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  • Capítulo 22 - Quando as luzes intimidam…

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The Gift por Nadine Helgenberger

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Palavras: 6815
Acessos: 22342   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 22 - Quando as luzes intimidam…

 

Fui dominada por uma apatia poucas vezes experimentada na minha vida. Não conseguia chorar embora sentisse meus olhos ardendo... queria expurgar aquela dor, a lembrança. Perdi-me em algum ponto da imagem da cidade mas sem focar em nada. De repente me vi com vinte anos...tive vontade de partir tudo que estivesse à minha frente mas Scoutie miou e desisti do meu intento.

 

Saí da saleta, fui à cozinha e bebi quase um litro de água, sentia-me seca, quebrada...em cacos. A dor não amainou, senti-me colocada à prova, mas por mim mesma...que confusão.

 

--Não de novo...não agora...eu sou a Catherine Lohman, filha do William Lohman...não agora, não de novo, meu pai é o Bill...eu sou filha do Bill...

 

--Não vou mais ser chacota de ninguém...não vou...sou filha do Bill...

 

Vaguei pela casa dizendo coisas sem sentido, eu não fazia mais sentido algum...

 

Estava frio mas saí do conforto do interior e sentei-me na varanda. Frio. Fiquei praticamente inerte e com o telefone na mão. Um único pensamento me dominava...

"Mereces coisa bem melhor...desculpa mas não consigo, não sou a pessoa que vês..."


Minhas mãos tremeram mas apertei enviar...senti-me morrer...ia morrer ali e de frio...

 

********************


Skya sempre encontrava na música o seu alento, ou a forma de descarregar frustrações e naquele momento não estava sendo diferente. Tocava sem parar desde que sentindo-se completamente atordoada chegara a casa. Do contrabaixo ao violino, todas as suas peças favoritas. Queria arrancar de si aquela sensação de dormência, quase morte...

Tocava com lagrimas correndo pela face, olhos turvos, mas tocava com mestria, a dor precisava ser arrancada.

Numa das pausas rápidas olhou o telefone à procura de uma mensagem do pai, ele iria embora no dia seguinte ainda de madrugada e tinham acordado passar o tempo restante juntos.

O pai tinha telefonado e ela não ouvira mas a mensagem que leu tornou tudo ainda mais enevoado em sua mente. Quase quebrou o violino, mas ele era a sua vida, não cedeu à dor, à incredulidade e muito menos à raiva e quase desespero.

--A coisa mais importante da minha vida é a minha música, a minha carreira, a minha arte. - A primeira frase saiu quase inaudível e de forma tímida.

Mas as muitas iguais que se seguiram poderiam ser ouvidas longe dali.

 


********************

 

Mal Stanislav abriu a porta do flat para a filha percebeu que algo não ia bem, o brilho tão característico no olhar não estava presente e a apatia era gritante.

--Filha...

Skya caiu-lhe nos braços e não segurou o choro. Foi imediatamente acolhida no melhor abraço.

Algum tempo depois e após um relato atabalhoado do que acontecera no apartamento de Catherine.

--Ela só pode ser louca pai, desequilibrada...estávamos tao bem...tão bem, eu me sentia completamente feliz, ela estava feliz apesar da confusão no olhar, mas houve momentos em que vi tanta felicidade naquele olhar...de repente ela matou a minha Catherine e acordou essa doente, que fere, magoa, é fria como gelo, ácida...pai...

Stan apertou a filha num abraço e permaneceu calado, ela precisava falar.

--Pai, por que razão eu me meto sempre em confusões? Eu gosto da Catherine e ela é louca...

--Nem sempre Sky...

--Sim pai, pelo menos sempre que me apaixono de verdade, sempre que o sentimento é forte. As outras histórias eram diversão, eu gostei da Christiane, eu gosto da Catherine...

--Acho que o que te liga à Catherine é diferente do que te unia à Christiane...a sintonia com essa moça é outra, tu és outra, mais espontânea, mais feliz...

--Claro pai, só me viste com a Christiane duas ou três vezes, ela era casada, não podia expor-se tanto...pelo menos era o que eu pensava e no entanto...ah nada faz sentido, só tem gente louca nesse mundo. A Christiane pele menos eu descobri que era um jogo doentio, mas e a Catherine? Ela me magoa por prazer? Trata-me mal apenas para satisfazer o ego doente dela? Brinca com as minhas emoções para sentir-se poderosa? Não consigo entender Stan...não entendo...fecho os olhos e a única coisa que vejo é a frieza daquele olhar que eu tanto gosto, ela sabe ser ácida...ela sabe magoar...

Stan abraçou-a mais uma vez. Queria dizer tantas coisas mas nada parecia-lhe suficiente para emergir a sua filha linda e confiante.

Algum tempo passou em que ele apenas ouviu, deu colo para que ela chorasse. Aos poucos ela acalmou-se, Skya era forte.

--Filha, não queres vir comigo? Vamos fazer o safari que tanto querias, vamos ao Serengueti, vamos?

--Adoraria Stan, mas agora preciso focar na minha maior paixão, na minha razão de estar nesse mundo além de te amar muito e à minha mãe, vou focar-me na musica, as coisas estão a acontecer, muitas viagens em perspetiva e outras tantas confirmadas, além do Metroplolitan, estou envolvida em outros projetos e que me atraem muito.

Stan sorriu feliz.

--O que foi?

--Gosto de te ver assim Sky, sorrindo para a vida, sendo luz para os meus olhos e para todos que olharem para ti...amo-te tanto minha filha.

Skya sorriu emocionada e beijou o pai.

--Pai, eu já fui abaixo uma vez por causa de loucura alheia, mas asseguro-te, aprendi a lição. Estou a sofrer mas não sou mais aquela menina deslumbrada...a Catherine é doida, mas eu sou sã e tenho foco, sei o quero na vida e nada vai abalar meu rumo. Ainda vais ter muito orgulho dessa filha, garanto-te.

--Minha filha, tu só me dás orgulho desde o dia em qua nasceste...gostar de alguém e sofrer não é o fim do mundo, é humano...

--Mas eu não vou permitir que minha vida, meus sentimentos, sejam controlados por ninguém, eu mando na minha vida, eu controlo tudo.

--Nesses momentos que vejo o quanto és parecida com a tua mãe, essa praticidade que quase beira à frieza, mas ainda bem que herdaste essa caraterística dela, acredito que sofres menos...

--Eu sofro, mas passa. Foco na música que supre a carência de qualquer coisa.

Jantaram juntos e conversaram sobre muitas coisas, mas nada de Catherine, sofrimento, loucura.

Perto da uma da manhã, Skya deixou seu pai perto da sala de embarque, prometendo que superaria aquela dor com sua arte.

Stanislav partiu mais descansado pois sabia da força e determinação da filha. Entretanto, alguma coisa lhe dizia que ainda ouviria o nome de Catherine...


********************


Meu trabalho definitivamente é o balsamo da minha vida. Nunca gostei tanto de ouvir que passaria quase um mês viajando pela Ásia em reuniões, exposições, vendas, prospeção de mercado. Era tudo o que precisava para sair do foco de mim ou daquela confusão de não saber mais quem era, qual das facetas assumir, a minha Catherine de sempre ou essa à flor da pele, que sentia as coisas de forma intensa, que se perdia em emoções...grande viagem à Ásia, viagem salvadora.

