Inconstante por LaiM
Capitulo 29 Noite de festa
A voz de Renara não saiu de sua cabeça. Emme estava no banho, inquieta, sua voz, seu riso já tinha escutado aquele sorriso, mas de onde? Não se recordava e quando não se recordava sentia raiva de si mesmo.
Enquanto tomavam o café da tarde, Renara a maior parte do tempo ficou calada, lhe observando, Emme ficou até sem jeito devido a maneira que a outra às vezes lhe encarava.
_Então é modelo? – Renara quis saber. Já sabia claro, mas Juliana não sabia que aquela mulher já tinha sido sua dentro do carro. Depois das perguntas voltava a encarar. Emme parecia não se lembrar dela mesmo, como tinha dito por telefone. Ficou curiosa de saber qual era seu problema, infelizmente de momento não tinha como saber, se perguntasse Juliana iria começar a fazer perguntas e tudo o que menos queria era uma briga com a mulher. _Desculpa te olhar dessa forma, é que eu fiquei feliz por saber que Cacau finalmente encontrou uma namorada.
Juliana bateu em seu ombro. Renara sorriu de nervosa, o que causou arrepios em Emme.
_Não fala bobagens Renara, Cacau estava se dando um tempo.
A conversa se estendeu por pouco tempo, antes de saírem Emme lhe deu mais uma analisada, Renara a encarou e deu tchau.
_Emme? – Cacau lhe chamou tirando-a de seus pensamentos _está no mundo da lua?
_Estava aqui pensando, não é nada demais – ficou de frente para ela _vou só me vestir, olha como você está linda, gostou da minha maquiagem?
_Adorei, vai demorar? Tenho que descer para conduzir os empregados.
_Vou demorar um pouco, levar uma hora para me arrumar, desce que já já eu desço.
A morena lhe deu um beijo.
_Aconteceu alguma coisa? Está calada.
_Não aconteceu nada, só o incidente do café.
_A culpa não foi tua, Renara não gosta de ir para a cozinha, é uma dondoca. Não demora, ok? – Foi até a porta, parou ao ver Emme se trocar, ela estava muito calada. _Emme?
_Oi amor.
_Aconteceu alguma coisa entre você e Juliana? Achei estranho ela não querer descer, não falou comigo direito.
_Não aconteceu nada – sorriu simpática _gostei dela, é uma mulher honesta, calma, acho que vamos nos dar bem.
A morena se retirou com os pensamentos em Juliana, ela sequer a olhou quando ajudou Emme a descer com o bolo, ligou o carro e disse que a noite estaria na festa.
Laura receberia muitos amigos, não sabia de onde que sua filha tirava tantos. Além dos amigos de escola tinha seus primos, Maurílio que vinha com a mulher, a irmã de sua mãe junto com o esposo e filhos. Tudo estava preparado para recebê-los. Desceu com sua filha, a menina já tinha convidados.
_Minha pequena, não se preocupe com nada, certo? Eu vou está aqui para você se divertir.
Bruno foi um dos primeiros a chegar, beijou a menina rapidamente e lhe abraçou. Tirou fotos e em seguida Laura em um gesto delicado beijou o rosto de sua mãe.
_Onde está a Emme?
_Ainda se ajeitando, vai demorar um pouco.
_A senhora tá muito bonita, tua parceira maquia muito bem – disse na frente do namorado, Laura combinou de ele e mais seis amigos dormirem com ela, iriam aproveitar o dia seguinte na piscina. Cacau havia lhe devolvido o celular e o notebook como presente, a menina pelo visto tinha aprendido a lição.
Sereno logo desceu usando um paletó, abraçou sua sobrinha, pegou o champanhe que era servido.
_Adorei a banda, está de parabéns minha irmã – colocou seu braço em volta de seu pescoço.
Laura se retirou com o namorado indo se sentar.
Com o passar das horas os convidados iam chegando, a turma de sua filha era jovem e alegre, a pequena procurava dar atenção a todos e sua mãe permitiu que ela bebesse um pouquinho.
Emme logo se aproximou perfumando o ambiente. Estava maquiada, nada que pesasse seu rosto, o batom vermelho bem colocado, o vestido longo, o colar Justino e todos os outros apetrechos lhe deixavam unicamente linda.
