CapÃtulo 60
Era segunda de manhã, Ilara estava indo para o colégio com seu irmão. Tudo parecia tão diferente. Realmente estava diferente. Naquele final de semana, ela havia experimentado sensações novas.
Suspirou ao lembrar...
— Está apaixonada— Gustavinho que caminhava ao seu lado, comentou.
Diferente das outras vezes, Ilara não sentiu vontade de discutir com seu irmão, pois sabia exatamente o que se passava com ela. Estava apaixonada por Michelle.
— Por quem, mana? – Gustavo era muito curioso. Isso fez Ilara sorrir.
— Segredo! – Não sabia como dizer ao irmão que estava com Michelle. Será que ele entenderia?
Gustavo, com a falta de explicações da irmã, ficou pensativo. Com quem Ilara estava namorando?
Tentou se lembrar de alguém que ficasse muito com sua irmã, mas ninguém veio a sua mente. Talvez fosse do colégio e ele nunca tivesse visto.
Levou a sua mão até o queixo. Precisava investigar mais a respeito da vida de sua irmã, mas ela só ficava em casa. A única pessoa que ela via era...
— Michelle – Pensou e um sorriso se formou em seus lábios – Bom... mas Michelle não é um homem – Uma confusão passou a tomar conta de sua cabeça.
Ele passou a olhar para a usa irmã de forma insistente.
— O que foi? – Ilara estranhou o comportamento do irmão.
— Nada – Gustavinho não sabia o que pensar. Será que a irmã era como a sua mãe? Namorava mulheres também. Se fosse isso, ele não iria se importar. Para ele isso era algo normal. Havia coleguinhas com duas mães ou dois pais e em sua escola havia o dia da família, onde mostravam que existia diferentes tipos de família.
Depois disso, eles ficaram em silêncio. Gustavinho começou a ficar inquieto. Colocou as suas mãos sobre as alças de sua bolsa e apertou com força.
— Pergunte logo o que você quer saber, Gustavo? – Ilara ficou agoniada com o comportamento de Gustavo.
— Você tá namorando a Michelle? – Perguntou um pouco sem jeito – Você gosta dela e vive com ela, mas... bom... ela é mais velha... mas ela vive frequentando nossa casa... É estranho!
— Por que é estranho?
— Ela é mais velha – Gustavinho foi sincero. Era o que ele pensava.
—Bom... eu sei, mas eu gosto dela! – Os irmãos se olharam nos olhos.
Gustavinho deu um sorrisão – Eu também gosto dela. Ela me dá sorvete.
— Você só pensa com a barriga – colocou a sua mão sobre o ombro do irmão e ele segurou em sua cintura.
— Bom... Sou criança, uma das poucas preocupações que tenho é isso... o que vou comer... assistir...
Após a fala do irmão, Ilara ficou pensativa. Diferente dele, ela não era mais criança. Não demoraria muito tempo para ter que assumir responsabilidades.
Lembrou-se da pergunta que sua mãe havia lhe feito. O que ela queria fazer quando se formasse?
Pergunta difícil demais para uma garota de 18 anos. Era difícil lidar com os problemas daquele momento, imagina pensar em algo que teria que fazer em seu futuro.
Não demorou muito para Ilara chegar em seu colégio. Como sabia que não poderia ficar tendo trocas de olhares entre ela e Michelle ali, Ilara nem procurou a sua amada pelo ambiente.
— E aí, como foi seu final de semana? – Milena indagou ao se encontrarem no pátio.
Ilara pensou nas diversas formas de responder aquela pergunta. Queria dizer que ela finalmente... finalmente havia tido sua primeira vez, no entanto, o colégio não era um bom lugar para se tocar naquele assunto. As paredes tinham ouvidos.
Como queria deixar a amiga a par do que tinha acontecido, Ilara disse que havia sido maravilhoso e que tinha uma novidade para contar.
Milena ficou muito curiosa. Até insistiu demais, mas Ilara não mudou de opinião. Iria contar quando estivessem em um local mais tranquilo.
— Você não quer falar, mas eu sim – Neste momento, Milena ficou um pouco sem jeito.
Ilara sorriu, pois sabia exatamente o que sua amiga iria dizer.
— Mia e eu estamos firmes mesmo. Ela conversou com seus pais e tudo – Milena ficou muito nervosa.
— E? – Temeu que pudesse ter acontecido algo. A família da garota ter surtado e não apoiar o relacionamento das duas.
— Por incrível que pareça foram compreensivos— ela parecia um pouco encabulada com isso.
— Pensava que você havia dito que eles eram muito religiosos.
— Bom... e realmente são, mas aconteceu algo – deu uma pausa – Um garoto da igreja se matou porque não estava conseguindo lidar com sua sexu*l*idade, pois os pais eram muito preconceituosos.
— Nossa! – Ilara então pensou em sua família. Tinha sorte por ter tido apoio de sua mãe – Isso é muito triste.
— E realmente é – Milena parecia bem desconfortável com aquela conversa – A gente não escolhe ser assim e quando os nossos pais não nos aceitam é algo tão ruim. Você fica sem saber o que fazer, pois você não tem como mudar. E uma das opções que nos resta é fingir ser o que não somos e isso aconteceu com a Mia. Ela estava fingindo, mas isso com o tempo parece querer lhe sufocar, pois você está vivendo uma vida que parece não lhe pertencer.
— Então, quer dizer que os pais dela lhe aceitaram?
— Os pais dela já desconfiavam e depois do ocorrido com o garoto, a chamaram para conversar. Mia foi sincera com eles e mesmo sendo difícil para eles por conta da criação que tiveram e tudo mais, tentaram entende-la... e ela contou de nós – Milena passou a demonstrar muita insegura – Eles querem me conhecer.
— Isso é bom, não é? – Ilara sentiu vontade de rir de sua amiga, pois Milena costumava ser tão segura de si e agora estava lá, se borrando de medo dos sogros.
— É sim, mas eu nunca fiz isso antes!
— Bom... para tudo existe uma primeira vez – E foi a partir daí que Ilara se lembrou de tudo e começou a ter fleches da noite com Michelle.
Suspirou...
Ilara andava suspirando demais nos últimos dias. Coisa de gente apaixonada.
— Você transou, né? – Milena perguntou baixinho e Ilara só faltou dar um salto.
— Como você sabe disso?
— Ah, Ilara, eu também já passei por isso – Começou a gargalhar – Se ajeite, pois lá vem o seu amor – comentou ao ver Michelle surgindo no corredor.
Michelle estava tão linda. Usava uma calça apertada e uma blusa florida. Os seus cabelos estavam presos, isso era algo um pouco incomum para Ilara.
Elas trocaram um olhar discreto, mas Ilara só faltou se derreter quando sua amada sorriu.
— Você é estranha – Milena comentou quando viu Ilara acompanhando Michelle com o olhar e só faltando babar.
— Por que? – Ilara estava toda distraída.
— Nada, Ilara, é melhor entrarmos para a aula – Comentou ao ver a professora surgindo.
****
Ester e Helena estavam na sala da médica. Pareciam mais unidas do que nunca. O amor entre elas era algo que fazia muito bem.
— Podíamos tirar um tempinho para vermos uma casa para a gente? – Helena falou enquanto passava a lista de pacientes que Ester teria que atender naquele dia.
Ester estava sentada na cadeira analisando umas fichas de pacientes, enquanto Helena ficava ao seu lado a espera de um retorno.
— Você realmente está disposta a morar comigo – Ester girou a sua cadeira e puxou a sua amada para seu colo.
— Você achava que eu estava brincando? – sorriram.
– Claro que não, amor, e nem eu estava – abraçou a sua amada pela cintura.
— Então, quando vai tirar um tempinho para a gente?
Helena estava muito ansiosa para reconstruir a sua vida ao lado da pessoa que amava.
— hum... deixa eu ver – pegou a sua agenda. Demorou um pouquinho para dar uma resposta.
— Então?
— Ahhh... amor, claro que podemos tirar um tempinho para isso – Fechou a sua agenda – podemos sair mais cedo. Hoje, eu não tenho tantos pacientes– colocou o cabelo de sua amada um pouco de lado e depositou vários beijos em seu pescoço.
— Amor! – Helena fechou os seus olhos e sentiu os seus pelos se arrepiarem.
— O quê? – Ester tocou uma das coxas de Helena e deslizou a sua mão para dentro da saia de Helena.
— Ester, pare! – Pediu ao sentir sua calcinha sendo tocada.
— Por quê? – beijou um dos ombros de sua amada e com a ponta dos seus dedos começou a massagear o íntimo de Helena.
— Aqui... não podemos – Foi tão difícil dizer essa frase.
— Ahh... estou morrendo de vontade de você. Passei o final de semana te querendo.
— Eu também, mas alguém pode entrar – abriu as suas pernas mais um pouco para dar passagem para os dedos de Ester.
— Ah... é mesmo – com os seus dedos, ela afastou a calcinha de Helena para o lado.
Ao sentir a ponta dos dedos de Ester tocando o seu íntimo, Helena levou a sua cabeça para trás e a apoiou no ombro de Ester.
— Deixa só um pouquinho— a médica começou a mordiscar a orelha de Helena enquanto sentia o íntimo dela todo molhado.
— Ester! – Sentiu as pontas dos dedos de Ester lhe penet*ando.
— Fala o que você quer?
— Eu quero que você me coma!
Após Helena dizer essas palavras, ela sentiu os dedos de Ester lhe invadindo com vontade.
Tentou controlar os seus gemid*s, mas foi uma missão quase impossível.
Mordia os seus lábios com força enquanto ouvia os gemid*s baixos de Ester perto de seu ouvido.
Após Helena goz*r em seus dedos, Ester envolveu com seus braços.
— Eu tenho um pedido para te fazer!
— Um pedido agora? — Estava com seus olhos fechado só sentindo o momento.
— Sim! – Depositou um beijo em seu ombro – Eu quero que você seja apresentada aos meus pais como minha futura esposa.
— Ester? – Estava com medo da possível reação de seus sogros.
— Amor, vamos ficar juntas. Eu quero muito isso. Eles já gostam de você. Agora só precisam saber que você é a mulher que amo.
Ao ouvir isso, Helena pareceu pensar.
— Aceito, mas eu tenho muito medo – confessou.
— Eu sei... você foi a esposa de meu primo.
— Sim – Tentou se sentar de uma forma que pudesse olhar para o rosto de sua amada – Talvez eles não gostem. Achem que você merece alguém melhor.
— Amor, pare com isso! – Começou a acariciar a face de sua amada – Alguém melhor do que você não existe – Beijou os lábios de Helena de forma lenta. Tentou voltar a provoca-la, mas sua amada a impediu.
— Você está demais hoje! – As duas riram.
— Saudade – Ester tentou se justificar.
As 15 horas, as duas saíram pela a entrada do hospital. Enquanto andavam para o estacionamento, elas trocaram olhares apaixonados e Helena fez algo que a médica não esperava. Segurou a sua mão e depositou um beijo rápido. Neste momento, os olhos de Ester brilharam de forma intensa. Isso era a prova de que Helena queria mostrar ao mundo que estavam juntas.
Algumas pessoas viram aquela cena e isso foi motivo para burburinhos.
— Eu te amo! Não quero mais esconder isso das pessoas.
— Eu também te amo, meu amor – Ester devolveu aquele gesto que marcava um momento significativo para as duas. O dia que decidiram mostrar para o mundo o amor que existia entre elas.
Já era tardezinha quando Michelle foi a casa de Ilara. Não tinha esse costume, mas a saudade era tanta que resolveu sair do colégio e ir direto para lá.
— Como foi seu dia? – Michelle perguntou a Ilara que estava fechando a porta do quarto.
Após chegar à casa de Ilara, Michelle já foi levada para o quarto da garota.
— Foi legal – Ilara parou diante de Michelle, ansiosa.
— Algum problema?
— Nenhum... Hum... — Aproximou-se de sua namorada e a envolveu com seus braços— Estava com saudade!
— Também estava – Fez o mesmo gesto que a garota e assim se olharam nos olhos – Por isso que vim te ver— O sorriso de Ilara passou a ser radiante.
