Capítulo 37
Eu não podia acreditar que além de estar diante da minha sogra, que por sinal não fazia a mínima ideia de que era a minha sogra, eu estava também diante da ex-namorada de Adele. Aquilo era demais para os meus pobres nervos. Se eu já estava à beira de um ataque de pânico com uma, imagina com duas.
Lembro bem quando Marjorie apresentou a mais nova como a sua nora, e agora, pensando nisso, eu me perguntava o quê exatamente isso queria dizer. Mais do que isso, eu confabulava aqui com os meus botões se ela sabia sobre a verdadeira relação que houve entre Adele e a outra. Havia duas opções: a primeira delas, e que a senhora minha sogra tinha conhecimento sobre a relação das duas e havia mudado de opinião quanto à orientação sexual da filha. E como segunda opção, tínhamos a possibilidade de ela estar completamente alheia.
Meu íntimo preferia acreditar na primeira opção, mas se assim fosse, qual seria o sentido de as duas estarem juntas aqui? E pelo que eu me lembre Marjorie não era do tipo de mãe que fazia visitas a filha, não depois do que aconteceu entre elas e todo o resto da família. Entre elas o laço parecia ter sido rompido, portanto, apesar de pensar e pensar, não conseguia achar motivos para aquelas duas diante de nós. Tudo bem que Adele havia sofrido um atentado. Qualquer mãe morreria de preocupação diante de algo assim, porém, qualquer mãe, menos aquela que planejava internar a filha contra a vontade dela em um hospício porque ela havia assumido sua sexualidade.
Na sala havia se instalado um silêncio sufocante e muito, mas muito incômodo. Eu além de estar desconfortável, não tinha intimidade nenhuma para começar qualquer tipo de diálogo com elas, então só podia esperar. Minha namorada encarava as duas e parecia buscar uma explicação para tal visita inesperada. A loira, vulgo ex-namorada dela estava sentada no sofá, colada, agarrada a minha namorada de forma possessiva. Nem preciso dizer que eu já não fui com a cara dela.
-- O que é que vocês estão fazendo aqui? – finalmente o silêncio foi quebrado.
-- Ora não seja má educada Adele Marie! Não foi essa a educação que eu te dei. Também é muito bom lhe ver. E eu estou bem, obrigada. – se fez de desentendida.
-- Mãe nós duas não nos vemos há anos, e sempre que vou à Londres a senhora dá um jeito de simplesmente se ocupar a ponto de não ter tempo para me ver. Sendo assim, eu torno a perguntar: O que vocês estão fazendo aqui?
-- We came to see you dear. (Viemos te ver querida.).
-- Por favor, Jane, fale em português! Em respeito a onde estamos e também à minha namorada que está presente. A propósito, - ela ergueu a mão na minha direção me chamando para junto dela, o que eu atendi mesmo hesitante - essa é Ana Beatriz, minha namorada. Mas creio que vocês já se conheceram.
Em momento nenhum passou por minha cabeça que Adele falaria isso, assim, de supetão. Justamente por saber que isso seria uma afronta severa para com a mãe dela. E pelo olhar que a mulher lançou em nossa direção eu não estava nem um pouquinho errada quanto a isso. Tinha a impressão que os olhos dela pulariam das órbitas a qualquer momento. Ou sua cabeça explodiria tamanha era a vermelhidão que todo o seu rosto assumiu. Sei que não era a ocasião certa, mas eu quase ri ao comparar ela com um desenho animado.
Marjorie caminhou pela sala, olhando para todos os cantos do ambiente. Dava a impressão de que ela avaliava tudo, mas eu podia jurar que ela estava fazendo isso apenas para esconder o seu real humor. Tenho certeza de que se ela pudesse me fulminaria bem ali, sem pestanejar e sem remorso algum.
Depois do outro breve silêncio que pairou sobre o ambiente a mulher sentou na poltrona mais próxima do sofá onde Adele e eu estávamos e voltou a nos encarar. Senti até frio com aquele olhar gélido com o qual nos mirava. Tentei soltar a mão de minha namorada por realmente temer que a qualquer momento aquela senhora enfartasse, mas a minha inglesa não permitiu, pelo contrário, apertou minha mão entra a sua e me puxou para sentar junto a ela. O que foi ótimo, porque assim Jane se afastou.
-- Eu não vim aqui para brigar. – Marjorie soltou em um tom comedido.
-- Acredito que não. Então me diga, qual o documento você trouxe para que eu assinasse? Precisa de minha autorização em algo relacionado à herança de vovô?
-- Não me ofenda dessa maneira!
-- Não precisamos fingir Marjorie.
-- Ingrata! Eu vim até aqui porque seu irmão me ligou praticamente chorando e me contou sobre o atentado que você sofreu. Fiquei preocupada e vim ver com meus próprios olhos como a minha filha, a única filha mulher que eu tenho, está. Me preocupo com você e com a sua saúde Adele.
-- Ah sim, claro. E foi exatamente por isso que você e meu irmão pensaram em me internar em um hospício mesmo eu sendo detentora de todas as minhas faculdades mentais, não foi? Você não dá ponto sem nó Marjorie, então me diga de uma vez o que veio fazer aqui. Por acaso teve medo de minha morte e ficou desesperada ao se imaginar sem os lucros da minha parte na herança, foi isso?
Assim como eu, momentos atrás, Adele começava a hiperventilar. Sua mão que ainda segurava a minha estava trêmula, e seus olhos avermelhados. Só agora eu conseguia ter noção e compreender o quanto aquela mulher era nociva para minha namorada. Prevendo o quão cansativa e destrutivo seria continuar naquela conversa, tentei interromper aquilo, para o bem da minha loira.
-- Bom, vocês devem estar cansadas do voo, não é mesmo? Não querem descansar um pouco? Querem comer algo? Eu fiz o jantar, posso servir agora se quiserem.
-- Ótimo! Eu vou tomar um banho e descansar. Leve o jantar para o quarto, irei me recolher e não sairei mais hoje.
-- Ela não é sua empregada Marjorie, venha você mesma se servir e jante conosco.
Marjorie mordeu os lábios, provavelmente para que não permitisse a saída de alguma resposta desaforada ou coisa do tipo. O tom desafiador de Adele me deixava ainda mais nervosa, porque eu previa que a qualquer momento tudo aquilo eclodiria numa proporção talvez gigantesca. A sensação de que tudo poderia dar errado era eminente.
-- Pois bem. Irei me recolher. A sua...sua – fez uma careta – namorada poderia me mostrar meus aposentos?
Não entendi porque ela falou como se eu não estivesse presente e Adele precisasse responder por mim. Seria bem mais fácil dirigir a pergunta à minha pessoa, não?
-- Claro! – eu mesma respondi.
Levantei rapidamente e ajudei com a grande quantidade de malas que as duas tinham. Elas vieram atrás de mim enquanto cochichavam uma com a outra, usando o inglês. Apesar da curiosidade de saber o que elas falavam não me ative aquilo.
Não sei bem em quais os quartos Tony ia preferir que eu as instalasse, levei-as para qualquer um dos vários quartos de hóspedes que aquele apartamento tinha. O que me faz pensar: “Pra quê um apartamento tão grande se ele mora sozinho?”. Instalei Jane em um. E levei Marjorie para o quarto ao lado. Dei uma rápida arrumada pelo cômodo e deixei a mala que eu carregava comigo, em um dos cantos da porta.
-- Se precisar de alguma coisa, pode me chamar. Estou no quarto no final do corredor, à direita.
-- E Adele?
Sério que ela estava me perguntando aquilo? O que eu deveria responder? Devia me fazer de pudica, aquela que não trans*va com a filha dela e, portanto dormia em quarto separado? Dizer que não partilhava do mesmo teto que Adele? Ou simplesmente falar a verdade?
-- Estamos no mesmo quarto. – mesmo incerta, optei pela verdade.
-- Vocês moram juntas?
-- Sim.
