Capitulo 58
A manhã seguinte chegou com um ar pesado de consequências. Na delegacia, o clima era tenso. Hugo, com sua postura séria e profissional, anunciou a demissão de Lucas. A razão era clara: sua interferência na investigação de Antônio havia prejudicado a integridade do caso, e isso não poderia ser tolerado, por mais que Lucas tivesse agido com boas intenções.
Lucas estava com a expressão fechada, tentando manter a calma. Ele sabia que não podia mudar o que aconteceu, mas a dor de ser afastado da delegacia onde cresceu, onde a tradição de sua família estava, era difícil de engolir. No fundo, ele sabia que Olívia tinha razão. Mas isso não tornava a situação mais fácil.
Enquanto isso, Gabriela estava se recuperando bem e, finalmente, se preparava para voltar para casa. Seus pais haviam insistido para que ela ficasse com eles até se recuperar completamente, mas Gabriela estava determinada a voltar para seu próprio espaço. Ela precisava de independência, de voltar ao seu próprio ritmo.
No momento em que entrou na casa dos pais, foi recebida com abraços apertados e olhares preocupados. Dona Elisa, com seus olhos sempre preocupados, a olhou com ternura, como se quisesse proteger Gabriela de todo o mal do mundo. Augusto, por outro lado, tinha um olhar mais firme, mas também cheio de carinho.
— Você não vai ficar sozinha em casa, Gabriela — Augusto falou, de maneira quase autoritária.
Gabriela sorriu, sabendo exatamente o que ele queria dizer.
— Pai, eu não vou ficar sozinha — respondeu, já pensando na solução para aquele pequeno "problema". — Eu vou ficar com a Olívia, pode parar de se preocupar.
Os olhos de Augusto se estreitaram, e ele soltou uma risadinha incrédula.
— Ah, você vai ficar com sua amiga, né? Sério, filha? Amiga? Ela acha que a gente é o quê, hein? — Augusto perguntou, meio desconfiado, mas com um sorriso disfarçado.
Gabriela rolou os olhos, mas não conseguiu segurar o riso. Era difícil não rir da expressão dele, que mais parecia uma mistura de pai protetor e curioso.
— Ela é minha namorada, pai — respondeu Gabriela, sem hesitar. — Pode parar com esse interrogatório. Você gosta dela, então colabora.
Augusto ficou em silêncio por um momento, olhando para Gabriela, como se estivesse processando a informação.
— Hum... namorada, é? — Ele ergueu as sobrancelhas. — Quem disse que eu gosto dela em?
Elisa, que estava observando a cena de longe, agora se aproximou, sorrindo.
— Vai lá, querida. A casa é sua, depois de tudo o que passou, você merece ter alguém ao seu lado, e nós adoramos a Olivia. — Ela disse, com um tom doce e acolhedor.
Gabriela olhou para os pais, e um calor reconfortante invadiu seu peito. Sabia que seus pais eram protetores, mas também confiavam nela. Agora, mais do que nunca, ela sabia que estava pronta para recomeçar. E, de certa forma, recomeçar ao lado de Olívia parecia ser exatamente o que ela precisava.
— Obrigada, mãe, pai — Gabriela disse, abraçando-os. — Vou me cuidar, pode deixar.
Ela sorriu e, com um olhar cúmplice para seu pai, disse:
— E sobre a Olívia, pode ficar tranquilo. Ela vai ficar aqui comigo, e você vai gostar mais dela a cada dia, vai ter bastante tempo pra isso.
Augusto resmungou, mas, no fundo, sabia que Gabriela estava certa. E se Olívia fosse realmente a pessoa que ele imaginava que fosse, ele não tinha do que se preocupar.
A casa estava mais cheia de risos do que nunca. E enquanto Gabriela arrumava suas coisas pra voltar pra casa, ela sentiu uma leveza no coração. Ela estava em casa, pois estava cercada pelas pessoas que mais amava, e ao lado de quem sabia que queria estar, bem quase, Olivia estava chegando para busca-la ai sim estaria completa.
Fim do capítulo
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