Capítulo 11
-- Cida, qual o nome dessa que está com minha irmã? -- Investigou Alexsandra fitando Cida que, andava pela cozinha preparando o café e arrumando a mesa.
-- Ah Alex, longa história. -- Cida disse olhando a mulher a sua frente. -- Nossa, ainda nem sei como vou olhar pra elas. -- Divagou preocupada.
Alexsandra riu dela. -- Deixa de bobagem mulher, elas que deveriam estar envergonhadas e não você, relaxa e olha como se nada tivesse acontecido. Mas me diz, qual o nome dela? Ela é linda. -- Ressaltou.
-- Como eu disse, longa história. O Nome é Amanda, mas ela não sabe o nome.
-- Hãn? – Alexsandra, estava confusa. -- Como assim, Cida?
-- Vou te contar. -- Disse sentando ao lado dela à mesa.
Cida contou a história de Amanda para Alexsandra, que escutou sem interrompê-la.
-- E é isso que sei. -- Finalizou.
-- Nossa! -- Foi o que disse Alexsandra
-- Pois é...
Nesse momento Samantha e Amanda entram na cozinha.
-- Bom dia Cida, Alex. -- Disse Samantha olhando as duas sorrindo. Amanda estava a seu lado, envergonhada.
-- Bom dia, Samantha. -- Cida esforçou-se para falar sem o “dona” e sem embaraço.
-- Bom dia Cida. -- Falou Amanda a olhando e logo sorrindo também.
-- Bom dia Amanda. -- Respondeu também sorrindo.
-- Bom dia maninha. -- Alex olhava a irmã divertida e depois olhou a mulher ao lado dela. -- Bom dia Amanda.
-- Bom dia. -- Respondeu meio tímida.
-- Bem, já que minha irmã não faz as honras, eu mesmo faço. -- Disse levantando e indo até ela. -- Meu nome é Alexsandra, mas pode me chamar de Alex, sou irmã dessa mau educada aqui. -- Contou rindo e apontando o dedo para Samantha e logo depois dando dois beijos no rosto de Amanda, um de cada lado. -- Muito prazer. -- Concluiu.
Amanda riu, gostou de Alexsandra, ela era divertida, espontânea, deixava as pessoas a vontade, do jeito dela, mas deixava.
-- Bom dia Alex, o prazer é meu. -- Respondeu sorrindo.
-- Bem, desculpa o jeito ainda agora, mas é que... enfim, deixa pra lá. -- Alex riu e sentando de volta à mesa.
Amanda divertiu-se. -- Tudo bem. -- Foi conduzida por Samantha e sentando também à mesa.
-- Então, maninha da minha vida, que nunca vem aqui em casa. -- Disse Samantha olhando a irmã. -- Vejo que já está bem à vontade. -- Observou Alex se servindo sem cerimônia. -- O que a traz aqui tão cedo?
-- Hum. -- Murmurou, pois estava com a boca cheia da vitamina de abacate. -- Que injuria maninha, eu venho sim, só estava muito ocupada esses dias. -- Disse e continuou. -- É que a curiosidade foi maior depois de ver sua cara de besta ontem, rindo à toa e tal. -- Riu fitando Samantha e logo desviando o olhar para Amanda. -- Mas já sei o motivo, olha e que belo motivo. -- Completou.
Amanda que a olhava também, desviou o olhar para sua xícara encabulada.
-- Samantha, não te falou nada sobre mim? -- Amanda a olhou de volta, perguntando curiosa.
-- Não... mas é que faz dias que a gente não se cruza lá pelo hospital e nem se fala por telefone, eu meio que estava enrolada no trabalho. -- Explicou Alexandra.
-- Ah sim. -- Voltou a tomar se café.
-- Você é muito bonita Amanda... Gostei de você.
-- Obrigada... -- Agradeceu meio sem jeito.
-- Posso te fazer uma pergunta? -- Perguntou Alexsandra.
-- Alex. -- Disse Samantha fitando-a, após ver Amanda ficar sem jeito com os questionamentos da irmã.
-- Tudo bem, Sam. -- Ponderou pegando na mão de Samantha, que estava sobre a mesa ao lado da sua. -- Claro, pergunte o que quiser. -- Continuou olhando para Alexsandra.
-- Ótimo. Como vai ser se você lembrar de sua vida, se tiver algo que impeça ficar com minha irmã? -- Alex perguntou séria dessa vez, pois se preocupava com a irmã, não queria que ela sofresse. E a história de Amanda era delicada.
-- Alexsandra, por favor! -- Interviu, Samantha.
-- Desculpa, é que não me aguentei de curiosidade, gostei de você e pela primeira vez, acho que Sam acertou em cheio em uma mulher bonita, educada, enfim... Mas se não quiser responder, fique à vontade. -- Alexsandra disse depois de ser chamada a atenção.
-- Não, eu posso responder sim, já conversei com Samantha sobre isso, não lembro nada sobre minha vida, mas quando lembrar, caso tenha algo, enfim... Eu não vou deixar a Samantha, eu a amo, quero e vou ficar com ela. -- Amanda disse essas últimas frases olhando Samantha sorrindo. E isso não passou despercebido pelas outras duas mulheres ali presentes, Alex e Cida que, também estava sentada à mesa, mas não tomava ainda o seu café.
-- Você realmente se apaixonou por minha irmã... -- Observou Alexsandra as olhando.
-- Sim... Alexsandra, o que você acha disso tudo? -- Dessa vez quem perguntou foi Amanda.
-- Eu? Bom à parte de seu acidente a perda de memória é meio ruim, mas você e minha irmã se conheceram e eu acho ótimo, já disse eu gostei de você, por mim está aprovadíssima.
Elas riram. -- Obrigada. Também gostei de você, você é divertida, alegre... você parece um pouco com a Samantha. -- Observou Amanda.
