Capitulo 83
Recomeço - Capítulo 83
Ao chegar de carro a casa, Rita viu o carro de Raquel saindo. Isso fez um sentimento diferente surgir em seu peito.
Nos últimos dias, havia conversado muito com Sheila, sua enfermeira. A mulher por várias vezes lhe aconselhou a procurar a procurar a filha, contudo, tinha receio, vergonha.
— É a sua filha? – Sheila, que estava ao seu lado no carro, indagou.
— É sim – Abaixou o seu campo de visão.
— Precisa fazer aquilo que conversamos, Rita. Adiar não vai resolver a situação.
— Eu sei disso, Sheila, mas acho que só falar não resolva. Minha filha não precisa de minhas palavras, precisa de atitudes.
— Acredito que só conversar não resolva, mas seria um bom começo – Sheila segurou uma das mãos de Rita.
— Você tem razão!
Após alguns minutos, Rita desceu do carro. Ao passar pelo escritório, viu o marido cabisbaixo. Não era comum ver o marido daquela forma.
— Será que discutiu com Raquel? – pensou e passou pela porta. – Vi Raquel saindo daqui. Aproveitaram a minha saída para conversar?
— Oi, meu bem. – Rogério levantou o seu campo de visão. Desde que Raquel havia saído é que ele se manteve no mesmo lugar. – Ela queria conversar comigo. Algum problema nisso?
Rita pensou por alguns instantes.
— Nenhum, porém acredito que a conversa não tenha sido agradável.
Rogério respirou fundo.
— Não foi, ela descobriu a verdade!
— Qual verdade?
— Que Ricardo foi responsável pelo que aconteceu com você.
— Ela não deveria estar sentida com isso, já que quem sofreu com as consequências de tudo que ocorreu foi somente eu.
— Meu bem, posso te fazer uma pergunta? – Rogério olhou para sua esposa que parecia pressentir a pergunta que seria feita.
— Faça! – Desviou o seu olhar.
— Se caso no lugar de Ricardo tivesse sido Raquel naquele tempo, o que você faria? Eu sei que agora, você está repensando muito sobre sua vida, mas, antes, qual seria sua atitude?
— Eu não sei. – Balançou a cabeça algumas vezes. De fato sabia sua atitude, mas envergonhou-se por saber que fazia distinção no tratamento de seus filhos.
— Você sabe. E isso mostrar que não fomos bons pais.
— Mas você não teve culpa nisso. – Rita olhou para seu marido.
— Claro que tive, o primeiro a proteger Ricardo fui eu. — Levantou-se e foi até a esposa. – E agora, eu não faço ideia de onde ele esteja.
— Como assim? – Rita ficou surpresa com a última novidade.
— Sente-se aqui. – Apontou para o sofá. — Preciso conversar com você. Falar algumas coisas que você ainda não está sabendo.
— Aconteceu algo com Ricardo e você não quis me dizer? – Começou a se preocupar.
— Rita, Paola voltou – disse quando os dois se sentaram no sofá.
— Como ela teve coragem depois desse tempo todo e de tudo que ela fez? – Rita começou a se irritar.
Rogério respirou fundo.
— Acho melhor você se acalmar, pois você vai ter que lidar com ela sendo nossa nora.
— Eu não entendo, Rogério. Quando isso aconteceu? Vocês não me falaram nada. – Rita começou a ficar nervosa.
— Acalme-se. – Rogério segurou uma das mãos de sua esposa. – Faz um tempo, mas eles parecem que se acertaram depois de seu acidente.
— Eu não consigo acreditar nisso. Aquele dia, eu estive falando mal dela aqui. Essa mulher pode estar querendo se aproveitar de nosso filho. Temos que fazer algo. – Tentou se levantar do sofá, contudo, Rogério a impediu.
— Não iremos fazer nada. Nosso filho precisa tomar conta de sua vida sozinho. Ele sabe o que é melhor para ele – disse calmamente.
— Mas por que você disse que ele está sumido?
— Faz uns dias que ele não aparece na empresa.
— E você age com essa tranquilidade? Pode ter acontecido algo com nosso filho.
— Talvez tenha, entretanto, acredito que não seja nada grave. Nosso filho parece estar querendo repensar sobre sua vida. Imagino que ele não queria mais os seus cuidados, Rita. Não sei se você reparou, mas ele não é mais uma criança.
— Você tem razão! – Rita abaixou o seu campo de visão.
— Quanto a nossa filha, o que você pretende fazer? Acho que já está na hora de pedir desculpas. Eu sei que desculpas não apagaria todas as palavras ruins que você falou a ela, porém, acho que é um começo.
— Eu irei conversar com ela, mas é difícil lidar com tudo que ela fez com o nosso filho.
— Rita, converse com Raquel, você vai perceber que as coisas não são como você imagina – Rogério disse pacientemente.
Rita respirou fundo. Sabia que o marido poderia ter razão, mas o maior problema de ir conversar com Raquel era a vergonha que sentia por não ter sido uma boa mãe.
— Vou pensar sobre isso – Rita disse ao se levantar do sofá e Rogério assentiu com a cabeça.
_*_
Fazia um tempo que Sófia estava com a cabeça de Raquel em seu colo. Depois de contar tudo que que houve na casa de seu pai e chorar, a engenheira ficou em silêncio.
— Eu não vou mais sofrer por eles. Nunca se importaram comigo, terei que fazer o mesmo – disse ao olhar para sua amada que estava sentada no sofá.
— Amor, queria te dizer para pensar com calma sobre tudo, mas acho que o melhor a se fazer agora é se manter distante de todos de sua família, já que você só está sofrendo. Não quero te ver assim. Te ver triste também me abala. – Sófia acariciou os cabelos negros. — Bom... esperávamos por isso. Você somente foi confirmar as nossas suspeitas.
— O que me admira é meu pai ter acobertado Ricardo. – Raquel se sentou no sofá e olhou para a amada. – E se minha mãe tivesse morrido?
— Talvez o seu pai fizesse ele viver com a culpa, mas sem o julgamento das pessoas. É difícil saber o que poderia acontecer. Contudo sua mãe está bem. E pelo visto, continua a defender o seu irmão.
— É. – Voltou a pousar a cabeça no colo de Sófia. – Ela continua a preferir ele.
Sófia tocou a face de Raquel.
— Não se abale por isso. Quem está perdendo uma pessoa maravilhosa é ela.
— Você e nossos peludos são muito importantes para mim – Raquel disse e Sófia sorriu.
— Amor, eu sei que está sendo muito difícil lidar com esses seus problemas familiares. Talvez você se sinta triste por achar que não tem uma família que te ama como você merece, contudo, você tem uma família que se sente feliz por ter você fazendo parte dela.
— Tenho é?
— Claro que tem! – Sófia sorriu. – Alguns membros da família, às vezes, andam com algumas pulgas.
Nino latiu do outro lado da sala em discordância.
— Ela não quis dizer isso de vocês, Nino – Raquel gritou e Nino ficou em silêncio – Eu te amo muito sabia. Eu sou uma boba, tenho tudo aqui nesta casa, e ainda fico me deprimindo pelo que não vale a pena.
— Não ache que eu não ligo para o que está se passando com você, mas, amor, se nos magoa, o melhor a se fazer é ficar distante, pois ficar cutucando a ferida vai fazer com que ela nunca cicatrize.
— Você tem razão. — Levantou a cabeça do colo de Sófia e depois ficou encarando sua amada – Às vezes, eu me questiono o que fiz para merecer alguém como você ao meu lado.
Sófia sorriu.
— Sabia que eu me faço a mesma pergunta. – Segurou o rosto delicado de Raquel com suas duas mãos. – Estou muito feliz por estar compartilhando meus dias com você.
— Você não acha um tédio ter que ouvir falar sobre os meus dramas familiares?
— Não. – Sorriu. – Quando você decide entrar em um relacionamento, você tem que estar preparada para lidar com os diversos tipos de situação. Nem sempre será um mar de rosas.
— Mas acho que outra pessoa em seu lugar já teria desistido de mim – Raquel comentou e sentiu uma carícia em sua face.
— Não vamos ficar supondo coisas. O que importa é que estamos bem juntas. Não vou te deixar por conta dessas confusões que ocorre em sua família. Meu amor por você é muito maior que tudo isso – disse e beijou os lábios de Raquel devagar.
Enquanto se mantinham naquele beijo, Raquel sentiu uma tranquilidade começar a tomar conta de si. Parecia que Sófia tinha o poder de fazer ela se esquecer de todos os problemas.
_*_
Um filme se passava na TV do quarto, mas o casal deitado na cama parecia não se importar com as cenas que estavam perdendo.
— Estamos parecendo casadas – Norma comentou enquanto sentia uma carícia nos seus cabelos ruivos. Estava deitada sobre o corpo da médica.
— Ainda não, pois não moramos na mesma casa – Laura disse brincalhona.
— Não, mas dormimos juntas quase todas as noites. – Olhou para o rosto da amada. – E eu estou amando tudo isso.
— Também estou amando, mas eu sei que você quer ir com calma. – Acariciou a face da ruiva.
— Acho que você está mudando alguns pensamentos meus. – Norma se encaixou entre as pernas da amada.
— Estou? – um belo sorriso se formou na face de Laura.
— Sim, você está mudando a minha forma de pensar. – Norma levou uma de suas mãos até a alça da blusa de Laura. – Você anda por aí assim? – Beijou o local anteriormente tocado.
— Assim como? – Laura fechou os seus olhos e suspirou.
— Gostosa! – falou e mordeu os seus lábios sapeca.
— Ah... – Sentiu o seu íntimo se contrair. – Espero que você não esteja falando isso para me deixar na mão — Laura comentou divertida.
— Não vou deixar. – Norma apoiou suas mãos no colchão e começou a beijar os lábios da médica de forma lenta.
No momento que sentia a língua da ruiva invadindo sua boca, Laura deslizou as suas mãos pelo corpo da amada e levantou o vestido que atrapalhava ela tocar a parte desejada.
— Você não tem jeito – Norma comentou ao sentir os dedos da amada tocando sua calcinha.
— É que você me deixa louca te querendo. Impossível não te tocar. – Desceu os seus toques para as coxas da ruiva; – Mas faça o que você está querendo.
— Estou querendo tanta coisa. – Mordeu o queixo da ruiva. – Que nem sei por onde começar.
— Quer que eu te mostre como quero que você comece? – Laura perguntou ao tocar um dos seios de Norma. Massageou devagar, fazendo a ruiva gem*r baixo.
— Acho que quero – disse e sentiu o íntimo da amada esfregando em sua cintura. – Você me deixa louca!
— Eu só quero te mostrar como quero. – Mordeu o lábio inferior de Norma e a ouviu respirar mais pesado.
Sem dizer mais nada, Norma desceu com seus beijos para o pescoço da amada e ouviu um longo suspiro.
— Quero sentir você! – confessou baixinho, fazendo Laura sentir o seu íntimo se contrair. Era interessante como seu corpo reagia com os simples toques da advogada.
— Sinta. – Laura pegou uma das mãos de Norma e levou para dentro de seu short. Gem*u quando os dedos da ruiva pressionaram o seu ponto sensível. – Só você falando comigo, eu já fico assim – disse se referindo a umidade presente em seu íntimo.
— Não sei se você suspeita, mas estou da mesma forma – Norma falou enquanto massageava o íntimo da amada devagar. Observava cada reação exposta na face de Laura e isso a excitava ainda mais. Moveu-se na cama e tirou as roupas de Laura que a atrapalhavam.
Quando Laura ficou na cama somente com a blusa de alça, Norma ficou parada observando a bela visão.
— Você é muito perfeita! – Norma começou a beijar uma das coxas de Laura. Enquanto fazia isso, sentia o seu íntimo latejar.
Com os seus lábios, Norma tentou beijar as partes expostas do corpo da outra mulher.
Quando tocou a virilha, Norma ouviu um gemido acompanhado por um suspiro.
— Você está incrível sabia – disse e depois deslizou a sua língua por toda a superfície úmida.
Querendo que aquele contato não findasse, segurou as pernas de Laura e ouviu um gemido alto, contudo, não se importou com as possíveis reclamações que poderia receber no dia seguinte.
— Norma... – Laura apoiou seus cotovelos na cama para ver melhor o que a namorada estava fazendo e sentiu todo seu corpo tremer com a bela visão que teve. Os lábios de Norma lhe ch*pavam sem pressa, parecendo querer sugar todo líquido presente ali.
Sentindo uma pressão começando a tomar conta de seu íntimo, Laura segurou os cabelos ruivos com uma de suas mãos e moveu o seu íntimo contra aqueles lábios macios.
Todas vezes que a língua quente tocava sua entrada, Laura chamava por Norma.
— Cansou? – Norma indagou após escalar o corpo da médica. Laura havia acabado de goz*r em seus lábios.
— Acho que estou sem força nas pernas, mas não cansei. — Laura puxou a amada para um beijo e sentiu o seu sabor naqueles lábios rosados. – Beijo maravilhoso. – Tocou a face de Norma com carinho. – Eu quero mais, Norma!
