Olá,
Muito obrigada pelos 100 mil acessos ^^
CapÃtulo 59
Após o jantar com Ilara, Michelle foi para a cozinha lavar a louça e deixou Ilara na sala. Enquanto fazia isso, se perguntava várias vezes mentalmente se aquele dia havia acontecido mesmo ou tinha sido um sonho.
Tudo havia sido tão perfeito. Na verdade, estava sendo perfeito, pois ainda estava acontecendo.
Antes de ter passado aqueles momentos com Ilara, Michelle achava a lavagem dos pratos uma tarefa um pouco chata, mas agora nem parecia ligar.
Sorria por nada...
Cantarolava músicas conhecidas...
Não era muito boa nessa última parte, pois sempre errava as letras das canções, mas isso, naquele momento, não importava. Ela queria demonstrar a sua felicidade ao mundo de alguma forma e estava fazendo.
Quando terminou, Michelle resolveu voltar para a sala.
Enquanto enxugava as suas mãos, começou a ouvir vozes vindas da sala. Isso era muito estranho, já que Ilara estava sozinha lá. Bom, era isso que Michelle estava pensando.
A passos moderados, ela atravessou a pequena divisão que separava a sala da cozinha. Ao chegar à sala, se deparou com uma cena que a deixou ainda mais encantada pela garota.
Ilara estava sentada no sofá com Romeu sobre o seu colo. Conversava animadamente com o gatinho e parecia que ele entendia tudo, pois não desviava o seu olhar da garota por nenhum momento.
— Hum... desse jeito vou ficar com ciúmes– disse chamando a atenção da garota para si.
— Ahhh... você sabe que não precisa disso – Ilara sorriu e Michelle se encantou ainda mais – Estava brincando um pouco com ele.
— Fez bem... quase não estou dando atenção para ele – Se sentou ao lado de Ilara e sentiu o corpo da garota se aconchegando cada vez mais perto do seu.
Trocaram olhares e sorrisos ao sentirem tão próximas da outra.
— Ele é bem folgado – Ilara comentou quando Romeu pareceu querer tomar conta de seu colo.
— Dou razão a ele por agir assim – As duas riram – Vamos assistir o nosso filme? – tocou os cabelos de Ilara, tentando arrumar alguns fios desalinhados.
— Claro! – respondeu e Romeu pulou de seu colo. Parecia que ele sabia que sua dona estava querendo um pouco de privacidade com a namorada.
— Gosta de que tipo de filme? – Michelle colocou um de seus braços por trás do corpo da garota.
— Romance— Ilara encostou a sua cabeça sobre o peito de sua amada e respirou fundo ao sentir um cheiro gostoso invadindo suas narinas... o corpo de Michelle estava tão quentinho. Ilara fez questão de ficar bem juntinha a ela.
Aproveitando aquele momento, Michelle começou a acariciar um dos ombros de Ilara... naquele momento, sentia se totalmente em paz. Só queria curtir a companhia de sua amada tranquilamente de uma forma leve.
Seguindo as preferências de sua amada, ela escolheu um filme de temática lésbica romântico, Elena Udone.
Era a primeira vez que Ilara assistia algo do tipo, e se viu totalmente encantada. Estava sendo apresentada a um mundo ao qual não conhecia, mas que não era distante de sua realidade.
Após assistirem ao filme, Michelle se deitou no sofá e Ilara ficou sobre o seu corpo.
Comentaram sobre o filme em meio a leves caricias e sorrisos.
Os beijos trocados eram tão doces e cheios de amor...
Curtiram bem a companhia da outra.
Aproveitaram para conversar mais sobre suas vidas e passaram a planejar mais programas para fazerem juntas, já que eram um casal.
***
Ester, Helena e Gustavo estavam sobre a cama. Haviam acabado de assistir a um filme que só o garoto sabia o que tinha acontecido nele, já que, ele havia escolhido e as duas mulheres haviam passado a noite toda trocando olhares e sorrisos apaixonados.
— Ele realmente está gostando de você— Helena comentou ao reparar que seu filho estava dormindo com as pernas sobre as de Ester enquanto a médica acariciava os seus cabelos.
— Isso me deixa imensamente feliz – Ester sorriu ao notar o garoto tão tranquilo— Ilara não vai mesmo dormir em casa?
— Não, ela vai ficar na casa de Michelle – As duas trocaram olhares intensos, estavam deitadas viradas uma para a outra.
— Mãe moderninha você— As duas riram.
