Capitulo 3
Minha tarde a 4, como defini a saída com aquelas mulheres, resumiu-se a uma frase bem clichê: é quando não esperamos nada, que o melhor acontece. Se não é isso, é algo muito semelhante. Para ser bem honesta, foi melhor do que alguma vez pudesse imaginar.
Tinha me esquecido como é bom sair sem planos, rir com as amigas, ir a lugares despretensiosos e simplesmente ser. Fomos comer moreia frita regada a malagueta e limão que eu como quase em transe de tão bom que é, elas beberam algumas cervejas e eu um mojito. Perdi a conta das vezes que quase me afoguei de tanto rir. A Glória é imprópria para gente muito séria, ela arranca risada até do mais macambúzio ser desse planeta. Não me lembrava mais que a Fedra tem um humor peculiar e muito inteligente e a Tânia estava no meu time, as que riem sem parar.
-Ah, como eu sei que ela não vai contar, conto eu: a Sá veio receber um prémio de mérito pelo excelente trabalho que faz com jovens empreendedores. - Claro que foi coisa da Glória. Não fazia o menor sentido contar sobre o prémio naquele momento. Mas o que ela tem de cómica, com certeza não ultrapassa a capacidade de falar sempre tudo o que lhe vem na cabeça sem qualquer filtro. Essa é a minha grande amiga Glória.
-Wow! Temos amiga famosa e dedicada. - Fedra ergueu um brinde e sorriu.
Brindamos e eu rapidamente mudei de assunto. Definitivamente detesto ser o centro das atenções.
O nosso momento estendeu-se por horas sem que nos dessemos conta, até que gentilmente fomos convidadas a ir embora. Estávamos numa localidade piscatória quase remota e onde tudo fechava muito cedo.
Já no carro, Glória sugeriu que fossemos para não sei onde e ninguém contestou. Eu não sabia onde era e queria passear, a Tânia parecia sempre estar de acordo com tudo e a Fedra adorou a sugestão. Pelo que entendi, elas já tinham estado nesse tal fim de mundo. Foi esse o nome que a Glória deu ao local para onde íamos. E fomos, umas felizes e outras expectantes.
Pelo caminho entendi que esse bar na periferia da cidade, era um local frequentado pelo último namorado da Glória e que de vez em quando ela lá ia para saber as novidades do rapaz. Há coisas que não entram na minha cabeça, eu quando termino uma relação, não quero saber nada da pessoa, a Glória quer saber até o ritmo da respiração do defunto. Deus me livre.
Nesse bendito bar que não passava de um quintal enorme com alguns bancos e mesas velhas, de uma forma natural, a Glória e a Tânia ficaram à conversa com o rapaz que era o dono e mais alguns outros que apareceram e eu e a Fedra ficamos sentadas um pouco mais afastadas em dois banquinhos de madeira e perto de um pé de manga gigante que havia por ali. Eu não estava interessada em colher informação de alguém que sequer conhecera e aparentemente, Fedra também já estava farta daquele assunto.
-Ah, esteja preparada para uma longa espera.
-Hmm?
-Espero que não estejas com pressa. A Glória quando começa os trabalhos de detetive, perde a noção das horas.
Rimos juntas.
-Estou de férias...
-Então, ganhaste um prémio?
-Sim...- Eu não queria falar sobre aquilo, mas como sair daquele assunto sem parecer indelicada? Já não me lembrava mais se a Fedra era cheia de não me toques ou uma pessoa mais tranquila como eu. Mas se ela fosse cheia de coisa, eu jamais teria me aproximado dela...mas isso tinha sido há tanto tempo...
- Então continuas a excelente profissional como já eras anos atrás. - Ela sorriu.
Aquela frase despoletou algumas lembranças, entre as quais a que já quase trabalhamos juntas num projeto. Bom, a partir daí eu falei pelos cotovelos, sobre trabalho, claro.