— Mais como? – Norma começou a tocar um dos seios da médica por cima da blusa e sentiu o bico rijo.
— Não é somente isso que quero mais. – Sorriu de uma forma encantadora.
— Então é o quê que você quer? – Norma riu também.
— Eu quero você sempre em minha vida. Quero compartilhar meus dias com você! – Laura disse com convicção.
Fim do capítulo
Olá,
O que acharam do capítulo?
Espero que tenham gostado.
Bom, quero falar sobre a história.
No começo, eu achava que esta história teria poucos capítulos. Eu não gosto de histórias muito longas, não leio histórias muito longas. E fiquei traumatizada com Amor entre tapas e beijos.
Bom... não queria que esta fosse longa. Mas aconteceram algumas coisas. Quando imaginei Recomeço, eu não via Norma se envolvendo com Laura. Nem sabia que isso iria ocorrer, porém aconteceu e muita gente gostou. Minha namorada que não gosta de Raquel e Sófia gostou de Norma e Laura. Pois é, minha namorada não gosta do casal principal. kkkkkk Isso não me incomoda. Então como ela gosta de Norma e Laura, eu resolvi falar sobre elas mais vezes. Contar a história do casal. Bom... muitas leitoras amaram também. Eu também amo muito as duas. Com isso, a história cresceu mais.
Muita gente fala sobre o tamanho dos capítulos. Sinto dizer, mas não vou crescer. kkkk Eu não gosto de capítulos longos, não leio histórias com capítulos longos. Quando vejo, eu não leio. Mas sei que é o jeito da autora. Bom... acredito que cada um tem seu gosto. Quando começo a escrever capítulos longos, eu desanimo com a história. Então resolvi fazer da forma como me sinto bem. Se minhas leitoras vão gostar? Eu não sei, mas não ligo muito para isso mais, nem eu curto tudo que escrevo, imagina vocês. kkkkk Cada um tem seu gosto e sei que não vou agradar todo mundo. Eu também sou leitora, e tem o tipo de histórias que gosto.
A história talvez demore um pouco, mas é que quero explicar tudo. Resolver os assuntos pendentes. Não quero correr e talvez estragar algo que muitas leitoras gostam. Eu também quero que a história acabe logo, mas ando corrigindo umas histórias antigas. Postando no Wattapad as que já escrevi. Bom... eu tenho muitas ideias para histórias novas, mas sou apenas uma. E, nos últimos anos, eu percebi que você tem que fazer as coisas e se sentir bem com aquilo. Não adianta eu escrever algo e não ficar feliz com o que escrevi.
Eu sei que tenho que agradar vocês, mas eu tenho que me colocar em primeiro lugar.^^
Ah, mas quero deixar claro que sem final a história não fica, pois minhas personagens só me deixam em paz com o ponto final.
Então...
Fiquei bem!
Beijinhos^^
Van^^
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Anny Grazielly
Em: 22/11/2020
... Norminha toda toda... elas duas são muito massa
Rita ... não será fácil se aproximar de Raquel...
kasvattaja Forty-Nine
Em: 24/10/2020
Olá! Tudo bem?
Querida autora, acompanho suas escritas desde o seu primeiro conto, desde sua primeira história. Você possui muita sensibilidade na construção e andamento de suas meninas — ouso dizer que suas histórias seguem, em diferentes momentos, o andar de uma música clássica, do ''Prestíssimo'' até o ''Largo'', mas para mim elas são sempre ''Allegro ma non troppo, un poco maestoso'' — e você tem de continuar assim por que essa é você.
É isso!
Post Scriptum:
''Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.''
Clarice Lispector
Resposta do autor:
Olá.
Tudo sim e contigo?
Agora entendi por você ter lido aqui. Esqueci de postar no spirit. Fiquei no sentido de ter postado e não postei.
Fico feliz por saber que gosta de minhas histórias. Eu gosto de falar sobre sentimentos e tento fazer isso em minhas histórias da melhor forma.
Quando eu puder, eu ouvirei as músicas que você citou.
Muito obrigada pelo seu comentário.
Beijinhos^^
Van
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patty-321
Em: 24/10/2020
Maravilha eses 2 casais. Ainda q Raquel não ficou muito tempo se lamentando pela família. Bjs
Resposta do autor:
Olá,
Raquel já está aprendendo a lidar com esses problemas da família dela.
Muito obrigada pelo seu comentário.
Beijinhos^^
Van^^
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