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  • Capítulo 33 - Vivências…memórias para a vida toda…

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The Gift por Nadine Helgenberger

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Palavras: 10491
Acessos: 17449   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 33 - Vivências…memórias para a vida toda…

 

Apesar de muito cedo, a azáfama na cozinha do casarão já seguia o ritmo normal. Irene preparava a comida, Zé ajudava, e tudo fluía nos moldes de sempre, trabalho, Nenê cantarolando e as eternas rusgas com seu amigo e companheiro de uma vida.

 

--Zé, viste ontem?

 

--O quê mulher? Eu vejo tanta coisa...

 

--Percebeste que a Nina não entendeu ou aceitou muito bem aquela amizade toda entre a Cassandra e a Skya?

 

--Ai não, pelo amor de Deus criatura, hoje não, ou pelo menos agora não, poupe os meus ouvidos das tuas viagens doidas e sem sentido.

--Sem sentido? José, só é sem sentido porque não queres ver com os olhos abertos.

--Irene, tu não foste pedir ajuda às duas estrangeiras exatamente por achares que elas assim como a Nina e a Cassandra, formam um casal de namoradas, ou mulher e mulher sei lá? Elas namoram, certo?

--Sim.

--Então? A menos que isso tudo não seja nada mais do que a mais completa promiscuidade, as pessoas têm sentimentos, estão juntas. Como é que um simples passeio vai tornar-se numa tórrida história de traição nas montanhas imensas da Ribeira Grande? Pelo amor de Deus...tu sempre superas no quesito loucura desmedida.

--Não coloques palavras na minha boca, eu jamais sugeri nada disso...mas que a Nina não gostou lá isso ficou muito claro e se queres saber, a Catherine também não...

--Ah, agora conheces os gostos e reações da Catherine? Uma mulher que chegou aqui há poucos dias? Que proeza Irene, que proeza.

--Deixa de ser chato homem, mas pensa comigo, se a Nina tem ciúme da Cassandra, isso significa que ela ainda gosta dela, concordas?

--Para mim isso é obvio, independente de ciúme ou não. Elas gostam muito uma da outra Irene, do contrário, cada uma já teria seguido seu próprio caminho.

--Que bom Zé...então há esperanças.

--Elas nunca deixaram de existir criatura, tu é que não tens fé apesar dessa crença toda.

--O que a minha crença tem a ver com esse assunto José?

Zé limitou-se a fazer um gesto com as mãos e continuou seus afazeres.

Antes de terminarem as tarefas matinais e sem que qualquer hóspede tivesse chegado para o pequeno-almoço, foram surpreendidos e da melhor forma.

--Olá, bom dia. - Disse Luna sorridente e beijando Zé e logo em seguida Nenê.

--Bom dia família. - Foi a vez de Arthur ficar na ponta dos pés para beijar os mais velhos.

--Caíram da cama meus amores?

--Fome Nenê, estou faminta e sabes que esse pirralho não me larga.

Risos.

--Eu também estou com muita fome de bolo e chá da Nenê.

--Sentem-se meus meninos, o Zé vai preparar tudo que vocês gostam.

Zé começou a preparar os pratos e Irene logo reagiu.

--Quem quer panquecas com geleia de tamarindo?

--Eu. - Gritou Luna.

--Eu também, adoro a geleia da Nenê.

A alegria alastrou-se e o cheiro de café fresco aliciava o olfato de qualquer um que passasse pelos arredores do casarão.

Algum tempo depois...

--Zé, hoje eu acordei no meio da Nina e da Tashi...foi tao bom.

Os adultos entreolharam-se.

-Sim Zé, eu também. Dormimos todos na cama gigante do quarto delas. Sabes há quanto tempo isso não acontecia?

--Há muito tempo. - Respondeu o pequeno fazendo um gesto com as mãos que arrancou sorrisos dos adultos.

--E elas, dormem ainda?

--Sim, levantei-me cedo por causa da fome, tomei banho e logo em seguida ajudei o Arthur e saímos e elas nem notaram.

--Ah, não te esqueças de contar que passaste muito tempo escolhendo a roupa.

Risos.

--A minha e a tua, chato.

--Sim, eu vejo que estão todos lindos e coloridos.

--Gostaste da minha roupa Zé?

--Sim, eu adorei, ficas linda de amarelo.

--Presente da Tashi, ela só compra coisas lindas para mim, temos o gosto parecido.- Disse a pequena toda feliz.

--Eu adoro as roupas que a minha mãe Nina compra para mim.

--Tu és menino, muito fácil de agradar e a Nina compra coisas básicas, já para mim é necessário mais tempo para escolher e a Tashi tem mais paciência.

--Mas ela compra coisas para mim também, não penses que és a preferida da Tashi porque não és, eu sou o preferido das duas, sou menor, preciso de mais cuidados e atenção.

Zé e Nenê fartaram-se de rir do diálogo quase sério das duas crianças. Os dois, cada um à sua maneira, acreditavam que aos poucos tudo voltaria a ser como antes...

--Ei crianças, vão brincar um pouco lá no quintal do outro lado. Os hóspedes começaram a achegar e preciso cuidar para que tudo corra bem.

--Ok Nenê, mas depois voltamos para ajudar com a louça.

--E eu prometo levar-vos para o passeio à propriedade do Quintino, os cabritinhos nasceram e os coelhos também.

--Obrigada Zé, eu vou adorar. E tu Luna?

--Eu já adorei. Vamos Tujito?

--Vamos.

Saíram quase correndo rumo ao quintal onde havia muitas árvores e baloiço.

Nenê fez um gesto de agradecimento aos céus e Zé a abraçou sorrindo.


********************

--Luna...

--O que foi agora Arthur?

--Eu não sei se está certo...

--Consegues lembrar todas as coisas que as nossas mães dizem que são erradas? O Zé? A Nenê? Todos os adultos?

--Sim, claro.

--E isso que vamos fazer agora alguma vez foi mencionado?

--Não...pensando assim, não.

--Então? Nós só vamos fazer uma boa ação...

--Mas a Tashi e a Nina podem não gostar. - O pequeno parou de andar ao lado da irmã.

--Tujito, nós apenas queremos mostrar Ribeirão à Skya que foi muito simpática connosco e é amiga da Tashi.

--Sim, mas vamos convidar a amiga dela também...é a educação Luna.

--Eu sei, claro que vamos convidar as duas. Tu não queres brincar em Ribeirão? Não tens saudades de lá? Não vamos há tanto tempo...quero brincar com a Naila, Paloma...

--Luketa, Joãozinho, Samuka...que bom.

--Sem medo?

--Sem medo, tu és maior e eu confio em ti. Mas nós não avisamos nada lá no casarão...

--E achas por acaso que a Nenê permitiria?

--Mas não é errado agir assim?

--Um pouco, mas é por uma boa causa e não vamos prejudicar ninguém. Só queremos passar um dia brincando, levar a Skya para conhecer e as nossas mães também que só sabem trabalhar.

--Ok. A Nenê e o Zé também irão?

--Espero bem que sim...

--Vamos logo antes que comecem a nos procurar pela quinta.

De mãos dadas seguiram com passos firmes certos de que agiam bem.


********************

--Zé, oh José...

--Onde é o incêndio? Estou cá Irene, fui lá pelos lados do bosque...o que foi mulher, pareces preocupada.

--Luna e Arthur foram contigo?

--Não, ficaram a brincar por aqui...ordens tuas.

--Eles não estão no quintal e saíram sem que eu percebesse.

--Estão por aí...

--Mas não cruzaste com eles pela quinta?

--A quinta não é pequena Irene, e eu estava na ala norte, mas não os vi...

--Podes procurar lá pelos lados da plantação de Cana, a Luna adora brincar por ali...

--Vou lá agora mesmo e não te preocupes, eles estão brincando por aí...


--Eu sei, mas traga-os antes que a Nina e a Cassandra apareçam para o café...

--Ainda não vieram?

--Não...


Sorrisos cúmplices.


********************


Skya que acordara mais cedo e aproveitara para escrever e tocar um pouco na varanda enquanto Catherine dormia, olhava sorridente para os dois visitantes ilustres mas ainda sem entender muito bem o que eles queriam.

--Vamos lá para a varanda traseira? Estava ali a tocar antes de chegarem...

--Vamos, não queremos acordar a tua amiga...shhh, Arthur fale mais baixo.

Skya riu do jeito todo decidido da menina.

--Ela chama-se Catherine e não tem problema se acordar agora...

--Mas eu não gosto muito quando o Arthur me acorda para brincar...

--Ah Skya, a Luna às vezes demora a acordar aos fins-de-semana e eu só tenho uma irmã...durante a semana estamos na escola e lá tenho meus amigos mas aos fins-de-semana e nas férias como agora, só posso contar com ela aqui na quinta.

Risos.

Na varanda:

--Adorei o convite meninos.

Skya sorriu feliz e as crianças pularam.

--Vais adorar Skya, lá é ainda mais lindo que aqui e tem lagoa, grutas, cavalos, vacas, ar puro...

O menino fez um gesto como quem respira profundamente, que encantou Skya.

--Eu adorei a vossa ilha, aqui tudo é bonito...

--Ah mas tem a nossa casa lá no alto em Ponta do Sol, é tão bonita Skya, é azul e branca e toda de pedra...há alguns meses que não vamos para lá...mas o Arthur acha que se pedirmos muito e dissermos que queremos levar-te para lá...quem sabe...

--Eu adoraria...mas não vão para lá por algum motivo, obras?

--Não...lá não tem obras, nós simplesmente não vamos...mas eu quero muito que conheças, tu e a tua amiga, vou convencer a minha mãe...sabes Skya, a minha mãe Nina trabalha muito e quase nunca tem tempo e a minha Tashi não deve gostar de ir sem ela...

Skya sorriu diante da inocência daquelas crianças e ficou ainda mais interessada em conhecer todos os lugares dos quais elas falavam com tanto entusiamo.


********************


--Então Zé?

--Nada Nenê, e já até perguntei na quinta do Jack mas ninguém viu esses meninos.

--Procuraste no pomar?

--Sim, e no bosque, no observatório, nas árvores mais lá para cima perto da casa deles e nem sombra deles.

--Será que saíram?

--Para onde Irene? Não estão em casa do Jack, iriam para onde? Montanha acima? Eles são pequenos e não costumam andar sozinhos por aí...

--E a Lena que não chega...

--Esqueceste que ela foi a Ribeirão ajudar a Rita?

--Ah sim, e agora Zé?

-Calma mulher, não adianta entrarmos em pânico...

