Tinham coisas que só mãe e filha poderiam resolver. Emme não se meteria, mas iria ser divertido ver Laura com medo, cedo ou mais tarde Cacau iria descobrir o que a filha aprontava e não seria ela a causar aquela briga.

Preferiu ir pacientemente para o motel, a dias esperava ter uma noite com a morena e nada iria atrapalhar aquela madrugada que se entregariam aos desejos.

Emme estava pensando também em Renara, aquele seu olhar para sua boca era de uma pessoa que estava desejando-a. Renara era uma safada e apesar de conhecer pouco Juliana sabia que ela merecia muito mais do que uma mulher que a traía. Decidiu não falar para Cacau, preferia fechar os olhos e fingir que nada acontecia, de sua parte não havia desejo nenhum e pouco tempo conviveriam, logo estariam em Metropolis de volta a rotina.

Tinham ido para a piscina aquecida, depois para a cama confortável. Era um motel de primeira classe, a morena gostava dele.

Na cama se renderam aos prazeres, Depois de sair de suas pernas novamente Cacau a abraçou, suada.

_Saudade do teu corpo. – Colocou a boca nos seios médios da outra, Emme permitia cada toque, em seguida beijou seus lábios brincando. _E essa bolsa aqui tem o quê tanto?

_Pode mexer. – Virou-se de bruços. A outra beijou suas costas e pegou a bolsa que era pesada. Emme sorriu. _Você é muito curiosa.

_Aposto que já mexeu na minha bolsa e no meu celular todo.

_Mexi mesmo, você esconde bem as coisas.

_Não tem nada para esconder Emme. Deixa eu ver teu celular também.

_Não, beija minhas costas.

Ela beijou, deu um tapa em sua bunda e depois pegou o celular, Emme havia trocado de senha.

_Temos que confiar uma na outra Cacau. – Virou-se e sentou, a mais velha logo se zangou, estava bêbada e continuava a beber.

_Qual é a senha? Vou colocar outra senha no meu também, se quer assim tudo bem, comigo é olho por olho minha amiga.

_Minha amiga? – Viu a mulher acender um cigarro.

_Qual é a senha Emme?

_Cacau. – Disse achando graça.

_Qual a senha? Não vou perguntar de novo.

_Eu já falei, Cacau. – E sorriu alto mordendo seu ombro, a queria de novo.

_Espera, deixa eu ver. – E quando viu que deu certo sorriu. Levou um tempo mexendo em seu aparelho focando bem as mensagens em sua rede social. Leu uma por uma, poucas ela respondia. _Quem é esse daqui?

_Tudo parceria amor.

_Muitos convites para festas.

_Sim, vou aparecer em algumas, fazer alguns colegas vai ser bom.

_Certo. O Rodrigo... – Passou a ler as mensagens do rapaz, Emme pouco o respondia. Ele pediu desculpas por todos os acontecidos e se ela quisesse lhe daria um ombro amigo quando precisasse. _Ombro amigo né?

_O que posso fazer se tenho... – Sorriu ao ver Cacau fechar a cara.

_Transou com ele sem preservativo? Uma vez você me disse que não, mas você mesma disse que não se lembra muito dos acontecidos.

Emme calou-se, não sabia ao certo de tudo. Se lembrava do primeiro dia, mas depois...

_Não estou grávida, eu tinha tomado uma injeção para evitar meses antes da minha viagem, fiquei até surpresa quando minha menstruação desceu. A mãe pagou, acho que mãe sente quando a filha vai aprontar e fiz uma bateria de exames, não estou com nenhuma doença.

_Certo. – Depois de ver seu celular jogou tudo de dentro da bolsa sobre a cama. Maquiagens, agenda e carteiras, além de absorventes e perfumes.

_Tenho que está preparada para tudo.

_Achei que eu ia achar alguma droga. – Sorriu.

_Difícil eu usar a erva, mas gosto da vibe. Já usou?

_Sim, já provei de tudo um pouco – confessou _ já fiquei loucona.

_Casal que fuma junto permanece junto sabia. – Comentou divertida.

