Leiam com calma. kkkkkkkkkk
Capítulo 29
Dia do jantar na casa de Charlotte
Sim, finalmente esse dia havia chegado e eu estava como? Calma, nem um pouco ansiosa. Sabia que os pais de Charlotte iriam me amar. Eu sou uma jornalista incrível. Claro que eles não iriam me achar um zé ninguém. Mentira, eu estava superansiosa e ao mesmo tempo insegura.
- Pai, eles não vão gostar de mim – Cheguei a sala e comecei a analisar as minhas roupas. Não era comum eu usar esse tipo de roupa – vestido e saltos -mas no momento, eu estava querendo passar uma imagem mais formal para os pais de minha amada.
- Filha, faz meia hora que você está me dizendo isso – Meu pai foi até mim enquanto ajeitava os botões de sua camisa – Você está linda, minha filha. Eles vão te amar – Parou diante de mim e começou a analisar o fino metal que estava em meu pescoço- Que colar lindo – deslizou seus dedos sobre a peça e ficou reparando no pingente- Quem te deu, filha?
- ah... foi o senhor Borges por conta do meu desempenho no World – Voltei a minha atenção para o colar. Ele era realmente muito lindo – A Charlotte me entregou – Disse e me dei conta que ainda não havia agradecido ao senhor Borges pelo presente.
- Estranho- Meu pai ficou tocando a peça com os dedos, o que me deixou deveras confusa – Não entendo muito de joias, mas essa parece ter algo de muito especial – Ficou pensativo.
- Especial? – Fiquei confusa, pois sim, aquela peça era especial, mas porque ganhei por ter feito um bom trabalho e não, por ela ter um outro significado.
- Você realmente é muito cega, minha filha – Meu pai sorriu ao se afastar- Foi a Charlotte que lhe entregou. Quando?
- Quando ficamos pela primeira vez – Disse sem jeito – Ela me chamou até seu quarto e me entregou. Por quê? – Essa curiosidade de meu pai me deixou muito confusa.
Meu pai balançou a cabeça algumas vezes – Filha, às vezes, eu me pergunto de quem você puxou essa falta de capacidade de enxergar as coisas que estão diante de seus olhos.
Eu não sei o que havia dado em meu pai, mas me senti ofendida. Não estava entendendo nada. O senhor Borges havia me dado um colar, o que podia ter por trás disso?
- Vamos, não podemos chegar atrasados nesse jantar – Meu pai disse antes que eu pudesse falar qualquer coisa para me defender.
Depois dessa conversa, fiz a viagem até a casa de Charlotte muito pensativa. Queria saber o que meu pai quis dizer com aquela conversa em casa, mas não cheguei a nenhuma conclusão.
A única coisa que entendi é que Charlotte e meu pai possuíam o mesmo pensamento. Para eles, eu demorava para enxergar as coisas.
Faltando 5 minutos para o horário marcado com Charlotte, nós chegamos ao prédio em que a minha amada morava. Havíamos demorado um pouco para chegar, pois meu pai havia resolvido parar em uma loja de bebidas para comprar uma garrafa de vinho. De acordo com ele, nós não podíamos chegar de mãos abanando.
- Filha, ainda está nervosa? – meu pai indagou quando estacionamos em frente ao prédio de Charlote.
- Um pouco – Disse, mesmo sabendo que estava suando frio.
Eu estava muito nervosa, com medo de fazer algo durante aquele jantar que pudesse ser usado com um motivo para os pais de Charlotte não aprovarem nosso relacionamento.
Insegurança era o meu nome do meio. Então, eu só conseguia pensar no que poderia dar errado.
Após irmos a portaria, o porteiro anunciou a nossa presença e Charlotte autorizou a nossa entrada.
Charlotte morava no sétimo andar de um condomínio de luxo. Ela era rica e isso me fazia pensar o que Charlotte poderia ter visto em mim.
Eu tinha um bom emprego, mas não podia proporcionar nem vinte por cento da vida que Charlotte tinha.
Sim, eu estava começando com os meus dramas.
Após o elevador parar no sétimo andar, saímos e seguimos para o apartamento de Charlotte.
Naquele momento, eu estava muito nervosa, pois estava com medo de conhecer os pais de Charlotte.