Trabalharia muito em quartos de hotel, viajaria bastante entre países, conheceria coisas novas, só tinha a agradecer ao meu chefe aficionado por trabalho e que me confiava sempre as missões mais difíceis e muitas vezes quase impossíveis. Mas eu não conhecia essa palavra, não no trabalho.

 

********************

 

Susan e Ciara conversavam no sofá e riam do entusiasmo de Ciara diante da crítica positiva à obra de um escritor que era um dos que mais vendia na sua editora.

--Eu adoro esse teu entusiasmo, tudo parece sempre uma novidade, teus olhos brilham como se fosse a primeira grande venda de um autor...

--É assim que vivo o meu trabalho Sue, é minha grande paixão...

--Hmmm...

--Sem dramas dona Susan, o trabalho é paixão, tu és o amor da minha vida, a força que me impulsiona para viver apaixonada pelo meu trabalho.

--Hmmmm, gostei...

--Gostas de tudo o que faço, digo...

--Convencida...

--Não é?

Risos com beijos.

Scoutie apareceu na sala ronronando e pulou no colo de Ciara.

--Estás triste meu peludo?

--Saudades da Cathe...e tenho que concordar com ela, esse bicho é vendido. Eu o trouxe, eu cuido e ele agora só quer saber de ti...

Risos.

Scoutie olhou para cima ao ouvir o nome da dona e miou baixinho.

--Sim, saudades da Cathe e tu agora tens ciúme de gatos e nem é dos nossos...ah Susan.

Risos

--Eu juro que não entendo a cabeça da minha amiga. Ela apareceu como um zombie na clinica para deixar o Scoutie e disse que ia viajar e passar muito tempo fora. Fisicamente ela parecia um zombie, olhos cansados, olheiras profundas, mas a voz era puro entusiasmo...perguntei por Skya e ela simplesmente disse que não tinha mais Skya, que não sentia-se preparada para viver uma coisa tão intensa e que voltaria a ser a Catherine de sempre. Eu não entendo Ciara, ela não tem noção de como estava bem vivendo esse romance ou sei lá o que era aquilo com a Skya, mas era algo que lhe fazia bem, ela era outra pessoa...amo a Cathe incondicionalmente, mas estava sendo uma maravilha conviver com minha amiga sorrindo, feliz, brilhando... ela é tão forte e corajosa para certas coisas, e para outras tão covarde...

--Eis o problema...outra pessoa.

--Não entendi, como assim?

--Não vais acreditar no que vou dizer mas entendo muito bem a Catherine...

--Hã?

--É sério eu entendo...eu já estive na pele dela, provavelmente não com as razões que ela terá para desistir de Skya, mas pensa meu amor, visualiza a Cathe que tu conheces, sem compromisso com nada, sem apego a nada a não ser ao trabalho, apego ela só tem a ti, e ao Scoutie...

--Não... Karen, Esperanza...Bill...

--Sim, essas pessoas entraram na vida dela ontem, o pai foi uma espécie de resgate pelo que me contaste e isso só aconteceu porque ela estava nessa vibração positiva, do contrário ela jamais iria atrás do passado, tentar entender as coisas...de repente aparece Skya, que é essa força que nós conhecemos, ela revoluciona, impulsiona, desperta, e além disso tudo, é uma mulher...

--Mas a Cathe não tem problema com isso, não tem preconceito...

--Não é uma questão de preconceito Sue, nós sabemos como uma mulher pode ser intensa, o quão intenso é uma relação entre duas mulheres, tudo tem potência máxima e a Skya é linda, artista, livre e apaixonada pela Catherine...isso assusta até a mim que sou mera expectadora, imagina o impacto em alguém como Catherine...é como se de predadora ela de repente virasse presa, não de Skya, mas do sentimento todo que parece explodir entre as duas...

--Hmmm...faz sentido...

-- Uma das coisas que sempre me irritou na Catherine era o fato de tudo ser muito descartável, sei que vais dizer que não tenho nada a ver com isso e estás coberta de razão, mas pense em alguém que sempre usou e descartou e que de repente vê-se quase presa a outra pessoa e com a possibilidade de ser descartada, afinal a Skya é espontânea, apaixonante, gay descomplicada, linda...ela pode soltar-se a qualquer momento, ela é muito assediada, eu vejo...se a Catherine pensou em tudo isso é normal que a cabeça tenha entrado em curto-circuito e ela tenha desistido...

-- Mas desistir sem viver? Sem tentar? Isso para mim é covardia...

-- Sue, ela deve ter sentido medo, pavor de ficar mais presa ao sentimento...eu percebo que a Skya gosta dela, eu arriscaria a dizer que o sentimento é mais forte do que um simples tesão já que a tua amiga é linda e essa coisa de ser ou aparentar ser distante, inacessível, atiça, envolve, atrai...

--Achas mesmo que a Cathe é linda?

Risos.

--Posso não morrer de amores por ela, mas cega não sou. Ela não faz o meu tipo mas é lindíssima.

--E qual é o teu tipo, posso saber?

--Gosto de baixinhas com ares de menina direita, que gostam de bichos e que são um furação nas horas certas.

Susan riu feliz e ficou em cima de Ciara que a abraçou. Susan acariciou um dos pontos fracos de Ciara que gem*u, apertando-a mais um pouco.

--Assim não consigo concluir o raciocínio meu amor...

--Fala meu amor, estou a acompanhar...

Susan mordeu levemente a boca de Ciara que a beijou com fervor.

--Vem cá meu amor...--Susan puxou-a para o chão onde ficariam mais confortáveis já que o espaço era maior. -- Não é todos os dias que minha mulher admite que me ama e que sou sexy e sim sou um furacão ou vulcão e prestes a entrar em erupção.

Ciara ficou por cima de Susan e beijou-a devagar enquanto tinha mãos exigentes passeando pelo seu corpo.

Scoutie miou pedindo atenção.

--Agora não bichano...agora não. A gata aqui é muito exigente.

Susan riu enquanto tirava a blusa de Ciara.

 


********************

 

Sorri feliz ao ver o nome do meu pai no visor do telefone. Tantas saudades.

--Olá Bill.

--Saudades de ti minha filha, estás bem?

--Agora sim pai, acabei de sair de um templo budista...bom, acho que era budista e a calma apoderou-se de mim.

--Fico feliz Cathe, outro dia achei-te tão tristinha...

--Cansaço pai, andar de avião para cima e para baixo, mudar de hotel a cada 3 dias, lidar com pessoas diferentes, ter atenção a peculiaridades culturais de cada um para evitar constrangimentos...cansa.

Risos dos dois lados.

--Quando voltas?

--Já faltou mais...daqui a pouco estou em casa.

--Agora praticas budismo Cathe, ou sempre praticaste? Não me lembro de teres comentado...

--Não pai...apenas tenho entrado em templos, lido alguma coisa...preciso acalmar o meu pensamento e isso tem ajudado.

