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Depois eu te conto... por Nadine Helgenberger

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Palavras: 4379
Acessos: 1104   |  Postado em: 27/09/2025

Capitulo 13

 

Dirigindo de volta à cidade depois de um dia longo e estafante de trabalho entre reuniões e palestras pelo interior da ilha, Fedra tentava se situar entre uma realidade rotineira que já lidava com alguma tranquilidade e um vendaval emocional que começara depois de sua última ousadia. Há um tempo se lhe dissessem que teria tamanha coragem, não acreditaria, mas aprendera que a vida não espera estarmos prontos para nada, nem para nos atropelar com uma doença terrível, ou para nos encher de esperanças...o que a vida queria de nós era coragem...ousadia...

A estrada aos poucos ganhava luzes amareladas da iluminação publica, enquanto os pensamentos iam da rotina prazerosa no trabalho, o dia-a-dia maravilhoso com a mãe, as incontáveis ligações da filha pedindo opinião, desde sobre que rumo dar à vida, à roupa que deveria usar para sair com o novo crush. Sorriu, é, não podia se queixar da vida...não dessa parte da sua vida.

Chegava na cidade quando os devaneios se assentaram na relação que mantinha há mais de quatro anos e que não evoluía para lado nenhum. Era cômodo viver assim, então por que de repente nada parecia fazer qualquer sentido? Já se vira muitas vezes sem paciência para responder às mensagens quase protocolares do namorado...isso mesmo, tudo parecia um protocolo. Inevitavelmente a mente pulou para uma realidade contrastante...Sabrina. Sorriu, apertou as mãos no volante e sentiu o sangue agitar-se pelo corpo. Sabrina representava vida...

As questões que faziam sua mente borbulhar mais uma vez se fizeram presentes...e se tudo não passasse de uma aventura para Sabrina? E o que tudo isso realmente significava para ela? Teria coragem para mudar alguma coisa nessa área da sua vida? Estaria disposta a enfrentar críticas que poderiam vir de gente que amava muito?

Tudo poderia ser fruto de uma enorme carência, já que Sabrina parecia prestar atenção em detalhes que ninguém mais se dava ao trabalho...e poderia estar a confundir uma bela amizade que já vinha de longa data com algo a mais...tudo muito confuso e ao mesmo tempo aliciante.

Em casa, depois do banho e de comer algo leve, recebeu mais uma mensagem morna de José Eduardo. Às vezes se perguntava o que o mantinha naquela relação, já que ela não se esforçava minimamente para ser calorosa. Pura conveniência...comodismo...pelo menos eram esses os seus motivos para não causar nenhum alvoroço na própria vida.

Preparava-se para dormir quando ouviu um sinal de mensagens e imediatamente sorriu. Já sabia identificar quando a mensagem era dela...por mais doido que pudesse parecer, sabia. Abriu a mensagem sorrindo...

            -Ai, ai, ai e lá se vai por água abaixo meus planos de dormir cedo...

***

            -Fedra, preciso dizer que almoçar contigo pelo menos uma vez por semana tem sido um bálsamo. Há dias em que aturar o povo do meu escritório é quase um suplício. Não via a hora de estar contigo e saber das novidades... - Glória suspirou de alívio.

            -Criatura, se não me falha a memória, bebemos um gin há dois dias...

Riram muito.

            -Mas meu bem, hoje em dia tu és a fonte das novidades. Minha vida anda tão sem graça que se não fosse pelas tuas aventuras, nem sei...temos atualizações?

            -Tens falado com ela? - Fedra perguntou com um leve tremor na fala.

            -Quase todos os dias...

            -Já entendi que não dás palpites nem aqui e nem...

            -Não, eu apenas me delicio com essa história que nem na minha mente doida, alguma vez pareceu ser possível. - Não era totalmente verdade, porque vivia brincando com Sabrina para beijar a amiga, mas não acreditava que elas realmente ousassem.

            -Alguma vez tiveste a sensação de viver em dois mundos paralelos?

