Capitulo 59
A tarde estava tranquila, com o sol suave entrando pelas janelas da casa de Gabriela. A decoração simples, mas acolhedora, dava àquele lugar um ar de paz, algo que Gabriela não sentia há tempos. As paredes estavam adornadas com fotos e quadros que ela mesma havia escolhido, refletindo um pouco de sua personalidade. Cada canto parecia ter sido pensado com carinho, e naquele momento, ela sentia que estava, de fato, em casa.
Olívia estava na cozinha, ajudando Gabriela a preparar um café enquanto as duas conversavam sobre o dia a dia. Estavam em um clima descontraído, com a cumplicidade crescente que havia se formado entre elas desde o momento em que começaram a se aproximar.
O som de um carro estacionando na frente da casa interrompeu a conversa, e Gabriela franziu o cenho.
— Quem será? — perguntou, com um olhar curioso.
Olívia deu de ombros, mas logo sua expressão mudou ao perceber que seu celular vibrava. Era uma mensagem de sua mãe.
"Estamos chegando. Não fique nervosa. Viemos visitar a Gabi, seu irmão vai deixar a gente doido."
Gabriela riu nervosa.
— Isso vai ser interessante.
Logo, a campainha tocou. Gabriela foi até a porta e abriu, encontrando a mãe e o irmão de Olívia. Eleanor, com seu sorriso encantador e atitude calorosa, imediatamente a envolveu em um abraço apertado. Já Felipe, com seus olhos brilhando de entusiasmo, entrou sem cerimônias, olhando ao redor.
— Uau, a casa da Gabi é incrível, Olívia! — disse Felipe, com um sorriso travesso. — Tem até quarto para o meu sobrinho, né?
Olívia engasgou, derrubando um pouco do café que estava segurando. Gabriela, que estava ao seu lado, quase cuspiu a bebida.
— Como é que é? — Olívia perguntou, com a voz falhando.
Felipe olhou para as duas, com um sorriso de orelha a orelha, claramente se divertindo com a situação.
— É isso mesmo, mana. Um sobrinho! Já estava planejando o nome, e já vi que tem até um quarto esperando. — Ele continuou, em tom brincalhão.
Eleanor, que estava apenas observando a cena, não conseguiu segurar o riso. Ela gargalhou alto, e isso fez as duas se olharem, completamente sem reação por um momento.
— Vocês são mesmo uma graça. — Eleanor disse, com uma risada contagiante.
Gabriela e Olívia estavam completamente envergonhadas, mas não puderam deixar de rir também. A leveza do momento era exatamente o que ambas precisavam.
— Eu... Eu não sei de onde você tirou essa ideia, Felipe — disse Olívia, ainda tentando se recompor. — Mas não é assim que as coisas funcionam.
Felipe cruzou os braços, com um sorriso travesso.
— Ué mana, por que não? Você já trouxe até seu video game pra cá, deve gostar muito da Gabi, deixa ela jogar com o seu controle e tudo? — Ele piscou para as duas.
Gabriela sorriu, aliviada com a recepção calorosa. Eleanor a abraçou mais uma vez, desta vez com mais calma.
— Você é maravilhosa, Gabriela. Olívia tem razão, você é uma pessoa incrível. E a casa de vocês... é muito acolhedora. — Eleanor disse com sinceridade. — Fico feliz por ver as duas tão felizes juntas.
Gabriela sorriu, sentindo-se acolhida e querida pela família de Olívia. Mesmo com as brincadeiras de Felipe, havia algo genuíno na maneira como eles estavam tentando se conectar com ela. Era como se a distância que antes existia entre ela e a família de Olívia tivesse sido quebrada.
As duas passaram o resto da tarde conversando, com Eleanor e Felipe compartilhando histórias engraçadas sobre Olívia quando criança, o que fez Gabriela gargalhar mais de uma vez. Era uma boa sensação, estar ali, em meio a risos e conversas descontraídas.
Mais tarde, quando a noite caiu e a família de Olívia se despediu para voltar para casa, Gabriela e Olívia ficaram sozinhas novamente. A casa estava tranquila, iluminada apenas pela luz suave das lâmpadas e pela lua que entrava pelas janelas.
Olívia se aproximou de Gabriela, que estava deitada na cama, folheando um livro. Ela se sentou ao lado dela, com um sorriso suave nos lábios.
— Você está bem? — Olívia perguntou, passando a mão suavemente pelos cabelos de Gabriela.
Gabriela levantou os olhos, sorrindo com aquele sorriso que fazia o coração de Olívia bater mais rápido.
— Eu estou mais do que bem — respondeu Gabriela, fechando o livro e se virando para Olívia. — Eu tenho tudo o que preciso aqui.
Olívia deu um leve sorriso, olhando para Gabriela com um brilho nos olhos.
— Eu... — Olívia hesitou por um momento, sentindo o calor da proximidade. — Eu não posso mais viver sem você.
Gabriela engoliu em seco, sentindo a sinceridade nas palavras de Olívia. O sentimento que ela já nutria por ela estava mais forte do que nunca.
— Eu também não posso mais viver sem você — respondeu Gabriela, com a voz suavemente embargada.
As palavras pareciam pequenas diante da intensidade dos sentimentos, mas eram tudo o que elas precisavam ouvir uma da outra.
Olívia se inclinou e beijou delicadamente Gabriela na testa, e depois nos lábios, com uma suavidade que refletia todo o amor e carinho que compartilhavam. O beijo foi lento, como se o tempo tivesse desacelerado, e tudo ao redor desaparecesse, deixando apenas elas duas naquele momento perfeito.
Gabriela fechou os olhos, sentindo a suavidade dos lábios de Olívia e a certeza de que, apesar de todos os desafios, ela havia encontrado algo que a fazia se sentir completa.
Deitados na cama, as duas se aconchegaram uma na outra, com as mãos entrelaçadas, e o som suave da respiração de Gabriela misturando-se com o ritmo calmo e constante de Olívia.
O mundo lá fora poderia continuar com suas complicações, mas, naquele momento, dentro daquela casa, tudo parecia exatamente como deveria ser. Juntas.
Fim do capítulo
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