Capitulo 46 - Eu Te Amo

 

Dias depois... Na boate.

 

-- Que jogo é esse Duda? - Jorge pegou uma cadeira e sentou ao lado de Eduarda.

-- É o Kite Surfer. Olha que maneiro é ultrarradical e perigoso - Eduarda brincava de joguinho no smartphone.

-- Estou vendo. Cuidado, não vá se machucar.

-- Pode deixar, sou fera.

-- Como estava a Rafa hoje?

-- Hoje ela estava mais calma, só me bateu duas vezes. Uma vez porque o Hund roeu a sandália preferida dela e a outra porque derrubei o celular que ela havia acabado de comprar dentro da banheira de hidromassagem.

-- Cheguei à conclusão que minha amiga é uma santa - ficou olhando Eduarda por alguns instantes - Quando sai o resultado?

-- Hoje ou amanhã - bateu com a mão na mesa - Droga morri.

-- Você não está ansiosa?

-- Muito, mas tenho que me manter tranquila - olhou séria para Jorge - Não quero que Rafaela sofra caso o resultado for negativo.

Jorge a olhou admirado. Eduarda com aquele jeitinho infantil e descolado só pensava em cuidar de Rafaela.

Beta entrou com uma pilha de papéis na mão.

-- Vocês vão ficar com o apartamento Jorge? Preciso registrar esses papeis no cartório.

-- E dá pra recusar um negócio como esse Beta? As meninas praticamente deram esse apartamento para nós. Fiquei até sem jeito de aceitar.

-- Deixa de ser bobo Jorge, é o mínimo que fazemos por vocês. O que importa é que vocês sejam tão felizes lá quanto eu e a Rafa fomos.

-- Que fofa né Beta - Jorge abraçou Eduarda e deu um beijo estalado.

-- Muito fofa... Agora essa fofa aí poderia sentar em sua mesa e assinar esses papéis pra mim?

-- Enquanto eu assino vamos brincar de o que é o que é?

-- NÃO - os dois responderam juntos.

-- Lá vai a primeira... 

Roberta e Jorge bufaram.

-- Qual é o animal mais chique do mundo?

-- O veado - Roberta respondeu rápido.

-- Porque o veado Beta? - Jorge cruzou os braços e ficou olhando pra ela.

-- É só olhar pra você - Roberta deu gargalhadas altas.

-- Pois eu acho que é a mula - Jorge retrucou.

-- Porque a mula?

-- É só olhar pra você - acabaram rindo juntos.

-- Qual é o animal Dudinha? - Jorge perguntou ainda rindo.

-- Era para ser o porco, porque ele vive em um chiqueiro. Mas vocês me convenceram de que é o veado e a mula.

-- Como vocês são engraçadinhos. Dá até pena de ver como trabalham - Claudia entrou e foi direto para a sua mesa - Se querem reinaugurar a boate sábado vão ter que ralar mais pessoal.

-- Eu não tenho cabeça pra trabalhar. Talvez hoje saia o resultado do exame da Rafaela.

-- Podemos ver pela internet Duda - Roberta pulou de sua cadeira.

-- A Rafa não me deu a senha - falou triste - Disse que eu iria aprontar alguma.

-- Porque será que ela pensou isso né Duda? - Roberta falou decepcionada.

-- Ela está aonde agora?

-- Há essa hora ela deve estar na construtora, Claudia.

-- Estão gostando do novo lar?

-- Como não gostar Claudia? De todos os cômodos você vê o mar. Tudo lá é um luxo - Roberta falou entusiasmada.

Jorge levantou agitado.

-- Estou em cólicas, mas não tem outo jeito, vamos esperar. Assim que você souber de algo já me liga Dudinha.

 

 

Camila entrou na sala de Rafaela agitada.

-- Então. Já saiu o resultado?

Rafaela levantou a cabeça e olhou para a amiga.

-- Estou olhando de cinco em cinco minutos.

-- Então olha novamente - sentou na cadeira de frente para a arquiteta.

A morena abriu o site do laboratório e digitou a senha. Estava lá o resultado.

-- O que eu faço agora? - chegava a tremer de nervosismo.

-- Que tal ver o resultado - estava a ponto de pular na frente do computador e olhar ela mesma.

-- Não sei... Talvez a Dú queira estar junta... E se não deu certo?

-- Rafaela o que é isso? Se der negativo não será o fim do mundo. Vocês tentam até dar certo - tentou tranquilizar a amiga.

-- É verdade. Você acha melhor eu olhar sozinha e depois contar o resultado para ela?