            -Não...como assim?

            -Tenho meu mundo conhecido, onde praticamente sei tudo o que fazer, como as pessoas agem, como eu ajo, enfim...esse meu mundo rotineiro. E tem o mundo com a Sabrina - sorriu. - Onde há mil possibilidades e a maior delas é uma desilusão que não sei se tenho como lidar...

            -Eu me sinto vendo um filme com personagens reais...um romance daqueles que não fazemos a menor ideia de como será o final. - Glória devaneou.

            -Romântica incorrigível!

Risos.

            -Fedra, já entendi que estás perdida no meio dessa avalanche toda, mas não seria apenas uma novidade? - Glória tentava entender o que realmente ia na alma da amiga.

            -Claro que é uma novidade! Quando na vida eu imaginei que poderia fazer sex* com uma mulher e simplesmente adorar? Mais do que isso, eu não penso em outra coisa e não é apenas pelo sex* que foi muito bom, mas tudo que envolve estar com a Sabrina...é tão bom e me assusta. Às vezes quero cometer uma loucura e correr até ela...mais uma vez, mas a maior parte do tempo, fico tentada a manter as coisas como estão...

            -Não penses muito, eu sei que é difícil para uma mente tão racional...nisso combinas com a Sabrina. Apenas vivam a vossa história. Se vai durar ou não, ninguém sabe. Aproveitem o que é bom...

Glória tentava incentivar a amiga, mas reconhecia toda a dificuldade. Lá no fundo, não acreditava que Fedra teria coragem de quebrar paradigmas. Mas ainda assim, era daquelas que teimava em acreditar em reviravoltas dignas de romances épicos.

            -Brindemos às coragens inesperadas! - Propôs e Fedra acatou sorrindo.

***

Alonguei os braços que estalaram e foi quando me dei conta que tinha perdido o horário do almoço. Que falta a Catarina fazia. A doida tinha viajado com Lúcia a trabalho e eu fiquei sem meu lembrete para as coisas mundanas, como comer. Estava há três dias consumida por um trabalho grande e quase não sobrava tempo para a vida fora do escritório.

Desci às pressas para tentar comer uma salada no restaurante do térreo do edifício onde trabalhava. Graças aos céus, ainda estavam a servir o almoço. Comia distraída, quando meu telefone tocou. Meu coração não se alvoroçou...não era a Fedra. Eu sabia quando era ela...

"Dá para me atender com mais entusiasmo?"

Rimos.

"Oh mulher, estou no meio do almoço..."

"A essa hora, Sabrina? Eu já estou no primeiro lanche."

Risos.

"Me perdi no trabalho...projeto grande e que me exige muito estudo..."

"Olha, eu vou ser muito objetiva porque não tens tempo a perder e nem eu."

"Meu Deus, o que aconteceu?"

"Ah, não vai acontecer nada se continuarem nesse marasmo. Sabrina, a Fedra vem de uma família com raízes fortes no interior, como estás cansada de saber, ela mesma é bem séria e quase chata de tão cartesiana. Tem esse namoro ridículo que não anda nem desanda, mas que agrada à família dela...ela está hesitante, se continuarem assim, ela vai ceder ao que já conhece. Não permitas que ela se perca no medo."

"E sugeres o quê?"

"Apareça de surpresa. Arranca-a da inércia. Mostra-lhe que estar contigo é mais excitante do que vida morna que ela vive. Ah porr*, Sabrina, faça alguma coisa, tu que és expert com as mulheres."

"Ah, e achas que eu nunca pensei nisso, ainda mais depois da surpresa linda que ela me fez. Glória, ela tem uma relação, por mais que me cause angústia, essa é a realidade. Se eu apareço e o homem está por lá?"

"Sabrina, eu entendo os teus medos, assim como entendo os dela. O que não concebo é deixarem essa ebulição toda esfriar por medo, comodismo, sei lá...venha de surpresa, não para a casa dela, venha para a minha e depois apareça...fico atenta às chegadas do José Eduardo... ele raramente vem..."