_E então, gostou?
_Menina mais você é dona de uma beleza incrível, devia ser modelo mesmo. – Mirra se aproximou.
Odete que já estava sentada ao lado da irmã, observou Emme. Que loucura aquilo, sua filha tão feminina namorando outra mulher também feminina, sempre teve uma percepção de casal lésbico diferente, mas estava enganada, assim como Juliana, Emme de nada se parecia com uma homossexual.
_Obrigada Mirra, você está também muito bonita.
Emme pediu licença e foi até onde Laura, lhe entregou um presente e depois a abraçou, tiraram uma foto.
_Está linda Emme, obrigada.
_Comprei com carinho tá?
Emme pegou um pouco do dinheiro que sua mãe lhe emprestou e comprou um par de brincos e um bracelete para a menina, tinha observado que ela usava bastante. Ela fez questão de abrir, e ao fazer agradeceu. Tinha mesmo gostado.
_Eu amei – voltou a lhe abraçar.
Mais convidados chegavam e mais o local ficava cheio e mais animada a banda ficava.
A morena sentou ao lado de sua namorada. Tocou discretamente em sua mão e pegou uma taça de vinho.
_Nossa, a cada dia que se passa me apaixono mais por você.
Emme apertou sua mão com força, compartilhava dessa mesma paixão.
_Eu também.
_Mais tarde podemos dançar, o que acha?
_Acho ótimo.
Cacau olhou para o portão, Juliana chegava com Renara.
_Parece que a mão melhorou.
Viram as duas se aproximar de Laura para dar o presente. Juliana de fato era um mulherão, usava também um vestido solto, com uns brincos de argola grande. Cacau lhe olhou admirada, sua ex era linda, jamais se envergonhou dela, pelo contrário, a cada dia que se passava a admirava mais. Renara também não era de se jogar fora, mas Emme não ficaria com ela caso fosse solteira, achou Renara muito melosa, dengosa demais até no modo de falar, pareceu ser o tipo de mulher grudenta e controladora. Tiraram uma foto com a garota e se retiraram indo juntar-se a sua turma.
_Ei, quase que eu e Emme deixávamos o bolo cair. – Juliana disse tentando amenizar a raiva que estava sentindo da morena.
_Se fizessem isso eu matava vocês. – Cacau lhe abraçou, em seguida abraçou Renara. _Melhorou à mão?
_Ainda dói.
_Passei a tarde fazendo massagem, Renara gosta de uma atenção especial não é?
_Obrigada pela massagem, mas doe muito ainda – continuava a fazer dramas. Emme abraçou Juliana, depois abraçou Renara.
_Fiquei preocupada, na hora ficou vermelho – A modelo disse pegando uma taça de vinho.
Elas sentaram.
_Minha linda contadora – Sereno lhe abraçou por trás arrancando um beijo de seu rosto, Renara não gostou daquele carinho todo.
_Sereno, como tem passado? A Cau me contou que tem ido todos os dias à lavoura.
_Preciso estar a pá dos negócios da família – juntou-se à elas _oi Renara, quanto tempo.
_Oi Sereno, como está o curso?
_Bem, melhor impossível. Amanhã, que tal uma partida de vôlei pelos velhos tempos?
_Não é uma má ideia – Cacau contou, estava com saudades do vôlei.
_Só aceito se vocês dois tirarem time, amo uma briga de irmãos – Mirra disse fazendo os outros rirem _serei apenas a juíza.
_Seria mesmo legal, o que acha Renara?
_Se eu não perder minha mão até lá vou amar, preciso mesmo fazer exercícios.
_Mas você é dona de um drama. Se amanhã tua mão não melhorar vou te levar no hospital.
_Credo Juliana. Amanhã vai estar boa, eu topo esse vôlei.
_E aí Emme?
A morena viu ela calada, queria também que ela se enturmasse.
_Claro... Êba – uma comemoração um pouco triste, de nada entendia do esporte.
Cacau se retirou indo até a cozinha, Juliana aproveitou e disse que ia ao banheiro. Esperou-a dar ordens nos garçons e depois a puxou para o banheiro.
