulante, mas nada era concreto. Mas como poderia ser se ela não entendia a intensidade daquele sentimento? Não conseguia parar de pensar na inglesa, e o pensamento não se resumia à intensidade do encontro sexu*l* que experimentara. Era inegável que tinham-se entendido muito bem nesse particular e ela não era uma pessoa muito fácil de agradar. Sempre exigia muito dos seus parceiros a ponto de perder rapidamente o interesse quando não atingia a satisfação almejada. Mais uma vez lembrou de Milanka que a apelidava de insaciável e riu com vontade. Não era insaciável, apenas exigente...
Sexo com Joy era como um oceano de inúmeras possibilidades e não temia mais mergulhos. Pelo contrário, ansiava pela profundidade.
--porr*! - Esbravejou quando percebeu que o telefone continuava a tocar. - Myk, avisa a esse povo que estou de férias. Ah pode ser a doida da Milanka...
Saiu da cama e foi à procura do telefone que estava em cima da comoda. Levou um susto ao ver quem ligava.
--Oi...bom dia.
--Olá, bom dia e desculpa-me estar a ligar a essa hora...
Joy parecia nervosa.
--Tudo bem, já estava acordada. Aconteceu alguma coisa?
--Preciso da tua ajuda...
--Diga.
Elena já estava desperta.
--Estou atrasada para um encontro de trabalho, muito atrasada. Preciso, por favor, que busques o Zayco no canil. Ele está la há vários dias e costuma ficar agitado quando passa muito tempo longe de casa...por favor.
--Claro que sim. Passa-me as coordenadas que vou buscá-lo.
--Desculpa pedir isso tão repentinamente, mas acordei em cima da hora e não tenho mais tempo...
--Tudo bem, eu vou. Calma, não pediste o meu coração.
Riram e Elena ficou vermelha com a brincadeira.
--Obrigada! Não tens a ideia de como acabaste de salvar a minha sanidade mental. Tive a ousadia de avisar no canil que tu ias lá busca-lo, sem ao menos falar contigo...
--Joy, respira. Está tudo bem. Eu vou buscá-lo, afinal estou com o dia livre.
--Já eu, mal vou poder respirar...
--E vais sentir-te muito feliz ao final do dia.
Joy sorriu e levou a mão ao peito. O coração bateu com maior vigor. Aquela mulher a acalmava quando o mundo parecia querer desabar sobre a sua cabeça.
--Joy...
--Oi, tive que desviar de uma mulher e muitos cães. Obrigada, Elena. Vou entrar na estação. Falamos durante o dia. Obrigada, salvaste-me a vida. Beijo.
--Beijo.
*****
No canil tudo correu muito bem, e Elena não teve qualquer problema em resgatar o cão. O animal que pouco ou nada a conhecia, reagiu bem e não pareceu estranhar a pessoa que o buscava. Até então, sem sobressaltos. Uma vez na rua, Elena lembrou que não sabia o que fazer com aquele cachorro. Não podia simplesmente levá-lo para a sua casa porque lá já tinha um rei que não era exatamente muito sociável. Mykonos jamais acolheria um cachorro.
--O que fazemos agora, Zayco?
O cachorro latiu e pareceu divertir-se com a situação.
--Bom, vamos passear um pouco enquanto penso no que fazer.
Seguiram juntos rumo a um dos muitos parques do bairro. Uma hora mais tarde, Elena teve que acionar Joy.
"Hey, não queria incomodar. Peguei o Zayco e estamos a passear pelo bairro. Esqueceste de me dizer o que fazer com ele. Beijo."
Meia hora depois e nenhuma resposta de Joy. Ela sequer tinha visualizado a mensagem. Elena precisava fazer compras para a sua casa e levou Zayco junto. Ainda bem que ele era um animal tranquilo.
Esgotadas todas as possibilidades, Elena não teve outra alternativa senão levar Zayco para o seu apartamento e rezar para que Mykonos estivesse de bom humor.
Entraram e o cachorro instintivamente foi deitar perto da janela da cozinha. Não demorou muito e Mykonos apareceu por ali. Elena correu para pegá-lo, evitando um confronto que com certeza seria desigual. Zayco apenas abanou o rab* e permaneceu deitado como se estivesse em casa. Mykonos pulou dos braços da dona e foi sentar-se na varanda da sala.