--Mas eu já estou em pânico, imagina se acontece alguma coisa a essas crianças, Deus me livre, já temos problemas demais por aqui...

--Calma Nenê.

--Eu não sei de onde tiras essa calma toda. Já procuramos pela quinta toda...e se?

--E se?

--E se algum hóspede saiu com eles sem a nossa autorização?

--Irene, essas crianças são bastante esclarecidas e a Luna não aceita nada de estranhos e ela sabe muito bem que não pode sair daqui sem autorização.

--Mas não passam de crianças Zé e posso estar errada, mas acho que meus meninos sentem o clima estranho entre as meninas, a Luna parece-me um bocado carente e o Arthur é uma criança linda e alegre, qualquer um se encanta e ele não tem a perspicácia da Luna...estou preocupada Zé.

--Entendo Nenê, mas não podemos entrar em desespero ou não conseguiremos pensar com a cabeça. Eu não queria procura-los em casa mas não me restam mais alternativas...não queria preocupar Nina e Cassandra, até porque acho pouco provável que eles lá estejam, mas...

--Vá mas sem alarde Zé...

--Eu é que vou, se fosse o contrário, se fosse a senhora, terias motivos para preocupações, já que drama é teu segundo nome.

--Ah cala a boca. Vai lá que eu continuo a busca por aqui.


********************

A conversa entre Skya e as crianças fluía naturalmente, o assunto agora era trabalho:

--Trabalhas em quê Skya? Eu quando crescer quero ser jogadora de volley como a minha mãe mas eu quero ser famosa e jogar no estrangeiro.

--E tu Arthur?

--Eu quero ser piloto de avião ou professor como a minha mãe ou ainda quero correr de cavalo e ser famoso também como a Luna.

Risos.

--Eu toco violino.

--Wow, e és famosa? Todo mundo te conhece? Estás no youtube?

Skya riu muito até ficar vermelha.

--Não, nem todos me conhecem, sim estou no youtube.

--Podes mostrar?

--Sim, claro.

Skya mostrou-lhe alguns vídeos e as perguntas aumentaram.

--Arthur, nós conhecemos alguém que está no youtube.

Risos.

--Mas é fácil estar no youtube Luna...

--Eu sei, meus colegas de escola colocam vídeos das brincadeiras, mas eles colocam, tu não, alguém colocou o vídeo da tua orquestra, isso significa que és famosa.

Skya riu às gargalhadas.

--Deve ser...

--Eu toco flauta, ou melhor estou a ter aulas desde os meus cinco anos.

--E gostas?

-Adoro, mas quero aprender a tocar piano mas aqui não tem aula desse instrumento...

--Hmmm, e tu Arthur?

--Eu toco bateria, estou a aprender e gosto muito. Quero tocar numa banda quando for grande.

--Isso ainda vai demorar...- Luna.

Risos.

--Nem tanto assim Luna, o tempo passa depressa...a minha amiga que chega amanhã toca saxofone, a Rebeka.

--Qual é saxofone? - Perguntou Arthur curioso.

--É aquele que o tio Carlos adora, e que o irmão dele toca no Luxemburgo.

--Ah, aquele assim. - Ele fez o desenho no ar do formato de um saxofone. - E que é cheio de botões?

--Esse mesmo.

--Eu acho lindo, mas não cansa a garganta Skya?

--Cansa um pouco. Tocar qualquer instrumento exige algum esforço, mas se gostamos nem sentimos.

--Podes tocar para nós?

--Posso claro, eu adoro tocar para os meus amigos.

Skya preparava-se para tocar quando Cathe apareceu na porta enrolada num lençol.

--Bom dia, temos festa aqui?

--Bom dia. - As crianças disseram ao mesmo tempo e com semblante mais sério.

--Eles vieram fazer-nos um convite.

--Hmmm, já gostei.

--Sim, viemos convidá-las para conhecer Ribeirão, um lugar lindo e onde temos uma casa grande e cheia de coisas para diversão.

--Muito obrigada. E a Skya já aceitou?

Skya olhava para Catherine com um sorriso no rosto enquanto ela conversava com Luna e Arthur.

--Ela sim, mas a senhora ainda não sabemos...

--Chama-me Cathe ok? É claro que aceito o convite para conhecer mais um lugar lindo da vossa ilha maravilhosa.

Skya fez um sinal para que Cathe se juntasse a eles ao que ela respondeu assim:

--Preciso de um banho antes de me juntar a pessoas lindas, cheirosas e bem vestidas.

Risos.

--A Luna escolheu minha roupa, às vezes ela acerta.

As adultas riram enquanto a pequena beliscou o irmão.

--Volto em cinco minutos. - Disse Cathe já no interior do quarto.

--E eu estou a contar os segundos.

Risos.

--Ela não ficou chateada com nossa invasão...

--Não, claro que não. A Cathe tem essa cara de séria mas ela é um doce...

--Sim, ela tem cara de séria mas é...como é aquela palavra Luna?

--Que palavra Arthur?

--Aquela que a mãe sempre usa para falar de ti...

--Meiga?

--Sim, ela é séria mas é meiga.

--Isso mesmo Arthur, a Cathe é muito meiga, um doce.

--Um doce, gostei.

Risos felizes.

 

********************


Cassandra acordou enroscada em Alanis que dormia tranquilamente. Olhou para os lados à procura dos filhos mas nem sinal deles. Estranhou um pouco aquela proximidade mas imediatamente decidiu aproveitar aquilo que era cada vez mais raro mas que lhe fazia muita falta.

Olhou para Alanis demoradamente, como era linda aquela mulher, não cansava de admirar. Dormindo parecia quase uma pintura e no dia-a-dia muitas vezes parecia uma força da natureza. Aquela era a mulher por quem se apaixonara há anos atrás e que por motivos que muitas vezes custava a entender já não vivia em plena harmonia, sintonia...que falta que tinha daquilo, quanta saudade...

Acariciou-lhe levemente o rosto lindo, os cabelos soltos...com a ponta do dedo contornou-lhe os lábios lindos, cheios, sensuais...Nina gem*u devagar e abriu os olhos.

Cassandra teve a impressão que a olhava pela primeira vez, tamanho foi o alvoroço no seu peito, no corpo todo. Alanis era linda, a mulher mais linda que já vira na vida...

O olhar doce e penetrante atingiu Cassandra bem no meio do peito a ponto de sentir calor no corpo todo. Gostava dela, não tinha como negar...era mais do que simples gostar, Alanis era parte da sua própria vida...

Presas no olhar ouviram alguém bater à porta com alguma insistência.

Cassandra quase agradeceu porque não queria simplesmente sucumbir ao encanto que Alanis despertava...queria sim voltar ao que era antes mas não apenas com uma sessão de muito bom sex*, queria conversar, brigar, entender, deixar tudo claro...coisas que nem ela entendia.

Saiu da cama e foi abrir a porta. Alanis veio logo atrás.

Era Zé, e Cassandra sorriu, ele era sempre portador de boas notícias.

--Bom dia Zé.

--Bom dia Cassandra, dona Alanis.

--Bom dia Zé.

Alanis e Cassandra ficaram lado a lado e de repente tudo pareceu normal, familiar...Zé teve até receio de causar problemas, mas algo precisava ser feito e elas como mães teriam de ser avisadas.

--Os meninos por acaso não estão por aqui?

Cassandra franziu a testa e olhou para Alanis.

--Não...bom, na cama connosco não estavam.

Nina já estava procurando nos quartos, na varanda...nada.

--Não estão Zé e no quarto da Luna há muitas roupas em cima da cama o que mostra que ela vestiu-se e saiu. Essa minha menina para escolher roupa é um caso sério, mas ela sempre arruma tudo porque a Cassandra briga e hoje não o fez, parece que saiu às pressas...

--O que aconteceu Zé? - Cassandra perguntou um pouco mais séria.

--Eles foram logo cedo tomar café, estavam todos bem vestidos e felizes. Tomamos café todos juntos, a Nenê fez panquecas que eles adoram e depois foram brincar na varanda porque os hóspedes começaram a chegar e eu fui fazer meu trabalho. Um pouco mais tarde apareci no casarão para tomar um café fresco com a Irene e ela perguntou se eles estavam comigo...

--Procuraste por todos os lugares Zé?

--Sim, mas vou procurar mais uma vez e com calma...

-Eles adoram esconder-se nas árvores...

--Sim, eu sei que estão por aí e desculpem por vir aqui tão cedo mas sabem com a velha é exagerada.

Risos.

--Nós já vamos para o casarão e tenho a certeza que até chegarmos lá essas pestinhas terão aparecido.

--Ok dona Alanis. Mais uma vez desculpem aparecer assim...

--Oh José, a Nenê exagera no drama e tu na discrição...somos uma família homem.

Risos.


********************


Catherine e as crianças divertiam-se com as muitas histórias de Skya ao redor do mundo. Histórias da sua infância andando de um país a outro, os muitos amigos, as várias línguas...Luna olhava admirada e não piscava o olho.

--Quando eu crescer quero ser como tu Skya, quero poder contar muitas histórias...

--Tu vais ter muitas histórias minha linda, tenho a certeza...

--Mas eu não saio daqui, já viajei a Mindelo mas foi de barco e uma vez fui de avião, conheci a Holanda e a Espanha, algumas cidades, mas eu quero conhecer muito mais, um dia vou visitar-te nos Estados Unidos. Queria também visitar a minha madrinha e a Alana mas a Alemanha é muito longe.

--Podes visitar-me quando quiseres e onde quer que esteja...às vezes eu mudo de lugar...

--Podem visitar-nos nos Estados Unidos, as portas estarão abertas para vocês e têm muita diversão para meninos da vossa idade. - Foi a vez de Catherine falar com entusiasmo.

--Vocês moram na mesma casa? - Perguntou Arthur que a essa altura já estava sentado nas pernas de Catherine.

--Mais ou menos...- Respondeu Catherine sem olhar para Skya.

--Isso significa que a Skya passa fins-de-semana contigo porque são muito amigas?

--Umhum...

--Nós também passamos fins-de-semana com alguns amigos e eles veem para cá também, mas o que eu e a Luna mais gostamos é ir para Ribeirão ou para a nossa casa azul e branca lá no alto.

--E também gostamos de levar todos os nossos amigos para lá...há muito tempo que não fazemos isso, mas hoje, com a vossa ajuda, iremos todos a Ribeirão e para dormir por lá. Vocês estão de férias, nós também. Ouvi a minha mãe dizer que o tio Carlos foi resolver algumas coisas de trabalho em Mindelo e que ela está focada nos treinos, a Tashi está de folga porque eu sei, então não há desculpas. Sabe Catherine, minhas mães são muito educadas, elas não recusam um pedido feito por nossos hóspedes, ainda mais quando as hóspedes são lindas, simpáticas e amigas delas.

Catherine e Skya riram muito do poder de argumentação daquela menina de apenas sete anos.

--Luna, agora precisamos voltar...

A menina olhou para o menino com um semblante preocupado.

--Já passou muito tempo?

--Como assim? - Perguntou Skya.

--É que ninguém sabe que estamos aqui... - Disse Arthur baixinho.

--Como assim? - Perguntou Catherine.

--Não dissemos nada à Nenê ou ao Zé...- Respondeu Luna com voz mais baixa ainda.

--Alanis, Cassandra?

--Não...

--Skya...Cathe, não foi culpa minha, a Luna insistiu...

--Os adultos devem estar preocupados, deveriam ter avisado...

--Podem ir connosco ao casarão? Assim ninguém briga...

Catherine sorriu e fingiu pensar.

--Por favor...- Implorou a pequena.

--Claro que sim, mas saibam que isso não é correto. Mas entendemos que é por uma boa causa.

Risos.

--E eu que pensava que eras séria e quase chata...

Catherine e Skya riram da espontaneidade da menina.

--Mudaste de ideia?

--Muito...além de bonita ainda és simpática e falas inglês devagar para que eu possa entender, embora a Skya tenha traduzido quase tudo, principalmente para o Arthur que ainda não sabe inglês.

Catherine sorriu feliz.

--Falas muito bem para uma menina da tua idade e entendes quase tudo.

--Eu estudo inglês desde os 4 anos, minha mãe Nina sempre diz que vou estudar num país onde se fala inglês como aconteceu com ela...vamos? Todo mundo deve estar preocupado.

--Vamos sim senhora dona Luna.

Risos.

--E querem mesmo ir a Ribeirão?

--E dormir no paraíso? Claro que sim.

Risos.


********************


--Pelo amor de Deus, onde estas crianças se meteram?

Alanis já era puro desespero. Irene seguia no mesmo ritmo mas completamente calada.

--Calma dona Alanis, elas não saíram daqui.

--Será Zé? A Luna é aventureira e o Arthur, sabemos muito bem como é e ele faz tudo o que a irmã pede...

--Alanis, a Luna é aventureira mas muito responsável e com elevado sentido de limites, ela jamais sairia das dependências da quinta sem comunicar.

--Eu sei Cassandra, mas não sei mais o que pensar...não quero imaginar coisas mas...

--Para, ok? Lembra do que sempre dizes, pensamentos são fortes...então para.

--Se acontece alguma coisa com meus filhos...- Nina não aguentou e começou a chorar. Irene já nem estava na cozinha, preferiu chorar sozinha no quintal.

--Não aconteceu nada Nina, não podemos pensar no pior...eu entendo o teu desespero mas não podemos perder a calma...o Zé foi fazer a ultima ronda e se depois disso nada mudar, aí sim, agiremos de outra forma.

--Eu não sei ser calma como tu...não sei.

Alanis abraçou Cassandra que a estreitou nos seus braços.

Um minuto depois, talvez menos, Zé entrou esbaforido na cozinha com um largo sorriso no rosto.

--Dona Alanis...Cassandra...

--Calma Zé, respira.

--Irene...velha, vem cá.

Nenê juntou-se ao grupo com o mesmo semblante de preocupação.

--As crianças, graças a Deus.

--Zé?

Alanis correu para fora do casarão e gritou Cassandra mal contendo a felicidade.

--Olha para aquilo.

Risos felizes.

Luna vinha sorrindo de mãos dadas com Skya e Arthur nas costas de Catherine.

--Essas crianças...

--Obrigada meu Deus...obrigada.

--Mãe...Tashi, Nina, nós convidamos a Skya e a Cathe para a nossa casa em Ribeirão e elas aceitaram, vamos?

Nina olhou para Cassandra que sorria diante da desenvoltura da filha.

--Nós estávamos preocupados, sabem que não podem sair sem avisar para onde vão.

--Eu sei mãe, mas foi a Luna que me convenceu e eu também queria convidar nossas amigas para um passeio em Ribeirão e elas estão de férias.

--Nina, desculpa. Eu sou a culpada...só queria ver minha família feliz e minhas amigas também. Desculpa Tashi.

Luna agarrou-se à cintura de Skya como quem pede socorro.

--Calma filha, ninguém está triste contigo, nós só gostamos de saber onde estão...

--É, porque somos crianças não é Tashi?

--Isso mesmo Arthur.

--Mas não saímos da quinta. Fomos convidar nossas amigas no quarto delas...talvez isso tenha sido errado, mas elas não ficaram zangadas.

--Nada zangadas. Nós adoramos o convite.

--Amor, não vai ser possível irmos dormir a Ribeirão, tenho treino mais tarde e é muito importante...

--Ah Nina, é sempre assim... - A menina olhou para Cassandra como quem espera uma solução.

Cassandra olhou para Alanis que parecia perturbada por não poder agradar a filha e logo solucionou a questão.

--Já sei, a Nina tem treino e é importante. Ela não pode faltar ao treino à noite mas ainda são 10 horas, ou seja podemos fazer um passeio de carro pelas belezas da nossa ilha, mostrar coisas belas às nossas hóspedes e depois ela vai treinar sem problema.

--Aceita mãe, por favor.

--Claro que sim Luna e amanhã podemos ir a Ribeirão porque na véspera do jogo não treinámos.

As crianças pularam de satisfação e por instantes, a alegria de outrora voltou a reinar absoluta.


********************

Luna fazia questão de explicar cada detalhe dos lugares por onde passavam de carro a duas estrangeiras completamente deslumbradas com toda a beleza que as montanhas gigantescas escondiam.

--Mãe, vamos para a nossa casa lá no alto?

--Hoje não meu bem, lembra do treino da Nina, mas vamos a Fontainhas...

--Wow, Skya, vais adorar, é lindo...Cathe é maravilhoso.

Alanis sorria feliz diante da alegria da filha mas também ressentia-se ao perceber claramente que aquela criança que agora estava visivelmente emocionada, durante muito tempo tinha sido privada de seus momentos felizes por mero egoísmo dos adultos. Suspirou profundamente e olhou para a natureza exuberante à sua volta.

Cassandra percebeu que alguma coisa não ia bem e imediatamente sugeriu uma solução que normalmente agradava a todos.

--Que tal um pouco de música?

--Claro Tashi, nós sempre ouvimos músicas no carro.

--Gostam?

--Adorámos. A Skya não vive sem música. - Disse Catherine sorrindo.

--Tashi, sabias que a Skya toca violino, é famosa e tem milhões de vídeos no youtube? E tu Nina?

Gargalhadas altas.

--Não sabia...muitos vídeos no youtube?

--Vários e ela toca em orquestras, ah e tem uma amiga que vai chegar lá na quinta e que toca saxofone.

--Interessante, de repente formam um quarteto, tu na flauta, o Tujito na bateria, a Skya no violino e a amiga dela no sax.

--Ah mãe estás a brincar, a Skya é famosa, imagina se ela vai tocar com gente que está a aprender, no caso do Tujito ele só faz barulho.

Gargalhadas altas.

Alanis que estava um pouco mais retraída cuidou do som ambiente. A viagem seguiu ao som de Birds (Coldplay).

A costa norte da ilha, com todas as suas ravinas, falésias, mar à vista, montanhas imponentes e quase sempre com caminhos vicinais completamente desertos, salvo uma cabra ou outra que corajosamente galgava as pedras, aquele cenário lindo deixava as estrangeiras em êxtase. Luna falava sempre, mas em determinados pontos muito altos e com precipícios assustadores, calava-se. Catherine estava com medo daquela altitude toda mas a maestria com que Cassandra dirigia o carro a tranquilizava. Skya não cansava de fazer fotos e perguntar sobre tudo em completo deslumbramento.

--Estou deslumbrada com tanta beleza e preciso confessar que com algum frio na barriga também...mas essa terra é linda, é perfeita para esquecer dos problemas da vida...- Disse Catherine completamente encantada.

--Não precisa ter medo Cathe, minha mãe dirige muito bem e ela conhece tudo como a palma da mão.

--Mas não foi sempre assim Luna...a Cassandra já teve verdadeiro pavor dessas montanhas...

--Mas isso foi muito antes de nasceres filha, venci meu medo e hoje em dia tudo parece ser tão meu...

A intensa troca de olhares entre as ocupantes do banco da frente não passou despercebido às adultas dos bancos de trás e elas sorriram, um código que entendiam bem.

Passaram por Ponta do sol rapidamente, com a promessa de que no regresso parariam um pouco naquele lugar que era sagrado para Cassandra.

Numa das muitas curvas antes de chegar ao ponto onde teriam forçosamente de andar até a vila de Fontainhas, Cassandra parou o carro. Alanis sorriu porque viajou no tempo...há alguns anos atrás tinha feito a mesma coisa com ela que ficara deslumbrada ao ver o que tinha depois da curva. Sentiu-se feliz, não soube exatamente porquê mas uma sensação de felicidade invadiu-lhe o peito.

--Skya? - Cassandra sorriu ao ver os olhos brilhantes da visitante e a boca aberta.

--Estou sem saber o que dizer, sentir...que lugar é esse? Parece que só existem seis pessoas no mundo todo...e esse mar imenso, azul...eu nunca vi nada assim na minha vida...nunca.

Skya pegou a mão de Catherine e desceram do carro rumo ao parapeito. O vento fresco com cheiro de mar abriu-lhe todos os sentidos. Era muito alto e ao fundo via-se a outra vila por onde tinham passado há momentos atrás. Os barcos pareciam brinquedos no mar e o sol batia nas rochas tornando o castanho quase dourado, as folhas verdes vibrantes...lindo.

--Skya, viste a largura da estrada?

Skya abraçou Catherine por trás, não queria que ela sentisse medo, apenas prazer.

--Ela dirige bem e conhecem tudo aqui...relaxa, sinta, parece que conseguimos ouvir todos os sons do silêncio...

--Sons do silêncio...pensei a mesma coisa.

Trocaram sorrisos.

--Eu quero fazer esse caminho a pé, uma trilha...Alanis, tem trilhas por aqui?

--Sim, Ponta de Sol/Fontainhas/Cruzinha/Chã de Igreja que é onde moramos. Queres fazer?

--Sim. Já sei que a Cathe não se anima, então vou esperar a Rebeka que essa sim não vai perder uma trilha.

Risos.

