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Blind por Bruna DX

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Palavras: 4070
Acessos: 1984   |  Postado em: 18/01/2019

Notas iniciais:

Este capítulo é dividido pelo POV de Bia, e pelo POV de Adele...

Capítulo 38

 

 

Quando entrei naquele quarto e vi aquela mulher sentada sobre as pernas de Adele, tentando tirar a sua camisa, enquanto ela mesma estava apenas de sutiã, eu perdi todo o meu senso, toda a minha capacidade de raciocinar com coerência. Senti os batimentos cardíacos aumentarem e meu coração querer saltar pela boca, fazendo meu peito doer.

 

Eu olhava para as duas que ainda permaneciam na mesma posição, Adele com o semblante surpreso, e a outra, com um sorrisinho de escárnio enfeitando os lábios. Nesse momento tudo o que eu queria era arrancar esse sorriso da cara dela, mas eu ainda me segurava, ainda puxava os resquícios de minha sanidade e de meu controle.

 

-- Amor, não é nada disse que você esta pensando. – ouvi Adele dizer a frase mais clichê da face da terra.

 

-- Não? Eu esperava mais de você Adele. – falei a última parte completamente sentida.

 

Os olhos da loira ficaram repletos de desespero, um genuíno desespero que se misturava com a tristeza. Com a mão livre ela tentou empurrar Jane de cima dela, mas a girafa loira se agarrava a camisa da minha namorada, como um náufrago de agarrava à destroços de uma embarcação.

 

-- Olha querida... – ela tentou dizer.

 

-- Cala a boca! – gritei sentindo meus olhos queimarem.

 

Cerrei os punhos sentindo as curtas unhas machucarem superficialmente minhas mãos. Tentava me concentrar e puxar o ar que parecia pesado pra mim, estava difícil de respirar. Meus olhos ardiam e minha visão começava a ficar turva.

 

Tudo o que eu queria era chegar a casa e ter uma noite agradável com a minha mulher, era somente isso o que eu queria. Mas ao invés disso, eu encontro ela na cama, com a ex-namorada sobre suas pernas, tentando lhe arrancar a camisa.

 

Mirei Adele e enxerguei as safiras azuis brilharem pelas lágrimas que ela tentava segurar. Ela pedia baixinho para que a outra saísse de cima dela, no entanto, Jane não parecia nem um pouco interessada em sair do colo dela. Avaliei a situação, ou pelo menos tentei. Briguei com a minha razão e a minha emoção numa fração de segundos, tão rápido, que quase fiquei tonta.

 

-- Sai de cima dela. – disse finalmente.

 

Ela me deu outro daquele sorriso de escárnio, e foi justamente aí, que eu mandei para o espaço toda a minha educação e todos os meus conceitos sobre violência e agressão física. Sorri antes de dar um passo a frente e lançar minha mão contra o cabelo dela. Puxei-o sem muita força, só para mostrar que eu não era tão complacente assim e voltei a pedir.

 

-- Sai de cima da minha mulher, agora! Ou prefere que eu fale inglês?

 

-- Você ta me machucando.

 

-- Sai!

 

Quando ela se ergueu, peguei firmemente seu braço e sai puxando-a na direção da porta. Saímos do quarto caminhando até a sala. Não sei de onde veio a força, mas eu praticamente arrastava ela. Talvez da raiva que eu sentia. Empurrei-a contra o sofá e mais uma vez precisei puxar o ar antes de começar a falar.

 

-- Olha aqui sua falsa – disse com o dedo em riste – você não me engana! Eu não sei qual é a tua, e não sei o que quer aqui. Mas vou te dar um aviso: fique longe da Adele! Minha paciência já foi para o ralo, e se você colocar suas garras de fora mais uma vez, eu juro, juro que te mando de volta pra Inglaterra com uma lembrança não muito boa de mim. Portanto, não me teste! Eu não sou a mosca morta que a Marjorie julga que eu sou, não tenho sangue de barata e sei brigar – enfatizei a palavra – muito bem  pelo que quero, e pelo que é meu. E se não entendeu ainda, eu posso desenhar pra ti: Adele é MINHA namorada!

