Desde que havia começado a ter interesse por Norma, Laura deixou de lado alguns de seus casos, contudo, um desses não parecia estar conformado com a falta de procura da médica.

— Nunca mais você me ligou – Thalita, uma mulher loira, alta e médica, avisou enquanto mordia os lábios sedutoramente e tocava o jaleco da outra médica.

Enquanto sentia Thalita tocando o seu corpo, Laura começou a ficar sem paciência.

— Por favor, não tente parecer que tem intimidade comigo – Afastou aquelas mãos de si – Se eu não te procurei é porque não quero ter mais nada contigo.

— Bom... não foi isso que você me disse em nosso último encontro, Laura.

A médica começou a ficar impaciente, o café parecia que nunca seria servido e Norma... Laura olhou para onde sua amada estava e encontrou uma mesa vazia.

— Cadê ela? – Laura começou a olhar para cada canto daquele ambiente e não encontrou sua ruiva – Droga... com certeza ela me viu com Thalita e começou a pensar besteira – Fez menção de sair, mas a outra médica a impediu.

— Eu te vi com ela quando cheguei para meu plantão. Sabia que te provocando um pouquinho, ela logo te deixaria de lado – Disse com certo deboche.

— Sua... – tentou xingar Thalita, mas foi interrompida.

— Não precisa terminar sua fala, Laura, já vou indo... isso é pra você aprender a não me tratar como qualquer uma – Deslizou os seus dedos pelo queixo de Laura e saiu pelo refeitório andando de uma forma provocante.

Após a mulher sair do refeitório, Laura apertou seus punhos com força. Estava muito irritada com a situação que aquela mulher havia lhe colocado.

Sem esperar seus cafés, Laura saiu a procura de Norma.

— Precisamos conversar – Laura disse ao encontrar Norma perto de um bebedouro – Não é nada disso que você está pensando.

— O que você acha que estou pensando? – Norma encarou a namorada, não queria discutir, mas pelo que havia notado Laura tinha caso com as pessoas da clínica.

— Que eu tenho algo com aquela mulher, mas eu não tenho – Tentou se aproximar da ruiva, mas percebeu que Norma já havia tirado suas próprias conclusões.

Norma respirou fundo. Talvez estivesse sendo precipitada, precisava conversar com a médica direito. Não podia tomar conclusões daquela forma. Seu lado sensato dizia isso, mas o ciúme, não queria escutar sua consciência.

— Eu estou com ciúmes agora... Não serei uma boa pessoa para conversar, mas eu quero conversar com você depois— confessou.

Laura se sentiu mais aliviada, pois Norma lhe daria a oportunidade para se explicar.

— Mesmo que você não queria falar nada, eu posso falar para você? – a médica se aproximou e segurou as mãos de Norma.

— Pode – sorriu ao perceber que Laura não iria desistir fácil de tentar se explicar.

— Você é especial para mim – levou uma das mãos de Norma até seus lábios macios e conectou o seu olhar ao da namorada – Desde que te conheci, muita coisa mudou em minha vida. Pode ter certeza que a Laura do passado não foi a mesma que te pediu em namoro nesse final de semana que passamos juntas. Eu quero ser o melhor para você, Norma, e farei de tudo para não te machucar, pois o que sinto por você, pode ter certeza, eu nunca me senti por ninguém. Você me passa tranquilidade, me faz ter os melhores momentos que eu poderia passar com alguém e um interessante disso tudo é que não precisa ter algo que sempre valorizei muito, sex*.

— Acho que agora você me deixou sem palavras – Norma confessou e sentiu muita vontade de beijar aquela mulher – Desculpa , eu acho que exagerei. Deveria ter deixado você se explicar... bom... podia ter te falado que me incomodei com a forma como ela te tratou com intimidade, não deveria ter saído daquela sem avisar.

— Tudo bem, mas aquela mulher agiu de caso pensado, mas não vamos falar sobre isso aqui... venha – Começou a puxar a mão Norma.

— Vamos para onde? – ficou confusa.

— Tomar nosso café, acho que já deve estar esfriando – Laura sorriu e Norma se desmanchou toda.

_*_

Fazia um bom tempo que havia chegado em sua casa com Raquel, e Sófia não sabia o que fazer.

A engenheira estava sentada no sofá muito pensativa, não aceitara nada que ela havia lhe oferecido. Isso deixava a loira muito preocupada.

— Amor, já que você não quer comer nada. Por que não vamos tomar um banho? – Sugeriu ao deslizar as suas mãos pelos ombros da engenheira fazendo uma leve massagem.

No momento que sentiu as mãos macias de Sófia deslizando por seu corpo, Raquel fechou os seus olhos e sentiu sua respiração ficando mais calma.

— Não quero que você fique dessa forma. Não vai te fazer bem... o doutor Hernandes já disse que ela está bem.

— Mas eu estava aqui pensando em como tudo aconteceu, amor – Raquel virou o seu corpo e começou a olhar para Sófia.

— Não estou entendendo— Sófia interrompeu a massagem.

— Como minha mãe caiu da escada para ter que parar no hospital... fazer uma cirurgia.

Sófia respirou fundo.

— Amor, acidentes acontecem.

— Bom... mas não tem uma explicação para o que houve– Disse pensativa.

— Não vamos pensar nisso. Quando sua mãe acordar, ela vai poder dizer o que realmente aconteceu. Não adianta nada ficarmos supondo dessa forma – Deu uma pausa – Vamos tomar um banho e dormir. Estamos precisando disso, amanhã será um outro dia.

