Alma Negra por kpini
Capítulo 17
Marcella
Levantei ainda com um sorriso nos lábios, tinha colocado o despertador para as cinco e meia, assim teria tempo de tomar um banho e me arrumar antes de Dudinha acordar. A babá chegaria as oito e depois eu iria para o hospital.
Há anos não dormia tão bem, acordei disposta e feliz. Como Bianca havia passado a noite com Milli dormi em sua cama pra poder ouvir caso Duda acordasse. Devo confessar a mim mesma que me senti novamente a verdadeira jovem apaixonada de outrora. Fiz coisas que não teria coragem de contar pra ninguém, pois morreria de vergonha, afinal na minha idade já era pra ser mais adulta né, ou não? Me abracei ao travesseiro dela buscando seu cheiro suave, imaginando seu rosto e seus cabelos espalhados por ele, me enrolei em seu lençol imaginando seu corpo colado ao meu e vasculhei as gavetas procurando suas lingeries, que como eu havia imaginado eram para o uso do dia a dia, bem simples, mas, mesmo assim só de ter aquela calcinha nas mãos um comichão atravessou o meu sex* fiquei imaginando como seria tirar aquela peça e sentir seu perfume de mulher. Demorei a dormir, pois me peguei lembrando de tudo o que tinha acontecido entre nós e a felicidade me invadiu como uma brisa suave. Já havia beijado muito em minha vida, afinal eu não era uma santa, e sempre havia gostado da coisa, mas nunca daquele jeito. O que eu senti foi inexplicável, a emoção dela passou pra mim, e foi como seu eu estivesse beijando pela primeira vez. Foi forte, intenso e único. A vontade que eu tinha era de sair gritando pelas ruas qual uma doidivanas o quanto estava me sentindo feliz, mas é claro que não faria isso, então apenas sai dançando e cantando sozinha pelo quarto enquanto arrumava a cama. Quando dei por mim comecei a rir sozinha. Onde estava mesmo aquela mulher séria e autoritária de trinta e cinco anos?
Assim que terminei de me vestir alguém bateu à porta do quarto.
- Entre. – Disse espantada. Quem seria àquela hora?
Roxanne entrou, já com o uniforme e mochila nas mãos.
- O que aconteceu ontem afinal? Percebi que Bi não voltou pra casa. – Ela falou me encarando.
- Bom dia pra você também Zanne. Tão bom ver esse seu sorriso espontâneo logo de manhã. Sabe, às vezes me pergunto se alguma vez chegamos a ensinar bons modos pra você. Mas enfim respondendo sua pergunta tão educada... O que aconteceu é que uma das meninas do orfanato sofreu um acidente e a Bianca está com ela no hospital. – Disse sem me abalar com o seu olhar carrancudo.
- Sem ironias ok? Não vejo nada de bom no dia, por isso não vou ficar dizendo isso por obrigação. Foi muito grave o que aconteceu com a criança? – Questionou parecendo sincera.
- Não muito. Ela quebrou o braço, teve uma leve concussão e alguns arranhões. Mas no geral está bem. O médico vai dar a alta hoje. - Respondi
- Se não houve nada demais porque ela precisou passar a noite com a menina? – Ela parecia enciumada.
- Na verdade não foi questão de precisar, mas sim porque Bianca quis ficar. Pelo que percebi ela é muito ligada à pequena. – Estava tentando descobrir onde ela queria chegar com aquelas perguntas
- E quando ela vai voltar? – Continuou o interrogatório.
- Talvez hoje ou amanhã não sei ainda. Por que tantas perguntas?
- E a Eduarda? Quem vai tomar conta dela? Afinal ela não pode ficar sozinha. Se quiser eu falto na escola e fico com ela. – Ignorou a minha pergunta de propósito.
- Obrigada, mas não será necessário. Eu já contratei uma babá temporária, daqui a pouco ela estará aqui. De qualquer forma foi muito gentil por se oferecer. – Procurei evitar a ironia, pois havia sido um gesto interessante vindo da parte dela.
- E você vai ou não me contar o que estava acontecendo na sala ontem na hora em que entrei para dar o recado? – Perguntou mudando o rumo da conversa da água pro vinho me pegando desprevenida.
- Não vou não. Isso é um assunto entre mim e Bianca. E não é do seu interesse. – Fechei a cara para demonstrar que não havia gostado da pergunta.
- Só espero que não seja o que eu estou pensando. - Falou petulante.
- Sério? E o que a senhorita está pensando? – Questionei olhando em seus olhos.
- Que vocês estavam se beijando. – Ela respondeu sem medo erguendo o queixo em desafio.
- E se fosse isso? O que você tem a ver com o fato? – Como ela se atrevia a falar comigo daquele jeito?
- Fala sério! Isso seria muito estranho. E patético também. – Soltou fazendo cara de desdém
- Estranho? Patético? Por quê? O que você sabe sobre esse assunto pra poder dizer essas coisas? – O sangue me subiu.
- Ela é bem mais nova que você. E depois que eu saiba, ela não é gay. E além de tudo ... – Fez uma pausa proposital
- Continue. - Incitei
- Ela á a babá da Duda.
- Uau! Quer dizer que além de tudo você é preconceituosa? Muito bonito da sua parte Roxanne. Agora eu tenho certeza absoluta que não criamos você como deveríamos. E eu achando que você gostava de Bianca. – Estava verdadeiramente chocada com a resposta.
- Eu gosto muito dela, mais do que você possa imaginar. E não sou preconceituosa. Apenas acho que essa estória de patroa namorar funcionária nunca acaba bem. Não quero que ela se machuque. – Sua resposta foi cortante.
- E por que eu a machucaria? Eu também gosto demais de Bianca. – Retruquei.
- Realmente está me perguntando isso? Você tem certeza que nunca vai machucá-la? Onde estão mesmo as pessoas que você um dia amou? – Falou maldosamente e depois virou as costas e saiu.
