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Ame o que é seu por PriHh

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Palavras: 3594
Acessos: 8724   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 9 – Como dizer adeus?

“Não importa se somos fortes, traumas sempre deixam uma cicatriz.”

 

            Meu natal longe dela foi monótono. Mas logo estávamos de volta e em dois dias seria a festa que sua família estava organizando. A festa seria em um salão bem famoso na cidade. Seus pais queriam aproveitar o retorno do tal sócio para juntar as famílias, e de quebra reinseri-lo na alta sociedade de São Paulo.     Na tarde da véspera de Ano Novo eu sentia meu coração estranhamente apertado.

            - Não vejo a hora de acabar com essa saudade – sussurrei. Já no carro, meu pai dirigia tranquilamente enquanto conversava algo com minha mãe. Ana Cecilia e eu conversávamos amenidades no banco de trás.

            - Chegamos – disse meu pai parando o carro e entregando as chaves ao manobrista.

            - O lugar está muito bem decorado – elogiou minha mãe. E estava mesmo. A entrada estava maravilhosa. O salão não era diferente. Estava todo decorado com branco e dourado. E tinha diversas mesas espalhadas. Em cada mesa havia o nome da respectiva família a sentar-se ali.

            - A mãe dela é muito fresca mesmo – disse baixo e arrancando uma risada gostosa de minha irmã, que escutou-me. Acabei rindo junto com ela. Meus olhos percorreram todo o salão e logo encontraram um anjo. O meu anjo. Ela estava maravilhosa. Usava um vestido branco, solto da cintura pra baixo e com uma faixa de renda que deixava a mostra sua barriga. O mesmo acontecia acima do contorno de seu busto. Um salto agulha prata e brincos na mesma cor. Os cabelos soltos tinham apenas uma parte de sua franja presa, por uma presilha prata repleta de estrelas de vários tamanhos. Sorri dando-me conta que toda aquela beleza pertencia a mim, somente a mim. Ao lado dela seus pais conversavam com mais um casal.

            - Eles estão ali pai – disse apontando a direção. Meus pais seguiram na frente e eu um pouco atrás, apenas olhando-a. Assim que nos aproximamos Larissa me olhou. Sorrimos juntas e meus pais os cumprimentaram. Fui em sua direção e abracei-a.

            - Senti saudades – disse baixo.

            - Eu também – respondeu-me. Ela cumprimentou minha irmã e meus pais enquanto eu cumprimentava os dela. Estávamos todos  conversando quando um casal aproximou-se. Ao lado deles estavam dois rapazes, ambos de cabelos loiros e os olhos verdes. Um deles aparentava ser mais velho, seu porte físico era bem mais avantajado, tinha a barba por fazer e um ar sério. Já o outro tinha uma expressão mais juvenil, os cabelos eram mais compridos, lisos e tinha um sorriso moleque. Me irritei ao perceber para quem ele sorria. Ouvi a voz da mãe dela chamando-a.

            - Filha lembra-se do Marcelo né? – disse colocando suas mãos sobre o ombro do garoto – vocês brincavam juntos quando eram crianças.

            - Eu lembro mãe – respondeu sem graça ao meu lado.

            - Marcelo esta é Júlia, uma grande amiga da Lari – disse olhando-me. Eu juro que se eu pudesse fuzilaria ela ali mesmo. Que ódio daquela mulher.

            - É um prazer te conhecer – disse simpático estendendo-me sua mão.

            - O prazer é meu – respondi sem prazer nenhum por conhecer o tal pretendente da minha namorada. Ainda nem era meia noite mais pelo visto meu ano de 2003 tinha tudo pra ser imperfeito.

            A festa estava boa. Antes da virada os convidados foram encaminhados para um jardim lateral e assim que o relógio marcou meia-noite uma queima de fogos começou a eclodir no céu, deixando a noite ainda mais linda. As pessoas se cumprimentavam com votos de paz, saúde e um monte de outras coisas. Eu só queria cumprimentar uma pessoa naquela hora, mas ela não estava do meu lado. Sai a sua procura e a encontrei próxima dos pais. Assim que ela me viu fiz sinal para que viesse até mim. Puxei-a entre as pessoas e cruzamos o salão novamente, desta vez em direção a entrada. Assim que saímos a encostei atrás de uma pilastra e beijei-a, finalmente matando a saudades que senti. Afastei minha boca da sua mas mantive nossos corpos juntos.

