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Depois eu te conto... por Nadine Helgenberger

Ver comentários: 5

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Palavras: 3358
Acessos: 715   |  Postado em: 19/10/2025

Capitulo 16

 

Saí da terapia com a sensação que tinha sido esmagada por uma tonelada. Em dias assim, tudo o que queria era nunca mais voltar a pisar naquele lugar e muito menos olhar para a cara da terapeuta. Minhas inquietações não foram respondidas, pelo contrário, me senti inundada por novas que confundiram ainda mais minha já perturbada mente.

"Talvez o incómodo não esteja em ela ver o que não devia, mas em ver o que tu preferes ainda não ver." Essa frase da terapeuta não saía da minha cabeça. Como assim? As loucuras de Lúcia seriam um espelho dos meus medos? Não era disso que precisava, não hoje quando meu mundo voltou a ter cores menos vibrantes. Vaguei pelo bairro com meus pensamentos em desalinho até ser vencida pela fome e decidir jantar no primeiro restaurante que encontrei. Depois de entrar e de ter escolhido uma mesa de canto bem discreta, eu me dei conta que já conhecia o espaço. Enquanto aguardava meu pedido, meus olhos percorreram o lugar e para minha surpresa, vi Tânia e um homem de porte elegante sentados no extremo oposto. Me encolhi mais um pouco para não ser vista, mas ela jamais me veria, estava muito concentrada na sua companhia.

A comida esfriava enquanto eu me perdia em divagações. A cena de Tânia e o provável namorado conseguiu me deixar ainda pior do que já estava. A cumplicidade, o encantamento, ter alguém para sair e jantar a meio da semana e com sorrisos nos rostos, estar feliz e relaxada...essa era a imagem de Tânia e tão distante da minha realidade. Estava ali sozinha, escondida num canto e me sentindo a mais complicada das criaturas sobre a face da terra.

Saí de lá com a sensação de que era invisível e decidi andar a pé por vários bairros até chegar à minha casa. Como companhia tive meus medos, inquietações, paranoias e música no meu headfhone. Sliding doors (Abi Ocia) tocou no repeat e não impedi que as lágrimas represadas na terapia corressem soltas pela minha face...

***

Sentada na sua cama, Fedra tentava fechar um relatório que precisava chegar em Bruxelas nas primeiras horas do dia. A cabeça já não conseguia pensar com clareza, não só pelo avançado das horas, mas também por um turbilhão que lhe ia na alma. Não conseguia ver muito sentido em muita coisa e ao mesmo tempo via-se sem tempo para debruçar sobre temas mais sensíveis. Ainda tinha a filha com suas questões que nunca tinham fim, confusões familiares que não se metia, mas a mãe estava sempre envolvida, enfim, muitas demandas. Queria apenas chegar em casa e relaxar, ter alguém para conversar, dividir os desafios, beber um vinho, fazer planos. Dedilhando no computador enquanto mordia a ponta de um dedo, seu pensamento voou para Sabrina. O telefone vibrou sobre o travesseiro e levou a mão peito. Sorriu ao pensar que seu pensamento pudesse ter atraído Sabrina. Não era ela e ficou tentada a não atender, mas seria apenas adiar um problema. Respirou fundo e atendeu à ligação de José Eduardo.

"Finalmente! Pensei que tivesses desaparecido." - tentou usar um tom leve, mas Fedra já lhe conhecia a ironia disfarçada.     

"Tive um dia cheio, muitas reuniões e sobre temas diferentes..." - Fechou o laptop.

"Isso é muito bom, o que seria de nós se não fossemos pessoas ocupadas? Olha, estive a pensar, na próxima semana, há um jantar com o pessoal do escritório de Lisboa e fomos convidados. Não consegues dar um pulo a Lisboa para me acompanhares? É sempre bom para a imagem."

"É muito pouco provável que consiga. Estou em standby para viajar a Bruxelas, encontro de chefes de programa."

"Oh minha querida, seria tão bom se fossemos juntos. Sabes como dão valor a essas coisas e agora é muito importante para mim estar bem na fita."

"Claro!"

"Isso é um sim?"

"É um vou tentar..."

"Ah, mas para a cimeira que acontecerá no próximo mês na Praia, estaremos juntos."

"Ah, claro, minha agência é uma das organizadoras."

"Preciso fazer corredor para meus novos projetos, quero voos mais altos. De resto, está tudo bem?"

"Tudo..."

"Preciso desligar porque amanhã acordo cedo e já é bastante tarde. Boa noite minha querida."

A ligação terminou sem que ela se despedisse.

            -Não faz nenhum sentido viver assim! Que venha logo esse encontro na Praia.

 

***

Em casa, mesmo seguindo à risca todo o ritual que sempre utilizava para relaxar, Sabrina continuava com a mesma sensação de estar à deriva, ou que lhe faltava algum pedaço da alma. Sentada no chão da sala, lutava contra as lágrimas que queimavam a sua face e lhe roubavam o ar. A dor vinha de lugares que já acreditava estarem sanados, memórias lhe açoitavam a alma deixando-a em frangalhos. No auge do seu desespero, pensou em ligar ao pai e imediatamente foi acometida de um ataque de riso nervoso. O pai não tinha tempo para ela. Nunca teve. Eles viviam em atmosferas diferentes...abraçou-se pois ela era seu único suporte e chorou. No coração latej*v* a vontade de nunca mais pisar no consultório da terapeuta, mas a cabeça sabia que não havia outra alternativa. Gritou de aflição chutando livros que estavam espalhados pelo chão.

***

Sem conseguir dormir, Fedra olhou as horas. Rolava de um lado para o outro e a maior parte do tempo, ficava com os olhos pregados no teto e os pensamentos em zigue zague. Num impulso, pegou o telefone na mesa de cabeceira e ligou para Sabrina. A voz dela sempre a acalmava, às vezes até o silêncio que partilhavam servia como um refúgio bom. Depois de três toques, ela atendeu com voz rouca.

"Oi meu bem...desculpa se eu te acordei..." - Fedra experimentou um leve constrangimento.

"Não me acordaste. Estou sentada na varanda tentando convencer o sono de que sou uma excelente companhia." - Sorriu. - Tu também estas sem sono?"

"Dia difícil, cheio de desafios e conversas complicadas..."

"Será que combinámos que hoje seria dia de massacre?"

Riram.

"Já tive meus tempos de insónia, mas me achava curada. Hoje sinto que há insónia para uma ilha inteira." - Desabafou Fedra.

"Meu bem, insónia para um arquipélago inteiro." - brincou Sabrina.

Riram e depois fez-se silêncio, aquele que de algum modo as reconfortava.

"Sabrina, já lidaste com gente que confunde interesse com afeto?"

Sabrina não respondeu de imediato. Pensou na própria vida e de como sempre tinha dúvida se as pessoas gostavam dela ou se apenas era útil. Respirou fundo para não desabar em lágrimas.

"Sim..."- A voz saiu embargada.

"Às vezes a vida parece que nos coloca contra a parede e exige de nós uma atitude..." - Suspirou.

"Arranca-nos a venda dos olhos e nos obriga a enxergar coisas que por anos foram mantidas no porão da alma, ou então, coisas que simplesmente não víamos...às vezes é preferível ficar no escuro...sei lá..." - Sabrina suspirou sentindo na carne as dores que a sessão de terapia trouxera à superfície.

"Eu prefiro ver, entender...muitas vezes não sei como agir, mas eu não gosto de me sentir incomodada, de ser guiada por sentimentos obscuros, ou manipulada por situações...dia difícil, meu bem. Queria..."- Interrompeu o raciocínio por que pareceu-lhe que Sabrina não estava na mesma página.

Fez-se silêncio.

"Não sei se te incomoda o que vou dizer, mas só consigo pensar em mim no momento...eu queria poder deitar minha cabeça no teu peito e ouvir o teu coração bater até adormecer." - o choro preso na garganta de Sabrina, ganhou liberdade e saiu em forma de soluço.

"Teus desejos nunca me incomodam, meu bem. Tenta dormir."

"Tu também."

Desligaram, ambas inundadas de um sentimento que cada vez ganhava mais espaço e força. Sabrina queria ter falado de suas dores, do aperto na alma, da sensação de inadequação, mas pensou que Fedra tinha coisas mais importantes para lidar.

Fedra queria ter desabafado da sua resistência em alterar as coisas abruptamente, que sempre lhe remetia a um tempo obscuro de sua existência. Queria confessar que seu dia só ficava completo quando ouvia a voz de Sabrina e que se surpreendia querendo coisas não condizentes com a realidade que vivia...

***

O dia ensolarado que fazia lá fora, refletia no ambiente no escritório de Sabrina, a ponto de incomodá-la já que seu estado de espirito destoava daquele esplendor natural. Não tinha dormido quase nada e dentro da sua cabeça havia um zumbido constante. Tentava se concentrar no trabalho já que os prazos não esperavam a mudança do seu humor. Desviou o olhar para a porta mais uma vez à espera que Catarina entrasse nos seus rompantes maravilhosos, mas nem sinal da espevitada. Quando mais preciso do alto astral dela, a doida desaparece, pensou.

Sendo o trabalho seu melhor combustível, não demorou a se embrenhar nos seus infinitos dossiers e esquecer da vida. Alongava os braços após um sprint de mais de uma hora de foco total, quando ouviu o barulho do salto de Lúcia se aproximar. Seu estomago contraiu como já vinha se repetindo e respirou fundo certa de que se fosse mais trabalho, diria um redondo não. Não havia a menor possibilidade de absorver mais nada.

            -Boa tarde, meu bem. Hoje é o dia que todo mundo quer tudo para ontem e quase enlouqueci. E tu, muito ocupada?

            -Oh, quase sem tempo para respirar. Tenho dois processos que preciso concluir ainda hoje.

            -Consegues, se tem alguém que consegue, és tu. - Sorriu num tom quase meigo.

Sabrina sorriu e imediatamente desviou o olhar para a tela do computador. Conseguiria sim, mas não com distrações por perto.

            -Jantas hoje lá em casa. Há muito tempo que não nos encontramos de uma forma mais descontraída e preciso relaxar e tu também. Nós duas e mais 3 amigos e não aceito um não como resposta.

            -Hoje? Parece-te razoável com tanto trabalho? - Sabrina queria sair pela tangente como tão bem fazia.

            -Exatamente por estarmos assoberbadas que um jantar descontraído cairá bem. A partir das 18 horas, não quero mais ver-te no sistema. Jantar às 20 horas e minha casa já sabes onde fica.

Saiu com a mesma imponência que tinha entrado. Sabrina permaneceu com o olhar preso na porta por alguns minutos até que um alarme a trouxe de volta à realidade.

Passou o resto do tempo a se martirizar por não ter declinado o convite. Não estava com a menor vontade de ter de encarar gente que provavelmente não conhecia, sem contar na ambiguidade de sentimentos que Lúcia lhe provocava. O que mais lhe causava desconforto era o fato de saber de antemão que aceitaria o convite mesmo sem abrir a boca. A velha mania de sempre agradar a todos em detrimento dela mesma...

***

Lúcia me recebeu com um entusiasmo que me pareceu ensaiado. Ela sabia que eu estava perturbada com seus comentários, mas agia como se nada tivesse acontecido. Talvez fosse melhor assim...uma versão minha achava que sim, mas havia outra que se sentia incomodada.

A casa dela sempre muito elegante, tinha uma atmosfera com um certo glamour o que me pareceu exagerado para um jantar que ela mesma tinha dito que seria simples. Além de nós duas, havia um casal que eu já conhecia do mundo corporativo, a Bárbara e o Samuel e uma moça muito jovem e sexy que me pareceu mais à vontade do que o normal dentro daquele ambiente.

O casal que eu já conhecia, me tratou com cordialidade, a moça jovem, parecia mais interessada em se fotografar em diferentes ambientes e em agradar Lúcia, logo, mal trocamos duas palavras.

