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Blind por Bruna DX

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Palavras: 4475
Acessos: 2884   |  Postado em: 11/01/2019

Capítulo 36

 

 

Passava da meia noite. Meu corpo estava trêmulo, doía, e não era somente por cansaço, era também por causa da enorme tensão que se espalhava por meu corpo de forma severa. Antony estava ao meu lado, com o braço por cima de meu ombro, me puxando para ele, como se quisesse me passar força e tranquilidade. Ciro o avisou, e ele chegou aqui afoito, nervoso e tão aflito quanto eu.

 

Minha roupa e minhas mãos estavam sujas de sangue, e se não fosse por meu cunhado, que me entregou sua jaqueta para que eu me cobrisse, eu ainda estaria sentada naquela cadeira da sala de espera trajando apenas uma camisola de tecido fino. De qualquer forma, eu não me importava, tudo o que me importava era o estado de saúde da minha namorada, mas ainda não tínhamos notícia alguma!

 

Desde o instante que minha Adele havia sido levada por alguns enfermeiros, eu me encontrava ali, sentada, encarando o mesmo azulejo de cor indefinida na parede da frente. Agora eu conseguia chorar sem chamar atenção, mas há alguns instantes atrás, eu chorava descontrolada enquanto afagava os cabelos suados de Adele dentro da ambulância.

 

Uma angustia dilacerava meu coração sem pena alguma. A falta de notícia era torturante, e a cada médico que eu via se aproximar, mais eu me sentia sufocada quando percebia que ele procurava o familiar de outro paciente que não Adele. A sensação de impotência era uma das piores que eu já senti em toda a minha existência.

 

Nunca em toda a minha vida imaginei passar por algo desse tipo. Adele estava ferida! A janela de nosso quarto foi alvejada por tiros e um deles atingiu-a enquanto ela corria para me proteger. Ciro também foi atingido de raspão enquanto ele e Zara trocavam tiros com dois sujeitos que fugiam logo após os disparos contra nosso apartamento. Um atentado! Sofremos um atentado e agora Adele está lá dentro, ferida, sozinha...

 

-- Não chora não Bia. Vai ficar tudo bem. – Tony diz quase me fundindo ao seu peito.

 

-- Faz tempo que a levaram Tony, já deviam ter vindo aqui dar notícias dela. Eu quero vê-la, quero saber como ela está. – digo passando o dorso da mão no nariz que começava a congestionar diante de meu choro.

 

-- Eu tenho certeza de que ela está bem.

 

-- Ela está. – repeti para que eu mesma pudesse acreditar.

 

-- Onde ela está? Já sabem de alguma coisa?

 

Ergui os olhos e me deparei com Jack. A preocupação estava estampada em seu rosto. Seus olhos estavam vermelhos, e o cabelo levemente bagunçado indicava que diante de seu estado de nervos ele passava a mão na cabeça com freqüência.

 

-- Ainda não vieram nos dizer nada. – falei fungando.

 

-- Nada? – neguei maneando a cabeça.

 

Jack sentou ao meu lado e suspirou pesadamente. Podia sentir seu olhar sobre mim, mas mesmo assim optei por encarar o velho azulejo.

 

-- Você está bem? – perguntou tocando o meu ombro – Está ferida?

 

-- Não é meu. – disse encarando minhas mãos e tendo a certeza de que ele se referia ao sangue que manchava minhas mãos e minha roupa.

 

-- O que houve?

 

-- Ainda não sabemos pai. – Antony tomou a frente – Alvejaram o apartamento delas. Um dos seguranças também foi ferido e está em atendimento. E Zara, a outra segurança está prestando depoimento. É tudo o que sabemos.

 

De repente ficamos todos silenciosos. Permanecíamos um do lado do outro, mas era como se tivéssemos mergulhado em um mundo só nosso, onde apenas nossos próprios pensamentos nos acometiam.