--Ok meus meninos, comportaram-se muito bem. - Sorriu enquanto enchia um pote com ração para Zayco.
--Espero que gostes. Eu não sabia o que comprar e a Joy não me disse nada.
O cão latiu assim que ouviu o nome da dona.
--Pois é Zayco, ela nos abandonou. Ainda bem que o rei da casa está de bom humor. - Sussurrou perto do cachorro e riu de si mesma.
Na sala, ligou uma música qualquer e refastelou-se no sofá. Era bom estar de férias. Ouviu passos pela casa e sabia que não era Mykonos, ele permanecia no seu pedestal. Olhou para o lado e viu Zayco aproximar-se. Talvez os dois no mesmo ambiente não funcionasse muito bem, mas deixaria que as coisas acontecessem naturalmente. Myknonos não mexeu um pêlo. Já era bom sinal.
Com um sorriso no rosto e o alerta ligado, devolveu uma chamada a Milanka. A amiga tinha ligado mais cedo, mas estava ás voltas com um cachorro pelas ruas do bairro e não pôde atender.
--Ah, ela se lembrou que tem uma amiga.
Risos.
--Exagerada!
--Diga-me que passaste o dia a dormir e por isso esqueceste de mim.
--Mais ou menos isso.
Risos.
--Vês como é bom ficar quieta.
--Como se tu ficasses...
Risos.
--Troia, desculpa deixar o Myk sozinho, mas foi apenas por algumas horas. Apareceu esse trabalho e eu não estou em condições de negar.
--Milanka, esse gato é mais independente do que nós duas juntas. Ele estava aqui senhor e dono da situação e nem parecia estar com saudades...
--Sua carente.
Gargalhadas altas.
--Estás bem? Correu tudo bem por lá?
--Hum-hum...
--E a inglesa?
--Tudo bem...nos divertimos muito.
--Acredito que sim. Segundo o meu namorado, ela é maravilhosa.
--Sim...maravilhosa.
--Troia, eu já sei que és discreta, que custa muito arrancar-te as coisas, mas só quero saber se estás bem. Isso podes responder, não podes?
--Idiota!
Gargalhadas.
--Estou bem. Vermont foi uma experiência incrível e Ethan está certo, a Joy é uma companhia maravilhosa.
--Um monte de frases feitas. Ao menos beijaste a mulher? Ah, Elena, pelo amor de Deus...
Risos.
--O que achas?
--Sinceramente? Quando o foco é a grega, eu nunca sei o que esperar.
Risos.
--Sim, beijei a Joy...
Elena experimentou um calor subindo pela nuca.
--Hmmm, que bom que a viagem não foi em vão...
--Não seria mesmo que não tivesse acontecido nada de mais...
--Essas são nossas pequenas grandes diferenças. Tu devaneias...
Risos.
--E tu és a assertividade em pessoa.
Gargalhadas.
--Eu te amo, Troia. Agora não posso falar porque estou a meio de um trabalho. Amanhã eu volto e almoçamos juntas. Ok?
--Claro!
--Oops, por instantes pensei que fosse ser trocada pela inglesa.
--Idiota!
--Ah, não desistas da Joy antes que eu volte. Eu sei que não és mulher de grandes mergulhos nas relações, ainda mais que sabemos que tem aquele inglês que nunca aparece, mas aproveite o lado bom da vida. Não precisas fazer planos de casamento, mas convenhamos que aquela inglesa é um convite ao pecado. Delicie-se, Troia. Depois...
--Depois nada, sua maluca. Tchau, vá trabalhar que eu vou cozinhar alguma coisa para comer.
--Cozinhar? Troia? A inglesa deixou-te sem forças?
Gargalhadas altas.
--Vá à merd*, Milanka. Tchau.
Desligou e continuou rindo por algum tempo. Um ruido fê-la olhar para o lado e a cena que viu provocou mais um sorriso. Mykonos investigava Zayco com o olhar. O cachorro dormia no chão e o gato andava em círculos à volta dele. Parecia indagar alguma coisa, conjeturar outra. Uma cena típica de Mykonos. Elena soltou um risinho e ele correu para junto dela. Pulou-lhe nas pernas e acomodou-se.
--Ele é bonzinho, não concordas?
Claro que Myk não respondeu, mas pareceu entender o encantamento da dona e aninhou-se ainda mais nas pernas dela.
--Vou fazer alguma coisa para comer. Comprei muitas coisas deliciosas e saudáveis. Melina ficaria muito feliz.
Cantarolando dirigiu-se á cozinha. Mykonos seguiu o mesmo caminho.
*****
Depois de degustar uma sanduiche bem composta e um copo de vitamina de frutas do bosque, Elena lavou a loiça e arrumou tudo no devido lugar. Pegou o telefone que estava por ali e verificou se tinha alguma mensagem. Tinha algumas, mas nenhuma era de Joy. Um pouco mais cedo, tinham trocado duas breves mensagens. Ela pedira desculpas por ter esquecido de deixar a chave do apartamento. Elena assegurou-lhe que tudo estava bem.
E estava mesmo. O silêncio do seu apartamento era a prova cabal que nenhum tsunami tinha acontecido com aquele encontro inesperado.
Mas, nem ela estava preparada para a cena que se desenrolava á sua frente. Mykonos descansava tranquilamente ao lado de Zayco que dormia
Ambos deitados no tapete da sala e alheios ao mundo ao redor.
Aquilo merecia uma foto e foi exatamente o que fez. Com muito cuidado e sem fazer qualquer barulho, fotografou a cena que pareceu-lhe completamente inusitada. Teria Mykonos aberto uma exceção e acolhido mais um integrante no seu reduto? Não parecia muito uma atitude típica do seu gato, mas se levasse em conta que ela mesma estava agindo diferente, então tudo era possível.
--Momentos...depois passa...para o bem da minha sanidade mental é bom que esses pés voltem a fixar-se no solo. - Sorriu e olhou as horas.
A noite já se estabelecera e nenhum sinal de Joy. Nesse instante percebeu que não a conhecia e não sabia como ela agiria. Estava com vontade de vê-la. Precisava ser bem honesta, estava com muita vontade de estar com ela. Mas o que sabia das vontades de Joy? Em Vermont parecia que estavam na mesma sintonia. Estariam mesmo?
--Mas tem o Zayco...ela vive por esse cachorro e não me parece ser uma pessoa sem responsabilidade. E isso tudo não passam de conjeturas...
Mais um sorriso acompanhando de uma ideia. Precisava tentar...ousar...
De onde vinha a coragem, não sabia, mas antes de pensar com clareza, a atitude já tinha sido tomada.
Perfeito! Ousaria mais...
"Que cena mais tocante. Nem sei como te agradecer. Estou esgotada, mas passo aí em minutos para buscar meu Zayco. Obrigada, até já."
Joy não tinha esquecido do cachorro, estava apenas esgotada. A iminência de vê-la em instantes provocou um alvoroço pelo corpo todo.
"Ainda a trabalhar?"
"Acabei de chegar em casa. Preciso de um banho para voltar a viver."
"O Zayco pode dormir aqui e amanhã eu levo..."
"Passo aí em meia hora."
*****
Elena estava nervosa e não parava de contar os minutos. Experimentou algo bem próximo a um ataque de ansiedade. O controle fugiu-lhe completamente e não ofereceu qualquer resistência ou tentativa de negação. Estava sim ansiosa, e levemente angustiada. Não sabia como agir. Deveria ser blasé, a amiga das conversas interessantes? Ou deveria mostrar o que realmente lhe ia na alma? Alma?
--Preciso de um pouco do cinismo de Milanka...- Bateu a cabeça e riu de si mesma.
Precisava de uma taça de vinho para relaxar. Na cozinha, notou para seu espanto que Zayco e Myk agora estavam perto da janela, ou seja, no local de dormir do seu gato. Myk estavam ligeiramente afastado, mas dormia tranquilamente. Zayco parecia em casa...
--Eles sabem surpreender... - Sorriu.
A campainha tocou e o coração pulou na garganta. Sorveu o vinho e correu para abrir a porta.
--Olá! - Recebeu a inglesa com seu melhor sorriso.
--Estou com muita vergonha...- Ela parecia genuinamente envergonhada.
--Vais ficar aí?
--Posso entrar? Ainda tens paciência para essa mulher cheia de imperfeições?
Elena puxou-a para dentro, mas ainda com alguma insegurança nos atos.
--Tudo bem com Zayco? Desculpa a loucura que causei na tua vida...
