Capitulo 12
Abri os olhos com a sensação de ainda estar a sonhar. Respirei fundo para aterrar, espreguicei languidamente e desviei meu olhar para o lado. Não era sonho. Meu corpo tremeu de prazer, ou de felicidade sei lá. Senti todo o prazer de estar viva...
Vê-la dormindo relaxada me levou para o início da noite e as muitas horas seguintes, e tive vontade de acordá-la e repetir tudo de novo e mais uma vez...mas me contive, não fosse ela me achar uma tarada. Mordi a boca e suspirei sei lá quantas vezes. Que sex* delicioso. Há algum tempo fazia-o apenas por fazer, para não perder o costume como costumava brincar com o anjinho safado que mora na minha cabeça. Eu gosto muito de sex*, mas o que tive com a Fedra ultrapassou o limite da satisfação carnal. Eu estive presente em todo o momento, concentrada nela, no seu prazer e quanto mais me perdia nela, mais meu corpo acendia a ponto de explodir num prazer que me deixou embriagada...mais um longo suspiro e sorrisos.
Olhei as horas e já havia passado algum tempo do horário que normalmente acordava para correr. Ah, mas o corpo não ressentiria da falta de corrida, poderia queixar-se de cansaço, mas jamais de falta de adrenalina. Sorri e saí da cama para beber água.
Os pratos, taças e caixas de comida da noite anterior continuavam exatamente no mesmo lugar e fazendo jus ao meu lado obsessivo, resolvi deixar minha sala mais apresentável. Dentro da cozinha, desatei a rir da minha mania. Coisas para tratar na terapia, embora, se eu não limpasse ninguém o faria por mim. Guima só retornaria em dois dias...ah precisava elogiá-la, minha casa estava perfeita.
Voltei para o quarto e notei que andava na ponta dos pés, assim continuei até alcançar o lado da cama em que Fedra dormia. Afaguei-lhe o cabelo espalhado pelo travesseiro, enquanto me inclinava para beijar-lhe o ombro. A respiração continuava cadenciada e ela nem se mexeu. Do meu lado da cama, voltei a me deitar. Um pouco mais próxima dela, fechei os olhos e me deixei levar pelos devaneios...
Algum tempo depois olhei as horas. Precisava acordá-la. Infelizmente, ela tinha um voo de regresso a casa...e eu tinha que trabalhar. Estava mais preocupada com a viagem dela do que com o meu trabalho. Eu nunca faltava e meu contrato me permitia ter mais flexibilidade, pena que eu raramente me lembrava desse detalhe...
Acariciei-lhe o braço com a ponta dos dedos e deslizei meu corpo para mais perto. Cheirei-lhe a pele e gemi de satisfação. Não esqueceria nenhum detalhe...
Passei as mãos pelos braços dela num vai vem mais intenso até que ela abriu os olhos. Que doçura! Sorri. Ela fechou os olhos e gem*u de preguiça. Meu pobre coração...
Nos olhamos com atenção e eu sorri. Ela riu e pareceu-me notar algum nervosismo.
-O que eu faço agora? - Sorria me encarando com o mesmo olhar doce e expectante.
-Como assim? - Sorria de volta.
-Eu nunca acordei ao lado de uma mulher...- Sorria sustentando o olhar no meu.
-Já sim senhora! Dormimos juntas umas 3 vezes depois de muita farra, se bem me lembro...
- Ah, mas eu posso te lembrar de um detalhe que faz toda a diferença...- Foi ao meu ouvido e especificou o detalhe de forma inequívoca o que me causou uma avalanche de sensações.
-E tu ficas vermelha...ela vai me convencer que é tímida...hmmm...
Rimos tanto...até sermos absorvidas por um silêncio cúmplice que nas entrelinhas dizia o que as palavras ainda não tinham permissão de externar.
-Será que ainda temos tempo para mais um beijo? - Perguntei desesperada por mais intimidade física.