 

Voltei a deitar minha cabeça no peito de Tony, sentindo assim um pouco de conforto chegar até mim, um pouco de alento. Fechei os olhos sem conseguir deixar de pensar que Adele só estava lá dentro porque nossos caminhos haviam se cruzado, afinal, Edson só fez o que fez porque inicialmente eu fui o seu alvo. Do contrário, Adele jamais teria se envolvido em tudo isso, chamando a atenção do canalha pra ela. Se não fosse por mim, Edson jamais teria motivos para se vingar.

 

A culpa é minha! – eu pensava.

 

-- Eu vou pegar um café pra gente. – disse Jack se retirando.

 

Assim que me sogro saiu, minha mãe chegou. Quando ela parou a minha frente, sorrindo de lado enquanto tinha um olhar triste no rosto, eu me entreguei mais uma vez ao pranto. Sentindo meu coração comprimir e minha consciência gritar: “A culpa é toda sua!”.

 

Minha mãe me abraçou apertado enquanto sussurrava palavras de carinho em meus ouvidos. Me avaliou desde a unha do pé até o último fio de cabelo até ter certeza de que eu realmente não estava machucada, depois, sentou ao meu lado, fazendo carinho em meus cabelos e me deixando chorar em seu ombro.

 

Jack retornou chamando nossa atenção e me entregando um copo de café. Sorri fraco ao ter um pensamento inoportuno invadir a minha mente “Por que é tão ‘cultural’ beber café na sala de espera de um hospital?”. Ainda brigando contra os soluços, apresentei os dois homens à minha mãe, e vice e versa. Não pude deixar de observar o olhar mais demorado que minha mãe lançou na direção do meu sogro. Em outro momento, eu brincaria com isso.

 

-- Vocês são parentes de Adele Evans?

 

Saltei da cadeira onde estava e me coloquei de pé diante do jovem médico que tinha um semblante cansado, mas tranquilo.

 

-- Sim! Eu sou a namorada dela. Como ela está?

 

-- Desculpe senhorita, mas só posso dar informações aos parentes da paciente. Ordens do hospital.

 

Olhei incrédula pra ele, sentindo uma raiva subir a minha garganta com tanta pressa que vinha arranhando todo o percurso. Estava pronta para confrontar, pronta pra dizer a ele algumas verdades, mas meu sogro me impediu quando assumiu a situação com tranquilidade. Ingleses!

 

-- Somos todos familiares dela, doutor, pode falar. Eu sou o pai de Adele. – completou quando percebeu que o médico ia rebater o que ele disse.

 

-- Tudo bem. – parou um instante e continuou – Adele deu entrada no hospital com uma perfuração à bala, no ombro esquerdo, um pouco acima do peito. Ela passou por uma cirurgia para a retirada do projétil que se alojou próximo da clavícula, mas agora passa bem. Alguns centímetros abaixo, e o tiro teria sido fatal.

 

Abracei minha mãe, enterrando minha cabeça em seu pescoço no instante que ele pronunciou a frase “...agora passa bem.”. O alívio foi tão grande que sorri mesmo deixando que algumas lágrimas ainda caíssem. Adele estava bem!

 

-- Graças a Deus! – ouvi minha mãe dizer.

 

-- Quanto tempo ela ficará aqui? – perguntou Tony.

 

-- Ela ficará sobre observação até amanhã. Creio que até a noite de amanhã ela terá recebido alta e poderá voltar para casa.

 

-- Podemos vê-la? – indaguei com pressa.

 

-- Ela está sobre efeitos de medicamentos e da própria anestesia, então nesse momento ela está dormindo, mas vou permitir que uma pessoa fique com ela no quarto, e o restante poderá vê-la amanhã, no horário de visitas.

 

-- Obrigada doutor. – Jack mais uma vez falou com calma.

 

O médico aceitou o cumprimento de mãos de Jack e depois se retirou. Quando isso aconteceu, procurei o olhar de meu sogro e de meu cunhado, estava prontinha para tentar convencer os dois de que eu precisava ver Adele hoje, precisava colocar mais olhos sobre ela. Sei que eles eram a família dela, tinham todo o direito de entrar antes de mim, mas eu não agüentaria esperar até amanhã. No entanto, não foi preciso perguntar.

 

-- Pode ficar com ela Beatriz, ela vai ficar feliz de acordar e te ver. – disse com carinho e complacência.

 

-- O senhor tem certeza?

 

-- Absoluta! Antony e eu voltaremos para vê-la amanhã. Apenas mande um beijo nosso pra ela, e diga que retornaremos no horário de visitas.

 

-- Obrigada Jack! – falei o abraçando.

 

-- Não há porque agradecer querida. – beijou meus cabelos – E não se preocupe, deixaremos sua mãe em casa.

 

-- Obrigada mais uma vez.

 

Eu me despedi de todos com abraços, todos me envolviam com força, e a cada um deles eu sentia o grande carinho em um pequeno gesto. Mamãe disse que também voltaria amanhã. Antony disse que passaria em nosso apartamento e traria roupas limpas pra mim e para a irmã, daria um jeito de alguém entregar. Já Jack disse que eu não precisava me preocupar com nada mais. Acho que ele se referia à revista.

 

Quando todos saíram, ainda me deixei ficar ali na sala de espera. Optei por esperar Tony trazer a muda de roupas para só então ir até o quarto de minha namorada. Adele poderia acordar antes de o irmão chegar, e eu não queria que ela me visse daquele jeito. Não seria nada reconfortante acordar e dar de cara com a sua namorada toda suja de sangue, descabelada e com o rosto inchado.

 

Mesmo ansiando ver minha namorada cada vez mais, só me encaminhei para o quarto quando enfim consegui tomar um banho e trocar de roupa, tudo com a ajuda de uma enfermeira gentil e sorridente daquele lugar.

 

No instante que adentrei o quarto e pousei os olhos naquela inglesa, senti o nó que havia se instalado em minha garganta, sumir gradativamente a cada passo que eu dava na direção de seu leito. Seu semblante era tranquilo, e parecia dormir apesar de alguns pequenos arranhões – provavelmente causados pelos estilhaços de vidro – macular sua delicada pele. O tom rosado ainda permanecia em suas bochechas, ainda que mais leve.

 

Voltei a chorar, mas dessa vez, tomada pelo mais profundo alívio. Obrigada meu Deus! Obrigada por protegê-la, por não ter deixado nada de ruim acontecer com ela.

 

Parei ao lado do leito e levei minha mão até os seus cabelos. Embrenhei meus dedos ali e fiz um carinho suave para não acordá-la. Sorri e senti o gosto salgado adentrar meus lábios. Depois da tempestade, agora meu coração era acolhido pela quase total calmaria. Curvei meu corpo e selei nossos lábios em um estalinho mais demorado.

 

Puxei a pequena poltrona que tinha no quarto e sentei mantendo a mão de Adele entre as minhas. Estava quentinha, como eu me lembrava. Não conseguia desviar o olhar um segundo sequer. Somente agora meu corpo começava a relaxar, meus músculos relaxavam pouco a pouco.

 

-- Você é louca sabia? Não devia ter feito isso. – suspirei – Eu fiquei tão preocupada, fiquei com tanto medo. Surtei quando te vi sangrar nos meus braços, e se não fosse Zara e Ciro terem entrado no quarto, eu não sei o que teria feito. Por favor, amor, nunca mais faça isso, nunca mais me dê um susto desses porque...porque eu simplesmente não consigo mais imaginar a minha vida sem você.

 

Minha voz voltou a embargar e meus olhos voltaram a arder. Fazer menção de ficar sem Adele era desolador, na verdade, era desesperador. Eu realmente não sei o que seria de mim se algo de ruim tivesse acontecido com ela, não sei, e só de imaginar, dói profundamente.  

 

Beijei a palma de sua mão e sussurrei “Eu te amo”. Deitei minha cabeça sobre o leito, bem próximo dela. Meu polegar deslizava sobre o dorso de sua mão em um carinho constante. Fechei os olhos aspirando aquele cheiro que só ela tinha, e nesse mesmo instante senti um carinho meio descoordenado em minha cabeça, para logo depois ouvir...

 

-- Eu também te amo princesa.

 

Ergui minha cabeça e encontrei aquele sorriso lindo, aquele azul que sempre me encarava com uma profundidade gritante me tirando de rumo. Sorri sem conseguir pronunciar mais nenhuma outra palavra. Meu coração pulava dentro do peito.

 

-- Eu fiz o que fiz, porque assim como você, não consigo imaginar uma vida onde você não esteja. Faria tudo de novo se fosse preciso.

 

-- Você estava ouvindo?

 

-- Senti sua presença assim que entrou no quarto, mas estava meio grogue para conseguir abrir os olhos. Ei – chamou-me com doçura – não chora. Estou aqui, ta tudo bem.

 

-- Eu tive medo.

 

-- Eu sei! Vem cá, deita aqui do meu lado.

 

Levantei e com cuidado deitei na cama, do lado oposto ao do seu ferimento, permanecendo um pouco distante por receio de machucá-la. Adele me segurou pelo ombro e me puxou para junto dela, fazendo com que eu deitasse sobre o seu peito. Segurei a sua cintura e me aconcheguei.

 

-- Promete que nunca vai me deixar? – perguntei baixinho.

 

-- Prometo!

 

Conversamos por algum tempo, e por diversas vezes ela se interrompia para perguntar se eu estava bem. Eu sempre afirmava que estava, mas que ficaria melhor quando estivéssemos em casa e ela estivesse totalmente recuperada. Nem parece que foi ela que levou o tiro, ta mais preocupada comigo do que com ela mesma.

 

Notei que ela estava sonolenta, e eu não estava muito longe disso. Mas por incrível que pareça, acabei dormindo antes dela. Os carinhos, o cheiro e a voz foram me inebriando, e por mais que eu tentasse ficar acordada, não conseguia, meus olhos pesavam e começava a pestanejar demoradamente. Lembro que a última coisa que ouvi foi o seu boa noite, e depois disso apaguei completamente.

 

 

**********

 

Como o médico disse, Adele recebeu alta antes do anoitecer, com uma receita de medicamentos considerável, e uma tipóia no braço para ajudar na cicatrização. Nos fez inúmeras recomendações sobre a recuperação da loira, e nos atentou sobre o repouso, lembrando de salientar com uma cara estranha enquanto olhava de Adele para mim “Nada de esforços ou atividades intensas até a cicatrização total”. Era isso mesmo? O médico estava nos recomendando não fazer sex*? Ok! Se tivesse um buraco bem ali no meio do quarto, muito provavelmente eu teria me enfiado nele.

 

Mas eu tenho de convir que a recomendação não era nem um pouco descabida tendo em vista que ele entrou no quarto hoje pela manhã, no exato momento que eu e minha namorada nos entregávamos em um beijo intenso. Daqueles que dá um calor, que vem subindo, atiçando e...pois bem, foi assim que ele nos pegou.

 

Em minha defesa, eu digo que Adele começou aquele beijo, e eu, não consegui negar, ou desviar do caminho para o qual ele começava a se enveredar. Ainda bem que doutor Fábio entrou no quarto antes da loira cumprir com êxito a tarefa de burlar a barra do meu vestido. Já imaginou se...? Não! É melhor não imaginar.

 

Quando deixamos o quarto do hospital, havia uma pequena comitiva esperando Adele do lado de fora. Minha mãe, Jack, Antony, Roberta e Samanta sorriram e comemoram junto com a loira a sua alta, e de lá, todos, exatamente todos, nos encaminhamos para o apartamento de meu cunhado.

 

Não podíamos voltar para o nosso apartamento já que parte da estrutura interna e externa do nosso quarto havia sofrido avarias. Então enquanto estavam fazendo reparos lá, ficaríamos no apartamento de Antony, que nos convidou gentilmente.

 

Ao chegarmos, tratei de acomodar a loira no sofá da sala do jeito que fosse mais confortável possível, porque ela insistia que queria receber a todos ali, na sala e estava cansada de estar deitada. Não discuti e me detive na missão de cuidar dela, fosse para mudar de posição no sofá sem pôr força no ombro esquerdo, para tomar o remédio no horário certo ou simplesmente para fazer um chamego enquanto ela narrava o que havia nos acontecido com os mínimos detalhes.

 

E falando do que aconteceu na noite anterior, lembrei de mandar uma mensagem para Ciro perguntando como ele estava e perguntando como havia sido com a polícia. Eu não tinha notícias dele desde ontem, e a última vez que o vi, foi pouco antes de entrar na ambulância com Adele. Da polícia eu também não sabia muita coisa, não nos disseram muito quando entraram no quarto essa tarde para colher depoimento.

 

Ciro: Estou bem Bia, o tiro foi de raspão, e eu já estou em casa ouvindo as broncas de Sophie. Zara me disse a pouco que a polícia recuperou imagens da câmera de segurança do prédio e conseguiram chegar até um dos suspeitos. A Zara foi lá reconhecer e tudo, mas ele ainda não abriu o bico.

 

A última parte da mensagem fez com que um arrepio percorresse a minha coluna. Prenderam um deles!

 

-- O que foi amor? – perguntou Adele tocando a minha coxa.

 

-- Nada. Estou falando com o Ciro. Quer alguma coisa?

 

-- Não princesa, eu estou bem.

 

Voltei minha atenção para o celular e mandei mais uma mensagem para Ciro.

 

Eu: Você acha que vão conseguir prender o outro cara? Será que ele vem atrás da gente? Não estou gostando dessa sensação.

 

Ciro: Prefiro acreditar que vão sim conseguir colocar as mãos no outro patife. Tenho certeza de que ele não vai correr o risco de ir atrás de vocês, e não se preocupe, o Sandro é tão bom quanto eu, e, além disso, Zara está mais alerta do que nunca. ´

 

Eu: Obrigada Ciro! Se recupere logo e venha tomar mais um café comigo.

 

Depois do que aconteceu, a própria Zara aumentou o contingente de seguranças. Lógico que com o aval de Adele. A questão é que agora a equipe de segurança era bem maior e bem mais equipada, ou seja, tinha sempre alguém na nossa cola, vendo e ouvindo tudo ao nosso redor. Havia carros descaracterizados, a postos no início da rua e alguns seguranças espalhados de forma estratégica comunicando-se entre si. Até parecia coisa de filme.

 

Talvez fosse um exagero se levássemos em conta que não éramos nenhuma celebridade ou alguma figura importante. Eu mesma pensava que isso era coisa de gente famosa, jamais imaginei que um dia minha vida seria resguardada por uma equipe especializada. No entanto, eu não tinha dúvidas de que aquilo era necessário. E de forma alguma eu pagaria pra ver qual seria a próxima ação contra a gente.

 

Com o avançar da noite, as visitas começaram a se despedir, deixando apenas Adele e eu em casa, já que Tony precisava ir para a boate esta noite. Mas claro, ele me fez jurar que ligaria sem hesitar se precisássemos de alguma coisa. Minha admiração por aquele homem crescia desmedidamente ao ver o cuidado, o zelo e todo amor que ele tinha pela irmã, e pelo pai. Antony era um grande homem!

 

De longe eu já conseguia ver um leve cansaço no semblante da loira, e exatamente por isso chamei-a para tomar banho e ajudei em todo o processo, mas claro, lutando contra a minha própria libido que subia sempre que passava a mão ou mirava seu corpo. Adele também não ajudava muito, já que aproveitando da situação ela não perdia a oportunidade de tocar meus seios. Convenhamos que nós duas, nuas, dentro de um banheiro, era bem tentador.

 

Depois do banho ela não aceitou meus argumentos, queria voltar para sala ao invés de ficar descansando no quarto. Sem ter muito que fazer e não querendo contrariá-la, acatei a sua vontade. Reclinei o sofá, apoiei o braço de Adele em algumas almofadas e a deixei assistindo TV com o pedido para que ela ficasse quietinha, enquanto eu preparava algo para comermos, principalmente ela que não podia atrasar nos horários de seus medicamentos.

 

Quando retornei à sala, a loira ressonava baixinho. Meu coração preencheu-se de carinho e ternura ao vê-la agarrada à pequena jaqueta que eu estava usando sobre o vestido. Ah como eu amo essa mulher! Estendi minha mão para tocar seu rosto e fui interrompida ao ver o aparelho celular dela praticamente dançar sobre a mesa de centro. Peguei o celular antes que ele acabasse despertando a loira.

 

Na tela havia a notificação de oito chamadas perdidas, e todas do número que acabara de ligar, todas em nome de Marjorie. Franzi o cenho diante de tamanha insistência. Quem era Marjorie? No instante em que eu me perguntava o aparelho voltou a tocar, e na tela, o mesmo nome. Encarei Adele como se ela fosse me dizer o que fazer, mas fiquei um tanto nervosa e sem pensar muito passei o dedo na tela, atendendo a ligação.

 

-- Adele, my daughter, I'm down here, but I do not know what your brother's apartment is. Can you authorize my entry? (Adele, minha filha, estou aqui embaixo, mas não sei qual é o apartamento do seu irmão. Você pode autorizar a minha entrada?).

 

Esbugalhei os olhos e rapidamente as palavras fugiram de minha mente. Na verdade, acho que sumiu toda e qualquer capacidade que eu tinha de pensar e falar ao identificar que Marjorie era a mãe de Adele, e que ela estava lá embaixo, esperando que a filha autorizasse a sua entrada para que ela pudesse subir.

 

-- Adele?

 

-- Ah...é...é a Ana Beatriz que está falando. – nem processei que eu deveria tentar falar em inglês ao invés de português?

 

-- Onde está Adele? – perguntou com um sotaque extremamente carregado.

 

-- Ela está dormindo. É...eu estou indo até ai buscar a senhora, só um minuto.

 

-- Right!

 

Ela encerrou a ligação sem esperar que eu falasse qualquer coisa. Mirei a tela do celular e comecei a hiperventilar instantaneamente. Adele ainda dormia serenamente diante de mim e eu simplesmente não sabia o que fazer ou como agir. Ah meu Deus, a mãe da minha namorada estava aqui!

 

Mesmo incerta e até com pena, decidi que acordar a loira era a melhor opção. Eu não saberia como agir com a mãe dela. Não estava preparada para um encontro com a minha sogra, muito menos agora, e isso estava me deixando muito, muito nervosa! O que eu devia esperar desse encontro não planejado?

 

-- Amor? – sentei ao lado da loira e chamei enquanto tocava seu rosto – Amor? Acorda, por favor.

 

 Ela abriu os olhos lentamente e me deu aquele sorriso lindo.

 

-- Desculpa, acabei dormindo.

 

-- Tudo bem.

 

-- O que foi? Você está com uma cara...

 

-- Sua mãe está aqui. – falei sem rodeios.

 

-- Minha mãe? – perguntou agitada tentando se aprumar no sofá.

 

-- Sim. Ela acabou de ligar para o seu celular, e eu atendi sem saber quem era. Ela não sabia qual era o apartamento do Tony e está lá embaixo esperando que eu vá buscá-la.

 

-- Shit!

 

-- Eu estou nervosa, amor.

 

-- Fique calma. E por favor, não leve em consideração tudo o que ela falar, principalmente se for em relação a nós duas, – disse apontando dela pra mim – ta certo? Não deixe ela te atingir. E enquanto ela estiver aqui, não duvide em momento algum do que temos, do que sentimos uma pela outra.