_Samya não é? – Cruzou os braços _quem é Samya Cacau? Achei que tinha me dito que o nome dela era Alexia.
Cacau corou, coração acelerou.
_Não vou mais permitir que vocês duas saem juntas, acabo em maus bocados. Eu em... é pressão para todos os lados.
_Maus bocados vai ficar quando ela descobrir que você toda semana trepava com um menino diferente, que cheirava pó nos motéis e que sustentou um até depois de está comigo – bateu em seu ombro. Não entendia o motivo da mulher tanto mentir.
Cacau lhe olhou, Juliana estava muito brava.
_Me conta, quem foi a primeira mulher que te ch*pou? Foi a Vitória não foi?
Cacau suspirou forte, o passado era passado, a nome já dizia tudo.
_Mas o quê que vocês querem tanto saber quem me comeu primeiro? O primeiro foi o Maurílio, isso que importa. Juliana, não enche tá? Eu não saio perguntando com quem você já transou e nem saio perguntando para a Emme. Vocês duas tem problemas seríssimos com isso, tô tendo quase certeza.
_E por que esconde tanto? Já que não tem importância deveria me contar.
_Não, não e não. Não sou obrigada. O nome dela era Samya Alexia, ponto final – tentou não sorrir, mas já não conseguia mentir para a mulher. Fez menção de abrir a porta, mas ela não deixou.
_Você é mesmo muito cara de pau, tem horas que eu te desconheço Cau, dar vontade de te esganar bem devagarzinho até aprender a parar de mentir – Cacau ajeitou seu vestido – vai ficar em maus bocados e eu não vou está lá para te proteger.
_Não quero tua proteção, quero que seja minha amiga, proteção quem te deu fui eu quando tua mãe morreu, ou esqueceu de tudo o que eu já te fiz? O que mais quer? – Disse chateada, Juliana também lhe ofendia, agora lhe olhava incrédula.
_Quero que fale comigo abertamente, você mentiu durante todo o tempo que estivermos juntas, e está mentindo para a Emme também. Eu acreditei quando me disse que tinha sido uma tal de Alexia em uma festa, agora você diz que foi uma tal de Samya e que ela foi péssima no relacionamento. O que a Vitória te fez para ter tanto desprezo por ela?
Cacau ficou calada a encarando, hora errada de falar do passado.
_Tem coisas que guardamos só para nós mesmo. Do que adianta hoje eu te contar com quem foi? O que vai mudar?
_Eu preciso saber Cau, você tem que me contar senão nunca vou conseguir te deixar em paz.
Cacau tentou sorrir, fazia aquilo para não chorar e borrar a maquiagem. Juliana vendo aquilo segurou forte em seu ombro _ quem é ela Cau? Não duvido nada que tenha voltado a sair com garotos. – gritou saindo do sério.
_Juliana... quer mesmo falar dessas coisas aqui? Te coloquei numa boa faculdade, comprei teus materiais, aquele teu apartamento eu ajudei você a comprar...
_E em troca eu te dei minha bucet*, em troca eu fui tua companheira, fui fiel todos os dias, e em troca eu, eu Cau te tirei de todos os meninos que só trans*vam contigo porque você dava dinheiro a eles e porque você não passava de uma aliciadora de menor. Quem é ela?
Juliana precisava saber agora mais do que nunca, mas a mulher de forma alguma respondeu, abriu a porta e assustou-se mais ainda quando viu Emme a espera das duas.
_Que susto Emme.
_O que estavam fazendo aí?
As duas de olhos vermelhos, cada uma tinha dores diferentes e uma machucava a outra com palavras.
_Estávamos brigando – Juliana disse e se retirou.
Cacau lhe abraçou.
_A gente as vezes se desentende. Mas, por favor, não pense mau com isso.
_Tá, me conta o que houve – disse séria.
_A gente jogou na cara o que uma fez pela outra, estou me sentindo péssima – pegou uma cadeira e sentou-se. Aos poucos se recuperou.
Emme sentia ciúmes daquela amizade, claro, mas tentava ao máximo ser madura e ter equilíbrio para não surtar ao ver as duas naquela intimidade saindo do banheiro, ela era desconfiada, tanto que foi atrás ao ouvir a morena dizer que ia a cozinha e em seguida Juliana saiu alegando ir ao banheiro. Como desejava ser um mosquito para ouvir o que elas falavam.
Esperou ela se acalmar, depois ajeitou sua maquiagem.
_Espero que seja sincera comigo Cacau, quero que sejamos amigas também, não quero te servir somente na cama.
_E você é minha amiga Emme, não te trouxe para conhecer minha família somente por sex* – sorriu _se fosse só o sex* que me prendesse a você jamais estaria aqui compartilhando a festa da minha filha. Não vou mais falar que sou apaixonada por ti que isso chega a ser chato – se levantou – você tem tuas crises eu te aceito com isso, você tem teu passado, eu te aceito com isso. Eu sou feita de carne e osso, tenho meus pecados também, agora porque eu não quero falar do meu passado você tenta aprofundar isso com Juliana?
Emme a olhou, Cacau também estava zangada com ela.
_Espera ai, eu comentei com ela a respeito de Samya, essa Samya foi um pesadelo para você assim como Bernadete está sendo para mim. Queria saber como que ela fez....
_Não procura saber nada de mim por ela, se quiser saber me pergunte. Durmo contigo todo dia, por que não chega quando estamos a sós e pergunta para mim? Juliana nunca soube de Samya, sabia que eu tinha uma ex, mas eu nunca falei da minha situação para não chatear ela porque na época a mãe dela estava mal de câncer e infelizmente veio a falecer, eu disse somente que tinha dormido com uma antes dela, mas nunca me aprofundei a falar como naquele dia que me abrir para você e eu só fiz isso Emme para você se sentir segura porque vi que estava transtornada por causa daquela louca – voltou a chorar. Emme lhe abraçou.
_Eu sinto muito, não sabia disso. Eu odeio quando você se fecha – olhou a sua volta, alguns funcionários viam aquela cena, a menina puxou ela para o banheiro _me desculpa, me desculpa mesmo – beijou seu rosto por várias vezes _não foi minha intenção causar esse mau estar.
_Se quiser saber algo me pergunte, eu tô contigo e espero confiar também em você – disse séria. A morena não gostava de fazer cena, mas as vezes era preciso. Emme precisava confiar nela, a única parte que mentiu foi ao falar outro nome, mas não gostava nem de saber do nome da mulher e muito menos de lembrar-se de seu passado literalmente.
Voltaram para a mesa depois de se recompor, Juliana sorria de algo com Renara, se sentia melhor também depois do choro.
Cacau olhou a filha, ela estava confortável, tinha algumas pessoas dançando, queria ver animação. Pegou uma taça de vinho e passou a beber, Emme fizera o mesmo.
Com o passar do tempo ela voltou a falar com Juliana, como se a conversa do banheiro não tivesse mais existido.
Os parabéns logo chegou, Laura agradeceu a todos pela presença, o primeiro pedaço do bolo foi dado para sua mãe depois para o pai. A festa apenas começava.
Teve dança. Cacau botou seus pais para dançarem também, queria que os velhos se divertissem. A morena dançou com Maurilio, o abraçou.
_A Laura vai passar uns dias comigo, tem certeza que quer levar ela para Metropolis?
_Claro, a casa é ótima, ela vai se adaptar.
_Mas se não se adaptar ela volta, e mora comigo.
Cacau parou a dança.
_Ela vai se adaptar.
_Certo – segurou-a pela cintura e lhe rodou. Ao final da dança se abraçaram amigavelmente.
_Minha princesa, dança comigo? – Estendeu a mão para Emme aceitar.
_Se importa se eu dançar Emme? – Juliana quis saber e logo se levantou.
_Tudo bem.
_Pode dançar com a Renara, ok? - Renara se levantou _mas ela não leva jeito.
Emme não viu aquilo com bons olhos, ficou de frente para a mulher, estava sem jeito, mas segurou sua mão e depois sua cintura.
_Gosta de dançar Emme?
_Gosto bastante.
_Eu sou péssima – confessou sorrindo.