--É só marcar que fazemos. O Balta é perito nesses caminhos e ele sempre descobre coisas novas...

--Sua terra é linda.

--Espera para ver o que há depois da curva...

Skya gritou com os braços abertos para ouvir o eco da voz. A sensação de liberdade era perfeita.

Cathe pegou-lhe a camera das mãos e passou a fotografá-la. Adorava vê-la feliz e não se lembrava de vê-la tão entregue, fascinada...livre.

E depois da curva...lá estava ela, com todo o seu encanto único, Fontainhas.

Nenhuma palavra conseguiria traduzir o que os olhos viam. Fotos, muitas e sob todos os ângulos.

--Obrigada, mil vezes obrigada por nos trazerem aqui. Estou sem palavras e com o coração batendo na garganta.

Cassandra sorriu diante das palavras de Skya...já vivera algo muito semelhante e a mesma sensação a dominava cada vez que colocava os olhos naquela vila encaixada no alto das montanhas.

Olhou para o lado e viu Alanis abraçada à filha que apontava para longe sorrindo. Arthur a surpreendeu com um abraço apertado e muitos beijos na bochecha enquanto reclamava fome. Algumas certezas ganharam força na sua cabeça naquele momento e o coração, ah esse bateu nas melhores sinfonias.

O almoço em Fontainhas foi um momento de descontração e de estreitar de relações entre as adultas. Cassandra quis conhecer um pouco mais Catherine já que sua empatia inicial tinha sido Skya. A americana afinal era tão interessante quanto a violinista, aliás poderia facilmente concluir que uma era o complemento da outra. Encantou-se pela forma leve como Catherine falava de Skya, teve saudades...sim saudades de quando pensar em Alanis era quase como flutuar.

Ela parecia feliz, brincava com as crianças numa praça tendo Skya como companheira de todas as brincadeiras.

O regresso à Ponta do Sol teve Alanis como motorista. As crianças estavam mais calmas e pouco falavam. Catherine observava a natureza com calma, como quem quer reter detalhes na memória e sorria com as caricias de Skya no seu cabelo.

As ocupantes da frente seguiam com suas mentes fervilhando e os corações ao rubro. A música seguia o gosto de Alanis, sua banda favorita...Up&Up (Coldplay).

 

********************


--O que tanto fazes nessa cozinha criatura?

--Preparando o jantar, o que mais querias que eu fizesse?

--Jantar? Ainda é cedo Irene.

--Sim, mas quero fazer algo especial. Tenho um pressentimento que muita coisa vai acontecer e também quero encaminhar as coisas para levar a Ribeirão amanhã. - Concluiu sorridente.

--Nem acredito que iremos todos juntos...

--Quando eu digo que sei o que faço...

--Desta vez até acertou, mas poderia correr mal...

--Mas não correu e estamos no bom caminho. Há quanto tempo essas meninas não saem juntas com as crianças? Há quanto tempo não se ouve falar de Ribeirão por aqui como opção de lazer?

--Estás certa Nenê e sendo assim vou ajudar-te.

--Ah, que sensatez.

--Chata. E não te esqueças que a Nina tem treino e ela não virá jantar.

--Não virá no horário normal mas guardo o prato dela como sempre faço.

--Sim senhora. E o cardápio de amanhã?

A conversa continuou amena, pouco lembrando as rusgas habituais.


********************


Luna pediu para brincar um pouco na praia e Alanis parou o carro. A pequena correu pela areia e Arthur foi logo atrás. Queriam catar pedrinhas, búzios, conchas mas foram proibidas de entrar na água.

--Aqui é a Ponta do Sol, eu particularmente sou apaixonada...

--É maravilhoso Cassandra...o por do sol é de tirar o folego, esse mar bravio, essas rochas que parecem que vão cair sobre o oceano...estou encantada, eu sei que parece redundante, mas só o encanto define o que estou a viver aqui.

Cassandra sorriu e caminhou em direção à ponta do cais onde os botes de pesca estavam ancorados à espera de um novo dia de faina.

Cathe e Skya sentaram num quebra-mar e limitaram-se a sentir, com os olhos, a pele, coração...

Alanis olhava para Cassandra que parecia estar em outra esfera. Ela sentia o lugar, amava aquele pedaço de chão, aliás tinha sido assim desde sempre...

Aproximou-se sentindo o coração bater tão forte, ele não batia assim há algum tempo, pelo menos não por ela. Batia pelos filhos, pelas suas conquistas, alegrias, descobertas, mas bater desgovernado por Cassandra ou qualquer outra coisa não...e agora a sensação era de batucada no peito.

--Nunca cansas de admirar...

--Nunca, eu me lembro a primeira vez que pisei nesse lugar e me apaixonei para sempre. Eu amo cada pedacinho de terra...

Alanis olhou para Cassandra e foi como se fosse pela primeira vez. Ela apaixonou-se pelos olhos verdes, pelo sorriso, cabelos aloirados ao vento, bochechas rosadas...sentiu o cheiro que vinha dos cabelos, o perfume da pele...fechou os olhos. Abriu-os devagar e a imagem permanecia a mesma, sentiu uma explosão no peito e uma vontade de gritar...

--E eu te amo...tanto. - A expressão nos olhos de Alanis quase ofuscou Cassandra. O brilho era intenso, a boca tremia, as mãos também...Cassandra sofreu uma espécie de cambalhota sem se mexer, aliás estava pregada ao chão.

--Ainda? - Foi a única coisa que conseguiu dizer e ainda assim num fio de voz.

--Sempre, todos os dias da minha vida desde que te conheci.

O ponto de interrogação na face de Cassandra motivou Alanis a falar...

--Desculpa-me... eu sei que já pedi mil vezes e que sou uma idiota mas eu te amo Cassandra.

--Mãe...Nina, Tashi...ei...

Luna corria em direção às duas gritando e com as mãozinhas para cima. Parecia muito feliz.

--Venham ver o que eu achei nas pedras, venham depressa. Skya, Cathe, venham ver também.

--O que foi filha?

--Um cavalo-marinho mãe, lindo...e ele está vivo nadando entre as pedras. Vamos depressa antes que ele fuja, o Arthur montou a guarda.

Correram para junto das pedras rindo felizes.


********************

 

--Tashi, será que esperamos a Nina?

--Não Luna, ela foi treinar, está em vésperas de jogo e vai chegar muito tarde.

--Hmmm... - A menina fez uma carinha de tristeza.

--Mas não te esqueças que amanhã vamos passar o dia em Ribeirão.

Um sorriso lindo iluminou o rosto da menina.

--E a Nina vai connosco, ai não aguento esperar até amanhã...está longe ainda Tashi.

Cassandra riu e beijou a filha que não estava muito disposta a dormir apesar de já ter passado do horário habitual de ir para a cama. Arthur já dormia há muito tempo.

--Tashi, eu adorei o nosso passeio de hoje e a Skya e a Catherine ficaram tão contentes. Eu adoro tratar bem as pessoas.

--Tu és preciosa minha filha.

Cassandra beijou a menina e abraçou apertando-lhe nos braços.

--Tashi, a Skya e a Catherine não jantaram connosco porque foram conhecer um restaurante na vila que a Nina indicou...

--Umhum...

--Vocês não foram junto...

--Não amor, lembra que a Nina tinha treino...

--Eu sei, mas antes iam muitas vezes jantar na vila e agora não vão mais.

A pequena encarou Cassandra com seriedade e ao mesmo tempo com um olhar meigo.

--Nós vamos sim Luna, um dia desses vamos os quatro comer naquele restaurante que tu e o Arthur adoram.

--Que bom e posso pedir qualquer coisa?

--Sim senhora, mas agora o que a senhorita vai pedir é cama, já é tarde e amanhã não quero saber de birras na hora de levantar.

--Birras? Serei a primeira a pular da cama...nem imaginas a vontade que tenho de chegar a Ribeirão.

Luna beijou Cassandra e dirigiu-se aos pulos para o quarto.

--Cuidado para não acordar o Arthur...

--Shhhh...- A menina fez uma careta, lançou um beijo no ar e entrou no quarto.

Cassandra verificou se tudo estava fechado, arrumou alguns brinquedos que os filhos tinham deixado na sala, serviu-se de uma taça de vinho e embalou-se na rede. Seus pensamentos vagaram pela viagem de mais cedo...Alanis...não entendia mais nada. Claro que sabia que o amor não tinha acabado, o dela pelo menos não, pelo contrário, mas a certeza no olhar, o tremor nos lábios...ela a amava, então aquele distanciamento tinha solução...sorriu, riu sozinha e abraçou uma almofada.

Embalada por Falling (Yuna) pensou em tudo o que queria e precisava dizer...sorrisos, muitos...algumas certezas também.


********************

Passava da meia-noite quando Alanis entrou no casarão. Completamente esgotada mas precisando alimentar-se, dirigiu-se rapidamente à cozinha onde com certeza encontraria um prato no forno. Comeu tudo com uma certa pressa porque sentia-se muito cansada e quando lavava a loiça Nenê apareceu sonolenta para saber se ela estava bem.

A senhora queria lavar os pratos mas Alanis a proibiu e encaminhou-a pessoalmente de volta ao quarto.

Entrou em casa e parou alguns instantes à porta apreciando o silêncio. Uma mistura de cheiros invadiu-lhe os sentidos. Sorriu. Cheiro do sabonete dos filhos, cheiro de chá de ervas que Cassandra adorava e claro, o cheiro dela, inconfundível.

Tomou um banho relâmpago, vestiu uma camiseta de dormir, prendeu os cabelos e dirigiu-se ao quarto do filho para lhe dar um beijo. Na cama, nem sinal de Arthur. Estavam todos na cama dela, claro.

Antes de entrar no quarto, passou rapidamente pelo quarto de Luna e para a sua surpresa, os filhos dormiam juntos, a menina na cama principal de princesa e o pequeno no anexo como chamavam, uma espécie de gaveta que se transformava em cama para as amigas de Luna dormirem quando vinham passar o fim-de-semana.

Andou na ponta dos pés para não acordá-los e beijou a filha primeiro e logo em seguida, agachou-se e beijou o menino. Teve vontade de abraçar muito os filhos mas eles poderiam acordar assustados e isso era tudo o que não queria.

Entrou no quarto e parou atrás da porta. A atmosfera remeteu a outros momentos e a pele ficou arrepiada...sorriu encostando-se na porta. Cassandra dormia abraçada a uma almofada e tinha uma música tocando em baixo volume. O coração aqueceu, podia sentir calor no peito...as pernas ficaram pesadas mas ela queria chegar logo na cama.

Deitou sem fazer muitos movimentos e Cassandra permaneceu na mesma posição. Passou algum tempo ouvindo música e pensando em tudo que queria fazer, mas não naquele momento em que estava cansada, esgotada para ser mais objetiva.

Com o corpo cansado e o coração precisando de afagos, não resistiu e encostou-se em Cassandra...a princípio de forma leve, quase sem querer, mas o calor daquela pele, o cheiro, a enlouqueciam...grudou as costas na barriga dela e não demorou muito a receber um abraço. Sorriu, naquele momento, nada poderia ser melhor...

Ainda deixou-se levar um pouco pela melodia de Amazing (Mahoroba) mas facilmente sucumbiu ao sono.


********************


Tudo já estava a postos para a partida a Ribeirão mas no último momento Irene lembrou de alguma coisa e voltou às pressas para o casarão.

--É sempre assim, essa mulher não esquece a cabeça porque está colada ao corpo.

Risos.

--Zé, vai lá ajudá-la. Nós esperamos, não temos pressa...- Alanis disse com a voz calma e risonha.

--Temos alguma pressa mãe, eu quero chegar logo para poder nadar, depois fica frio.

--Eu acho que não vais conseguir nada Luna, nessa altura do ano a água está quase sempre gelada.

A menina fez um ar de resignação mas logo argumentou.

--Mas posso levar a Skya e a Cathe para que elas conheçam, deixas Tashi?

--Sim Luna, claro, mas se a água estiver muito gelada não vais entrar e nem elas. Nada de inventar problemas.

--Eu sei mãe, ainda lembro bem aquela vez em que fiquei roxa e tremendo muito.

--Sim, porque foste teimosa e não obedeceste à Rita.

--Sim...mas pedi desculpas e prometi nunca mais desobedecer...

--E nós sabemos que cumpres tudo o que prometes, não é Cassandra? - Nina resolveu amenizar. Às vezes Cassandra era mais dura mas tinha que ser, alguém tinha que ter pulso firme com as crianças.

--Sim, claro. Nossa Luna é uma boa menina.

--E eu? - Perguntou Arthur já avido por atenção.

--Tu és um amor de menino e a Luna é a minha menina. Vocês dois são o meu maior tesouro.

Cassandra recebeu um abraço de cada filho e sentiu-se infinitamente feliz. Alanis quase entrou no abraço mas preferiu apenas sorrir.

--Voltei. Ufa, quase não encontro o que fui procurar.

--E o que era? Dá para saber ou é segredo de Estado?

Risos.

--Fui buscar um ingrediente para temperar meus doces e deixar todos com água na boca.

--Aprovadíssimo Nenê, eu adoro os teus doces. - Disse Skya abraçando a senhora.

--Viste Zé? Só implica quem é irritante como tu.

Risos.

--Vamos? Temos muito chão pela frente.

--É muito alto? - Perguntou Catherine um pouco apreensiva.

--Sim, mas não tema absolutamente nada. A Alanis dirige muito bem e em completa segurança. E qualquer coisa vou estar ao lado.

Risos e Alanis apertou o braço de Cassandra como quem a repreendia mas com um sorriso maravilhoso no rosto.

--Aqui todos dirigem bem dona Cathe, até eu...todos menos a velha, claro.

Gargalhadas.

--Zé, a Catherine pede que a chames de Cathe, sem dona à frente. - Disse Skya a pedido de Catherine.

Gargalhadas.

--Ah Catherine, desista. Se eu que sou filha dele, não consigo fazer esse homem me chamar apenas Alanis ou Nina, imagina tu que mal chegaste aqui...

Gargalhadas.

--Eu vou tentar dona... Catherine, Skya, explique-lhe que vou tentar.

Risos felizes.


********************


--Skya, vem depressa, quero que vejas o meu cavalo.

A menina correu pelo pasto e Skya seguiu atrás rindo às gargalhadas.

A criança tinha toda a razão, Ribeirão era mais uma parcela daquele paraíso. Skya e Cassandra corriam e brincavam com as crianças, as da quinta e outras que moravam em Ribeirão e que mal souberam da chegada de Luna e Arthur correram para brincar.

Alanis mostrava a Catherine todos os investimentos feitos na pequena fábrica que já não era mais tão pequena, os pomares de frutas para exportação e transformação em sucos e doces, o estábulo que a cada ano aumentava o número de habitantes, a plantação de cana-de-açúcar que era a perder de vista. Catherine mal conseguia expressar com palavras o que os olhos viam e o coração sentia.

--É tudo tão lindo...

--Obrigada. Dá muito trabalho mas a satisfação é enorme...tenho o melhor gestor do mundo, que além de gerir bem ainda é como um irmão. Todos que trabalham aqui são muito esforçados...o Zé, Joaquim, a Rita, o pessoal da fábrica...e a cassandra é fundamental para colocar minha cabeça no lugar...vez ou outra perco um pouco o norte, ah e ela é perfeita nessa parte de tecnologia, é ela que trata de tudo o que tem a ver com capacitação técnica para o pessoal...somos uma equipa coesa e de excelentes resultados.

--E a parceria Alanis/Cassandra? - Cathe perguntou se supetão e Alanis sorriu sonhadora.
--Catherine, esse lugar é magico...foi aqui me apaixonei por ela, na realidade eu me apaixonei no momento em que a surpreendi espreitando pela janela da minha casa.

Cathe riu às gargalhadas lembrando do seu encontro com a dona da quinta.

--As estranhas têm a mania de espreitar pela tua janela.

Gargalhadas altas.

--Pois, e uma delas foi amor à primeira vista...

--E espero que seja eterno enquanto dure e sei que ainda dura...

--E como...eu amo tanto essa mulher...- Alanis olhou para longe onde Cassandra brincava com as crianças e ouviam-se risadas felizes.

--Diga isso e prove...deve haver alguma coisa que ela goste, ou que tenha pedido e que nunca fizeste, algo que signifique muito para ela...

--Tem uma coisa...naaah...melhor não...

Nina sorriu feliz.

--Faça se ela gosta e se quiseres muito agradá-la.

--Sozinha não consigo...

--Eu e a Skya ficamos mais alguns dias aqui...poucos mas ainda estamos cá e podes contar com a nossa ajuda para qualquer coisa. Tens a Irene, o Zé, o teu amigo que está em Mindelo, os empregados daqui e de lá, amigos...eu ajudo em qualquer coisa.

--Será que mereço pessoas assim?

--Como?

--Como tu, a Skya...todos que vivem ao meu redor...

--Claro que sim...tem um coração enorme ai dentro...teu olhar te denuncia moça, tuas atitudes também, e lembre-se, ninguém é perfeito. Eu já fiz muita coisa errada na vida, mas muitas vezes por desconhecer a certa e agora, que tenho a oportunidade de fazer o certo e a consciência do que realmente é certo, ah Nina, não erro mais, pelo menos não de forma consciente...

--Obrigada. Nem imaginas como tem sido importante conversar contigo e tu nem me conheces...

--Às vezes é melhor assim...e sabes Alanis, já me ajudaram muito nessa vida, tenho amigas que são irmãs, minha secretária é uma das minhas melhores amigas, e tem a Susan...meu Deus, sou abençoada como diria ela...se posso ajudar alguém, porque não? E gostei da magia daqui...eu me sinto muito melhor, mais leve, entregue ao meu sentimento...

--Entendo...eu ganhei na loteria quando a Cassandra apareceu por aqui, mas acredito que tu também não tens razões de queixa...a Skya é...

--Perfeita...pelo menos para mim, ela é absolutamente perfeita. Gosto de tudo nessa mulher, até quando ela não acerta...ela tem uma forma peculiar de corrigir os erros, de demonstrar arrependimento... a Skya é uma das melhores pessoas que já conheci na vida e só posso retribuir sendo melhor a cada dia...

--Lindo...vou fazer a Cassandra mais feliz ainda...desde que ela ainda queira...

--E tens dúvidas? Por que ela estaria aqui até hoje?

--Precisamos conversar...preciso pedir desculpas, mais uma vez e mostrar que vou fazer diferente...

--E precisas também ouvir o lado dela, as inquietações, reclamações...

--Eu sei...quero muito fazer isso e será ainda hoje.

--Adoro certezas e atitudes condizentes.

Risos.

--Obrigada.

--Eu que agradeço por desfrutar desse paraíso e conhecer pessoas como vocês...

Risos felizes.

 

*******************


Depois do almoço irrepreensível de Irene, as crianças foram brincar sentadas na relva na companhia de Zé e em pouco tempo todo mundo dormia. Irene, depois do chá, cochilou na rede. Rita e Joaquim, por ordem expressa de Alanis, foram descansar na casa deles que ficava nos fundos da propriedade.

Catherine e Skya aproveitavam uma rede enorme que cabia as duas à vontade e curtiam a preguiça e a sensação de felicidade no estomago e na alma.

Alanis, depois de certificar-se que tudo estava no devido lugar, procurou por Cassandra pelos arredores, mas não a viu.

Andou um pouco mais para leste, onde ficava a mangueira imensa e sombreira e onde tinha sido o despertar da sua paixão pela espanhola. Lá estava ela, sentada debaixo da árvore e de olhos fechados.

Alanis não teve dúvidas, queria exteriorizar tudo o que há dias fervilhava na sua cabeça e tudo o que conversara com Catherine um pouco mais cedo.

Chegou perto, bem perto...a boca de Cassandra era um eterno convite a muitos beijos, a pele a toques, leves, intensos...o cabelo ao vento...ah...impossível resistir.

No momento em que se aproximava da sua boca, ela abriu os olhos. Sexy, apaixonante...parecia que acordava de um sonho e ainda gem*u.

Nina inclinou o corpo para trás e sentiu sua face arder.

--Oi...

--Oi...desculpa, não queria te acordar...

--Eu não estava a dormir...apenas de olhos fechados curtindo esse lugar e seu encanto sobre a minha alma...

--Ribeirão...

--Ribeirão e esse cantinho em particular...

Cassandra sorriu com os olhos e Alanis soube pela enésima vez que a amava com todos os sentidos. Sorriu de volta e a espanhola compartilhou a mesma certeza.

--Aqui é especial...faz-nos reavivar ou reviver...

--As duas coisas...

Cassandra suspirou e Alanis roubou-lhe um beijo quente na boca. Era para ser apenas um beijinho singelo, mas nada entre elas podia ser muito simples, muito menos um beijo como aquele carregado de muitas coisas...carregado de saudade, amor, tesão, uma vontade de ficar...permanecer...

Cassandra surpreendeu Alanis ao agarrar-lhe com força pelos dois braços.

--Hmmm? - Perguntou ainda tonta pelo beijo.

--Vamos fugir?

--Para onde? Vamos sim. Para onde?

--Nosso refúgio...lá na Ponta do Sol.

Cassandra sorriu dentro da boca de Alanis que ficou toda arrepiada.

--Vamos. E as crianças?

--Vou pedir à Skya que tome conta...é muito abuso?

--Não, por instantes a Cathe pareceu-me a única solução também.

Elas riram alto em meio a beijos e abraços.

********************


Skya ria da cara de quase desespero de Cassandra ao pedir que ela e Catherine cuidassem dos filhos.

--Sem problemas...eles são fáceis de cuidar...

--A Nenê e o Zé ajudam mas aqui em Ribeirão eles gostam de brincar até mais tarde, gostam de histórias à noite e eles adoram-te.

--Vá ser feliz.

Risos.

--Umhum...vou conversar...e ser feliz, mais feliz.

--Isso mesmo.

--A Catherine não fica chateada?

--Não...a Cathe é um doce, ainda que não saiba.

Gargalhadas.

********************


--Obrigada Catherine por entender essa nossa necessidade de sair daqui e ficarmos sozinhas.

--No teu lugar faria a mesma coisa. Estejam descansadas que aqui tudo vai ficar em paz, afinal é o paraíso.

Risos.

--Não estamos a ser muito abusadas?

--Vou bater-te se não sumires em dois minutos.

Risos.

--A Cassandra já está no carro.

--Claro, imagina se a Nenê aparece e és obrigada a responder a quantidade de perguntas que ela vai bombardear.

Risos.

--Obrigada, muito obrigada.

--Corra e abra o coração.

--Sim.

Nina correu em direção ao carro onde Cassandra ansiosamente a aguardava.


********************


--Nossa aventura só melhora...- Skya sorriu enquanto abraçava Cathe que também ria.

--Alguma vez algo parecido passou pela tua cabeça? Catherine, mulher implacável do mundo de negócios de babá numa ilha remota e ainda de crianças que ela mal conhece.

Risos.

--Falas como se eu fosse uma nulidade no trato com crianças. Esqueces da minha afilhada linda?

Ela fez uma cara de magoada que encantou Skya mais ainda.

--Claro que não e espero sinceramente que com essa minha impetuosidade e alguma falta de noção, não ter criado uma situação constrangedora para ti...

--Skya, assim parece que eu sou um monstro e se queres saber a Alanis conversou comigo e aceitei de muito bom grado cuidar dos filhos delas enquanto colocam a vida nos trilhos.

--Tu me surpreendes...quando penso que já vi todas as tuas facetas e que estou irremediavelmente apaixonada por tudo o que representas, vens e provas que podes sempre melhorar...

--Ah...- Catherine ficou vermelha e Skya mordeu os lábios controlando a vontade de beijá-la. Não podia porque as crianças estavam por ali e Zé também.

--Aqui tudo tem outra dimensão...a vida é mais fácil...

--E tu és mais linda e eu me apaixono mais e mais...e mais...

--Skya...

--Estou quase pedindo que fujas comigo também.

Risos abafados.

--Para onde?

--E ainda me alicia? Catherine...

--Para onde? - Ela fez uma cara séria e controlou-se para não cair na gargalhada.

--Para as nuvens...é lá que eu fico e quero que estejas comigo.

Cathe sorriu e acariciou a face de Skya com a costa das mãos.

--Assumimos um compromisso e confesso que estou a adorar...as nuvens podem esperar?

--Claro...até porque para chegar lá preciso de muito pouco...

Skya mordeu os lábios sensualmente e Catherine saiu de perto quase correndo deixando a violinista rindo sozinha completamente apaixonada.

********************

Assim que chegaram na casa da Ponta do Sol, Cassandra pegou uma garrafa de vinho verde gelada, duas taças e sentaram-se numa das varandas. A conversa não seguia um rumo certo, muito era dito sem sentido cronológico ou mesmo lógico. Ninguém se entendia, e o nervoso reinava nas duas, mas muito mais em Alanis que queria falar mas não sabia como utilizar as palavras certas.

--Nada aqui está a funcionar Nina...

Alanis abriu seu melhor sorriso e Cassandra franziu a testa.

--O que foi?

--Sabes há quanto tempo não me chamas Nina?

--Muito?

--Demais...eu adoro quando me chamas assim...

--Nina, o que aconteceu entre nós? Onde nos perdemos?

Alanis suspirou e sentiu um nó na garganta.

--Eu sou tão...não sei Cassandra, sei dos meus medos, fraquezas, inseguranças, mas eu não me afastei sozinha...

--A culpa é toda minha, é isso?

Cassandra levantou-se exasperada e Alanis imediatamente fez com que ela se sentasse e segurou firmemente a sua mão.

--Eu não disse nada disso Cassandra, a maior culpada sou eu...

--Não...nós duas cometemos muitos erros. Sempre brigamos e quando era para brigar muito não tínhamos medo de falar e até gritar se fosse o caso, mas tu de repente preferiste o silêncio...eu me senti nada, menos que nada...

--Quando voltaste da Holanda, eu pensei que não querias mais nada, estavas sempre calada, longe de mim...

--Nina, eu tinha acabado de perder a minha avó, a minha mãe a bem da verdade...

--Eu sei...e eu fui uma idiota que mais uma vez não deixou o egoísmo de lado e preferiu focar no próprio umbigo e não olhar para o lado...eu tinha medo de encarar uma realidade à qual não estava preparada...medo...

--Até pensei assim durante algum tempo mas conversado outro dia com a Skya eu pude ver as coisas sob outra perspetiva, talvez nem tu te dás conta do que aconteceu...tiveste que lidar ao mesmo tempo com dois pontos não muito bem resolvidos na tua cabeça, a morte, no caso da minha avó...

--Que doeu em mim como se fosse minha...

-- Eu sei, e além disso veio a insegurança...eu estava enfraquecida e o fato de não encontrar o que queria ou precisava em ti fez-me desligar, não de ti mas de mim um bocado, entendes?

--Não...

--Eu não tinha condição de entender nada e desliguei dos sentimentos e como seguiste a minha loucura... a morte da minha avó abalou-me profundamente, foi como se morresse um pouco também...eu precisava de ti, mais do que nunca e tu simplesmente ficaste presa no teu mundo...

--Eu sou doida Cassandra, a Alexandra já me disse algumas vezes que não te mereço e que vou perder-te se é que ainda não perdi...

--Nina, eu sou quase uma santa...engolir aquele idiota quase morando dentro da quinta e te assediando sem meias palavras e tu? Sorrindo, comigo nenhuma palavra e com aquele idiota todo o tempo e disposição...ahhhh.

--Eu estava com ciúme daquela loira linda Francesa, ou Inglesa, sei lá...aquela que passou o tempo todo contigo em Amsterdam e que já foi tua namorada ou amante...

--Ela me apoiou, é diferente.

--Eu sou insegura, nunca escondi de ti que sou assim e que...

--E que?

--E que morro de medo que num belo dia olhes para mim e digas, cansei, vou seguir a minha vida longe daqui...

--Nina...às vezes me ofendes profundamente...

--Não foi essa a minha intenção, mas eu tenho medo de perder-te sim, eu não sei...não sei o que pensar se isso acontecer...

--E ages assim?

--Auto proteção, instinto de sobrevivência, sempre fui assim...

--E aquele idiota?

--O que tem?

--Dormiste com ele?

--Ah cassandra, pelo amor de Deus.

--Dormiste ou não?

--NÃO!

--Mas ele quis, ou não?

--Todos querem...fomos jantar e quando ele disse explicitamente o que queria eu senti sono e pedi para voltar para casa.

Cassandra não controlou uma gargalhada.

--Cassie...ainda queres continuar comigo? - Nina perguntou séria.

Cassandra pareceu pensar bem antes de responder o que só aumentou a ansiedade de Alanis.

-- Se fosse só nós duas, talvez não fizesse muito sentido permanecer numa história com alguém que muitas vezes parece ignorar-me ou relegar-me a quinto plano, mas temos dois filhos. Eu amo tanto aquelas crianças e elas são nossas, vejo muito de ti nelas, assim como vejo muito de mim, elas são felizes com essa união, elas precisam de nós duas juntas...

-- Cassandra, eu não quero que fiques presa a uma história apenas por causa dos nossos filhos e não sabes o quanto me dói dizer isso mas eu quero ao meu lado uma mulher que me ame assim como eu te amo. Eu erro muito, sim, mas eu te amo Cassandra, eu não sei andar se não estiveres aqui, acho que nem respirar.

Alanis recuperou o ar e continuou.

-- Eu quero uma mulher que me deseje assim como queima a vontade de te beijar, que morra de vontade de fazer amor comigo nas circunstâncias mais difíceis, como quando Luna inventa de contar mil histórias noturnas ou o Arthur resolve brincar até cair de cansado e nos arrasta para a farra.

As palavras eram mescladas a muitas lágrimas.

--Nina...minha Nina, tu és cabeça dura mas eu não consigo arrancar-te daqui...não consigo.

O beijo com gosto de lágrimas foi um dos melhores trocados por elas nos últimos tempos. A tensão era tamanha que algumas roupas já caiam aos pés mas Cassandra com seu auto controle que muitas vezes surpreendia Alanis, interrompeu o rumo das coisas.

--Não?

--Agora não...vou fazer um jantar para nós, vou ver o que tem na despensa e invento alguma coisa...quero celebrar na mesa e depois na cama ou no chão onde preferires...sai daqui...sai ou não consigo cumprir minha promessa.

--Promessa?

--Sim...vai...

--Ok, vou tomar banho e depois venho ajudar.

Alanis lambeu o pescoço de Cassandra sem que ela estivesse à espera deixando-a desconcertada.

--Vai tomar banho...vai.

Antes de Nina partir para outro comodo, Cassandra a beijou mais uma vez. Beijo que abria todos os apetites...


********************


--Então vamos dormir aqui? - Perguntou Catherine enquanto Skya aproximava-se com um cobertor nas mãos.

--Acho melhor...nosso quarto é contiguo ao que Nenê e Zé estão a dividir...tu és muito barulhenta, não podemos correr riscos.

--Ah eu é que sou barulhenta? Nem estava a pensar nessas coisas, não aqui com essa casa repleta de gente...

Risos.

--Nem eu, vamos dormir ao ar livre e abraçadas. Já fizeste isso alguma vez na tua vida?

--Dormir ao ar livre sim, mas há seculos atrás, mas jamais com uma mulher maravilhosa agarrada a mim.