Aproveitei um momento em que todos estavam perto da enorme janela de vidro à conversa e discretamente me afastei um pouco para ver minhas mensagens. Eu não conseguia me sentir relaxada e aumentava minha ansia por coisas que me faziam rir de peito aberto. Não conseguia parar de pensar na Fedra, na leveza que era estar com ela e nas vontades mais doidas que me invadiam a mente, o coração...ah eu queria me sentir livre para ser...era isso, queria me sentir livre para ser o que quisesse ser e isso eu não teria em hipótese alguma naquele ambiente. Estava tão absorta no telefone que não percebi a proximidade de Lúcia:

            -Trabalho? - Perguntou num tom íntimo.

            -Não...apenas respondendo uma mensagem que não podia esperar...

            -Hmmm...estás linda, Sá. Esse tom de verde casa bem com a tua pele. Realça ainda mais a tua beleza. - Mais uma vez o tom íntimo, sem contar no olhar que passeou por todo o meu corpo e parou nos meus olhos. - Vamos jantar? A comida precisa ser apreciada quente.

À mesa, fazendo jus à sua personalidade, Lúcia reinou. Soltava piadas que todos riam, erguia brindes e parecia ter palpite sobre qualquer assunto. Eu ficava mais na minha zona predileta, a de observadora, até que comecei a prestar mais atenção aos comentários de Lúcia. Houve um comentário específico que pareceu roçar a minha pele como lâmina afiada.

            -Então como é trabalharem juntas? - Perguntou Samuel de forma despretensiosa.

            -Na posição de chefe eu posso dizer que a Sabrina tem feito um trabalho...interessante - Pousou o garfo e pareceu estudar-me. - Ainda lhe falta traquejo para lidar com determinado segmento de clientes, mas nada que o tempo não corrija. - Sorriu de forma triunfal.

            -Estás em boas mãos! - Concluiu Bárbara tocando levemente a ponta dos meus dedos.

Eles seguiram em conversas aleatórias e eu nem sei se sorri ou se me inquietei na cadeira. A única coisa que sei é que o trago de vinho desceu arranhando a minha garganta.

As horas passaram, as garrafas de vinho foram deixando todos muito mais soltos, as gargalhadas ecoavam pelo ambiente e eu, mais uma vez, não sabia ao certo o que sentia. Tantas vezes me vi assim na vida, como um personagem deslocado da cena. Nessas horas eu precisava de ação para não pensar e foi isso que fiz. Resolvi ajudar Lúcia com a louça enquanto os restantes convidados fumavam na varanda.

            -Não precisas fazer isso, minha máquina de lavar louça resolve essa questão com mestria. - Ela virou o rosto de repente e ficamos muito próximas. - Gosto de ter-te aqui. - Mais uma vez aquele tom que me soava inadequado.

            -Obrigada pelo convite. - Ah Sabrina, não era nada disso que querias ter dito.

            -Se não fosses tão tarada por trabalho, estarias aqui sempre...eu teria o maior gosto. Ah e sobre o que disse à mesa, na realidade era um elogio...sabes que és minha melhor consultora.

            -Ei, o que fazes escondida nessa cozinha? Essa não é hora de dar coordenadas à tua funcionária. Vem deliciar-se com mais uma taça do melhor vinho.

A moça lhe carregou dali com a mão segurando a sua cintura e ela me lançou um olhar por cima do ombro com um brilho estranho enquanto ria. Mais uma vez tive a impressão que a moça jovem era bem mais do que uma amiga. E desde quando Lúcia era bissexual? Mas o que de verdade eu sabia de Lúcia além das histórias que ela contava? Sem ter qualquer resposta às minhas indagações, me vi agindo como era habitual. Arrumei a louça toda na máquina, e deixei a cozinha em ordem.

De volta à sala, todos pareciam se divertir, mas eu precisava ir embora. Já passava das dez e precisaria acordar às 6 da manhã para treinar e tinha dormido muito mal na noite anterior. De forma cordial, me despedi de todos. Lúcia me acompanhou até à porta com a mão na minha cintura.

            -Obrigada...o jantar estava maravilhoso. - Sorri já com a porta aberta.

            -Eu adorei cada segundo...às vezes parece-me que não sabes o efeito que causas...- E o tom agora era escancaradamente íntimo.

Como que por milagre, meu telefone vibrou nas mãos.

            -Desculpa, preciso atender...coisas de trabalho...

            -Claro, o trabalho. Ainda vais trabalhar só para mim e não precisarás atender ninguém a essa hora...

Ela beijou-me a face e pareceu-me ter demorado, mas eu já não discernia nada. Queria sair dali e respirar. Até entrar no elevador, senti os olhos dela cravados nas minhas costas o que aumentava minha sensação de falta de ar.

O ar frio da rua pareceu-me um bálsamo. Respirei forte, uma, duas, dez vezes em busca de equilíbrio. Vaguei pelas ruas sentindo meu corpo rígido e a cabeça oca. A sensação era de estar num barco à deriva, num breu absoluto, debaixo de uma tempestade.

Mais tarde, na cama, os pensamentos vinham como redemoinho deixando a minha cabeça ativa. Lembrei de outras vezes em que já me sentira diminuída pelas palavras de Lúcia e de como ela sempre contornava fazendo com que eu me sentisse ingrata. Como que eu podia ser tão mediana se ela não fazia nada sem pedir minha opinião? Quantas vezes eu fizera mais da metade do trabalho dela? Claro que passei mais uma noite em claro.

***

Levantei de péssimo humor e nem o treino conseguiu operar algum milagre. Tudo me parecia fora do lugar, inclusive eu. Há muito que me sentia assim, mas nessa manhã em particular, até o ar que respirava me parecia ser de outra pessoa. Sem ânimo algum para enfrentar o escritório, eu demorava na chávena de café. Ainda tinha tempo...

Eu não era a pessoa mais dada a rompantes, mas naquele instante minha vontade era desaparecer daquele cenário. Tudo me sufocava, as pessoas, minhas paranoias, a falta de sentido, tudo. Queria correr, mas não sabia para onde, ainda mais que aquela máxima martelava o meu juízo, até no fim do mundo, teus problemas vão atrás...

O telefone tocou e por pouco não derrubei todo o café na minha roupa.

            -Merda! - Gritei com o telefone na mão e ainda sem ver quem me ligava tão cedo. - Era só o que me faltava, ter de trocar de roupa...Alô. - Atendi com a voz alterada e sem ver quem ligava.

            -Hmmm, liguei em má hora?

Era Fedra! Quase gritei que para ela qualquer hora era boa, mas apenas fui educada.

            -Não...desculpa é que quase derrubei a chávena de café na minha roupa. Bom dia! - Sorri.

            -Bom dia, meu bem. Dormiste bem?

            -Nem por isso...estou esgotada.

            -Eu também, embora tenha dormido bem. Queres ir passar de 3 a 4 dias comigo em Bruxelas?

Pulei da cadeira, literalmente. Nem sei como o telefone não voou varanda abaixo.

            -Como assim? - Precisava ganhar tempo para entender.

            -Estava em standby à espera de ser chamada para a reunião que sempre acontece na sede em Bruxelas por essa altura, só que achava que seria mais para o final do mês. Foi antecipada para essa semana e o voo mais rápido para Bruxelas sai exatamente de Mindelo. - Riu.

            -E quando é que vens?

            -Hoje à tarde e sigo no final da noite para Bruxelas. Vamos?

Meu anjo protetor dava pulos de alegria já que era tudo o que eu queria e precisava, já o anjinho do deboche...

            -Como eu queria dizer sim, aliás, meu corpo inteiro grita um sonoro sim, mas estou sem visto...

Ela riu e eu também. Fazer o quê?

            -Oh meu bem, temos de estar sempre com o visto em dia.

            -Pois é...- Rapidamente lembrei-me da razão de estar sem visto e não era nada boa e muito menos digna de ser partilhada.

            -E então? Tens tempo para almoçar comigo e...

            -Claro! - Interrompi a fala dela completamente excitada. - Para almoçar e ficar contigo até à hora da viagem.

            -Vamos acreditar que o destino está a conspirar ao nosso favor.

            -Eu tenho certeza disso.

            -Chego por volta das 14:30...consegues driblar a fome até esse horário? - Ela riu e eu também.

            -Almoçamos juntas!

            -Que bom! Preciso desligar agora. Tenho muita coisa pendente ainda. Até daqui a pouco, meu bem. Contando os minutos.

            -Eu também!

Desligamos. Eu fiquei estática por sei lá quanto tempo. Minha cabeça começou a processar tudo num ritmo avassalador. Fui da tristeza à euforia em segundos.

            -Decida logo o que queres de mim, vida! - Gritei debruçada na varanda.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Desejo uma boa semana a quem passar por aqui.

Vamos agitar esses comentários rsrsrs, quero chegar a 100 antes de concluir a história. Será que é pedir muito? kkkkk

Seja muito bem-vinda Jake, nova nos comentários de Depois eu te conto...

Abraço.


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Comentários para 16 - Capitulo 16:
mtereza
mtereza

Em: 02/11/2025

Se joga Sabrina vai para Bruxelas kkk e a.Lucia acho que esse.santo quer rezar kkk

Responder

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jake
jake

Em: 23/10/2025

Ah não Sabrina!!!

Como podes ser desatenta e não renovar o visto.

Aff

Desde o início percebi que  Lucia era manipuladora e queria  das uns pegas na Sa... AFF conta logo Sabrina pra Freda o que a Lúcia te propôs antes que ela fale besteira pra Freda invertendo os papéis.... Cuidado a Lúcia e uma cobra.... Acorda Sabrina..Ah Nadine amo suas histórias e sou sua fã muito obrigada pela recepção.bjs 

 

 

 

 

 

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HelOliveira
HelOliveira

Em: 20/10/2025

O que mais precisar acontecer para a Sabrina ter surto e largar a Lúcia de vez....e ir ficar perto da Fedra hennnn...

E como a Sabrina pode perder a oportunidade de passar 3 dias viajando com a Fedra ..

Acho que a Sabrina tá precisando de mais terapia....

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NovaAqui
NovaAqui

Em: 19/10/2025

Namorado a Fedra tem, mas vamos e venhamos, já deveria ter sido despachado e por telefone mesmo. Ele quer uma bonequinha para exibir por aí. E Fedra é tudo, menos uma bonequinha de luxo

Agora! Mesmo que Sabrina não  junte os trapinhos dela com Fedra, que ela se desvincule de Lucia (vem terremoto kkk) e se mude para próximo de Fedra. Não precisa morar junto, ainda, mas que fiquem perto e possam aproveitar os bons momentos juntas por mais tempo 

Beijos! Beijos! Beijos!

 

 


Nadine Helgenberger

Nadine Helgenberger Em: 19/10/2025 Autora da história
Kkkkkkkk, é porque esse povo é personagem, por que se sou eu...affff, essa Lúcia ouviria uma boa na primeira tentativa de manipulação, e esse idiota do José Carlos, bom, nem vou comentar o que faria. Mas a Fedra e a Sabrina estão muito longe de serem parecidas com a criadora delas e ainda bem, pois assim exercito minha veia criativa e viajo por outros mundos :)
Não vou dar spoiler por que né, maaaas aguarde coisa boa vindo por aí rsrsrs
Eita, que passou da minha hora de dormir kkkkk
Abraço carimhoso


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NovaAqui
NovaAqui

Em: 19/10/2025

Uma semana maravilhosa para você também 

Será que Lúcia é bi e está querendo "pegar" Sabrina? 

Não sei, mas acho que Lúcia ainda vai aprontar com Sabrina 

Sabrina tem que sair das garras de Lúcia ou ela vai continuar sendo explorada pela chefe

Sabrina deveria ligar o foda-se e ir morar com Fedra kkkk eu, leitora, juntando as duas rsrs.

Beijão procês aí na sua Terra Linda!


Nadine Helgenberger

Nadine Helgenberger Em: 19/10/2025 Autora da história
A Lúcia é tanta coisa rsrsrsrs
Sabrina é daquele tipo de gente que precisa acontecer um terremoto para ela despertar para a vida rsrsrs
Ah, mas eu no lugar dela não ia morar com a Fedra, aliás, essa não tem namorado? kkkkkk


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