-- Todo mundo diz isso, eu sou uma versão da Samantha divertida, tá vendo minha franja. -- Amostrou balançando o cabelo sobre a testa. -- Comecei a usar pra ver se o povo lá do hospital paravam de correr de mim, por pensar que Eu era Ela. -- Disse apontando o dedo indicador de si para a irmã. Eu hein, aquele povo não ver que eu não tenho nada a ver com essa ai!
Amanda riu divertida, as duas se pareciam um pouco, mas Alex tinha a pele mais morena, realmente não dava para confundi-las. Não de perto.
-- E ai maninha, cadê sua versão mirim? -- Perguntou Alex, se referindo a Agatha.
-- Dormindo, resolvi deixa-la dormir até tarde, devido... enfim. -- Disse rindo, pois todas já sabiam ao que ela se referia.
-- Ah sim. -- Disse Alex olhando Cida, que só agora tomava o seu café, ela já estava mais à vontade, depois do episódio mais cedo. -- Cida, você conhece alguém pra me indicar, meu flat está... hum, daquele jeito. -- Alexsandra disse fazendo uma careta e Cida riu, pois conhecia bem o que seria “daquele jeito”, pois já tinha ido umas quantas vezes arrumar o flat dela.
-- Se ele já está “daquele jeito”, não pode esperar até sábado, pra eu mesma ir lá, então vou te indicar a mesma de sempre. -- Disse rindo e sendo acompanhada tanto de Alex quanto de Samantha, que conhecia a irmã, desorganizada que tinha.
-- Pois me passa o número de novo, acho que perdi.
-- Anota nesse troço ai chamado celular. -- Samantha disse rindo e Alex lhe mostrou a língua.
-- Amor, tenho que terminar de me arrumar, tenho uma cirurgia agora de manhã. -- Samantha disse carinhosa.
-- Tudo bem.
-- Ah eu esqueci de perguntar, o Olavo disse se você teria retorno com ele?
-- Ah sim, ele pediu pra eu voltar, mas o horário é só, às três. -- Respondeu Amanda.
-- Tudo bem, eu venho te buscar, mas se não der, peço pra Sheila, tudo bem?
-- Claro, faça o que achar melhor.
-- Ok, vou me arrumar, que subir comigo?
-- Vou ficar aqui com sua irmã.
-- Tudo bem. -- Disse e deu um selinho nela e depois olhando a irmã. -- Comporte-se.
-- Tá, prometo que não vou seduzi-la. -- Pronunciou rindo, e Samantha não pôde deixar de Gargalhar diante da observação da irmã. Para curiosidade de Amanda, que não estava entendendo nada.
-- Tá, vou confiar em você. -- Samantha disse e subiu ainda rindo.
-- Gente não estou entendendo nada. -- Amanda disse, pois até Cida também estava rindo.
-- Espera... -- Alex ainda gargalhava e fez um esforço para parar de rir. -- Ai, vamos lá... Samantha tinha uma namorada chamada Marcela...
-- Ah eu sei, já até cruzei com ela duas vezes. -- Interrompeu Amanda, para fazer o relato.
-- Sabe? Oh eu sinto muito. -- Articulou fazendo drama e Amanda riu. -- Aquela mulher é doida, eu já disse que ela precisa de um terapeuta, um psiquiatra, no mínimo. Mas continuando, eu avisei pra Samantha que ela não prestava, só estava com Sam por dinheiro, enfim... e eu disse que provaria.
-- E você provou?
-- Ah sim, eu falei pra Samantha que eu ia seduzi-la e que ela cairia facilmente na minha.
-- Você... -- Amanda ia perguntar algo, mas Alex a interrompeu.
-- Espera, deixa eu terminar. Samantha, ainda meio duvidosa, aceitou. O plano era Samantha se esconder enquanto eu fazia o trabalho, ou seja, seduzi-la. Eu cheguei aqui, e ela estava na sala eu puxei uma conversa mole, de que ela era muito bonita, que despertava desejos em qualquer pessoa e logo ela caiu na minha, melhor ainda, ela mesmo se insinuou depois disso, dizendo que sempre havia reparado em mim e tudo mais, chegou mais perto e ficou me tocando querendo me beijar e eu dando corda. -- Alex riu lembrando da ocasião. -- Gente que vaca, ele me agarrou antes de meia hora de conversa. -- Confessou olhando Amanda, que estava boquiaberta com o relato e continuou. -- E mesmo assim Sam ainda permaneceu com ela por uns dias.
-- Ainda? Mas ela não viu?
-- Viu, mas Marcela não, a relação delas já tinha acabado fazia tempo já, mas Sam estava acomodada, segundo minha irmã, elas nem faziam mais sex*, enfim... Isso é passado.
-- Hum... -- Disse Amanda pensativa. -- Agatha disse que foi Samantha quem terminou com ela, depois de pegá-la tentando bater na filha.
-- Foi sim, isso aconteceu uma semana depois, beijar a irmã dela, até pode. -- Disse Alex rindo e fazendo Amanda rir. -- Afinal, Samantha nem gostava mais dela, mas sai de baixo quando a questão é a filha, Sam, vira uma leoa. -- Concluiu.
-- Verdade.
-- O que é verdade? -- Perguntou Samantha entrando na cozinha.
-- Que você vira uma leoa, para defender a filha. -- Disse Amanda a admirando. Samantha estava vestida numa calça jeans azul, uma camisa branca e estava usando uma bota sem salto, na cor marrom, combinado com o cinturão, estava belíssima.
-- Figurino perfeito, maninha, está frio hoje. -- Disse Alex a olhando.
-- É, eu vi.
-- Vamos? -- Perguntou Alexsandra já levantando.
-- Sim, tchau amor. -- Disse Samantha beijando Amanda.
-- Tchau.
-- Volta pro almoço? -- Cida, que perguntou dessa vez.
-- Não tenho certeza, Cida.
-- Eu venho Cidinha. -- Disse Alex. -- Saudades de uma comida descente. -- Concluiu fazendo drama e todas riram.
Elas se despedem e saem deixando as outras duas ainda rindo das peripécias de Alexsandra.
-- Alex, já que você vai voltar, vamos no meu carro. -- Sugeriu Samantha, assim que chegaram no estacionamento.
-- Tudo bem. -- Alexsandra não fez objeção e elas entraram no carro de Samantha, logo saindo.
-- O que você acha disso tudo? -- Investigou Samantha olhando rapidamente a irmã.
-- Sam, foi como eu disse pra Amanda, essa parte dela não lembrar nada é ruim, mas foi assim, devido ao acidente que vocês se conheceram, enfim... eu gostei dela, ela é uma gata!
-- Ei? -- Disse Samantha rindo.
-- É mesmo ué... Agora é só torcer pra ela lembrar logo e vocês resolverem o que tiver pra resolver... A polícia está investigando, já tem alguma pista?
-- Ontem a polícia foi lá no hospital e teve a coragem de dizer que começou a investigar o caso somente na terça à tarde, e o acidente foi sábado. – Samantha estava revoltada. -- Não conseguiram nada, nem o nome dela. -- Respirou pesadamente e bateu no volante. -- Droga... Alex, eles não estão investigando, só pode!
-- Ei, calma. -- Falou colocando a mão sobre a coxa da irmã e fazendo um carinho. -- E você, o que você me diz de tudo isso? -- Questionou Alex.
-- Não sei Alex, me sinto angustiada, sei lá, por uma parte queria que isso acabace logo, por outra, tenho medo do que possa vir a descobrir e acontecer, ou seja, estou de mãos atadas, sem saber para que lado torcer. -- Suspirou e continuou. -- Eu a amo demais e...
-- Tem medo de perdê-la. -- Concluiu Alex.
-- É.
-- Fica tranquila, grandona. -- Disse e Samantha riu. Esse era o apelido que o irmão deu a elas. -- Vai ficar tudo bem, ela te ama também, tá na cara.
-- Eu sei. -- Falou sorrindo lembrando de Amanda.
-- É isso ai... gente que horas é essa. -- Pronunciou caçando o celular. -- Esse transito já tá assim. -- Disse após ver Samantha parando atrás de vários outros na rua.
-- Oito e quinze. -- Disse Samantha, olhando em seu relógio de pulso.
-- Já? Droga, estou atrasada.
-- Estamos chegando já, cinco minutos no máximo.
-- Pisa ai, porque eu tenho uma estagiária me esperando desde, às oito, e como você mesma diz quase todo dia, “Alex, como donas, desse hospital temos que dar exemplo”. -- Alexsandra disse imitando a irmã e levou um tapa da mesma, na perna.
-- Ai, mas é mesmo!
-- Eu falo isso sim, mas não desse jeito ai. -- Advertiu rindo, enquanto manobrava o carro para entrarem no estacionamento do hospital.
-- Quem é?
-- Quem é o que? -- Perguntou Alex distraída mexendo no celular.
-- A estagiária sua lesa... Bora desce logo não estava com pressa. -- Disse Samantha já fora do carro, esperando a irmã sair.
-- Ah já vai. -- Disse saindo do carro. -- Não conheço, só vi lá na ficha de escala, uma tal de Laila não sei do que. -- Concluiu, andando ao lado da irmã para o elevador.
-- Laila Pacheco, ela é filha da Cida, acredita?
-- Sério? Não a conheço, legal.
-- Nem eu sabia, falei com ela algumas vezes sem saber disso, descobri ontem.
-- Que coisa, e olha que a Cida trabalha pra você desde antes da Agatha nascer.
-- Pois é, estou revendo isso. Mas não vai pegar leve com ela por causa disso, tratamento igual para todos. -- Finalizou Samantha.
-- Tá ok. Vou incorporar a Alexsandra durona e mandar ver. -- Proferiu fazendo uma cara de mau, fazendo com que as duas rissem alto, na mesma hora que o elevador abriu no terceiro andar do prédio com elas dando de cara com Sheila.
-- Bom dia Sheilinha, me diz que minha estagiária não me abandonou. -- Pediu Alex dando dois beijos no rosto de Sheila e fazendo um drama. Sheila e Samantha riram, Alex era uma graça.
-- Não, ela não te abandonou... ainda! -- Falou Sheila vendo Laila chegando e ficando logo atrás de Alex e Samantha.
-- Bom dia Sheila. -- Disse Samantha ainda rindo e dando um beijo na amiga.
-- Olha eu tenho que ir, falou. -- Alex disse e rapidamente deu um passo para trás logo virando para se dirigir a sua sala.
-- Alex... -- Sheila gritou sem sucesso. Pois Alexsandra deu de frente com Laila, esbarrando na garota em cheio, a desequilibrando, mas Alex foi mais rápida e a segurou pela cintura.
Laila tinha os olhos amarelos, era mais baixa que Alex uns quinze centímetro, cabelos castanhos ondulados na altura da cintura, era muito bonita e esbanjava feminilidade, deixava qualquer “marmanjo” e “marmanja” babando.
Alexsandra ficou a olhando com os braços em volta da sua cintura. Laila a olhou nos olhos, aspirou o perfume de Alex e o achou delicioso que, até esqueceu onde estava, com quem estava, na posição que estava. Até que, lembrou das outras duas mulheres ali com elas e rapidamente se recompôs.
-- Desculpa... -- Laila disse desvencilhando-se dos braços de Alex.
-- É... Eu é quem peço, me desculpe, te machuquei? -- Perguntou Alex a olhando.
-- Não. -- Laila nem a olhou mais.
-- Que bom, mais uma vez peço desculpa... Tchau... tenho que ir. – Alexsandra disse se afastando andando de costas ainda a olhando.
-- Espera. -- Disse Samantha. -- Alex vem cá, essa é a Laila.
-- Oi? -- Alexsandra disse de longe, não estava esperando.
-- Volta aqui. -- Gritou Samantha chamando a irmã, não estava entendendo o embaraço dela.
-- Tá. -- Disse retornando e ficando ao lado de Laila olhando a irmã.
-- Laila, deixa eu te apresentar essa é Alexsandra minha irmã e a mastologista com quem você vai estagiar alguns dias. Alex, essa é a Laila Pacheco sua estagiária e a filha de Cida. -- Samantha às apresentou.
-- Oi, prazer. -- Disse Laila a olhando dessa vez.
-- Oi, tudo bem? E desculpa de novo. -- Disse mais relaxada.
-- Tudo bem.
-- Bem, já estão apresentadas agora ao trabalho. -- Disse Samantha.
-- Ok, vamos. -- Alex falou já andando.
-- Claro.
Sheila e Samantha também foram se preparar para a cirurgia da manhã.
-- Sam, a Laila é lésbica? -- Sheila perguntou observando-a trocar de roupa. Pois já tinha vestido o uniforme.
-- Eu não sei, mas pelo que a Cida me disse, só a Mônica é. Que pergunta é essa agora, Sheila? -- Perguntou virando de costa para a amiga amarrar a famosa camisa.
-- Quem é Mônica?
-- A outra filha da Cida a do meio, ela é homossexual. -- Disse virando de frente para Sheila. -- Mas porque quer saber se a Laila é ou não lésbica? -- Insistiu Samantha.
-- Vocês lésbicas não tem um “radar” pra saber quem é ou não do mesmo ramo? -- Perguntou rindo.
-- Olha, chamamos de “gaydar”, e o meu não funciona muito bem não. -- Confessou rindo. -- Mas eu ainda estou boiando.
-- Ah Samantha, pelo amor de Deus, você não viu o clima entre sua irmã e a Laila não?
Samantha por um instante ficou séria e depois gargalhou com o que a amiga disse.
-- Sheila, a Alex é hetero, como assim clima? -- Realmente não acreditava.
-- Não sei não, pode ser uma revelação meio atrasada, sei lá, mas que teve um clima na hora da esbarrada, isso teve. E de ambas.
Samantha ficou pensativa, lembrou que Alexsandra tinha ficado meio estranha depois de ter tropeçado em Laila, quase a derrubando.
-- Será, Sheila? -- Perguntou ainda descrente.
-- Eu acho que sim, mas vamos, está na hora da cirurgia e já está tudo arruado.
* * * *
Amanda ficou um tempo conversando com Cida depois que Samantha e a irmã tinham saído, e logo Janaina também chegou se juntando a elas por alguns minutos na conversa.
-- Cida, Samantha deixou algum pedido especial? -- Perguntou Janaina levantando depois de ter terminado de tomar seu café.
-- Não Jana.
-- Ok, vou cuidar então, já são oito e meia.
-- Vai lá, vou cuidar também, acho que preciso ir no supermercado. -- Cida disse Abrindo a geladeira, vendo que estava faltando algumas coisas. -- Mas depois vejo isso.
-- Eu posso ajudar em alguma coisa se precisarem -- Falou Amanda olhando Cida.
-- Que nada, não precisa. -- Disse Cida sorrindo
-- Tudo bem... Vou acordar a Agatha.
-- Ah sim, eu vou já fazer a vitamina dela.
-- Ok. -- Disse Amanda já se dirigindo ao quarto da pequena... Entrou e encontrou ela do lado oposto da cama, ao que a mãe a havia deixado, estava toda desembrulhada, e dormia como um anjo.
Amanda sorriu e deitou a seu lado na cama começando a lhe fazer um carinho no rosto e cabelos. Não soube explicar, mas sentiu um amor tão grande lhe preencher o coração, sentiu uma coisa tão pura, uma sensação enorme de carinho, felicidade, paz, amor sem medida, sem explicação, não só por Agatha, mas por uma coisa a mais, como se já tivesse sentido aquilo antes, com uma outra pessoa. Rapidamente Amanda lembrou dos dois sonhos que teve, em que tinha uma filha, Natelly, soube nesse exato momento que era mãe, que tinha uma filha, lembrou do rostinho da pequena lhe sorrindo. Sorriu feliz por lembrar de algo, por lembrar, embora que pouca coisa, mas que tinha uma filha, e que a amava mais que tudo, sentiu uma lágrima escorregar pelo seu rosto e não a deteve, e logo outras seguiram o mesmo curso, estava chorando, sim, mas de felicidade.
Agatha sentiu a mão em seu rosto. -- Mãe, deixa eu dormir só mais um pouquinho. -- Disse sem abrir os olhos. Isso remeteu Amanda imediatamente a uma lembrança.
-- Mãe, só mais um pouquinho, por favor. -- Disse uma criança totalmente enrolada nos lençóis.
-- Filha, levanta, vai se atrasar pra escola. -- A mulher disse retirando o lençol de cima dela, e assim pôde ver o rosto da garota, aparentemente tinha uns dez anos de idade. A menina riu olhando a mãe e suas covinhas apareceram.
-- Mãe, isso não é justo, eu fui dormir ontem as três da manhã, vai, me deixa ficar dormindo mais um pouco, por favor, sim? -- Pediu fazendo uma cara pidona para a mãe.
-- Filha, já passam do meio dia. -- Observou a mulher, mas ao ver que a filha continuava lhe pedindo com uma cara suplicante e com o olhar pidão, sorriu rendida. -- Tudo bem!
-- Amanda?
-- Oi.
-- Tá chorando porque? Eu pensei que era a mamãe.
-- Nada meu anjo, nada demais. -- Disse limpando as lágrimas a olhando sorrindo. -- Eu percebi, você me chamou de Mãe.
-- Foi, eu pensei que era a mamãe, porque você que veio me acordar, cadê ela?
-- Ela já foi pro hospital linda.
-- E quem vai me levar pra escola?
Amanda sorriu. -- Linda, sua mãe e eu acordamos atrasadas, ai ela resolveu te deixar dormir mais um pouquinho, você não vai pra escola hoje, e já é quase nove horas. – Disse apontando o porquinho ao lado da cama.
-- É mesmo, dormi muito. -- Agatha riu, após ter olhado a hora no relógio.
-- Foi, por isso eu vim te acordar e você ainda queria dormir mais um pouquinho hein? -- Disse abraçando a pequena e lhe dando vários beijo enquanto lhe fazia cócegas.
-- Para, Amanda. -- Pediu rindo.
-- Levanta mocinha, ou eu vou beber uma vitamina deliciosa que a Cida está preparando, todinha e não vou deixar pra uma certa garotinha...
-- Não, eu já estou levantando... Olha, já levantei. -- Disse Agatha pulando da cama e indo para o banheiro.
Amanda riu com o jeito da menina, deitou na cama e ficou pensando na lembrança... Natelly, esse era o nome da sua filha, esforçou-se para lembrar de mais alguma coisa, um sobrenome, a idade correta da filha, o seu nome, mas sem sucesso.
-- Amanda, já escovei os dentes.
-- Só isso? Nada de enrolação mocinha, volte e tome o seu banho. -- Amanda disse e riu ao ver Agatha fazer uma careta em reprovação.
-- Ah não, eu nem vou pra escola... e tá frio Amanda, vai, deixa eu ficar sem tomar banho, diz que sim, sim? -- Agatha pediu com as mãos em forma de suplica.
Amanda riu lembrando da filha. -- Está bem!
-- Ebaaaa.
-- Mas que sua mãe não saiba disso hein.
-- Ela não vai saber, juro. -- Disse cruzando os dois dedos indicadores e beijando.
-- Vem, vamos descer, ou vai querer tirar o pijama antes?
-- Não, depois eu tiro, ele está quentinho. -- Agatha disse abraçando-se e Amanda riu.
-- Tá bom, vamos.
Elas desceram sorridentes para a cozinha.
-- Bom dia Cida. -- Agatha disse já sentando-se à mesa.
-- Bom dia menina, bem na hora. -- Disse servindo sua vitamina. -- Quer também Amanda?
-- Não Cida, obrigada. Vou só fazer companhia mesmo.
-- Ok.
-- Amanda, quando eu terminar vamos assistir um filme?
-- Claro meu anjo. -- Amanda estava distraída e Cida percebeu.
-- Está se sentido bem, Amanda?
-- Estou sim, Cida. -- Disse sorrindo forçada.
-- Cida, eu quero mais. -- Pediu Agatha amostrando o copo já vazio para a mulher.
-- Já? Vai com calma meu anjo. -- Observou Amanda a olhando.
-- Eu amo vitamina de banana. -- Disse a garota rindo.
-- É, eu percebi. -- Amanda disse relaxando com a espontaneidade da pequena.
-- Amanda, quer alguma coisa especial pro almoço? -- Cida perguntou interessada.
-- Não Cida, faz o que achar melhor, eu adoro sua comida.
-- Fico feliz. -- Cida disse realmente agradecida.
-- Cadê a Jana? -- Agatha quem perguntou.
-- Está arrumando os quartos, eu acho. -- Disse Cida. -- Porque?
-- É que eu quero que ela ligue o som da televisão pra ele sair no aparelho de som, é muito mais legal.
-- Gente, e isso pode? -- Cida perguntou fazendo uma cara engraçada. -- Essa tecnologia de hoje em dia, eu hein, é uma antena que se pode dar “pausa” em uma coisa que é “ao vivo”, lá em casa é um tal de “instagram” pra lá “WhatsApp” pra cá, fora as outras coisas... enfim. -- Cida disse deixando para lá. Agatha e Amanda riram divertida.
-- Ai Cida, você é divertida. -- Amanda disse rindo. -- Olha ai a Jana chegou. -- Continuou ao ver Janaina surgindo na cozinha.
-- O que que tem eu? -- Perguntou Janaina pegando uma maçã e levando a boca.
-- Lava isso! -- Gritou Cida.
-- Ai que susto mulher. -- Pronunciou Janaina colocando a mão no peito.
-- Quantas vezes vou ter que dizer que tem que lavar antes de comer? -- Cida pronunciou pegando a maçã da mão de Janaina e lavando.
-- Eu hein. -- Janaina falou pegando a maçã de volta, depois de lavada.
-- Jana, liga pra mim o som da TV no aparelho de som? -- Agatha pediu rindo.
-- Hum... -- Esperou engolir. -- Claro vamos lá, muito legal isso, fica alto pra caramba.
-- Agatha, ontem eu vi umas crianças brincado lá em baixo no parquinho do condomínio. -- Lembrou Amanda. -- Não quer ir lá brincar? -- Sugeriu, achava que Agatha, ficava muito tempo dentro de casa.
Agatha pensou na sugestão, era raro descer para brincar lá, sorriu feliz com a ideia.
-- Eu quero, mas só se você brincar comigo também, tem um balanço legal lá, faz tempo que não vou. -- Relatou. -- Você vai?
-- Claro que vou, eu sugeri não foi? -- Falou sorrindo. -- Termine seu café e vai trocar de roupa para descermos.
-- Já terminei, já volto. -- Falou e subiu correndo para o quarto se trocar.
Amanda riu, sendo acompanhada de Cida e Janaina.
-- Fez bem Amanda, ela fica muito tempo trancada, embora tendo a natação e a aula de inglês fora a escola. -- Ressaltou Cida sorrindo.
-- Também achei. -- Admitiu Amanda.
-- Sendo assim, deixa eu cuidar. -- Janaina disse e saiu.
-- Vai lá... -- Amanda respondeu rindo.
-- Amanda? -- Não demorou muito e Agatha apareceu correndo na cozinha, estava eufórica com a atividade que viria. -- Vamos! -- Não pediu, ordenou.
-- Vamos, tchau Cida. -- Disse sendo puxada por Agatha.
-- Tchau. -- Respondeu rindo delas.
-- Ui. -- Amanda disse assim que chegaram ao playground ao lado do prédio. --Nossa, eu esqueci que estava frio hoje.
-- Hii, eu também. -- Agatha concordou abraçando-se.
-- Oi, você se chama Agatha né? -- Uma garota, mais ou menos da mesma idade de Agatha perguntou a olhando sorrindo.
-- Sim. -- Concordou retribuindo o sorriso. -- E essa é Amanda. -- Apresentou-a.
-- Oi. -- A garota disse fitando Amanda sorridente. -- Meu nome é Milena, eu mudei pra cá faz uns dias. -- Quer brincar comigo no balanço? -- Perguntou animada, agora para Agatha.
Agatha olhou para Amanda. -- Posso?
-- Claro, é para isso que viemos, brincar! -- Amanda ressaltou contente.
-- Vamos. -- Agatha saiu correndo em direção ao balanço, sendo acompanhada da garota.
Amanda sorriu vendo a animação delas, e dirigiu-se para um banco próximo. Estava um pouco nublado e fazia frio, mas não tanto, estava suportável sem nenhum casaco. Sorria as observando, lembrou da filha, Natelly... Fez um esforço para ver se lembrava mais alguma coisa, mas nada lhe vinha à mente. Teria que contar sobre isso para o médico, talvez ele a ajudasse... Olhou sobre as grades que cercavam o parque e o condomínio, e viu um homem olhando na direção das duas garotas brincando no balanço, ele as fitava com o rosto sério, um aspecto de raiva, desviou o olhar para as meninas, elas brincavam felizes... E quando voltou a olhar para ele, sentiu um arrepio ao ver que ele a fitava, mas não deixou-se intimidar e o encarou séria. Ele apenas voltou a olhar em direção a outras crianças no escorregador, sorriu e saiu caminhando em direção ao outro lado da rua. Amanda o olhou até ele sumir de sua visão. Balançou a cabeça para dissipar o mal-estar, devia ser o pai de alguma das crianças, pensou e logo sorriu ao ver Ag
atha tentando não ser pega pela outra garota numa brincadeira de pega-pega.
-- Amaaandaaaa, me ajuda! -- Agatha gritou rodeando o banco em que Amanda estava sentada. A garota a seguia de perto, as duas riam.
-- Não posso fazer nada, seria roubo. -- Amanda respondeu rindo, tentando desviar-se das duas a seu redor.
-- É sim, Agatha... -- Milena concordou cansada, parando na frente de Amanda, enquanto Agatha estava parada atrás dela.
Amanda fitou a garota a sua frente sorrindo... Milena tinha os olhos verdes e cabelos castanhos e cacheados, tinha a pele morena, já suada, mesmo com o tempo frio.
-- Espera. -- Agatha suspirou cansada. -- Tu corre viu! -- Disse olhando Milena por sobre o ombro de Amanda.
-- Você também, contanto que ainda não te peguei. Mas vou pegar! – Disse voltando a correr atrás de Agatha que, correu também, mas dessa vez não o suficiente para não ser pega.
-- Eu fui pega! -- Agatha disse sentando ao lado de Amanda sorrindo e suada, Milena sentou a seu lado, também do mesmo jeito.
-- É, mas deu trabalho. -- Admitiu a garota.
-- Estou vendo, as duas suadas, e nesse frio. -- Amanda disse as olhando.
-- Ah nem tá mais frio! -- Agatha disse a fitando-a. -- É só você correr que passa... Já sei!
-- Ah não! -- Amanda se adiantou imaginado a ideia de Agatha a olhando.
-- Vai Amanda, é legal, você tenta pegar a gente, né Milena?
-- É vai ser legal.
-- Eu correndo atrás de vocês duas? Não eu não vou conseguir pegar nenhuma.
-- Vai sim, você é maior, e quando pegar uma de nós a gente ajuda você pegar a outra, vamos? -- Agatha explicou e insistiu.
-- Está bem! -- Rendeu-se.
-- Eba.
-- Legal.
-- Comecem a correr que lá vou eu. -- Amanda nem terminou de falar e as duas já haviam se levantado e começado a correr. -- Ei...
Amanda já corria há uns cinco minutos e não tinha pego nenhuma das duas, que riam dela parada descansando um pouco.
-- Ei, não riem não. -- Deu um tempo. -- Espera só eu descansar! -- Ameaçou rindo.
-- Tá bom. -- Agatha sentou no balanço sorrindo e foi ai que Amanda viu sua chance, sorriu e pôs-se a correr na direção dela. Agatha quando a viu já era tarde e foi pega.
-- Éh, eu te peguei, te peguei... -- Amanda comemorava rindo e dançando na frente dela. Milena havia conseguido correr e riu delas um pouco distante.
-- Ah, você disse que ia descansar. -- Agatha falou fingindo tristeza.
-- Ah não fica assim... -- Disse e a beijou, elas estavam suadas. -- Vamos, temos que pegar a Milena.
Dito isso, elas correram juntas na direção da outra garota que, logo foi pega ao ser cercada.
-- Ai, eu não aguento mais. -- Amanda disse sentando.
-- Nem eu. -- Agatha concordou.
-- Bem... tenho que ir pra casa. -- Milena contou.
-- Mas já? -- Agatha perguntou descontente.
-- Já, minhas mães chegam, às dez e tenho que tomar banho se não... o bicho pega -- Confessou rindo.
-- Suas mães? Têm duas mãe? -- Quem perguntou foi Amanda.
-- Tenho. -- Admitiu a fitando.
-- Legal! -- Agatha sorriu. -- Amanda é namorada da minha mãe, então é como se fosse minha mãe também, ela mora lá em casa, porque ela sofreu um acidente...
-- Agatha. -- Amanda a interviu rindo, pois se deixasse ela falaria sem parar. -- Depois você conta pra ela, está bem? Ela precisa subir.
-- Tudo bem. -- Milena riu. -- Depois você me conta viu? Vou indo elas chegaram. -- Disse olhando duas mulheres um pouco distante.
-- Tá bom. -- Agatha concordou. -- Tchau.
-- Tchau. -- Disse e saiu correndo.
-- Vamos subir? -- Amanda perguntou.
-- Vamos. Agora eu quero banhar. -- Riu e Amanda a acompanhou. -- Amanda, quando você lembrar de tudo e depois casar com a minha mãe e mudar de vez pra cá pra casa. -- Agatha parou de andar e olhou Amanda. -- Eu posso te chamar de mãe? -- Finalizou e sorriu.
Amanda foi pega de surpresa, demorou um pouco para raciocinar a ideia, seria muito bom, casar com Samantha, morar ali, ser chamada de mãe por Agatha, sorriu feliz pela menina querer tê-la com mãe.
-- Pode! – Disse convicta a olhando.
-- Legal. -- Abraçou Amanda feliz. -- Vou ter duas mães também, vai ser muito maneiro. Vou contar pra Milena que vou ter duas mães também. Lá na minha escola eu não conheço ninguém que tem duas mães, só pai e mãe, mas deve ser legal também, ahh tem o Monteiro, eu ouvi dizer que ele tem dois pai, não somos da mesma sala, ele é mais novo que eu, é pequenininho... -- Como sempre Agatha falava o quanto podia, e Amanda adorava vê-la falar sobre si, suas ideias...
-- Mas já voltaram? -- Cida perguntou as vendo chegar.
-- Já sim, precisamos de um banho.
-- Ok, vão lá. -- Cida as observaram subindo juntas. -- Nem deu trabalho. -- Disse rindo ao ver Agatha indo tomar banho.
-- Pois é... Ela gosta da Amanda, e Amanda sabe lhe dar com ela. -- Janaina falou aparecendo na sala.
No quarto de Agatha, Amanda a olhava enquanto ela tirava sua roupa para tomar banho, e viu algo que lhe chamou a atenção, sorriu.
-- Que foi? -- Agatha perguntou a olhando, estava em pé a sua frente somente de calcinha.
-- Você tem o mesmo sinal que a sua mãe. -- Disse indo até ela e abaixando-se para olhar mais de perto. -- É igual! -- Falou tocando na marca branca.
-- Ah tá, é sim... Legal né?
-- É sim... -- Concordou sorrindo.
-- Toma banho comigo?
-- Não sei... -- Amanda fingiu pensar.
-- Vai Amanda... toma? -- Insistiu.
-- Tá legal...
-- Eba.
-- Mas não vamos demorar.
-- Tá bom... eu te empresto esse meu roupão, vem.
-- Espera, tenho que tirar a roupa.
Amanda tirou sua roupa, ficando somente de calcinha e sutiã e se dirigindo para o banheiro junto com Agatha.
-- Toma, passa em mim. -- Agatha disse entregando o sabonete para Amanda e ligando o chuveiro.
-- Sam, toma banho com você? -- Perguntou ensaboando-a.
-- Às vezes... Olha bolinha de sabão.
-- Legal. -- Disse sorrindo.
-- Deixa eu passar em você. -- Disse pegando o sabonete.
-- E o que mais ela faz de divertido? -- Perguntou sorrindo olhando a menina passar sabonete e sua barriga.
-- Ela ler uma história, às vezes, ela canta pra mim dormir, ela disse que cantava sempre quando eu era bebê. -- Sorriu.
-- Sério? E ela canta bem? -- Sorriu com a ideia.
-- Canta, eu gosto... Vem pra debaixo do chuveiro. -- Puxou Amanda toda ensaboada. -- Amanda eu vou ter os seios do tamanho dos seus e do da mamãe? -- Perguntou olhando o colo de Amanda.
Amanda riu, Agatha era questionadora, intrigante e, às vezes a deixava sem palavras, pensativa ou no mínimo boquiaberta.
-- Vai sim meu anjo. -- Enfim disse. -- Mas acho que vai ser mais parecidos com os de sua mãe. -- Completou a olhando.
-- É ele são bonitos... -- Divagou. -- Vai doer? -- Quis saber.
Amanda gargalhou, nem tanto pela pergunta, mas pela cara que Agatha fez e pelo gesto. Ela havia pego no seu próprio peito e fitado Amanda fazendo uma cara num misto de ansiedade e desespero.
-- Não amor, é como crescer, você não sente nada, apenas ver que a cada dia estará maior... E quando perceber já estará grande, assim como você estará mais alta. -- Explicou a tranquilizando.
-- Ah! -- Esboçou tranquila.
-- Agora vamos cuidar nesse banho mocinha.
Elas tomaram o banho sem mais delongas e perguntas de Agatha...
-- Ei Amanda eu quero cantar no karaokê, quer cantar comigo? -- Agatha perguntou rindo, elas já estavam se dirigindo para a sala.
-- Cantar? Não sei não...
-- Vamos, vai ser legal. -- Pediu fofa.
-- Está bem, mas não sei se sei cantar.
-- A gente canta sem saber mesmo.