Respirei fundo me sentindo pressionada, ao mesmo tempo que sabia que ela estava certa. Precisava fazer alguma coisa...

"Não permitas que ela mergulhe na rotina. Eu sei que o que aconteceu foi marcante para ambas. Ninguém precisa casar, mas acho que ainda há muita coisa boa, inclusive bom sex* a ser compartilhado. Mulher, aproveita já que sempre tiveste uma queda por ela...aproveita a oportunidade que a vida te deu."

 

 

***

"Temos a honra de convidar V. Exa. para integrar o júri do Concurso de Ideias e Inovação da Universidade Jean Piaget..."

Com meus níveis de ansiedade galopantes, respondi ao email convite da Universidade. Estava na iminência de perder essa oportunidade por simplesmente esquecer que havia mais vida além daquela que me ligava ao escritório de consultoria. Como diria minha terapeuta, eu precisava equilibrar os pratos. Quando eu achava que já estava a melhorar, vinha a vida e me mostrava que ainda engatinhava. Paciência, Sabrina, lembra das palavras da terapeuta, é um processo. Tentava me acalmar.

É claro que eles já tinham escolhido outro docente para o corpo de júri, demorei três dias para ver o bendito email. A resposta veio e me surpreendeu. Agradeceram a minha disponibilidade e no mesmo email vieram todas as coordenadas logísticas. O trabalho seria no fim de semana e não alteraria em nada minha rotina no escritório. Não teria de solicitar dispensa à Lúcia...

Suspirei aliviada e ao mesmo tempo pulei na cadeira com meu coração batendo na garganta...Sabrina, a Uni Piaget é na Praia...não sabia se ria ou se gritava. Seria a oportunidade perfeita, ou a armadilha mais dolorosa.

            -Quanto mais eu tento fugir, vem a vida e me puxa de novo para a Praia. - Sorri resignada.

Peguei o telefone e premi a tecla que ligava diretamente à Glória:

"Alô!"

"Quando digo que és uma bruxinha..."

Resumi os fatos e a maluca gritou do outro lado.

"Vou facilitar as coisas, já que sei de antemão que tu não farás nada."

"Como assim?"

"Vais ficar num hotel, certo? Gostaria que ficasses lá em casa, mas num hotel é bom também..."

"Continuo sem entender nada!"

"Não precisas entender, apenas fazer o que eu mandar."

Ri ás gargalhadas. Era só o que me faltava.

"Vou convidar a Fedra para um jantar, com a desculpa de que preciso conversar pessoalmente num lugar mais leve. E tu vais aparecer lá."

"Deus me livre, isso parece uma armadilha."

"Eu sei que parece meio infantil, mas tens ideia melhor? Tu és capaz de simplesmente aparecer à porta dela sem avisar?"

"Não...esse risco eu não corro...tenho receio de..."

"Então, só te resta aceitar a minha armadilha. Se ficarem mais um mês sem se ver, vão se perder no orgulho, medo e sabe-se lá em que outras desculpas. Não permitirei."

***

Glória e Fedra se divertiam nos aperitivos antes do prato principal, quando Fedra notou que ela sempre olhava o relógio.

            -Tens hora marcada em outro lugar?

            -Até tenho...mas para mais tarde. Sabes como eu sou ansiosa. - Tentou disfarçar com um fato que todos já conheciam. A verdade era que temia que Sabrina perdesse a coragem no último momento. Ela já estava na Praia, tinha chegado há uma hora e meia e já se hospedara no hotel.

            -Ah, precisamos sair mais vezes para jantar. Minha semana foi tão exaustiva e chata...

            -Problemas na vida? No trabalho eu sei que tudo vai muito bem...

            -No trabalho está tudo muito bem. Minha saúde ao que parece deu uma trégua...eu preciso tomar algumas decisões...ufa...

            -Seria bom se a vida se encarregasse das coisas sem que precisássemos mover uma palha, não seria?