-- Eu acho. Se der negativo você já vai preparada e conta com jeitinho, ela vai entender numa boa. Agora se der positivo, aí amiga hú, hú, é só alegria - levantou e fez uma dancinha estranha que arrancou risos de Rafaela.

-- Você tem razão Camila é isso que vou fazer...

-- É muito suspense para o meu coraçãozinho.

-- Calma Camila não está vendo que estou quase desmaiando - pegou uma garrafinha de água no frigobar e bebeu no gargalo mesmo - Atenção, atenção... - abriu a página do resultado e...

Rafaela nem precisou falar.  A secretária já sentiu que o resultado havia sido positivo. As lágrimas rolavam mesmo ela sorrindo.

Camila abraçou a amiga e choraram juntas.

 

 

Na boate...

Roberta entrou no escritório e viu uma cena rara. Eduarda sentada em sua cadeira pensativa. Parecia preocupada.

-- Pensando na vida menina do Rio?

-- Pensando na Rafaela - pegou o porta retrato com a foto de Rafaela e mostrou para Roberta - Ela é linda né?

-- Muito.

-- Ela quer essa gravidez mais que tudo na vida, preciso estar preparada para apoia-la caso os nossos planos não deem certo. Ela vai sofrer muito.

-- E você não vai sofrer?

-- Claro que vou, mas tenho que me mostrar forte para convencer ela que se não der certo agora dará na próxima.

Por um momento até sentiu inveja da irmã. Ter uma pessoa tão linda e meiga que lhe dedicasse toda atenção e cuidado deveria ser bom demais.

Roberta deu um beijo na cabeça da loira e voltou para a sua mesa.

-- Você é muito legal com a Rafa. Queria que a Claudia desse pra mim a metade da atenção que você dá para a mana.

-- Roberta, você sabe muito bem que as coisas não foram sempre assim. Nós duas tivemos que ralar muito pra chegarmos até aqui - levantou e foi até a mesa de Roberta - E tem mais... As pessoas são diferentes uma das outras. Eu dou atenção em troca de compreensão. A vida é uma troca. Que tal se você fizer o mesmo?

-- Sei não Duda...

-- Beta, geralmente a gente quer o que não dá. Pensa nisso.

 

 

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À noite na mansão do Leblon...

 

Rafaela chegou mais cedo em casa, entrou e foi direto para a cozinha. A morena ainda não conhecia os empregados, desde que haviam se mudado para a mansão Roberta havia se encarregado dessa tarefa, por isso quando perceberam a sua presença ficaram todas assustadas.

-- Boa noite - riu de si mesma, não sabia como se dirigir aos empregados, até hoje o máximo que teve foi uma senhora idosa que limpava o seu apartamento três vezes na semana.

Uma moça muito bonita que aparentava ter no máximo trinta anos tomou a palavra como uma líder e se dirigiu a Rafaela.

-- Boa noite dona Rafaela meu nome é Janete, essas aqui são a Serena e a Lena. Estamos a sua disposição.

-- Obrigada Janete. Hoje é uma data especial para mim e para a Eduarda, portanto gostaria que fizessem um jantar caprichado a altura de nossa comemoração. É possível?

-- Claro dona Rafaela. Algum prato em especial?

-- Não. Vou deixar com vocês. Só a sobremesa que deve ser com castanhas, pedaços de amêndoas e avelãs misturados com um sorvete de chocolate. Esse é o preferido da Dú - ia saindo quando se lembrou de algo e voltou - Vou querer champanhe também - sorriu e finalmente saiu.

 

-- Viu isso? Essas lésbicas são todas bonitonas - Serena comentou admirada.

-- Pois é. Vocês já viram a tal da Dú? - foi a vez de Lena falar.

-- Não vi ainda, mas segundo o jardineiro ela parece uma modelo. Ele disse que ela além de linda é simpática, cumprimenta todo mundo e todo dia vai lá para o jardim brincar com o cachorro vira lata.

-- Até parece Janete, esses grã fino são tudo arrogante. A dona Roberta não é porque quem é a rica aí é a Dú.

-- Lena, se a dona Rafaela ouvir você chamando a dona Eduarda de Dú, é rua na certa vai por mim - Janete advertiu a amiga.

-- É verdade. A dona Roberta falou que a dona Rafaela é muito ciumenta e que era pra gente evitar qualquer tipo de intimidade com ela.

-- Até parece Serena que vou me interessar por uma mulher. Não tenho nada contra, mas comigo não.

-- Pessoal vamos parar com esse papo, alias, vamos evitar fazer qualquer tipo de comentário. Somos muito bem pagas para fazer o nosso serviço então vamos nos concentrar somente nisso. Concordam?