Ela pulou na minha boca e mais uma vez nos deixamos levar pelo desejo intenso que nos consumia. O tempo passava...
-Preciso dormir pelo menos duas horas...- Disse dentro do meu abraço.
-Fedra, e a viagem? Disseste que era agora cedo...
Olhou-me como se tivesse dito algo sem o menor sentido, rolou na cama, pegou o telefone e depois de alguns minutos, pousou-o e voltou para os meus braços.
-Pronto, posso voltar a dormir minhas duas horas ininterruptas de sono. - Concluiu.
-E a viagem?
-Remarquei para o final do dia. Ser chefe não serve apenas para ter mais responsabilidade, eis uma vantagem. E posso trabalhar remotamente, meu laptop tem tudo o que preciso...hmmm, esqueci-o no hotel. - Rimos. - O telefone ajuda um bocado e são apenas algumas horas. Preciso descansar, Sabrina...sou uma senhora beirando os 50 e não dormi quase nada. Posso dormir duas horas na tua cama?
-A casa é tua...eu preciso trabalhar. - Ah, quem me dera poder simplesmente não aparecer e aproveitar as coisas boas da vida. Beijei-a e antes que caísse mais uma vez em tentação, pulei da cama.
***
No escritório tudo estava no mesmo lugar. Meu dia ausente não causou qualquer constrangimento, ainda mais que estava sempre adiantada nos meus projetos. Avisei à Lúcia que já estava no meu posto, mas ela não apareceu. Entretanto, pipocavam mensagens e já tinha sido assim no dia anterior. Aliás, ela tinha ligado algumas vezes, mas meu telefone estava no silencioso. Mergulhei no trabalho que era o melhor que tinha a fazer, caso contrário seria vencida pela tentação. Pensar em Fedra dormindo na minha cama...que tortura.
-Foco, Sabrina! - Sorri e mordi o canto da boca com o teor dos meus pensamentos.
A meio da manhã chegou a convocação de uma reunião para a tarde o que destruiu meus planos. Pretendia trabalhar até à hora do almoço e depois passar o resto do dia com a Fedra...mas quem disse que a vida estava aberta a me agradar?
-Ah, até que enfim uma boa notícia nesse dia chato. A musa está de volta!
Catarina, quem mais?
-Olá, mocinha!
-Ontem eu me senti órfã. Deus me livre! - Mais teatro.
-E eu lá sou tua mãe, garota? - Fingi indignação quando minha vontade era rir.
-Deus me livre, tens potencial para ser minha gata, nunca minha mãe, que dona Ester não me ouça.
-Maluca! - Ri alto.
-Musa, não estavas doente porque nunca estiveste mais saudável...por essa pele, eu diria...
-Não dirias nada! - Interrompi a loucura daquela criatura, até porque se ela continuasse, eu me trairia. - Vá trabalhar, mocinha.
-Melhor ir mesmo, porque desde que fui promovida a chaveiro da chefe, nunca a vi tão brava. Não que ela seja essa coisa deliciosa que és tu, mas a mulher está doida.
-Catarina...
-Desde ontem quando não apareceste que ela...hmm, será que ela tem bom gosto como eu?
-Como assim? - Eu não alcançava o nível de loucura daquela menina.
-Será que ela morre de tesão pela senhora? Há rumores que ela namora um homem, mas eu mesma nunca vi. - A cara dela era a melhor parte.
-Catarina, sabias que posso reportar abuso por parte da senhora? Que menina mais doida, credo. Sai, preciso trabalhar e use essa mente brilhante para criar coisas produtivas.
-Eu vou, mas saiba que não me convenceu que não passou a noite inteira fazendo sex* do melhor que há. Posso ser bem mais nova e inexperiente, mas de mulher satisfeita eu entendo. Feliz por ti, musa minha.
E saiu correndo antes de levar com alguma coisa na cabeça.
Mordi a boca e um calor inapropriado me subiu pelo corpo. Essa Catarina...ri sozinha até ter minha atenção desviada para o meu telefone.