— Você sabe que algumas coisas os pais querendo ou não, não pode evitar acontecer.
— Eu sei muito bem disso, amor – As duas entrelaçaram as suas mãos por cima do corpo do garoto.
— Eu te amo muito, Ester, estou me sentindo muito feliz e realizada ao seu lado – Helena olhou diretamente nos olhos de sua amada.
Aquele primeiro dia em família havia sido maravilhoso. Mesmo sem a presença de Ilara, elas e Gustavo conseguiram aproveitar bastante. Tanto que o garoto já estava dormindo de tão cansado.
— E eu te amo mais ainda – A médica disse fazendo Helena sorrir.
— Agora vamos competir para ver quem ama mais?
— Claro que não— Soltou uma gargalhada gostosa.
Elas, então, ficaram em silêncio. Tinham tanta coisa para dizer, mas ao mesmo tempo, não sabiam como falar... Talvez, não existissem mais palavras capazes de expressar o quanto estavam felizes.
Helena decidiu quebrar aquele silêncio.
— Eu quero morar com você— percebeu que agora já era o momento. Os seus filhos lhe apoiavam. Não precisava de mais nada, já que a aprovação das pessoas fora daquela casa não lhe importava.
— Aqui?
— Não, eu quero construir uma vida nova com você... do zero... Não quero mais nada do passado – Decidiu deixar o que as pessoas possivelmente poderiam pensar de lado e resolveu que estava na hora de seguir a sua vida ao lado de Ester.
— Bom... Eu faço parte desse seu passado – A mulher quis brincar.
— Você é muito boba, Ester – Riram – corrigindo, eu só quero levar comigo a parte boa de meu passado. Você aceita morar comigo?
— Helena... – Deu uma pausa que acabou aumentando ainda mais a ansiedade de Helena para ouvir a sua resposta – Eu não quero somente morar com você.
— Não? – Helena fixou o seu olhar em sua amada. O que mais aquela mulher poderia querer?
— Eu quero me casar você, mas isso não impede começarmos a morar juntas antes. Você aceita? – Voltaram a trocar um olhar profundo.
Helena não se cansava de pensar no quanto se sentia feliz ao lado de Ester. Tudo parecia tão perfeito. Aos poucos, estava conseguindo reconstruir a sua vida. Tinha um trabalho e não se via dependendo tanto de seus sogros. Logo, logo, estaria totalmente independente.
— Eu nem sei o que te dizer – Emocionou-se diante daquela proposta.
— Você só precisa aceitar, meu amor – conseguiu alcançar o rosto de sua amada com as pontas de seus dedos – prometo amar-te e cuidar de seus filhos como se também fizessem parte de mim.
—Você é uma mulher maravilhosa, Ester, me faltam palavras para dizer o quanto é importante para mim e é claro que eu... – Uma pausa na fala foi dada. Queria reparar em cada reação exposta na face de Ester... tentava adivinhar o que se passava na cabeça da outra – Eu aceito, meu amor!
Ester soltou todo o ar de seus pulmões nesse momento. Aquele era um dos dias mais felizes de sua vida. Havia recebido o sim de sua amada.
— Acho que não tenho nem mais formas de expressar a minha felicidade— os olhos de Ester brilhavam e um sorriso radiante não se desfez mais de seus lábios.
— Eu digo o mesmo, a minha felicidade é tão grande que nem consigo mais disfarça-la.
— Helena, o que vai fazer quando os pais de Augusto descobrirem? – Era uma pergunta que sempre havia sentido vontade de fazer, mas tinha um pouco de receio, já que, não queria arranjar mais uma preocupação para sua amada.
— Eu não farei nada – Respirou profundamente. Estava um pouco cansada de dar explicações sobre sua vida... tentar justificar suas ações. Os pais de Augusto sabiam que ela não era feliz com o filho deles. Será que seriam contra o relacionamento dela com Ester? Sabia que Alberto era bem tranquilo e compreensivo, todavia, Amélia era muito difícil de lidar. Poderia inventar algo para lhe fazer mal. Era o que Helena mais temia — Mas acho que eles têm que me entender.
— Você está certa, amor – De repente, Ester deu um sorriso contagiante, parecia ter se lembrado de algo.
— O que houve?
— Quero te apresentar aos meus pais!
— Ester, será que não passamos da idade de fazermos isso? – conhecia os pais de sua amada, mas ficou muito insegura ao pensar na possibilidade de ser apresentada aos pais de sua amada como sua nova companheira.