            -Olha que às vezes ela resolve agir e nos sacode violentamente...não quero ser sacudida...- Sorriu com olhos ansiosos.

            -Aproveita o fim de semana e coloca as ideias em ordem...de preferência com uma boa garrafa de vinho.

Riram.

            -Tens planos para o fim de semana? - Não controlava mais a ansiedade. Precisava saber se a outra amiga teria o terreno livre.

            -Os de sempre...almoço familiar, estar com a minha mãe...talvez vá passear pelo interior...

            -Ai amiga, desculpa, mas que falta de emoção...nada de aventuras? Encontros inesperados? Fim de semana romântico e recheado de bom sex*?

Fedra quase se afogou de tanto rir.

            -Quem me dera! - Ficou vermelha com a própria entoação.

            -O namorado que vive fora não vem passar esse fim de semana contigo? -  A isca estava lançada.

            -Não! - A resposta perentória não deixava dúvidas de que um fim de semana como o idealizado por Glória não seria possível com o namorado.

Glória mais uma vez olhou para o relógio no pulso. Nada de Sabrina.

            - E tu, tens planos tórridos para o fim de semana?

            -Sempre!

***

Estacionei o carro que tinha alugado em frente ao restaurante que Glória escolhera e fiquei presa no automóvel por mais de 15 minutos. A doida não tinha enviado qualquer mensagem a dizer o ponto de situação. Apenas sabia que ela já lá estava e mais nada. Meus pensamentos mais pessimistas gritavam que ela estava lá dentro sozinha e que Fedra declinara o convite por já ter outros planos. Meu lado sonhador imaginava Fedra sentada no salão, linda e elegante como só ela sabia ser. Que agonia, meu Deus.

Cansada de sofrer por antecipação, desci do carro, ajeitei minha roupa e dirigi-me com passos firmes para a entrada do restaurante. Parei na porta por instantes tentando identificá-las. Lá estavam elas numa mesa de canto. Glória gesticulava e Fedra a observava e sim, estava linda e elegante como sempre. Olhei-me no espelho do hall, arrumei meu cabelo e dirigi-me para onde estavam. Minhas pernas tremiam, mas não me defraudariam.

***

Glória viu quando Sabrina entrou e respirou aliviada. Fedra estava de costas para a porta, logo, não percebera nada de especial. Sabrina já estava a escassos metros da mesa, quando Glória em gesto teatral disse:

            -Ah, a atrasada finalmente chegou! Resolvi convidar mais uma amiga - olhou para Fedra. - Espero que não te importes.

Fedra girou o pescoço e pareceu não acreditar no que seus olhos viam. Sabrina à sua frente e com o sorriso que lhe fazia acreditar em milagres. Houve silêncio, uma troca intensa de olhares. E os sorrisos? A principio tímidos, logo escancarados e felizes.

            -Desculpem o atraso, mas demoraram e me entregar o carro. - Olhou rapidamente para Glória e parou o olhar em Fedra.

            -Senta, amiga. Só estávamos á tua espera para pedirmos a comida.

            -Eu não sabia que ela vinha...que estava cá...- Fedra provavelmente pretendia falar para si, mas as palavras ganharam vida e foram ouvidas.

            -Acabei de chegar...compromisso de trabalho no fim de semana.

            -Ainda bem que sobra tempo para um jantar com as amigas - Fedra não desviava os olhos de Sabrina. Parecia hipnotizada. Ah se ela soubesse os galopes que sacudiam o peito de Sabrina.

***

Glória, com sua forma expansiva de ser, conseguiu sustentar a mesa por cerca de uma hora e meia. Entre risos altos e histórias exageradas, foi criando espaço para que Sabrina e Fedra fossem se aproximando naturalmente. Cada vez que uma completava a frase da outra, ou quando os olhares se cruzavam em silêncio cúmplice, Glória sorria por dentro.

Até que, mais uma vez olhando o relógio, e desta feita de forma ostensiva, anunciou:

-Meus amores, eu tenho...hmmm, como diria? Tenho um encontro - Piscou para Fedra. -Não me julguem, ou julguem que vai dar na mesma.