"Podes almoçar comigo?"
Sorriso escancarado e coração a galope...ah e calor, muito calor...
"Onde estás?"
"Saindo do teu banheiro, depois de um banho para finalmente me sentir desperta."
"Pode ser lá em casa? Eu levo alguma coisa."
"Onde quiseres, desde que seja comigo."
***
Tanta novidade boa na minha vida que eu certamente estava receosa de abrir os olhos e tudo não ter passado de um sonho.
Há quanto tempo eu não almoçava em casa? E rindo? Feliz, relaxada e me sentindo importante. Fedra tinha esse dom de me olhar como se eu fosse uma peça rara...já era assim há anos atrás, mas eu nem ousava pensar em nada. Ela nunca escondeu que me admirava, isso quando eu muitas vezes não via nada demais em mim...
-Sabrina, estás tão linda...ainda bem que não te vi mais cedo...- Sorria.
-Dormias profundamente quando saí...
-Sabes há quanto tempo não dormia assim? Depois do tratamento eu fiquei com dificuldade para dormir a noite toda...
-Meu bem, não dormimos assim tanto...-Sorri e ela riu inclinando a cabeça para trás. Eu adoro quando ela faz isso.
-Não estás a entender...o pouco que dormi soube tão bem, e depois sozinha, ahhhh...dormi como um anjo. Tua cama é boa e o travesseiro com o teu cheiro, melhor ainda...
Silêncio com olhares cruzados e meu coração descompassado. Eu sabia que precisava controlar aquela avalanche, mas estava sendo vencida. Às vezes dava vontade de sair correndo, só não sabia se para longe, ou para os braços dela.
-Vou buscar sorvete? Queres? - Levantei-me apressada.
-Quero! Ainda bem que na Praia eu sigo à risca o plano da nutricionista. - Riu alto.
-De vez em quando, não mata ninguém...eu também não abuso, mas se estou feliz...
-Estás? - Ela segurou-me a mão impedindo que seguisse para a cozinha. - Eu não sei que nome atribuir ao que estou a sentir...tens o dom de me fazer ver a vida cheia de cores e possibilidades...
-Isso é bom, não é? - Beijei-lhe a boca devagar e nos demoramos na troca de carícias. - O sorvete!
Caminhei em direção à cozinha com a sensação de borboletas na sola dos pés. Servi duas taças generosas de sorvete de maracujá e voltei para a varanda com meu melhor sorriso.
-Toma e seja feliz! - Sorri e me sentei.
-Quem é Lúcia? - Perguntou sorrindo.
Levei um susto. Como assim? Ela conhecia Lúcia?
-Ela é tua namorada?
-O quê? De onde tiraste isso? Que delírio! - Deixei cair um bocado de sorvete na mesa. - Merda!
-Calma...é que ela já ligou duas vezes enquanto estavas na cozinha e ontem percebi também que ela ligava apesar do telefone estar no silencioso...
Que mulher observadora! Minha língua coçou para dizer uma asneira, mas ainda bem que me controlei. Olhei para o meu telefone que ficara sobre a mesa e realmente Lúcia tinha ligado, sem contar nas mensagens...
-Conheces a Lúcia? - Meu coração batia fora de ritmo e não era mais por estar encantada.
-Não faço a mínima ideia de quem seja...apenas achei que pudesse ser tua namorada de tanto que insiste.
Ergui a sobrancelha e mais uma vez mordi a língua para não dizer asneiras.
-Claro que não! Se eu tivesse uma namorada... nada disso teria acontecido. - Soltei o ar com força.
Ela me olhou e pareceu-me em desequilíbrio. Minha resposta fez eco na minha cabeça e de imediato entendi o olhar confuso dela.
-Eu sim, tenho uma relação. - Soltou o ar e continuou a enrolar o guardanapo de papel entre os dedos - E sempre foi muito claro na minha cabeça que traição nunca seria uma possibilidade...apesar de já ter me envolvido com pessoas comprometidas, eu sempre fui fiel...uma relação de cada vez...minha relação com o José Eduardo é...- pareceu perder o fio do raciocínio, ou a vontade de falar. - Tudo está confuso...desculpa, acho que me excedi.