— Ahh... não passamos da idade coisa nenhuma – Ester riu do jeito de sua amada – Podíamos combinar algo.
— Mas vamos com calma – Eram coisas demais para a cabeça de Helena – Vamos resolver a nossa situação primeiro e depois vemos isso.
— Está fugindo?
— Não, eu só preciso estar com uma vida mais resolvida para ser apresentadas a eles como...
— Minha namorada? Acho que estamos pulando algumas etapas. Nunca te pedi em namoro. Quero namorar contigo também – A mulher falou toda empolgada.
— Você tá querendo coisas demais, Ester – Gargalhou. A sua amada parecia que era a primeira vez que se relacionava com alguém. Estava com tantas expectativas... desejava tantas coisas.
— Ahhh... É porque você não sabe como estou sentindo— Ficou contornado o rosto de sua amada com as pontas de seus dedos.
Helena fechou os seus olhos ao sentir um friozinho percorrendo todo seu íntimo. Era uma sensação muito boa.
— E como você está se sentindo? – Seu olhar passou a ser muito intenso.
— Estou me sentindo a mulher mais feliz do mundo ao seu lado. Você não sabe o quanto sonhei por esse momento onde você me aceitaria em sua vida e na vida de seus filhos. Acho que agora nada mais me falta, Helena, eu não preciso de mais nada, pois já me sinto completa ao seu lado.
— Você sempre foi o meu amor, Helena, nunca deixei de te amar... e agora tenho mais certeza que nunca deveria ter desistido de nós.
— Por favor, não vamos voltar para o passado – Tocou os lábios macios de Helena com o seu dedo indicador – Vamos viver o agora e nos esquecermos do que passou. Só te peço isso!
— Está bem – Tocou a mão de Ester e começou a acaricia-la. Sentiu vontade de fazer amor com aquela mulher, todavia, não tinha pressa. Poderia deixar aquela vontade para ser saciada em um outro momento.
Dia seguinte...
Dois corpos estavam sobre o sofá. Um pouco desajeitados por conta da posição que se encontravam, no entanto, isso não tirava dos seus rostos um ar de tranquilidades.
Illara dormia sobre o corpo de Michelle. Sentia-se muito bem, mesmo não tendo um cobertor e mais espaço para acomodar o seu corpo.
A porta do apartamento foi aberta. Era Marisa que sorriu em contentamento ao ver aquela cena.
— Finalmente— Pensou ao se dar conta do que poderia acontecido no dia anterior – Vocês duas não tem vergonha de estar assim na sala não. Aqui tem criança – Disse alto tentando acordar as duas dorminhocas.
Michelle foi a primeira a acordar e ao ver a sua irmã fechou a cara.
— o que você tá fazendo aqui? – Perguntou ao notar a irmã fechando a porta. Marisa não tirava o sorrisinho sacana do rosto.
— Bom dia, irmãzinha... Você tá muito mal-humorada para alguém que...
— Não termine sua frase!
— tá... tá... – Ergueu as suas mãos em rendição e seu olhar se fixou em Ilara – Essa daí tem sono pesado.
— Acho que deve estar cansada... passamos boa parte da noite acordadas – Michelle disse toda boba enquanto deslizava as suas mãos sobre o corpo de Ilara, fazendo leves carícias.
— Hummm passaram a noite acordadas – começou a olhar o ambiente a sua volta. Parecia estar procurando algo.
Uma curiosidade então surgiu na cabeça de Michelle.
— Marina já te devolveu? Pensava que te aguentaria por mais tempo – Quais brincar e sua irmã desfez o sorrisinho.
— Engraçadinha... Marina e eu estamos muito bem. Vim buscar meu carregador – Começou a andar pelo apartamento.
— Sabia que deixaria algo para trás – A irmã era desorganizada demais.
Marisa resolveu não responder as provocações da irmã.
— Achou? – Michelle perguntou ao notar que a sua irmã estava demorando demais para achar o objeto. Não ouviu nada em resposta, mas sentiu o corpo de Ilara se mexendo sobre o seu.
Ilara despertou e ficou um tempo em silêncio olhando para Michelle e para o ambiente a sua volta.
— Bom dia, meu amor! – Michelle tocou os cabelos da garota fazendo uma leve carícia.
Antes de Ilara dizer qualquer coisa, Marisa surgiu na sala.
— Ela, você trata com doçura – estava com o carregador em mãos— Achei!
