Capítulo 23

 

-- Está previsto 16 minutos de queima de fogos, sincronizada com trilha sonora e efeitos especiais. Em um dos pontos altos do show pirotécnico será produzida uma sequência de efeitos que escreverão, por dois segundos, o tema da festa de ano novo no céu: "Rio 450" - Rogério lia a manchete do jornal para o pai.

-- Em pensar que a gente vai assistir a tudo isso de camarote até o sol nascer, jantar premium, serviço open bar de primeira linha e canapés volante - Milton lia o convite -- Sistema de Ar Condicionado central, área de fumantes, possibilidade de sair e retornar até às 2h, vista frontal para a queima de fogos.

-- Sem contar pai as atrações: Pista Ibiza: Show ao vivo com Bruno Velt

-- Pista Rio: DJ Guga Fernandes e DJs convidados.

-- Eu vi na Internet que os camarotes Ocean Front com vista para o mar saem por R$ 6.000 com garçom exclusivo, combos de vodka, whisky e espumante - Milton estava radiante.

-- Eu vou vomitar Rafaela - Roberta não aguentou ficar na sala junto com o pai e o irmão.

-- E eu vou matar a Eduarda. O que ela tinha que convidar eles para passar o dia lá na mansão? - a morena já imaginava como seria o seu dia.

-- Ela só foi simpática. Empresta-me esse batom mana - Roberta terminava de se maquiar.

-- Para que tudo isso Beta? Quer arrasar é?

-- Para Rafa que cisma. Olha para você - virou a irmã para se olhar no espelho - Parece uma deusa.

-- Isso tudo é natural - deu uma gargalhada.

-- Palhaça - Roberta fez bico.

-- Então vamos que os três estão em cólicas lá na sala - a arquiteta abriu a porta do quarto para a irmã sair.

 

Na mansão...

-- Então a família Dumont veio passar o Réveillon no Rio? Muito interessante - Claudia também estranhou a súbita mudança de planos deles.

-- Porque tanta estranheza minha dama de vermelho? - Claudia usava um fio dental vermelho.

-- Eles haviam programado assistir a queima de fogos lá em Floripa mesmo, estavam sem dinheiro para viajar.

-- Vai ver as Rs bancaram a viagem - Eddie fazia exercícios antes de entrar na piscina.

-- Rafaela me falou que esse fim de ano não mandaria, pois em fevereiro seu pai vai fazer uma cirurgia e será tudo por conta delas - Claudia deitou em uma espreguiçadeira.

-- Então não sei. Vamos dar um mergulho meu love? - Jorge falou no ouvido de Eddie.

-- Vamos meu tesão - mergulharam juntos.

Aline, Sheila e Fabi logo chegaram e se acomodaram ao redor da piscina. Os empregados serviam bebidas e petiscos para animar o pessoal.

-- Onde está a Dudinha? - Sheila olhou ao redor.

-- Está lá dentro com o opa e a oma - Claudia levantou pra cumprimentar as amigas.

-- Tá explicado. Duda deve estar lá na maior manha no colo do opa - Sheila tirou a saída de banho e sentou em uma cadeira.

Um carro desconhecido por todos (menos por Jorge), adentrou a propriedade dos Jeser.

-- Quem é? - Claudia olhava em direção ao veículo.

-- A família Dumont boba - Jorge saiu de dentro da piscina - A sapinha os convidou.

-- Poxa - foi só o que Claudia falou.

 

A família foi recepcionada na porta da mansão pelo mordomo que os encaminhou até a sala aonde os Jeser conversavam.

-- Senhor Eduardo o Senhor Dumont e família - o mordomo anunciou com música na voz e gestos de teatro.

-- Oi Senhor Miltinho - Eduarda estragou todo o glamour da apresentação do mordomo que saiu de cara feia.

-- Oi minha filha - Milton abraçou a jovem e espalhou o seu cabelo.

-- Caracas como vocês estão lindas - beijou as irmãs - E você... - foi até Rogério - tem estilo cara - abraçou o irmão mais novo.

-- Minhas filhas sempre foram lindas Duda - As Rs se olharam espantadas.

-- Eu sei e elas tem por quem puxar olhem só a Dona Maria, uma gata - apertou as bochechas da jovem senhora.