Nossa conversa foi para muitos lados, mas sempre com trabalho pelo meio. Projetos meus, projetos dela, sonhos, frustrações, incertezas e muita risada. O tal humor diferenciado dela, ao qual eu simplesmente me rendia.
-Já sabemos qual é o gatilho para a senhora se expressar com tamanha paixão. - Ela sorria e parecia querer me provocar. Sei lá se era isso. O fato é que eu caí mais uma vez.
-E qual é o gatilho?
-Trabalho! - Riu alto inclinando as costas para trás.
-Meu Deus, que chatice, uma mulher cujo tesão reside somente no trabalho. - Fiz-me de vítima controlando para não cair na risada.
-Não coloques palavras na minha boca. Se bem me lembro, tinhas tesão por tanta coisa... já agora, o que mais te dá tesão?
-Conversas interessantes, gente interessante, botecos perdidos no meio do nada e numa penumbra assustadora...
Rimos muito até quase cairmos dos bancos frágeis de madeira. A conversa aleatória seguiu entre risos e lembranças.
-Sabrina, estou com muita vontade de fazer xixi. - E ela apertava as pernas e se contorcia no banco de madeira.
-Cervejas...e eu que nem bebi e estou aflita também. - Rimos juntas com as pernas apertadas.
-Juro que não sou esquisita, mas consegues ver algum canto com aspeto de uma casa de banho decente nesse lugar?
Olhei de um lado para o outro e dei-me conta que quase já não se via nada. Havia uma luz dentro do cubículo que servia de bar e mais nada. Onde estávamos era quase breu, não fosse a luz de uma lua tímida no céu.
-Como é que vou saber? Vocês é que costumam vir cá com a doida da Glória. - Alterei-me um pouco porque a vontade de fazer xixi era enorme.
-Já estive em outros becos com a Glória, mas para cá sou tão virgem quanto tu.
Ri até quase literalmente fazer xixi nas calças. A expressão de Fedra era uma comédia.
-Vamos! - Ela me puxou pelas mãos e nos embrenhamos pela escuridão. Afinal tinha um comodo minúsculo que funcionava como WC.
-Como sabias desse milagre?
-Até parece que não frequentas bares improvisados. Sempre tem um cantinho para esvaziar as cervejas.
Fartei-me de rir, mas a verdade era que não fazia coisas assim há bastante tempo. Viajei para outros tempos em que vivia de outra forma e não colocava empecilho para quase nada. Outra vida...
-Sabrina, vai logo antes que eu perca a minha dignidade. - Ela pulava nas pernas enquanto apertava as pernas e eu não controlava o riso. Entrei e fechei a porta que milagrosamente estava intacta e fechava por dentro.
-E então? Pelo menos não estás com cara de nojo...
-Ah, com certeza não é o lavabo de um hotel 5 estrelas, mas tem água limpa...num depósito.
Ela entrou e eu sorri. E pensar que não queria sair de casa...
-Não fecha a porta. Tenho medo de ficar presa aqui dentro. - Gritou.
-Meu bem, a porta abre e fecha por dentro.
-Não fecha!
-Ok! Não te esqueças de lavar as mãos. -Brinquei.
-Vês? - Ela passou as mãos molhadas pelos meus braços. - Não tinha papel-toalha, mas lavei as mãos com uma boa menina.
-Eu tenho uma amiga que já acabou um namoro porque o namorado não lavava as mãos.
-Nunca?
-Coisas como chegar a casa e não lavar as mãos, ou sair da casa de banho depois de fazer necessidades fisiológicas e também não lavar as mãos. Ah, e quando confrontado com tamanha falta de higiene, ainda dizia que ela tinha psicose de limpeza.
-Meu Deus...é cada uma. Mas era namorado de amiga ou teu? - Ela riu e eu achei-a engraçada.
-Da minha amiga, até porque eu não namoro homens.
