Isabella

                 Passamos um bom tempo jogando conversa fora dentro da piscina, vi Lari tremer um pouco de frio, resolvemos então entrar. Antes porém prometemos não demorar, já que nossos amigos ainda queriam jogar conversa fora. Logo que chegamos no quarto eu tratei de me livrar do meu vestido molhado, ficando nua na frente de Lari que me arrastou para o banheiro, acabamos fazendo amor. Era impressionante como cada vez parecia ficar ainda melhor, mais quente e mais prazeroso.

               Depois que nos vestimos acabei me assustando com o avançar das horas, resolvi que seria melhor dormir já que eu estava sozinha para trabalhar devido ao ocorrido com Siqueira. Me deitei esperando que Larissa voltasse, ela tinha ido avisar que iriamos dormir. Senti o corpo dela ocupar o lado da cama, repousei minha cabeça em seu peito, como de costume e logo depois apaguei.

                Acordei com o barulho do despertador do celular, tateei a procura do aparelho, quando consegui faze-lo parar, me virei e observei Larissa. Os cabelos loiros bagunçados, apenas metade do corpo estava coberto. Como podia ser assim tão linda? Sei que não sou feia, mas nunca pensei que alguém como a Lari fosse se apaixonar por mim, muito menos que eu iria acabar casando.

             Afastei uma mecha de cabelo que cobria seu rosto, beijei sua testa levemente para não acordá-la e fui para o banho. Me arrumei e sai do quarto, deixei as meninas me seguirem, assim elas não iriam acordar Lari.

-Sem bagunça filhas. – falei, as duas saíram correndo.

            A porta do quarto de Milena foi aberta, ela saiu arrumada.

-Caiu da cama?  - questionei.

-Seu irmão ronca demais, me fez acordar mais cedo do que eu queria. – rimos em cumplicidade.

-Vai para a empresa? – questionei quando descíamos a escada.

-Não, na obra, combinei com o Ben. Você acha que conseguimos algo para comer antes de sairmos? Essa casa sem a Su vamos passar é fome. – falou entrando na cozinha.

-Não irão não, por que cá estou eu reabastecendo a geladeira. – a mulher sorriu.

-Bom dia Susane. – falei dando dois beijinhos na mulher.

-Bom dia Isa.

-Chega, larga ela...- Milena agarrou a mulher. – Suse não abandona a gente não, esse povo aqui quando você não está em casa substitui comida por álcool. – disse sentando atacando as coisas do café da manhã.

-Se pelo “povo” você quer dizer você, eu acredito. – a mulher sorriu divertida.

             Milena nem ao menos se deu ao trabalho de retrucar, estava comendo sem parar. Me sentei ao seu lado, e Suse nos acompanhou no café da manhã.

-Como está o Siqueira? – perguntei colocando um pouco de suco de laranja.

-Está melhorando, aproveitei que ele ainda estava dormindo e vim ver como estava as coisas por aqui. Como foi a festa ontem, pena não termos ficado mais um pouco.

-Foi ótima, ficamos até tarde conversando. – contei.

-Vocês não ficaram até tarde, nós sim. – Milena retrucou.

           E assim foi durante os trinta minutos que ficamos ali, quando terminei de comer me despedi das duas, peguei meu carro e segui para a empresa. Estava a alguns quarteirões quando meu celular tocou.

-Oi mãe.

-Oi filhinha. Como você está?

-Bem mamãe e a senhora?

-Ótima. Está dirigindo Isabella? – perguntou.

-Sim, mas estou no viva voz, não se preocupe.

-Não estou preocupada com isso, quero saber o que você faz fora da cama essa hora, sendo que acabou de ficar noiva, deveria estar com Larissa agora. – ralhou comigo.

-Mamãe eu preciso trabalhar, e o fato de Larissa ser dona da empresa não quer dizer que eu possa me ausentar, o Siqueira está de licença, tenho muito trabalho.

-Tudo bem Isabella, desse jeito é capaz de você casar e no dia seguinte estar no escritório, ou então levar trabalho para a lua de mel. Larissa que se cuide.