Suas palavras ficaram martelando em minha cabeça como um tambor dissonante. Será que minha sobrinha já havia notado que todos os que eu amei um dia tiveram um final infeliz? Um sentimento de angustia invadiu o meu peito. Estaria ela certa? Poderia fazer a mulher pela qual estava apaixonada sofrer mesmo sem querer? Tudo o que não desejava nesse mundo era magoar ou machucar Bianca. Um medo gritante tomou conta de mim. Onde eu estava com a cabeça que tinha me esquecido de tudo que já havia acontecido? A alegria que estava sentindo evaporou instantaneamente. Meu Deus será que teria que abrir mão daquele sentimento?
Cheguei ao quarto de Duda no exato instante em que se ela sentou na cama. A menininha me olhou com aquele rostinho lindo, abriu um sorriso e estendeu os braços.
- Oi meu amorzinho. Vem com a tia Cella. Vamos lavar o rosto, escovar os dentinhos, pentear os cabelos e trocar de roupa. – Disse a tomando no colo e beijando sua bochecha rechonchuda.
- Cadê Bi? – Perguntou daquele seu jeitinho meigo.
- Ela saiu, mas logo, logo ela volta. – Falei.
Depois de alimentá-la, fui com ela para a biblioteca esperar pela babá que chegou praticamente em seguida. Após dar as instruções necessárias, subi até o quarto de Bi e peguei sua escova de dentes, um jogo de lingerie e umas peças de roupa, pois não sabia se ela ia querer ir para o orfanato com Milli ou não. Porém nada conseguia apagar as palavras ditas por Roxanne da minha mente. E durante todo o trajeto até o hospital fiquei com aquela ideia martelando na cabeça. O dia que havia me parecido tão lindo havia perdido o brilho.
Ao chegar conversei com o segurança avisando que ia entregar alguns pertences para a acompanhante do quarto 212 e ele me deixou subir. Estava cabisbaixa e pensativa, caminhei até a porta fechada, respirei fundo e a abri, e a cena que vi enterneceu imediatamente meu coração. Bianca estava toda encolhida deitada na poltrona, seu rosto sereno e relaxado tinha um belo sorriso estampado. Foi como se um leque poderoso espantasse todas as nuvens negras que haviam se formado sobre mim. Que poder aquela mulher possuía pra tirar todos os meus medos, minha dúvidas e deixar apenas a certeza de que aquele amor era mais forte do que tudo? Eu não podia desistir daquele sentimento.
Fui até ela e depositei um beijo em sua testa, Bianca imediatamente abriu os olhos, e ao me ver seu sorriso se ampliou aquecendo minha alma, antes tão fria.
- Oi. – Falei olhando apaixonadamente pra ela.
- Oi. Faz tempo que chegou? – Disse se ajeitando na poltrona e espreguiçando.
- Não. Acabei de chegar na verdade. – Respondi ainda encantada.
- Que horas são? – Ela perguntou ainda um pouco desnorteada pelo sono.
- Nove.
- Nossa! Tudo isso? – Assustou-se.
- Eu te trouxe algumas coisas, entre elas a escova de dentes e pasta. – Sorri.
- Obrigada Cella. Você é incrível. Pensa em tudo. – Ela correspondeu ao meu sorriso.
- Não sou não. Qualquer um faria isso. – Argumentei.
- Mentira. Algumas patroas nem me liberariam pra ficar aqui. – Ela balançou a cabeça.
- Eu não sou mais sua patroa Bi. – Respondi passando a mão em sua face delicada.
Seu rosto ficou corado, ela colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha e baixou o olhar.
- Marcella, precisamos conversar sobre algumas coisas. – Disse baixinho.
Automaticamente dei um passo para trás. Sabia que teríamos que conversar sobre muitas coisas, acertar a situação, mas me bateu um medo absurdo, e se ela tivesse se arrependido? Se tivesse percebido que a minha companhia não era tão boa assim? E se por um caso não tivesse gostado do meu beijo? E se tivesse descoberto que na verdade era mesmo hetero? As perguntavas brotavam aos lotes.
- Algum problema? – Meu semblante estava carregado.
- Não. Quer dizer, espero que não. Acho apenas que temos que esclarecer algumas coisas. Mas primeiro quero lavar o rosto e escovar os dentes. Depois conversamos com mais calma. – Disse levantando. – Já volto.
- Ok. – Falei automaticamente.
Ela foi até o banheiro e eu caminhei até a beira da cama pra olhar o rostinho da menina que dormia. Parecia um anjinho. Uma ternura imensa se apoderou do meu ser. Tão esperta e inteligente. Percebi que aquela criança estava de alguma forma se ligando a mim. Nesse momento a porta se abriu e um médico jovem entrou.
- Bom dia. – Falou apertando minha mão.
- Bom dia doutor. Como está a nossa menina? – Interroguei.
- Muito bem. Como eu disse ontem ela passou a noite internada apenas para observação. Mas já assinei a alta. Ela está liberada pra ir pra casa. – Disse sorrindo
- E os remédios? Ela terá que tomar alguns não?
- Apenas analgésicos, se sentir muita dor, nada mais.
- Que bom! – Estava mais tranquila.
- O susto foi grande, mas apenas isso. – Retorquiu.
Nisso Bianca saiu do banheiro. E juntou-se a nós.
- Bom dia doutor. Então ela vai poder ir embora? – Perguntou enquanto cumprimentava o médico.
- Sim podem prepará-la.
- Muito obrigada doutor. O senhor foi muito gentil. – Ela estava feliz com a notícia.
- Que é isso, ela é uma criança incrível. Não reclamou em nenhum momento e nem chorou. Olha eu posso garantir que braço quebrado dói. – Ele estava verdadeiramente impressionado.
- Sim Milli é uma menina especial. – Disse Bianca com carinho.
- Bem, então vou indo. Boa sorte pra vocês. Digam que deixei um beijo pra ela ok? – Falou e foi embora.
Delicadamente Bi foi até a cama e balançou a garota.
- Ei dorminhoca. Acorda. Vamos embora.