Eduardo não se acreditava. Como sua filha conseguia ser assim. Conheceu os pais das garotas ontem e já está apertando as bochechas da mulher.

-- Desculpe minha filha, ela é dada assim mesmo - olhou para Eduarda e revirou os olhos.

-- Não se preocupe com isso. Ela é um amor - Milton deu um tapa no ombro da menina que quase a jogou longe.

-- Pai os apresenta para o opa e a oma. Eu vou levar os Rs pra junto do pessoal lá fora - abraçou as irmãs pela cintura - Você também Rogério.

 

 

-- Até que enfim resolveram aparecer - Claudia reclamou.

-- Estava fazendo as honras da casa - Eduarda beijou um por um os amigos - Esse aqui galera é o... -- fez suspense - Terceiro R - todos bateram palmas e riram - Rogério é o nome do cara - todos se apresentaram ao garoto de estilo surfista.

Roberta sentou-se ao lado de Claudia na espreguiçadeira.

-- Belo carro - Claudia estava curiosa.

-- É meu. Ganhei de presente da Duda - falou provocando. Sabia que Claudia morria de ciúmes de Eduarda.

-- Eduarda sempre exagerada - fingiu descaso.

Roberta nem se importou levantou e foi conversar com Fabi.

Rafaela conversava com Jorge.

-- Meu irmão é mais uma vitima dos encantos da loirinha - a arquiteta observava de longe Eduarda mostrando os carros da família para Rogério.

-- Os dois tem praticamente a mesma idade, gostam de surf e balada é normal que se entendam - Jorge serviu Rafaela de um Dry Martini Clássico.

-- Como podem ter tanto dinheiro Jorge? - Eduarda mostrava carros que valiam praticamente uma fortuna.

-- A fortuna dos Jeser foi conquistada com muito trabalho, o Eduardo herdou uma pequena construtora e a transformou nessa potência que você conhece melhor do que eu. Agora o patrimônio dos Manteuffel é infinitamente maior e esse é dinheiro alemão. Se é nazista ou não isso não sei lhe dizer. Eduardo vai te explicar tudo semana que vem.

-- Estou ansiosa por essa conversa - Rafaela virou a sua bebida.

 

-- Eduarda dia 02 de janeiro David Guetta e Go Hardwell se apresentarão na Arena One em Floripa, vocês bem que podiam dar uma chegada por lá né? - Rogério estava todo empolgado com a possibilidade.

-- Cara Go Hardwell é o melhor DJ do mundo - Eduarda gostou da ideia.

-- Pronto lá vamos nós pra Floripa - Claudia fez careta.

-- É algo a se pensar né galera? - todos concordaram.

 

 

Eduarda, Jorge e Rafaela conversavam a beira da piscina quando Roberta se aproximou. A garota aparentava estar levemente embriagada, o que não passou despercebido por Rafaela.

-- Estou a fim de dar um mergulho, mas não trouxe biquíni - fez bico.

-- Se você quiser tenho vários lá em meu quarto que nunca foram usados - Eduarda levantou para ir buscar.

-- Espera, vou com você. Já voltamos - olhou para Rafaela.

-- Roberta bebeu demais - a morena comentou com Jorge.

-- Todos beberam demais. Esse povo é muito esponjinha, credo.

 

Eduarda mostrava os biquínis para Roberta.

-- O que você acha desse? - mostrou um fio dental.

-- Você não acha pequeno demais?

-- Claro que não. Vai ficar show, prova pra ver - ia saindo quando Roberta a segurou pelo braço.

-- Fica e me ajuda - Roberta tirou a blusa e virou-se para Eduarda.

-- Isso não vai prestar - Eduarda tapou os olhos com as mãos.

-- Tá com medo de que? - a morena colocou os braços ao redor do pescoço da garota.

-- De mim - sentou na cama - Da sua irmã, do bicho papão - brincou.

-- Sabe Duda, eu nunca fiquei com uma mulher, mas se tivesse que ficar seria com você - sentou no colo da loirinha.

-- Porque eu? - estava com o rosto praticamente nos seios de Roberta.

-- Você é tão linda, tão gostosa - passou a mão pela barriga de Eduarda.

-- Eu não me responsabilizo pelos meus atos - beijou os seios da morena.