-- Pode se retirar. – ela disse sem mais nem menos.
Sai trancando a porta logo atrás de mim. Senti-me como uma criada, onde eu tinha acabado de servir a minha patroa, e ela havia me dispensado logo após os meus serviços. Levei às mãos até as têmporas, massageando-as, já prevendo que essa estadia da minha sogra não seria nada fácil. Estava certa de que teria muita dor de cabeça enquanto àquelas duas estivessem por aqui.
**********
O clima aqui em casa não era dos melhores. Fazia apenas dois dias que a minha sogra, e a ex-namorada de Adele estavam hospedadas conosco, e nesse curto espaço de tempo pude ver o quão mesquinha, ardilosa e diria até venenosa, Marjorie era. Ela não perdia uma única oportunidade de me alfinetar e tentar me humilhar – usando o fato de eu não ser rica como elas. Às vezes me tratava como uma serviçal.
Adele andava estressada, aborrecida e até mesmo triste. Ela não admitia, mas eu sabia que a falta de carinho e a enorme soberba da mãe a magoava, assim como a forma pela qual eu era tratada pela megera. Marjorie em nenhum momento era carinhosa ou atenciosa com a filha, pelo contrário, o que ela queria era mostrar que minha namorada estava errada, e que a culpa da relação das duas ter ruído era única e exclusivamente de Adele, porque foi ela que escolheu viver no pecado, no erro.
Minha sogra não perdia a oportunidade de citar nomes de prováveis pretendentes para Adele, e eu, tinha ímpetos de esganá-la com minhas próprias mãos. Não sei em que momento essa mulher finalmente me respeitaria como a namorada da filha. Ou melhor, que isso, quando ela respeitaria a vida da própria filha, afinal, Adele não era mais nenhuma menininha.
Há dois dias essa mulher tirava a nossa paz e a minha pouca paciência. Eu tentava manter a compostura e não faltar com o respeito em momento nenhum, e não que ela merecesse, mas, eu não queria criar uma indisposição ainda maior para a minha inglesa.
Sempre que Marjorie tentava me humilhar ou espezinhar, se estivéssemos longe dos olhos de minha namorada eu guardava tudo o que ouvia, pra mim, não deixava isso chegar nela. E quando infelizmente ela presenciava algo, eu fingia que não tinha ouvido ou que aquilo não tinha me afetado, mesmo que não fosse verdade. O problema é que eu tava chegando ao meu limite. Marjorie sabia como me atingir, sabia como me ferir, mesmo eu tentando me defender.
Outra coisa que estava me incomodando bastante era a presença de Jane. Sempre que podia ela estava perto de Adele, tocando, falando baixinho e oferecendo ajuda. Uma ave de rapina! Ou melhor, uma serpente peçonhenta que estava à espreita do melhor momento para dar o bote. Eu sabia, tinha certeza de que Jane estava ali com alguma intenção, e o seu foco era minha namorada.
Aquelas duas tinham algum interesse por trás da visita inusitada e inesperada. Adele mesmo tinha certeza disso porque não era do feitio de nenhuma das duas o espírito de camaradagem. Então, o que nos restava era esperar o momento em que elas finalmente diriam quais eram os reais interesses, ou a máscara finalmente cairia.
-- Você tem certeza de que vai ficar bem amor? – perguntei pela décima vez.
-- Tenho princesa. Não vou sair da cama, e o Tony disse que ele mesmo faria vigilância nos horários dos remédios e que traria minhas refeições.
-- Estou me sentindo culpada por ter que sair hoje e deixar você aqui com essas duas. – fiz cara de enfado – Mas o seu pai disse que é importante, que eu preciso mesmo ir, que do contrário não me chamaria até a revista sabendo que as najas estão por aqui. Ah, e a titulação foram palavras dele.
-- Eu sei! Meu pai virou a página com a Marjorie, e não quer vê-la nem pintada de ouro. E nunca gostou da Jane, nem mesmo quando namoramos.
-- Não precisa me lembrar da parte que você e essa girafa loira foram namoradas.