-Ah, então continuas a mesma pessoa de anos atrás...é que conheço gente que muda de ideia, ou se encontra pelo caminho como alguns defendem...
-Eu sempre estive no caminho certo e enquanto viver, seguirei por ele.
-Mas, e as mulheres...lavam as mãos?
Meu Deus o que eu ri com essa mulher. Rimos juntas até nos segurarmos uma na outra para não perder o equilíbrio e cairmos no chão.
-Eu já não me lembrava do teu sentido de humor tão peculiar. - Disse ofegante e ainda rindo.
-Pois é...nunca mais nos falámos e naquela época tínhamos potencial para sermos grandes amigas. A loucura nos conectava muito bem...
Mais gargalhadas e eu já nem lembrava das minhas frustrações profissionais.
-A vida me levou para outros lados...
-Ah Sabrina, tu só foste morar na tua ilha e deves ter dado umas voltas por esse mundo. Naquela época já existia telefone, internet, cartas, sinal de fogo...interesse, pelo menos da minha parte...
-Eu também gostava muito das nossas aventuras, mas sabes que a vida às vezes nos atropela e...
-E eu não sou pessoa de ficar remoendo nada, ainda mais que a Glória já me disse que tu és desligada, que se ela não se mexe para manter a vossa conexão, tu simplesmente desapareces do mapa. Cabe a nós aceitarmos ou não...
-Quanto exagero...mas sabes que voltar a estar contigo depois de tanto tempo, tem trazido umas lembranças maravilhosas. Sabes o que lembrei agora?
-Hmmm?
-Num aniversário teu que eu fui e...
-Para! Meu Deus, isso foi há séculos. - Rimos juntas.
-Lembras? - meus olhos brilhavam expectantes.
-Claro! E se eu te disser que hoje em dia, ou melhor, há pelo menos 5 anos, eu namoro com aquela figura, acreditas?
-Sério? Mas ele nem parecia fazer o teu tipo...
-Para veres como as coisas mudam...são tantas histórias...
-E eu queria ter tempo para ouvir todas. - Falei sem pensar, mas queria sim ouvir todas as histórias dela. Ela sempre fora muito engraçada e espontânea.
-E eu queria saber das tuas aventuras com o oceano de mulher que te cerca. - Sorriu de forma provocante.
-E tu acreditas nas loucuras da Glória? Que oceano de mulher?
-Quando ela fala de ti, ela sempre diz que precisas de uma mulher adulta, mas que só te animas com jovens moças.
-Eu? Então vocês falam de mim? Mas como assim se não apareço por cá há bastante tempo?
-Ah, mas tu e ela são bastante próximas e ela sempre adora contar a vida das amigas.
Rimos muito, sim, essa também era uma faceta da Glória. E não era fofoca ou maldade, ela adorava falar e criar cenários perfeitos naquela mente acelerada.
-Mas qual é a idade da tua namorada?
-Não tenho namorada e já adiantando, a mulher que a Glória se referiu, beirava os 50 anos...bem longe de ser uma garota.
-É, ainda que eu queira afagar o meu próprio ego, uma mulher de 50 anos, não é uma garota.
Mais gargalhadas.
-Tenho resistência a partilhar espaço com outra pessoa...tenho minhas manias, gosto da minha companhia e...
-Eu entendo muito bem o que dizes...vivo uma relação, a tal de mais de 5 anos, mas é à distancia. Não moramos juntos e eu não consigo equacionar essa possibilidade.
- Eu já entendi porque lá atrás eu gostei tanto da senhora...ela é sensata.
-Muito...até deixar de ser. - Continuava sorrindo.
-Não há nenhuma possibilidade de perderes esse ar sério e de quem sabe sempre exatamente o que fazer, qual o próximo passo a dar.
-Ah, então é essa a ideia que tens de mim? Nem sempre sei o que fazer, mas digamos que os anos que tenho nas costas já me ensinaram muito sobre o que não fazer...