-Não exagera. Ela entende. – pensei: será que entende mesmo?

-Espero que esteja certa. Preciso ir agora, o Kadu que ir ao parque. – falou rindo.

-Vai lá vozona. –ri.

-Sou mesmo, e vocês cuidem logo em me dar mais netos fazendo o favor.

-Mamãe eu ainda nem casei.

-Não tem importância.

-Tchau mãe. – encerrei a ligação.

            Sorri batucando a música que tocava baixinho, mamãe com certeza iria me azucrinar muito com essa história de filhos. Mal havíamos acabado de noivar, nem ao menos sabíamos quando iriamos nos casar, apesar de já morarmos juntas. Não fazia a mínima ideia de quando faríamos planos de ter filhos, não me vejo preparada para ser responsável por outro ser humano. Resolvi deixar de devaneios quando estacionei o carro na minha vaga na garagem da empresa. Peguei minha pasta e travei o carro, a pasta abriu deixando cair meus papeis, sorri pensando que a mais de um mês em um dia atrapalhado isso havia acontecido e eu conheci a Lari.

-Ihh amiga, tá pirada, rindo ai sozinha? – Maísa perguntou parando na minha frente.

-Não, só estava pensando, e você vai ficar ai me olhando com essa cara de bunda e não vai me ajudar? – falei rindo.

-Acordou delicada hoje eihm? – falou me ajudando com os documentos.

-Onde está o dois metros? – perguntei quando já estávamos em pé.

-Esse apelido vai pegar, graças a Milena. Ele foi encontrar com ela na construção. E sua amada?

-Provavelmente dormindo.- falei caminhado para a entrada.

-E por que você não está na cama com ela? – perguntou quando entramos no elevador, por sorte erámos as únicas ali.

-Por que eu preciso trabalhar, você é a segunda pessoa a me perguntar isso. – falei.

-Mas é uma questão logica, acabaram de ficar noivas e você deixa ela em casa e vem trabalhar. Já sabemos quem é o homem dessa relação. – sorriu me provocando.

-Não sei por que vocês heterossexuais tem mania de dizer que sempre existe um homem em uma relação entre lésbicas. – falei rindo. – A diferença é que ela pode ficar em casa e eu não.

-Sei, aposto que você manda e ela obedece sempre. – falou rindo.

-Tchau Maísa. – disse saindo do elevador.

               Pensei que isso não era bem verdade, ela sempre me dominava na cama, e eu não tinha do que reclamar. Sorri entrando em minha sala, a secretária veio atrás de mim, me passando todos os compromissos que teria, inclusive a agenda de Siqueira, já que eu cuidaria de tudo em sua ausência. Suspirei quando ela terminou de passar tudo o que precisava fazer. E minha manhã foi basicamente isso, me prendi em meio a documentos. Já era quase hora do almoço quando Larissa me ligou, combinamos de almoçarmos juntas. Antes porém ela reclamou por ter acordado sozinha.

             Combinamos para dali a uma hora nos encontrarmos, não tive um segundo sequer de descanso, quando já estava quase na hora de sair, Luciana minha secretária entrou me trazendo mais documentos. Suspirei, não tinha como ir almoçar com Larissa, liguei para ela desmarcando e prometendo que iriamos jantar juntas. Era mais de duas da tarde, eu sentia minha cabeça doer, meu estomago reclamava pela falta de comida.

            Peguei o celular e liguei para Maísa.

-Diz Advosapa. – riu do apelido.

-Essa é nova. – acabei rindo também. – Me diz que você ainda não comeu, preciso de companhia.

- Para sua sorte ainda não.

-Tudo bem. Te encontro daqui a pouco no elevador.

           Arrumei minhas coisas e sai, encontrei onde era esperado.

-Nossa você está com uma cara péssima. Horrível. – Má falou divertida.

-Você também, obrigado.

         Logo estávamos no meu carro, antes de dá partida vimos algo no mínimo inusitado.