_Então, se não se importar eu te conduzo, ok?
_Tudo bem.
Passaram a dançar. Renara segurou em sua cintura e a olhou pela primeira vez nos olhos, Emme tinha um olhar melancólico, precisava ter certeza de que ela não se lembrava do que tinha acontecido em Vilarinho.
_Você se parece com uma aluna minha, ela é muito bonita, assim como você – disse assim que Emme notou seu olhar.
Emme lhe virou e puxou-a para os braços.
_Espero que não esteja me cantando.
_Não fiz por mau. Deve está acostumada.
_Na verdade sim. Cacau me conquistou me ignorando sabia? Eu fiz uma bobagem em uma viagem e ela descobriu, a partir daquele dia me ignorou completamente, foi aí que parei e refletir o quanto eu gostava dela. E se vale de recordação nunca pisei em uma faculdade, eu vou ser...
_Empresária, disso eu sei – Emme a rodou novamente surpresa.
_A gente se conhece? Tua voz não é estranha, passei a tarde inquieta tentando me lembrar.
Renara ficou com medo.
_Não nos conhecemos, como disse achei você parecida com uma aluna minha, Juliana que me contou que você vai ser empresária – olhou para a namorada, ela dançava muito bem ao lado de Cacau.
_Tem ciúmes dessa amizade?
_Bom, de início sim, mas depois vi que eram de fato somente amigas, eu já tenho 42 anos, sei bem distinguir um olhar de desejo para um olhar de carinho e cuidado. Cacau não a deseja mais.
_E Juliana?
_Acho que não – sorriu _eu dou conta dela.
_Certo.
_Vai me dizer que Cacau não dar conta de você? – sorriram _aliás, há quanto tempo namoram mesmo?
_Hoje faz 9 dias.
_Olha que legal, é de se surpreender que ela traga você assim e apresente para a família dela, ver, a maioria é muito tradicional – olhou ao redor.
_Foi muito cedo, fiquei com medo, mas o amor tem dessas coisas não é mesmo?
_Eu concordo, eu amo a Juliana, se eu perder ela vou ficar sem chão.
Emme sorriu, ela parecia ser sincera no que dizia. Mas as pessoas mentiam e segundo Emme quem amava não traia e Juliana estava desconfiada dela _obrigada pela dança Emme, além de linda você dança muito bem – olhou para seus lábios, eles eram convidativos. Fechou o olho tentando evitar imaginar seu corpo, como fizera todo esse mês que ela sumiu, que loucura, que mundo pequeno. Tinha achado péssimo a ideia de ela não querer saber nem seu nome por telefone, mas agora sentia um grande alívio, apesar de ter traído Juliana amava a mulher.
_Obrigada pela dança – Emme se afastou _eu estou cansada.
Saíram da dança e sentaram juntas.
_E você, o que acha dessa amizade? – Viu Emme observar as duas dançando.
_Eu ainda estou absorvendo tudo, eu não tenho amizade com ex.
_Você vai se acostumar, as duas tem segredos que até hoje não descobrir e eu prefiro assim. Pego muito no pé de Juliana sabe?
Em outro canto Cacau já estava um pouco alcoolizada, abraçou sua ex namorada.
_Juliana, eu te amo demais – Juliana sorriu _só que você precisa entender que o que aconteceu há dez anos vai ficar lá.
_Eu só vou me aquietar quando finalmente você me disser o nome verdadeiro dela, porque se for a Vitória...
Cacau colocou a mão em sua boca calando-a.
_Fica calada, não foi Vitória, não foi ninguém tudo bem? – Saiu de seus braços indo até Emme.
_Vai com calma na bebida. – Emme disse se levantando para dançar com ela.
_Estou bem. A maioria dos amigos de Laura já estão indo embora, estou louca para te ter – disse ajeitando seu cabelo.
_Também estou louca para te ter. Sei que você e a Juliana são amigas, mas eu queria te pedir uma coisa.
_Claro, estou à tua disposição.
_Não conte a ela sobre meus planos, não gosto de partilhar minha vida sabe? Acho que você já viu que eu não sou de ter amizades. Espero que entenda.