Michelle começou a balançar Ilara em um ritmo gostoso. Sem saírem do lugar, elas inclinavam os seus corpos para a direita e para a esquerda.
— Por que está fazendo isso? – Ilara perguntou em meio a risos.
— Porque eu sou uma boba apaixonada, meu amor!
— Acho que sou ainda mais... hum – Pareceu pensar ao olhar para aqueles lábios rosados a sua frente.
Sem Michelle esperar por isso, Ilara se aproximou e a beijou.
Era um beijo que demonstrava toda a saudade que estava sentindo.
As mãos da namorada passou a segurar a sua cintura com firmeza, isso fez Ilara empurrar o corpo de Michelle para trás.
Michelle se sentou na cama e Ilara ficou sobre o seu colo. Por nenhum momento, elas findaram aquele contato.
As mãos de Michelle passeavam pelas coxas da garota. Se ela não se controlasse, iria acabar se rendendo ao desejo que estava começando a tomar conta de seu corpo.
— Você está começando se revelar— Disse perto do ouvido de Ilara que sorriu um pouco sapeca.
Mesmo querendo acabar aquele contato, Michelle incentivou Ilara a se mover sobre o seu colo.
Sendo guiada pelas mãos de Michelle que seguravam sua cintura, Ilara começou a se mover de forma tímida contra o corpo da mais velha.
— Michelle— Ilara encostou a sua testa na de Michelle.
Elas fecharam os seus olhos por alguns instantes e se permitiram sentir a respiração da outra batendo contra os seus rostos.
De repente, Ilara parou o que estava fazendo e voltou a beijar Michelle de uma forma urgente.
Parecia que não conseguiriam mais se controlar diante da outra.
Michelle estava prestes a se deitar no colchão quando ouviram passos e vozes vindas do corredor. Era Gustavo que cantarolava uma música desconhecida.
— Melhor pararmos— Michelle disse em meio a risos.
— Sim – Ilara se sentou ao lado de Michelle na cama.
Ficaram um tempo em silêncio tentando acalmar os seus corações.
Uma dúvida então surgiu na cabeça de Ilara.
— Amor? – Michelle se derreteu toda por ser chamada daquela forma. Ao notar, Ilara sorriu.
— Diga!
— humm... – pensou por alguns instantes — Como você soube o que queria fazer ao se formar?
Aquela dúvida estava lhe atormentando demais após a última conversa com sua mãe.
— Na verdade, eu não sei te explicar— Sorriu e segurou uma das mãos de Ilara – Eu sempre gostei de matemática. Decidi que queria me licenciar quando eu passei a sentir vontade de fazer outras pessoas a gostar também. E sendo professora foi a forma que encontrei.
— Mas eu não gosto de matemática— Disse baixinho e Michelle escutou.
— Será que é porque você ainda não deu oportunidade para ela lhe mostrar o quanto ela é uma matéria fascinante?
— Acho que é porque ela é difícil— As duas riram e Michelle sentiu vontade de apertar Ilara.
— Bom... mas por que você me fez essa pergunta? – ficou curiosa.
Ilara baixou a sua cabeça por alguns instantes. Será que não era boa em nada?
Realmente essa fase da adolescência onde você tem que descobrir o que quer fazer da vida é bem complicada.
— Eu não sei o que quero fazer ao me formar.
— Isso é normal – começou a acariciar a mão de sua amada— Esse momento de escolha ou descoberta do que quer fazer é um pouco difícil quando a pessoa não tem algo em mente, mas eu posso tentar te ajudar.
— Pode? – Perguntou um pouco desconfiada.
— Claro! Sou sua namorada quero te ajudar em tudo que for possível.
O sorriso de Ilara passou a ser largo. Era muito bom ouvir que Michelle era sua namorada.
— Eu amo estar com você, sabia? – Ilara pousou a sua cabeça sobre o ombro de Michelle e inspirou aquele cheiro gostoso.
— Também amo estar com você, minha menina – fez uma leve carícia sobre o ombro de Ilara – Como está sendo no colégio? Seu desenvolvimento... suas notas?
— Você realmente quer saber disso? – Soltou uma gargalhada gostosa.
— Claro que quero!
— Bem... hummm... Está sendo um pouco difícil.
— Está precisando de ajuda? – Sentiu a mão de Ilara se entrelaçando a sua – Amor, você sabe que se precisar, eu posso tentar te ajudar no que for preciso. Melhor... – Pareceu pensar.
— O quê? – Ilara olhou para a sua amada atentamente, pois ela parecia ter algo importante para dizer.
— Já que você precisa descobrir o que gosta e também tirar boas notas tanto na escola... vestibulares... essas coisas... Podíamos marcar alguns dias para estudarmos.
Após a sugestão de Michelle, Ilara ficou pensativa. Será que elas iriam estudar mesmo ou querer fazer outra coisa?
Alguns dias depois...
Helena estava indo para o hospital de táxi. Tinha um carro em casa, mas ainda não sabia como dirigir. Pretendia entrar na autoescola, mas isso iria demorar um pouco para acontecer. Estava com outros planos em mente. Não demoraria para haver as matrículas para o segundo semestre da faculdade e ela não queria perder a oportunidade para se matricular.
De repente, um sorriso se formou em seus lábios. Se lembrou de Ester. Naquele dia, elas não iriam poder se ver bastante, pois a médica estava resolvendo uns assuntos com relação a comprar de uma nova casa para as duas e seus filhos. Sim, já haviam escolhido um lar para elas. Agora poderíamos viver sem dar satisfação a ninguém. Bom... era o que Helena pensava.
— Senhora, chegamos— o taxista falou ao notar Helena perdida em seus pensamentos.
— Ahh... obrigada – pagou a viagem e ao descer do carro, encarou o hospital a sua frente.
Desde que havia começado a demonstrar o seu amor por Ester, Helena passara a receber olhares tortos.
Em determinadas situações, algumas pessoas a tratavam como se tivessem uma doença contagiosa.
Respirou fundo. Sabia que isso iria acontecer mais cedo e mais tarde. Não ligava para o que as pessoas diziam ao seu respeito, pois na sua grande maioria era mentira.
O que de fato ainda incomodava Helena, era saber que as pessoas queriam ditar regras sobre quem os outros poderiam amar ou não.
Enquanto caminhava em direção a porta de entrada do hospital, Helena começou a ouvir passos apressados logo atrás de si.
Ao olhar para trás para saber de quem se tratava, ela se deparou com uma pessoa conhecida.
— Amélia? – disse ao notar a mulher com uma feição diferente. Antes que pudesse fazer qualquer indagação sentiu a sua face arder.
— Sua vagabunda. Você enganou o meu filho esse tempo todo – A outra mulher esbravejou.
Helena a olhou perplexa. O que havia dado naquela mulher?
— Eu não estou entendendo o que está acontecendo— com uma de suas mãos massageou a sua face.
— Não? – A mulher gritou e muitas pessoas saíram pela porta tentando saber o que estava acontecendo – Você está com aquela mulher. Você sempre esteve com ela... e no fim ainda quis culpar o meu filho pelas surras que ele lhe deu. Você mereceu – Sentiu o seu corpo se desequilibrar, Helena havia acabado de revidar o ataque.
— Não tente me culpar pelo mau-caratismo de seu filho.
Amélia olhou para Helena surpresa. Nunca passara por sua cabeça que ela poderia lhe agredir.
Algumas pessoas se aproximaram tentando conter os ânimos das duas mulheres. Principalmente os de Helena, já que a outra mulher era bem mais velha e uma das donas do hospital.
— Não se preocupe, pois não irei fazer mais nada contra ela – Helena afastou as mãos que tentavam lhe segurar.
— Você não respeita nem a minha idade – Amélia disse tentando amenizar a dor que estava sentindo.
— Desculpa, mas eu não admito que a senhora fale dessa forma comigo. Eu nunca lhe fiz nada e muito menos enganei o seu filho – Deu uma pausa para recuperar o fôlego— Augusto que nunca prestou e a senhora não quer se conformar.
— Não fale assim de meu filho— a mulher colocou as mãos sobre seus ouvidos. E começou a balançar a sua cabeça várias vezes. Parecia transtornada.