--Desde que seja para o nosso bem, tudo é válido. Vens visitar-me?

--Claro. Assim que chegar vou ter umas folgas porque é assim que funciona na minha empresa, e eu ainda tenho algumas regalias por andar para cima e para baixo. Vou visitar a Charlie na Califórnia e depois vou ver-te.

--Ah, outro dia o Bernie disse-me que irias visitar a Charlie.

--Sim, ela convidou-me desde o nosso encontro em Lubec, mas só vou poder depois dessa viagem. E tu estás bem?

--Estou muito bem, a minha vidinha de sempre e que me faz muito feliz, só sinto falta da minha filha, mas entendo que ela trabalha muito e que é imprescindível na empresa.

Risos.

--Ninguém é imprescindível Bill, mas sim, eu trabalho muito e gosto demais do que faço.

--Ah, Cathe, não vou roubar mais teu tempo, quando vieres, traga a tua amiga violinista. Acreditas que há poucos dias ela esteve em Québec para um concerto e só fiquei a par a escassas horas do grande evento.

--Hummm...

--Tudo isso porque meu computador enlouqueceu, fiquei alheio ao mundo e o idiota do Bernie não me avisou.

Risos.

--Mas e o computador? Precisas de outro? Vou a Hong Kong e posso comprar alguma novidade...

--Não Cathe, já está tudo bem com meu velho amigo, não te preocupes. Vou sair agora. Fique bem e dê noticias a esse velho do mar.

Desliguei com a sensação de felicidade...aquela sensação nova mas que me agradava plenamente.

Caminhei pelo imenso pátio que mais parecia um santuário e que estava repleto de pessoas agradecendo ao sol, à vida...agradecendo.

Sentei-me numa cadeira de pedra e olhei em direção ao sol. Senti minha pele sendo acariciada pelos raios, beijada...sorri e me abracei.

 


********************

--Ah, quase morri de ansiedade quando disseste que vinhas e nunca mais chegavas.

Susan pulou da cadeira e correu para abraçar Catherine.

--Que carência é essa Susan?

Risos.

--Quase um mês sem ti...ah cala a boca Catherine. Posso demonstrar meus sentimentos?

--Pode...carente.

Risos e abraços.

--Deixa-me ver...wow, tu estás linda Cathe, mais linda ainda...olha a pele, que bronzeado perfeito. Tens a certeza que foste trabalhar? Esse teu ar de veraneio...ar de quem viveu dias no paraíso...

Gargalhadas de Cathe.

--Muito trabalho e dois dias de praia na Tailândia entre uma reunião e outra.

--Esse teu trabalho é uma maravilha...

--Não posso queixar-me mas às vezes cansa...se eu vivesse com alguém seria difícil de gerir...acho que sim...--Nem sei por que razão pensei e falei aquilo...

--Difícil de gerir saudades, isso sim, mas se a relação é baseada na confiança e em muito amor...acho que até apimenta as coisas, não há monotonia...

Risos.

--Tantas saudades de ti veterinária linda...e meu peludo foi bem tratado?

-- Muito bem, a Ciara mima muito aquela coisa fofa.

--Mas ele é adorável. E o amor das moças, vai bem?


--Muito bem.

--Ah vejo que sim, olha esses olhinhos brilhando...

Risos.

--Morrendo de saudades, ela só não viaja mais do que tu, mas tem viajado tanto...

--Hmmm...

--Sucesso absoluto Cathe, e eu toda orgulhosa do meu amor. Ah, vou mostrar-te a última invenção dela para minimizar nossas saudades.

Susan pegou o tablet e entrou numa página na internet.

--É o diário de viagem...tem vídeos, depoimentos, declaração de amor, lugares lindos...as declarações de amor vêm em arquivos fechados que só eu tenho acesso.

--Essa tua Ciara é um génio...

Risos.

--Génio, linda, e por quem sou completamente apaixonada.

--Hmmmm...que romântica a minha Sue.

Risos.

Passei a prestar mais atenção aos vídeos no momento em que vi Skya num dos concertos...depois dando uma entrevista...depois sorrindo para a camera, parecia namorá-la...depois tocando de novo...

--Que encanto...

Ouvi Susan dizer alguma coisa mas eu estava noutra esfera...tinha mais Skya, agora ela mandava um recado diretamente para Susan, dizendo que estavam cuidando muito bem de Ciara.

Meu coração estava atordoado, ou seria minha cabeça? Ela parecia tão feliz, mais linda...mas era possível ser mais linda?

Mais um momento dela e Rebeka, fazendo palhaçada...mas tinha outra pessoa presente, já era a terceira vez que a via, uma mulher, sempre sorrindo, pegando nas mãos de Skya, rindo para ela...os sentimentos entraram mais uma vez em rota de colisão.

Senti meu estomago embrulhar num momento em que a mulher pegou Skya pela cintura e cheirou ou beijou seu pescoço...ela sorria, agia com naturalidade, quanta intimidade...que nervoso.

--Olha como esse povo está feliz, sucesso absoluto.

--Umhum...

--Eu fico tão feliz...

--Quem é essa menina loira?

--Ah, é a Zianah, uma violinista Húngara estupenda. Sabias que Skya e Rebeka entraram para o núcleo central da orquestra do Metropolitan? A Zianah também faz parte e ela também aceitou participar do projeto menor da Ciara, acho que a Skya e a Rebeka a convenceram. Agora estão todas felizes...

--Bonita...-- Tive que admitir, a mulher era perfeita.

--Linda, dessas belezas que nos prendem, fascinam...

--Sue...tu não ficas incomodada?

--Com quê?

-- Ah sei lá...tantas mulheres lindas, jovens...

-- Falas de ciúme? Não, absolutamente nenhum, até porque seria muita paranoia minha, não viveria já que essa é a vida da Ciara, além do que a Zianah não está interessada na Ciara...

-- Ela é gay?

-- Acho que ela explora a vida, apaixona-se por pessoas, não sei muito da vida dela, mas se estiver interessada em alguém com certeza não é na Ciara.

Susan provocava.

--Está tudo bem contigo?

--Sim...e se não está vai ficar, estou trabalhando para isso...

--O coração...bem?

--Ele não manda em mim, gosto de ter controlo sobre essa parte em particular do meu corpo...

--Muitas aventuras nessa viagem?

--Tantas...uma diferente em cada paragem...

Risos.

--Porque será que não acredito nisso?

--Por que me conheces...a única aventura foi comigo...mas estou tranquila...

--Que bom.

--Vou visitar a Esperanza e a mãe...tantas saudades da minha afilhada.

--Cada dia mais fofa, na semana passada fui visitá-las. Ah a Karen estava muito entusiasmada...

--O Juan conseguiu o emprego?

--Parece que sim, mas mais do que isso, a mãe dela estava prestes a chegar para passar uns tempos e ajudar a cuidar da bebé. Ela estava muito feliz.

--Imagino, ela gosta tanto da família...será que devo ir?

--Ah Cathe, tu já és da família e a Karen não para de falar de ti. Ali é amor a sério...não sei como já que gostar disso é difícil...

Gargalhadas.

