POV Jodie

– Hey! – falei sorrindo largamente ao me virar e vendo que era o cara mais baixo que me olhava com um sorriso convencido como se já estivesse pensando que ganhou – Você parece forte – falei rindo e tirando a minha jaqueta marrom.

Eu estava usando uma camisa de mangas compridas e por baixo um top preto, uma calça jeans mais solta e com rasgos nos joelhos além do meu coturno preto. Puxei um par de luvas de couro que eu sempre usava e que tinham os dedos cortados e as coloquei; não teria tempo de colocar as faixas, então elas serviriam, como já haviam servido anteriormente. Joguei a jaqueta num canto e puxei a camisa pela cabeça deixando-a sobre a jaqueta. O cara me encarava quase babando. Não é por nada não, mas eu tenho um bom físico, meus seios são pequenos, mas eu tenho outras curvas e meu corpo é bem definido. Fora isso também havia uma tatuagem nas minhas costas, eu havia feito ela antes do mundo desmoronar, meus pais não tinham concordado, mas não tiveram como discutir. Era um tigre que ocupava quase todo o espaço dos meus ombros e ficava a mostra devido ao top ser estilo nadador e a barra dele passar bem abaixo do desenho. E, logo abaixo disso, perto do fim das costelas, estava a longa e profunda cicatriz que ia da lateral das costelas quase até o meio das costas.

http://www.fotosetatuagens.com.br/wp-content/uploads/tatuagem-de-tigre-3.jpg

Senti o olhar de Charlie em mim enquanto eu colocava as luvas, não sei como sabia, mas sabia que era ela. O olhar do cara sobre mim era cada vez mais desejoso, coitado, não sabia que eu não curtia o que ele tinha pra me dar. Caminhei devagar e sempre sorrindo e ele logo veio pra cima de mim. Tentou me agarrar e ganhou um chute nas partes baixas. Eu sai rindo enquanto ele me xingava e começava a prestar atenção em mim de verdade.

– Vamos garotão, estamos numa luta – falei pra ele enquanto eu andava ao redor rindo e ele se levantava devagar – E depois, eu não gosto disso dai não, então vou bater mesmo se você não acordar – completei rindo ainda mais e ouvi risadas vindo de cima.

Arrisquei a olhar para onde Charlie estava e ela ainda continuava me encarando, parte era reprovação, parte era divertimento e parte era uma certa curiosidade. Sorri pra ela e pisquei antes de voltar a olhar o cara que estava se levantando.

https://www.youtube.com/watch?v=cwLRQn61oUY

(N/A: só eu fiquei viciada nessa música????)

Ele veio com a guarda erguida dessa vez e tentou me dar um soco do qual desviei com facilidade. Meus braços estavam pra baixo e eu continuava rindo enquanto desviava dos potentes socos que ele tentava me acertar. Não que ele fosse lento, ao contrário, era muito rápido, mas eu era mais. Depois de lutar com Charlie qualquer outro soco parecia lento, mas eu sempre fui muito boa em esquivas e reflexo.

Defendi um soco com um braço e entrei dentro do alcance dele, mas antes que ele conseguisse algo acertei um bom gancho de direita jogando-o alguns passos para trás. Abaixei desviando de um chute e acertei o rosto dele de novo. Defendi um chute baixo ao erguer a perna direita e logo depois a ergui mais chutando com força a lateral das costelas do cara que se afastou com a mão no lugar onde acertei o golpe.

Ele estava me odiando, dava pra ver isso no olhar dele, mas eu estava rindo. Aquilo estava sendo muito divertido, mas eu sabia que teria de levar a sério agora que ele tinha notado que eu não era tão idiota quanto pareci ao entrar ali. Os próximos ataques dele eu só consegui me esquivar por estar muito atenta, mas notei que ele estava conseguindo ficar cada vez mais perto. Acertei uma cabeçada depois de defender um soco tendo de usar os dois braços para isso e fiquei séria pela primeira vez desde que tudo tinha começado.

Notei que ele tinha me levado para uma parte do lugar onde o chão do piso superior tinha ficado pendurado formando uma parede. Ele veio pra cima de mim dessa vez tentando me fazer ficar sem saída para onde desviar e conseguiu porque me deixou sem espaço, mas isso não me deixava menos confiante.

Ele conseguiu me segurar e, mesmo comigo acertando socos fortes no tronco dele, ainda tive meu pescoço agarrado com força por uma das mãos dele. Quando notei ele me empurrando para a parede eu consegui jogá-lo um pouco para o lado e, usando a parede para pegar impulso me joguei para cima girando o braço dele ao jogar minhas pernas por cima do mesmo e prendê-las em volta do pescoço dele. Usei o mesmo impulso que me jogou para cima a meu favor para girar mais e jogar o cara no chão caindo junto, mas mantendo o braço dele preso e torcido.

Ele era forte, então eu tive dificuldade em conseguir forçar as articulações. Estava a ponto de quebrar aquele braço dele quando vejo o cara estender o outro braço e puxar uma faca da bota. Soltei o braço dele o mais rápido que pude, mas não foi rápido o bastante para fugir do golpe e a faca cortou meu antebraço de forma até leve e que fez sangue começar a escorrer lentamente.

Aquilo me deixou com raiva, mas ele pareceu ainda mais confiante quando se levantou com o braço dolorido e veio pra cima de mim tentando me acertar de novo. Desviei várias vezes até conseguir uma abertura por onde pude socar e quebrar o nariz dele que derramou sangue e o fez colocar uma mão sobre o rosto. Isso não o parou e só o fez vir com mais raiva, mas eu também estava com raiva e comecei a deixar a faca me arranhar para poder acertar socos e chutes nele. Chegou num ponto onde eu tinha vários arranhões e ele estava todo quebrado, mas ainda não desistia.

Com um grito ele se ergueu de novo e veio pra cima de mim. Defendi o golpe da faca segurando o antebraço dele e acertei repetidos socos contra as costelas dele até sentir algo se quebrar. Me afastei e ele tentou me acertar ainda, mas não conseguiu. Eu notei que ia ter que nocautear ele pra acabar com isso, mas não estava fácil porque o cara não caia.

Quando ele veio pra cima de mim outra vez eu defendi os golpes e a faca não me acertou, só que ele chutou uma pedra para cima e depois chutou-a na direção do meu rosto, eu desviei da pedra, mas ele usou isso pra chegar perto, eu defendi o golpe dele, tentei afastá-lo o empurrei um pouco, mas não consegui evitar que a faca dele entrasse na minha perna chegando tão fundo que achei que estava no osso.

Ele tentou puxá-la outra vez, mas mesmo caindo de joelhos eu segurei o cabo da faca mantendo-a no lugar. Quando ele me olhou eu acertei outro soco na lateral da cabeça dele, tão forte que o fez ir para o lado, então eu gritei erguendo o joelho que estava no chão para acertar o outro lado da cabeça dele. Ele soltou a faca e eu pulei com minhas ultimas forças acertando um soco na garganta dele fazendo-o tombar.

Arranquei a faca e não aguentei de dor me ajoelhando de novo e caindo com as mãos na terra enquanto respirava com dificuldade por conta da dor.

Fim do capítulo