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  • O Nosso Recomeco - 2a Temporada
  • capitulo vinte e nove: campo minado

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O Nosso Recomeco - 2a Temporada por nath.rodriguess

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Palavras: 5314
Acessos: 645   |  Postado em: 12/10/2025

capitulo vinte e nove: campo minado

CAPÍTULO VINTE E NOVE. CAMPO MINADO.


O caso da Phetra estava tirando meu sono. A mídia estava em cima de nós, era muito a ser feito. Hoje iríamos passar pela audiência de custódia, eu não estava muito otimista, mas com toda certeza, eu já estava preparada para o pior. 

Entrei na sala impassível, encarei Phetra que respirou aliviada em me ver. O promotor com aquela cara de cu — como sempre e Roberta ao meu lado. A minha sócia nunca participava dos meus casos, mas nesse ela pediu pra ser co-advogada. Ela estava comigo nessa, estávamos juntas. 

Tínhamos um propósito. 

Ou talvez, só talvez, ela estivesse preocupada comigo e quisesse me proteger, com o instinto maternal que ela sempre teve sobre mim.

Olhei para o juiz que ajeitava seus óculos. O promotor me olhava com desdém, mas eu estava pronta pra atacar, se necessário. Dizem que a defesa é o melhor ataque e, particularmente, éramos boas na defesa.

— Bom dia, Excelência — disse firme, deixando a pasta sobre a mesa.

— Doutora Florence... — o juiz respondeu, reconhecendo meu sobrenome com aquele tom que sempre me incomoda.

Roberta se sentou ao meu lado, me lançando um olhar como quem diz: “controla”. 

O juiz iniciou:

— Estamos aqui para analisar a legalidade da prisão em flagrante de Phetra Medeiros, acusada de homicídio qualificado.

O promotor se adiantou:

— Excelência, a prisão é absolutamente necessária. O crime foi brutal, a ré confessou o ato, e há risco evidente à ordem pública. Liberdade, neste momento, seria uma afronta à vítima e à sociedade.

Revirei os olhos.

— Excelência, a defesa não nega a gravidade dos fatos, mas há contexto, e ele não pode ser ignorado.

Olhei rapidamente pra Phetra.

— Ela agiu em legítima defesa. Foi agredida, ameaçada, e reagiu como qualquer ser humano faria ao lutar pela própria vida.

Pausei.

— Ela não fugiu, não se escondeu. Permaneceu no local, chamou ajuda. Isso não é atitude de quem tenta se esquivar da Justiça.

O Promotor cruzou os braços, replicando:

 — Com todo respeito, doutora, a cena do crime fala por si. Três facadas não são um acidente.

— Acidente com certeza não é, mas com certeza cada facada foi para se libertar do homem que limitou sua liberdade a vida inteira. O laudo da perícia fala por si só.

O Juiz apoiou a mão na mesa, me olhando com cautela.

— Muito bem. O tribunal vai avaliar o pedido. A decisão será comunicada ainda hoje.

Phetra me olhou com os olhos cheio d’água. Antes que os guardas a levassem, toquei seu braço de leve: 

— Cabeça erguida, ainda não acabou.

Já no carro com Roberta, ela pergunta:

— Você acha que ele vai converter em preventiva?

— Acho — respondi. — Mas a gente vai lutar. 

— Vamos sim. 


Cheguei ao escritório e alguns associados me pararam no corredor para tirar dúvidas sobre alguns casos, eu estava distraída com isso. Roberta já havia ido para sua sala, eis que Cibelle surge na minha frente, com seu ar irônico, mascando um chiclete, vestida com uma saia de couro até o joelho, meia calça, coturno e blusa sem manga. 

É, olhei-a de cima a baixo, não julgando, claro. Achei tendência. Amava como ela se vestia, como ela tinha personalidade própria e seu trabalho era impecável. Rápida. Engatilhada. Fazia de tudo por mim, desde café até telefonemas duvidosos. Ela negociava honorários com meus clientes líderes de facções. Nunca tremeu. E eles gostavam dela, mandavam mimos, inclusive. 

— Doutora Florence — disse ela, inclinando a cabeça com um sorriso de canto —, tem uma senhora lá fora te esperando.

— Cliente nova? — perguntei, já sentindo meu dia não rendendo.

— Ah... nova não é a palavra. — Ela estalou a língua, fingindo pensar. — Digamos que... edição especial de 1980, capa dura, nostalgia pura.

Eu segurei o riso. 

— O que eu já falei sobre chicletes? 

— Sei que não é nada profissional, mas é o único jeito de eu largar o vício.

Reviro os olhos. Cigarros.

— Nome da pessoa?

— Adriana.

Respirei fundo. Porr*, logo hoje? 

— Ah, e só pra constar — ela piscou —, adorei essa vibe “secretária nova encontra secretária antiga”. Tô achando chique esse choque de gerações.

Olhei para ela com um olhar ameaçador. Ela sabia da história. Eu havia contado por alto que minha secretária antiga e eu tínhamos cortado vínculo por problemas pessoais. E, por esse motivo, eu não deixava Cibelle participar muito da minha vida. Nem ela e nem Anthony, mas eles sabiam que eu não era nenhuma carrasca, era por proteção mesmo.

Andei até o corredor e pude observá-la com os braços cruzados sentada no sofá da recepção, onde já solicitou que clientes sentassem tantas vezes. Expressão dura, fria, gélida. Foi como a recebi.

— Achei que você tivesse esquecido o caminho — eu disse sem olhar pra ela, aproximando o cartão magnético da fechadura da minha sala. Ideia de Anthony, alguns Conselheiros vieram espionar meu escritório a noite.

— Engraçado… você soube o caminho direitinho de São Paulo. 

Suspirei.

— Se veio pra discutir, não escolheu o momento certo.

Fiz um sinal para que ela entrasse, Cibelle voltou para o seu posto, seu olhar dizia: “está tudo bem? quer que eu dê um sumiço nessa aí?”, fiz um sinal pra ela que estava tudo bem e entramos. 

— Você disse pra esperar o momento certo? — ela riu, mas o riso veio com raiva. — O momento certo seria antes da minha filha se deitar com a ex da mãe dela? Ou antes da madrinha que dizia não sentir nada por ela ceder aos caprichos e beijá-la? 

Ela respirou fundo, e então soltou o veneno:

— Ou antes de saber que minha filha virou uma puta? 

Senti meu sangue ferver.

— Não fale assim da Amanda.

— Eu falo como quiser, ela é minha filha! — Adriana deu um passo à frente, a voz embargando. — E eu quero entender onde foi que você se meteu no meio disso, Anna!

— Eu não me meti. E não te devo satisfações.

— Ah, não? — Adriana avançou. — Porque pra mim tá muito claro que tudo começou quando ela te conheceu. A “dinda perfeita”. A mulher que jogava bola, defendia causas, encantava todo mundo.

Respirei de forma tediosa. E lá vamos nós…

— Eu nunca incentivei nada, Adriana.

— Mas você também nunca se afastou! — Adriana rebateu, a voz quebrando. — Você virou o espelho dela! A mulher que ela queria ser… e amar.

 — Você precisa entender que os sentimentos dela não são minha responsabilidade. Aliás, todos precisam entender isso. Não sou responsável pelo que o outro sente e sim pelo que eu sinto e por Amanda, eu não sinto nada. 

— Então de quem são?! — Gritou — Da Paola, que nunca quis criar? Da Andressa, que agora se envolve com a filha que eu tentei proteger? Ou de você, que apareceu na minha vida pra virar o centro de tudo?

— Você não pareceu se importar a partir do momento que apareci na sua vida e mudei tudo. Quando você estava prestes a perder sua filha, eu segurei sua mão. Quando você estava desempregada e não tinha condições de manter Amanda, eu te dei um emprego, uma oportunidade. Na verdade, eu sempre quis ajudar Amanda. E sobre Paola que nunca quis criar, não seja hipócrita… você se envolveu com ela e ainda traiu Andressa com quem sempre tentou afastar sua filha de você. Uma pessoa que nunca te amou, nunca amou a própria filha… ela só ama a si mesma.

Ela se aproxima perigosamente de mim e eu não recuo.

— Você destrói tudo que toca, sabia? Tudo.

Dou uma risada, sustento meu olhar no dela.

— Eu tento consertar o que os outros destroem. Só isso.

— Então parabéns, doutora Florence — ela cuspiu o título como um veneno. — Mais um caso em que você mexe com vidas que não devia. Minha filha tá fodendo com a madrasta, graças a você. Parabéns, você a ensinou direitinho.

A porta se abre, Cibelle entra quase esmurrando a porta. 

— Desculpa Dra. Anna, não pude deixar de ouvir esses absurdos. — Ela se vira pra Adriana — Ponha-se daqui pra fora, a minha chefe não vai discutir problemas pessoais no trabalho. Aqui ela é a Dra. Florence, CEO, dona dessa porr* toda, você não vai desmoralizá-la aqui dentro. 

— Quem é você, sua fedelha? — Adriana olha Cibelle com nojo

— Alguém que agora faz o seu trabalho. E muito melhor do que você. Fora! — Ela grita a última palavra e eu a olho com orgulho

Adriana sai pisando em ovos, xingando Deus e o mundo. Cibelle imediatamente liga para a segurança do meu ramal. 

— Equipe, Cibelle. Secretária da Dra. Anna, prestem bem atenção nessa mulher que vai passar pelo saguão: a entrada dela está terminantemente proibida aqui. Dra. Anna não a quer aqui dentro, estamos entendidos? Peguem as credenciais. Obrigada. 

Ela desliga o telefone e vira imediatamente pra mim. 

— Doutora… você está bem? 

— Claro que estou... eu tenho um pinscher na porta. Sei que estou protegida por você.

Ela dá um sorriso. 

— Você acabou de me chamar de cadela, isso não seria assédio moral? — ironiza 

Eu me sentei na poltrona, ajeitei o paletó, respirei fundo.

— Fecha a porta, Cibelle.

Ela obedeceu, encostando-se à madeira. O barulho do trinco soou mais alto do que deveria.

— Quer que eu traga um café? Um calmante? Um exorcista? — perguntou, arqueando uma sobrancelha.

— Só o café, obrigada. — respondi, sem levantar o olhar dos papéis que eu fingia revisar.

— Achei que você fosse jogar a xícara na cara dela.

— Tive vontade. — admiti.

— Eu teria feito. — ela rebateu, voltando pra perto da mesa. — Aquela mulher fala como se o mundo girasse em torno da própria amargura.

Sorri de canto. 

— Sério, eu deveria cobrar ingresso para trabalhar aqui.

Soltei uma risada curta, vencida.

— Você não presta.

— Mas te defendo melhor do que qualquer advogado aqui dentro. — Ela piscou, indo em direção à cafeteira. — Eu falo brincando, mas… foi pesado, viu? Ela passou do ponto.

Assenti.

— Estou acostumada. — olhei para ela — Obrigada, tá? Mesmo. Você é um pinscher, mas é o meu pinscher.

— E com orgulho, doutora. — respondeu ela, sorrindo — late e protege.

Balancei a cabeça negativamente e ela saiu da sala, o dia seguiu normalmente, mas na parte da tarde, Roberta entrou no meu escritório com o rosto tenso. 

— Saiu a decisão — disse, estendendo o papel.

Peguei o documento. Meus olhos correram pelas linhas frias do despacho judicial.

E lá estava.

“Converto a prisão em flagrante em prisão preventiva.”

Merda.

Mas eu já esperava.

Amassei o papel, fiz uma bolinha e joguei com toda força em um canto da sala. 

— Eu ainda estava com esperanças, mas… — diz Roberta

Ficamos em silêncio por alguns segundos. 

Peguei o celular, disquei o número da Penitenciária Talavera Bruce. Pedi pra falar com a diretora, Jordana Leone, que já me conhecia. Eu tinha uma grande carteira de clientes presas naquela penitenciária. 

— Doutora Florence… a que devo a honra?

— Phetra Medeiros.

Ela riu do outro lado da linha.

— Já foi transferida, Anna. Chegou há vinte minutos. 

Fechei os olhos.

Phetra estava oficialmente dentro do sistema.

⚖⚖

Com um copo de whisky na mão, me permiti sentar na poltrona da minha sala. A música que tocava na minha vitrola era “Ride”, da Lana Del Rey. Acessei uma caixa com charutos “montecristo” que havia na minha mesa de centro, ganhei de Roberta no último júri que havíamos vencido. Corto a pontinha do charuto com cuidado, acendendo ele com meu isqueiro maçarico. Tinha duas pontas, Amanda quem havia me dado de presente quando fomos ao Lollapalooza pela primeira vez, que foi seu presente de aniversário de 16 anos.

Levei à boca e puxei o primeiro trago. Soltei a fumaça devagar, vendo ela se desfazer no ar, como tudo que eu tento manter longe de mim. O dia tinha sido pesado. Phetra, Adriana… tudo de uma vez. 

Meu celular vibrou. Uma mensagem na tela me chamou atenção:

Mands:

Fiquei sabendo que minha mãe te procurou. Aposto que ela fez o show de sempre.

Mas… eu precisava te ver.

Tentei focar na fumaça, na sensação de relaxamento que degustar um charuto me trazia.

Mas o problema é que Amanda nunca foi “qualquer coisa”.

 E eu odiava isso.

O celular vibrou de novo.

Mands:
Posso passar no seu escritório mais tarde? Prometo não causar.
Só quero conversar.

Peguei o aparelho, digitei e apaguei a resposta umas cinco vezes.

Até que escrevi:

Anna Florence - Adv:
A gente conversa. Mas não aqui.

Suspiro. Marco com ela em um pub próximo ao escritório, torcendo de verdade para não me arrepender dessa conversa. Ligo pra Fernanda com o coração na mão, sabia que ela não ia gostar nada disso, mas era uma conversa necessária.

— Oi, amor. — ela atende com um tom carinhoso

— Oi, vida. Tem um minuto? 

— Claro, aconteceu alguma coisa? — seu tom é de preocupação

— Preciso te contar uma coisa antes que você ouça de outro jeito... Adriana apareceu no escritório hoje.

— Sério? Como foi? — posso ouvi-la revirar os olhos

— É, foi um show à parte. Cibelle quase expulsou ela na coleira. — tentei rir, mas a voz saiu seca. — E... ela jogou na minha cara que sabe da Amanda. E que eu sei sobre Andressa.

Fê respirou fundo, aquele respiro sem paciência.

— E você vai fazer o quê?

— Vou encontrar Amanda mais tarde.

Pausa. Longa.

— Onde?

— Num pub aqui perto do escritório.

— Pub? — ela riu sem humor. — Que romântico.

— Fê…

— Não se explica, Anna. Você sempre sabe o que está fazendo. — o tom dela tinha ironia e mágoa junto

— Não é o que você está pensando.

— Claro que não é. — A voz dela baixou. — Mas o problema é que eu sei o que eu tô pensando.

Antes que eu conseguisse responder, ouço o bip da ligação sendo encerrada.

Olhei pro celular, respirei fundo e murmurei pra mim mesma:

— É hoje.

Mais tarde, no pub, eu estava sentada com um drink na mão, olhando meu celular em busca de alguma mensagem da Fê. Não tinha uma mensagem, um storie, um post, nada. Depois que ela desligou o telefone na minha cara, não quis falar comigo o restante do dia. É, eu teria que encarar minha mulher quando chegasse em casa e garanto que a ira da monstrinha era pior do que tratar de um caso de homicídio qualificado. 

Amanda chegou minutos depois. Cabelo solto, calça jogger, cropped, bem despojada. Sorriu assim que me viu, dei um sorriso contido e acenei.

— Olá — ela diz, puxando a cadeira para se sentar de frente pra mim

— Oi… como você está? — pergunto

— Bem e você?

— Bem também.

Silêncio.

O garçom chega e ela pede uma água com limão, o que era muito estranho.

— Não vai beber?

— Não estou bebendo mais, minha psicóloga e eu temos um acordo — sorriu — Na verdade, o acordo é mais comigo do que com ela.

— Fico feliz que tenha dado certo a questão da psi — dou um sorriso sincero

— Obrigada por tanto… eu achei que depois de tudo, você iria parar de pagar, eu até me preparei financeiramente pra isso, mas… você não parou. Por quê? 

— Porque eu prometi que ia te ajudar e eu geralmente costumo cumprir com a minha palavra. — olho direto em seus olhos

— Obrigada por não me abandonar… quer dizer, não completamente. — ela dá um sorriso de canto e abaixa a cabeça

— Disponha…

— Eu sabia que você não ia me ignorar pra sempre. Obrigada por ter aceito o convite pra vir aqui.

— Eu quase consegui. — respondi, mantendo a voz neutra.

Ela sorriu de canto.

— Você nunca foi boa nisso.

Silêncio.

— Minha mãe te procurou, né? — ela começou.

Assenti.

— E fez um show no meu escritório — revirei os olhos — mas vamos do começo… Você, Andressa… depois de São Paulo, como ficaram as coisas?

Perguntei e dei um gole no meu drink. Precisava estar anestesiada para essa conversa. 

— Nós… estamos juntas. Namorando. — ela ruboriza 

— Desde São Paulo? 

— Não… tem um mês que nós… decidimos tentar. Nos arriscar. No início, ela me confundiu muito.

— Te confundiu?

— É. — ela ri, um riso que morre rápido. — Acho que herdei esse gosto por mulheres complicadas.

Eu arqueei a sobrancelha, mas não disse nada.

— Como sua mãe descobriu?

— Quando eu larguei tudo em São Paulo e tomei a decisão de morar no Rio, novamente. Eu não ia conseguir manter um relacionamento a distância… eu vou assinar com o Botafogo aqui. Mas, sinceramente, eu tô cansada. Quero fazer faculdade. 

— Calma. Me conta uma coisa de cada vez. Largou sua carreira no Corinthians pela Andressa?

— Não. — sorriu, mas um sorriso triste — Eu não estava feliz. Tudo era cinza e… não tinha você. 

Nesse momento, nos entreolhamos, mas eu desviei o olhar.

— Certo… e depois?

— Depois de muita terapia, autoconhecimento, eu tomei a decisão. Andressa nunca me forçou a nada, ela até aceitou um relacionamento a distância, mas eu não poderia fazer isso com ela, com a gente… eu não ia conseguir. — fez uma pausa para beber sua água — Comuniquei às minhas mães que estava voltando e aí minha vida virou um inferno. Elas queriam me afastar de você, do Rio, das confusões… mas eu já era outra Amanda, entende? — assinto — E quando eu cheguei aqui… elas começaram a me seguir, ou melhor, a me perseguir. É doentio, porr*. 

Ela fica triste, a relação com as mães havia acabado. 

— Da Paola eu sempre esperei, mas da minha mamãe, da Adriana… aquela que sempre fez tudo por mim… eu não esperava, Anna. Eu não esperava, sabe? — os olhos dela marejaram, eu seguro suas mãos sob a mesa, de forma que passe força e incentive ela a continuar falando. Ela olha nossas mãos, segura firme. — Depois que ela voltou a se relacionar com a Paola, a cabeça dela virou. Ela virou outra pessoa. 

Ela suspirou, um suspiro trêmulo.

— Anna, eu… não fui fácil. Eu não estava bem, eu não sabia lidar com o que eu sentia por você, não sabia lidar com você não sabendo disso, não enxergando, não correspondendo… eu estava tão mal, tão confusa. Mas eu não merecia que minha mãe me virasse as costas. Eu não merecia que ela se apropriasse do meu patrimônio, fruto do meu esforço, do meu trabalho… e hoje, as duas estão lá, restaurantes caros, vinhos exorbitantes, viagens… — ela deu um sorriso doloroso — elas descobriram porque me seguiram, eu e Andressa temos o costume desde quando voltei ao Rio de irmos à praia a noite, namorar um pouco, sabe? E… nesse dia, a gente estava no Recreio, estávamos nos beijando, só senti o meu cabelo sendo puxado pra trás…

Segurei as mãos dela com força.

— Quem fez isso com você? — meu coração já estava explodindo de ódio

— Minha mãe… Adriana. — ela começou a chorar copiosamente, eu apertava suas mãos, mas estava incrédula. 

Que hipócrita do caralh*. Quero matá-la.

Que mãe de merd*. 

— Amanda… eu tô aqui. Porr*, porque não me contou?

— Você tinha voltado com a Fernanda, eu não queria te atrapalhar mais. Eu vi as fotos de vocês viajando e eu não queria te preocupar com a minha vida. Eu tinha medo. Medo de te perder de vez, mais do que já tinha perdido. Medo de que você me visse só como mais um problema do qual tinha de cuidar. 

Respiro fundo.

— Você não é um problema pra mim, Amanda… você é minha afilhada. — disse, séria. — Você foi uma menina que precisava de socorro, hoje é uma mulher que está tentando recomeçar. Você não precisa de inimigos. Muito menos mães inimigas. Ninguém merece isso.

Ela sorriu de canto, fez um carinho na minha mão, mas ainda sim, me senti na obrigação de perguntar.

— Você ainda sente? 

— O quê? — ela pergunta, confusa

— Algo por mim… 

Ela balançou a cabeça negativamente.

— Acho que eu confundi tudo… eu não sei explicar direito, mas… a minha psicóloga disse que eu estava transferindo um sentimento pra você que não deveria existir. Acho que era um pouco de carência, de querer atenção… bem, eu acho que ela tem razão — sorri 

— É… talvez ela tenha — digo, bebendo mais um gole do meu drink — E o que você sente pela Andressa?

— Eu não sei se é amor. Eu… ainda tô descobrindo meus sentimentos ainda, mas é bom estar com ela, eu tô apaixonada. — ela sorri — eu sei que é bem estranho me ouvir falar isso da minha ex-madrasta, mas eu realmente tô me sentindo segura com ela, tô me sentindo bem… e tô feliz.

— Não vou te julgar. — digo — Mas peço que tome cuidado com as suas mães. Elas não me parecem muito sensatas.

— Me conta o que aconteceu quando ela foi te procurar.

Contei tudo à Amanda, contei que ela foi ao meu escritório, das palavras que disse e a forma como minha secretária enxotou ela quase a ponta pés. A mais nova riu muito disso e eu também, me disse que quer conhecer a Cibelle e eu faço uma observação sobre as duas se parecerem em alguns aspectos.

— Você quer que eu peça uma medida protetiva pra você? — digo em um tom mais sério e protetor 

— Não, vamos deixar tudo como está. Se ela chegar perto de mim ou me agredir de novo, eu falo com a minha advogada — piscou 

— Deixa Andressa te ouvir falar isso… — balanço a cabeça negativamente — do jeito que a loira é ciumenta, capaz dela contratar outro advogado pra cuidar do seu caso.

— Acho que eu tenho uma queda por mulheres bravas 

— É, você gosta das lobas — dou uma risada 

— Andressa… é diferente. A gente tem conexão em tudo. Conversa, beijo, sex*, tudo. 

— Amanda… não. — tampo os ouvidos — eu não preciso saber disso.

Ela dá uma risada, enquanto isso, chamo o garçom e peço algo para comermos. 

— Fica comigo hoje? — ela murmurou.

Olhei pro relógio, pensei no caso da Phetra, no despacho que jurava engolir meu dia, na Adriana que eu queria restringir a um processo. Pensei em Fernanda que, provavelmente, não ia curtir nada. Pensei em tudo e escolha foi simples.

— Fico — respondi. 

Conversamos sobre tudo. Passado, presente, planos futuros… demos risadas de mil coisas, estávamos realmente nos reconectando como madrinha e afilhada e eu estava amando isso. Eu gostava da Amanda na minha vida. Claro, a Amanda sã. Não a rebelde, não a eterna adolescente. 

— Anna… obrigada por vir. Eu precisava te ver. 

— Eu sei. — respondo, com um sorriso leve. — E agora que você já me viu, promete que vai cuidar de você?

 — Prometo. — ela diz, sorrindo.

Eu ia dizer mais alguma coisa, mas vi uma figura conhecida atravessar o pub. Salto alto, vestido com decote ombro a ombro que deixa o colo e os ombros à mostra, ele marcava toda sua silhueta.

— Fernanda está aqui — digo, mais para mim do que pra Amanda

 Cada movimento dela é um aviso. O olhar, firme, percorre o ambiente até encontrar o que veio buscar: eu.

— Você chamou ela? — Amanda perguntou, num tom que misturava surpresa e medo

— Eu não sou tão suicida assim. — respondi, sem desviar os olhos de Fê.

Fernanda parou ao lado da mesa.

O garçom tentou se aproximar, ela apenas ergueu a mão:

— Um dry martini.

Vestido preto, cabelo solto, batom vinho. A mulher parecia ter saído direto de um pecado capital. 

Puta merd*, os azuis dos olhos dela eram pura faísca.

— Boa noite. — disse, sem piscar.

Amanda engoliu seco.

Eu não consegui disfarçar o impacto.

Sentou-se ao meu lado com calma. Olhou pra Amanda, depois pra mim. E antes que eu pudesse falar algo, se inclinou devagar, segurou meu queixo e me beijou. 

 Demoradamente. Intencional.

Quando sua boca se afastou da minha, eu ainda estava de olhos fechados, sem saber o que dizer. Fernanda apoia o cotovelo na mesa, cruza as pernas com calma, encara Amanda com um sorriso frio e diz:

— Também quero participar da conversa.

Amanda pigarreou, a voz saindo trêmula. Tadinha. Eu acho que ela realmente estava pensando nesse momento que iria terminar a noite ao lado do Pai, se é que me entendem. 

— Eu… eu estava só contando pra Anna sobre como tem sido… minha vida. — ela gesticulou, nervosa. — Eu não quis causar nenhum mal-entendido, juro.

Fernanda deu um pequeno sorriso, irônico.

 — Mal-entendidos não me incomodam. — disse, girando o copo de martini entre os dedos. — O que me incomoda é quando alguém tenta criar um.

— Fê… — comecei, em tom baixo, mas ela levantou um dedo, pedindo silêncio.

— Se você está se aproximando da minha mulher com segundas intenções, Amanda… — ela inclinou o corpo levemente pra frente, o olhar fixo, frio, e perigosamente calmo — posso te garantir que não serei tão educada como fui das outras vezes.

Amanda respirou fundo, tentando manter a postura.

— Eu não tenho segundas intenções. Eu só precisava conversar.

— Ótimo. — Fernanda recostou-se na cadeira, plena. — Você não tem psicóloga? Converse com ela. 

Deu um gole lento no drink, sem tirar os olhos dela.

— Porque essa conversa aqui, Amanda, terminou no momento em que você achou que era uma boa ideia marcar um encontro com a mulher errada num pub.

Eu estava em choque.

Fernanda era uma monstrinha com ciúme, mas ela nunca tinha chegado a esse ponto. 

Eu olhei de uma pra outra, sentindo o rosto esquentar e a garganta seca.

— Fernanda…

Ela me olhou. Um olhar que dizia: "a gente vai conversar depois."

Céus, eu tô muito fodida. 

Amanda tentou sorrir, sem sucesso.

— Eu… já vou indo. — ela murmurou, levantando-se. — Foi bom te ver, Anna

— Igualmente. — respondi, mas a voz saiu fraca.

Quando Amanda se afastou, Fernanda soltou o ar pelo nariz e virou o copo de uma vez. 

 — Da próxima vez, escolhe um lugar menos público pra me deixar com vontade de cometer um crime.

Engoli seco.

— Paga a conta e me leva pra casa. 

Era uma ordem, ela não estava brincando.

Paguei a conta sem hesitar. O garçom foi rápido, graças a Deus. Quando saímos, estava um vento gelado no centro do Rio. Fernanda nem esperou eu abrir a porta do carro pra ela como de costume, apenas entrou e seguimos o caminho em silêncio.

Quando chegamos em casa, fui para o deck. Precisava pensar e com certeza queria esperar Fernanda dormir primeiro, pois não queria correr o risco de levar uma facada nas costas.

É brincadeira, ela não era violenta. Mas ciumenta, com certeza.

Para minha surpresa, ela sentou-se na espreguiçadeira de frente pra mim, já com um roupão e sem maquiagem. 

— Você sabe que agiu feito uma idiota? — ela soltou, sem rodeios

— Eu só fui ouvi-la. Ela precisava desabafar. — respondi o básico

— Desabafar? — ela riu, mas totalmente sem humor — Você marca um encontro num pub com a sua afilhada sugar baby e não espera que eu reaja?

— Sugar o que? — eu ri, mas logo desfiz o sorriso, pois ela estava séria —  Ela foi como minha afilhada, não como a Amanda que se apaixonou por mim.

Por um segundo achei que ia sair uma discussão, daquelas que nos queima inteiras. Mas, surpreendentemente, Fernanda parou, me olhou  com os olhos mais tristes do mundo e soltou:

— Eu tenho medo, Anna. 

— Medo do quê? — perguntei, porque precisava enfiar lógica nessa confusão.

— De te perder. 

Ah, vida. Você não corre risco algum...

— Amor… é claro que não vai.

Sentei-me ao seu lado, segurei seu queixo com delicadeza, fazendo-a olhar pra mim. 

— Eu te amo, Fernanda Alencar. Muito. Não há nada e nem ninguém nesse mundo que vá substituir esse amor. Ou acabar com ele. É grande demais. Nos amamos. É isso que importa. Como eu disse: não quero bomba nenhuma para explodir em minhas mãos, tudo que me importa na vida é você e a Cecília.

Ela me abraçou forte. 

E chorou. 

Fiquei fazendo carinho nos seus cabelos e a puxei para deitar no meu peito, naquela espreguiçadeira minúscula. 

— Olha, eu não tenho um dia de paz… não posso te prometer estabilidade, na minha vida são muitas tempestades, mas… você é meu arco-íris depois delas. É pra você que eu volto depois de um dia ruim, é nos seus braços que eu quero estar depois da gente fazer amorzinho, é no seu colo que eu quero ficar quando tô de dengo. — sorri — Não tem outra pessoa, Fê. 

— Me dá um motivo pra não matar aquela menina de pancada — sorriu 

— A minha Fê não é assim, a minha Fê é doce. A mulher mais doce que eu já conheci. Essa versão Bibi Perigosa eu desconheço — rimos — mas eu amo a minha esposa doce, risonha, sonhadora, que luta pela nossa família todo dia. É essa Fernanda que eu amo. 

— Achei que gostasse da sua monstrinha também — sorriu

— Eu gosto de todas as suas versões. Inclusive, a monstrinha. — dou um beijo na testa dela

— Eu quase morro de ciúme de você… 

— E eu de você — admito — Mas eu nunca faria nada que traísse o nosso amor. Você não confia em mim?

— É claro que sim. Só que eu não gosto de ninguém tocando o meu amorzinho. 

Sorri.

— Então vem garantir o território. — sussurrei, antes de beijar seus lábios.

O beijo começou leve, mas Fê, como sempre, não sabe só nadar na superfície. Ela se inclinou mais, a mão deslizando pela minha nuca, puxando-me pra perto, como se quisesse realmente marcar território. 

— Tá vendo? — ela sussurrou entre um beijo e outro. — Eu não sei brigar com você por muito tempo.

— Nem eu com você. — murmurei, sentindo o gosto do martini na boca dela.

Ela encostou a testa na minha, respirando devagar.

— Quando eu te vi naquele pub, eu juro… meu corpo reagiu antes da cabeça. Eu só pensava que alguém tava se aproximando demais do que é meu.

— Eu sou sua. — disse, simples.

Fernanda abriu um sorriso cansado, mas tão lindo.

— Fala de novo.

— Sou sua.

Ela fechou os olhos, como se aquelas duas palavras fossem uma prece. E então me beijou outra vez. 

Dessa vez, sem medo.

O tipo de beijo que dissolve o resto do mundo — o barulho das ondas batendo no casco, o vento do mar, o arrepio subindo pela pele. Lembrei da gente no veleiro. 

Quando se afastou, os olhos dela ainda estavam fixos em mim, os azuis brilhando em uma mistura de desejo com amor. 

 — Eu te amo tanto que chega a doer.

— É recíproco. — sussurrei, sorrindo.

Ela deitou a cabeça no meu ombro, e ficamos assim, as duas respirando o mesmo ar, o mesmo alívio. Por um momento, não existia Adriana, Amanda, nem fantasmas do passado.

Só nós.

E por pior que fosse a tempestade, a gente sempre sabia o caminho de volta.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Gente, falta só mais um capítulo pra terminar ONR :( 

eu tô em prantos 

meu deus, consigo nem escrever aqui

mas todo ciclo precisa de um final para que outro ciclo possa chegar. 

obrigada mesmo a todo mundo que está acompanhando ainda, vida corrida, mas tento dar o meu máximo aqui por essa história e por vocês

obrigada a quem está acompanhando a primeira no wattpad também! 

ai gente, não quero me despedir

meu insta: @nathh.autora 

eh isso :( 


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Comentários para 30 - capitulo vinte e nove: campo minado:
HelOliveira
HelOliveira

Em: 12/10/2025

A Monstrinha foi demais, Amanda fugiu rapidinho...KKK eu já disse que amo a Fernanda hoje?....então amei mais ainda.

Cibele foi demais....e quanto a Adriana ainda acho que ela merece apanhar viuu.

Como é difícil dar tchau para ONR....sou muito apaixonada 


nath.rodriguess

nath.rodriguess Em: 12/10/2025 Autora da história
Nossa monstrinha é maravilhosa!
Adriana merece um final trágico kkkkkkkk
Ah, Helena, que bom saber que você é apaixonada, fico muito feliz. Obrigada por continuar aqui ^^


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Lea
Lea

Em: 12/10/2025

Está chegando a hora de dar tchau!!

Nossa,como gosto dessa Cibelle!!! Kkk

A Paola fez uma lavagem cerebral na Adriana?? Que porre essa mulher!

Será que,a Anna vence esse caso,e/ou ao menos diminui a pena da Phetra??

Fernanda do céu,por essa não esperava! Ir até o pub,e mostrar que essa mulher chamada Anna, é casada e muito bem casada!

Possessiva,sim,mas,amei! Kkk


nath.rodriguess

nath.rodriguess Em: 12/10/2025 Autora da história
A Cibelle é um ícone KKKKKKKK Sobre a Phetra, vocês saberão no último capítulo.

Hahahaha a Fê monstrinha é um perigo, vocês não tem noção

mas tbm em relação a Amanda, a Fê passou a história toda aguentando e ainda foi simpática, no final eu tive que mostrar esse lado não tão simpático assim da nossa ruiva

O tempo pode até passar, mas o ciúme... hahaha esse sempre fica...



nath.rodriguess

nath.rodriguess Em: 12/10/2025 Autora da história
A Cibelle é um ícone KKKKKKKK Sobre a Phetra, vocês saberão no último capítulo.

Hahahaha a Fê monstrinha é um perigo, vocês não tem noção

mas tbm em relação a Amanda, a Fê passou a história toda aguentando e ainda foi simpática, no final eu tive que mostrar esse lado não tão simpático assim da nossa ruiva

O tempo pode até passar, mas o ciúme... hahaha esse sempre fica...


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