_Sua danada, vou amar essa vibe com você. – lhe puxou dando um beijo, depois abriu sua agenda. _Tudo isso de trabalho?

_Sim. Vou pegar em um bom dinheiro.

_Quer ajuda para iniciar teu projeto? Posso te arrumar um bom dinheiro, sou rica sabia?

Emme sorriu.

_Muito rica meu amor, mas não vou precisar, eu me viro. Não quero um dia brigar com você e você jogar na minha cara o que fez por mim, já passei por isso com Bernadete, e eu quero fazer isso sozinha, tenho capital para isso.

_E o que ela te deu para jogar na tua cara?

_Além dos cartões? Ela pagou as últimas parcelas do meu carro. Fiquei endividada e acabei usando o dinheiro do carro para quitar e ela todo mês pagava. Se tornou um vício eu gastar a parcela e ela ir lá e quitar por mim.

_Se você quiser eu te dou um carro completo, qual você quer? Só me dizer que eu estalo os dedos e dou para você. Eu dou um galpão para colocar tuas mercadorias, dou os estoques de qualquer tipo de roupa que você precisar. Se você quiser não precisa mais trabalhar, não precisa aguentar clientes chatos, eu dou tudo para você.

Emme sorriu novamente.

_Eu quero você, quero alguém que me trate bem e me respeita, você pode estalar os dedos e me dar isso?

_Posso, mas eu posso te dar um cartão?

_Não, você vai querer me controlar.

_Não vou, eu prometo.

A experiência com Bernadete não lhe permitia mais receber aquilo, tudo o que queria era uma parceira, que quando precisasse pudesse contar.

_Mas quando eu precisar eu falo contigo, rica. – Brincou beijando seus lábios. _Poderosa, dona de tudo.

_Rica de dinheiro e de amor por você. – As duas se olharam.

_Minha perfeita, maravilhosa, minha rainha, deusa, safada, gostosa. – Dizia brincando, fazendo a outra sorrir. _Agora eu quero sentar na tua cara, bucet* como a minha dinheiro nenhum vai te dar.

Cacau logo se deitou, Emme colocou as pernas perto de seu rosto e puxou seu cabelo logo se animando. Sentir sua língua naquela posição não tinha coisa melhor. O corpo já esquentava. Rebolou para ela, gem*u, depois se virou tomando a bucet* dela também _ai Cacau... – E passava a língua em seu clit*ris lhe dando prazer.

O corpo trêmulo, coração acelerado voltaram a se abraçar.

_Chega de beber amor, tomou duas garrafas de vinho, fumou o que tinha para fumar, bom ir ao médico para ver se teus pulmões tão bons. – Olhou as horas e tomou a taça da mão da mulher jogando o líquido na pia do banheiro.

_Cadê meu cigarro?

_Não sei. – Acionou a descarga com todos os seus cigarros.

_Você pegou Emme... – Levantou-se da cama sacudindo os lençóis.

_Você me viu pegando? – Olhou-se no espelho, precisava dormir.

_Não vi.

_Então não diga que eu peguei. – Ligou o chuveiro e passou a banhar, sua namorada fumava muito. _São seis da manhã, vamos embora.

Cacau apareceu na porta do banheiro.

_Você pegou meu cigarro. – Olhou na lixeira.

_Vem banhar comigo, já já você acha esses cigarros.

Cacau encheu os olhos de lágrimas. Emme sorriu.

_Por que você tá chorando meu amor? – Foi ao seu encontro lhe abraçando carinhosamente. Seu nariz estava vermelho.

_Eu só queria um cigarro, só um Emme... você não devia ter feito isso.

_Mas eu não fiz nada, só agora comigo você fumou cinco Cacau, vamos banhar que eu te ajudo a procurar.

Levou a morena para o banho, passou sabonete em seu corpo e logo lhe cobriu. Com a toalha secou ao máximo seu cabelo.

_Não devia ter bebido tanto. – Colocou sua calcinha, depois seu vestido.

_Eu não estou bem, achou meu cigarro?

_Você perdeu, depois compramos mais. – Pediu a conta. _Cadê teu cartão?