- Oi, você já vai embora? – A criança perguntou sonolenta.
- Nós vamos embora mocinha, a senhorita está de alta. – Respondi
- Oi Cella! Que legal que você veio! Vai embora conosco?
- Claro que sim. Aliás, eu que vou levá-las embora. - Falei depositando um beijo em sua face.
- O Carlos está a nossa espera? – Bianca perguntou.
- Não senhora. A motorista hoje serei eu mesma. Sirvo? – Brinquei piscando para ela.
- Acho que dá pro gasto! Mas está faltando o quepe. - Disse fazendo graça.
- Eu ouvi direito? A moça esta desdenhando de mim? – Meu sorriso se alargou diante da zombaria dela.
- Boba! – Ela respondeu rindo alto.
- Ei! Preciso dar um jeito nessa rebeldia toda. Como pode uma coisa dessa? Está muito saidinha para o meu gosto. – Caminhei até ela e a puxei ao meu encontro dando um beijo na ponta do seu nariz.
Nossa gargalhada inundou o quarto. O som era maravilhoso.
- Tá bom. Me esqueçam mesmo. Sou apenas uma criança, cega, que pode ser largada às traças. Ninguém precisa se preocupar comigo. Tudo bem. Podem continuar com a brincadeira. – Milli falou fazendo um bico engraçado.
- Meu Deus! Quanto drama! – Bianca foi até ela e começou a fazer cócegas.
Me juntei a elas e em pouco tempo nós três riamos feito crianças, me sentia tão bem, tão livre e leve. Mesmo estando em um quarto de hospital, coisa que sempre é deprimente, o meu estado de espírito era alegre. Ainda estávamos brincando quando irmã Cecilia chegou. Sem ela não teríamos como tirar Emília do hospital, afinal o orfanato era responsável por ela. Enquanto Bianca ajudava a menina a se trocar eu acompanhei a irmã para que ela assinasse os documentos de saída e acertar algum valor se houvesse.
Depois eu as acomodei no carro e segui para o orfanato. Durante todo o trajeto brincamos, cantamos e demos risada com Milli que é uma criança amigável e criativa, meu coração com certeza já estava se apaixonando por ela. Fiquei imaginando o que teria feito com que tivesse ido parar na instituição, mas com certeza ela devia estar melhor lá, pois pais que abrem mão de um filho desse jeito não seriam com certeza bons, a menos é claro que houvessem falecido.
Ao chegarmos, ajudei a leva-la para o quarto. Ainda estávamos rindo de suas tiradas sensacionais.
- Pronto sua danadinha. Já está em seus aposentos. Agora vai poder descansar ao lado das pessoas que te amam. – Disse enquanto a cobria com um lençol.
- Obrigada Cella. Muito melhor do que ficar no hospital, apesar de todos lá terem me tratado bem e de Bi ter ficado comigo. – Disse sorrindo.
- Tenho certeza que sim. – Abaixei e dei um beijo em sua bochecha, que ela retribui e em seguida segurou meu rosto entre suas mãos.
- Eu posso passar as mãos por sua face? É assim que consigo enxergar as pessoas. – Pediu docemente, meus olhos umedeceram.
- É claro que sim. Além do que ter uma mocinha tão linda passando as mãos em meu rosto será um prazer. – Respondi contendo minhas emoções.
Ela delicadamente começou a tocar cada pedaço com muito cuidado, parando às vezes, na curva do maxilar, no nariz, na maçã do rosto, na boca, e por fim no queixo. Então baixou as mãozinhas para o colo, suspirou e falou:
- Nossa! Seu rosto é perfeito, a pele macia, você deve ser muito linda!
- Oras, obrigada, mas você é muito mais bonita do que eu tenha certeza. – Gracejei.
- Sou nada, além disso eu tenho sardas. – Disse fazendo um muxoxo.
- O que é um charme a mais. Te deixam ainda mais gata! – Respondi tocando a ponta do seu nariz.
- Qual a cor dos seus olhos? – Indagou.
- São acinzentados.
- E seus cabelos?
- Negros.
- Poxa eu sou mesmo uma pessoa de muita sorte. Estou muito feliz! Terei duas mães lindas, amorosas e amigas. O que mais eu poderia querer da minha vida? – Falou sonhadora.
Ouvir aquela declaração feita com tanto carinho e sentimento fez com que eu não me segurasse mais. As lágrimas caíram, e eu rapidamente as sequei. Uma criança cega, que morava em um orfanato, quase sem nenhum bem material, e dizendo que estava feliz assim mesmo, que nada mais queria a não ser uma mãe, ou duas como ela falou. Que coisa mais incrível de se escutar, e pensar existem tantas crianças e mesmo adultos por aí que têm família, saúde, moradia, sustento, coisa das quais as vezes nem precisam, e mesmo assim reclamam diariamente da vida. Eles deveriam fazer um curso intensivo de gratidão com aquela bonequinha.
Senti uma mão em meu braço e me virei dando de cara com Bianca que também tinha a face molhada, provavelmente pelo mesmo motivo que eu. Imediatamente a puxei para meus braços e a abracei apertado, ela apoiou seu rosto em meus ombros.
- Vocês estão chorando? – Milli perguntou.
- Não meu amor. – Bi respondeu indo até ela.
- Então por que ficaram mudas de repente? – Sua testa se franziu.
- Apenas encantamento. Você Milli é um ser muito especial. – Disse me sentindo exatamente assim.
- Não sou não. – Tornou ficando tímida.
- Ah é sim. Não sabe o quanto. Mas um dia saberá. – Falei.
- Então você vai aceitar ser minha mãe? – Perguntou um pouco receosa.
- Não vou mentir para você, pois não gosto de mentiras. Não sei direito como isso funciona, eu nunca pensei em adoção, então não sei como agir em um caso desses mas pode ter certeza que eu vou descobrir, e terei o maior prazer do mundo em te tornar minha filha. – Disse isso olhando nos olhos de Bianca, que brilharam.