— Marisa? – Ilara estranhou a presença de sua cunhada ali e se sentou no sofá.
— Ela veio nos vigiar – Michelle comentou e se sentou– Com certeza veio saber o que estávamos fazendo aqui –Estava com um pouco de medo de sua irmã atrapalhar o seu momento com Ilara.
— Me poupe, Michelle, eu não queria confirmar que vocês finalmente chegaram aos finalmentes não— Marisa disse e nesse momento o olhar de Ilara mudou.
— Marisa! – Michelle fechou a cara para sua irmã ao notar a sua namorada desconfortável.
— Está bem, parei! – Levantou sua mão em rendição – Já vou indo, acho que vocês ainda tem assuntos para tratar – andou em direção a porta – Ah... Que bom que conseguiram tirar o atraso— Antes que Michelle pudesse dizer qualquer coisa, Marisa saiu quase correndo dali.
Após a saída de Marisa, um silêncio começou a tomar conta do ambiente.
— Não ligue para minha irmã, ela é um pouco abusada – Michelle disse ao encarar Ilara que parecia pensativa.
— Eu adorei a minha noite com você— Disse ignorando as desculpas de sua amada. Não ligava para a aparição de Marisa naquele lugar, mas sabia que Michelle poderia estar certa, Marisa estava querendo saber se finalmente havia acontecido algo entre elas. Sentiu vontade de rir do jeito de sua cunhada e foi isso que fez.
— o que houve? – Estranhou aquele comportamento da garota.
— Sua irmã é demais!
— Sim, ela não tem jeito – Voltaram a ficar bem juntinhas – Dormiu bem, amor? – Michelle perguntou de uma forma doce, enquanto encarava os lindos olhos de Ilara.
— Muito bem – sorriu e pareceu que o dia de Michelle se iluminou ainda mais naquele momento – E você?
— Sim, também muito bem – Deslizou a sua mão pela perna da garota e notou olhar dela acompanhando o movimento de seus dedos que invadiam o pequeno tecido do short.
Ilara suspirou...
Michelle estava com muita vontade de beijar os lábios a sua frente, mas ansiava uma iniciativa de sua amada.
Ilara olhou para aqueles finos dedos acariciando a sua pele e sentiu os seus pelos se arrepiarem.
Não demorou muito para aproximar o seu rosto no de Michelle e beijá-la com todo o amor que sentia.
Era um beijo lento. Elas não tinham presa. Sabiam que não teriam todo o tempo do mundo, mas queriam fazer tudo com calma.
As mãos passeavam pelos corpos fazendo leves carícias.
Michelle sempre tentava puxar o corpo de Ilara para mais junto do seu.
Queria ter mais contato... queria sentir mais e mais aquela garota, parecia que essa vontade nunca seria saciada.
***
Após tomarem o café-da-manhã, Ester e Gustavo se sentaram no sofá. Não estavam conversando, mas sim jogando no celular do garoto um dos jogos de corrida.
Competiam para saber quem chegaria em uma posição melhor, Ester sempre perdia, perdia por bobeira.
— Você está me deixando ganhar – Gustavo disse todo risonho.
— Por que pensa isso? – Ester indagou com certa calmaria.
— Ahhh... você teve várias chances de ganhar em primeiro e nunca ganha – Cruzou os seus braços.
— Você queria ganhar, eu deixei!
— Mas não pode!
Neste momento, Helena surgiu na sala. Havia escutado a discussão dos dois e foi ver o que tinha acontecido.
— Por que você está com essa cara emburrara? – Olhou para o filho que não estava muito afim de olhar para Ester. Fingia estar muito chateado.
— Ele queria ganhar e eu deixei – Ester se justificou e Helena começou a rir.
— Filho, pare com isso! – aproximou do filho e se sentou no braço do sofá que ficava ao lado do garoto.
— Como parar, mamãe? Eu queria ganhar dela sem ajuda.
— Se estivesse perdendo estava reclamando— Helena olhou para sua amada e piscou, pois conhecia muito bem o filho que tinha.
— Tá bom – Gustavo se voltou para Ester com o celular em mãos— Vamos jogar de novo, nada de me ajudar – Disse todo desconfiado.
— Está bem, capitão— Ester bateu continência e Gustavo gargalhou de uma forma muito gostosa.
Ester e Gustavo voltaram a se sentar bem juntinhos.
Helena ficou no mesmo lugar, observando os dois. Sorria com as caretas que Gustavinho fazia enquanto jogava. Ele parecia que estava se esforçando bastante para chegar em primeiro.