-Queres café? - Não esperei a resposta. - Vou fazer café! - Levantei-me de supetão e senti uma espécie de onda na cabeça. Precisava fazer alguma coisa. Não sabia lidar com aquela versão da Fedra. Ela parecia vulnerável, confusa. E o meu medo de que refletisse e concluísse que o que tínhamos vivido era uma grande estupidez? Medo! Sempre o medo...
Fiz café na máquina e demorei um pouco mais na cozinha tentando articular algum pensamento conexo. Voltei para a varanda e ela parecia perdida em pensamentos...tão linda. Eu queria abraçá-la e pedir que não perdêssemos tempo com divagações...Lúcia, o namorado dela, essa gente insignificante...Lúcia mesmo longe me causando pontadas no estomago. Terapia, Sabrina...ainda bem que tinha o bloco de notas e esse incomodo no estomago causado pela minha amiga já estava anotado.
O café esfriou sem que ninguém tivesse tocado na xicara...
Ela me olhou depois de algum tempo com o olhar vago sobre nada. Minhas mãos tremeram tamanha era a vontade de abraçá-la.
-A Lúcia é minha amiga e foi muito importante há algum tempo quando a vida me virou de cabeça para baixo e eu não sabia o que fazer. Ela me deu trabalho no melhor escritório de consultoria da ilha, uma empresa internacional. Ela é quase minha chefe, embora a hierarquia lá seja bem diferente...eu sou muito grata pela ajuda que ela me deu quando estava perdida...ela liga muito porque parece que tem uma espécie dependência...quase sempre lhe faço a revisão dos trabalhos e ela insiste em dizer que só confia em mim...Sabe, Fedra, não sei se é a terapia, mas a verdade é que tenho me sentido incomodada com essa pressão...muitas vezes velada...preciso abordar esse tema com minha psicóloga, mas são tantos temas...- Soltei o ar e o olhar dela me deixou ainda mais confusa. - Ela não é e nem nunca foi minha namorada.
-Sabrina, que looping emocional! - A voz dela era densa. -Em 24 horas fiz coisas que sequer passavam pela minha cabeça há um mês...
Meu medo gritava e a inércia velha conhecida estava à espreita.
-Não viajei com a minha mãe para te ver quando nem sabia se queríamos a mesma coisa. Tive um dia que dificilmente eu vá esquecer até do detalhe menos significante...dormi pela primeira vez com uma mulher e isso sim é a cereja do bolo...não acordei me sentindo esquisita, pelo contrário, nada me pareceu mais natural...
Apoiei meus cotovelos na mesa sentindo meu peito apertar. A sensação que eu tinha era que a qualquer momento viria uma sentença, uma conclusão que me arrancaria de forma abrupta do sonho.
-Fiquei na tua cama enquanto foste trabalhar e isso é tão insólito e agora...acho que tive um ataque de ciúme sem sentido e tão nada a ver comigo...não saí da minha zona de conforto, fui arrancada de lá e não sei como agir...como ser coerente...
Sorri e meus lábios tremeram. Não havia razão para ter medo...
-Sinto-me à beira de uma escada enorme, onde só consigo enxergar 3 degraus e minha lanterna está a ficar sem bateria...
Não dei nenhuma chance à inércia. Levantei-me, contornei a cadeira dela e a abracei por trás. Meu corpo tremia e minha alma almejava tocar a dela. Ela apertou meus braços contra o seu corpo. Soltamos o ar numa espécie de coreografia ensaiada. Nossos medos talvez fossem semelhantes...
- Tu és a pessoa mais real que conheci nos últimos anos...que reconheci...- Beijei-lhe a cabeça tantas vezes.