_Aquele negócio de você ser empresária? Abrir o negócio online?
_Exatamente.
_Emme, jamais faria isso. Nossas conversas são nossas conversas, tanto que naquele mês que fiquei sem você não contei a ela sobre teu transtorno bipolar. Mas você contou para minha família toda esse lance de você ser empresária, ela deve ter ouvido.
_Entendo.
_E você também pega leve com a bebida viu, sua psiquiatra disse...
_Eu sei o que ela disse... não bebi muito, sei tudo o que está se passando aqui. – Não se esquecia do olhar de Renara para seus lábios.
Laura se aproximou ao lado de Bruno e beijou a mãe agradecendo a festa maravilhosa que teve.
A banda parou,
Os convidados foram embora,
Seus pais foram dormir,
Os amigos de Laura se reuniram fazendo uma roda.
_Esses adolescentes não se cansam, 2 da manhã e ainda tão sorrindo, animados.
_Nós já vamos embora. Que festa linda Laura – Juliana disse pegando sua bolsa.
_Obrigada pelo presente Juliana – Beijou a mulher.
_Até logo – Renara disse se despedindo dos demais.
_Não se esqueçam do vôlei – Mirra disse bocejando, Sereno já tinha subido com uma moça sem os pais verem.
Cacau se despediu delas. Estava tonta, precisava de um banho.
_Crianças – voltou a atenção para a roda dos amigos de Laura _não demorem a dormir, daqui a pouco vai ter umas partidas de vôlei muito legal, se vocês quiserem participar fiquem à vontade.
_Não vamos demorar mãe, boa noite.
_Vamos subir. Mirra pode dormir no meu quarto, vou dormir com a Emme.
_Dormir não é? – Contou divertida. _Sabrina, se comporte – disse para a filha que estava com a turma de Laura.
_Tá bom mãe, vamos todos dormir no quarto de Laura.
Os adolescentes vendo os mais velhos se retirar comemorou. Laura, a líder da turma pegou uma garrafa e colocou sobre a mesa.
_Verdade ou desafio – o grupo era formado por três meninas e três garotos, alguns loucos para beijarem, como já namorava, queria descobrir algumas verdades de seu namorado.
Na parte de cima, Cacau procurou Emme que tinha ido a cozinha pegar água, logo depois subiu se encontrando na escada.
_Fui pegar água – disse sorridente.
_Que tal agora eu e você?
_Você está bêbada, será se faz alguma coisa? – quis saber antes de se animar.
_Deixa eu te mostrar um pouco do que eu faço quando estou assim – puxou-a pela cintura e lhe deu um beijo na escada.
_Vejo que é capaz, mas não quero fazer aqui, sempre tem alguém que nos atrapalha.
_Quer ir para um motel agora?
Emme sorriu safado, prontamente ela aceitou e foi pegar sua bolsa e a menina dos olhos claros fizera o mesmo. Saíram animadas, Cacau já sabia onde lhe levar.
_Eu dirijo amor.
_E eu vou pegar umas bebidas.
Cacau foi até a cozinha, Emme pegou a chave e foi onde a turminha que estava reunida imaginando que apenas conversavam, pelo menos achou isso.
Um rapaz da turma de Laura estava de cueca, iria se jogar na piscina por ter aceitado o desafio.
_Está frio, é melhor se vestir, pode acordar doente – Emme disse e o rapaz pegou a toalha se cobrindo de vergonha _a Cacau já vai passar por aqui Laura – olhou para Laura, ela estava com um cigarro suspeito na boca, se aproximou para sentir se era mesmo o que estava pensando e depois de concluir se afastou, todos ficaram calados sem saber como se defender, foram pegos no flagra, Laura apagou o cigarro e guardou a garrafa mandando seu amigo se esconder, não dava tempo de ele se vestir.
_Emme, por favor, não conta – a voz veio trêmula junto ao medo que estava sentindo.
Cacau logo chegou, feliz com duas garrafas de vinhos.
_Vamos? Se cuidem crianças – tentou se aproximar para dar um beijo na filha.
_Vamos logo, deixem eles em paz – segurou em sua mão a levando para o carro.
Fim do capítulo
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