Gargalhadas.

--Shhhh, oh mulher sem juízo...o povo dorme e foi difícil convencer o Arthur a dormir.

Risos.

--Eu fiquei com a impressão que eles entenderam mais ou menos que as mães foram fazer as pazes...

--A Luna com certeza percebeu isso, até pela alegria dela agora à noite não tive dúvidas que ela sabe o que se passa.

--Que menina especial, aliás eles são muito especiais...

--Amor, só isso. Vivem cercados de amor e mesmo não estando bem como casal, percebi que a Alanis e a Cassandra tentaram ao máximo não deixar que os problemas chegassem aos filhos.

--E nós fizemos muito bem o nosso papel.

Risos.

--Umhum. Que cheiro maravilhoso dona Skya...

--Umhum...

Risos.

--Acreditas que a bandida da Rebeka não vem amanhã? Ela está toda misteriosa, cheia daquelas frases místicas que eu não entendo e parece, pelo tom de voz, que viu alguma coisa muito interessante lá em Mindelo.

--Quem sabe não conheceu alguém...

--Aquela esquisita? Bom, tudo é possível...ei...doida...

Risos abafados.

Catherine posicionou-se sobre Skya, beijando-lhe a barriga e metendo as mãos por dentro do suéter que ela usava. Skya puxou-a para um beijo selvagem e viajaram nos delírios dos corpos que se queriam muito.

--Dona Catherine...Skya...está tudo bem?

--Eu não acredito. - Segredou Skya ao ouvido de Catherine que mordia o braço dela para não rir.

--Tudo Zé. - Respondeu Skya com alguma dificuldade.

--Boa noite. Eu sempre faço uma vigia, não se preocupem, estão em segurança.

--Obrigada Zé mas pode dormir descansado.

O senhor dirigiu-se para outro lado da propriedade e Catherine riu às gargalhadas.

--Comporte-se.

--Ok, desde que esse cheiro perfeito fique ao alcance do meu nariz...

--Louca...me abraça. Tão bom aqui...

--Perfeito dormir assim...vendo estrelas...ouvindo grilos...contigo.

Skya sorriu feliz e apertou o braço de Catherine no seu corpo.

--Nunca vou esquecer esses dias...nunca.

--Nem eu...obrigada.

--Eu te amo Catherine...obrigada por confiar em mim, nas minhas loucuras...

--Minha louca linda...

--Para...olha o Zé...

--Eu sei...só quero dormir assim e acordar da mesma forma...Skya...Skya...Ah Skya...

Skya sorriu feliz e adormeceu.


********************

--Ainda estás aqui? Nem tinha muita coisa para lavar...

Cassandra abraçou Alanis e ela inclinou a cabeça para trás para receber beijos e mordidas leves no pescoço.

--Eu tomei banho, fizeste o jantar, jantamos muito bem, foste tomar banho, nada mais justo que eu arrume a cozinha.

Sorrisos.

--Já terminaste?

--Sim...

--Vem cá.

--Para onde?

--O sofá da sala...

--Hummm...

Mais sorrisos.

A sala estava com pouca luz e tinha música tocando em baixo volume.

Cassandra sentou-se no sofá fofo e Alanis ficou em pé olhando para ela.

Sem dizer uma única palavra, ela tirou o robe que usava e sobre a pele tinha apenas uma calcinha branca que em contraste com a pele muito morena, fazia um conjunto muito atraente.

Ela ajoelhou-se aos pés de Cassandra, beijou-lhe os joelhos, as pernas, coxas...Cassandra arrepiou-se toda mas limitou-se a sentir o toque dos lábios, das mãos, o roçar do cabelo na sua pele...Nina beijou-lhe a barriga, tirou-lhe a blusa que arremessou para longe...parou de beijar o colo, ficou de pé e logo em seguida sentou-se nas pernas de Cassandra grudando os corpos. Cassandra a abraçou com força e Nina começou a dançar sobre as pernas dela...dançaram juntas, corpos grudados, seios de uma comprimindo os da outra e bocas sedentas...Alanis mexia, rebol*va de uma forma que só ela sabia e que deixava Cassandra sem ar e avida por mais...ela arranhou-lhe a pele, mordeu-lhe a boca, o pescoço...Nina dançava num ritmo cadenciado...as línguas encontraram-se num encaixe que o sex* em si não permitia, só uma entrega como aquela proporcionava as sensações delirantes que experimentavam...Alanis aumentou os movimentos do corpo e Cassandra enlouquecida pela vontade de senti-la em pleno, deixou-se guiar pelo desejo, sua mão soube muito bem onde parar ou começar uma viagem diferente pelo interior quente e sedento da sua mulher...sentiu vontade de morrer mas o beijo avassalador de Alanis a despertou mais ainda para a vida pulsante que sempre tiveram juntas e que agora renascia com força total...Nina gritou o nome dela muitas vezes...tremeu, agarrou os próprios seios, pendeu o corpo para trás e explodiu num gozo libertador...

Cassandra a prendeu com o braço para que não caísse e a boca não conseguiu ficar longe daquele par de seios lindos e que clamavam por ela...a entrega foi total, completa, amor feito com corpo e alma...

Um pouco mais tarde dormitavam grudadas no tapete da sala. Cassandra tentou desprender-se um pouco mas Nina reclamou.

--Hmmm...fica aqui.

--Só queria mudar a música...

--Não...essa está perfeita...-- Ela murmurava completamente sem forças.

--Estás bem meu amor?

--Perfeita...cansada e feliz...eu te amo Cassie...fazer amor contigo é a melhor coisa do mundo...a sensação de...te amo...te amo...te amo...- Repetiu em espanhol quase dentro da boca de Cassandra que sorriu.

--Mi e dod na bo...nha cretcheu.

--Agora posso dormir em paz...dod na bo...dod...dod...

Alanis adormeceu profundamente e Cassandra passou algum tempo ainda acordada, admirando a mulher linda que dormia nos seus braços. Sentia-se feliz pelo fato de ela respirar e dormir tranquila quase sorrindo.

Abraçou-a com toda a delicadeza e deixou-se levar pela melodia de For desire ( carmody) até sucumbir ao sono.

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Olá,

 

Desejo a todas uma boa leitura.

 

Abraço,

 

Nadine H.


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Comentários para 33 - Capítulo 33 - Vivências…memórias para a vida toda…:
rhina
rhina

Em: 05/05/2020

 

Oi

Boa tarde

Ufa.....

Elas voltaram as boas

Agora sim

Tudo rm seu devido lugar

Rhina

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Simone
Simone

Em: 22/05/2016

                                                           *** *** *** AVISO *** *** ***

Olá, meninas!

Como já perceberam, há um tempo a Nadine não aparece por aqui. E como ela sabe que temos o hábito de ler os comentários, pediu que passasse um recado à todas. Seu pai está com sérios problemas de saúde e com isso ela não tem encontrado tempo, inspiração, ânimo e nem disposição para escrever. Não tem data definida para voltar. Deixou um abraço carinhoso à todas.

Simone

 

Responder

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izen
izen

Em: 22/05/2016

Alguém tem notícias da Nadine?

Será que está tudo bem com ela?

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Marcinha
Marcinha

Em: 20/05/2016

Ain que saudades dessas deusas... *------------*

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Sool
Sool

Em: 19/05/2016

   Olá Nadine, como vai? (Pergunta sincera)


Que incrível a história, estou presa no mundo que criou para elas.😍


Fiquei feliz que a Catherine tenha evoluído tanto, e maravilhada com a Skya e toda sua intensidade!


A história da Cathe até aqui me surpreendeu, de uma forma muito boa, espero que ela  consiga se entregar e viver a história maravilhosa com a Skya.


E o que dizer da Skya? Totalmente apaixonante, tão doce, meiga, carinhosa, gentil, e ao mesmo tempo tão mulher, madura, forte e corajosa. Tão menina e tão mulher ao mesmo tempo. 


Como não poderia deixar de ser, estou na torcida para que tudo de certo entre elas. E para que a Nina e a Casssandra se entendam.


 


Adoro as suas histórias, parabéns por ser tão talentosa! Espero que volte em breve, com mais um capítulo incrível! 


Fique bem, beijos! 😘

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izen
izen

Em: 13/05/2016

Nina cometendo os mesmos erros! Pensei que depois do gelo por conta daquela bebedeira no festival e da quase morte da Cassandra ela tivesse crescido.

Parabéns, Nadine!

 

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juju952
juju952

Em: 10/05/2016

Simplesmente linda essa historia nao me canso de ler, autora muito grata por escrever tao bem, me apaixono mais a cada cap bjos.😘

Responder

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Simone
Simone

Em: 06/05/2016

Olá, moça!

Que dizer desse capítulo que ainda não tenha sido dito??

Só me resta ser repetitiva! rsrsrsrs

Estupendo!!!!

Eu me encanto com os pormenores da sua forma de escrever. A cultura aqui abordada... uma bondade tão pura que beira a inocência. Tão próprio de pessoas iluminadas, benévolas. Acredito ser uma característica do seu povo. Caracterísca essa que ao morarmos em grandes centros, perdemos. Infelizmente.

Encantei-me com essas crianças tão bem criadas por você. Na verdade você passa por todas as faixas etárias com uma sensiblidade ímpar! Vai do recém nascido ao idoso com a mesma doçura e amabilidade. 

Quanta intensidade entre Cathe e Skya. Delícia de ver a construção dessa sólida base que sustentará uma relação madura e tão plena de bons sentimentos. E ao mesmo tempo pudemos identificar onde estava a fragilidade da relação da Nina e Cassie... Vendo em Cathe a maturidade necessária à Alanis. E Em Cassie a firme doçura, a perseverança de valores, leveza  e um amor tão grande capaz de suportar até mesmo uma possível traição (ambas, Cassie e Skya, tiveram a mesma reação diante da possibilidade de uma traição).

Estamos, com as personagens, vivendo e revivendo os encantos dessas ilhas. Finalmente Cassie e Nina puderam matar as saudades daquilo que ja foram e mais que isso! Estão tendo a oportunidade de fortalecer as bases. Não há relacionamento que sobreviva sem muito amor,  diálogo, compreensão e uma forte atração tanto física quanto espiritual!!

Ah! Nem preciso falar das cenas quentes, né?! Uau!!! Muito, muito intensas... e lindas!!!

E quanto a quantidade de capítulos faltantes e mandar minha amiga parar de escrever... Ela não me ouve!!! (rsrssrs) Os capítulos estão cada vez maiores!!!! (nemmmm preciso dizer que isso reduz e muito a quantidade de capítulos, né!? É quase uma sequência de dois em um!!!).

Bom linda, obrigada por esse capítulo lindo!!! Obrigada por esse retorno aos encantos da ilha!!!

Fique em paz!!!

Beijos!

Simone

 

 

 

Responder

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Fanatica
Fanatica

Em: 06/05/2016

É dificil explicar a sensação de reboliço no estômango a medida que vamos lendo, no capítulo anterior eu quis muito ser a Skya pra ter aquela força da Catherine agindo kkk deu pra sentir my gift, foi tão intenso. Esses diálogos estão incríveis... Eu sempre me perco e viajo enquanto leio, mas vez ou outra olhando pra ver se está perto da leitura acabar, dá uma tristeza quando percebo que o capítulo acabou, enfim!

Essas crianças são extremamentes maravilhosas, palmas muitas pra elas Brasil! rsr A reconciliação foi linda, saudades das conversas das moças da ilha e de seguida vê-las sucumbir ao amor que sentem que vai tão além do sexo, sem desmerece-lo pq elas arrasam rsr 

Morri com o Zé garantindo a segurança de Cathe e Skya rsr e cada vez mais apaixonada pela Cathe! 

Bjs!! Amei

Responder

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MorganaB
MorganaB

Em: 05/05/2016

Magnífico! 

Intensidade encantadora,sempre!

Bjs

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mtereza
mtereza

Em: 04/05/2016

Amei o capitulo finalmente a tão aguardada reconciliação de Nina e Cassandra os filhos delas que são um capitulo a parte apaixonantes os dois e lógico o amor da Cathe e Skya perfeito curiosa para saber quem Rebeca conheceu em Mindelo que a fez adiar a viagem bjs e a até logo

Responder

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Ana Gil
Ana Gil

Em: 04/05/2016

Muito bom tb acompanhar essa estória linda da Alanis e Cassandra. Perfeito Nadine 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

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ckamila
ckamila

Em: 04/05/2016

OOlá,  autora..bem, comecei a ler ontem, e já estou aqui, kkkk

Parabéns,  história maravilhosa, nossa, linda mesmola,  e olha que eu sou um porre para gostar de algo, é a sua história me encantou muito. Parabéns.

Responder

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Lana Santos
Lana Santos

Em: 04/05/2016

Oi Naná! !!!

Amei o capítulo, como sempre! Estou passando rapidinho só pra não ficar sem comentar! A correria me pegou de jeito aí já viu ne?! XD

Adorei a Nina e a Cass conversando pra resgatar aquele relacionamento lindo que elas tinham, estava tão triste por saber que elas se perderam...acho que é porque depois do fim agente já imagina um 'felizes para sempre'! Sem problemas só felicidade! E é isso que mais gosto nas suas histórias, seu personagens são vivos! :-)

Quem é essa mulher fantástica que você disse que a música é minha cara??? Não estou nem dormindo de tanta ansiedade pra saber! Kkkkkkkkkk

Fica bem! Love vou! Xoxo...


Resposta do autor em 04/05/2016:

Kkkkkkk curiosa e doida. Vou responder no email. Eu tb estou correndo a 1000 por hora mas resolvi parar um pouco agora ou piro e depois já viu ne.

Bjs gata.

Love u!

Responder

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Carmen
Carmen

Em: 04/05/2016

Oi moça! 

Esse capítulo foi uma pintura! Sem palavras para descrever. E ver o meu casal se acertando, recomeçando é tao lindo! E Luna tao presente! Adoro essa criança! E Skya se declarando? Wow! Foi tao natural! Mas o melhor de tudo, foram as pontes sendo reconstruídas de vez. Lindo moça! Espero que estejas bem, porque como disse que estava péssima quando escreveu o anterior, eu realmente desejo que voce tenha tido dias melhores! Dizem que a grande maioria dos artistas, e principalmente escritores, escrevem melhor quando nao estao bem. 

 

Morro que voce é uma incógnita. Quando acho que estou entendendo alguma coisa, pah, estou errada. Comentei sobre a Cathe ter filhos porque outras tantas personagens que nao queriam mudaram de ideia e como Skya quer muito, temos entao um impasse e alguém vai ter que pensar diferente em algum momento. E ainda diz que nao acredita em finais felizes, mas nos apresenta essas maravilhas que só descrevem grandes e eternas histórias de amor! Ainda bem que na ficçao voce segue o "felizes para sempre". Nao aguento esse povo realista. De realista já basta a vida! 

 

Quando pensei em sugerir uma continuaçao, voce já deixou claro que nem pensar. Ok, ninguém queria mesmo (drama). E concordo, que há finais tao perfeitos e lindos que nao devemos mexer. Tenho medo do que voce faria com elas se resolvesse escrever uma sequencia. Me assustou um bocado só com esse aperitivo. Mas que tinha espaço para mais, ahhhhhh tinha! 

 

É isso, nossa pequena troca de ideias semanal. De verdade, espero que estejas bem! Se nao, que melhores logo! Obrigada pelo capítulo mais do que especial! Bjs e uma ótima semana pra ti! 


Resposta do autor em 04/05/2016:

Muito obrigada.

A Skya declara-se desde o primeiro encontro rsrsrsrsrsrs, brincadeira, mas ela é bem explicita na demonstraçao dos seus sentimentos.

Se eu estou bem? Ah sei lá...problemas nao me largam, deve ser porque sou boa em resolver rsrsrs, mas às vezes cansa...

Me entender? Nem quem convive a vida inteira (presencialmente) consegue, imagina...rsrsrs

Finais felizes não...acredito em momentos felizes, a vida sempre continua, as pessoas nas nossaas vidas mudam, então, nada termina...finais felizes nao existem, a nao ser morrer feliz, velhinha, sem dor e sem incomodar ninguem, lucida e viajando num balão...ah esse sim seria um final feliz :)

Minhas histórias hão de ter finais felizes quando cabe um final feliz, haverá momentos em que nao cabe e nao acontecerá. Eu já sou bem realista nas minhas histórias, nao gosto muito de loucuras ficcionais...pelo menos eu escrevo coisas que já aconteceram comigo, ao meu lado, na vida de alguem que eu conheço...por aí.

Sequencia de que? The Gift? ainda nem terminou (quase) e tu já queres sequencia? Sossega mulher...vem outras historias, outros personagens, outras vidas...aguarde, um dia eu volto, sendo que ainda nem fui kkkkkkkkkk

Beijos e mais uma vez, obrigada.

 

Responder

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Fab
Fab

Em: 03/05/2016

Lindo... Lindo... Lindo!!

Obrigada, autora.

Um beijo,


Resposta do autor em 04/05/2016:

Muito obrigada.

Bjs

:)

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Ana_Clara
Ana_Clara

Em: 03/05/2016

Nossa, perfeito! Apaixonada por tudo o que li neste capítulo. A intensidade desses casais me deixa boba, desnorteada. rsrs E como sempre, o amor sendo vivido de maneira sublime, magnânimo. Encantada!


Resposta do autor em 04/05/2016:

Rsrsrsr, obrigada.

Bjs

:)

Responder

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Maria Lua
Maria Lua

Em: 03/05/2016

Adorando...essa parte da vida de Nina e Cassi nos mostra q amor casamento relacionamento sempre vai ter as fases difíceis. ..mas se o amor não acabar tudo pode ser ultrapassado e zerado em uma relação. ..sei bem isso pois ja passei por isso mas meu casamento dia 05/05/2016 chega a 11 anos...mas conheço minha mulher deade criança ...me apaixonei na adolescência...lutei contra o sentimento por 5 anos e acabamos juntas ja há 11...fácil não emais o nosso amor é forte. Escritora bjss


Resposta do autor em 04/05/2016:

Pois, enquanto houver amor ha sempre solução.

Parabéns pelos 11 anos de casamento, isso sim é proeza rsrsrs

Muito obrigada.

Bjs

Responder

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Veka
Veka

Em: 03/05/2016

Tô super devedora aqui, né amor? Sorry!

Então...

Falar sobre o retorno de outras personagens suas da para escrever uma dissertação aq. As diversas emoções envolvidas, principalmente a saudade e o carinho, especialmente com o povo da Quinta é demais. Apesar da mágoa que carrego por vc n ter me emprestado o Zé, mas tudo bem. Luto bravamente para retirar esse sentimento ruim do meu coraçãozinho! Hihihihi.... Eu sei, sou besta! Mainha me fez assim! Kkkkkkkkkk...

Nesses últimos capítulos acompanhei o desenvolvimento e como está se consolidando a relação entre Skya e Cath! É tão lindo ver essa evolução. Kkkkkkk... mas, a parte da inconstância é muito para a minha pessoa no momento. Já posso encontrar um relacionamento que comece nessa fase de agora delas! Rsrsrs... Voltando a parte séria, é legal observar que essa construção, principalmente para a Cath, a faz ter uma nova visão sobre relacionamentos, oq a possibilita ser uma ouvinte e conselheira para a Nina nesse momento! Que orgulho da Cath!

Uma delícia a sintonia das crianças com Skya e Cath! Tão bom poder curtir todos juntos.... aiaiai...

Eu to sem palavras para o final do capítulo. Rsrsrs... Sensação de leveza, a temperatura do quarto subiu alguns graus, rsrsrs... Intenso, envolvente e para nós, eternas essas duas!

 

Beijos, meu amor! Saudades....


Resposta do autor em 04/05/2016:

Hey baby, sabes que eu nao cobro nada. Cobro sim, de mim, aff, até demais.

O Zé é MEU e nao empresto, vendo ou dou a ninguem...só para o povo da Quinta e mesmo assim à noite ele sempre volta para mim kkkkkk

Kkkkkkkkkkkkkk rindo todas aqui, meu bem, eu sou meio pessimista, ou extremamente realista...amor na fase do I love you forever da Cathe e Skya só em historias inventadas...vida real  ai ai ai, bom, no meu caso é falta de intereesse mesmo, mas dos comentários que ouço...está dificil kkkk, mas nao custa tentar, vai que...

Beijos meu bem, saudades também.

:)

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patty-321
patty-321

Em: 03/05/2016

Lindo. Lindo. Quase sem palavras. Muita emoção rolou nesse cap. Cassie e Alanis são inesquecíveis. Maravilhosas. E o amor venceu com um empurrão das maravilhosas skya e cathe e os dois filhos fofos. Ah e o Zé e a nenê q são dois lindos e eu morro de rir das loucuras deles dois. Vou reler e reler. Bjs maga. Obrigada.
Resposta do autor em 04/05/2016:

Muito obrigada meu bem.

Bjs

:)

Responder

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