            - Você é louca – ela disse.

            - Por você – respondi – Feliz ano novo amor!

            - Feliz ano novo minha linda!

            - Você está linda!

            - Você também – ela respondeu. Eu usava um vestido dourado, com um decote amplo no busto e todo bordado com renda, que acompanhava o comprimento até a saia godê. E salto alto também dourado. Os cabelos numa trança lateral e brincos e colar de ouro.

            - Estava morrendo de saudade de você.

            - Então não devíamos perder mais nem um segundo. – sua mão puxou meu rosto beijando-me novamente. Um beijo calmo, lento. Eu poderia morrer ali, naquele momento, beijando aquela boca e eu morreria feliz. Eu amava o beijo dela. E quanto mais a beijava mais eu queria. Minha respiração já estava alterada quando encerrei nosso beijo. Assim que ela abriu os olhos assustou-se.

            - Mãe! – falou e virei-me para trás encontrando sua mãe olhando-nos. O olhar dela era indecifrável.

            - Saia já de perto dela Larissa – disse baixo.

            - Mãe me deixa explicar – pediu.

            - Agora Larissa – gritou. Larissa saiu do meu lado e caminhou até ela.

            - Mãe me deixa falar -  ouvi o barulho do tapa que ela lhe deu em seu rosto e vi minha namorada levar a mão até ele.

            - Você não pode fazer isso com ela! – bradei.

            - Fique longe da minha filha entendeu – olhou-me com raiva – Eu não quero escândalos na minha festa mais se você se aproximar dela eu juro que irá se arrepender.

            - Lari – chamei.

            - Deixa Júlia – ela tinha os olhos vermelhos, já prestes a chorar. Sua mãe saiu puxando-a pelo braço enquanto eu permaneci ali. Tudo que eu queria naquela hora era chorar mais eu não podia, não queria ter que explicar aos meus pais o motivo das lagrimas, senti meus olhos marejados e olhei para o céu na tentativa de que as lagrimas não caíssem. Levei algum tempo até me acalmar.

            - Que droga! – falei. Por que aquilo tinha que acontecer logo ali, logo hoje. Entrei no salão novamente e meus olhos encontraram-na sentada na mesa junto dos pais. O rosto dela ainda estava vermelho pela violência do tapa. Sentei-me junto de meus pais mas o tempo todo nossos olhos se procuravam.  O resto noite foi assim, sua mãe não a deixava sozinha nem por um segundo sequer, chegando ao ponto de acompanha-la até ao banheiro. “Essa mulher é uma vaca” – pensei. Por volta das duas da madrugada meus pais resolveram ir pra casa. Fomos nos despedir e finalmente pude me aproximar dela. Éramos observadas por sua mãe é claro. Abracei-a me despedindo.

            - Nos falamos depois? – Perguntei ainda abraçada a ela.

            - Sim.

            - Promete?

            - Prometo – soltei-a de meus braços e sorri, um sorriso triste por ter que deixa-la daquela forma.

Eu sabia que a partir daquele momento nossa vida seria um inferno. E advinha? Eu tinha acertado em cheio. Larissa e eu não nos falamos depois daquele dia. Não por pelo menos um mês. Sua mãe estava de marcação cerrada. Tratou logo de arrumar uma viagem em família e passaram janeiro inteiro fora do país.  Mais aquilo nem era o pior de tudo, o pior foi saber que a família do tal Marcelo tinha viajado junto com eles pra Europa. Quem me contou foi Samira, já que eu não conseguia falar com ela. Ela estava sem celular e sua mãe controlava até o seu acesso a internet. Tenho que admitir que ela realmente estava “dando o sangue” para me afastar de sua filha. Eu precisava dar um jeito de falar com ela ou enlouqueceria sem notícias suas.

Eu soube de seu retorno no começo de fevereiro através de Samira. Eu não tinha muitas opções então recorri a uma que eu rezei muito para dar certo. Eu precisaria da ajuda de Samira e para isso só tinha uma saída, contar a ela a verdade sobre nós. Não foi nada fácil explicar tudo e ela ficou espantada no começo, achei até que parecia assustada com o que eu contava. Fiquei com medo dela não ajudar e ainda por cima de rejeitar minha amizade depois disso, mais no fim, acabei me surpreendendo. Ela topou ajudar. No dia seguinte lá estava eu, escondida próxima ao prédio dela esperando que Larissa chegasse.

Como eu imaginava sua mãe a trouxe e ainda acompanhou ela até o apartamento. Assim que a vi sair de carro corri até lá. Quando Samira abriu a porta pra mim ela estava sentada no sofá. Parecia apática e estava mais magra. Ao me ver ela se levantou correndo e jogou-se em meus braços apertando-me. Era tudo que eu queria. Sentir aquele abraço de novo.  Ela havia me contado tudo que o que houve depois da festa, sobre os planos de sua mãe de tira-la do colégio e outras coisas que havia acontecido. Naquele dia matamos a saudade que nos consumia, e nos prometemos não desistir. Iriamos lutar até o fim.

No fim das contas Larissa conseguiu convencer seu pai de que seria ruim para ela sair da escola agora no último ano, e ele, por fim, convenceu a mãe dela. Contudo, Larissa praticamente tinha um guarda-costas em seu encalço. Marcelo. E ele foi o motivo de todas as nossas brigas naquele ano. Estava cada vez mais difícil nos encontrarmos na escola com aquele carrapato ambulante atrás dela o tempo todo, e fora da escola também não era tão fácil. Sua mãe arrumava tudo quanto era motivo possível para mantê-la sob suas vistas, almoços, jantares em famílias, festas, eu desconfio até que a sua repentina “doença” foi proposital.

Segundo Larissa, o médico havia informado a eles que sua mãe estava em uma crise profunda de depressão, e que não era recomendável deixa-la sozinha.  Sei que isso não soa agradável, mais por mim, a mãe dela podia se jogar de cima do terraço Italia que eu nem ligaria. Mas ela sim. E eu procurava entender seu lado. O que nos salvava era Samira, que de vez em quando nos “emprestava” seu quarto para que pudéssemos nos ver. Nosso ano inteiro foi assim, brigando constantemente, quase sempre por ciúmes de minha parte, mais eu tinha toda razão em ter ciúmes.  Graças a Deus o ano chegou ao fim e eu torcia para que 2004 fosse melhor, porém, as coisas só pioraram. Já estávamos em abril  e eu estava completando 18 anos naquele sábado.   

- Nem falou comigo hoje de manhã no shopping – disse ela. Mais uma vez nos encontrávamos na casa da Sam.

- Eu ia falar mais você parecia muito ocupada dando atenção ao seu amiguinho.

- De novo isso Júlia.

- De novo o que Larissa? Esse garoto sem noção só falta te agarrar na frente de todo mundo e você  não faz nada. Você não corta as investidas dele. Qual o problema em fazer isso hein? Até parece que você gosta! – explodi.

- Sabe do que eu devo gostar? De ser tratada mal pela minha namorada. Só pode porque toda vez que eu me encontro com você é pra você me acusar disso ou daquilo. Eu to cansada de você sempre por a culpa em mim e me tratar assim Júlia. Eu sei que tá difícil pra nós duas mais as coisas vão melhorar. A gente só precisa esperar mais um tempo.

Tempo. Eu passei a odiar essa palavra. Eu já tinha perdido as contas de quantas vezes Larissa me pedia pra esperar mais um tempo. Eu estava cansada de seus pedidos por mais tempo, de suas desculpas, de nossas brigas. Eu a amava mas já não aguentava mais aquilo.

- Acho melhor a gente dar a gente dar um tempo no nosso namoro – eu disse frisando a palavra tempo enquanto a olhava.

- Não! – respondeu – eu não quero me afastar mais ainda de você. Eu amo você Júlia.

- Vai ser melhor pra nós duas Larissa. Eu já tomei minha decisão.

- Não Júlia. Não é assim que as coisas se resolvem. – aproximou-se segurando meu braço - Vamos conversar.

- Eu preciso ir. – disse pegando minhas coisas e deixando-a sozinha. Eu precisava sair dali ou não conseguiria segurar as lagrimas diante dela. Chorei durante todo o caminho ate minha casa e o resto da tarde também. A noite chegou e eu tinha marcado de ir a uma balada com as meninas e meus antigos amigos do outro colégio para comemorar meu aniversário.  Eu não tinha clima pra comemorar nada. Mesmo assim ali estava eu, parada na porta da boate com uma trupe de gente que vinha me dar os parabéns.