--Gostar é difícil, amar inevitável.

Gargalhadas altas.

 


********************

 

"Ciara, sei que estás ocupada, mas responde-me uma coisa...prometo que é apenas uma coisinha"

"Sim senhora meu amor, para ti tenho sempre tempo, onde é o incendio?"

"Sem incêndios...apenas curiosidade... A Skya está com a Zianah?"

"Porquê?"

"Sim ou não?"

"Não... a Húngara quer mas Skya brinca muito com ela mas não passa disso, ela está focada no trabalho e em curtir os lugares por onde passamos."

"Acho que a Cathe ainda gosta dela...depois falamos. Te amo."

"Eu também minha vida...boa noticia."

 


********************

 

--Eu não acredito que voltaste de uma viagem tão longa e com essa cara tranquila.

Risos.

--Tu me conheces tão bem Karen, mas realmente pude relaxar um bocado e a viagem veio em excelente altura...precisava estar longe...

--Entendo...aplicou a profissão em si mesma...

--Não entendi...

--Psicologia...

--Ah sim...um bocado isso, mas como sabes, santo de casa não faz milagres...

Risos.

--Ah e esse sorriso e essa cara mais tranquila? Mas mudemos de assunto pois já que te conheço muito bem sei que assuntos pessoais não são exatamente o tema favorito da minha chefe.

Gargalhadas.

--Ah Karen...

--Então, as coisas correram bem? Muitas contas fechadas? Mr Samson deve estar a soltar fogos.

--Mais ou menos isso...tudo correu melhor do que esperava, negociar com asiáticos não é propriamente uma tarefa fácil.

--Mas minha chefe é persuasiva, competente e vende o melhor produto, então...

Risos.

--E minha afilhada? Vim aqui para beijá-la muito e cheirar aquelas dobrinhas fofas.

--Ela está linda e tenho novidades...o Juan conseguiu o emprego...

--Que bom Karen, fico muito feliz.

--Mas não para por aqui...minha mãe está aqui connosco.

--Ah, já soube, a Susan contou-me. Quero muito conhecê-la, falas tanto da tua família...

--Estou tão feliz...sabes o que parece, que a Esperanza veio para nos trazer mais bênçãos, de repente as coisas parecem entrar no ritmo certo...


--Ela é uma bênção mesmo. E teus irmãos?

--Acreditas que o Marco conseguiu uma bolsa para a Suécia e o Luiz está em intercâmbio numa escola muito boa na Argentina? Eu sou a irmã mais feliz do mundo.

--Mas um deles não queria vir para cá?

--Sim, mas nós cedo aprendemos que as oportunidades não batem duas vezes nas nossas portas, portanto...e a universidade que ele vai frequentar é reconhecida na europa como uma das melhores. Ele já está lá aprendendo a língua...

--Eu fico muito contente...a tua mãe deve estar mais tranquila.

--Si...hola, soy Pilar.

Levei um susto e não devo ter disfarçado muito bem. A mãe de Karen era completamente o oposto do que eu imaginava. Imaginava uma senhora, com aspeto cansado e de certa forma sofrido, e à minha frente estava uma mulher linda, jovial, elegante...e o sorriso? Karen parecia com ela...

--Essa é minha mãe, dona Pilar, e essa mãe, é a minha amiga, madrinha da minha filha e minha chefe...Catherine, uma das melhores pessoas que conheço e que já conheces de tanto que falo.

A senhora me abraçou e beijou e eu continuei boquiaberta. Não esperava alguém assim...

--Muito prazer...meu espanhol está enferrujado...

--Não te preocupes, eu não falo muito bem o inglês mas entendo tudo.

--Já entendi...esperavas uma mãe com cara de mãe, certo? - Karen perguntou diante do meu assombro.

Ri com vergonha.

--A tua mãe é muito jovem...linda.

--Obrigada. Tive a Karen muito cedo...

--Parecem irmãs...

Mãe e filha abraçaram-se e pude ver a felicidade estampada no rosto de Karen.

--Mãe, a Cathe vai ficar aqui contigo porque ela veio ver a Esperanza e eu vou aproveitar para almoçar com o Juan.

--Esteja à vontade Karen...eu e a tua amiga cuidamos bem da minha neta.

--E por falar nela, onde anda essa menina?

--Dormindo, mas daqui a pouco acorda e vais poder matar as saudades.

--Mãe, tem leite do peito...

--Filha, vá tranquila, eu já cuidei de três, esqueceste?

Risos.

--Eu sei mãe, devo demorar um pouco, mas qualquer coisa me chamem que venho voando.

--Relaxa dona Karen e isso é uma ordem da chefe.

Risos.

Karen saiu e logo Esperanza acordou. Babei nela, linda...cada dia mais. Em pouco tempo eu e Pilar estávamos entrosadas. Normalmente sou discreta mas estava ávida por saber mais da vida daquela senhora...

--Vamos dar um passeio? Ar fresco para essa menina...

--Claro...mas não está um pouco frio?

Ela sorriu.

--Não tens filhos?

--Não...

--Logo vi...está fresco sim mas ela precisa de ar, vou agasalhá-la e vamos dar uma volta por aqui mesmo. Tem um parque mais abaixo...

--Ok. Posso levá-la ao colo?

--Claro, madrinha manda.

Risos.

 

********************

 

A mãe de Karen é de uma leveza tao grande que em pouco tempo eu me senti à vontade, algo que não é muito comum, e a nossa conversa fluiu em várias direções. Ela era uma mulher de fibra, mas ao mesmo tempo doce e terna...um encanto.

--Minha filha é abençoada, uma moça como tu de chefe...a Karen sempre foi abençoada, minha filha que eu tanto amo.

--Eu é que tenho sorte de ter essa mulher na minha vida, eu não sou essa pessoa perfeita que ela tanto fala...tua filha é um poço e paciência, ela consegue despertar o meu melhor...se é que existe...

--Ei não fales assim...todos nós temos altos e baixos, essa pessoa aqui à tua frente nem sempre foi assim...já fui amargurada, descrente, meu semblante era carregado, a vida parecia apresentar-me apenas problemas...

--E quando mudou?

--Sabes anjos que aparecem em nossas vidas? Tenho os meus 3 filhos, mas de vez em quando aparecem outros...e há mais ou menos 1 ano e meio apareceu uma mulher em forma de anjo.

Ela sorriu e eu me vi muito interessada naquele relato.

--Eu não tenho muitos estudos e moro num país problemático...sempre trabalhei de empregada doméstica de pessoas com maiores posses. Fiz muita coisa para conseguir criar meus filhos, muitas vezes fui dura com meus rapazes por não poder fazer coisas normais...sentia-me mal sempre que via minha filha esforçando-se para nos ajudar quando tinha a própria vida...mas há um ano e meio apareceu a Indira, um anjo em minha vida.

--E quem é ela?

--Ela é uma filantropa, milionária mas com consciência que há muita gente que precisa de um prato de comida, um caderno para aprender a escrever, remédios para curar uma simples febre. Ela tem uma fundação que espalha benfeitorias pelo mundo afora e ela sempre passa algum tempo baseada no país onde a fundação abre portas.