O silêncio que se instalou só era cortado pelas nossas respirações. Pequenos sobressaltos vinham daqui e dali e nos estreitávamos ainda mais no abraço. O abraço dela parecia casa...lar...segurança e aconchego...vida...minha mente teimosa quis pregar-me peças já velhas conhecidas, mas apertei os olhos e permaneci onde estava...
Um alarme no telefone e a realidade batendo à minha porta...
-Preciso ir...tenho uma reunião no trabalho daqui a pouco...ainda te vejo? - Meu maxilar tremeu.
-Sim...meu voo é às 7 da noite. Preciso voltar ao hotel para trabalhar com dados que estão no laptop e depois fico livre até à hora do voo.
-Ok! Depois da reunião eu ligo para saber onde te encontrar.
Eu não queria ir embora, mas sabia que ela precisava respirar e ordenar as ideias...o sentir. Beijei-lhe a testa, a face e fui embora.
***
O fim do dia chegou e aumentou minha sensação de estar presa numa névoa densa. A porcaria da reunião demorou mais do que o estipulado, mas se me perguntassem o que foi dito, eu não saberia dizer nem qual foi a ordem do dia. Peguei Fedra no hotel quase em cima da hora e fizemos o trajeto até ao aeroporto em silêncio absoluto. Há medida que cidade ia ficando para trás, aumentava a minha sensação de fim de sonho.
Na porta de embarque tive a impressão que ela não sabia se queria correr para longe, ou correr para mim. Eu queria saber o que fazer, deixá-la tranquila...queria que ríssemos das nossas mazelas, mas o que consegui foi agir como uma desastrada.
-Trocaste o meu cartão de embarque...
-Ai que cabeça doida. - Ri sem graça.
-Olha que se eu não chego nesse voo na Praia, aparecerei nos jornais como pessoa desaparecida.
Rimos juntas e a tensão amenizou.
Abracei-a quando ouvi a primeira chamada do voo. Meu corpo tremia e o dela estava tenso. Ela me apertou tanto que tive vontade de mandar tudo para o alto. Não faço a menor ideia do que isso realmente significaria, mas naquele instante, eu queria que o mundo parasse e eu pudesse ficar no melhor abraço.
Terceira e última chamada para o voo, com muita relutância, nos separamos. Não tive medo que ela me visse despida de todas as minhas capas protetoras, e eram tantas...mostrei-me tal qual estava, em frangalhos, sem saber o que fazer depois de horas de pura felicidade. O olhar dela refletia a mesma confusão o que a meu ver, nos conectava profundamente.
-Ainda perco o voo...- Disse se afastando aos poucos. - Desculpa-me se fiz alguma asneira...com certeza foi por não entender como tudo pôde ser tão...- Respirou fundo. - Mágico...maravilhoso...inesquecível. Gosto de ti, Sabrina...mas isso já sabes...gosto mesmo de ti...- Pareceu-me que ela queria dizer que gostava de mim de outra forma, mas não ousava sonhar...
-Boa viagem. - Ai que raiva de mim. Queria dizer tanta coisa, mas o medo era meu protetor.
-Vê lá se não somes...ah, mas eu não te deixo em paz. - Sorriu segurando a minha mão entre as suas.
-Dê noticias!
Ela foi a última passageira a entrar e eu demorei a me situar no mundo real. Algo meu foi embora com ela...
***
Nos arredores da cidade, desviei o carro para uma colina e parei por alguns instantes para respirar. Me sentia sufocar, sensação de não ter feito tudo que podia e de não ter dito palavras que alcançavam minha garganta e voltavam a ser engolidas pelo medo. Talvez não tivesse outra oportunidade...talvez ela ficasse assustada e resolvesse ficar quieta...
Me sentia fora da bolha e sem qualquer apetrecho de segurança. Todo o meu esforço para controlar minhas emoções tinha ido por água abaixo. Baixei a guarda num nível perigoso e agora estava à deriva. De volta à segurança do meu carro, desaguei.