Samira era a única que sabia o que tinha acontecido naquela tarde. Ela tentava de todas as formas me animar dizendo que logo estaríamos juntas novamente. Mas eu não conseguia acreditar naquilo. Eu sentia meu peito doer de uma forma que eu nunca senti antes. Era como se o meu coração estivesse sendo cortado em pedaços lentamente. Quanto mais às horas passavam mais eu sentia meu peito se contrair de dor. A boate estava lotada, e apesar de tudo estar ali com meus amigos ajudava a não pensar tanto nela. Internamente, agradeci por ela não estar ali, e mais uma vez a vida esfregou na minha cara que eu estava errada.

- Ela está aqui – ouvi a voz de Samira praticamente gritando em meu ouvido já que som estava altíssimo – na escada do lado direito – disse e olhei em direção a onde ela olhava. Ela estava linda. Usava uma blusa branca e uma calça jeans preta bem colada ao seu corpo. Os cabelos estavam presos num rabo de cavalo no alto da cabeça e a franja como sempre caia sobre seus olhos. Usava uma maquiagem leve e salto alto. Samira levantou a mão para que ela visse onde estávamos. Ela caminhou devagar até lá e após cumprimentar as meninas me olhou.

- O que veio fazer aqui?

- Vim comemorar seu aniversário. Não posso?

- Por que você dificulta as coisas pra gente?

- Eu não tô fazendo nada. Só vim dançar. – disse e virou-se começando a embalar seu corpo no ritmo da música. Ela dançava ao meu lado o tempo todo. Remexia seu corpo sob minhas vistas me provocando, rebol*ndo sensualmente. Eu já estava me arrependendo de tudo que havia dito a ela mais cedo.

- Vou buscar uma agua – disse a Samira. Eu nem consegui chegar até o bar e senti uma mão me puxando com força e me encostando em uma parede num canto mais escuro da boate. Encarei seus olhos tão próximos aos meus.

- O que quer agora Larissa!

- Quero te dar o seu presente – disse beijando-me. No começo eu resisti. Empurrei-a mais ela voltou a colar sua boca sobre a minha. Dessa vez com mais voracidade e por fim eu cedi. Entreguei-me ao seu beijo, com saudades, com paixão, com amor. Afastamo-nos, ambas ofegantes.

- Eu te amo – disse-me. Eu também a amava, mais meu orgulho não me deixou ceder.

- Esse beijo não muda entre a gente – sai deixando-a sozinha.

            O resto da noite ela tentou se aproximar de mim, puxava conversa, dançava sempre a minha vista e vira e mexe esbarrava seu corpo no meu. Eu precisava urgentemente sair dali, de perto dela. Já era quase 5:00h da manhã. A festa estava quase acabando quando Larissa me abordou ainda dentro da boate.

            - Temos que conversar – disse segurando meu pulso.

            - Eu não tenho mais nada para falar com você! – puxei-o seguindo em direção a saída da boate.

            - Mas eu tenho Júlia. Será que dá pra você parar e me escutar, por favor?

             - Escutar o que Larissa. Mais das suas desculpas, dos seus medos, dos seus pedidos de paciência. Eu não aguento mais ouvir isso. – passei no caixa entregando minha comanda. Acertei minha conta e sai. Ela fez o mesmo e seguiu-me até a porta. Dei alguns passou em direção ao ponto de taxi que ficava próximo dali.

            - Por que é tão difícil assim você entender que eu amo você! – gritou me fazendo parar de andar. Virei-me novamente voltando até ela.

            - Eu queria tanto acreditar nisso Lari.

            - Então acredita. – disse tocando meu rosto – Júlia eu só preciso de um tempo pra poder por a minha vida em ordem. Assim que meu aniversario passar meus pais não poderão mais controlar a minha vida e tudo vai ser diferente pra nós duas.

            - Mais tempo? – balancei a cabeça a cabeça em negação – Nós passamos o ultimo ano praticamente separadas por causa do seu tempo Larissa.

            - Eu sei e eu sinto muito por tudo amor...

            - Eu cansei Larissa. Cansei de esperar que você tomasse pelo menos uma atitude para defender a gente pra sua mãe. Eu não quero mais isso pra mim.

            - Você tá terminando tudo? Ta desistindo de mim? É isso? – ela perguntou com a feição magoada e mantive-me em silêncio apenas olhando-a. Eu a amava e aquilo não era fácil para mim – Responde  Júlia! – pediu baixo. Havia um silencio mortal em nossa volta, embora algumas pessoas estivessem saindo da boate.