-- Desiste Amanda, ela é persuasiva. -- Avisou Janaina rindo.
-- Eu já sei, e como um exemplo, ela está de pijama, insistiu em vestir depois do banho.
-- Vai Jana, liga o som e os microfone e coloca o DVD. -- Disse Agatha meio impaciente.
-- Calma, nasceu de sete meses foi? -- Perguntou indo fazer o que a garota tinha “pedido com carinho”
-- Não, mas quero logo. -- Disse rindo.
-- Ok. -- Arrumou rapidamente. -- Pronto, um pra você e outro pra você. -- Janaina disse entregando os microfones para as duas.
-- Legal, que música você quer Amanda?
-- Não lembro de nenhuma gatinha.
-- Ah é... Vou colocar uma que a mamãe canta pra mim, às vezes, eu gosto. -- Disse com o controle na mão, casando a música. -- Achei.
O Som de “Amar é bom” de Juaperi, soou na sala e logo as letras aparecendo na televisão. Agatha começou a cantar e Amanda ainda estava tentando se acostumar com o momento, mas logo pegou o jeito e as duas estavam cantando juntas e se divertindo, e quando alguma delas errava a letra elas riam.
-- Ai... isso é muito legal, coloca outra. -- Disse Amanda divertida, após terem terminado de cantar a primeira música.
-- Vamos ver... -- Agatha disse já caçando outra música. -- Amanda, você canta até bem... -- Falou. -- Essa é legal.
E mais uma vez, outra melodia ecoou no ambiente, dessa vez era o som de “Pose” de Os Engenheiros do Havaí.
Elas começaram a cantar e a dançar também, foram revezando entre catar sozinhas e juntas até a música acabar.
-- Mais uma? -- Perguntou a pequena rindo e Amanda confirmou.
-- Já sei essa aqui... “Vamos pular” de Sandy e Junior.
A música começou e logo Agatha subiu no sofá cantando, Amanda estava em pé sobre o tapete bem ao lado dela. Quando o refrão chegou, as duas começaram a pular, Agatha em cima do sofá e Amanda no chão mesmo.
-- Jana, elas vão derrubar a casa desse jeito. -- Cida disse para Janaina a seu lado. As duas haviam ido ver elas cantar quando essa música começou.
-- Que nada Cida, elas estão se divertindo, bora pula ai. -- Janaina falou e começou a pular também cantando o refrão da música. -- Vamo pular, vamo pular...
* * * *
Samantha estava sentada no sofá de sua sala, estava de olhos fechados no seu ritual de agradecimento, pensamentos... Ainda vestia o uniforme azul celeste.
-- Sheila, você demorou. -- Disse ao ouvir a porta se abrindo.
-- Não é a Sheila. -- Disse uma mulher, de cabelos loiros, um loiro quase branco, de olhos castanhos claros, mais ou menos 1, 68m de altura, fechando a porta e colocando a chave no cós de sua calcinha.
Samantha rapidamente abriu os olhos levantando-se, ao reconhecer a voz da mulher ali presente.
-- Marcela?
-- Oi, Sam. -- Falou sorrindo.
-- Como entrou? Está fazendo o que aqui? Eu já falei que não quero você, nem aqui, nem lá em casa. -- Disse Samantha indo para a porta, mas a encontrou fechada e sem a chave. -- Cadê a chave Marcela? Me devolve, agora! -- Samantha disse estendendo a mão em direção a ela.
-- Tche tche tche. -- Balbuciou balançando o dedo indicador em sinal de negação. --Nada disso, vamos conversar, meu amor. -- Avisou aproximando-se da morena, a tocando no rosto.
Samantha afastou-se rapidamente. -- Não me toca! Me dá a merd* dessa chave, Marcela! -- Samantha estava ficando sem paciência.
-- Você quer a chave? Vai ter que pegar. -- Marcela disse mostrando onde ela estava, e sorriu maliciosa olhando Samantha, que por sua vez, fez uma cara nada amável.
-- Porr*, marcela! O que você quer de mim? Dinheiro? Quanto? -- Samantha indagou pondo suas mãos sobre os braços dela a sacudindo.
-- Oh Samantha, assim você me magoa, eu quero, você! -- Admitiu e avançou sobre Samantha a puxando para um beijo, ou tentou, pois Samantha foi mais rápida e a empurrou sobre o sofá. -- Ai. -- Disse ao cair sentada nele. -- Quanta delicadeza meu amor...
Samantha não disse nada, apenas passou as mãos sobre o rosto, tentando se acalmar enquanto andava de um lado para o outro, e de repente...
-- SOCORRO, SHEILA! -- Gritou batendo na porta. -- Sheila, me tira daqui, tem uma lou...
-- Tá doida? -- Perguntou Marcela, enquanto tapava a boca de Samantha.
-- Sai desse corpo que ele não te pertence. -- Samantha disse desvencilhando-se de Marcela.
-- Mas bem que você amava nosso contato, adorava meu corpo, tocá-lo, comê-lo de jeito, beijar meus...
-- Quer parar? -- Samantha advertiu a olhando séria.
-- Não... vem, eu sei que você ainda me deseja. -- Disse se recostando na mesa e tirando a blusa, deixando sua parte de cima a amostra, os seios bem desenhados em um sutiã de renda na cor vermelha. Samantha a olhava de um modo indecifrável, se aproximou ficando de frente para ela.
-- Marcela...
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Andreia
Em: 15/11/2020
Eu falo que Alex caiu de amores pela estagiária Laila eu acho que vai virar namoro destas duas só aguardando MSM.
Amanda a cada diá que passa ao lado da pequena Aghata fica mais unida com ela acha que em um futuro muito próximo ela vai ser mãe da pequena isso é se nao tiver muta coisa por traz desta falta de memória da Amanda.
Está Marcela vai ser pedra no sapato viu..... Bjsss
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]