Na terça-feira Quinn acabou se atrasando para o treino das líderes de torcida. Sua mãe lhe ligara irritada dizendo que estava com enxaqueca, precisava de um remédio e fora lhe levar. Ela já sabia que aquele era um sinal de que ela voltaria a beber em pouco tempo. Sempre começava daquela forma: ela sentia dores, faltava o trabalho, ficava irritada e no máximo duas semanas depois o ciclo recomeçava.

Quando chegou na escola novamente, correu para o vestiário para se trocar e ele estava vazio visto que todas as líderes de torcida já deviam estar no campo em aquecimento àquela hora. Tirou sua blusa e pulou de susto quando viu que Sophie tinha entrado no vestiário de forma silenciosa. A menina riu de sua cara assustada depois de ter lançado um longo olhar para seu colo.

– Que droga! – disse irritada tentando voltar a respirar normalmente.

– Achei que a Rainha de Gelo não se assustasse – brincou Sophie ainda rindo.

– Por que você não vai para o seu cantinho do vestiário e para de olhar para os meus seios? – disse Quinn que estava com seu sutiã exposto.

– Eu não fico me aproveitando e olhando as mulheres no vestiário! – defendeu-se Sophie.

– Isso é uma mentira e você sabe! Já se esqueceu daquele dia que você olhou todo o meu corpo? – lembrou Quinn.

– Aquilo foi diferente! – tentou se defender – Você me provocou!

– E qual a sua desculpa de agora? Eu vi você me olhando! – disse Quinn de forma desafiadora.

– Foi só um reflexo! – disse Sophie sem graça, achou que Quinn não tinha reparado.

– Você realmente espera que eu acredite nessa desculpa esfarrapada?

As duas ficaram se encarando por um tempo.

– É a verdade! – Sophie insistiu e Quinn teve uma ideia.

– Que tal uma revanche então da nossa primeira aposta? - ofereceu sentindo o coração bater mais forte.

– Ótima ideia! – falou Sophie – E se eu ganhar eu paro de tomar banho e trocar de roupa virada para a parede! O que você quer?

“Você”, Quinn pensou e precisou controlar seu rosto para não deixar transparecer seu desejo. Usou todas suas energias nisso e não conseguiu pensar em mais nada.

– Eu não quero nada! Vou ficar feliz pelo simples fato de provar que você está errada! – Sorriu de forma debochada.

Estava confiante e mal podia esperar para Sophie olhar daquela forma para seu corpo novamente. A única coisa que não contava era com ela mudando as regras do jogo.

– Combinado, mas vai ser um pouco diferente dessa vez – e então Sophie aproximou-se – Você que vai precisar se controlar!

Quinn prendeu a respiração de forma automática. Será que ela sabia?

– O que? – perguntou.

– Você quer que eu admita? Você sabe o corpo que tem, todo mundo te olha. Eu não sou de ferro! – Sophie falou e Quinn conseguiu sentir o ritmo acelerado de seu coração e não conseguiu evitar um leve sorriso no canto de seus lábios – Viu? Eu consigo admitir, mas você consegue?

– E o que você acha que eu tenho que admitir? – perguntou com um fio de voz, sentindo que ela poderia falhar a qualquer momento.

– Que você não é imune a mim!

– Então você quer que eu fique dois minutos sem olhar para você? Essa é aposta? – falou Quinn olhando nos olhos de Sophie.

– Na verdade, eu vou ser legal com você – disse com um sorriso divertido – Você pode olhar! – e então começou a tirar a roupa.

Quinn respirou fundo e engoliu seco.

– Mas você não pode tocar – completou depois de ficar apenas de calcinha e sutiã.

– Você se acha irresistível, né? – Quinn tentou disfarçar – Claro que eu consigo manter minhas mãos bem longe de você e por muito mais de dois minutos! – falou com uma falsa confiança.

– Então prova! – falou Sophie – Você tem que passar cinco minutos sem me tocar e enquanto isso eu posso te provocar à vontade, mas sem te tocar.

Quinn sabia que não tinha para onde fugir e naquele momento, ela nem queria.

– Combinado!

Sophie então pegou o celular, colocou-o em cima do banco e ligou o timer.

– Começando agora – disse e então virou seu olhar para Quinn – Isso vai ser divertido!

Sophie terminou de tirar suas últimas peças de roupa, ficando totalmente nua. Fez isso olhando diretamente os olhos de Quinn e percebeu que ela instintivamente deu dois passos para trás. Sophie foi caminhando lentamente em sua direção e ela deu mais dois passos, o que faz com que encostasse as costas na parede.

– Isso vai ser moleza – sorriu de forma confidente.

– Você se acha muito! – falou Quinn tentando controlar ao máximo as expressões.

Sophie aproximou-se mais ficando de frente para Quinn, que não resistiu e abaixou o olhar, passando por todo o seu corpo.

– Que bom que a aposta é me tocar, se fosse olhar você já tinha perdido – brincou e Quinn rapidamente voltou o olhar para cima.

Ela não sabia como iria resistir e travava uma batalha consigo mesma. Será que deveria resistir?

– Sabe como eu sei que você está doida para me beijar? – Sophie perguntou de forma retórica – Quando as mulheres ficam excitadas o bico do peito fica enrijecido, exatamente como seu está agora – falou de uma forma sensual.

– Eu só estou com frio – falou Quinn instintivamente colocando o braço sobre os seios para tentar esconder o desejo.

– Claro, porque aqui no vestiário é muito frio! – falou irônica – Você pode tentar esconder, mas eu tenho certeza... – e então Sophie aproximou-se mais ainda e sussurrou em seu ouvido – ... que você está completamente molhada.

Quinn gem*u e isso não passou despercebido por Sophie que se aproximou o máximo que era possível sem tocá-la. Estavam apenas a milímetros de distância e Sophie colocou seu rosto em frente ao de Quinn que àquela altura não conseguia mais esconder o desejo. Ela mordeu os lábios quando olhou os de Sophie tão perto de si. Por que ela precisava resistir?

– Você já me beijou uma vez e eu sei que você quer de novo – sussurrou Sophie – Vamos lá... Eu também quero!

Ouvir de Sophie que a queria foi o suficiente para Quinn e ela aproximou-se para beijá-la e chegou a sentir seus lábios roçarem antes de serem interrompidas por uma voz.

– Quinn, você está aí? – era a voz de Leslie aproximando-se.

As duas praticamente pularam de susto e se afastaram instintivamente.

– Você está super atrasada! A treinadora está nervosa – falou Leslie entrando e deparando-se com a amiga.

Quinn estava com a respiração densa e tentava puxar o ar para se recompor. Sophie disfarçou abrindo seu armário do vestiário para pegar sua roupa.

– O que houve? Você está bem? – perguntou Leslie estranhando a feição da amiga.

– Nada... nada - falou nervosa – Só não estou em sentindo muito bem – falou e sentou-se.

– Deixa eu pegar sua roupa – falou indo até o armário de Quinn.

Enquanto isso Sophie se vestiu. Quinn quase pulou novamente de susto quando o celular tocou avisando que os cinco minutos terminara e as duas se olharam cumplices antes de Sophie sair do vestiário.

Quinn se trocou e seguiu para o treino com Leslie, mas não conseguia se concentrar. O desejo ainda estava presente em seu corpo e ela sentia o molhado em sua calcinha. Buscou Sophie com o olhar e encontrou-a correndo envolta do campo.

Usou toda a força que tinha para se concentrar no treino, mas simplesmente não conseguia. Errava os movimentos e inevitavelmente corria com os olhos em busca de Sophie. Depois de mais ou menos quinze minutos de treino, viu que Sophie entrou para a academia.

– Você não está bem hoje, Quinn. O que houve? – perguntou a treinadora.

– Eu não estou me sentindo muito bem. Uma dor de cabeça horrível, não consigo me concentrar – mentiu.

– Tudo bem – falou a treinadora – Tira o dia hoje para descansar e amanhã esteja aqui na hora, combinado?

– Combinado!

– Agora vai para a casa!

Quinn assentiu com a cabeça, mas não pretendia obedecer.

Não se permitiu pensar, deixou seu corpo e seu desejo tomarem a decisão por ela e sem que ninguém reparasse foi para a academia da escola.

Sophie estava lá sozinha, sempre escolhia os momentos que não tinha ninguém para poder aproveitar melhor os equipamentos. Assustou-se quando Quinn entrou.

– O que você está fazendo aqui? – perguntou quando viu ela trancar a porta atrás de si.

– A gente ainda não terminou a aposta – falou caminhando em sua direção – E eu quero perder!

Quinn não esperou Sophie responder e beijou-a com muita vontade. Conseguia sentir seu sex* pulsando de desejo. Ela estava desesperada para sentir cada parte de Sophie e seu coração palpitou ainda mais rápido ao perceber que ela correspondia entregue e aparentemente com a mesma vontade desesperada.

Quinn nunca sentira tanto desejo em sua vida e não queria resistir. Empurrou Sophie na parede sem desgrudar de seus lábios por um segundo se quer e começou a passear as mãos pelo seu corpo. Quando sentiu Sophie fazer o mesmo, sem medo, gem*u alto em sua boca.

Aquele som despertara um desejo ainda maior em Sophie e ela trocou de posição com a líder de torcida, colocando-a contra a parede e posicionando sua coxa por entre as pernas de Quinn. Ela gem*u de novo, mais alto, e colocou as mãos por debaixo da blusa de Sophie, sentindo seus seios.

– Tira – Quinn interrompeu brevemente o beijo para poder despi-la de sua blusa – O top também!

Sophie obedeceu, nunca poderia dizer não para aqueles olhos verdes completamente transtornados por desejo. Quinn parecia necessitar do corpo de Sophie como se ele fosse um copo de água no meio do deserto. E as duas estavam tão quentes que realmente parecia ser o deserto. Entretanto, seus sex*s molhados dizem o contrário.

Assim que Quinn viu os seios nus de Sophie, mordeu o lábio inferior e deixou transparecer todo o desejo que vinha reprimindo há semanas. Sem dizer nada retirou a própria blusa do uniforme de líder de torcida e sentiu as mãos de Sophie ajudarem-na a retirar o sutiã. Assim que a peça de roupa foi jogada ao chão, ela sentiu a boca da Sophie buscando seus seios já nus.

Os sons do gemido de Quinn ecoavam pela academia vazia e tudo o que ela queria era sentir Sophie ainda mais.

– Eu quero você, agora! – Quinn solicitou como uma ordem.

– Tem certeza? – perguntou Sophie antes de voltar a tomar seus lábios de forma intensa.

– Absoluta – constatou e sentiu as mãos dela chegarem em seu sex*.

Foi a vez de Sophie gem*r ao sentir o quanto Quinn estava molhada. Acariciou seu clit*ris com os dedos de forma leve, mas aquilo não seria suficiente. Desceu os lábios até o pescoço de Quinn, mordiscando o lóbulo de sua orelha e deixando sua respiração arrepiá-la.

Foi descendo os lábios até seus seios novamente e sua barriga, enquanto ouvia os gemidos cada vez mais altos. Quinn não queria mais se segurar, não queria mais fingir, só queria sentir Sophie o máximo que pudesse. Colocou as mãos em sua cabeça, empurrando-a de encontro a seu sex* e Sophie entendeu a mensagem: ela tinha pressa. A pressa de um desejo guardado que precisava ser exposto, explorado, vivido...

Sophie retirou a calcinha e a saia de Quinn com agilidade e rapidamente levou os lábios e a língua até seu sex*. Por alguns segundos não conseguiu mais distinguir o gemido de Quinn do seu próprio. Sentir seu sex* em sua boca era incrível!

Poucos minutos depois ouviu uma sinfonia de sons de prazer quando Quinn gozou em sua boca. Havia sido seu primeiro orgasmo. Ela nunca imaginara que tamanho prazer pudesse ser possível. Sentiu as pernas tremerem e o coração palpitar forte enquanto tentava controlar a respiração.

Sophie segurou-a forte nos braços e subiu para novamente beijá-la. Ao sentir o próprio gosto pelos lábios de Sophie, Quinn novamente sentiu seu corpo acender. Não era o suficiente. Queria mais!

– Tira! – ordenou aprontando a calça de Sophie e ela prontamente atendeu.

Quinn praticamente a empurrou no chão assim que ela ficara nua e deitou em cima dela. Sentiu o gemido alto de Sophie quando seus sex*s se encontraram e pensou que não havia lugar mais perfeito do que aquele, em cima da mulher que amava, sentindo o molhado de seu sex* confundir-se com o dela.

– Que delícia – ouviu Sophie dizer com desejo, quando começou a rebol*r em cima dela.

Não havia nada melhor aquilo. Quinn estava certa que tinha encontrado o paraíso. Seus corpos movimentavam-se em harmonia e ela podia sentir o suor das duas se confundindo, da mesma forma que seus corpos estavam entrelaçados.

Aumentou os movimentos e sentiu o clímax chegando na mesma hora que ouviu Sophie gritar de prazer. O orgasmo veio praticamente junto para as duas e Quinn ainda conseguia sentir os espasmos quando Sophie a puxou para mais um beijo que começou desesperado e foi ficando calmo na medida em que reestabeleciam suas respirações.

Aos poucos os lábios foram se afastando e as duas se olharam profundamente, com Sophie ainda conseguindo sentir o sex* pulsar de encontro com o de Quinn em cima dela.

A troca de olhares parecia ser infinita. Nenhuma das duas sabia o que fazer ou dizer. Não, não era o olhar das infinitas declarações de amor, mas também não era um olhar apenas de desejo. “É um avanço”, pensou Quinn. Aquele olhar de carinho e dúvida era até o momento, o melhor que tivera.

Depois de um infinito de tempo que durou apenas alguns segundos, Quinn finalmente saiu de cima de Sophie e a ausência de seu corpo no seu, pareceu acordá-la para a realidade. “O que eu faço agora?”, pensou e a pergunta assustou-a pois não fazia ideia da resposta. Desesperou-se momentaneamente e se levantou começando a recolocar a roupa.

– Tudo bem? – perguntou Sophie ainda desacreditada e ao mesmo tempo entorpecida pelo orgasmo que tivera.

– Sim – disse Quinn tensa, nervosa, evitando o olhar de Sophie.

– Então... – Sophie começou nervosa, sem saber o que dizer. E sentiu vontade de se bater. Por que sempre ficava abobalhada quando precisava conversar com ela algo sério? A mesma coisa aconteceu depois do beijo.

– Não fala nada! – pediu Quinn.

A líder de torcida sentia seu coração praticamente sair do peito. Não sabia o que fazer. Não sabia o que dizer. Não queria ter aquele momento maravilhoso arruinado por algum comentário de Sophie sobre ter sido um sex* casual, algo sem importância. Ela não queria casual! Ela queria tudo!

Com medo de lidar com aquela situação naquele momento, dirigiu-se para a porta, já vestida.

– Quinn – Sophie ainda tentou chamá-la – Vamos conversar sobre isso!

Mas ela a ignorou e saiu da academia. Sophie ainda levantou e tentou colocar as roupas depressa, mas quando terminou e foi tentar segui-la, não a achou mais. O corredor já estava vazio.

Fim do capítulo