 

Jane me encarava sem sequer se mover. Seus olhos acompanhavam meus movimentos, mas em nenhum momento ela tentou falar ou fazer qualquer coisa. Não sei se o aviso surtiu efeito, mas ela pareceu entender que eu não estava de brincadeira e era melhor ela ficar longe da MINHA NAMORADA.

 

-- Entendeu?! – perguntei bufando logo em seguida.

 

-- Você não tem o...

 

-- Como é? Eu não tenho o direito? Era isso o que você ia dizer? – gargalhei com as mãos na cintura – Eu tenho todo direito do mundo de querer uma mulher mesquinha como você longe da minha namorada. Percebi desde o instante que coloquei os olhos em ti que você não presta!

 

Jane se ergueu rapidamente e veio na minha direção, parando a pouquíssimos centímetros de mim. Estava tão próxima que eu podia sentir a sua respiração tocar meu rosto. Seus olhos não desviavam dos meus. Apesar do silêncio, entendi que ela quis se fazer de ofendida.

 

-- Você não é mulher para a Adele. Você é uma pobre coitada, suburbanazinha que não tem um pingo de classe. Adele merece algo melhor do que isso.

 

-- Alguém como você?

 

-- Exatamente! Alguém como eu. Que sabe de tudo o que ela gosta e é capaz de suprir todas as necessidades dela. Tenho certeza de que nem na cama você consegue satisfazer ela, porque lembro bem, ela é fogosa.

 

O som seco ecoou pela sala. Minha respiração estava tão descontrolada que o meu tórax subia e descia rapidamente. A palma da minha mão ardeu, mas eu adorei ver a cara de espanto que ela fez quando meus cinco dedos foram impressos no seu delicado rostinho, deixando a área avermelhada, e provavelmente ardida.

 

-- Sua...sua troglodita!

 

Eu apenas sorri, e foi nesse exato momento que Adele chegou à sala. Jane mantinha a mão no rosto e passou a encarar minha namorada. Seus olhos estavam cheios d’água e uma ou outra lágrima escapava descendo rapidamente por sua bochecha, mas não me convenciam, deviam ser lágrimas de crocodilo.

 

Ela encarava Adele como se pedisse para que ela intercedesse, provavelmente para que ela a defendesse. No entanto, minha inglesa permaneceu calada, encarando-a com um olhar decepcionado.

 

-- Você quis armar pra mim Jane, quis armar uma cena pra acabar com o meu relacionamento. Não foi?

 

-- Ela não te merece! – bradou.

 

-- Ai é que você se engana. Ela merece, e merece muito. A Beatriz é a mulher mais incrível que eu já conheci na vida, e eu é que às vezes acho não merecê-la. Agora você, você não merece nem mesmo a minha amizade mais, Jane.

 

A cara que a outra fez foi impagável. Não sei o que ela realmente esperava que acontecesse, mas com certeza, ela não esperava a reação de Adele. Talvez esperasse consolo, sei lá. Será que ela realmente estava convicta que não tinha feito nada demais?

 

Decidida a acabar com aquela cena, caminhei até minha namorada a estendi a mão na sua direção.

 

-- Vem?

 

Adele segurou minha mão e caminhamos de volta para o quarto, deixando uma Jane estupefata, plantada no meio da sala. Eu não me orgulhava do tapa que desferi em seu rosto, mas ela mexeu com os meus brios e eu simplesmente não agüentei ouvir tudo quieta. Mas mesmo assim, uma pontinha de culpa me assolava. Realmente não gosto de agressões, de nenhum tipo, principalmente a física.

 

Quando cruzamos a porta do quarto que ocupávamos, soltei a mão de Adele rapidamente. O gesto fez com que ela olhasse pra mim como se estivesse me estudando, provavelmente buscando indícios do que eu sentia naquele momento. Mas ela não saberia, e não porque eu estava tentando reprimir tudo dentro de mim até que eu pudesse colocar tudo em ordem. Eu falava e fazia coisas das quais eu costumava me arrepender quando agia sem antes ter um tempo sozinha, um tempo com meus pensamentos e minha consciência.

 

Meu coração deu uma falhada quando eu vi as lágrimas se formando nos olhos dela. Quase desisti de ter esse tempo comigo mesma e simplesmente a acolhi em meus braços na tentativa de impedir que ela chorasse. No entanto, não dava pra fazer isso agora. Eu precisava esfriar a cabeça...

 

-- Vou tomar um banho.

 

-- Bia eu...

 

-- Depois a gente conversa. – cortei-a antes que ela terminasse de falar.

 

Adele balançou a cabeça em sinal positivo e se dirigiu para a cama, sentando na borda e ficando de costas para mim. Puxei o ar com toda a força, e soltei devagar. Girei sobre os calcanhares e entrei no banheiro antes que eu corresse até ela.

 

Me livrei da roupa e entrei debaixo da água fria sem me importar de molhar o cabelo. Eu precisava mesmo esfriar a cabeça, que nesse momento parecia borbulhar tamanha era a quantidade e a velocidade com que a minha mente trabalhava.

 

Encostei a cabeça no ladrilho e fechei os olhos. Soltei o ar e tentei rememorar tudo o que tinha acontecido desde o momento que coloquei os pés no apartamento. Cheguei a sentir novamente a angustia que senti quando estava rente a porta e ouvi um gemido, um gemido de Adele.

 

Meu subconsciente foi além, trouxe memórias não só do que acabara de acontecer, mas também muitas outras memórias. Momentos bons, momentos felizes que vivi ao lado daquela mulher que tinha grandes chances de estar chorando do outro lado da porta. Revivi momentos como nosso primeiro beijo, o dia em que ela me pediu em uma chance e o dia em que me pediu em namoro. A primeira vez que ela disse que me amava veio de forma tão nítida, que parecia ter acabado de acontecer.

 

A forma como ela me olha, como me toca ou como sorri pra mim demonstra tanto carinho, tanta sinceridade e sentimento. Era sublime, era único, e era...tudo meu. Suspirei chegando à conclusão de que eu não tinha motivos para duvidar do amor que ela tinha por mim, do sentimento e da relação que tínhamos. Apesar de cena que presenciei, eu sei que ela não seria capaz de fazer tal coisa comigo, simplesmente porque ela me ama de verdade, e ela me prova isso a todo instante.

 

Sorri e apressei o máximo que eu pude aquele banho. Vesti um roupão e deixei o banheiro.  Encontrei minha loira no mesmo lugar, na mesma posição, e mesmo de longe eu conseguia ouvir os suspiros e os pequenos soluços. Ah meu pai!

 

Caminhei até ela e me agachei apoiando minhas mãos em seus joelhos. Ela ergueu o rosto e pude comprovar o que eu tinha ouvido, ela chorava. Seu rosto continha marcas das lágrimas, e seus olhos estavam extremamente vermelhos. A pontinha do nariz também a denunciava ao ter assumido o tom avermelhado.

 

Adele passou a mão no rosto secando as lágrimas e jogou a cabeça para trás, como se estivesse impedindo a descida de novas lágrimas com isso. Ela suspirou e voltou a me encarar. Me olhando assim, ela parecia tão frágil, tão vulnerável. Durante o tempo em que estamos juntas, eu nunca a vi assim, não me lembro nem de tê-la visto chorar dessa forma. Parecia tão desolada.

 

-- Não chora não amor. – pedi tocando o seu rosto.

 

-- Amor...eu...você precisa acreditar, eu não fiz nada...não termina comigo. Por favor, eu posso explicar.