-Vês? Sensata!
Mais uma sonora gargalhada.
-Ei, suas malucas, o que fazem escondidas nesse breu? - Glória apareceu esbaforida nos trazendo de volta ao mundo.
-Xixi! - Dissemos juntas para mais uma gargalhada.
-Parecem bêbadas e nem beberam tanto assim, doidas. Precisamos ir embora agora! Meu crush resolveu aparecer e quer me ver. Logo hoje que estou doida para...
-Lembras que viemos no teu carro e que precisas deixar-me no escritório para buscar o meu carro?
-Sim, Fedra! Foi uma péssima ideia que eu tive de virmos todas num carro, mas também não fazia ideia que o gostoso iria aparecer...
***
-Fedra, minha deusa maravilhosa, conto contigo para deixar as minhas amigas em casa. Desculpem qualquer coisa, amores, mas eu preciso ver esse ser e oportunidades assim não aparecem todos os dias. - Glória tinha pressa, mas aparentemente a Fedra e a Tânia a conheciam tão bem quanto eu, já que ninguém tentou estender a conversa.
-Vá se divertir e deixe as tuas amigas nas minhas mãos.
-Ah, mas se quiserem se perder pela noite da capital, estejam à vontade. -Provocou.
-Fedra, eu preciso que me deixes em casa. Minha mãe vive muito bem sozinha, mas estando eu aqui, ela fica carente e eu prometi que voltava cedo...- Pediu Tânia.
-Claro!
-Bom, estão bem entregues nas mãos da Fedra e eu vou rejuvenescer a alma e o corpo.
-Doida! - Gritei à maluca da minha amiga que já ligava o seu carro.
-Fedra, cuidado com a Sabrina, ela tem esse jeito de quem não quer nada, inofensiva, mas quando te dás conta, estás enredada até à alma e ela já teve um crush pela senhora...todo cuidado é pouco. - Gritou Glória já com o carro em movimento.
-Meu Deus, que ela já está alterada e falando asneiras. Cuide-se, criatura e juízo nesse carro. - Soltei o ar preocupada com ela na direção de um carro e completamente envergonhada com o comentário. Mas a doida ainda fez uma manobra e parou ao lado do carro da Fedra.
-Deixem a Tânia em casa e percam-se por aí...com certeza não esvaziaram o assunto lá no boteco.
-Tchau, Glória, vá entreter o teu corpo e para de dizer asneiras. - Sorri, mas levemente nervosa.
-Cuidado, Fedra...ou não...ah sejam felizes. Ah, ela não se mete com mulher hétero...estás salva.
Arrancou cantando os pneus e rindo às gargalhadas.
-Bêbada! Essa mulher está completamente bêbada e vai se encontrar com um homem. - Eu estava preocupada e ligeiramente embaraçada.
-Não te preocupes, eu conheço o rapaz e é tranquilo e ela não está bêbada...diria que está solta.
Fedra e Tânia fartaram-se de rir enquanto eu tentava encontrar o meu lugar naquela situação.
-Então, o que fazemos? Tânia, sempre queres ir para casa?
-Sim! Adoraria esticar um pouco mais, mas mãe idosa...
-Tudo bem. Vamos!
***
Depois de deixarmos Tânia em casa e de eu descobrir que a Fedra morava exatamente no mesmo bairro, eu comecei a pensar se não seria mais prático me deixar em casa primeiro, já que eu morava no extremo oposto à localização delas. Aquele fato chamou a minha atenção, mas deixei para lá. A verdade era que eu estava faminta e sem me sentir muito à vontade para expor minha vontade de devorar qualquer coisa com tempero e bom gosto.
-Sabrina, tens pressa para chegar em casa?
-O que tens em mente, senhorita?
Não sei se minha mente me traiu, mas ela me olhou com uma expressão de espanto e agradeci por estarmos na penumbra pois minha face ardeu. E era só o que me faltava, ficar vermelha a essa altura da vida e ser mal interpretada.