Elena puxou-a pelo braço e fez sinal com o dedo para ela evitar fazer barulho. Mostrou-lhe a cena que também a deixara admirada. Os dois dormindo lado a lado e na mais completa paz.
--Ainda achas que causaste alguma loucura na minha vida?
Joy sorriu e Elena pensou que a loucura era outra...
--Shhhh, espera um segundo e vais ver...
Ela aproximou-se de Zayco e ele levantou a cabeça. Aproximou-se, roçou o corpo nas pernas dela, a cabeça na barriga e segundos depois, voltou para a sua cama. Adormeceu.
--O que fizeste com o meu cachorro? - Ela olhava para Elena com as mãos na cintura.
Elena ria sem parar e com as mãos na boca.
--Pensei que fosse ter uma zona de guerra na minha sala, ou na cozinha, e, no entanto...
--Não houve nenhuma rusga? Mykonos recebeu-o de ânimo leve? Zayco normalmente é bonzinho, mas desconfiado...
--Deve ter havido meia hora de estranhamento, se tanto...
--Mas vejo que está tudo em ordem...
Risos.
--Eles não quebraram nada e se queres saber, pude até trabalhar...
--E as férias?
Risos.
--Coisas privadas. EWO só a partir de amanhã...vem...
Voltaram para a sala.
--Estava a tomar vinho...aceitas?
--Hum-hum...
--Pareces bastante cansada...- Elena serviu vinho na taça de Joy. A sua ainda estava a meio.
--Fui trabalhar sem dormir...ou quase. E hoje meu dia estava repleto...
--Não dormiste?
--Quase nada...
--Sim, já tinhas dito que precisavas concluir coisas...
--Concluí tudo ainda em tempo de dormir pelo menos umas boas seis horas de sono.
--Então?
--Minha mente fervia e meu corpo não relaxava...
--Comeste? - Elena mudou o foco da conversa. Teve medo do que pudesse vir a seguir.
Joy sorriu e depois riu.
--Sim, muito bem. Acho que fui contaminada por uma certa grega que passa a vida com fome.
Risos altos.
--Vais acordar os filhotes...
--O Zayco precisa acordar...já vamos embora. Chega de abusar da tua hospitalidade e paciência.
--Podem dormir aqui...ele já está a dormir...- Elena esqueceu a prudência e arriscou.
--Podemos? Não vamos abusar?
--Acho que já estão a abusar, quase a mandar...
Gargalhadas.
--A mandona és tu e provavelmente o teu gato...nós somos meras vitimas de tamanho charme...
Gargalhadas altas.
--Vais acordar o povo da cozinha.
Risos.
--Queres dormir aqui? - Elena perguntou olhando dentro dos olhos de Joy. Podia ouvir o coração batendo dentro da cabeça.
Silêncio.
--Pode ser precipitado...pode...- Elena estava visivelmente constrangida.
--Tens um pijama para mim? - Joy sabia surpreender.
Riram juntas.
Elena caminhou até ao quarto e pouco depois voltou avisando que o pijama estava sobre a cama.
O telefone tocou nesse exato momento e era a mãe da grega.
A alegria de Elena era inequívoca. Elas eram cúmplices, amigas...
Joy que prestava atenção e se deliciava com aquela cumplicidade, não pôde evitar uma extrapolação à sua realidade. Sua relação com a mãe nem de longe se assemelhava à de Elena com Melina. Alguma coisa a incomodou...profundamente.
Discretamente sinalizou que ia dormir pois estava muito cansada. Também com gestos, Elena disse que não demoraria.
*****
O quarto de Elena estava iluminado apenas por uma luz difusa que vinha do banheiro, mas mesmo assim, ela pôde distinguir a figura de Joy por debaixo das cobertas. Uma corrente de felicidade fez um looping por todo o seu corpo, explodindo na cabeça. Quisera tanto aquele final para a sua noite. Quisera a ponto de temer pela própria sanidade. Essa sua versão com todos os desejos intensos e irrevogáveis, era uma novidade.
Deitou na cama com movimentos subtis. Não queria acordá-la, pois era visível o cansaço que seu corpo carregava. Queria apenas apreciar o fato de tê-la tão perto e não mais no cenário de todas as possibilidades. Nova York era real, carregava medos, culpas, inseguranças...muitos medos.