 

-- Tudo bem. Você pode me contar o que aconteceu? – pedi num tom brando e até calmo.

 

Ela assentiu e eu me ergui, sentando na borda da cama de frente pra ela.

 

 

...Adele...

 

Eu encarava os meus dedos, brincando com as pontinhas deles. O nó em minha garganta ainda estava aqui, e sempre que eu abria a boca para pronunciar uma palavra, a vontade de chorar vinha junto. Era quase incontrolável. Estava tentando me concentrar para finalmente falar antes que Bia achasse que a minha demora em falar algo fosse como uma confissão de culpa, ou que eu estava buscando as palavras corretas para ludibriá-la.

 

Nunca em toda minha vida eu tinha sentido uma dor como essa. Meu peito apertava, doía como se tivesse sendo esmagado. Era medo! Eu estava com medo de perder a Ana Beatriz, medo de ela não acreditar em mim, de não me dar a chance de explicar as coisas e que terminasse tudo o que temos.

 

Sei que o que ela viu pode parecer sem explicação, mas a verdade é que tinha. Não sabia ainda porque Jane havia agido assim, mas ela se aproveitou da amizade que eu nutria por ela para se aproximar sem que eu achasse necessário repeli-la, afinal, não considerava que ela pudesse fazer algo parecido com o que acabara de fazer.

 

Bia tem razão, eu nunca enxergo as coisas da forma correta, nem quando estão bem diante de mim, debaixo do meu nariz. Ela diz que sou ingênua, mas na verdade, eu sou burra mesmo. Idiota!

 

Soprei o ar e procurei aqueles castanhos que eram sempre tão repletos de doçura, de gentileza e amor. Ela me encarava em silêncio, talvez compreendendo que eu precisava daqueles instantes para conseguir controlar meu próprio corpo e minhas emoções. É, eu jamais encontraria mulher tão incrível como aquela, que mesmo presenciando o que acabou de presenciar, segurava a minha mão com carinho. A Ana Beatriz era realmente inacreditável.

 

-- Respira amor, está tudo bem. – ela disse quando me viu puxar o ar.

 

Ergui os ombros e soltei o ar.

 

-- Depois que você saiu, eu não sai do quarto em momento algum, fiquei aqui na cama, ora dormindo e ora tentando uma posição mais confortável para apoiar o braço. O Tony veio ao quarto me trazer os remédios e depois o almoço. Na parte da tarde, ele disse que teria que sair para resolver um problema, mas que voltaria em breve.

 

**********

 

– Flashback on –

 

Batidinhas na porta me tiraram do sono gostoso que eu estava. Ergui a cabeça e olhei em volta procurando Ana Beatriz, mas constatei que eu ainda estava sozinha. Suspirei. Não via a hora de ela chegar, já não agüentava mais ficar deitada naquela cama e estava morrendo de saudade dela. Acho que esses dias na presença dela me deixariam mal acostumada e depois teria problemas para voltar à rotina de trabalho onde não a teria por perto.

 

Novas batidas voltaram a chamar a minha atenção. Afundei a cabeça no travesseiro sem a mínima vontade de receber a pessoa que estava do outro lado da porta. Se fosse Tony, ele não bateria, e assim, me sobrava duas opções: Marjorie e Jane. Minha mãe definitivamente era a que eu menos queria ver.

 

-- Adele? Está acordada?

 

Era Jane. Levei alguns segundos, me perguntando se seria certo ou não recebê-la no quarto, mas quando ela insistiu mais uma vez, acabei me convencendo de que ela não sairia dali até que respondesse algo.

 

-- Estou. Pode entrar.

 

Com cuidado sentei e em seguida recostei-me na cabeceira da cama, e assim que o fiz, senti uma fisgada nos pontos do meu ombro. Fechei os olhos como resposta automática. Isso ainda dói!

 

-- Está com dor? – Jane perguntou assim que se aproximou.