-Aquela ali beijando a Samantha dentro do carro não é a Alana? – Maísa comentou.

        Virei para olhar, quase que bati o carro. Pior que era mesmo as duas.

-Isa, vai matar a gente? – Maísa disse se segurando.

        O barulho da freada acabou chamando atenção das duas dentro do carro. Elas se separaram, agradeci pelo fumê, mas sabia que elas conheciam meu carro. Segui caminho.

-Não entendi, ela ontem estava com Bianca e hoje está agarrando sua ex dentro do carro no estacionamento da empresa. – Maísa disse inconformada. – Sinto falta da Ingrid e ela mal foi embora.

-Samantha é o par perfeito para Alana, claro que eu ia adorar que ela se apaixonasse e Sam fosse sacana com ela tanto quanto ela foi comigo.- sorri maléfica.

-Nossa Isa, me lembre de nunca te fazer mal. – disse.

          Estacionei o carro, e pegamos uma mesa, fizemos os pedidos e continuamos a conversar.

-Não estou desejando o mal, só acho que carma é algo real.

-Verdade, teve um carinha que eu namorei na época de faculdade, o pilantra era pior que Alana, eu era morta de amores por ele. Enfim ele me traiu e dessa traição acabou pegando uma DST.

       Nós olhamos e caímos na risada.

-Está vendo só, carma é algo sério.

        Nossos pedidos chegaram, até me impressionei com a rapidez.

-Maísa preciso da documentação de vocês para o contrato da casa.

-Ainda acho um absurdo essa história toda, parece que estamos nos aproveitando do dinheiro dela. – reclamou.

-Até parece, aprendi nesse curto tempo que ela adora ajudar, todo mundo, independente de quem seja. E nós somos amigos, viu a história da ONG que ela quer ajudar?

-Vi sim, é realmente admirável que ela pense nos outros. Você teve sorte e aparentemente soube escolher dessa vez. Larissa é maravilhosa, em todos os sentidos.

-Eu sei disso. – falei sorrindo.

-Ei não precisa ficar lembrando dela na cama. – jogou um guardanapo em mim.

-Mas, nem pensei em nada. – confessei.

-Sei, sei.

          Pagamos a conta e voltamos para a empresa. Maísa acabou tendo uma reunião com Samantha. Eu segui para minha sala. Parei ao ver Alana sentada na sala de espera, Luciana me olhou, se aproximou e disse de uma só vez:

-Eu disse que a senhora estava com a agenda lotada, ela insistiu em esperar.- falou agoniada.

-Tudo bem, não tem problema. – claro que tinha, mas não era certo eu descontar a audácia de Alana na coitada da secretária, minha ex levantou a cabeça ao ouvir meus passos.

          Levantou-se, colocando a revista no lugar. Ficou me olhando alguns segundos, até que eu cansei de esperar ela me dizer o que diabos ela estava fazendo ali.

-Alana, sinto muito, mas não tenho tempo para você ficar me olhando sem dizer o que quer. – fui mais grossa do que pareceu.

-Cla-claro, desculpe. Como vai Isa? – estendeu a mão.

-Muito bem. – não fiz menção alguma de retribuir o gesto dela.

-Será que poderíamos conversar na sua sala? – perguntou sem graça.

           Revirei os olhos, vi que algumas pessoas estavam atentas a nossa conversa. Concordei e caminhei com ela para a sala. Ela sentou-se em minha frente. Eu coloquei as mãos em cima da mesa.

-Isso é verdade? – falou olhando a aliança em meu dedo.

-Sim, pensei que sua namorada tivesse comentado que esteve no nosso jantar de noivado ontem. – soltei já me arrependendo de que ela interpretasse meu comentário como ciúmes.

-Não tenho namorada. Se você está falando de Sam ela não me contou nada. – falou baixinho.

           Eu dei de ombros ela completou:

-Você nos viu mais cedo, não foi? – me olhou.

-Sim.- me ative a dizer.

-Sinto muito, ela e eu não temos nada, só saímos algumas vezes para almoçar. -confessou, como se eu me importasse com isso.