Todas riram.

            -A sério que vais deixar-nos por um desses teus encontros sem futuro? Está tão bom aqui.  - Sabrina tentava convencer a amiga a ficar embora soubesse de antemão que era em vão.

            -Com esse já é o segundo encontro e ainda não aconteceu nada demais...estou parecida com minhas amigas sensatas que adoram guardar a castidade.

Mais uma sonora gargalhada.

            -Aproveitem e coloquem os assuntos em ordem. O que não vos falta é assunto e sinceramente, estou a mais nessa mesa.

E saiu às gargalhadas deixando no ar o rastro de seu perfume.

Elas se olharam e se demoraram. Às vezes uma sorria de leve e a outra mordia os lábios, ás vezes trocavam.

Sabrina inclinou-se sobre a mesa e de olhos fechados, Fedra aspirou o seu perfume. Aquele que ela adorava.

            -Então...e agora? - Perguntou com o olhar preso no dela.

Fedra simulou que pensava, apoiou a mão no queixo e de forma maliciosa respondeu:

            -Acho que agora somos livres para escolhermos a noite que quisermos.

***

Decidiram beber um último drink num pub muito bem recomendado por uma amiga de Fedra. O lugar era moderno, com luzes néon, música boa e num volume perfeito para quem queria alguma intimidade. A conversa começou leve, recordações dos tempos que saíam muito juntas para dançar, gargalhadas sobre alguma lembrança mais cómica daquele tempo. Aos poucos, o diálogo começou a ganhar contornos mais quentes.

            - Se eu viajar um pouco no tempo, sou capaz de lembrar de nós duas em situação idêntica...talvez não num pub tão maravilhoso como esse - Riram. - A verdade é que nunca pensei...- Fedra girou o copo nas mãos - Que depois de tantos anos, nós duas estaríamos assim.

            -Assim como? - Sabrina arqueou a sobrancelha de forma provocadora.

Fedra mordeu o lábio e com o olhar preso no de Sabrina, respondeu:

            -Assim, cheias de vontade, mas a fingir que nada está a acontecer.

Sabrina riu baixo e se aproximou para muito perto de Fedra.

            -Tens razão, mas amanhã acordo cedo. - Fez um gesto de quem estava resignada. - Preciso dormir.

            - Concordo! - Falou com voz baixa, mas firme, enquanto colocava o copo na mesa. - Desde que seja comigo.

Sabrina sobressaltou-se com a intensidade do tesão misturado a apreensão que aquela frase lhe provocou.

            -Na tua casa? - Pergunta idiota, mas ela precisava organizar a baralhação interna.

            -Espero que te pareça mais interessante do que dormir sozinha num quarto de hotel.

Com um sorriso que dispensava qualquer palavra, Sabrina mordeu o canto do lábio.

            -Tudo bem...mas preciso passar no hotel para buscar meu computador de trabalho...

Fedra aproximou-se ainda mais de Sabrina e com a boca roçando a sua orelha disse:

            -Desde que vás dormir comigo. - Sussurrou. - Eu faço tudo o que quiseres.

Sabrina fechou os olhos sentindo um arrepio delicioso percorrer-lhe o corpo todo. Abriu-os encarando Fedra de frente e com a certeza de que estava a fazer a coisa certa.

            -Passo no hotel e em minutos estarei na tua casa. - Ergueu a chave do carro nas mãos.

            -Eu vou te esperar contando os segundos.

Deixaram o pub caminhando ombro a ombro e rindo de um jeito cúmplice, cientes de que as horas que viriam a seguir seriam inesquecíveis.

***

Atravessei a cidade com a sensação de estar num filme. As luzes amareladas dos postes, ruas tranquilas e um céu estrelado me transportavam para um sonho. Sorria sozinha, mordia a minha boca com a expectativa crescendo. Ela me queria tanto quanto eu delirava para estar mais uma vez perdida nos seus contornos deliciosos. Suspirei e quase gritei de felicidade. Bendita Glória e suas loucuras, bendito destino que às vezes conspirava a meu favor e bendita mulher deliciosa que me queria.