 

-- Por que está dizendo isso?

 

-- Porque eu a conheço e sei do que ela é capaz.

 

Pronto! Agora sim eu estava tensa. A mulher veio pra fazer da nossa vida um inferno, foi isso?

 

-- Certo. Então vou buscá-la.

 

Levantei e passei as mãos sobre o vestido tentando desamassar e alinhar como pudesse. Minhas mãos soavam em demasia e minhas pernas já não estavam tão firmes assim.

 

-- Eu te amo, certo?

 

-- Eu também te amo Adele. – disse buscando sua boca em um pequeno beijo.

 

Sai do apartamento e parei diante do elevador, apertando freneticamente o botão para chamá-lo. Voltei a hiperventilar e tentei me concentrar a fim de controlar a minha respiração e também as minhas pernas que insistiam em “agir” como se fossem feitas de gelatina. “Acalme-se Ana Beatriz, é só a sua sogra, não há nada demais em receber a visita dela.”.

 

O elevador chegou e eu puxei o ar com força antes de entrar. Encostei-me na parede metálica tendo consciência de que estava completamente despreparada para tal visita, mas tinha que estar.

 

Quando o elevador chegou ao térreo, não precisei mais do que alguns segundos para saber quem era Marjorie. Ainda estava dentro do elevador e mesmo assim, sem apresentação nenhuma eu já sabia que era ela. Puxei o ar mais uma vez e me aproximei da mulher imponente e cheia de classe, que parecia ter acabado de sair da capa de uma revista de moda.

 

-- Marjorie? – chamei-a quando estava próximo o suficiente.

 

A mulher me encarou e eu me senti como um grão de areia com a avaliada dos pés à cabeça que ela me deu. Ao lado dela estava uma mulher lindíssima, que assim como ela, parecia capa de revista de moda. O número de malas que jazia aos pés das duas, indicava que aquilo não era uma rápida visita, e isso fez meu estômago embrulhar, tamanho nervosismo.

 

-- Eu sou a Ana Beatriz, vim buscar a senhora. – me apresentei diante do silêncio.

 

-- Ah claro. Eu sou Marjorie Robinson e essa é minha nora, e amiga de Adele, Jane Thompson.

 

Ergui a mão na direção das duas em forma de cumprimento, no entanto, nenhuma das duas fez o mesmo. A mais velha me encarava com desdém, e a outra, parecia me avaliar, ou coisa parecida. Agora eu estava me sentindo menor que o grão de areia.

 

-- Vamos?

 

As duas assentiram, e com a ajuda do porteiro que carregava algumas das malas, subimos de volta para o apartamento. O nome Jane não me era estranho, acho que já tinha ouvido ele em algum canto, mas não conseguia lembrar onde. Enquanto elas andavam um pouco mais atrás, eu semicerrava os olhos como se assim fosse conseguir extrair da minha memória onde eu tinha ouvido aquele nome.

 

Abri a porta e dei passagem para as duas. Jane foi a primeira que se adiantou, e assim que entrou, deu um gritinho e correu para junto de Adele, enquanto essa esbugalhava os olhos em um claro sinal de surpresa.

 

-- Jane? O que você está fazendo aqui? – perguntou incrédula enquanto a outra se debruçava para beijar a bochecha da minha namorada.

 

Lembrei! Era isso! Lembrei onde e quando ouvi aquele nome. Jane era...ah não! Só pode estar de brincadeira! Não estou acreditando que isso ta acontecendo.

 

 

Continua...

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Olá meus amores! Como vocês estão?

Ufa! Nossa inglesa está bem, foi só um susto!
Alguém aí lembra do nome Jane? Alguém? Bom, parece que a Beatriz lembrou, e não gostou muito. E quanto a Marjorie, vocês acham que ela vai aprontar? Só posso dizer que Marjorie é realmente uma megera, e parece que veio acompanhada de talvez, uma aprendiz...