-Alana, não me importo com quem você está levando para cama. – falei dando um sorriso.

-É impossível que você não sinta nada. – levantou-se, ficando de costas para mim. – Nós fomos casadas por tanto tempo, é impossível que aquele amor que você sentia por mim tenha acabado. – falou com a voz falha.

         Ri do absurdo que ela havia acabado de falar. Ela me olhou com os olhos marejados.

-Você só pode estar brincando comigo. – balancei a cabeça. – Eu realmente sinto algo quando vejo você com outra mulher, sinto pena dela por que se ela se apaixonar vai passar por tudo que eu passei. – ia falar que não era o caso de Samantha já ela era tão safada quanto Alana, achei melhor me calar.

-Você nunca acreditou no que eu sentia por você Isa, tudo sempre foi o seu trabalho, ainda é pelo visto, afinal ontem você ficou noiva e hoje já está aqui trabalhando enquanto sua noiva almoçava com a amiga. Pelo visto você não mudou em nada. – cuspiu as palavras me olhando furiosa.

-Alana, honestamente eu não lhe devo satisfação da minha vida. E não venha colocar a culpa das suas inúmeras traições em mim, ou no tempo que eu precisava dedicar ao meu trabalho. – gritei, ficando de pé.

-Eu sei que eu errei quando trai você. – falou triste. – Eu reconheço isso, mas não venha me dizer que você não tem uma parcela de culpa no que aconteceu com a gente. Não se engane Isa, a amiga da Larissa vai estar ao lado dela quando você não estiver, o que lhe faz pensar que elas também não irão acabar na cama? – sorriu ao terminar de falar. – O que te garante que um dia quando você chegar em casa, depois de passar o dia inteiro trancada nessa sua sala, não irá pegar as duas na cama?

-Você é completamente insana. – dei um riso sarcástico. – Você pensa que todas as mulheres são como você? Que não podem passar algumas horas sozinhas que sempre acabam levando alguém para cama. Algumas pessoas têm caráter Alana, coisa que eu duvido muito que você saiba o significado. – falei encarando-a.

-Sei muito bem o que é ser deixada em segundo plano, sempre foi assim com você, se bem que nem em segundo eu estava, afinal tinha sua família. Em que lugar eu estava na sua vida Isabella? – gritou. – Em que lugar eu estava na sua vida? – repetiu gritando mais uma vez.

         Foi o fim para mim, me atirei na cadeira, fechando os olhos, talvez estivesse na hora de termos a conversa que ficou faltando quando nos separamos.

-Eu sempre dei o melhor de mim para você Alana, sempre. Se eu precisava trabalhar era por que eu namorava uma adolescente inconsequente e irresponsável, eu fechei os olhos para suas inúmeras traições, eu lutei por nós, até que um dia eu cansei. – falei em um sussurro. – Não venha dizer que eu desisti do que tínhamos por nada, apenas me cansei de tudo o que fazia, faz, na verdade, você ainda faz.

-Isabella eu mudei, será que você não percebeu isso ainda? – falou se aproximando.

       Eu recuei quando ela ficou próxima, gargalhei do que ela havia falado.

-Você só pode estar contando uma piada, Alana a poucas horas você estava pegando minha chefe, no estacionamento, dentro do carro.

-Não sou apenas eu que pega chefes pelo visto. – olhou minha aliança de forma acusadora. – Então você se importa por eu ter ficado com Samantha?

-Alana, você está me fazendo perder tempo. Eu já lhe disse que pouco me importa qual a piranha que está deitando na sua cama.

-Não estou te fazendo perder tempo, você que está desperdiçando ele namorando uma criança, tudo bem ela é a MILIONARIA, mas ainda assim não passa de uma criança. Ela vai cansar dessa história de brincar de casinha com você.

-Quem você pensa que é para chamar ela de criança? – balancei a cabeça. – Acredite essa história de brincar de casinha está funcionando para a gente, e muito bem. Ela me prova isso a cada dia.