Amélia aparentava não estar em um bom estado mental.
— Eu vou tirar meus netos de você. Não quero que eles cresçam em um lar promíscuo – Amélia finalizou após pensar um pouco.
— Você não tem esse direito – Helena tentava se controlar, mas a mãe de Augusto já estava passando dos limites.
— Espere para ver – A mulher começou a andar a passos apressados para o carro preto estacionado.
Helena estava sentada no sofá da sala de sua casa, pensativa.
— Toma, isso vai lhe ajudar a se acalmar – Ester lhe entregou um pouco de água e se sentou ao seu lado.
— Ela parece que enlouqueceu— Pousou a sua cabeça sobre o ombro da médica.
— Meus pais já haviam dito que ela não andava bem.
Helena ingeriu o líquido e ficou pensativa.
— Ela não tinha o direito de me dizer tais barbaridades – Respirou fundo – Ela não quer aceitar que o Augusto não prestava.
— Algumas mães sentem dificuldade de enxergar os filhos como realmente são ou tendem a fingir que não são de determinada forma.
— Se fosse um filho meu, eu nunca tentaria passar um pano nas coisas erradas que ele fez.
— Eu sei que não, amor – Ester segurou uma das mãos de Helena docilmente. Após a discussão com Amélia, Helena lhe ligou, pois não tinha condições de trabalhar naquele dia.
A campainha tocou. As duas estranharam isso, pois não estavam esperando por ninguém.
— Eu vou atender – Ester se levantou e foi até a porta.
— Então, a Amélia realmente estava certa. Vocês estão juntas – Alberto disse após a médica atende-lo.
— Espero que o senhor não tenha vido até aqui para julgar a Helena da mesma forma que minha tia, tio.
— Não, minha querida, fique tranquila. Como você está? – perguntou de forma calma. Diferente de sua mulher, Alberto era uma pessoa compreensiva. Gostava de entender as pessoas. Não julgava sem saber o que realmente acontecia.
— Bem – Ester respondeu um pouco desconfiada.
Ao Alberto começar a se aproximar, Helena se levantou de onde estava sentada.
— Vim aqui pedir desculpas pelo ocorrido no hospital – Deu uma pausa – A Amélia não anda muito bem depois da morte do Augusto. Ela às vezes se conforma, mas depois volta a achar que ele era um santo – o senhor parecia bem cansado ao dizer essas palavras.
— Eu entendo, mas ela quer jogar a culpa de tudo sobre mim – Helena falou e sentiu o corpo de Ester ficando lado a lado com o seu.
Alberto passou a observar como as duas mulheres pareciam unidas.
— Faz quanto tempo que estão juntas? – As mulheres se entreolharam – Eu não vim até aqui para julgá-las. Podem ser sinceras comigo.
— É um relacionamento antigo que resolvemos reatar um pouco antes da morte de Augusto – Helena respondeu já temendo um julgamento.
Fim do capítulo
Olá,
O que acharam do capítulo?
Espero que tenham gostado!
Beijinhos^^
Van^^
Comentar este capítulo:
HelOliveira
Em: 28/09/2019
Atitude ridícula da Amélia, mas não esperava que Helena estava preparada pra ela e ia reagir, o filho tinha pra quem puxar, aínda vem.que Alberto parece ser de paz.
Adorando Michelle e Ilara
Bjos
Resposta do autor:
Olá,
É acho que o Augusto puxou a mãe. rsrs
Alberto é um homem tranquilo, muito de boa!
Michelle e Ilara juntas estão muito fofas.
Muito obrigada pelo seu comentário!
Beijinhos^^
Van^^
[Faça o login para poder comentar]
Brescia
Em: 28/09/2019
Oi mocinha.
As reações negativas já eram esperadas, com certeza tem algum fofoqueiro (a) que foi contar para a mãe do morto e é claro que ela iria ofender a Helena, mas não esperava pela reação da outra.
Baci piccola.
Resposta do autor:
Olá,
Sim, um fofoqueiro acabou falando. rsrs
Amélia elouqueceu de vez rsrs
Muito obrigada pelo seu comentário!
Beijinhos^^
Van^^
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]