 

-- Um pouco. Mas nada demais...

 

Seus olhos percorreram o meu rosto vagarosamente e ao final ela sorriu. Ela sentou na borda da cama e abaixou a cabeça. Quando voltou a erguê-la, seu olhar era completamente diferente daquele que ela me lançou segundos atrás. Me remexi na cama sentindo-me realmente desconfortável. Só não sei exatamente, a razão.

 

-- Podemos conversar um pouquinho?

 

-- Claro!

 

Jane começou me perguntando sobre a minha vida aqui no Brasil e me contou sobre a sua na Inglaterra. Ela disse que a vida dela estava conturbada e que andava se sentindo um tanto perdida, fazendo coisas que não queria fazer, mas que a família aconselha a fazer por ser o mais adequado.

 

Me lembro bem que ela sempre foi controlada pela família, e isso foi um obstáculo na nossa relação porque ela se negava a assumir o nosso namoro. Essa foi a primeira coisa que abalou o alicerce do que começávamos a construir, e a partir daí, tudo foi contribuindo para que finalmente o castelo de cartas ruísse. Jane era influenciável e maleável demais.

 

Passamos um bom tempo falando sobre amigos em comum e sobre o que andávamos fazendo. Vez ou outra ela voltava a lançar aquele olhar estranho na minha direção, e eu desviava, e assim, sem querer, meus olhos pararam no objeto que reluzia na sua mão esquerda: uma aliança.

 

-- Você se casou e nem me contou nada? – falei sorrindo enquanto ainda encarava o objeto.

 

-- Ah! – mirou a própria mão – Pois é, casei.

 

-- Homem ou mulher?

 

-- Homem.

 

-- Eu conheço?

 

-- Sim, conhece.

 

-- Quem é?

 

-- Harry.

 

-- Harry? Meu irmão? Você casou com o meu irmão?

 

-- Negócios de família. Meu pai estava falindo e achou que a salvação da nossa família seria se eu carregasse o sobrenome dos Evans, ele só não sabia que seu irmão e sua mãe também estavam falidos.

 

Não consigo acreditar que ela fez isso! Não dá pra aceitar que em pleno século XXI alguém case por “encomenda” e por causa de dinheiro.

 

-- É por isso que você e minha mãe estão aqui, não é?

 

-- Estamos precisando da sua ajuda.

 

-- Eu sabia!

 

-- Sua namorada ainda demora? – ela perguntou do nada.

 

-- Não, ela deve estar pra chegar.

 

-- Vou preparar um suco, você quer?

 

-- Quero.

 

Jane deixou o quarto e eu fiquei ali, pensando. Eu sempre soube do interesse de Harry em Jane, mesmo quando ainda namorávamos, mas nunca imaginei que ele fosse usar como subterfúgio a condição econômica da família dela para conseguir casar. Harry realmente era um homem asqueroso. Mesmo sendo meu irmão, e eu me esforçando muito, não conseguia enxergar nada de bom nele. A verdade é que esse enlace também me fazia duvidar do caráter de Jane, afinal, ela podia ter se negado.

 

O bom é que agora eu já sabia que Marjorie estava aqui provavelmente para me convencer a dar mais dinheiro para eles, e não porque se preocupava comigo. Os dois tinham bons lucros mensais, não sei como conseguiram afundar tudo e falir.

 

-- Prontinho! Um suco geladinho pra você. – disse me entregando um copo com um líquido vermelho.

 

-- Obrigada.

 

Voltamos a conversar, mas optei deixar de lado o assunto do casamento dela e consequentemente a ajuda financeira que as duas vieram buscar aqui.

 

-- Sinto falta de você. – ela disse mais uma vez do nada – Não sabia que ia sentir tudo isso quando te visse, mas bateu uma saudade da época que a gente namorava.

 

-- Nossa história ficou no passado Jane, e agora o meu presente e meu futuro são com outra pessoa, com a Ana Beatriz.

 

-- Ela é tão sem sal. – ela olhou para o celular que estava em seu colo e sorriu – Quer mais suco?

 

-- Acho que estou satisfeita.

 

-- Toma mais um pouquinho. Eu fiz com tanto carinho.

 

-- Tudo bem.

 

Ela saiu e voltou rapidamente com outro copo do suco. Dessa vez ela me entregou o copo, parada ao lado da cama, e quando o ergueu na minha direção, esbarrou sua mão na minha e derrubou um pouco do líquido em cima de mim. Me arrepiei inteira pelo contato do líquido gelado com a minha pele.

 

-- Ai meu Deus! Te molhei inteira Adele. Me desculpa. Sou muito desastrada. – disse colocando o copo sobre a mesa ao lado enquanto sacudia a minha camisa.

 

-- Tudo bem. Vou tomar um banho e trocar de roupa.

 

-- Ah não! Acho que molhei o curativo. Deixa eu ver.

 

Quando ela disse isso ela simplesmente montou em meu colo, deixando uma perna de cada lado do meu corpo. Fiquei tensa com isso, e não foi por sentir qualquer coisa de cunho sexual ou afetivo, foi simplesmente por ter consciência de que isso não estava certo, principalmente depois dela ter dito sentir saudade da época em que tivemos uma relação mais íntima do que a que tínhamos hoje.

 

-- Pode deixar, eu vou tomar banho e quando a Bia chegar peço pra ela trocar.

 

Jane pareceu não me ouvir e continuava ali demovida a arrancar a camisa de mim enquanto eu tentava me livrar de suas mãos.

 

-- Pode deixar Jane.

 

-- Eu vou enxugar isso.

 

E para a minha surpresa a mulher arranca a própria camisa ficando apenas de sutiã bem diante de mim. Jane estava sem camisa, sobre o meu colo e tentando enfiar suas mãos dentro da minha camisa. Ok! Isso estava muito errado! Me movi, e tomada por uma angústia por me ver naquela situação, coloquei força para tirá-la de cima de mim. Meu ombro não aceitou o movimento e doeu intensamente, me fazendo soltar um pequeno gemido de dor.

 

-- Para Jane.

 

-- Vai amor, tira essa blusa.

 

Mais um pouco de força, e mais um pouco de dor. Senti meu coração parar quando a porta do quarto foi aberta abruptamente e Bia entrou com o semblante pesado e o olhar carregado de um sentimento que eu não consegui decifrar. Senti meu mundo parar naqueles segundos, ou melhor, senti meu mundo inteiro desabar.

 

– Flashback off –

 

**********

 

-- Eu jamais te trairia! Eu te amo tanto, mas tanto, que a idéia de não te ter é a idéia mais inconcebível que eu posso imaginar. – suspirei – Eu juro pra você que não fiz nada amor. Você acredita em mim?

 

Ela sorriu lindamente pra mim e colocando uma de suas mãos em minha nuca, ela me puxou para junto dela, selando nossos lábios. Eu fechei os olhos e dei passagem para a língua dela que serpenteava meus lábios. Quando dei por mim, Bia estava montada em meu colo enquanto bagunçava meu cabelo me beijava de forma intensa.

 

Segurei sua cintura com o braço que eu podia mover e juntei ainda mais os nossos corpos. Me envolvi tanto naquele momento de entrega que até esqueci do ombro machucado e acabei magoando-o.

 

-- Melhor pararmos aqui. – ela diz tentando recuperar o fôlego.

 

-- Tá. – eu digo frustrada.

 

-- Como você é tarada Adele! – ela diz sorrindo largo.

 

Fiquei encarando aquele sorriso, aquele rosto de tez suave e delicada. Aqueles olhos castanhos tinham tanto poder sobre mim. Os lábios desenhados e rosados eram sempre tentadores, convidativos, e claro, também tinham um poder absurdo sobre mim. Pra ser bem sincera, qualquer coisa que viesse de Bia tinha total poder sobre mim.

 

-- Isso aqui quer dizer que você acredita em mim?

 

-- Isso aqui quer dizer que eu te amo imensamente e que confio no que temos, que confio no que você tem aqui dentro. – diz pondo a mão sobre o meu peito. Desculpa por ter titubeado ao invés de ter me dado conta logo de cara de que tudo não passava de um mal entendido, quer dizer, armação. No fundo eu não precisava nem ouvir o que você acabou de me contar, eu já sabia da verdade. Eu sei que você não seria capaz de me trair, e sei porque você me mostra todo dia e a todo instante o quanto me ama.

 

Meu coração só faltou explodir por ouvir aquelas palavras. Mais mágico do que amar e ser amado, e saber que confiam em todo o sentimento que você carrega no peito. É saber que confiam no teu amor.

 

-- Eu te amo Bia!

 

-- Eu também te amo Adele. Com todo o meu coração e toda a minha alma.

 

-- Nós estamos bem?

 

-- Estamos mais do que bem meu amor. Mas precisamos fazer algumas pequenas mudanças... – ela diz voltando a me beijar.

 

 

Continua...

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Olá meus amores! Tudo bem?

O que acharam desse capítulo? Jane armou mesmo pra cima do casal e mostrou que é realmente muito parecida com a Marjorie: uma cobra! Levou um tapa bem merecido.

Beijos e até o próximo!


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Comentários para 38 - Capítulo 38:
Silvanna
Silvanna

Em: 21/01/2019

Enfim atualizei os capítulos!

Diante de tudo que a Adele faz e diz para a Beatriz, seria impossível acreditar nesta traição, mas toda ciumenta sabe o que ocorre quando o sangue sobe à cabeça e a impulsividade das reações sobrepõem à razão.

Lindo esta certeza de ser amada.

Abraço

 


Resposta do autor:

Aê! Que coisa boa! Agora vamos continuar, né?

Ainda bem que Adele sempre fez questão de demonstrar o tempo inteiro o quanto ela ama a Ana Beatriz, e ainda bem que isso sempre esteve claro aos olhos dela, caso contrário, ela acreditaria na armação tosca que fizeram. Mas ela sabe bem que a loira não a trairia, com um amor assim não tem espaço para traições!

Ah é, eu, como uma boa ciumenta, digo que não é tão fácil assim segurar a onda e usar a racionalidade, não mesmo!

Beijos amore, até o próximo!

Responder

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Jebsk
Jebsk

Em: 21/01/2019

Até que fim que a Bia acordou e já deu um sacode na bruxinhadelicia. Falta a bruxamor 

;-)

 


Resposta do autor:

A bruxinhadelicia bem que mereceu né? Diria até que foi pouco RUM! A Marjorie tá precisando levar o dela pra ver se põe a cabeça e até o coração no lugar. Concorda? 

Beijos amore, até o próximo!

Responder

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Mandyletta
Mandyletta

Em: 18/01/2019

Incrível sua capacidade de nos deixar cada vez mais encantadas e viciadas na história. Obrigada por me fazer feliz a cada capítulo.

Já estava com saudades do meu casal e de vc tmb ;)

Tenha um ótimo fds! Bjs! :*


Resposta do autor:

Fala assim não que fico toda besta! kkkkk Eu que agradeço amore. E sorte a minha que tenho conseguido levar a estória ainda surpreendendo vocês. Espero conseguir isso até o fim. Ah, que continue viciada nesse casal também kkkk

Também estava com saudades de você, viu?

Uma ótima semana e dias recheados de coisas maravilhosas. 

Beijos e até o próximo!

Responder

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prarmada
prarmada

Em: 18/01/2019

Olha, não ia ter a sensatez e a calma da Bia não...


Resposta do autor:

kkkkkk Confesso que nem eu! Por mais que eu tente, sou mais emoção do que razão, então assim que abrisse a porta e desse de cara com outra pessoa em cima da minha mulher, ia sair na hora, na base do tapa. Depois eu avaliaria tudo kkkk

Beijos e até o próximo!

Responder

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Aurelia
Aurelia

Em: 18/01/2019

Isso ai Beatriz, mostra quem manda no pedaço, amor lindo o da Adele pela Bia. Confiança é fundamental, ótima observação autora.

Parabéns é um ótimo romance.

Não deveria, mas ansiosa pelo próximo capítulo.

 


Resposta do autor:

Achou que ia ficar tudo na boa, que ia fazer o que bem entendesse e ia ficar por isso mesmo, se enganou! Levou puxão de cabelo e ainda levou um belo de um tapa (MERECIDÍSSIMO!). Foi mexer com quem tava quieto.

Confiança é realmente a base de tudo, sem ela, tudo tende a ruir. Pode até demorar, mas sem confiança, o futuro nunca é diferente. Confiança e amor essas duas teem de sobra, pra dar e vender.

Obrigada pelo carinho amore!

Beijos e até o próximo!

 

P.S.: Não fique ansiosa...

Responder

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NayGomez
NayGomez

Em: 18/01/2019

Rá  belo tapa Bia kkkk Sabia que isso não ia dar em nada só falta agora a Cobra Mãe,  pra Bea colocar ela no lugar. Bom dia sabe eu estive pensando em duas coisa 1° a mãe da Bea Junto com o pai da Adele,  2° bem que a mãe da Bea podece aparecer no AP das meninas e falar uma coisa boas verdade para Mármore de como ser mãe de verdade.  


Resposta do autor:

Minha mão coçou pra compartilhar desse tapai aí oh! Onde já se viu, ficar em cima da mulher dos outros. Bem merecido, não só por ter se jogado pra cima da Adele, mas pela afronta e pela audácia. Não faz nem ideia do que são essas duas entre quatro paredes pra vir falar que Bia não satisfaz a inglesa! Sabe de nada inocente! 

P.S.: Oh, anotei as suas ideias e guardei num cantinho especial. Adorei! 

Beijos e até o próximo!

Responder

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preguicella
preguicella

Em: 18/01/2019

Aeeeee, Boa não jogou pra fora do apartamento mas pegou pelos cabelos! Que bom que tudo se resolveu e não ficou se arrastando pela desconfiança de Bia por vários capítulos, pois isso seria muito ruim, como Bia mesmo disse, Adele mostra o tempo todo que a ama pra cair nesse truque barato de Marjorie que avisou por mensagem que Bia estava chegando! E entendo que Bia só precisava esfriar a cabeça antes da conversa.
Na chegada das bruxas até achei que Jane tinha casado com o irmão bandido, mas depois achei que o desespero por dinheiro era tão grande que a bruxa mãe tava até aceitando a filha sapa. Elas são uó mesmo, despacha logo esses dois encostos! Hahahahah
Bjão
Resposta do autor:

Olha até eu senti vontade de pegar essa Jane pelos cabelos! Ainda bem mesmo que tudo se revolveu. Imagina se as duas se separassem por causa de uma armação fajutinha como essa? Mas não tinha como duvidar da nossa inglesa, é amor demais pra duvidar. Menina se reparou em quem avisou por mensagem hein? Marjorie cobra tava ajudando a outra a conseguir separar o casal e ainda por cima arrancar o que ela veio buscar: dinheiro. Eu sou como a Bia, não é sempre, mas as vezes preciso tentar esfriar a cabeça, porque senão, sai um monte de coisa que não vale nem a pena ser dito, e depois me arrependo. Na hora da raiva e da tensão, é um pouco difícil.

Esses aí são tudo uma corja, da pior espécie, e só vieram pra atasanar o juízo mesmo. Vou dar um jeito nessas duas!

Beijão amore, até o próximo!

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