_Na minha bolsa.

Emme procurou o cartão, não achou.

_Você não me devolveu meu cartão.

_Dei, assim que eu cheguei com o bolo.

_Vixe – sorriu _estamos sem dinheiro então – e voltou a sorrir achando graça aquela situação _Estou pobre agora, eu deixei em casa e eu não ando com dinheiro.

Emme pegou sua bolsa tirando o próprio cartão da carteira.

_Mas, liga para Juliana ela sempre me salva nessas horas.

_Juliana? Acorda Cacau, eu não vou me expor para tua ex.

_Ela sempre me ajuda com isso, e eu também ajudo ela.

_Eu tenho aqui.

Emme pagou e colocou-a no carro, Cacau lhe olhou.

_Você cuida tão bem de mim, queria ter te conhecido antes. – Encostou a cabeça fechando os olhos.

_O que importa é o agora.

Ela dirigiu, o sol estava nascendo, era lindo de se ver.

_Emme, para o carro.

Ela parou, a mulher rapidamente abriu a porta e vomitou. Procurou um lenço e se limpou.

_Desculpa.

_Tudo bem. – Seguiu o trajeto. Por mais duas vezes Cacau fizera aquilo, ao chegarem, a casa ainda estava em silêncio, somente os empregados limpavam a bagunça da noite anterior. Emme teve o cuidado de conduzi-la pelos degraus. Sentiu um beijo em seu rosto.

_Quero vomitar – Cacau sorriu _Me leva para o banheiro Emme.

_Estamos chegando.

Com mais alguns passos chegaram ao quarto, ela correu para o banheiro, a modelo segurou sua cabeça.

_Não deve mistura vinho com nenhuma bebida.

_Dar próxima vez eu me lembro disso.

Emme tirou sua roupa, a limpou e colocou uma roupa leve, depois foi até suas coisas e pegou uns remédios que sua mãe colocou na bolsa para alguma emergência e lhe deu, quando acordasse ela se sentiria melhor. Deitou-a e como boa namorada passou a mão em seu cabelo até ela pegar no sono.

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Foram acordar na parte da tarde, ela se sentia melhor, pediu desculpas mais uma vez pelo trabalho que devia ter dado e sorriu apaixonada.

_Namoradas cuidam uma da outra. – Disse voltando sua atenção ao celular. _Está se sentindo melhor?

_Depois dos teus cuidados? Estou pronta para uma partida de vôlei, Laura está na piscina com os amigos, a Juliana logo chega para jogarmos.

Foram até a área de lazer da casa, Laura quando viu as duas saiu da piscina exibindo seu corpo, precisava saber se Emme tinha dito alguma coisa.

_Boa tarde. Eu... está tudo certo?

_Não. – Cacau disse séria, a menina logo imaginou que Emme tinha dito para ela sobre o ocorrido da madrugada. _Preciso comer alguma coisa, sua mãe passou dos limites. Boa tarde crianças.

_Vai comer mamãe, e o vôlei vai dar certo?

_Vai sim, já vou ligar para Juliana, ela está demorando.

_Oi Emme, depois eu posso falar contigo?

_Claro.

As duas foram atrás de comida, encontraram Sereno que também queria algo, o rapaz estava com a bola, sentia-se animado por poder passar uma tarde com as irmãs, Mirra se aproximou.

_Liguei para Juliana, o que você fez para ela? – Ela disse um tanto chateada, adoraria uma partida de vôlei na companhia da mulher.

_Nada, ué. – Pegou o café e se serviu, em seguida serviu Emme.

_Se ela não quer vim alguma coisa você fez. – Sereno disse tirando um pedaço de bolo.

_Ela saiu daqui e estávamos bem. A gente teve uma discussão, mas não foi nada sério.

Mirra voltou a ligar e quando ela atendeu passou o telefone para sua irmã.

Juliana não queria ver a morena, disse que apesar de terem feitos as pazes precisava de um tempo para engolir todas as suas mentiras, agradeceu o convite do vôlei, mas recusou e logo desligou.

_Ela ainda está chateada. – Voltou a ligar para a amiga. Ali mesmo na frente de todos conversou com ela. _Jujuzinha, a gente sempre brigou, porque isso agora?

_Cau, cansei de tudo, você mente, não sei mais quem é você. Estou triste por tudo, eu simplesmente não consigo te olhar agora, disse coisas que me magoaram.

_O que você quer que eu faça? Juliana, isso é passado e você também me magoou... – Emme logo se atentou aquela discussão, viu Cacau se distanciar.

_Até algum dia Cau...

_Juliana, está sendo infantil.

_Infantil é você falar de minha mãe – contou triste _acordei pensando nela por tua culpa, e você falou do apartamento, vive jogando coisas na minha cara, eu nunca joguei na tua cara que você não pode ter mais filhos e você chega e fala da pessoa que eu mais amei na vida, eu preciso dormir, hoje não tá?

_Sabe que eu não fiz por mau, você disse que eu era aliciadora de menor. – Disse baixinho.

_E eu menti?

_Eu nunca fiquei com ninguém de dezessete anos para baixo, acha que sou louca?

_Alexia, Samya, Vitória, João Vitor... a verdade é que você sempre vai ser cínica, e pelo que vi Emme não vai aceitar saber que você trepou com todos os garotos do centro, desejo boa sorte quando ela souber disso, boa sorte para ela, não para você que mente compulsivamente, nossa relação a partir de agora vai ser profissional, não me liga mais Cau. – Ouviu a voz de choro da mulher.

Desligou. Cacau logo ficou triste, não imaginou que a mulher iria agir daquela forma, tinham dançado, tinham brincado e tinha dito que a amava e foi sincera.

Conhecia bem Juliana, quando ela dizia que não queria mais lhe ver, ela passava um bom tempo sem se comunicar mesmo trabalhando em sua empresa. Cacau detestava aquela sua atitude, Juliana também lhe magoava e pegava pesado nas palavras.

_por que ela tá ainda com raiva de você? – Emme perguntou séria.

_Eu não sei Emme. – A menina dos olhos claros sentia ciúmes. Elas falavam baixinhos, e sabia de alguma forma que Juliana atingia sua namorada.

_Pois resolvem logo. – Mirra disse. _Vocês sempre fazem as pazes.

Emme olhou para Cacau, ela e Juliana eram cheias de mistérios, não gostava daquilo, precisava descobrir o que se passava e se Juliana estava zangada queria saber o motivo e o eu não sei não era a resposta que esperava.

Foi para o quarto, fome não sentia mais.

_Emme?

Ela ouviu, mas não respondeu.

Cacau foi atrás.

Emme bateu à porta, pegou o primeiro objeto que encontrou no quarto, agora estava com raiva de sua namorada.

_Como não sabe o motivo de ela está com raiva?

_Eu não sei. – Viu Emme jogar um objeto e se não tivesse sido rápida ao pular acertaria seu pé.

_Vocês duas cheias de segredos, eu detesto isso Cacau. – Pegou outro objeto dessa vez acertando sua perna.

_Emme, está louca? Ela tá zangada porque disse coisas sobre a mãe dela.

_Não sou otária Cacau, sei que um comentário sobre mãe ela não iria agir dessa forma – colocou a mão na cabeça _ é por isso que eu não confio em vocês, eu vou te dar uma chance Cacau de você me contar o que se passa, se não me disser vou embora agora.

_Emme, amigas brigam, você nunca brigou com uma amiga sua? – A morena logo se arrependeu de perguntar, ela não tinha amizades, exceto Léo.

Viu ela pegar sua mala e tirou as roupas de dentro do guarda roupas.

_Você é muito inconstante Emme, espera aí, vamos conversar. – Enquanto Emme colocava as roupas na mala, ela tirava.

_Por que ela me disse que eu ia te julgar em? Eu preciso saber, não vou entrar em uma relação com você mentindo desse jeito. Acabou tudo Cacau, não namoro mais você. – E saiu pelo quarto procurando suas roupas decidida a ir embora.

 

Fim do capítulo