— Ganhei! – o garoto deu um pulo do sofá e começou a fazer uma dancinha um pouco esquisita. As duas mulheres que estavam no sofá começaram a rir e parabenizaram o garoto – Agora é sua vez – Entregou o celular para Ester.
— Vamos ver— Ester iniciou o jogo e Gustavo se sentou ao seu lado todo atento.
Ester parecia bater em algo o tempo todo no jogo. Isso fazia Helena rir, pois conhecia muito bem a amada. Ester gostava muito desse tipo de jogo, não perderia assim tão facilmente. Mais uma vez queria agradar o seu filho.
— Poxa, não deu de novo— Ester disso e o menino estreitou o seu olhar.
— Você deixou eu ganhar de novo!
— Claro que não... eu não sei jogar mesmo. Sou muito velha para essas coisas – Olhou para Helena e ficou toda encantada com a cena.
Helena estava com suas pernas cruzadas. Talvez não estivesse sensual, mas para os olhos da médica estava deslumbrante.
— Tá mentindo... Não vale! – Cruzou seus braços.
— Vale sim – Ester envolveu aquele garoto com seus braços e começou a fazer cócegas nele.
— Mamãe— Gustavinho caiu no sofá rindo. Os olhinhos estavam cheios de lágrimas de tanto sorrir.
Helena nada fez, pois sabia muito bem que o garoto estava gostando da brincadeira.
Neste momento, a porta da sala se abriu. Todos olharam para as pessoas que estavam entrando. Era Michelle e Ilara.
— Mana — Gustavo se levantou e foi correndo abraçar a sua irmã que lhe abraçou de volta, mas demonstrou estar muito sem jeito, pois a sua mãe lhe encarava.
— Oi, Gu – Ilara estava um tanto envergonhada. Sua mãe sabia o que tinha acontecido. Será que precisava dar alguma explicação?
— Você não dormiu em casa – Gustavo disse e reparou que Michelle estava ao lado – Oi, Michelle— Deu um abraço na namorada de sua irmã.
— Oi, Gustavo— Durante o abraço, Michelle percebeu que teria que conversar com Helena, pois ela não parava de olhar na sua direção e de sua amada.
— Como foi a noite de vocês? – Helena indagou a Michelle e Ilara. Estavam sentadas no sofá da sala. Haviam aproveitado a saída de Gustavo com Ester para poderem conversar.
Michelle e Ilara se entreolharam. Era estranho demais ter que falar sobre este assunto com Helena.
— Não me diga que vão ter vergonha de mim? – Helena encarou o casal que estava no outro sofá.
— Não é vergonha — Ilara respondeu e sentiu a mão macia de Michelle tocando a sua, demonstrando que não precisava temer uma repreensão de sua mãe. Helena era tranquila demais, mas isso não queria dizer que não se preocupava com a filha e que não precisava de explicações.
— Foi maravilhosa, Helena, muito obrigada por ter deixado Ilara passar a noite em minha casa. Sei que não terei outros momentos assim com ela – Michelle quebrou o silêncio.
— Eu confio em você. Sei que nunca faria algo para magoar a minha filha, mas acho bom mantermos um controle nessa relação— Comunicou e sua filha ficou muito confusa.
— Como assim controle, mãe?
— Isso quer dizer que você não vai poder dormir em casa sempre que quiser, amor – Michelle disse de uma forma doce.
Ilara fixou o seu olhar em sua mãe. Estava esperando por mais. Uma bronca por ter saído e não ter avisado quando voltaria.
Talvez a mais preocupada naquela sala fosse ela?
— Passei a noite com Michelle. Será que ela não vai perguntar o que fizemos? – pensou e se remexeu um pouco no sofá. Estava se sentindo muito desconfortável. Sabia que não havia feito algo de errado, mas aquela tranquilidade da mãe lhe assustava.
Havia chegado naquela casa sem saber com que cara olharia para a sua mãe, mas parece que havia se preocupado atoa.
Já havia anoitecido quando Ilara e Helena resolveram dobrar algumas roupas.
Elas estavam sentadas na cama de Helena, totalmente silenciosas. Ainda mais porque Helena parecia toda concentrada e pensativa.
— Mãe! – Ilara chamou, pois queria voltar a aquele assunto que sua mãe não havia tocado na presença de sua amada. De alguma forma se sentia no dever de comunicar a ela sobre a sua primeira vez.