Roberta não falou nada, abraçou Eduarda e começou a beijar seu pescoço, colocando a mão em sua nuca.  Eduarda sentia enorme carinho pela morena, queria aquilo tanto quanto ela, mas iria com calma, devagar, com jeitinho. Começaram a se beijar e assim ficaram um tempo, até que Eduarda começou a passar a mão no bumbum da morena que respondeu colocando a mão por baixo da camiseta da loira.

-- Tira Duda - pediu que tirasse a camiseta e Eduarda tirou.                                                              

Voltaram a se beijar, Eduarda sentia aqueles seios deliciosos junto ao seu corpo causando correntes elétricas e um tesão louco. Roberta colocou a cabeça para traz e Eduarda começou a beijar, ch*par e lamber aqueles maravilhosos seios duros e excitados.

-- Me mostra o que você sabe - pediu, suplicou.

 Eduarda a deitou na cama abriu o zíper dela, tirou a sua bermuda e a calcinha, olhou e viu aquela bucet* maravilhosa, branca, sem pelo nenhum e molhada, não pensou duas vezes, abaixou e deu dois beijos na coxa dela na parte interior e começou a lambe-la todinha, ela mexia no seu clit*ris com uma mão e a outra arranhava as costas da loira.

Eduarda colocou o rosto no meio das pernas de Roberta, sua boca procurou a bocet* e a ch*pou com vontade como se fosse uma fruta deliciosa, Roberta gem*u alto, se abrindo toda, ela segurava na cabeça de Eduarda e se esfregava na boca dela.

A loirinha voltou a ch*par a bucetinha rosada e enfiav* a língua bem fundo. Sua boca praticamente a devorou, deixando ela doida.

Eduarda enfiou um dedo e depois outro e logo tinha outro, três dedos. Voltou a ch*par os seios. Ela ch*pava ora um ora outro.

Roberta simplesmente gemia, se contorcia e puxava a cabeça dela de encontro aos seus seios. De súbito a morena deu um tapa na cara de Eduarda e sentou-se na cama.

-- Ajoelhe-se a minha frente - Eduarda ameaçou retrucar e levou outro tapa.

-- Tá, tá... - e levou outro - O que eu fiz agora?

-- É pra responder sim senhora - falou autoritária.

-- Sim senhora - respondeu morrendo de medo de levar outro tapa.

Roberta mandou que ela beijasse seu pé, ao que prontamente atendeu.

-- Agora chega - levantou e colocou uma perna na cama e a outra no chão - Agora me ch*pe novamente.

Roberta ficou escancarada para ela, ela ch*pou novamente, lambeu e enfiou a língua. Enquanto enfiav* e tirava a língua, Eduarda foi com uma das mãos e apertou um dos seios.

 -- Que delicia... - abriu bem as pernas.

Roberta começou a rebol*r na cara da garota e isso a deixou mais excitada ainda, pois sua língua ficou mais viril e mais rápida isso fez com que em poucos segundos a morena goz*sse na sua boca. Ela se ajoelhou e beijou Eduarda demoradamente.

Quando se largaram Roberta sorriu para ela e passou a mão no local aonde havia batido.

-- Desculpe amor - e beijou - tá doendo?

-- Muito - fez biquinho.

-- Vem - Roberta a puxou para a cama e deitou em seu peito - Me deixa ficar um pouco aqui - fechou os olhos.

Eduarda fazia carinho nos cabelos e beijava sua cabeça com cheiro delicioso de shampoo. Roberta era tudo de bom, uma gata, rostinho lindo, cabelos longos, boca carnuda, bundinha gostosa, seios maravilhosos, um tesão... E como era parecida com o seu sonho de consumo... Rafaela.

Quando se lembrou de Rafaela chegou a sentir uma fisgada no peito. Se a irmã a deixou de joelhos imagina ela. Ficava em êxtase só de pensar.

-- Beta, precisamos descer. Daqui a pouco eles sobem pra desejar Feliz Ano Novo.

-- Palhaça - deu um beijo na boca dela.

Vestiram a roupa entre beijos e carinhos. Eduarda faria de tudo para que esse ato movido pelo tesão dela e a curiosidade da morena não abalasse as estruturas de uma amizade tão bonita que estavam começando a construir.

 

 

Quando chegaram à piscina, a primeira a soltar o veneno foi Claudia.

-- Estava muito cheio?

-- O que estava cheio Claudia? - Roberta perguntou sem paciência.

-- O Shopping Avenida Central? Vocês não foram comprar um biquíni?

-- Não vou nem responder Claudia - e saiu até onde Rafaela e Jorge estavam.

-- Você poderia ao menos retocar a maquiagem - Rafaela estava brava. Levantou e saiu.

-- O que deu nela Jorge?

-- Sei lá. Só sei que a Dudinha vai apanhar - Roberta ameaçou levantar, mas foi contida por Jorge - Não piore a situação.

-- Mas a Duda não teve culpa - tentou livrar a cara da loirinha.

-- Eu sei que não. Você praticamente a arrastou daqui. Agora deixa elas se entenderem.

 

Rafaela foi atrás de Eduarda e a encontrou de papo com Aline.

-- Quero falar com você - a puxou pelo braço até um lugar reservado que parecia ser um trocador.

-- Olha a lei Maria da Penha - levou um tapa no rosto que ficaram a marca dos cincos dedos.

Eduarda passou a mão no local aonde a arquiteta havia batido. Agora já conhecia o peso da mão dela só faltava o resto. Pensou mas nem sobre tortura falaria.

-- Você não presta. Como teve coragem de fazer isso com minha irmã? Ela aceitou trans*r com você por que está iludida com essa vida de luxúria que você leva. Você tem amigos e namoradas à custa do dinheiro. Por que os compra com boates, carros, festas e sabe lá com o que mais. Seu pai comprou até os funcionários do hospital para te darem carinho - Rafaela falava sem parar - Olha essas pessoas ao teu redor, ninguém trabalha, ninguém se preocupa com nada a não ser te paparicar.

Eduarda tinha os olhos verdes cheios de lágrimas. Estava arrasada, as palavras da morena foram duras demais para ela. Passou a mão pelo bolso, mas não encontrou nada. Precisa da bombinha, estava difícil de respirar, caiu de joelhos no chão.

-- Dú - Rafaela percebeu a besteira que havia feito - A bombinha?

-- Vai pro inferno... - falou quase num sussurro - Sai de perto de mim... - a empurrou para longe.

A morena viu que não tinha outro jeito a não ser ir atrás de ajuda. Entrou na mansão e a primeira pessoa que encontrou foi Bárbara, que como se já estivesse acostumada com a situação correu até o quarto pegou a bombinha e foi até Eduarda. Quando chegaram lá a garota estava quase perdendo os sentidos no colo de Roberta que chorava desesperada.

Foram precisos três nebulizações para que Eduarda se acalmasse e voltasse há respirar um pouco melhor.

Bárbara pedia o tempo todo para que ela se acalmasse. Beijava o rosto da menina, passava a mão pelo rosto, pedia calma, calma. Até que a cor arroxada dos seus lábios e ao redor dos olhos aos poucos foi desaparecendo.

-- O que aconteceu? - Bárbara olhou para todos.

-- A gente discutiu - Rafaela confessou.

-- Então, por favor, se afaste se não ela não vai melhorar - Bárbara era puro ódio.

-- Mona vamos sair daqui - Jorge a puxou do meio do pessoal.

 

 

O restante do dia foi triste. Eduarda foi para o quarto e não aceitou ver mais ninguém e Roberta não falou mais com Rafaela. O demais foram embora chateados com a morena.

Acharam melhor não comentar o ocorrido com Eduardo, nem os avós de Eduarda para que a confusão não fosse maior.

-- Mona minha Deusa nervosa, o que você foi fazer? - Jorge era só tristeza.

-- Não sei o que me deu. Perdi o controle - Rafaela estava arrependida.

-- Você não pode tratar a Dudinha como você nos trata. Ela foi criada de maneira diferente da gente. Praticamente não teve mãe, foi criada pelos empregados que a tratavam como se fosse de porcelana, é muito mimada e pra piorar é asmática.

-- Não estou acostumada a lidar com essa fragilidade Jorge. Trabalho com homens de negócio, sou durona, mandona... - chorava inconformada - Eu falei coisas horríveis inclusive de vocês.

-- Eu imagino. Mas olha, amanhã fala com ela, com calma, na boa. A Duda tem essa virtude. Não guarda mágoas - parou o carro em frente ao prédio no Leblon - Agora vai lá e enfrenta a outra fera Dumont - beijou o rosto da amiga e desejou boa sorte.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo