Capitulo 26
Heather encostou a caminhonete na frente da casa dos Wang. As luzes já estavam apagadas, e o silêncio do bairro pesava sobre a madrugada fria. O ar era tão gelado que cada respiração saía em forma de névoa branca. Mei desceu, puxando o casaco para mais junto do corpo, o vestido elegante escondido por baixo, e por um instante ficou parada na calçada, encarando Heather.
— Boa noite, Heather. — disse, com uma voz baixa, quase um sussurro, carregado de emoções que nenhuma das duas ousou destrinchar ali, tão expostas ao mundo.
Heather apenas assentiu, prendendo-se no olhar dela, como se quisesse gravar cada detalhe, a curva suave dos lábios, os cabelos soltos caindo pelo rosto, as bochechas coradas pelo frio e pela intensidade da noite.
— Boa noite, Mei. — respondeu, com a voz mais grave do que pretendia.
Mei virou-se, caminhou até a porta de casa e entrou. Heather ficou ali, dentro do carro, observando as luzes do hall se acenderem por um instante antes de se apagarem outra vez. Só então ligou o motor e avançou... por meros dez metros, até estacionar na entrada de sua própria casa, logo ao lado. Sorriu sozinha com a ironia disso: tinha acabado de levar Mei "para casa", mas não para longe de si.
Quando entrou na sua sala aquecida, removeu o casaco pesado e se deixou cair no sofá, os pensamentos fervilhando. A cena da sala do Anderson voltava em flashes, Mei dançando, os olhares masculinos e femininos sobre ela, o ciúme que Heather mal conseguira conter, a confissão devastadora no estacionamento. "Eu sempre te amei." Essas palavras ainda latej*v*m nela como uma ferida recém-aberta, mas ao mesmo tempo... um bálsamo.
Heather se ergueu, inquieta. Olhou para o relógio. Passava das duas horas, mas o sono não vinha. Pegou o celular, hesitou... e acabou digitando na busca algo que nunca tinha imaginado fazer aos trinta anos: "primeira vez entre duas mulheres", "como preparar uma mulher virgem", "dicas para sex* lésbico carinhoso".
Os resultados apareceram em vídeos, artigos, fóruns. Heather ajustou o volume do celular no mínimo, quase envergonhada consigo mesma, mas seguiu em frente. Estava nervosa, não queria decepcionar Mei. Não queria que a primeira vez dela fosse marcada por dor, pressa ou inexperiência.
Sentada na penumbra da sala, Heather apoiou o celular sobre o colo e foi absorvendo cada detalhe. Técnicas, cuidados, a importância da paciência, da comunicação, do ritmo... e, sobretudo, da entrega. À medida que lia, um nó apertava seu peito. Era a primeira vez que ela encarava a virgindade de Mei não como um obstáculo ou um peso, mas como um presente. Algo único, que Mei escolhera dar justamente a ela.
A ideia a deixou orgulhosa. Orgulhosa e assustada.
"Ela me ama. Ela me esperou."
Heather fechou os olhos, lembrando do jeito que Mei a encarava naquela noite, como se não houvesse ninguém mais no mundo. Aquilo a fez sorrir, um sorriso tímido, quase adolescente. Nunca tinha se sentido assim com nenhum dos homens do seu passado. Nunca tinha desejado tanto acertar.
A madrugada avançava, mas o sono não chegava. Heather pesquisou até que os olhos começaram a arder. Então fechou o celular, deixou-o na mesinha de centro e ficou ali, abraçada ao próprio corpo, envolta na manta que puxara do sofá. Pela primeira vez em muito tempo, sentiu medo... mas um medo que vinha junto da esperança.
Na casa ao lado, as luzes permaneciam apagadas. Heather imaginou Mei já dormindo, talvez sonhando com ela. Essa ideia a confortou.
— Vai ser perfeito, Mei. — murmurou, sozinha no escuro. — Eu prometo.
E com essa promessa silenciosa, deixou-se enfim adormecer, ansiosa pelo amanhã.
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O sol mal havia despontado por trás das montanhas cobertas de neve, tingindo o céu de tons rosados. O frio era cortante, típico de Unalaska naquela época do ano, o gelo tinha chegado com força. O vento batia contra as janelas, fazendo-as vibrar suavemente, mas dentro das casas o calor das lareiras e aquecedores criava um aconchego que contrastava com o clima severo do lado de fora.
Na casa dos Wang, Mei acordou antes de todos. Sentou-se na cama, abraçando os próprios joelhos, tentando processar a sensação de que aquele seria o dia em que tudo mudaria. Heather tinha prometido.
Mei levantou, foi até o espelho e, por alguns segundos, encarou a si mesma. Os cabelos soltos e desgrenhados, a pele levemente marcada pela noite curta, mas o olhar brilhava. Um brilho que misturava ansiedade, nervosismo e euforia.
Passou os dedos pelos lábios, lembrando do beijo da noite anterior, da urgência de Heather, da forma como a capitã a segurava como se pudesse perdê-la. Mei sorriu sozinha, boba, mas logo sacudiu a cabeça e correu para o chuveiro quente.
Enquanto a água escorria, imaginava cada detalhe do dia que estava por vir. Não tinha medo, nem do desconhecido, nem da sua inexperiência. O que sentia era uma confiança tranquila: se fosse com Heather, tudo estaria certo.
Saiu enrolada na toalha, escolheu cuidadosamente a roupa que vestiria sob o casaco. Nada extravagante, não com esse frio. Vestio uma blusa de lã clara, justa o bastante para ressaltar suas curvas, e uma calça jeans escura. Se olhou no espelho mais uma vez, passando perfume atrás das orelhas, e riu nervosa ao perceber que cheirava mais forte do que de costume. "Exagero", murmurou, mas não diminuiu.
Na casa ao lado, Heather já estava de pé. A noite mal dormida deixara marcas sutis sob seus olhos, mas nada que um banho e uma dose de café forte não resolvessem. Enquanto vestia a camisa de flanela por baixo do casaco pesado, não conseguia evitar os pensamentos que voltavam, teimosos: "Ela me esperou. Ela sempre me quis. E eu... eu sou a primeira dela."
Dessa vez, não havia peso nessa ideia. Só orgulho. Orgulho e uma estranha doçura que não combinava com a imagem rígida de capitã que carregava no porto. Heather se surpreendeu com a própria ansiedade, ajeitando-se diante do espelho como se fosse uma adolescente prestes a sair no primeiro encontro.
Passou as mãos pelo cabelo, prendeu-o de maneira simples, mas depois soltou de novo, indecisa. Acabou deixando-o solto, como Mei gostava. Escolheu um perfume discreto, diferente do cheiro de cigarro e mar que a acompanhava no trabalho, algo que remetia a madeira e especiarias.
Quando estava pronta, ajeitou o casaco e se encostou na janela, observando a casa ao lado. Um sorriso involuntário surgiu quando viu a cortina do quarto de Mei se mexendo, revelando um vislumbre da mais nova se preparando. Era como um segredo compartilhado, silencioso, apenas entre elas.
Heather respirou fundo. Sentia um misto de ternura e possessividade, mas não daquela forma louca que já a dominara em outros dias. A capitã sabia que seu gênio forte e seu jeito controlador podiam estragar tudo se ela não se permitisse experimentar uma noite mais doce e tranquila com Mei.
O relógio marcava pouco antes do meio-dia quando Heather pegou o celular. Digitou devagar, apagou, reescreveu. Queria ser direta, mas doce. Queria que Mei soubesse que não era apenas sobre desejo, era sobre cuidado.
"Estou pronta. Te espero aqui na frente. Não precisa trazer nada, só você. E não esquece o casaco. Mal posso esperar para ter você só para mim hoje."
Heather leu a mensagem mais de uma vez antes de enviar. Assim que apertou o botão, viu do outro lado da janela a luz do celular de Mei se acender. Segundos depois, a cortina mexeu novamente, e Heather jurou ver o sorriso tímido da mais nova antes dela desaparecer do campo de visão.
Heather se ajeitou, pegou tudo que precisava, o coração batendo forte. Do lado de fora, o vento carregava flocos finos de neve pelo ar. E ela sabia que aquele dia ficaria marcado não apenas para Mei, mas também para ela.
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O celular vibrou sobre a cômoda, interrompendo os movimentos nervosos de Mei que passava batom pela terceira vez. Ela largou o tubo e correu até o aparelho, o coração acelerado antes mesmo de desbloquear a tela.
A mensagem de Heather iluminava o visor:
"Estou pronta. Te espero aqui na frente. Não precisa trazer nada, só você. E não esquece o casaco. Mal posso esperar para ter você só para mim hoje."
Mei apertou o celular contra o peito, mordendo o lábio para conter o sorriso. As palavras eram cuidadosas e intensas, a antiga heather tinha voltado. Ela estava sendo doce outra vez, como fora na juventude, como nas memórias que Mei guardava com tanto carinho.
— É agora... — sussurrou para si mesma, respirando fundo.
Vestiu o casaco grosso, pegou as luvas e ajeitou os cabelos, mas por dentro ainda podia sentir o perfume que passara horas antes, se misturando ao calor de sua pele. Olhou uma última vez para o espelho. A menina de catorze anos que ficava em segundo plano diante de Heather parecia distante; agora, era uma mulher pronta para viver algo só delas.
Saiu de casa com passos rápidos, aproveitando que seus pais não estavam na sala. O ar frio mordeu seu rosto, a neve fina caindo sobre os cabelos escuros, mas nada disso importava. A caminhonete preta de Heather já estava ligada, os faróis cortando a neblina suave que pairava sobre a rua estreita.
Mei abriu a porta e subiu. O calor do aquecedor a envolveu imediatamente, junto com o cheiro inconfundível de Heather: madeira, especiarias e um leve toque de maresia que parecia impregnado na pele dela.
— Oi... — Mei disse, tentando soar natural, mas a voz saiu baixa e com tremor.
Heather virou o rosto para ela, e o sorriso que deu foi pequeno, mas cheio de ternura.
— Oi, está com frio?
— Um pouco, é difícil se acostumar com esse frio de doer os ossos.
— Vou aumentar o aquecedor. — Heather segurou na sua mão. Os olhos da capitã a percorreram devagar, parando nos cabelos soltos, no rosto corado pelo frio. — Você está linda.
Mei sentiu o estômago revirar. Baixou os olhos, mas não conseguiu esconder o rubor nas bochechas.
— Você também... — respondeu, quase num sussurro.
O silêncio que se seguiu foi longo, mas confortável. Heather deixou sua mão pousando-a sobre a de Mei que descansava no colo. O gesto era simples, mas firme, como se fosse uma promessa silenciosa.
— Nervosa? — Heather perguntou, com um tom de voz calmo, quase protetor.
Mei respirou fundo, ainda olhando para a mão entrelaçada na dela.
— Só... ansiosa. Esperei tanto por isso. — Finalmente levantou os olhos, encarando Heather de frente. — Não acredito que é real.
Heather sorriu de canto, apertando levemente a mão dela.
— É real. — Depois, inclinou-se devagar, aproximando o rosto. — E vai ser perfeito.
Os lábios se encontraram num beijo suave, diferente da urgência da noite anterior. Um beijo lento, como se Heather quisesse provar cada instante. Mei correspondeu com igual delicadeza, até que sentiu a capitã aprofundar o contato, puxando-a de leve para mais perto no banco.
Quando se afastaram, Heather encostou a testa na dela, respirando fundo.
— Hoje você é só minha, Mei. O mundo pode esperar.
Mei fechou os olhos, sorrindo.
— Sempre fui sua, Heather.
O olhar que a capitã lançou a ela foi intenso, mas cheio de ternura. Com uma última carícia na mão da mais nova, Heather colocou a caminhonete em movimento, seguindo pela estrada coberta de neve. O destino, o lugar secreto que guardava apenas para momentos especiais.
Da janela, atrás das cortinas, Andrew viu quando Mei entrou no carro de Heather e o veículo ficou longos minutos parado antes de correr pela estrada. O pai de Heather sorriu, ele sempre quis que a filha fosse feliz e Mei era uma boa moça. Esse era o momento perfeito para as duas se redescobrirem com novos sentimentos.
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A caminhonete subia pela estrada sinuosa, margeando o mar. A paisagem do Alasca era de um silêncio majestoso, quebrado apenas pelo motor e pelo farfalhar do vento que batia contra a lataria. Mei mantinha os olhos grudados na janela, mas na verdade não prestava atenção à paisagem. Seu coração estava todo na mulher ao volante.
Heather, em contraste, parecia calma. Dirigia com uma mão firme no volante, a outra repousando próxima da de Mei, como se a qualquer momento quisesse entrelaçar os dedos de novo.
Depois de alguns minutos, a estrada terminou num pequeno espaço aberto, cercado por vegetação baixa coberta por neve. Havia uma vista espetacular do mar, o horizonte tingido de tons acinzentados, com o sol da manhã refletindo em fragmentos sobre o gelo. Heather desligou o motor e, antes mesmo de sair, virou-se para Mei.
— Chegamos. — sorriu de canto. — É o meu lugar favorito. Só pessoas especiais vêm aqui.
Mei mordeu o lábio, sentindo o coração disparar.
— Então... eu sou especial?
Heather não respondeu de imediato. Apenas inclinou-se e roubou um beijo suave, demorado, antes de sussurrar contra a boca dela.
— Muito especial. — Mei corou com as palavras da capitã.
Do lado de fora, o frio era intenso, mas Heather tirou duas manta grossa da caçamba da caminhonete e estendeu uma no chão, próximo a uma área protegida pelo relevo e pelas árvores. Tirou também uma cesta que havia preparado antes: garrafas térmicas, frutas, pequenos pedaços de bolo, queijo, vinho. Mei observava cada gesto, emocionada.
— Você planejou tudo isso... — disse, quase incrédula.
Heather ajeitou a outra manta sobre o seu corpo e sentou, batendo a mão ao lado.
— Planejei cada detalhe para que fosse perfeito. Para nós.
Mei se acomodou ao lado dela, compartilhando o cobertor com Heather para se proteger do frio. O vinho serviu para aquecer por dentro, mas o que realmente a queimava era a proximidade de Heather. O jeito que a mais velha a olhava, como se nada mais existisse naquele mundo, fazia suas mãos tremerem.
Depois de alguns goles e risadas tímidas, Mei, curiosa, olhou para a paisagem e depois para Heather.
— Aqui é mesmo lindo, tem algum motivo especial para esse ser o seu lugar favorito?
Heather ficou em silêncio por alguns segundos, os olhos fixos no mar. Quando respondeu, a voz tinha um tom diferente: mais baixo, íntimo.
— Aqui era o lugar dos meus pais. — ela sorriu com saudade. — Meu pai costumava me trazer aqui quando eu era criança... dos quatro aos dez anos. Ele sempre dizia que, antes de mim, esse era o lugar especial dele e da minha mãe. Eles faziam piqueniques aqui, sonhavam com a vida que queriam construir... e quando eu comecei a entender as coisas, ele me trouxe para que eu conhecesse esse pedaço do sonho deles. Conhecer um pouco mais sobre a minha mãe.
Mei o observava com os olhos marejados, absorvendo cada palavra.
— E ele te contava sobre ela? — perguntou baixinho.
Heather assentiu.
— Sim. Sempre que eu perguntava demais pela minha mãe, ele me trazia aqui. Mostrava fotos dela, contava histórias de quando eram jovens, das aventuras que viveram juntos... E me dizia que, quando eu crescesse, ia entender que eles sonharam comigo muito antes de eu nascer.
Ela fez uma pausa, respirando fundo, antes de completar.
— Esse lugar me lembra disso. Do quanto fui amada desde o começo. Do quanto eles me quiseram.
Mei, emocionada, deslizou a mão sobre a dela e apertou com delicadeza.
— Então... você está me trazendo a um dos lugares mais importantes da sua vida?
Heather virou-se, o olhar sério e intenso.
— Sim. Porque eu não consigo pensar em ninguém além de você que eu quisesse trazer aqui.
Heather virou o rosto na direção dela. Os olhos se encontraram, e foi como se o tempo prendesse a respiração.
Foi Mei quem rompeu a distância. Sem pedir, sem pensar, inclinou-se e pressionou os lábios contra os de Heather. A capitã gem*u baixo, instintivamente puxando-a para mais perto, até Mei deslizar e sentar-se em seu colo, ainda por cima da coberta. O beijo, urgente e desajeitado, carregava toda a fome de quem esperou demais.
Heather segurou firme a cintura dela, correspondendo, mas cada fibra do seu corpo gritava em conflito: o desejo de possuí-la agora, contra a promessa silenciosa de tornar a sua primeira vez inesquecível. Ela afastou os lábios por um instante, respirando ofegante, a testa encostada na de Mei.
— Você não faz ideia do quanto eu quero você agora... — murmurou, a voz rouca. — Mas não aqui. Eu preciso que seja perfeito.
Mei mordeu o lábio, o olhar faiscando de impaciência e ternura ao mesmo tempo.
— Pra mim, já é perfeito. Eu só preciso de você.
Heather sorriu, o coração disparado. A cada palavra de Mei, era mais difícil segurar. Mas ali, naquele lugar que guardava tantas memórias de amor e pertencimento, Heather sabia que estava prestes a criar uma nova lembrança, não apenas dela, mas delas duas.
A mais velha acariciou-lhe o rosto com ternura, o polegar deslizando pela pele corada.
— Eu só preciso de você também. — sorriu, doce. — Mas não vai ser em cima de uma manta, no meio da neve. Você merece mais que isso.
Mei suspirou, frustrada, mas o olhar de Heather a desarmou. Havia tanta certeza, tanto carinho ali, que não conseguia sentir raiva. Apenas desejo crescente.
Heather a beijou mais uma vez, breve, antes de se levantar e estender a mão.
— Vamos. Ainda tenho uma surpresa.
Mei pegou a mão dela sem hesitar, levantando-se. Seus olhos brilhavam de excitação, mesmo sem saber qual seria a próxima etapa.
Voltaram para a caminhonete. Heather dirigiu em silêncio por mais alguns minutos, até estacionar em frente a uma pequena pousada afastada da cidade. O letreiro iluminado tremeluzia sob a neve que caía, e Mei sentiu a respiração travar.
Ela olhou para Heather, que sorriu com um ar misterioso.
— Reservei um quarto pra gente. Lá dentro vai estar quente, aconchegante... e só nosso.
O coração de Mei deu um salto. Seus dedos tremiam, mas não de frio.
Heather desligou o motor e, antes de saírem, segurou a mão dela novamente.
— Está pronta?
Mei assentiu, sem conseguir soltar a voz, mas seus olhos brilhavam de desejo e certeza.
Heather sorriu, beijou-lhe a mão e abriu a porta.
— Então vem.
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O próximo capítulo promete em.
Lembrando que as cenas hot vai serão Light aqui e com alguns cortes.
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Prometo que você não vai se arrepender. Quem garantiu o livro em PDF tá adorando.
Fim do capítulo
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