- Sim. Eu tô desistindo – respondi com os olhos marejados enquanto ela me encarava, desacreditada por eu confirmar o que ela tanto temia, por quebrar a promessa que eu havia feito de nunca desistir dela nem de nós. E de repente, foi como se minha resposta fosse estopim que faltava para tudo que viria a seguir.

            Um pouco atrás de onde ela estava um alvoroço chamou a atenção de algumas pessoas. Desviei meus olhos dos seus por míseros segundos, encarando um rapaz que corria em nosso sentido. Quando ele passou correndo por nós eu o acompanhei com os olhos e logo depois ouvi alguns estampidos, como bombinhas de festa junina, só que mais seco. Tapei meus ouvidos com as mãos pelo susto e assim que voltei a encarar Larissa ela já estava caída no chão. Tudo foi tão rápido.

            - Lari – corri abaixando-me ao lado dela – Lari você ta bem?

            - Minhas costas  –  ela respondeu gem*ndo de dor – Estão doendo - Virei-a para ver o que havia acontecido e havia sangue em sua blusa.

            - Socorro! – gritei desesperada – Alguém me ajuda! – Um amontoado de pessoas se formou ao nosso redor  e logo os seguranças da boate estavam lá.

            - Liga pra emergência – um deles gritou - Pede uma ambulância urgente.

            - Eu já liguei – disse uma mulher que estava na roda. Havia muito burburinho de curiosos, todos falando e perguntando o que havia acontecido ao mesmo tempo.

            - Você vai ficar bem meu amor – disse tocando seu rosto enquanto algumas lágrimas já escorriam por minha face. Cada minuto parecia uma eternidade.

            - Cadê a droga dessa ambulância – gritei. Eu estava começando a ficar com medo. Com muito medo. Quanto mais o tempo passava mais pálida e fria ela ficava. Apoiei meu braço no chão ao lado dela e mantive meu rosto próximo ao seu.

            - Eu amo você! – ela disse baixo. Ela estava perdendo muito sangue e o resgate não chegava nunca.

            - Eu também amo você linda. – Limpei as lagrimas que escorriam - Depois que você estiver bem vamos superar tudo isso juntas tá bom! – disse acariciando seu rosto. Ela levou sua mão direita até meu rosto segurando-o.

            - Eu nunca vou te deixar Júlia – eu podia sentir a respiração dela diminuindo mais e mais  -  Eu sempre estarei aqui – tocou meu coração com a mesma mão que estava em meu rosto. Seus olhos fecharam-se devagar. Eu sabia que a estava perdendo.

            - Não! Não amor! Fica comigo – pedi – Fala comigo Lari – puxei-a trazendo seu corpo para o meu colo – Fica comigo, fica comigo! – abracei-a apertando-a contra meu corpo, chorando copiosamente, implorando a Deus que não a tirasse de mim.

            Depois de toda a burocracia na delegacia eu finalmente fui liberada pra ir para casa. Meus pais foram avisados e me acompanharam o tempo todo. Já estávamos na saída da delegacia quando a mãe dela me atacou verbalmente, me acusando de ser a culpada pela morte da Larissa, dizendo que tudo aquilo era culpa do nosso “maldito” namoro. Se não bastasse a dor de tê-la perdido para sempre, eu ainda teria que aguentar meus pais descobrindo a verdade sobre mim. No enterro dela foi ainda pior. Sua mãe não deixou que eu me aproximasse do caixão, e nem consegui me despedir dela.

 

            Atualmente

 

            - Eu me pergunto todos os dias se uma resposta diferente teria mudado o final daquela noite. – limpei minhas lágrimas. Tudo aquilo ainda doía como se fosse uma ferida recém aberta.  

            - Foi uma fatalidade Jú. Nenhuma resposta sua teria mudado o que houve.

            -  Eu sei Ana. Eu sei.

 

            - Agora eu entendo porque você nunca quis comemorar o seu aniversário! 

Fim do capítulo


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Comentários para 9 - Capítulo 9 – Como dizer adeus?:
Franciely
Franciely

Em: 13/09/2025

Querida autora, estou me aventurando nessa linda história linda, mas confesso que está sendo difícil esse capítulo. A Morte da Larissa está sendo muito dolorosa, confesso que tenho a esperança dela ressurgir por um milagre divino. 