As duas concordaram com Janete e começaram a preparar a janta.

 

Eduarda estacionou o carro e antes de entrar como sempre fazia cumprimentou o jardineiro, os seguranças e brincou com Hund.

-- Você aprontou mais alguma? Se aprontou já vai falando pra que eu entre preparada - abaixou-se para coçar a barriga do animal.

Quando Eduarda levantou deu de cara com Schwarzenegger.

-- Deixou de ser invisível?

-- Precisamos conversar.

-- E deixou de ser mudo também?

-- Não vou mais fazer a sua segurança - foi direto.

-- Arranjou outra pessoa pra encher o saco?

-- A partir de hoje vou fazer a segurança da Rafaela.

-- Se quiserem podem ficar os três com ela, eu me viro sozinha. Acredito que me eliminar não interesse mais aos nossos inimigos.

-- Exatamente. Valquíria continuará com você ela só serve como informante da Rafaela mesmo - deu uma gargalhada.

-- Ficou engraçadinho também? Olha aqui seu Lula Molusco, se alguma coisa acontecer com ela eu... - olhou o tamanho do homem e mudou o discurso - vou chorar tanto que você vai morrer de remorso.

Schwarzenegger deu outra gargalhada.

-- Não se preocupe Eduarda darei a minha vida se necessário.

Eduarda deu um tapinha no braço do amigo.

-- Eu sei que sim amigão. Faça o que achar ser o certo. Vou lá.

A mansão estava em completo silêncio. O lugar era grande demais para tão poucos moradores. Eduarda sempre gostou de barulho, agitação, tinha vontade de encher aquele lugar de gente, nem que fossem empregados.

Quando pensou em subir para o quarto escutou a voz da Rafaela.

-- Dú. Espera amor - se aproximou de Eduarda e lhe deu um beijo demorado na boca.

-- Hum, que recepção deliciosa. Já sei... Hoje vamos brincar de jogos mortais... Adoro aquelas ferramentas de tortura amor.

-- Hoje nós vamos brincar de outra coisa Dú.

-- É amor?

-- Inventei hoje - passou os braços pelo pescoço da garota - mas primeiro você vai lá tomar um banho, colocar uma roupa mais confortável e aí a gente brinca.

-- Adoro surpresas. Já volto - beijou a morena e subiu a escada correndo.

 

Eduarda tomou um banho demorado como de costume. Secou-se e saiu do box. Colocou uma roupa confortável como sugerido por Rafaela.

Quando saiu do banheiro percebeu que no chão haviam marcas de pegadinhas de neném. No mesmo instante a loira sentiu o coração acelerar, as pernas amolecerem, sentiu aquele bolo na garganta e uma vontade imensa de chorar. Seguiu as pegadinhas que davam até a porta de um dos quartos da mansão. Abriu a porta com os olhos cheios de lágrimas de alegria.

Rafaela a esperava com uma prancha de surf para crianças na mão e vestia uma camiseta com a frase: Dentro de mim agora batem dois corações por você.

Eduarda não conseguiu falar nada, correu até Rafaela e a beijou. Beijou na boca, no rosto, no pescoço, nos olhos, na barriga.

Parou a olhando com os olhos rasos d'água.

-- Eu sei que não devia Rafa... Talvez eu esteja quebrando um acordo que fizemos e que você... - falava com a voz embargada pelo choro - Me perdoa por isso ter acontecido, mas... Eu te amo te amo, te amo muito. Nunca me imaginaria amando alguém com tanta intensidade...

-- Dú... - Rafaela também chorava.

-- Não... Espera... Deixa-me terminar. Eu só quero ficar com você o máximo que eu puder. Se forem por dois anos prometo que serão os dois anos mais felizes de sua vida, mas se você quiser continuar comigo que seja então por toda a eternidade. Você é tudo o que importa pra mim. Eu nem sabia que tinha tanta capacidade pra amar assim.

Rafaela segurou o rosto da loirinha com ambas as mãos e olhou no fundo daqueles olhos tão verdes.

-- Como dois anos Dú, se você me condenou a te amar eternamente?  Eu já havia rasgado esse contrato há muito tempo. Te amar eternamente foi um acordo que fiz com o meu destino e esse não tem mais volta.

Beijaram-se demonstrando todo o amor que sentiam.

-- Eu também te amo Dú. Você é o maior presente que Deus poderia me dar. Te amo por tudo que você é e por tudo que você faz por mim.