Me martirizei por não compreender a sensação de falta dela. Não tive tempo para tanto e eu matinha um sistema de alerta bastante funcional contra qualquer tipo de apego...
-Vai passar, Sabrina. Ela não vai alimentar essa doce loucura e tudo vai cair no esquecimento. - Mais um mantra repetido à exaustão.
Embalada pela música Dilúvio (A garota não) chorei todas as lágrimas presas por sei lá quanto tempo. Às vezes instantes de felicidade expõem o quão miseráveis somos na maior parte do tempo...
***
Na solidão do meu apartamento, mais resignada, ensaiava uma mensagem neutra para saber como ela tinha chegado. Nada me parecia adequado, ou era meigo demais ou seco...isso quando eu não me via tentada a escrever como se nada tivesse acontecido...desisti.
Enchi uma chávena de chá de gengibre para diminuir a saudade, e antes de pousar o bule, meu telefone vibrou. Já ia queimando mais um dedo, mas consegui controlar o ímpeto de largar tudo e correr para as mensagens.
"Cheguei bem. Minha casa está acolhedora como sempre, mas se eu pudesse escolher, estaria na tua. Vontade de comer sushi sentada no chão, devanear na varanda, beijar a tua boca, ou simplesmente me perder nos teus contornos enquanto dormes. Saudade!"
Sem nenhum exagero, reli a mensagem mais de 10 vezes, palavra por palavra. Meu coração já não sabia que ritmo dançar...
Permanecemos naquela troca até sermos vencidas pelo sono.
Onde isso tudo vai me levar? Não sei! Mas eu vou e... depois eu te conto...
Fim do capítulo
Estou em viagem de trabalho e sem muito tempo para escrever.
Esse capítulo pequeno e escrito às pressas foi o que deu para fazer.
A saudade desse povo rsrsrs nao me permite relaxar e deixar para depois...
Para o próximo capítulo, talvez eu mude a forma de narrar a história...vamos entrar no mundo da Fedra também.
A narração da Sabrina continuará em primeira pessoa. Teremos a perspectiva da Fedra, mas em terceira pessoa.
Bom, isso se eu nao mudar de ideia rsrsrsrs...aguardem.
Abraço
Nadine
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mtereza
Em: 23/09/2025
Amando cada vez mais a história ansiosa pelo próximo capítulo e pela perspectiva de Fedra bjs Nadine
Nadine Helgenberger
Em: 23/09/2025
Autora da história
Muito obrigada. Já no próximo capítulo passaremos a "viver" um pouco mais perto do mundo de Fedra ;)
Bjs
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brunafinzicontini
Em: 23/09/2025
Estou adorando a atitude da Fedra, entregando-se sem reservas ao sentimento que realmente a liga à Sabrina. E está claro que Sabrina também sente mais do que apenas atração física por ela. Por que Sabrina sente tanto medo? Pobre garota... Pode deixar fluir o que verdadeiramente sente sem receio. Ambas precisam encarar o fato de que, na realidade, estão apaixonadas irremediavelmente... Que elas se entreguem sem medo algum!
Tu escrever lindamente, querida autora! Seja qual for tua estratégia...
Grande abraço,
Bruna
Nadine Helgenberger
Em: 23/09/2025
Autora da história
Daqui a pouco vais entender melhor os medos da Sabrina. Mas o bom delas é que mesmo com medos, incertezas, elas vão...aos trancos e barrancos mas vão rsrsrs
Muito obrigada.
Bjs
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HelOliveira
Em: 21/09/2025
Intenso....amei todas essas emoções...
Nadine Helgenberger
Em: 23/09/2025
Autora da história
Que bom! Muito obrigada.
Bjs
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NovaAqui
Em: 21/09/2025
Que capitulo fofinho S2
Nadine Helgenberger
Em: 23/09/2025
Autora da história
Muito obrigada.
Bjs
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Nadine Helgenberger Em: 04/10/2025 Autora da história
Olá :)
O 13 já está postado ;)
Muito obrigada por comentar.
Abraço