A verdade é que eu estava com receio deles se parecerem com minha amada. Eu gostava muito de Charlotte, mas sabia que ela era uma mulher muito difícil de ser conquistada.
- Filha, eles vão gostar de você. Acalme-se, você tá pior do que um noivo esperando a noiva no altar – Meu pai comentou enquanto aguardávamos alguém abrir a porta para nós.
- Você sabe pai, eu tenho medo deles...
- Deles quem, moça bonita? – Uma mulher muito sorridente comentou após abrir a porta do apartamento de Charlotte.
Olhei para aquela mulher um tanto confusa. Era uma mulher branca, um pouco baixa e aparentava ter uns 60 anos.
- Quem é a senhora? – meu pai indagou, mesmo já sabendo de quem se tratava.
- Vilma, mãe de...
Antes mesmo da mulher terminar sua fala, Charlotte apareceu logo atrás a interrompendo.
- Minha mãe- Charlotte disse olhando diretamente em meus olhos- Entrem, por favor!
Sabe, Charlotte é uma mulher muito bonita, mas eu sempre ficava surpresa com algo, com a sua capacidade de ficar ainda mais bonita a cada encontro nosso.
Charlotte estava usando um vestido vermelho com um decote bem sutil. Os cabelos estavam soltos e seus cachos formavam ondas perfeitas.
- Filha, pare de babar e vamos entrar – Meu pai comentou diante delas duas.
Não sei se era a intenção dele, mas fiquei com muita vergonha disso. Ainda mais, porque Charlotte sorriu com o comentário.
Após entrarmos, fizemos as devidas apresentações e percebi que os pais de Charlotte e sua irmã eram o oposto dela.
Charlotte costumava ser muito séria, eles não, eram sorridentes e brincalhões. O que me fez perceber que não tinha por que ter sentido todo aquele medo.
- Margareth, este é Túlio, o meu pai – Charlotte falou e um homem moreno se aproximou de mim.
- Margareth, um lindo nome – Túlio disse ao me abraçar- Combina com a dona.
Com o comentário daquele senhor, eu fiquei muito sem graça.
- Realmente combina muito com a dona – Charlotte comentou e sorriu para mim. Ela demonstrava estar muito feliz por me apresentar a sua família.
Fui conhecendo um por um e eles também conheciam meu pai e eu.
Fiquei aliviada por algo, meu pai e o pai de Charlotte estavam se dando muito bem.
Para finalizar as apresentações, a mãe de Charlotte voltou a falar comigo.
Desde que havia entrado naquela casa é que ela não tirava o olho de mim.
Achei que pudesse ser algo com minha roupa, mas depois descobri que não.
- Quem lhe deu esse colar? – ela indagou chamando a atenção de todos para mim.
- O dono do jornal pediu para a Charlotte me entregar – Respondi inocentemente e isso ela fez olhar para Charlotte por um longo período. O que levou minha amada sorrir um pouco tímida e abaixar sua cabeça.
Esse comportamento me deixou muito confusa, pois não era a primeira vez naquele dia que alguém me perguntava quem havia me dado aquela joia.
- Mãe, eu a escolhi. Apenas isso – Charlotte falou e depois chamou todos para a mesa de jantar. Ela de alguma forma queria finalizar aquele assunto, mas eu não.
- Quero que me explique o que está acontecendo- Falei enquanto andávamos de mãos dadas até a mesa.
- Você é muito apressada, meu amor – Charlotte sorriu e eu tive certeza de algo. Ela não iria me dizer nada naquele momento.
Ao nos sentarmos a mesa do jantar. Eu reparei que havia ficado de frente para Angelina. Isso fez eu me lembrar da crise de ciúmes que havia tido ao vê-la com minha amada no World e Charlotte fez questão de comentar isso ao me ver olhando tanto para sua irmã.
- Angel, a Margareth achava que você era minha namorada – Charlotte comentou e todos na mesa riram. Me deixando totalmente sem jeito. Ela não precisava contar esse episódio a todos.
- Olha, Margareth, se a Charlotte não fosse minha irmã e eu fosse lésbica, eu nunca me relacionaria com ela. Não sei como você aguenta esse jeito mandão dela – Angelina ficou balançando a cabeça negativamente várias vezes, parecendo que aquilo era algo muito absurdo.