-Já foste mais destemida...se bem me lembro, alinhavas em todas as minhas loucuras. - Ela riu alto e concluí que quem tinha viajado na maionese tinha sido eu.
-Afinal, o que queres? - resolvi alinhar.
-Estou com fome e com preguiça de chegar em casa e ainda ter de inventar alguma coisa para comer.
-Menina, acreditas que eu também estou com fome? - Rimos. - Vamos comer?
Sem dizer mais nada e sempre sorrindo, ela seguiu para sei lá onde. Em alguns minutos chegamos num restaurante, que apesar do horário tardio, ainda estava aberto e com boa clientela.
-Gostas de tacos?
-Meu bem, a essa hora eu como qualquer coisa.
-Vais adorar os tacos e graças aos céus, aqui funciona até às 4 da manhã.
-Que delicia!
Deliciosos eram os tacos. Comi 2 e ela se lambuzou, literalmente.
-Tens molho no queixo! - Limpei-lhe com guardanapo e ela riu.
-Quando é bom, eu me lambuzo mesmo!
Minha mente mais uma vez me traiu e eu pensei coisas que seriam censuradas caso fossem verbalizadas.
-Desde o momento em que entraste no carro com aquela tromba de elefante...
-Ah, para com isso...eu já expliquei. Não quis ser indelicada...
-Não lembras mais que eu gosto de provocar?
-Lembro...vagamente. - Fingi um leve descaso que estava longe de ser verdade. Minha cabeça era bombardeada de lembranças e todas muito boas. - Mas dizias?
-Então, desde que entraste no carro que lembranças me invadem...engraçado que nunca mais nos vimos, pelo menos não nesse tipo de registo, mas tudo está tão fresco...
-Eramos uma boa dupla e já naquela época a senhorita era inimiga do fim.
A gargalhada maravilhosa dela me levou para um lugar tão nosso, se é que isso fazia algum sentido.
-A tua filha já deve ser uma adulta...- Mudei de assunto. Aquela sensação de intimidade com alguém que não via há muitos anos me deixava desconfortável.
-20 anos. - Sorriu. - Está na Hungria a estudar artes. Ela pinta muito bem, tem um excelente olhar para fotografia, escreve...é, minha filha é uma artista.
-Que bom! Lembrei-me agora que naquela época vocês tinham algumas desavenças...
-Desavenças? Como tu és educada! - Riu. - Eramos como cão e gato. Muitas vezes não sabia dosear afeto com autoridade e tinha o pai dela que só mimava...até hoje é assim, mas já encontrei um equilíbrio e agora a nossa relação é mais tranquila. Eu me sentia culpada pelo divórcio e por ela ser tão ligada ao pai...enfim, águas passadas e agora ela é adulta e temos conseguido ser mãe e filha à nossa maneira.
Seguimos a conversa com temas aleatórios e sempre passiveis de muitas risadas e ponderações de parta a parte.
-Sabes há quanto tempo eu não fico na rua até uma hora dessas?
-Até onde me lembro, eras a inimiga do fim.
Gargalhadas!
-Isso foi há tanto tempo... bendita Glória que passou a semana inteira me lembrando que precisávamos nos reunir...
-Bendita Glória! Essa sem dúvida, foi minha melhor noite na Praia e nem estava nos meus planos...- Devaneei.
-Não estava mesmo...a boa vontade que entraste no carro... parecia que querias ver o diabo, mas nenhuma de nós.
Mais uma sonora gargalhada.
-Supera, Fedra! Ah, lembrei que além de inimiga do fim, tu eras rancorosa.
-Rancorosa não senhora, apenas não me esqueço do que não dá para esquecer.
-Eu apenas não estava a lidar bem com a intensidade da Glória e ainda teve a notícia do trabalho...nada pessoal.