Responder

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rhina
rhina

Em: 25/06/2020

 

Na vida real teria um rumo diferente se a resposta e atitude de Júlia não tivesse sido como foi na Boate?

Não sabemos.

Agora na história, sua morte já estava no script?

Rhina

Responder

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patty-321
patty-321

Em: 13/05/2016

Muito triste a morte de Larissa. Tão jovens.
Resposta do autor em 17/05/2016:

Oi Patty

Pois é muito jovem... mas isso acontece tanto na vida né... pessaoas tão jovens morrendo tão cedo...

Bjus

Responder

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jake
jake

Em: 28/04/2016

Nossa muito triste.triste mesmo ,ja tinha me emocionado nos capi anteriores ,mais esse superou...Ah espero que a Julia consiga ser feliz...mais acho dificil...Bjs amando o casal Ana e Paty....

PARABENS

Responder

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annagh
annagh

Em: 26/03/2016

Oi Pri....

Triste....poderia acontecer um milagre né... Rsrsrs..as duas eram perfeitas juntas!!!

😢😢😢

Até mais...


Resposta do autor em 26/03/2016:

Oi Paulinha...

Triste mesmo...

Mas essa que é a beleza da vida... mesmo apos uma tragédia é possivel se reerguer, e ser feliz novamente...

Bjos

Responder

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Pryscylla
Pryscylla

Em: 14/03/2016

Oi,nossa que triste :/

Bjus.


Resposta do autor em 14/03/2016:

Ola Pryscylla

Legal ter uma xará com meu nome respondendo aqui! rs

Muito trsite mesmo, mais toda tristeza tem um fim né! e a felicidade reinará para todas elas!

Bjos

Responder

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Maria Luisa
Maria Luisa

Em: 13/03/2016

O shipper só aumentando, tambpem to ansiosa meninas. Ana cecilia e Patricia, tão lindas só pela a apresentação


Resposta do autor em 14/03/2016:

Ola Maria Luisa

Em breve terá muitos capitulos delas duas

Bjos

Responder

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Bruna Fernandes
Bruna Fernandes

Em: 13/03/2016

Nossa, achei que fosse só eu que estava ansiosa pelo o romance da linda Ana cecilia e Patricia. 


Resposta do autor em 14/03/2016:

Oi Bruna

Prometo que em breve matarei sua ansiedade!

Bjos

Responder

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Carol Maria Leal
Carol Maria Leal

Em: 13/03/2016

Muito ansiosa por Ana Cecília e Patrícia.


Resposta do autor em 14/03/2016:

Ola Carol...

Em breve vocês terão esse casal...

Bjos

Responder

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lis
lis

Em: 11/03/2016

Nossa que triste isso, a Julia merece ser feliz depois de passar por tudo isso


Resposta do autor em 14/03/2016:

Ola Lis...

A Júlia será feliz sim... pode apostar!

Bjos

Responder

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Mille
Mille

Em: 11/03/2016

Recuperando do choro, além de perder Lari ainda teve a "sogra" acusando e os pais delas sabendo por outro sua sexualidade. 

Para a Júlia estava sendo ruim esperar o tempo que a Lari pedia, e creio que dá Lari também fora que a mãe fazia de tudo para elas não se verem e ainda deixar Marcelo em sua ausência.

Se a resposta fosse outra ainda sim teria a confusão e o disparo mais a culpa que ela sente fora que foi acusada por essa fatalidade a deixando acreditar que foi a culpada.

Bjus e até o próximo👏👏👏👏👏


Resposta do autor em 14/03/2016:

Oi Mille

Pois é que sogrinha dos inferno né! 

Infelizmente isso acontece muito na vida, muitas pessoas são tiradas de nós por uma bala perdida, um acidente, uma fatalidade. Júlia se culpa muito por isso sim. A culpa faz parte da natureza humana. 

Bjus

Responder

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Ana_Clara
Ana_Clara

Em: 11/03/2016

Só acho que depois de uma história dessas não tem como a Julia ser completamente feliz novamente. Não gostei desse final,  realmente não gostei.


Resposta do autor em 14/03/2016:

Oi Ana...

Por mais dificil que pareça a vida vai ensinar a Júlia que é sim possivel voltar a ser completamente feliz! E amar alguém tanto ou mais do que ela ja amou a Lari!

Responder

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