Adele deu uma gargalhada e depois gem*u fazendo uma pequena careta de dor. Larguei o estojo de maquiagem sobre a penteadeira e caminhei até ela. Eu realmente estava me sentindo muito culpada por sair e deixá-la só. Mais culpada ainda porque ela havia rompido um ponto da cirurgia na noite passada, quando não obedecemos à risca a indicação do Dr. Fábio quanto a nenhum tipo de esforço ou atividade intensa. Eu sei, fui negligente, devia ter sido firme e freado as intenções de Adele ao deslizar suas mãos em meu corpo. Ouvimos um belo sermão ao voltarmos ao hospital para refazer o ponto, mas merecemos.
-- Vou ligar para o seu pai e pedir para marcarmos essa reunião para outro dia amor. – falei fazendo carinho em seus cabelos.
-- Nem pensar! Vai amor. Eu vou ficar bem, prometo.
-- Promete que se sentir qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, você me liga?
-- Prometo! Mas pode ir tranquila, está tudo bem.
-- Está certo! Volto logo, não demoro. – busquei sua boca em um beijo carinhoso – Eu te amo, sabia?
-- Eu também te amo, princesa.
Sorri e beijei suas bochechas, sua testa, seu queixo, seus olhos e por fim, sua boca novamente. Ela apenas sorria enquanto segurava minha cintura. Era aquele sorrisinho de lado, um sorriso contente e repleto de doçura. Amo esse sorriso dela! Quer dizer, eu amo essa mulher inteirinha Brasil!
-- Eu volto o mais rápido que eu puder.
-- Estarei te esperando ansiosamente.
-- Nem vem! Desfaz essa cara sacana ai que aqui – falei indicando meu corpo – você, só vai tocar de novo quando o médico disser que você está 100% recuperada. Não estou a fim de ouvir outro sermão como o que ouvimos ontem. E não, não podemos dar nem uns amassos – disse quando percebi que ela ia insistir.
-- Tudo bem. – ela fez a melhor cara de cachorro que caiu do carro de mudança – Mas vou ganhar ao menos uns beijinhos, não é?
-- Vou pensar no seu caso. Agora deixa eu ir, porque senão eu desisto e fico aqui na cama com você.
-- Isso não seria uma má ideia... – disse sugestiva.
-- Tchau meu amor.
Beijei aquela boca maravilhosa mais uma vez e deixei o quarto. Encontrei a filhote de jararaca na sala, falando ao celular. Ela me encarou e me deu um sorrisinho forçado: falsiane. Não retribui e nem me dei ao trabalho de ouvir ou tentar entender o que ela falava, apenas caminhei na direção da porta.
Nem bem passei pela porta da frente e vi a movimentação dos seguranças. Sandro se colocou ao meu lado, me cumprimentando cordialmente, e em seguida ficando no mais completo silêncio. Sandro também era ótimo, mas diferente de Ciro, ele ainda me assustava por ser grande e sério demais. O cara é do tipo que botava medo só por olhar pra gente por alguns segundos consecutivos. Não queria nem saber como seria aquele homem querendo realmente colocar medo em alguém. Se fosse Sandro a correr atrás de mim pelas ruas, ao invés de Ciro, acho que teria morrido de susto.
Quando cheguei ao estacionamento, já havia um carro preto à minha espera. Zara achou melhor que não saíssemos em carro particular, por isso, havia um carro da agência de segurança à nossa disposição. Coisa de filme né? Mas eu não reclamava mais, apesar de ainda me incomodar. No entanto, não tinha outra forma. Eu poderia me enclausurar, mas Edson não poupou nem mesmo a nossa casa, então não ia adiantar nada.
O que me preocupava era o fato de não termos conseguido provar o envolvimento dele com o atentado que sofremos. O cara que foi preso não deu nenhum nome e disse que agiu sozinho, mas distorceu a realidade ao dizer que eles confundiram o andar, e na verdade queriam atingir o andar de um cara com o qual ele tinha desafeto. Nada provado, e assim o Edson continuava a solto, livre, podendo fazer o que bem entendesse. Era melhor não pensar nisso ou eu acabaria surtando.
O carro pareceu deslizar pelas ruas de Fortaleza, não encontramos trânsito e até os semáforos pareciam colaborar comigo hoje. Quando chegamos ao prédio da revista, Sandro desceu na frente e logo depois veio me buscar no carro. Ah gente, isso é o tipo de coisa com o qual eu nunca me acostumaria, não adianta.
Identifiquei-me na recepção e identifiquei meu segurança também. Sandro subiu no meu encalço completamente em silêncio. Só ouvia algo vindo dele quando ele queria chamar a minha atenção, e assim, ele limpava a garganta, pigarreando.
-- Bia?
Girei o corpo para trás e dei de cara com o Júnior. Ele me chamou, no entanto, não era pra mim que ele olhava, e sim para Sandro. Bicha assanhada! Pra quebrar o encanto no qual ele mesmo se envolveu, tive que pigarrear. Acho que tô passando muito tempo com meu segurança mal humorado.
-- Júnior? Ei!
-- Ah! Oi. Como é que você está? E a Adele? – perguntou ainda olhando para o homem que estava um pouco mais atrás de mim.
-- Estamos bem, apesar de eu ainda estar muito assustada. E por isso tenho andado com essa sombra aqui. – brinquei tocando o ombro de Sandro - A Adele ainda está em casa, se recuperando, e eu só vim até aqui porque não consegui adiar ou evitar, mas por mim, estaria em casa cuidando dela.
-- Será que eu posso...visitar...vocês?
Nos visitar? Aham! Sei bem a quem ele queria visitar.
-- Claro Júnior! Pode aparecer lá. Estou precisando de amigos perto de mim mesmo.
-- Eu te ligo pra combinar então.
-- Ligue mesmo.
Despedi-me de Júnior e subi até o andar de Jack. Me apresentei à secretária dele e ela me encaminhou direto para a sala de reuniões. Estranhei porque achava que eu veria apenas de Jack, e sendo assim, não havia necessidade de essa conversa ser na sala de reuniões.
Bati a porta e ouvi a voz de meu sogro autorizar a minha entrada. Entrei e dei de cara com todos os representantes da Revista, Gregório e uma moça que eu sabia que era do Departamento de Recursos Humanos. Sabrina, o nome dela.
-- Boa tarde.
-- Boa tarde. – me cumprimentaram todos juntos.
-- Sente-se querida. Seremos rápidos, precisamos apenas te explicar algumas coisas e depois, precisamos de uma resposta sua.
-- Tudo bem.
-- Ana Beatriz eu não sei se você sabe, mas queremos lhe falar sobre as funções de um Editor Chefe... – começou Arlindo, um dos sócios.
Ele passou algum tempo falando e explanando enquanto Jack e os outros complementavam o que ele falava, ou simplesmente acenavam com um manear de cabeça em concordância. Boa parte do que era dito ali eu sabia, ou pelo menos tinha uma vaga idéia, apesar de algumas redações terem as suas peculiaridades.
Eu ouvia tudo com atenção e em nenhum momento quis ser desrespeitosa, mas a minha mente vez ou outra voava para casa e eu me perguntava como a minha loira estava. Será que Tony a lembrou dos remédios? Será que ela está comendo direitinho? Minha mente dispersou-se tanto que eu me perdi no meio da conversa e só ouvi o final de uma frase.
-- ...nova editora chefe!
-- O quê?
-- O que estamos dizendo querida, é que a minha indicação foi aceita e você está sendo nomeada como a nova Editora Chefe da My Sprinter. Todos aqui concordam com isso, e tudo o que queremos saber agora, é se você aceita.
-- Isso é mesmo sério?
-- Claro! E então, o que me diz?
-- É claro que eu aceito! Quer dizer, eu agradeço muito por confiarem esse cargo a minha pessoa e espero corresponder a todas as expectativas de vocês e...ai meu Deus! – falei um pouco mais alto levando as mãos à boca – Desculpa.
-- Não tem problema! – sorriu sendo acompanhado pelos outros - Gregório ira te auxiliar nessa primeira etapa, vai te ensinar tudo o que sabe e repassar tudo o que estiver pendente, mas isso será temporário, porque ele irá ocupar a chefia do departamento de artes muito em breve. E quando isso acontecer, você tem o nosso aval para escolher o seu assistente pessoal. Parabéns querida! – finalizou Jack.
**********
Eu deixei o prédio da revista com a sensação de que meus pés não estavam tocando o chão. Ainda não dava para acreditar que eu tinha acabado de assinar um novo contrato, agora com o cargo de editora chefe! Dava pra acreditar nisso?
O sorriso não cabia no meu rosto, e tudo o que eu queria nesse instante era dividir isso com Adele. Ah eu estava tão feliz! Estou louca pra compartilhar essa felicidade com a minha namorada. Se ela pudesse beber, eu levaria um vinho, ou talvez um champagne, alguma coisa com a qual pudéssemos brindar. Não faria mal eu querer brindar por causa da minha promoção, faria?
No meio do caminho eu pedi ao motorista para que passássemos em um restaurante de comida natural que Adele adorava, era no caminho contrário de casa, mas, não custava querer fazer um pequeno agrado para a minha loirinha dodói. Sandro desceu comigo e eu fui direto para o caixa. Pedi um suco de caju, – Adele amava esse suco – um salmão na chapa, e para sobremesa, em uma embalagem térmica, montei um açaí do jeito que eu sabia que ela gostava: cheinho de frutas.
Saímos do restaurante quando já começava a anoitecer. Eu estava contente e ansiando ver aquele sorriso branquinho que eu sei que ela me daria quando visse o que comprei pra ela. Era fácil agradá-la, ainda mais quando se tratava de comidas regionais daqui. Adele amava experimentar e conhecer novos sabores. Eu ficava toda me achando por ter a oportunidade de mostrar essas novidades a ela.
Quando cheguei a casa estranhei o fato de o apartamento estar no mais completo breu. Todas as luzes estavam apagadas. Ascendi a luz da sala e caminhei até a cozinha, ascendo as luzes pelo caminho. Deixei as sacolas sobre a mesa de jantar e retornei na direção do corredor que levava aos quartos. O apartamento não estava só escuro, estava silencioso.
Onde será que as duas jararacas haviam se metido? E Tony, será que já havia ido para a boate?
Encostei-me à parede e tirei os saltos que começavam a incomodar os meus pés. Havia esquecido o quão desconfortável esse sapato é. Tenho que me lembrar de tirar ele do alcance dos meus olhos, ou vou acabar calçando-os novamente.
Voltei a caminhar puxando a blusa que estava dentro da minha saia. Soltei o cabelo e abri alguns botões da camisa social. Não havia hora melhor do que aquela que você chegava a casa e podia finalmente se livrar das roupas alinhadas e pouco confortáveis.
Quando coloquei a mão sobre a maçaneta da porta, parei o ato ao ouvir sussurros, quer dizer, gemidos. Gemidos? Me afastei da porta rapidamente como se ela pudesse me dar choque. Olhei por debaixo da porta e vi a luz que vinha lá de dentro. Outro gemido chegou até meus ouvidos, era Adele. E em seguida ouvi a voz de Jane pronunciando “Vai amor, tira essa blusa”.
Foi o que me bastou, meu sangue ferveu e meus ouvidos começaram a zunir. Abri a porta com força, surpreendendo as duas.
-- O que é que está acontecendo aqui?!
-- Amor?
Continua...
Fim do capítulo
Olá meus amores! Tudo bem com vocês?
Mais um capítulo quentinho! Marjorie parece que chegou pra fazer um inferno mesmo. E então, o que será que rolou ai nesse final hein?
Comentem, tenho sentido falta de algumas meninas. E para aquelas que começaram a acompanhar, ou a comentar recentemente, meu muito obrigada. Agradeço imensamente às meninas que estão conosco (Blind e eu) desde o início...
Ah, quero apresentar duas pessoas à vocês:
Sandro - O Segurança Sisudo
https://www.thefamouspeople.com/profiles/images/jason-statham-8.jpg
Júnior - A Bicha Assanhada
https://www.areavip.com.br/wp-content/uploads/2016/10/Thiago-Rodrigues3.jpg
Comentar este capítulo:
Kelle Souza
Em: 17/01/2019
Autora, pelo amor, posta o cap 38 ainda hj? Se não eu morro de ansiedade Rs..
Resposta do autor:
Olá Anaiis!
kkkk não é judiando não, mas acho tão fofinho quando vocês ficam ansiosas. Eu também fico ansiosas pelos comentários, confesso. Eu demorei só um tiquinho, mas já vem capítulo aí. E desculpa pela ansiedade, viu?
Beijos amore, até o próximo!
Jebsk
Em: 17/01/2019
Já disse que Jane é uma tentação e eu caio em qualquer piscadinha dela, mas acredito que Adele não cai nos encantos. E se eu fosse a Bia, pegava a bruxinhadelicia pelos cabelos e dava uns tapas nela.
Na verdade, eu adaria uns tapas era na Bia mesmo... a garota precisa se impor e colocar as jaracacas para correr.
E Adele qdo vamos ter um pov dela?
Resposta do autor:
Olá Jebsk!
kkkkkk Eu ri com essa sua afirmação aí. Sério, qualquer piscadinha? Adele sabe bem o que quer, ou melhor, quem ela quer, e a gente sabe que não é a Jane. kkkkk Tadinha dessa Jane, tá todo mundo achando que ela merece uns tapas. Será que a Bia vai dar?
Acorda Bia!
Já já vai sair mais POV da Adele por ai...
Beijos e até o próximo!
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preguicella
Em: 16/01/2019
Armação, com toda certeza, pra fazer Bia chegar, pegar as duas em atitude suspeita, Bia ficar boladona e sair de casa deixando o caminho livre para as bruxas, mas vc não vai fazer isso com a gente, né?! hahaha
Enfim, eu só queria que a cena terminasse com Bia segurando a bruxa pelos cabelos a jogando para fora do apartamento! Mas Bia é mole, não vai fazer isso!
Bjãooo e nos surpreenda com o que vai acontecer no próximo capítulo. ;)
Resposta do autor:
Olá Preguicella!
Pois é, eu concordo contigo, isso tá cheirando a armação. Certo que foi uma situação beeem suspeita, mas não parece se encaixar como uma atitude da inglesa. Sem falar que essa Jane aí, não sei não. Mas o que poss o dizer é que a Bia não é tão boba assim...
A Bia parece ser mole mesmo né? Mas quem sabe ela nos surpreenda? Seria muito merecido jogar essa loira azeda porta a fora.
Vou tentar surpreender, prometo me esforçar.
Beijão e até o próximo!
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Aurelia
Em: 16/01/2019
Estou bege, será que Bia vai segurar a barra?
Ansiosa pelo próximo capítulo.
Demora não a postar pleaseeeee.
Resposta do autor:
Olá Aurelia!
Isso tá parecendo armação, e das mais baixas, não tá não? Mas a Bia é esperta, ela vai sacar que a inglesa não seria capaz de uma sujeira dessa.
Demoro a voltar não amore, prometo!
Beijos e até o próximo!
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NayGomez
Em: 16/01/2019
Bia é esperta vai saber que foi armação e das bem vagabundo, agora Bia tira essa loira azeda a tapa devcima da adele , e expulsa ela pelada mesmo do apartamento, que vai ser um maximo.
Resposta do autor:
Olá Nay!
A Bia tem que ser esperta, porque ela está rodeada de cobras, e se der bobeira, já era. Mas a gente sabe que a inglesa não seria capaz disso, não é? Eita! será que vai rolar uns tapas? Bem que essa Jane mecere mesmo. Tô contigo Nay!
Beijos e até o próximo!
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