-Poxa, eu estava com tanta vontade de te ver depois de tanto tempo, e tu entras no carro com aquela cara.
Gargalhadas altas.
-Fedra, queres um abraço? Acho que estás carente. - Sorri. De repente me sentia tão solta, só não sabia se era bom ou não.
Por algum tempo, cruzamos o olhar e ela sorriu de forma diferente. Talvez mais leve...
-Muito obrigada por essa noite...se eu não morrer de ansiedade, com certeza parte do mérito será teu.
Não entendi o que ela quis dizer, muito menos o fato de ela respirar fundo como quem solta um peso enorme do peito. Fomos embora em silêncio, mas não um silêncio desconfortável. A sensação que eu tinha era que nos entendíamos na respiração, na cadência do ar...talvez eu estivesse doida e completamente fora da realidade.
***
-A senhora está entregue e sem nenhum arranhão! - brincou e eu ri.
-Intacta e alimentada. Já posso me entregar ao mundo dos sonhos feliz e tranquila.
Rimos juntas e a abracei para me despedir. Não me alonguei no abraço. De repente senti uma coisa estranha rondando minhas entranhas e joguei pelo seguro.
-Cheiro bom...- Ela me olhava intensamente.
-Já me dizias a mesma coisa naquela época...
-Sinal de que tinha bom gosto e mantenho o olfato apurado. Prada?
-Wow! Na mosca! Adoro esse perfume...
-Eu também...
-Tchau!
Tive a impressão que saí daquele carro num rompante algo exagerado. Atravessei a estrada quase pulando e na entrada do prédio da Glória, olhei para trás e lá estava ela, aguardando que eu entrasse e sorrindo.
Fim do capítulo
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mtereza
Em: 06/09/2025
Parece que ja rolou algo entre as duas um clima e.parece que essa atração está ressurgindo
Nadine Helgenberger
Em: 07/09/2025
Autora da história
Olá :)
Continue a acompanhar que as coisas tendem a ficar mais claras.
Muito obrigada por comentar.
Bja
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MalluBlues
Em: 12/08/2025
Nadine, amo a tua escrita! Acho que já li todas as tuas histórias e amo a descrição de cenários, músicas, comidas... a cultura destes lugares em que os romances acontecem! O único defeito é ter apenas um capítulo por semana. hahahaha Seeeegura a ansiedade.
Nadine Helgenberger
Em: 13/08/2025
Autora da história
Meu bem, na semana passada postei na terça e no domingo kkkkk
Não consigo mais do que um por semana e olhe lá.
Esses dias estou um bocado triste com uma catástrofe que aconteceu justamente na ilha da Sabrina, São Vicente, a ilha ficou destruída com a passagem de um ciclone e para amenizar minha tristeza, tenho escrito. É como eu sempre digo, o que seria de mim se não fosse a minha escrita...
Abraço e muito obrigada por acompanhar e gostar da minha escrita e por comentar neste projeto.
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HelOliveira
Em: 10/08/2025
Então tem algo entre as duas.....a Glória já falou crush...
Já ansiosa pelo proximo
Nadine Helgenberger
Em: 13/08/2025
Autora da história
A Glória fala demais rsrsrs
O próximo chega um dia desses.
Bjs
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NovaAqui
Em: 10/08/2025
Elas têm uma história mal acabada? Ou entendi errado?
Vamos o que vai rolar ainda nesse passeio à Praia
Eu adoro capítulos enormes(são os meus preferidos), mas sei que às vezes não é possível produzir capítulos grandes.
Nadine Helgenberger
Em: 13/08/2025
Autora da história
Kkkkkkkk, quem sabe não descobres nos próximos capítulos.
Sobre capítulos enormes...tenho alternado, alguns consigo manter a linha comedida e noutros...ai, ai, ai...
Bjs
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Nadine Helgenberger Em: 19/10/2025 Autora da história
Vá lendo que descobres tudo ;)
Muito obrigada.
Abraço