- A Charlotte sempre foi a centrada da família. Assumiu as responsabilidades muito cedo e consequentemente essa postura mais séria, mandona, mas isso não quer dizer que ela não tenha um bom coração- Túlio falou de uma forma muito amável e notei que Charlotte havia se emocionado com isso – Charlotte foi um presente que Deus nos deu.
- Vocês que foram um presente em minha vida, papai e mamãe- Charlotte disse demonstrando todo o amor que sentia por aquelas pessoas e resolveu falar sobre a intensão dela com aquele jantar – Gregório, eu sei que nos conhecemos a pouco tempo – ela começou a falar e eu já senti o meu coração começando a disparar – Mas eu quero pedir a autorização do senhor para namorar a sua filha. O senhor autoriza?
- Nunca pensei que uma namorada de minha filha viria pedir autorização a mim – Meu pai comentou e percebi que ele estava de acordo com nosso envolvimento, já que Charlotte demonstrava com palavras e atos que ela não queria somente brincar com meus sentimentos – Esse tipo de coisa só vi quando era mais jovem.
- A Charlotte é diferente, pai – Sorri feito boba para minha amada que parecia ansiosa saber qual seria a resposta de meu pai.
Os familiares de Charlotte pareciam muito satisfeitos com a decisão da filha.
Meu pai demorou um tempo para responder. Ele queria fazer mistério e isso me deixou nervosa, pois se ele não autorizasse, queria dizer que não poderíamos ficar juntas?
- Claro que autorizo, Charlotte, você e minha filha se gostam. Eu nunca iria impedir isso. Só fico surpresa com sua atitude, pois não é algo comum.
- A Margareth se tornou importante para mim, Gregório, eu quero fazer tudo certo com ela. Ainda mais porque nosso começo não foi dos melhores.
Com a fala de Charlotte, eu fiquei me perguntando se eu ter ficado com a Mel ainda mexia com ela, mas cheguei a conclusão que talvez não fosse isso e sim que a gente havia passado por muitos momentos de incerteza.
O jantar havia acabado e fizemos uma roda de conversa para falarmos sobre nossas vidas.
Os pais de Charlotte queriam saber tudo sobre mim e sempre sorriam para ela quando alguma resposta lhes agradava.
- Bom... a conversa está muito boa, mas precisamos ir – Túlio anunciou e comecei a pensar em meu pai.
- Acho que devemos fazer o mesmo, pai, o senhor precisa descansar- Falei e meu pai ficou em total silêncio olhando para Charlotte.
- Eu sim, você pode ficar filha – Meu pai se voltou para mim e eu notei que Charlotte havia gostado muito da novidade- Fique com sua namorada. Acredito que vocês precisam conversar sobre muitas coisas.
- O senhor quer ir embora sozinho? – Perguntei preocupada.
- Eu posso levá-lo em casa. Não tem problema algum - Angelina disse e olhou para Charlotte- Agora que vocês são namoradas, vocês precisam conversar muito – o seu sorriso se tornou malicioso e Charlotte apenas balançou a cabeça.
- Foi muito bom recebê-lo em minha casa, Gregório- Charlotte abraçou o meu pois – Agradeço muito pelo voto de confiança que está me dando com sua filha.
- Não precisa agradecer. Só precisa fazer minha filha feliz, mas acho que Isso você já está fazendo – Meu pai falou e piscou para mim.
- Então vamos- Angelina disse após eu me despedir de seus pais.
A mãe de Charlotte continuava a olhar para meu colar, mas nada disse.
Eles então partiram e eu fiquei naquela grande sala sem saber como agir.
- Acho que você está cheia de perguntas que precisam de respostas- Charlotte havia acabado de fechar a porta.
- Sim, e uma é sobre isso – Peguei no pingente do colar e apontei em sua direção – Isso não foi o senhor Borges que mandou você me entregar, né?
- Não, Margareth – Ela respondeu e ficou frente a frente comigo – Isso daí foi a forma que eu usei para me aproximar de você – Deu uma pausa e tocou o fino metal que estava em meu pescoço- E é algo que estava guardando para dar a mulher que eu passasse a amar.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]