--Que inspirador...

--Exatamente, ela é uma inspiração constante...fui contratada para trabalhar em casa dela e nos demos bem no primeiro minuto. Sou arredia, desconfiada, mas ela transmitiu-me tanta verdade, paz e tranquilidade que despi a couraça e nossa relação fluiu.

Sorri, e Esperanza que estava em meus braços grunhiu para logo de seguida sorrir.

--A Indira trata todos da mesma forma e não despreza ninguém...ela é praticante de Yoga e em 6 meses de trabalho eu já praticava também, ela ensinou-me tantas coisas...fui ajudar na fundação, particularmente no cuidado com crianças órfãs ou em situação de risco, mas continuei com ela, em casa dela e nossos momentos tornaram-se cada vez mais enriquecedores. Comecei a ver as coisas de forma diferente, a entender melhor o tempo de cada coisa...

--Ela está lá ainda?

--Sim, estou de férias. Pela primeira vez na minha vida tirei férias. Sinto-me uma mulher capaz de fazer coisas boas, estou mais calma...consigo demonstrar afeto aos meus filhos, não que fosse bruta, mas faltava-me tempo e sobravam preocupações para uma mãe com parcos recursos.

Sorri mais uma vez...aquela senhora era uma inspiração.

--Ela é simples e carregada de sabedoria... ela fez de tudo para se aproximar de mim, eu era rude, educada mas fechada no meu mundo de sofrimento, só pensava nos filhos, no que tinha de fazer para que não lhes faltasse nada, a Karen estava mais ou menos encaminhada mas meus meninos não e eu não suportava a ideia de que minha filha tinha que que se matar para nos ajudar sendo que ela já tinha a sua própria vida...eu vivia amargurada Catherine, presa nos meus medos, na minha angustia...a primeira coisa que a Indira me ensinou foi a respirar, eu não respirava, vivia ansiosa...ela tem uma história de vida que daria vários livros, perdeu um filho, a vida sempre deu muitas reviravoltas mas ela é feliz, eu não entendia como se os problemas dela pareciam ser muito maiores que os meus...

-- Ela tem dinheiro, isso ameniza...

-- Sim, sem dúvida mas no caso dela vai muito além disso...eu aprendi que todos nós sofremos, cabe a cada um fazer uma escolha, apreender com as dores e dar outra dimensão ou ficar preso à amargura.

Eu pensava muito naquelas palavras, naquela história, no encontro...

--Aprendi tanta coisa... o mais importante foi o efeito no controle emocional, na forma de encarar a vida...eu mais calma, tudo à volta ficou melhor, não foi uma coisa do dia para a noite, mas gradativamente fui aprendendo... tanta coisa mudou e para muito melhor, foi como um despertar para um novo mundo...como ela sempre diz, estava tudo adormecido...a Karen ainda não sabe, mas já me permiti conhecer pessoas, libertei-me das grades...

--Amor? -Perguntei entusiasmada.

-- Ainda não sei, mas conheci alguém especial e permiti que ele chegasse em mim...como a Indira diz, eu abri o campo...não foi fácil ele entrar, eu tinha muitos medos, mas com essa minha nova forma de estar na vida aprendi a dar atenção a outras coisas...atenção a mim e se ele me faz bem que mal há?

--Porque estás a contar essas coisas a mim?

--Não sei...tive vontade, à vontade... és tão boa para a minha filha, porque não? Senti que devia...alguma coisa no teu olhar...e tu, muitos amores? Uma moça bonita deve ter muita experiencia nessa área.

Ela sorriu e eu suspirei sem saber o que pensar...sentir...mas resolvi falar.

--Não tenho vocação para amores...

--Isso também se aprende... eu era a pessoa mais descrente do universo, sofri muito para criar meus filhos sozinha, nunca quis saber de homens e pretendentes nunca faltaram, tive pequenos casos mas desistia logo...até que tendo noção mais ampla de mim, consegui ver minha capacidade de despertar paixões e entendi que as pessoas podiam aproximar-se porque eu tinha algo bom para oferecer...

--Minha vida é tao complexa Pilar...

--E eu tenho todo o tempo para ouvir, se quiseres falar, claro. Vamos para casa que já está frio? Colocas a Esperanza na cama, faço um chá e conversamos...tudo bem?

--Tudo bem.

Falaria sim, tanta coisa presa na minha garganta, minhas dores que pareciam não ter fim, confusão mental, emocional...


Algum tempo depois...

Contei toda a minha história a Pilar e não tive problema algum em fazê-lo. Ela também vivera dores e superara...

Ela sorriu para mim...

--Sabia que tínhamos que conversar...partilhar. Há um tempo atrás eu nem te veria, sentir-te então...agora sim, nosso momento é esse. A tua busca é linda Catherine...teu pai...que história linda. Sinto que há mais coisas, outras dores...

--Sim...há uma dor que não para, que me desestrutura, que me faz ser quem sou, ou ser essa pessoa pela metade, cheia de medos, complexos...

--Hmmm...fala filha.

--Eu sempre acreditei que não era filha do meu pai, ele sempre esteve tão ausente que para amenizar minha dor, criei a fantasia que era adotada. Eu sentia tanta falta de uma mãe, eu não sabia nada de como era ser mulher, desabrochar...era muito reservada, não falava muito, meu pai não falava comigo...tinha minhas amigas, Sam e Charlie mas por volta dos meus 12 anos elas foram embora...fiquei sozinha, não tinha mais vontade de brincar na cabana do velho Silas...todos foram embora.

Suspirei e ela afagou meu cabelo.

--Á medida que ia crescendo, meus medos aumentavam, a raiva também...estudei muito, queria ser a melhor e sair do Maine, ficar longe das coisas que me entristeciam...aos 17 fui embora. Consegui a bolsa, fugi...do Maine, de mim...queria deixar tudo para trás, começar do zero, ser outra Catherine. Vivi para os estudos, eu era a melhor...na universidade eu era muito tímida mas todos queriam ser meus amigos, porque eu era excelente aluna...eu que sempre fui deixada para lá, de repente era querida por todos...não me relacionava com ninguém, namoros, eu tinha medo...pavor de rejeição e também acreditava que não tinha nada que pudesse atrair alguém...

--Bobagem Catherine...bobagem...

--Mas eu me via assim...até que no terceiro ano eu...permiti que alguém se aproximasse, não qualquer pessoa, mas o mais cobiçado da universidade, da cidade...todas queriam ter alguma coisa com aquele rapaz...não entendia o que ele via em mim mas era a melhor coisa da minha vida...ser objeto de desejo de um homem lindo, desejado por todas...logo eu...começamos a namorar, eu vivia no céu...esqueci grande parte das minhas dores, ficaram momentaneamente adormecidas. Acordei do sonho da pior forma...percebi que o meu namorado era preguiçoso, eu fazia tudo da faculdade para ele, ele era mimado, cheio de dinheiro e de uma família que exigia muito, o pai queria que ele assumisse as empresas, ou que pelo menos se interessasse e ele não estava muito interessado...eu continuava sendo bem tratada, mas não frequentava a casa dele, apenas festas da faculdade, ele ia no meu dormitório...inventei uma história de família quase perfeita, tinha mãe, pai, irmãos, cachorro, casa grande...perto de me formar, fui pedida em casamento. Não acreditei...era um sonho. O sonho transformou-se em pesadelo no momento em que conheci os pais do David...gente estranha, dominadora e rica, absurdamente rica. Programaram um encontro das famílias...eu gelei, mas continuei a mentir, eu queria acreditar na mentira...que tinha família, que tinha casa, raízes...pessoas que me amavam. As coisas começaram a fugir ao meu controle...mergulhei nos estudos para concluir com mérito e deixei pontas soltas...a pressão aumentou, planos para receber a minha família bem-sucedida, eu ouvia até o pai do David falar em negócios em conjunto, ele todo satisfeito porque o filho tinha encontrado alguém à altura...as coisas atingiram um ponto que eu me descontrolei...lembro até hoje do diálogo que me destruiu...

"Foges tanto Catherine...tens medo de quê? Que eu descubra que és uma farsante, uma vira-lata?"

"Vira-lata?"

"Sim, alguém sem a mínima condição para casar comigo, sem berço..."


--Lembro-me de rir de muito nervoso, estava cansada de mentir...ele me amava, me aceitaria com ou sem dinheiro.

"E se fosse?"

"O quê?"

"Se eu fosse uma farsante...sem família..."

"Ah, sem chances...inteligente, linda desse jeito...tem família rica por trás"

--Irritei-me.

"Por acaso tu és muito inteligente? Com todo o suporte familiar, todo o dinheiro..."

"Não preciso ser inteligente, tenho gente que pensa por mim e uma namorada e futura esposa perfeita, inteligente...está tudo perfeito."

--Ele era burro, emocional e intelectualmente. Burro.

--Não aguentei, gritei na cara dele que era pobre, que não tinha família, que não conhecia minha mãe, que meu pai me odiava...gritei todas as minhas frustrações na cara dele que parecia um boneco de cera. Chorei, gritei, entrei em desespero...esperei conforto, um abraço, esperei ouvir que nada daquilo interessava, que ele me amava e que seriamos muito felizes...vi um boneco de cera deixar o meu dormitório sem olhar para trás.

Vi conforto nos olhos de Pilar, entendimento...

--Em dois meses vi a noticia do noivado dele com uma boneca de cera, linda, rica, de família tradicional...vi a foto dos pais felizes, realizados...ele nunca gostou de mim...encontrei-o uma única vez depois da verdade, da minha verdade...ele disse que a brincadeira tinha sido boa, mas que não poderia durar mais, que ele não casava com vira-latas...minha mão foi com força contra a face dele, mas o estrago interno já tinha criado raízes...

--Tens medo...

--Eu morro de medo...não me entrego a ninguém, eu só me liberto no sex*...não permito...não quero sentir nada por alguém e não quero que sintam nada por mim...

--Não controlamos essas coisas Cathe...lembras do que eu disse sobre as dores? Temos que aprender a conviver com elas, aprender...abrir caminhos, sou a prova viva disso e digo-te, estou mais feliz agora.

--Eu não quero ser vira-lata...

--Mas tu não és vira-lata. Tu és uma mulher linda, integra, uma mulher que tenta se encontrar...foste atrás do teu pai, da tua família...sem medo...

--Com muito medo.

--Sim, mas com muita coragem também. Aprenda a dar atenção a ti...

--Tem alguém...tem alguém roubando minha paz...alguém que me faz tão bem e ao mesmo tempo desperta um medo sufocante...fugi, corri...

--Essa pessoa te faz bem?

--Umhum...

--Então que mal pode haver? Nessa minha nova fase, eu não me privo de nada...esse homem...há um tempo atras pensaria logo, pode não dar certo e isso seria o suficiente para sequer tentar, mas hoje em dia eu sei que se não tentar não saberei, hoje não me deixo dominar pela ansiedade, não projeto meus medos nos outros, minhas inseguranças, tento resolver as minhas coisas e enfrentar o mundo e se ele me sorri por que não sorrir de volta?

Fiquei pensativa...as coisas que ela dizia...

--És tão corajosa Pilar...

--Tu também és...eu já tenho 52 anos e a minha sede de vida aumenta a cada dia...tu és muito mais jovem, não deixe o medo dominar-te, desafia-o, vais ver o quão instigante pode ser...

 


********************

 

Aproveitei meus quatro dias de folga para visitar Charlie em Santa Mónica, na Califórnia. Ela convidou-me desde o nosso encontro em Lubec, mas nossa vida agitada sempre impedia a minha visita. Decidi ir e ela pôde passar apenas um dia comigo, tinha festival de cinema em Paris.

Ela vivia tão bem...o relato feito em Lubec sobre a sua história de amor com a Annie e seus dois filhos não chegava perto do que os meus olhos viam. Elas eram uma família como poucas...A Annie, uma jovem de 24 anos, muitas vezes era o centro daquela família diferente mas acima de tudo uma grande família. As crianças eram felizes e muito amadas pelas duas...às vezes uma mimava e a outra corrigia, depois mudava, mas nada em exagero, a Selina era quase uma princesa de tão educada, meiga, inteligente, sensível. O Denzel não largava a Nannie...amor.

Fui bem recebida, a Annie foi muito simpática. Ela era diferente de Charlie, era mais despachada, movimentava-se muito. Saía cedo para trabalhar, voltava para levar Selina à escola, Denzel ficava com Charlie enquanto ela trabalhava em casa, brincavam muito juntos...havia muito riso ali, sorrisos rasgados quase sempre.

Senti-me bem e em pouco tempo tão acolhida que não estranhei quando Charlie precisou ausentar-se.

Passei a fazer parte do quotidiano da casa, a ajudar com as crianças...aquilo me fazia tão bem. Apaixonei-me pela Selina...que criança especial.

O padrão de vida de Charlie era alto, a casa delas era perfeita, poderia ser cenário de filme de Hollywood, mas as crianças eram educadas na simplicidade, com regras, limites e isso era mérito todo da Annie. Ela era centrada, às vezes rígida mas amava aqueles filhos com a vida...eu estava fascinada.

Sempre brincávamos no jardim de casa que era imenso e muito bem cuidado. Mas naquele sábado ensolarado, Selina pediu para brincar no parque e Annie logo concordou. Ela perguntou-me se queria acompanhá-los e eu fui sorrindo.

As palavras de Pilar não me abandonavam...

O parque era lindo e as crianças podiam brincar à vontade...Selina corria, pulava e logo fez amizades.

Annie não era tão extrovertida quanto Charlie, ela era mais parecida comigo...aproximamo-nos de forma natural, sem atropelos.

Ela suspirou...

--Saudades?

--Tantas...já devia estar acostumada, afinal casei com uma estrela.

Sorri.

--Ela viaja muito...

--Muito, no início eu tinha ciúme, insegurança...ela convive com as mulheres mais lindas, estrelas...mas a Charlie é...a Charlie é o meu amor, ela passa a vida a demonstrar que sou perfeita...pelo menos para ela. Recebo provas de amor quase todos os dias...

--Vossa história é linda...

--É...acreditas que eu sofri pressão de alguns amigos, gente que eu acreditava ser amiga mas que surpreendeu-me com atitudes preconceituosas...amigas minhas que deixaram de andar comigo alegando que eu agora era velha por estar com uma pessoa mais velha, que não faria mais coisas de gente nova...há pessoas que perguntam-me se não sinto falta de loucuras? Mas eu nunca fui de muitas loucuras...outras questionam a responsabilidade que assumi, há gente que acredita que vou desistir...

--Eles não sabem de nada...

--Nada...não sabem que o amor que sinto por essa mulher é a melhor coisa da minha vida. Cuidar dela, dos nossos filhos, sonhar juntas, seguir adiante...é isso que me move, é isso que quero pelo resto da minha vida.

Vi tanta verdade nos olhos daquela menina...mulher. Emocionei-me e fui salva de desmoronar por um gritinho estridente de Selina que corria em nossa direção.

Ela vinha aos saltos e com um folheto nas mãos.

--Cathe...Cathe... -- Gritava meu nome ofegante.

--O que foi minha princesa?

--Olha Cathe...olha a Skya. Nannie, diz aqui que vai ter um conserto no Pier, me leva Nannie, por favor.

--Quem é Skya?

-- Ela é maravilhosa Nannie, perfeita, a melhor violinista do mundo quero ser como ela...por favor. Cathe?

--Tudo bem princesa, nós vamos. Quando é meu amor?

-- Hoje, final da tarde, leia aqui Nannie. Cathe, por favor convence a Nannie a me levar, a mãe Charlie prometeu, não prometeu?

--Umhum...--Eu não acreditava no que meus ouvidos escutavam...

-- E eu resisto a essa carinha? Claro que vamos filha.

A menininha afastou-se pulando e beijando o folheto.

--Parece que ela gosta mesmo da moça e adora violino. Alguma objeção a esse programa Catherine? Eu nem sou apreciadora de música clássica, mas o que não faço por um sorriso no rosto da minha menina.

--Nada contra...e a violinista é sim maravilhosa.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Boa leitura,

 

N Helgenberger


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Comentários para 22 - Capítulo 22 - Quando as luzes intimidam…:
rhina
rhina

Em: 24/04/2020

 

Um histórico de mágoa e feridas passadas que ainda sangram.

Capítulo lindo mesmo.

Rhina

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Simone
Simone

Em: 12/01/2016

Olá, Nadine!!!

Que capítulo lindo, hein?! As emoções ainda giram dentro de mim...

Que dizer da Cathe? Que história de vida complexa e sofrida! O surpreendente para mim é saber que mesmo com tanta dor, desilusão, abandono e omissão, ela tenha se transformado nesse ser tão lindo. E que mesmo sendo pega de surpresa pela vida ela se permitiu viver, ainda que não totalmente, esse amor; que além de arrebatador é por uma mulher!

As barreiras normalmente são transpostas uma a uma, porém com a Cathe veio tudo de uma vez!!! Uma avalanche de emoções! Um sentimento que começou sem nenhuma pretensão e abriu tantas portas nesse coração. Começou com a Skya; e de repende ela se viu notando a Karen, que abriu sua família levando-a até Juan e Rebeka... E então veio a pequena Esperanza... E de novo Skya, e com ela a necessidade de resgatar um passado até então de muita dor... Momento de reencontro e redenção. E de novo Skya, e por um momento o céu... e um turbilhão de lembranças e emoções... Como não surtar???

E essa nova personagem, a Pilar??? Linda, leve, profunda e providencial na vida da nossa querida Cathe! Ameiii!!! Assim como gostei do desfecho para os irmãos da Karen.

Skya... Menina forte, decidida, madura. Não acredito que ela va facilitar as coisas para a Cathe agora. Ela está machucada e na defensiva. E o mais lindo?? Ela não se permite afundar no sofrimento! Adorei a Susan insinuando o interesse da Zianah pela Skya. rsrsrsrs

E mais uma vez a vida se encarrega de unir os caminhos dessas duas lindas!!! Expectativa... apesar de achar que não será tão fácil assim reconquistar a confiança da Skya.

É linda, que seu brilhantismo para escrever siga aumentando e sendo abençoados todos os dias!!!

 

Io ti voglio molto bene, ragazza!!!

Simone

 

 

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patty-321
patty-321

Em: 12/01/2016

Muito bom conhecer um pouco mais sobre Catherine. Sao traumas terríveis os dela. Q fdp o ex noivo. Dar p entender as atitudes dela c a sky. E o destino mais uma vez irá coloca-la no caminho de skya. Haja coração. Bom demais nadi. Bjs
Resposta do autor em 12/01/2016:

Valeu gata. Bjs

:)

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JessNessa
JessNessa

Em: 12/01/2016

Oie oie... Concordo com as meninas ali em cima.... A Cathe tem q se abrir c a Skya....Ter um pouquinho de trabalho p conquista-la. Coitada dela. Ja to c pena da menina... Pelo menos ela nao se abala cm a Cathe... 

Capitulo lindo, cm sempre ne , autora....

E naaaao , nao se apresse p terminar a fic.. Pra que esta pressa mulher? Calma kkkkk. So se for p.escrever outras. Hihihi. ( quero nada , hein? ) 

Bjos e boas energias! 


Resposta do autor em 12/01/2016:

Valeu, bjs.

Hahahaha pressa sim porque nao gosto de ter coisas pendentes e sei que em Fevereiro minha vida vai ser um aue total e nao vai sobrar tempo para escrever, pelo menos nao como gosto. Claro que escreverei outras histórias...só nao sei quando. Preciso de umas ferias entre um conto e outro, nao concordas? rsrsrs

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Carmen
Carmen

Em: 11/01/2016

Eu sei que todos amam e até defendem a Skya, é compreensível! Ela é um ser apaixonante. Mas eu particularmente amo mesmo a Cathe! A cada capítulo, a cada nova dificuldade que ela enfrenta e cada vez que sabemos um pouco mais da sua história de vida, vejo todos os seus medos e até suas atitudes, como justificáveis e compreensíveis. Skya sempre teve uma base familiar maravilhosa, sempre soube quem era, sempre viveu sua sexualidade plenamente. E sim, ela teve uma grande decepçao amorosa. Uma. E por essa decepçao, ela teve e tem medos com relaçao a Cathe. Já a complexidade da vida de Cathe, das relaçoes e do fato de pela primeira vez se apaixonar e ainda por cima, por uma mulher, tornam tudo o que ela fez até aqui compreensível e mais, louvável. Porque ela tem dado passos, talvez pequenos, mas dificeis, nessa busca de autoconhecimento e de preparaçao para quem sabe, poder finalmente viver sua história com Skya. Só que ela é tao maravilhosa que nao quer se dar pela metade, nao quer dar menos do que acha que Skya merece. E acho isso lindo da parte dela, mesmo que isso seja guiado por medo. Enfim, nao acho que uma ou outra tenha que fazer mais ou menos, porque no fundo, acho que Skya sonha e espera que Cathe perceba tudo isso e talvez por isso, ela nao consiga simplesmente desistir ou ignorar Cathe, pois como voce mesma disse Nadine, Cathe é TUDO. Ansiosa pelos próximos acontecimentos! 


Resposta do autor em 12/01/2016:

Rsrsrsrs...leitura perfeita. Gosto!

Eu gosto muito da Cathe porque ela é complexa, ela é doida, ela é linda, é surpreendente, extremamente humana e quase real...um deleite para mim, enquanto criadora :)

Proximos chegando rsrsrs

Valeu! Bjs

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Ana Gil
Ana Gil

Em: 11/01/2016

Apaixonante 😍😍


Resposta do autor em 12/01/2016:

Thank u!

Bjs

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Fanatica
Fanatica

Em: 11/01/2016

Que capítulo! Eu imaginava que aquele surto anterior da Cathe tivesse alguma justificativa, e foi surpreendente, medo de ser largada, trocada de novo, e o pior, ela tem todos os motivos pra pensar assim com relação a Skya, afinal ela é livre sonhadora, voa alto... Imaginando aqui como será esse encontro, com uma Cathe agora mais confiante, é o que eu acho e com uma concorrente,, isso vai se foda rsrs

Bjs my gift!


Resposta do autor em 12/01/2016:

Aguarde rsrsrs

Valeu! Bjs

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Ada M Melo
Ada M Melo

Em: 11/01/2016

todos os caminhos que a Cathe percorre ela chega a Skya só ela não percebeu essa oportunidade que a vida vem oferecendo pra ela, mas acredito que skya agora esta com um pé atras e não vai ser tão facil dessa vez. mas continuo torcendo pela Cathe e Skya.


Resposta do autor em 11/01/2016:

Não é? Acho que um dia ela percebe, ou alguem percebe por ela que nao há como fugir rsrsrsrs

Torça sim, vale a pena rsrsrs

Valeu, bjs

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Lerika
Lerika

Em: 11/01/2016

Outra vez o destino coloca Cathe e Skya no mesmo lugar

Será que Skya será receptiva na presença da Cathe? Haha acho que essa estória ainda vai dar algumas voltas antes que o grande acerto aconteça nesse romance.

Facilita para nós, leitoras sofredoras, cara autora.

Skythe é o casal mais apaixonante!! 

 


Resposta do autor em 11/01/2016:

Rsrsrsrsrs eu nao digo nada...aguarde o desenrolar.

Valeu! Bjs

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mtereza
mtereza

Em: 10/01/2016

Adorei saber mais da historia da Cathe e entender melhor os medos dela a Skay a cada dia mais apaixonante muito intensa e madura a reação dela a mais essa fuga da Cathe sofreu mais resolveu ir viver e focar nas outras coisas que ama adorei bjs Nadine

 

PS: Algumas coisas nessa jornada de autoconhecimento da Cathe me lembram a Liz de COMER, REZAR E AMAR.Principalmente nesse capitulo.   


Resposta do autor em 11/01/2016:

Adoro esse filme mas vi ha seculos e nao me lembro de mais nada, a nao ser da Itália, India, Julia Roberts e Javier Barden...vou rever e me perder nos cenários lindosssss. Valeu.

Bjs

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Cabrita de Paulo
Cabrita de Paulo

Em: 10/01/2016

Na verdade, já q a estória se alongou, tá na hr de Skya mostrar q tb tem sangue nas veias, já q Cathe tem desses chiliques, ela uma mulher madura pq não a jovem ter um tb?

Tá na hr de Cathe ter q lutar ou ao menos ter um momento em q tenha q correr atrás se Skya.

Nessa relação delas até agora foi Skya q procurou Cathe, ela sempre relevou as loucuras e insanidades de Cathe.

Skya não é uma garota e sim uma mulher forte e meiga... Cathe tem q lutar e mto pra desfazer dessa última burrada.



Resposta do autor em 10/01/2016:

Sangue na veia...acho que ela tem e prova isso a todo o momento, mas depende do ponto de vista. Para mim tem sague na veia quem corre atras do que quer, claro que tudo tem um limite, resta saber qual é o dela.

Aguarde as emoçoes dos proximos capitulos que antecedem a final...doida para escrever rsrsrs

Bj

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Maria Lua
Maria Lua

Em: 10/01/2016

Mais algumas informações importantes para entender a Cath... vamos ver o reencontro... adorando Escritora bjs. 


Resposta do autor em 10/01/2016:

Obrigada :)

Bjs

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lih
lih

Em: 10/01/2016

Agora da pra entender melhor esse medo que a cathe tem de compromisso,  espero que os conselhos da pilar a ajude a se abrir com Skya, se bem que eu não sei se a Skya vai dar mais uma chance a cathe... Eu já teria desistido. 


Resposta do autor em 10/01/2016:

Vamos ver se a Skya já desistiu e o quanto a Cathe pode ser persuasiva...rsrrs

Bjs

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vickviegas
vickviegas

Em: 10/01/2016

Não quero nem imaginar pois isso deixo p vc, quando a Cathe se mostrar a Skya de verdade, pois, sendo esse enigma em forma de ser devasta corações, quiçá, quando abrir a caixa de pandora... Não terá pra ninguém. 

Rsrsrsrs. ...

Não demora criatura. Por favor. 

Obrigada. 

Ass. Drika.


Resposta do autor em 10/01/2016:

Rsrsrsrs, essa hora vao chegar meu bem. A Catherine sabe ser TUDO rsrs.

Não vou demorar, preciso terminar logo essa historia.

Valeu, bjs

Responder

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Ana_Clara
Ana_Clara

Em: 10/01/2016

'...a Catherine é doida, mas eu sou sã e tenho foco...' Essa é a menina dos sneakers! Admiro a força que ela tem. Apesar da dor, do sofrimento ela continua firme e focada em um objetivo. Aliás, tbem admiro muito a Cathe, afinal é uma vencedora. Mas confesso que não consigo entendê-la. São tantos exemplos incríveis que estão passando pela vida dela que realmente não entendo pq ainda não se permite ser totalmente feliz ao lado da Sky. Que seja um concerto único esse próximo encontro!


Resposta do autor em 10/01/2016:

Rsrsrsrsrs, a menina dos sneakers é realmente especial, assim como é a mulher perdida em si mesma. Amo muito essas duas...ai ai ai rsrsrsrs

Valeu. Bjs

Responder

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Sem cadastro
Sem cadastro

Em: 10/01/2016

Nada contra... e a violinista é sim maravilhosa e eu sou apaixonada por ela e vou amar vê-la novamente...

Beijos!


Resposta do autor em 10/01/2016:

Rsrsrrss, a lingua da Catherine é travada...quem sabe um dia desses.

Bjs linda, LVY

Responder

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flawer
flawer

Em: 10/01/2016

Olá Nadine, amando e acompanhando atentamente a estória de Catche e Skya... Torcendo para que Cathe lance fora o medo e viva este amor maravilhoso existente entre elas.

P.S.: Você cada vez escrevendo melhor... Parabéns

Bjssssssssssssssss, lindona


Resposta do autor em 10/01/2016:

Muito obrigada.

Bjs

Responder

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