Eduarda puxou Rafaela contra seu peito lhe dando um beijo urgente. A morena agarrou os cabelos loiros, e sugou sua língua, fazendo a loira soltar um gemido. Suas mãos apertaram a cintura dela e sem parar de beijar deitaram na cama.

- Ah minha princesa linda - Eduarda falou enquanto sua língua brincava pela barriga de Rafaela e suas mãos subiam até os seios os apertando.

- Dú - suspirou - as mãos dela desceram dos seios, para a barriga e continuaram descendo até a calcinha, pressionou o clit*ris com o dedo a fazendo gem*r baixinho.

Eduarda movia seus dedos brincando com seu clit*ris.

Afastaram-se um pouco, sentaram-se na cama e sorrindo tiraram a roupa.

Rafaela distribuiu beijos por todo o corpo de Eduarda, começando pelos seios e descendo até sua barriga.

Com jeitinho Eduarda deitou Rafaela e ficou sobre ela. A morena achou fofo o cuidado que ela estava tendo.

-- Dú eu não vou quebrar sábia? - sorriu.

Ela riu e começou a distribuir beijos por seu corpo, desde os seios até sua vagin*. Passou a língua pelo clit*ris e começou a ch*par tão gostoso que assim que sua língua tocou nela não demorou muito para goz*r em sua boca.

- Oh Dú -- gemia ao senti-la entrar e sair de dentro dela fazendo seu corpo todo tremer.

Eduarda e Rafaela talvez nem soubessem, mas sempre fizeram amor. Talvez nesse dia fosse tão gostoso, tão quente, tão inesquecível, simplesmente pelo fato de que agora podiam dizer eu te amo não somente com os olhos e gestos, mas também com palavras.

Naquela noite elas se amaram intensamente, loucamente e só pararam quando seus corpos imploraram por descanso.

 Eduarda deitou a cabeça sobre o peito de Rafaela e ela afagou os seus cabelos. Ficamos assim até suas respirações voltarem ao ritmo normal.

- No que esta pensando Dú?

- Em nosso bebê - desceu e beijou a barriga da morena

- Eu estou tão feliz Dú que tenho até medo.

- Medo de que amor? - Eduarda levantou a cabeça para encarar a arquiteta.

- Não sei. Pode até ser psicológico. Coisa de mulher grávida - riu de si mesma.

-- Amor felicidade demais também assusta é a velha constatação de que quando a gente ganha tudo, tudo ainda se pode perder. Só que nada foi de graça, lutamos pra isso - beijou a morena na boca - Então amor, sorria. A vida é bela e o bebê vai ser lindo.

-- Você tem razão Dú, o momento é de alegria e muita paz para o bebê - sorriu e bocejou.

 - Durma amor. - Eduarda a puxou contra seu peito e ficou acariciando o seu corpo nu. Rafaela fechou os olhos e adormeceu sorrindo.

 

Enquanto isso na cozinha da mansão as três empregadas resmungavam chateadas.

-- Eu não acredito que passamos horas cozinhando e elas nem desceram do quarto.

-- Caprichamos tanto. Que decepção.

-- Que desperdício.

-- Não adianta ficarmos chorando - Janete levantou de onde estava sentada - Sabe uma coisa, vamos guardar tudo e ir dormir, porque elas já devem estar bem satisfeitas.

Entre piadinhas e risadas, arrumaram tudo e foram dormir.

 

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Roberta tomava café quando Eduarda desceu a escada vinda do quarto. Passou pra lá, passou pra cá, voltou a passar pra lá. Vestia uma camiseta do superman.

-- Escuta, perdeu algum brinquedo loira?

-- Não - passou novamente pela sala de café.

-- Eduarda vira aqui pra mim - Eduarda virou toda orgulhosa.

Na camiseta estava escrito: Super Mãe.

Roberta ficou estática.

-- Não... Sério? - correu até onde estava a garota e abraçadas pularam e choraram juntas. Comemoraram e gritaram tanto que em instantes a sala estava cheia.

-- Mana - pulou no pescoço da irmã e a beijou - Parabéns, parabéns.

-- Obrigada Beta - Rafaela não escondia a emoção.

-- Vocês estão gravidas? - Janete mostrou-se surpresa.

-- Estamos - Eduarda respondeu toda pomposa - A Rafaela é quem vai carregar o bebê, mas eu ajudei a fazer.

-- Precisamos avisar o pessoal lá de casa, Rafa.

Eduarda tinha outros planos.

-- Não entra em detalhes Beta. Só avisa que vou mandar buscar eles no sábado. A festa vai ser grande. Quero todos os nossos amigos presentes - puxou Rafaela para um beijo - O nosso bebê está chegando. HÚ, HÚ...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo