Mais um meninas, assim que tiver um tempo prometo reponder todos os comentarios
bjus
Boa leitura
Um Dia de Chuva
Quantas vezes eu sonhei em tê-la em meus braços. Quantas vezes eu a desejei só pra mim, estranho que agora que a tenho toda aquela dor do passado parece me deixar, parece nunca ter existido, é como se aquela fosse outra pessoa, outra vida minha, uma vida da qual no presente a dor já não existia. Estranho pensar assim, é como se minha alma sempre buscasse a dela, como se ela fosse uma extensão do meu ser, uma parte de mim, a melhor parte de mim a qual era a mais necessária para me fazer feliz, e só ela fazia isso, só ela tinha esse dom, por que uma vida sem ela era uma tortura eterna e intensa que meu ser muitas vezes se dispôs a sofrer. Foram tantas dores que esse amor me trouxe, tantas lágrimas solitárias que vinham me fazer companhia entre o sono, e agora com ela assim tão perto essas noites deixam de existir.
Sua mão desliza até meus cabelos os acariciando, ainda de olhos fechados sua voz rouca de sono me diz.
–No que tanto pensa?
–Em você.
–E o que pensa de mim minha pequena?
–Em toda a tristeza que senti nesses últimos anos, em como ter você aqui comigo já me faz tão feliz.
–Você fala como se eu fosse perfeita, como se eu não tivesse sido uma egoísta que te evitou todos esses anos e que voltava só para ter certeza que você não estava sendo feliz.
–Você já me machucou muito Antonela é verdade, e acho que já sabe que essa é a última chance que vou te dar, eu amo muito você, mas depois de todos esses anos aprendi a me valorizar.
– Eu sei Karol, vou fazer o que puder pra não perder você, por que eu preciso de você, eu necessito de você, durante todos esses anos eu vivi a minha vida apenas sonhando com um dia como esse, apenas sonhando em te ouvir dizer que eu sou tudo pra você, por que você sempre foi tudo pra mim, eu te amo do meu jeito torto, te amo do meu jeito errado, tolo talvez, mas eu te amo...
*********** A 3 anos e 10 meses ***********
Caminho sozinha pela chuva distraída, brincando entre as poças com minha garrafa de Whisky na mão, a bebida sim era minha boa companheira, ela me fazia mais feliz, menos solitária, ela me esquentava quando o meu corpo sentia frio, ela me torturava todas as vezes que me lembrava que eu não era sua, ela me consolava quando ninguém mais o fazia, e quando ela não dava conta eu apelava para outras drogas quaisquer, por que o destino a muito havia levado a minha razão e para que viver sem um motivo, morrer aos poucos parecia-me uma aventura tão intensa, tão completa, morrer me parecia uma solução tão simples e tão tola que me fazia nem querer buscá-la, a morte por mais que saciasse as dores da minha vida mortal, de nada ajudaria a minha alma, que continuaria em busca da dela, da alma de Antonela.
Já bêbada atiro-me ao meio fio, ensopada pela chuva contemplo a paisagem sem graça de mais uma tarde sem vida, permito-me ficar mais algum tempo a buscar o nada, com dificuldade me levanto, torno a andar em direção a meu destino.
As ruas estão todas vazias por causa da chuva repentina que havia pegado todos de surpresa, inclusive eu, no final ter saído de casa fora um completo desperdício, pretendia buscar uma ou duas cápsulas de cocaína com uma "amiga" que já havia me oferecido várias vezes em festas que nos encontrávamos, eu costumava negar, e um dia eu simplesmente não vi mais motivos para dizer não, mas hoje eu não usaria, afinal era um dia monótono e sem graça, e de qualquer forma a chuva molharia tudo, um suspiro escapa por meus lábios quando paro em frente ao meu destino.
Entro no consultório de meu pai sendo escorada pelas paredes, uma mulher loira corre em minha direção me ajudando a caminhar, sem dizer nada ela me guia até os fundos, minha visão embaçada não me deixa enxergá-la, a loira tira minha roupa me atirando embaixo do chuveiro dos funcionários. Sinto dor em meu braço quando a glicose é aplicada, aos poucos a água é desligada, assim que me sinto melhor tomo coragem para encarar aquela a minha frente, a auxiliar de enfermagem me olhava com carinho, eu não sabia porque mais gostava de quando ela me olhava assim, ela me trazia uma sensação tão boa, porém eu sempre fugia dela, mas de algumas semanas pra cá ela se tornara tão presente em minha vida e eu simplesmente fugia, como se tivesse medo de me entregar, não, eu realmente tinha medo de me entregar, medo de nunca amar ninguém novamente, mas aquela loirinha me olhava de um jeito tão doce que sempre me derretia por dentro, aquele olhar fazia com que eu me odiasse por estar naquela situação .
–Você tinha me prometido que não beberia mais Karol. -ela se abaixa e começa a me secar.
–Você tinha dito que não ia mais cuidar de mim. -digo com um sorriso fraco. -Nós duas mentimos Camilinha.
–Não faça piada. -diz a loira contendo um sorrisinho e fazendo cara de brava.
–Meu pai sabe que cheguei bêbada?