- Que alegria! - Ela bateu palmas e então, do nada, começou a soluçar. – Eu fiquei com muito medo que você não me quisesse por ser defeituosa.
- Que é isso! – Sentei na cama e a peguei no colo. – Você não é defeituosa. Você é perfeita.
- Eu sou cega. – Suas lágrimas ainda caíam.
-E daí? Isso não significa nada. Acredite, não poder enxergar não é defeito. Emília, você ainda é muito jovem para saber algumas coisas, mas um dia vai perceber que limitações físicas não são problema. Elas podem ser superadas. Defeitos vêm da alma, do caráter. – Falei acalentando a pequena.
- Cella, obrigada por me aceitar. – Ela sussurrou.
- Quem tem que agradecer sou eu por ter me escolhido. Nem sei se serei uma boa mãe. – Retorqui.
- Na verdade foi a Bi que te escolheu, mas eu adorei a escolha dela. E eu sei que será uma ótima mãe. – Disse me abraçando apertado.
- Muito bem dona Maria Emília. Agora você precisa descansar. – Bianca retrucou me ajudando a coloca-la de volta na cama.
- Você vai ficar aqui comigo? – A menina questionou.
- Eu... – Bi vacilou na resposta.
- Vai sim Milli. O tempo que ela julgar necessário. – Falei por ela.
- Marcella, eu não posso! Tenho minhas obrigações. Duda precisa de mim. – Bianca argumentou.
- Maria Eduarda está muito bem, eu contratei uma pessoa para cuidar dela, e depois ela ainda tem a mim e a Zanne. Fique tranquila. –Eu disse.
- Não acho isso certo. É meu trabalho. – Ela ainda tentou alegar.
- Ok. Não vamos brigar por isso. Vamos fazer o seguinte, eu te dou esses dias de folga e descontamos quando for pagar suas férias. Melhor assim? - Repliquei
- Melhor, mas mesmo assim, acho que fico só hoje. – Tornou ela.
- Amanhã é sábado. Volte na segunda. O que acha? Domingo seria sua folga não é mesmo? E depois, bom conversamos sobre isso mais tarde...– Fiz com que avaliasse a situação.
- Verdade. Então fica combinado assim. Segunda feira sem falta eu começo a trabalhar. – Falou colocando um ponto final na conversa.
- Oba!! Vou ganhar três dias com você! – Milli exultou.
- Vai mesmo sua espertinha, mas nada de ir se acostumando com esses mimos viu? – Bianca passou a mão em seus cabelos.
- Tchau minha linda! Descanse ok? – Me despedi.
- Você vai voltar para me visitar? – Perguntou a moleca.
- Claro que sim. Para visitar você e essa moça linda aqui. – Envolvi a cintura de Bianca e depositei um beijo em seus lábios.
- Para Marcella! – Ela sussurrou em meu ouvido. – As irmãs podem entrar. – Mas as suas faces estavam coradas e seus olhos brilhavam.
- Tá bom, mas podemos conversar um pouco antes de eu ir? – Perguntei.
- Podemos. Milli você ficará bem? – Ela voltou-se para a criança.
- Ficarei sim, eu vou cochilar. Pode ir namorar. – Disse rindo a pestinha.
- Menina, menina, como você está terrível. – Deu um beijo em sua testa e saímos do quarto.
Depois de avisar a irmã que ficaria ali até segunda, Bianca aceitou ir almoçar comigo. Fomos a um restaurante não muito distante. Fizemos os pedidos e enquanto aguardávamos começamos a conversar.
- Bianca, como Emília foi parar no orfanato? – Eu perguntei.
- Ela veio ainda bebê. Seus pais a abandonaram por conta da doença que a deixou cega. Por isso ela teve tanto medo da sua rejeição por conta do que ela chamou de defeito. – Disse triste.
- Meu Deus! Como podem existir pessoas tão abomináveis. Abandonar um ser tão indefeso, pior a própria filha, sangue do sangue, carne da carne. Que mãe é essa? Nem parece que a carregou no ventre por nove meses. É tão vil, que é quase difícil de acreditar. Mas aí eu olho em volta e vejo que o mais difícil é acreditar que não aconteça. Tanta maldade, tanto ódio e falta de amor ao próximo. É isso que nos cerca nos dias de hoje. – Praticamente cuspi aquelas palavras.
- Eu sei. Me sinto da mesma forma. Acho que esse foi um dos fatores que fez com que eu não sentisse vontade de me aproximar de ninguém. Hoje em dia parece que as pessoas não sentem mais compaixão, que algumas coisas importantes como honra e caráter já não tem valor. – Sua voz estava embargada.
- Verdade. O Bernardo é um bom exemplo disso. Safado! Por falar nisso o que aconteceu durante a visita daquele canalha? – Ainda não havia tido a chance de perguntar.
- Nada de importante. Ele tentou puxar papo comigo, mas eu simplesmente respondi com monossílabos, então ele desistiu. Roxanne não quis ficar, e Duda que é tão dada com a pessoas não estava à vontade com ele. Então acabamos ficando no jardim jogando bola um pouco, depois ele tentou falar pra Duda o quanto a amava e essas coisas, mas não adiantou muito não, ela não aceitou ficar em seu colo. Daí ele foi embora dizendo que voltaria na próxima quarta.
-Minha vontade é acabar com a raça daquele filho da puta! – Demonstrei todo o meu nojo.
- Marcella! Não fala isso nem por brincadeira. – Pediu.
- Você não sabe o que ele fez minha irmã passar. Ela amava aquele crápula com toda a sua alma. Apesar de tudo o que ele fazia, Marina não conseguia se separar. Era comigo que ela desabafava. Foi nos meus ombros e no meu colo que ela derramou suas lágrimas de dor. Eu nunca vou perdoá-lo, nunca! E nesse momento sua alma deve estar atormentada vendo o que ele está tentando fazer. – O rancor transparecia em minha voz.
- Cella olha pra mim. Eu entendo a sua dor, o seu ódio, mas isso está fazendo mal pra você, não pra ele. Não gosto de te ver você assim. Você se machuca. Enquanto ele não está nem aí pra nada. – Ela me olhava preocupada.
- Então vamos mudar de assunto tá bom? Não quero que fique triste. O que você queria conversar comigo? – Questionei.
Ela olhou em meus olhos com uma profundidade como se quisesse me fazer perceber algo lá no fundo e depois mansamente começou a falar enquanto segurava e afagava minha mão sobre a mesa:
- Eu sou eternamente grata por tudo o que você está fazendo por mim e por Milli. Não há nada que eu possa fazer para pagar tanta compreensão e carinho da sua parte. – Sua voz era um murmúrio.
- Como se eu quisesse algo em troca. – Falei colocando minha mão sobre a sua.
- Eu sei que não, mas quero deixar isso bem claro antes de continuar. Cella, eu preciso dizer uma coisa e quero compreenda. E espero sinceramente que isso não fique entre nós. – Seus lábios tremeram.
- Você está começando a me deixar preocupada. O que foi? Está arrependida do que aconteceu? – Meu coração acelerou.
- De jeito nenhum. Não querendo te deixar convencida, apesar de que pode até ficar, foi a coisa mais maravilhosa que me aconteceu. Eu nunca imaginei que pudesse sentir tudo o que eu senti. As vezes penso que foi um sonho. Não há como eu me arrepender de um momento tão lindo. – Um rubor cobriu seu rosto.
- Saiba que eu também senti a mesma coisa. Bianca, eu preciso que você saiba, eu acreditei que nunca mais pudesse me apaixonar novamente, e na verdade eu não queria que isso ocorresse. Ainda tenho medo do que está acontecendo. Existem muitas coisas sobre mim que você desconhece... – Comecei a falar
-Eu sei, mas nenhuma dessas coisas vai mudar o que eu estou sentindo por você. Eu sei quem você é de verdade, talvez consiga te ler melhor do que você imagina. - Ela disse me interrompendo.
- Você me vê com os olhos de quem está apaixonada. Enxerga qualidades em mim que eu não tenho. Eu sou uma pessoa egoísta, autoritária, manipuladora. Quando eu quero uma coisa, faço de tudo para conseguir. Como ter você por exemplo, eu sei que não sou o melhor pra sua vida. Minha alma é pesada, escura. Eu tenho um pecado que não tem perdão, mas mesmo assim eu te quero tanto, que estou passando por cima do que é certo. – A amargura estava presente em minhas palavras.
- Não é verdade. Mas, eu vou te mostrar como você está errada. Basta confiar em mim. – Ela apertou a minha mão.
- Eu confio. Muito. – Fui sincera.
- Que bom. Mas vamos voltar ao que eu ia dizer. – Continuou.
- Desculpe eu te interrompi. Mas diga. – Disse encabulada.
- Acho que não há mais a necessidade de te dizer que eu estou apaixonada por você, e sei também da sua posição social, mas eu quero continuar a trabalhar. Eu preciso desse emprego. – Falou de um só folego.
- Mas Bi, eu posso dar pra você o que for necessário. Não vejo razão pra continuar como funcionária. – Atalhei.
- Não quero isso. Eu gosto do que faço. E quero continuar a fazer. Sei que deve ser difícil para você entender, ou aceitar, mas por favor, não me obrigue a sair da sua casa. – Bianca pediu.
- Que ideia foi essa? Jamais iria te pedir isso! Sair da minha casa? Como? Eu quero é que fique lá comigo. – Estava espantada por seu pensamento.
- Eu seria obrigada a fazê-lo. Se você não me deixar continuar como a babá de Eduarda, vou ter que procurar outro emprego. – Ela contra argumentou.
- Não! Por que? – Não estava acreditando no que ouvia.
- Porque é o que eu quero. Eu amo a minha profissão. E depois eu não quero que as pessoas saibam de nós por enquanto. – Desabafou.
- Não consigo entender. Por que tudo isso? Tem vergonha? Não quer que saibam que está com uma mulher? – Minha cabeça estava rodando.
- Não é nada disso. É o melhor. Eu te asseguro. Vamos manter isso apenas entre nós, pelo menos durante um tempo. Depois a gente conta. Cella, tudo tem o momento certo de acontecer. Basta ter paciência. – Ela tentava me convencer.
- Mas eu achei que... Pensei que queria ser minha namorada. Eu te quero tanto. Você não tem ideia do quanto não é mesmo? Ficar do seu lado sem te tocar, vai ser um tormento. Eu não sei se vou conseguir. – Estava exasperada.
- É claro que eu quero ser sua namorada. Pra mim também não será fácil. Mas nós vamos conseguir. – Seus olhos estavam me implorando.
- Então me explica o porquê disso. – Pedi uma última vez.
- Marcella, só quero um tempo para assumir esse relacionamento, nada além disso. Eu sei que encontraremos maneiras de ficarmos juntas sem que os outros percebam. – Sua voz estava confiante.
- Eu só queria entender. Tenho que confessar que não estou feliz com esse seu pedido, mas se é assim que você quer. Eu só não posso ficar sem você – Não tive outra escolha a não ser aceitar.
- Depois você verá que foi o melhor pra todo mundo. Todo terreno deve ser arado e cuidado antes do plantio. – Ela citou.
- Nem pra minha avó eu posso contar? – Perguntei ainda chateada.
- Pra ela pode, eu sinto que ficará feliz. – Sorriu.
- Ok. Se for preciso fazer isso pra ter você, eu farei. – Estava resignada.
- Obrigada.
- Bi eu estava pensando em te propor uma coisa, mas não sei se vai aceitar, e nem sei se é praticável na verdade. Quando estávamos lá no quarto com Milli isso me veio à cabeça de repente na hora em que ela perguntou sobre as visitas. – Mudei de assunto.
- O que?
- Nós temos um apartamento na praia. Fica na Riviera de São Lourenço. Faz muito tempo que não vamos até lá, e eu pensei, se fosse possível é claro, que poderíamos ir esse fim de semana, e levar a Milli. Eu sei que ela está com o braço quebrado, mas não é nada tão complicado, e é bem confortável. Tem quatro quartos, fica bem de frente para o mar. Ela se divertiria, e assim conheceria a Roxanne e a Duda. Poderíamos levar minha avó. É uma ideia apenas. Se não quiser tudo bem. – Enquanto falava eu passava a mão pelo cabelo, estava um pouco nervosa.
- A ideia me parece ótima. Gostei muito. – Falou sorrindo.
- Então quer dizer que você concorda? – Meu coração começou a pular no meu peito.
- Quero dizer que eu vou falar com a madre superiora e ver se ela me autoriza a sair com MIlli. Por que as coisas são complicadas, Emília é uma criança para adoção, e há leis sobre isso. Sabemos que ela nunca será escolhida, por conta da sua idade e também da deficiência. Mas temos regras a seguir, e a irmã terá que quebrar algumas. Porém se ela deixar é claro que vou com você. – Estava calma.
- Sério mesmo?
- Sim.
- Bianca eu não posso enganar você. Você entende que essa viagem vai nos deixar ainda mais próximas. Enfim, muitas coisas podem acontecer. Não sei se estou conseguindo me expressar ... – Me sentia encabulada, afinal eu praticamente estava dizendo que tentaria fazer amor com ela.
- Eu entendo muito bem o que está querendo dizer. Eu sou virgem, não uma idiota. Além disso, eu li muitas coisas esses dias. Nós somos adultas. O desejo físico é normal. E não imaginei que você iria querer ficar apenas me beijando o resto da vida. Se tiver que acontecer vai acontecer, lá ou aqui. – Seus olhos se prenderam nos meus e por um momento eu me afundei neles.
- Eu até poderia tentar. Mas realmente não é o que eu quero. Eu te desejo como nunca desejei outra mulher na minha vida. Você não tem noção das coisas que sinto. – Confessei.
- Pode parecer que não, mas tenho sim, porque é exatamente o que eu sinto por você. O fato de nunca ter estado com alguém não faz meu corpo ser diferente do teu. Eu tenho medo, e acho que isso é normal para qualquer pessoa que nunca ... você sabe, porém eu te desejo. – Em nenhum momento ela desviou os olhos.
Ouvir aquilo foi incrivelmente excitante. Saber que mexia com sua libido me deixou completamente acesa. Não sei por que achei que seria complicado fazê-la perceber que o sex* é uma coisa natural. Na verdade, subestimei muitas coisas em Bianca só por conta de sua virgindade.
- Acho que aqui não é bem o lugar para continuarmos a falar sobre isso, porque minha vontade agora é de te abraçar e beijar, além de outras coisas é claro. Enfim...vamos mudar de assunto de novo. - Brinquei
Caímos na gargalhada, apesar do vermelho que cobriu seu rosto, Bianca me deixou ver que ela também estava com as mesmas vontades que eu. Eu a levei de volta e fiquei aguardando a sua resposta, torcendo para que a Madre disse sim.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Van Rodrigues
Em: 15/02/2016
Oie... Super amei o capítulo, Ká, você está de parabéns! Beijos
Van Rodrigues
Em: 15/02/2016
Oie... Super amei o capítulo, Ká, você está de parabéns! Beijos
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Van Rodrigues
Em: 15/02/2016
Oie... Super amei o capítulo, Ká, você está de parabéns! Beijos
Resposta do autor em 11/03/2016:
Oi minha menina linda!
Tudo bem?
Que bom que gostou, fico muito feliz.
Você sempre carinhosa e gentil.
Tenha uma linda tarde e excelente leitura
Beijos imensos
K.
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Lerika
Em: 29/01/2016
Começou super delicado e terminou insinuante. Ah, autora, quantas sensações em um único capítulo.
Adorei a maturidade da bianca, frisar que a virgindade não é sinônimo de ingenuidade e também gostei muito dela ter tido a iniciativa de colocar um pouco de freio na impulsividade da Marcella Maravilha.
Concordo que há precipitação em querer que a babá assuma um romance e deixe de imediato de ser empregada dela.
Por que será que imagino que os planos da Marcella para a noite de amor correm sérios riscos de frustração? Hahaha
Beijos, gatona.
Resposta do autor em 03/02/2016:
Oi Keka minha gata
Que linda!!!! Obrigada pelo carinho.
Sim alguém tinha que ser ajuizada né, porque Cella está nas nuvens e sem os pés no chão.
Você é bem espertinha, mas não em tudo viu? KKKKK]
Obrigada pelo comentário e pela companhia meu amor
Um ótimo fim de noite e boa leitura
Beijos imensos
K.
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Angeloliveira
Em: 26/01/2016
olá flor,...
palavras, que sentido tens?? frases, que significado darás???? só tu saberás o que tú queres expressar.
suave como o vento...leve como o flutuar de uma pena....assim é este conto. Um encanto, dono de uma beleza encantadora...de uma paz que acalma o coração...
Continuas autora, a encantar teus leitores, a brincar com a suavidade das palavras, e com a leveza de tua escrita, nos faz viajar por um sentimento ainda puro como de CELLA e BIA..Obrigada por nos fazer sonhar e acreditar que ainda exite AMOR....pois, hoje vivemos em um mundo banalizado, onde reina a hipocrizia, e os sentimentos ficaram de lado.
Beijos e boas inspiraçoes para ti..até o proximo capitulo.
Resposta do autor em 03/02/2016:
Oi Angel minha linda.
Tudo bem???
Que coisa mais linda você escreveu. *_* s2
Vocês que me encatam quando escrevem coisa tão belas.
Quem tem sempre que agradecer sou eu por se dedicar a ler minha estória.
Infelizmente você tem razão quanto a hipocrisia. Mas vamos seguindo e espalhando amor.
Obrigada por sua doce companhia anjinho.
Um bom fim de noite e ótima leitura
Beijos imensos
K.
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Shayenne
Em: 26/01/2016
Estou gostando muito de ler esta história,apesar que todas suas são ótimas.Sigo aguandando a cada capitulo com o coração nas mãos.Parabéns autora,você é ótima. beijo
Resposta do autor em 03/02/2016:
Oi Shayenne
Tudo bem?
Muito obrigada pelo elogio linda.
Que bom que você gosta, faço com o maior carinho.
Sou eu que te agradeço por estar me acompanhando.
Volte sempre viu? Adoro bater papo.
Um ótimo fim de noite e boa leitura
Beijos
K.
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Luh kelly
Em: 25/01/2016
Oiiii Amore Mio saudades suas e seu conto.
Marcella super feliz agora como nunca antes, mas aquilo que Roxanne lhe disse ficou martelando à sua cabeça. Ela e a pequena se deram bem demais, ela veio pra iluminar os dias de Cella, querer adotar a pequena foi emocionante. E ela a descrevendo e a querendo como mãe sem nem a conhecer direito foi maravilhoso. Ela e Bianca serão ótimas mães pra pequena. Foi bom elas terem essa conversa sobre como será o relacionamento delas daqui pra frente, se fosse comigo também acho que não iria aceitar, gostaria de continuar trabalhando também. Essa viagem veio bem a calhar, se der tudo certo e a Madre deixar claro.
Beijão Amore, Amiga e querida K.
E até a próxima.
Resposta do autor em 03/02/2016:
Oi Amore mio
Saudades também sua sumida...rsrsrsr
Cella agora está nas nuvens, só que Zanne tem que criar problemas, senão não seria Zanne.
Sim a questão da adoção é como um encontro de almas e corações.
Também acredito que Marcella e Bianca serão boas mães.
Sim a viagem será maravilhosa.
Obrigada minha linda por sua companhia.
UM ótimo fim de noite e boa leitura
Beijos minha BBF
K.
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Sem cadastro
Em: 25/01/2016
O que dizer deste capítulo ? Bom,acho que meu vocabulário não é tão vasto de palavras assim ,mas como sempre foi excepcional ...
Primeiro que, Marcella com vergonha não combina ,kkkkkk, quando ela está ao lado de Bianca é ela que fica tímida ...
Bianca é o eixo de equilíbrio de Marcella,faz ela ter medo de perdê-la,de fazê-la sofrer ...espero que elas sejam discretas ,porque se a cobra desconfiar ,vai querer atrapalhar o romance ...
Segundo que menininha que eu adoro essa Emília ,se essa menina existe eu quero conhecer,tão sofrida e ao tão cheia de vida ...
Bjos Autora K
Resposta do autor em 02/02/2016:
Jojo
Minha linda filhota.
Muito obrigada por seu carinho e sua presença em minha vida.
Sim Marcella vira outra quando está com Bianca, o amor transforma.
Agora veremos se consiguirão esconder esse sentimento da cobra da Amanda.
Essa menininha me lembra tanto você minha filha linda vinda do coração.
Obrigada por tudo viu Jô, por suas palavras, seus elogios, seus comentários e sua amizade.
Um ótimo fim de tarde e boa leitura
Beijos enormes da sua mamis
K.
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Silvia Moura
Em: 25/01/2016
Ai autora, chorando horrores, meu deus como coloca tanta verdade nas palavras, lindo o capitulo, sensivel, doce e forte, me deixou sem chão... fico tão feliz em acompanhar essa estoria, você é demais... um beijo querida...que seus dias sejam de plena realizações...
Resposta do autor em 02/02/2016:
Silvia minha linda
Não chore querida por favor ou fará a autora chorar contigo.
Agradeço do fundo do coração por suas palavras tão belas.
Feliz fico eu em ter sua companhia e seus comentários.
Mais uma verz muito obrigada viu? E volte sempre.
Que seus dias sejam de luz
Um bom fim de tarde e ótima leitura
Beijos
K.
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patty-321
Em: 25/01/2016
Bianca é adorável e muito madura. Ela ta certa em querer ir devagar. Se aquela nojenta souber...vai ser im inferno e ainda tem a roxane q não se empolgou c o envolvimento delas. Ah mais elas juntas são lindas e a milli e esperta demais. Um et. Rs. Bjs
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patty-321
Em: 25/01/2016
Bianca é adorável e muito madura. Ela ta certa em querer ir devagar. Se aquela nojenta souber...vai ser im inferno e ainda tem a roxane q não se empolgou c o envolvimento delas. Ah mais elas juntas são lindas e a milli e esperta demais. Um et. Rs. Bjs
Resposta do autor em 02/02/2016:
Oi Patty minha linda
Tudo bem?
Sim Bianca é uma sonho, e também acho que ela esta certíssima em ir devagar. Quando Amanda souber as coisas com certeza irão se complicar.
Roxanne é sempre um caso a parte. Já Milli é meu xodó.
Também gosto desse casal.
Obrigada por sua companhia e volte sempre viu?
Bom fim de tarde e ótima leitura
Beijos grandes
K.
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Srta Petrova
Em: 25/01/2016
Você é incrível !!!!!!!!!!!!!!! Beijossss.
rs
Resposta do autor em 02/02/2016:
Oi Si minha linda
Tudo bem?
Obrigada pelo elogio carinhoso, ainda mais vindo de uma autora talentosa como você.
Muito bom saber que está acompanhando e gostando.
Um ótimo fim de tarde e boa leitura
Beijos
K.
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Screen
Em: 25/01/2016
pini mais um recheado de doçura e amor em,, essa sua escrita maravilhosa gosto demais. a cella vai viajar com a Bi eitaaa own mulher quente essa Marcella linda e maravilhosa! poderosa ela em. vc sempre nos dando caps maravilhosos ne ? contunue assim ce sabe que sou sua fã ne ? rsrs bom agora so na espera do proximo cap que esse promete hahaha. abraços pini!!! cap nota 10 que é o que vou da classificando ele agora.
Resposta do autor em 02/02/2016:
Ro minha linda pernambucana
Espero que esteja melhor.
Mais uma vez muito obrigada pelos elogios sempre tão carinhosos.
Essa viagem promete muito. Um par bem quente mesmo.
Minha querida amiga, você me deixa super feliz com seus comentário.
Obrigada por estar acompanhando a estória.
Um bom fim de tarde e ótima leitura
Beijos enormes
K.
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alemarina
Em: 25/01/2016
Ai K, você me mata do coração sabia?
Tem ideia da ansiedade que eu estava por um capitulo novo?
Quase roi as unhas ( só não o fiz pq acho o ato nojento). kkkk
Adorei o capitulo novo, acho tão lindo e natural a forma que elas conversam,
sem muito rodeios e mi mi mi. Marcela é sincera o tempo todo, apesar dela não se achar
muito digina do amor por todo o seu passado. Mas Bianca esta ai para provar para ela que o amor
esta bem acima de qualquer Alma Negra.
K, tenho que lhe dizer mais uma vez como essa historia me toca e emociona, vc tem um talendo incrivel, cosengue coloar em palavras sentimentos e transmiti-los para suas leitoras que sentem na alma o que cada personagem dessa historia passa. Mais uma vez parabéns pela belissima escrita.
PS: Não me torture muito por favor.
Bjos.
Ale Marina.
Resposta do autor em 30/01/2016:
Oi Ale.
Minha linda morre não. ...gosto da sua companhia.
Tanto que já postei um capítulo novo. Espero que goste.
Deixe suas unhas lindas aí inteiras.
Estou tentando escrever o mais rápido que posso. O problema é que os capítulos estão ficando enormes.
Gosto de coisas diretas tbm. Marcella é muito honesta. E Bi vai ajudá -lá nesse caminho.
Eu gostaria que você soubesse o quanto é gratificante ler as coisas que escreve sobre a minha escrita.
Fico tão feliz que não encontro palavras para agradecer.
Espero que continue me acompanhando e gostando da estória.
Prometo não te torturar muito...rs.
Acho que terá capítulo em breve. 😉
Muito obrigada de coração.
Um bom sábado e ótima leitura.
Beijos grandes.
K.
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Ana_Clara
Em: 25/01/2016
Gente, a Cella toda romântica e apaixonada é um sonho, totalmente! Esse medo que ela tem de perder a Bi é comovente. E como sempre a babá sendo pés no chão e muito prudente. Ela sabe que se sair espalhando para todos que está namorando a patroa, vixe, o bicho vai pegar. A Amanda quando souber vai fazer um inferno a vida da Bi e o pai das meninas tbem. Enfim, não vejo a hora dessas duas estarem juntas na primeira noite de amor da Bianca.
E Kpni, a cena da Emília pedindo para ser adotada foi comovente, uma das melhores cenas que já li. Fiquei emocionada, parabéns!
Resposta do autor em 30/01/2016:
Oi Aninha.
Tudo bem amor?
Cella vira outra pessoa apaixonada. E esse medo vem de tantas perdas que já teve.
Sim Bi é prudente. Afinal ela lembra bem das ameaças de Amanda.
A primeira noite de amor das duas deve ser especial.
Aninha eu sou apaixonada por Milli e acho que a questão da adoção de crianças principalmente deficientes é de vital importância.
Muito obrigada por seus elogios e por sua companhia tão linda.
Um ótimo sábado e boa leitura.
Um beijo enorme.
K.
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Sem cadastro
Em: 25/01/2016
Que capítulo lindo! Cella apaixonada é linda! Espero que elas curtam muito esses momentos que vão passar juntas em família no apartamento. que vovozinha fique com a meninas para que elas se entreguem ao amor sem preocupações ...kkkkk
Agora! Fingir que não têm nada vai ser complicado. Quando a Amanda descobrir o bicho vai pegar, mas no sonho Bi foi avisado dos obstáculos que encontrará pelo caminho. Ela será o porto seguro de Cella.
Eu não gostei do que Zanne falou para a tia. Foi pesado e sem sensibilidade alguma. Adolescentes..... espero que Bianca acalme o coração de Roxanne logo para ela ser uma aliada e não jogar contra a tia.
Amei o capítulo!
Beijos!
Resposta do autor em 29/01/2016:
Oi Pietra
Tudo bem linda?
Que bom que gostou do capítulo.
Adoro Cella encantada com Bi. 😍
Espero que elas se entreguem ao amor.
Acredito que fingir quando se ama é bem complicado mesmo...
E Amanda não ficará feliz.😦
Mas acho que se elas tiverem paciência tudo dará certo.
Roxanne tem um problema. Espero que Bi consiga acalmar seu coração.
Muito obrigada pelo elogio e por sua companhia.
Um bom sábado e ótima leitura.
Beijos
K.
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Mille
Em: 25/01/2016
Ola Ka tudo bem?
Capítulo mágico esse, e Roxanne com ciúmes da Bi estragou a felicidade da Cella.
Se sair esse final de semana será ótimo para todos se descontrair e Milli arrebentara muito corações.
Bjus e até o próximo
Resposta do autor em 29/01/2016:
Oi Mille
Tudo bem linda?
Que bom que gostou a86;.
Roxanne tem problemas com algumas coisas.
Mas acho que Cella não vai deixar isso estragar sua alegria não.
Milli arrebentando o meu. AMO essa menininha.
Obrigada meu amor por sua companhia.😉
Omar ótimo sábado e boa leitura.
Beijos grandes da amiga
K.
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paulaOliveira
Em: 25/01/2016
Oi Ká, adorei o capitulo *..*
Esse FDS, promete hein?
Resposta do autor em 29/01/2016:
Oi Paulinha minha linda.
Tudo bem??
Obrigada meu amor. Que bom que está gostando.
Acho que o fim de3 semana trará muitas coisas. ;)
Obrigada por me acompanhar querida. Bom demais ter você aqui comigo.
Um ótimo fim de noite e boa leitura
Beijos bem grandes
K.
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