Estacionei o carro na rua da casa dela e olhei para a varanda cujas luzinhas estavam todas acesas. Respirei fundo, peguei minhas coisas e desci certa de que era ali que queria estar.

 

***

            -Pensei que tivesses mudado de ideia. - Disse Fedra assim que abriu a porta de sua casa permitindo que Sabrina entrasse.

            -Demorei?

            -Não...acho que fui dominada pela ansiedade...- Sorriu.

            -Devo ter demorado um pouco...já até mudaste de roupa...

            -Sim, gosto de ficar à vontade quando chego em casa e precisava tirar a maquiagem. Queres mudar de roupa? Já sabes o caminho do quarto...da casa toda...

            -Quero um copo de água gelada!

Definitivamente as duas precisavam se acalmar.

            -Também quero! - Fedra dirigiu-se para a cozinha.

            -Não me canso de admirar os detalhes da tua casa...cada vez que chego aqui aumenta a minha certeza de que minha casa é impessoal...gosto das histórias que tuas fotos contam. - Sabrina foi invadida por uma sensação de tristeza da sua vida sem muitas memórias, pelo menos não memória familiares como aquelas espalhadas pelos porta retratos de Fedra.

            -Queres sentar um pouco na varanda? - Fedra entregou-lhe o copo de água.

            -Hum-hum...- Sabrina sentia-se caminhando sobre nuvens.

Na varanda:

            -Vinho? - Os olhos de Fedra eram verdadeiras faíscas.

            -Não...se bebo mais uma gota de álcool, não acordo para o meu compromisso de trabalho.

Sorriram e Fedra concordou com a cabeça.

            -Preciso entender algumas coisas...- Fedra sussurrou, sentando muito próxima de Sabrina.

Silêncio e olhares cruzados.

            -Por que não me disseste que vinhas para cá? Temos falado praticamente todos os dias...

            -Não gostaste da surpresa? - Sabrina mais uma vez tentava ganhar tempo para clarear o discurso.

            -Eu adorei! Só queria entender...eu quero te entender...

Sabrina suspirou entrelaçando os seus dedos.

            -Eu vou ser sincera, correndo todos os riscos. - Respirou fundo. - Eu tenho medo...eu achava...eu acho que mais dia, menos dia, essa coisa toda vai esmorecer...que tu vais seguir com a tua vida e que...eu não queria aparecer e correr o risco de estares com...é, eu tive medo de estares a brincar com a minha cara...de eu ser apenas um belo tropeço...- Segurou as lágrimas.

            -Eu não me canso de tropeçar...desculpa, não era isso que eu queria dizer...tu não és tropeço...és caminho, com curvas sinuosas, mas caminho...

            -A Glória disse que se não nos víssemos ao vivo a conexão ia esmorecer e acabar...

Fedra não disse nada, mas bateu a cabeça discordando.

            -Eu não queria vir...queria, mas tinha receio...até que apareceu essa viagem totalmente fora dos planos...

Fedra sorriu e tocou-lhe os braços como quem pede permissão. Sabrina a puxou para si com as mãos trémulas.

            -Pensei que não tinhas saudades minhas...- Disse Fedra com a respiração alterada.

Beijaram-se com urgência, mas ainda assim com cuidado, medo de parte a parte que qualquer movimento mais brusco pudesse quebrar o encanto.

            -Meu bem...eu respiro saudade...- Disse Sabrina, se afastando um pouco.

            -Vem! - Fedra puxou-a em direção ao quarto.

Seguiram meio aos tropeços, com risinhos abafados que demonstravam algum nervosismo, mas com uma vontade uma da outra que saltava pelos poros.