–Não, pra sua sorte não tinha ninguém na recepção, só eu te vi e trouxe pra cá.
–Obrigado Camila.
–Karolina, você sabe o quanto gosto de você, pare de se destruir por algo que não vale a pena.
–Eu queria Mila, como eu queria, só não sei como, eu só não sei o que fazer, eu me sinto cansada, cansada e perdida.
–Eu poderia te ajudar...
–Eu sei.
–Então me deixa te ajudar, eu gosto tanto de você Karol, mas você é sempre tão evasiva comigo, me deixa te ajudar.
–Eu tenho medo de não me apaixonar por você Camila, medo de não te corresponder.
–Eu sei Karol, eu sei... mais acho que poderíamos tentar...-a loira deixa um suspiro escapar enquanto sai do banheiro. -Tem roupas suas no meu armário.
Me troco ainda meio zonza, como foi que a conversa chegou aquele ponto, é o que me pergunto enquanto ando até a sala do meu pai, estranho pensar que tudo isso era meu, que eles haviam colocado todos os bens da nossa família em meu nome, e agora eu, com meus quinze anos tinha que assumir certos compromissos, pensar que meus pais me deram tudo o que tinham, que confiaram em mim e me deram responsabilidades desde cedo, e o que eu fazia? Sofria por uma mulher que me abandonara por medo, talvez eu realmente devesse deixar Camila me amar, talvez eu precisasse seguir com minha vida, Antonela seguiu a dela e eu o que fiz? Me prendi em algo irreal...
–Karolina já assinou? -perguntou meu pai me olhando sério.
–O que? Já! -passei os papéis para ele. -Era só isso pai?
–De importante sim. Eliza. -a secretaria entrou na sala, senti seu olhar faminto em mim, ela já havia me cantado algumas vezes, e confesso que fizemos algumas coisas. -Leve esses papéis e faça as compras por favor.
–Sim senhor. -ela deixou a sala, mas não sem antes dar um de seus sorrisos provocantes, papai e eu nos olhamos corados pelo atrevimento daquela abusada, quis sair de lá o mais rápido possível.
–Se era só isso pa...
–Não Karol, tem mais uma coisa.
Vi a expressão de seu rosto ficar séria, e ele parecia procurar bem as palavras que iria usar.
–Você anda bebendo de novo. -nossos olhos se encontraram, ambos da mesma cor e intensidade, eu não precisei responder. -Eu não sei porque faz isso Karol, realmente não sei...
Meu velho parecia cansado, passou a mão pelo rosto tentando aliviar a preocupação, aquilo só fazia com que eu me sentisse ainda pior.
–Eu também não pai, acho que perdeu o sentido a algum tempo.
–Então pare meu amor, eu amo tanto você Karolina, e sua mãe também, pare com isso...
–Eu vou parar pai... Eu só...
–Minha pequena eu e sua mãe tapamos nossos olhos para as coisas que você faz, nós sabemos sobre as suas noitadas, sobre sua vida sexual, e não porque somos intrometidos, mas porque a amamos, dói muito em nós ver nossa menininha se acabando.
–Eu não vou mais pai, prometo. -me levantei indo até a porta. -Pai você gosta da Camila?
–A auxiliar de enfermagem loirinha?
–Essa mesmo...
–Ela parece ser um amor de pessoa. - meu velho fez uma careta que rapidamente tentou disfarçar, sabia que ele não gostava desse meu lado, mas acho que preferia me ver com outra mulher do que drogada e bêbada pelas esquinas. -Karolina. -chamou ele.
–Sim pai.
–Quase me esqueci, esse domingo tem almoço na Ceci.
–Tenho mesmo que ir?
–Tem se quiser ver sua prima Antonela.
–Ela voltou? -tentei lutar contra o sorriso que brotava em meus lábios.
–Sim, parece que Giordana está com negócios por aqui ou algo assim...
–Ah... Certo... -lágrimas vieram aos meus olhos.
–Por que não leva á.... Camila não é?
–Claro pai, claro.
Me vi correndo para longe dali, finalmente Antonela voltaria, mas por algum motivo a notícia não me deixou feliz, talvez fosse porque já havia me acostumado a sua ausência, talvez fosse porque eu finalmente resolvi dar uma chance para outra pessoa ou então por que era só mais um dia de chuva, monótono e sem graça.
Fim do capítulo
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Luh kelly
Em: 27/11/2015
É esquisito depois de tudo que Karol passou vê - la agora no presente com Antonela. Parecem histórias distintas. Nunca vi tanto uma garota sofrer como a Karolzinha, dá vontade de colocar ela no colo e cuidar. Até drogas ela usa a que ponto a pobrezinha chegou. Ela bem podia dar uma chance a Camila, mas seu coração gosta de sofrer. Prevejo mais dor ainda pra nossa amada sofredora com a chegada da (desculpa) Filha da puta e insensivel Antonela.
Esse reencontro será doloroso.
Beijão linda Ams e um maravilhoso Fim de semana :)
Resposta do autor:
Luh muita coisa ainda vai acontecer até ela chegarem ao ponto que estão hj, este reencontro deu pano pra manga viu...
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