 

Marjorie - A Sogra Megera:
https://ep00.epimg.net/elpais/imagenes/2018/06/20/album/1529486356_284992_
1529487133_album_normal.jpg

 

Jane - A Aprendiz:
https://media.brides.com/photos/5a0ef9c31378d411e0e3fac8/1:1/w_767/margot-robbie-posts-photo-of-husband-and-puppy.jpg


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Comentários para 36 - Capítulo 36:
Regiani
Regiani

Em: 12/01/2019

Sacanagem em autora?! Acredito que não vai demorar muito pra Bia surtar com essas duas, haha! Mas dos males o menor, Adele crush platônica suprema, está bem! Ouvi um amém? Amém!! Haha

O elogio do comentário anterior foi genuíno, sua escrita é maravilhosa, apesar de ler muito (professora de português é um saco né?! Haha), foram raras as histórias que me prenderam a atenção tanto quanto a sua! Fico extremamente ansiosa! 

Beijos e bom final de semana! 


Resposta do autor:

Olá Regiani! Tudo bem?

Só um tiquinho de sacanagem...
Também acho que a paciência da Bia não vai durar muito não, acho logo logo ela surta com essas duas ai e colocas elas porta a fora. 
AMÉM! Adele, nossa gostosa inglesa, está bem! E até assanhadina já. Bia que se cuide! rsrsrs
Ow meu Deus! Pera que eu me derreti aqui. Fico muito contente em saber que minha escrita simples e amadora conseguiu te prender aqui. Você fica ansiosa, e eu, extremamente feliz! Mas oh, não repara muito nos erros não, tá? Brincadeira, pode apontar quando encontrar. Aceito dicas e críticas também. 

Beijos amore! Uma boa semana. Até o próximo

Responder

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preguicella
preguicella

Em: 12/01/2019

PQP e Marjorie ainda chama a criatura de nora! Socorro, pesadelo de Bia começando em nível hard! Isso não vai acabar bem!
E o pior, interesse de Jack na mãe de Bia. Vai ter treta! hahaha
Bjãooo
Resposta do autor:

Olá Preguicella! Tudo bem?

Marjorie não combina mesmo com a frase "vai ficar tudo bem". Ela foi um verdadeiro terror na vida da filha, e não sei se ela chegou pensando diferente. Bia vai ter que rebolar e ter muita paciência com a sogrona. Vamos mandar boas vibrações pra que a naja não consiga instaurar um inferno na vida dessas duas.

Vixe! Bem lembrado. Jack demonstrou interesse na mãe da Bia. Será que rola algo ali? Parece que vai ter treta mesmo kkkk

Beijão amore! Até o próximo.

Responder

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Jebsk
Jebsk

Em: 11/01/2019

Jane é uma Ex? Vou falar nada não mas a mulher é a tentação.

A mãe essa aí vai aprontar .....

Essas meninas não tem paz

;-)


Resposta do autor:

Pois é, a sogra jajaraca trouxe Jane, que é uma ex de Adele da época que ainda morava em Londres. O que será que essa ex quer, hein? Que a Bia não nos ouça, mas Jane é mesmo uma tentação. Agora vamos torcer para que Adele não ache o mesmo que nós duas, né?

Marjorie não é o tipo de mulher que dá ponto sem nó, e essa é a verdade. 

A paz realmente tá em falta na vida de nossas meninas...

Beijos e até o próximo!

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NayGomez
NayGomez

Em: 11/01/2019

Kkkkkkkkk ferrou Bia , fica calma bia e mostra que vc é  melhor em tudo. .. Estamos com tudo na torcida.. .kkkkk


Resposta do autor:

Olá amore! Tudo bem?

Ferrou mesmo, viu? Já não basta uma sogra que não é nem um pouquinho fã da sexualidade da filha, ela ainda trás junto o encosto da ex da Adele! Se segura e mostra quem manda Bia! Estou com você nessa torcida Nay!

Beijos e até o próximo!

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