— O que, minha filha? – Helena respondeu ao chamado enquanto passava as suas mãos por cima de uma calça que havia acabado de dobrar.
— Porque você não comentou?
— Sobre o quê? – Parecia não saber onde a filha queria chegar com aquela conversa.
Ilara se remexeu um pouco na cama. Se sentia desconfortável demais por tocar naquele assunto com sua mãe, todavia, achava que era preciso.
— Sobre eu ter ficado com Michelle— Disse baixinho e Helena começou a rir do jeito da filha.
— Meu amor, eu sabia que isso iria acontecer em algum momento – Era tão amável aquela mulher – Não gostou?
— Ahhhh... Eu gostei!
— Então, por que está tão preocupada? – Helena parou o que estava fazendo e passou a prestar a atenção em sua filha.
Ilara ficou um tempo brincando com suas mãos. Ela era muito boba, às vezes, sempre achava problema onde não tinham.
— Me senti no dever de te contar, já que confia tanto em mim – Fixou o seu olhar no da sua mãe.
Helena se emocionou neste momento. Talvez fosse difícil para as pessoas de fora entenderem, mas era tão bom saber que sua filha confiava nela a ponto de contar coisas tão íntimas.
— Sabe, filha – Helena se aproximou de Ilara e segurou as suas duas mãos— Eu já senti muito medo de acontecer contigo o que houve comigo – Começou a falar e sua filha ouvia tudo atentamente— A situação em que estávamos me fazia pensar dessa forma, contudo, hoje percebo que estive errada esse tempo todo.
— Por que a senhora acha isso? – Reparou que os olhos de sua mãe brilhavam por conta das lágrimas.
— Porque eu não quero que a história se repita. Eu quero muito que você seja você mesma, que realize os seus sonhos e namore quem sentir vontade. Sem se importar se é homem ou mulher.
— Mãe, eu só quero a Michelle. É com ela que eu quero ficar – tinha certeza que era o que realmente queria. Não conseguia se imaginar com outra pessoa.
Helena pensou em dizer a filha que a vida poderia lhe apresentar novos caminhos e pessoas, todavia, não poderia estragar o momento de sua filha.
— Está bem – Sorriu e se manteve segurando as mãos de Ilara – Já sabe o que vai querer fazer após se formar?
— Eu ainda não sei — abaixou o seu campo de visão. Já havia pensado em muitas coisas, mas nunca chegara a algo definitivo.
— Acho que já está na hora de pensar, filha. Não seremos pequenos para sempre. No decorrer de nossas vidas, precisamos escolher um caminho para ser seguido, mesmo que mudemos de direção durante a caminhada.
Após a fala de sua mãe, Ilara ficou pensativa. Sua mãe estava certa, mas ela não sabia bem como escolher um caminho para ser seguido.
Estava no último ano do Ensino Médio e ainda não sabia o que iria fazer quando se formasse. Talvez a sua única preocupação era sobreviver as aulas de matemática e achar uma forma de ver Michelle mais vezes.
Fim do capítulo
Olá,
Esse capítulo desde sexta que estava pronto, mas eu com minha insegurança não postei. kkkkkkkkk
Perdão!
Gente, o que acharam o capítulo?
Espero que vocês tenham gostado.
Como estamos nos capítulos finais. Coloquem aí nos comentários o que vocês acham que falta acontecer na história.^^
Ahhh... Muito obrigada pelos 100 mil acesso. ^^ É muito bom saber que exitem pessoas que tiram um pouco do seu tempo para ler minhas histórias.
Falando em minhas histórias. Eu resolvi postar uma linda policial aqui. É uma história de 11 capítulos. Está lá no blog. Acho que escrevi em 2016, mas não postei aqui. É uma história um pouco diferente das que estou postando.
Bom...
Até o próximo capítulo!
Beijjinhos^^
Van^^
Comentar este capítulo:
Brescia
Em: 22/09/2019
Boa tarde mocinha.
A Clara e a Mi são um casal fofo, mas o que Helena disse é verdade, ela ainda é jovem, tem a faculdade e novos amigos, mas acho que ela tem que curtir o aqui e o agora.
Baci piccola.
Resposta do autor:
Olá,
As duas são fofas juntas mesmo. ^^
A Ilara vai ficar preocupada com isso, mas vc está certa, ela tem que curtir o aqui e o agora.
Muito obrigada pelo seu comentário!
Beijinhos ^^
Van^^
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