No quarto, o nervosismo deu lugar a uma entrega intensa ao prazer. Sabrina arrancou as próprias roupas num rompante sexy que deixou Fedra enfeitiçada. Num segundo estava beijando Fedra com ardor enquanto colava seus corpos quase nus. Percebeu a leve hesitação dela a toques no seio e com uma subtileza apaixonante desviou a boca para a barriga dela. Tirou-lhe a calça do pijama com mãos, boca, deixando-lhe a pele ardendo e toda arrepiada. Elas se queriam tanto que mal Sabrina mergulhou no reduto do prazer de Fedra, ela gritou arqueando o corpo num angulo perfeito aumentando ainda mais a profundidade do toque. Enlouquecida de desejo, Fedra puxava Sabrina para a sua boca, sugando como se fosse a última gota de água e no instante seguinte a empurrava com força para o meio das suas pernas. Nesse vai vem intenso, não demoraram a explodir num orgasmo visceral. Cada uma desabou para um lado da cama e seguiram tentando recuperar o fôlego. Com a cabeça vazia e o corpo ainda tremendo de prazer, Sabrina acreditava que Fedra tivesse adormecido, quando foi surpreendida pelo corpo dela sobre o seu. Suas bocas se encontram e o beijo dessa vez foi calmo, quase uma dança de lábios e línguas que já se conheciam. Sabrina percebeu rapidamente o que Fedra queria e sabiamente moveu o corpo para que o encaixe pudesse ser perfeito. Encontraram-se no recanto mais intimo dos seus corpos. Que perfeição! Fedra gem*u alto e seu quadril iniciou um bailado sobre a pélvis de Sabrina que as conduziu a um lugar que dificilmente esqueceriam. Foram sacudidas por espasmos violentos de um prazer vigoroso. Ainda que trémulas e ofegantes, não se desgrudaram até restar apenas silêncio cúmplice.

***

Acordei sobressaltada com receio de ter perdido o horário do meu compromisso. Ainda sonolenta e sem saber ao certo onde estava, estiquei o braço e não encontrei o meu telefone. Mais desperta, abri os olhos e encontrei todas as minhas roupas espalhadas pelo chão. Sorri ao me lembrar dos detalhes da noite deliciosa...do jantar ao sex* intenso. Havia um relógio por ali, conseguia ouvir o tique taque. Virei na cama e sustive a respiração. Fedra dormia profundamente. O lençol mal cobria-lhe o corpo e eu fiquei tentada a tocá-la, mas em nome do trabalho, desisti. Como alguém podia ser tão bonita dormindo? Ah, que vontade de acordá-la com beijos e...

Pulei da cama, mas não consegui manter minha convicção por mais de 30 segundos. Contornei para o lado dela e sem resistir à tentação, enchi-lhe de beijos suaves no pescoço. Ela gem*u, girou o corpo e com olhos sonolentos, tentou puxar-me de volta para a cama. Esquivei-me e ri.

            -Fica mais um pouco...- Estendeu os braços e quase cedi. Sem falar na voz rouca que normalmente já me atiçava e ao acordar era um verdadeiro atentado à minha resistência.

            -Gostaria, mas se me atraso, perco a credibilidade no primeiro minuto.

Ela suspirou rendida e eu corri em direção ao banheiro.

***

Antes de sair, ainda voltei ao quarto para me despedir dela, ainda que só da porta. Não ousava me aproximar, ou perderia o foco. Pode parecer exagero, mas essa mulher tem alguma coisa que me tira do eixo e ao mesmo tempo não me assusta, pelo contrário, faz-me querer mais...e mais...haja trabalho para a minha terapeuta...

Sem me dar conta, estava sentada na beira da cama. Ela me olhou e espreguiçou. Sentou na cama e sorriu. Eu precisava correr dali.

            -Estás linda! - Sorriu manhosa.

 A voz rouca dessa mulher ao acordar deveria ser interditada em nome da minha sanidade.

            -Ei dorminhoca, depois dos meus compromissos, sobra algum tempo para estarmos juntas? - Foda-se meu autocontrole! Foda-se meu ar blasé! Foda-se meu radar para fugir de mulher-problema.

O sorriso que se formou no canto da boca dela quase me fez perder meu último sopro de seriedade.

            -Claro que sobra! Eu é que não sei se o pessoal da universidade não te rouba antes de voltares para cá...

            -Então vá pensando nas delícias que vamos viver essa noite. - Provoquei com meu desejo por essa mulher atingindo níveis consideráveis.

Ela riu alto desabando na cama agarrada a uma almofada.

            -Vai embora antes que eu te faça perder a credibilidade.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Olá,


Achei que tivesse exagerado na escrita, mas ao reler para revisar, tudo fluiu tão rápido que se calhar não está tão grande assim rsrsrs

Essas mulheres ( personagens) me colocam em estado de alerta rsrsrs

E aí, gostaram da surpresa da Sabrina? 

Estão a gostar do flow?

Gostaram de ter um pouco mais do mundo da Fedra?

O que será que vem agora hein? Bom, eu sei rsrsrs, mais alguem aí tem palpites?

Boa leitura e bom fim de semana.


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Comentários para 13 - Capitulo 13:
brunafinzicontini
brunafinzicontini

Em: 02/10/2025

Maravilha de capítulo! As duas... cada vez mais adoráveis uma com a outra! Flow perfeito! Muito bom ver a história pelos olhos de Fedra! Logo ela enxergará a verdade e deixará de lado a encenação com o namorado para se entregar ao sentimento forte e verdadeiro que a une à Sabrina. Não pode haver outro caminho.

E que ótima a interferência de Glória! Que amiga! Fantástica a sua participação.

A extensão do capítulo está ótima! Jamais um texto de Nadine será longo demais ou enfadonho... Escrita hipnotizante!

Boa semana! Beijos,

Bruna.


Nadine Helgenberger

Nadine Helgenberger Em: 04/10/2025 Autora da história
Viva a Glória!! rsrsrs
Sobre tamanho de capítulos...acredito que exagerei de novo no 14 kkkkk, mas lá para o 15, devo criar noção ;)
Muito obrigada pelas tuas palavras de incentivo, significam muito :)
Abraço e até o próximo capitulo.


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NovaAqui
NovaAqui

Em: 28/09/2025

Adorei a surpresa de Sabrina! Deveriam fazer mais isso 

Gostando de tudo. Está fluindo redondinho.

Adorei o mundo de Fedra! Bom ver o outro lado também. E a Glória de cupido das duas está ótimo.

Para você perguntar o que vem agora é porque alguma coisa não vai fluir como elas gostariam. Espero que não seja a visita de um cueca.

 

Bom domingo e uma ótima semana para você em sua Terra Linda 

 

 

 


Nadine Helgenberger

Nadine Helgenberger Em: 04/10/2025 Autora da história
Menina, as ligações aéreas por aqui são uma autêntica dor de cabeça, mas como no meu livro mando eu kkkk, vamos lá ver o que posso fazer ;)
A Glória é como uma amiga minha (real) sem tirar nem por...que sorte a minha :)
Ah, mas tem tanta coisa ainda para acontecer rsrsrsrs visita de um cueca kkkkk (adorei)
Bjs e até o próximo capítulo.


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mtereza
mtereza

Em: 28/09/2025

Amando que elas estão se permitindo viver o amor delas 


Nadine Helgenberger

Nadine Helgenberger Em: 04/10/2025 Autora da história
Simmmm, com erros e acertos mas sempre em frente. Adoro!
Bjs e até o próximo capítulo.


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HelOliveira
HelOliveira

Em: 27/09/2025

Adorei essa surpresa, mas claro que Glória foi fundamental...

Acho muito lindo cada momento delas juntas..

 


Nadine Helgenberger

Nadine Helgenberger Em: 04/10/2025 Autora da história
Que bom que gostas delas juntas ;)
Confesso que adoro também e a escrita flui de um jeito diferente…
Bjs e até o próximo capítulo.


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