— Acho que você está certa – desviou o seu olhar de Sófia e começou a olhar para o nada. Estava preocupada demais com o estado de saúde de sua mãe. Será que se fosse ela, Rita estaria da mesma forma?

Sentiu uma lágrima rolar por seu rosto ao perceber que a mãe não agiria dessa mesma forma com ela.

Do jeito que Rita estava nos últimos dias, era capaz até de desejar a morte de sua própria filha.

— Amor... – Sófia chamou de uma forma carinhosa ao notar sua amada perdida em seus pensamentos.

— Oi...

— Vamos nos banhar. A gente precisa trocar essa roupa para irmos dormir – A loira avisou ao começar a caminhar em direção ao banheiro.

— Está bem! – Raquel disse e depois de alguns minutos fez o mesmo trajeto de sua noiva.

Ao chegar ao banheiro, Raquel se deparou com Sófia debaixo do chuveiro, já se banhado.

Pelo espelho do box, Raquel passou a observar a água escorrendo pelas curvas perfeitas de sua amada.

O corpo de Sófia parecia tão bem desenhado.

Os seios não eram muito grandes...

Os quadris eram um pouco largos...

A boca de Raquel secou com aquela visão.

— Sófia é linda – disse baixinho.

Sem pensar duas vezes, Raquel começou a se despir rapidamente para poder se juntar a sua amada.

— Pensava que você não viria agora – Sófia comentou ao sentir o corpo quente da engenheira colando em suas costas.

— Eu também, mas você é tão maravilhosa— Deslizou os seus lábios por aquela pele que tanto amava – Que cheiro gostoso.

— Raquel... – disse ao pensar que talvez não fosse o momento certo para elas terem algo.

— Eu quero fazer amor com você – colocou um dos bicos dos seios de Sófia entre seus dedos – eu preciso de você— deu um leve aperto e ouviu um gemido baixo escapar por entre os lábios rosados de Sófia.

Sentindo os lábios de Raquel descendo por suas costas, Sófia desligou o chuveiro, apoiou as mãos sobre o azulejo e inclinou o seu corpo para trás.

Com a visão que teve, Raquel segurou com força na cintura de Sófia com suas duas mãos e encostou o seu íntimo na parte de trás de sua amada.

— Raquel... – disse ao sentir o corpo de Raquel roçando contra o seu.

Enquanto se mexia devagar, Raquel notou Sófia fazendo movimentos sincronizados com os seus.

Sentindo um líquido quente começando a escorrer por entre suas pernas, Raquel encostou ainda mais no corpo da loira, intensificando os seus movimentos.

Um de seus braços envolveu a cintura da loira e com sua outra mão ela começou a procurar o íntimo de sua amada.

Ao encontrar, ela deu um gemido baixo. Sófia estava muito molhada...

— Amor, abra mais um pouco – pediu enquanto deslizava os seus lábios por um dos ombros de Sófia.

A loira prontamente atendeu ao pedido e sentiu um dos dedos de Raquel lhe preenchendo de uma forma gostosa e ao mesmo tempo torturante, pois eram movimentos lentos que se interrompiam a todo instante.

No momento em que tentava se manter concentrada a forma como era penetrada, Sófia passou a gem*r de uma forma um tanto manhosa.

— Raquel... ah! – Dizia quando sentia os movimentos sendo mais rápido e depois voltava ao ritmo de antes.

— Eu quero você sempre em minha vida – Raquel deslizou mais um dedo para dentro e sentiu o corpo da loira estremecer em seus braços.

Definitivamente amava tudo naquela mulher. Não poderia jamais tentar se enganar pensando em se separar. As duas se pertenciam... completavam-se...

Sentindo mais outro dedo invadindo seu corpo, Sófia ficou sem forças para manter o seu corpo de pé. Um tremor muito grande começou a tomar conta de si enquanto sentia os dedos de Raquel entrando de forma rápida e forte.

Não demorou muito e gozou de uma forma tão intensa que ela ficou se perguntando o que havia acontecido naquele banheiro.

Sem esperar, Raquel ligou o chuveiro e virou o seu corpo para que se beijassem.

— Eu te amo... eu te amo... eu te amo... – Disse enquanto distribuía vários beijos pelo rosto de Sófia.

— Também te amo —abraçou o corpo se Raquel tentando normalizar sua respiração – Agora estou com as pernas um pouco bambas – Disse em meio a risos.

— Não gostou? Eu te machuquei— Segurou o rosto de Sófia com suas mãos, tinha medo de ter feito algo errado.

— Eu amei... só acho que precisamos descansar – comentou e Raquel assentiu com a cabeça.

Após tomarem banho, as duas vestiram umas roupas leves e foram dormir de conchinha.

Raquel — que estava atrás — acariciava o corpo de Sófia que logo adormeceu. Seus pensamentos a todo instante se voltavam para sua mãe. Parecia que sua mente não queria parar de trabalhar.

Olhou para o celular que estava na cômoda. Norma disse que iria ligar a qualquer novidade, mas como poderia confiar nisso? Todos a queriam distante porque ela estava muito nervosa por conta do ocorrido.

Deu um beijo demorado no pescoço de Sófia.

Sua amada dormia tão tranquilamente, parecia um anjo.

— Eu te amo, meu amor – disse ao aconchegar melhor o seu corpo atrás da loira.

Fim do capítulo