Finalmente encostou a cabeça no travesseiro e fechou os olhos. Notou que tinha música por ali. Sorriu. Joy também gostava de música para dormir, ou quem sabe, para devanear como ela.
--Meu irmão está muito feliz.
Elena ficou admirada com aquela frase. Acreditava que Joy dormia...
--Sim? Porquê?
--A banda deles foi convidada para a abertura de dois shows aqui em Nova York. É o sonho deles, pelo menos um dos mais importantes.
--Acredito que seja. É para agora?
--Daqui a um mês. Agora estão no México, depois vão participar de m festival no Canadá e em seguida, Nova York e depois outros tantos palcos...
--E a irmã mais velha quase explode de orgulho. -Elena brincou.
Joy moveu o corpo e abraçou o dorso de Elena. Gem*u baixinho. Elena prendeu a respiração. Queria tanto aquilo que parecia irreal.
--Pensei que estivesses com medo de mim...
A grega às vezes falava sem pensar.
--Devia...na realidade estou nervosa...
--Hmmm...
--Elena, não dormi a noite passada pensando em tudo...em ti, em nós...e não foi desesperador. O único desespero que senti foi por não saber como agir...
--Em Vermont parecia mais fácil...
--Sim..., mas não precisa ser um bicho de sete cabeças...
--Não...e as nossas fotos? Passei o dia todo á espera.
Elena mudou o foco da conversa. Não sabia muito bem como agir e tinha medo da aparente praticidade de Joy.
Joy riu e aninhou-se ainda mais nela.
--Perfeitas! Perdoa-me, mas meu dia foi uma loucura. Envio amanhã nas primeiras horas. Voltas ao trabalho amanhã?
--Hum-hum...minha rotina doida...
--E que gostas muito.
Elena sorriu e acariciou o braço de Joy que estava sobre a sua barriga. Num rompante que pareceu-lhe um movimento de balé, sentiu sua boca sendo beijada. Não conseguiu controlar um gemid* que veio do âmago. Dançaram juntas. O beijo de terno, ganhou uma intensidade visceral. Pareciam buscar alguma coisa que num instante era encontrada e depois perdida. Buscavam-se com vontade. Às vezes sorriam, mas nenhuma delas podia ver. Mas sentir-se era mais do que suficiente e sentiam-se intensamente.
--Passei o dia todo com saudades disso...- Joy ofegava.
--E eu não parei de pensar em ti...
--Saudades...
--Infinitas...
Joy beijou Elena com calma. Saboreou cada pequeno detalhe. Em mais um movimento que parecia balé, virou e puxou Elena para grudar-se nas suas costas. Ambas suspiraram e colaram-se ainda mais.
--Que saudades que estava disso...- Joy disse gem*ndo.
Elena não conseguia falar. O corpo todo acolhia aquelas palavras e as sensações se multiplicavam numa velocidade que entorpecia.
--Devo parecer uma exagerada, carente e sei lá mais o quê, mas não estou minimamente preocupada com julgamentos...estou cansada demais...feliz demais para me preocupar...
A voz dela já soava quase inaudível.
Elena sufocou um de seus rompantes. Queria pular, gritar...
Beijou as costas de Joy com ardor e abraçou-a com o corpo todo.
--Durma bem...Joy.
Joy não respondeu. Já dormia profundamente.
Por mais alguns minutos, Elena apreciou a sensação. Alguns pensamentos tentavam ganhar forma na sua mente, mas sem sucesso. A mente estava vazia e o coração repleto.
A melodia de After the sunset (The ambientalist) conduziu-a ao ápice do seu sonho.
Fim do capítulo
Olá :)
Tive uma semana intensa e bastante desafiadora e quase nao consegui escrever E se...
Na realidade, se fosse ouvir meu corpo e mente, nao escreveria uma virgula. Mas sei que se parasse, provavelmente nao teria animo para voltar.
Então, nao esperem nada de muito extraordinário nesse capitulo pois nao estava em condições de coordenar mente e coração e a inspiração andou a léguas do meu radar.
Foi isso que deu para vos apresentar e foi claramente um desafio a mim mesma.
Obrigada de coração a todas que comentaram no capitulo anterior.
Boa semana.
Nadine
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brunafinzicontini
Em: 25/02/2021
Que lindo... Elena, apaixonada como uma adolescente, escrevendo as iniciais de seu nome e de Joy no deck de madeira da cabana...