-Claro, fica fácil impressionar quando se tem dinheiro que pode comprar o país inteiro.

-Agora sim você enlouqueceu, dinheiro nunca me importou Alana. São outras coisas que me fazem amar Larissa, foram qualidades que eu admiro que me fizeram decidir que preciso passar o resto da minha vida com ela. Foi por isso que eu a pedi em casamento. Ela é a mulher certa para mim, independente do que os outros possam pensar sobre nosso relacionamento, eu a amo.

            Ela ficou surpresa pois não sabia que eu havia feito o pedido.

-Eu não acredito, você pediu ela em casamento? –falou incrédula.

-Sim, é o que se faz quando se ama alguém, você a escolhe, todos os dias independente dos problemas. Ela me faz feliz, apenas por estar na minha vida, mesmo que não esteja o tempo inteiro ao meu lado.

-Não posso acreditar que tudo o que você sentia por mim acabou assim, do nada. Bastou essa riquinha aparecer no seu caminho. – passou a mão nos cabelos de forma inconformada.

-Não foi do nada, foi em cada traição em cada briga. O carinho que eu sentia por você foi sumindo aos poucos. Até que um dia ele simplesmente não existia mais.

-Não Isa, você me amava, ama. Eu sei que ainda me ama.

         Falou se aproximando de mim, dessa vez não me dando tempo de recuar, enlaçou minha cintura, eu coloquei as duas mãos em seu ombro tentando empurra-la para longe de mim. Ela era mais forte que eu, segurou minha nuca, aproximando a boca da minha. Senti seus lábios nos meus, fechei a boca repelindo o contato, ela forçou até que minha boca se abriu, sua língua invadiu minha boca, me fazendo lembrar de tudo o que um dia vivemos juntas. Primeiro todos os momentos bons, em seguida veio toda a dor, o sofrimento que passei por ela, me lembrei de Larissa. Mordi seu lábio com força, ela gritou de dor, mas não interrompeu o beijo.

-Meu amor, eu...- a voz de Larissa se fez ouvida.

        Alana me soltou, olhando para Larissa de forma desafiadora, sua boca sangrava devido a minha mordida.

-Lari eu posso explicar...- ela não me deu tempo.

-Claro que pode.- sorriu sarcástica, deu as costas.

-Isso, corre para o castelo princesa. – Alana provocou.

        O que aconteceu a seguir pareceu cena de filme, Larissa parou com a mão na maçanete da porta, virou-se para Alana que ainda mantinha um sorriso vitorioso. Passou por mim feito bala, com os punhos cerrados. E como em um flash, acertou um soco em Alana, que caiu no chão da minha sala.

-Nunca fui de violência, mas faz tempo que você merece isso. – deu um passo ficando de costas para ela, parou virou-se e disse de forma fria. – E diga a seu patrão que minha empresa não irá fazer construção nenhuma se você estiver no projeto.

        Passou por mim me olhando com magoa, senti meu peito apertar. Vi seus olhos com lágrimas. Ela não merecia isso, mas nem ao menos me deu a chance de explicar o que realmente havia acontecido.

-Larissa, me espera deixa eu te explicar. – segurei seu braço.

        Ela encarou minha mão sem me olhar nos olhos, disse chorando:

-Não precisa explicar nada.

        E saiu me deixando completamente sem chão, fechei meus olhos, respirando fundo, fui dominada por uma raiva que nunca senti na vida nem mesmo quando peguei Alana na nossa cama me traindo com duas piranhas. Ela reclamou de dor no chão, ficou de pé com a mão no olho atingido por Larissa.

-Eu disse que ela estava apenas brincando de casinha.

     Sem pensar e muito menos me conter, me virei para ela e acertei o outro olho com um soco, claro que não tão forte quanto o de Larissa. Ela apenas desequilibrou, segurei seu braço e a coloquei para fora da minha sala.

-Me faz um favor, some da minha frente.

      Todos olharam para mim, quando gritei isso. Bati a porta e percebi que eu poderia ter perdid

Fim do capítulo