Uma delicia sentir essa aproximação cada vez maior da grega e da inglesa! Momentos de ternura, que vão além, muito além da mera atração física que, por si só, já se provou tão forte e tão boa! As duas vão se conhecendo melhor e os laços, cada vez mais fortes.
O clima entre elas é tão bom que até os bichinhos de estimação sentiram o ambiente de amor – e respeitaram! Muito gostoso sentir que estão conseguindo se entregar mesmo na rotina de seu dia a dia.
Fundo musical, como sempre, fazendo jus ao momento.
Querida autora, se este é o resultado de um esforço sem inspiração... que consigamos aguentar a emoção no momento em que a inspiração chegar! Você e DEMAIS!
Beijos,
Bruna
Resposta do autor:
Rsrsrs eu acho que a Elena nunca foi adolescente, pelo menos nao quando deveria ser. A paixão tem dessas coisas rsrsrs
Bruna, sempre uma querida. Muito obrigada.
Bjs
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HelOliveira
Em: 22/02/2021
Mas foi um capítulo um capítulo super gostoso, o universo esta conspirando a favor do nosso casal...adoro quando a Elena fica sem trava...e Joy sempre uma delícia e até Myk e Zayco se uniram.
Obrigada por mais esse momento mesmo com toda a correria.
Bjos
Resposta do autor:
Muito obrigada :)
Bjss
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kasvattaja Forty-Nine
Em: 22/02/2021
Olá! Tudo bem?
Bom, você escreveu ''a inspiração andou a léguas do meu radar''. Sério? Se você conseguiu escrever um capítulo maravilhoso como esse sem inspiração, imagina quando ela voltar.
Como sempre você, Autora, foi perfeita na condução das nossas meninas. Volto a pedir, não faça maldades com elas, ok? Não merecemos.
É isso!
Post Scriptum:
Falando em canções, Hooverphonic e ''overviews'', segue uma canção dos incríveis Everything But The Girl — da doce Tracey Thorn — que casa com o capítulo —— acho eu — e segue quase na mesma toada do The Ambientalist. Segue o link:
https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=ARkGvp4NJ9U.
''Eu ainda não consigo superar isto
Estou disposta a perder bastante tempo comigo mesma
Eu não quero causar nenhum dano sério
Quero ter certeza que posso gerir
Por que eu não estou realmente em sua cabeça,
Não estou realmente em sua cabeça.
E eu vejo amor e desafeição
E as nuvens que se formam não passarão.
Essa é a minha caminhada para minha redenção
E minha vida é só uma imagem de uma montanha-russa em todo caso
Eu ainda não consigo superar isto
Estou disposta a perder bastante tempo em meu quarto.
E eu não sairei enquanto não estiver pronta,
Não correrei enquanto meu coração estiver instável,
E eu não estou realmente em sua cabeça.
Não estou realmente em sua cabeça.
Quando o seu céu começa a nevar,
Alguma coisas devem desaparecer.
Oh, essa é minha estrada para minha redenção.
E minha vida é só uma imagem
De uma montanha-russa em todo caso
Os nomes podem ter mudado
Mas as caras continuam as mesmas.
Os nomes podem ter mudado
Mas as pessoas não são as mesmas.
E não estou, não estou, não estou
Realmente em sua cabeça.
E minha vida é só uma imagem
De uma montanha-russa em todo caso
E minha vida é só uma imagem
De uma montanha-russa em todo caso''
''Rollercoaster''. Lyrics & Music: Benjamin Brian Thomas 'Ben' Watt.
Resposta do autor:
Olá,
Sem inspiração ha bastante tempo, mas seguindo meus objetivos. Aliás, ontem fiquei feliz ao perceber, que tinha como meta postar 2 caps no mes de fevereiro e postei 3.
Maldades? Não...apenas algum action do jeito que eu gosto rsrsrs. O planeamento era concluir a história no capitulo 30, mas acho que vou alterar rsrsrs
Ah, tens o dom de me lembrar de musicas que amo e nao escuto há seculos. Ja me deliciei com Everything but the girl. Obrigada.
Bj
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Marta Andrade dos Santos
Em: 21/02/2021
Tranquilo, siga o seu tempo.
Resposta do autor:
:) Obrigada
Bj
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