O hospital estava quieto, mas o ambiente dentro do quarto de Gabriela era completamente diferente. A luz suave da noite entrava pela janela, iluminando o rosto de Gabriela, que agora estava mais relaxada. A medicação havia acalmado seu corpo, mas sua mente ainda estava agitada. Olívia, que estava sentada na cadeira ao lado da cama, olhava para ela com um sorriso fraco, mas sincero.

— Então... — Gabriela começou, quebrando o silêncio, com uma voz suave, quase brincalhona, apesar da fragilidade do momento. — Não me diga que você vai me deixar aqui sozinha para salvar o mundo agora?

Olívia soltou uma risada baixa, sem desviar o olhar de Gabriela. Ela parecia se sentir mais leve agora, depois de tantos dias de tensão.

— Não, eu não vou te deixar sozinha, prometo. — Olívia respondeu com um tom mais sério, mas ainda com um brilho travesso nos olhos. — Eu só... — Ela hesitou por um segundo. — Eu só não sei mais como viver sem você, Gabriela.

Gabriela levantou uma sobrancelha, surpresa, mas com um sorriso começando a aparecer no canto dos lábios. Aquele não era o tipo de frase que ela esperava ouvir depois de um resgate tão dramático.

— Olha, Olívia... — Gabriela brincou, tentando fingir ser mais séria. — Se isso for mais uma daquelas suas jogadas de heroína, você pode desistir, porque já estou totalmente desarmada.

Olívia não conseguiu evitar a risada. Gabriela tinha uma habilidade única de mudar o clima das coisas, mesmo quando tudo parecia tenso.

— Não estou brincando. — Olívia disse, agora com uma expressão mais suave e sincera. Ela pegou a mão de Gabriela, ainda quente, com uma delicadeza quase inédita. — Eu... Gabriela olhou para a mão de Olívia sobre a sua, e, por um momento, o mundo ao redor parecia ter sumido. Só existiam elas duas. Seus corações batiam em sincronia, e um milhão de emoções se cruzaram na mente de Gabriela. Ela sorriu, mas não era um sorriso qualquer. Era algo mais profundo, mais vulnerável. Algo que ela sentia, mas não sabia como dizer.

— Você é uma idiota, sabia? — Gabriela disse com um meio sorriso, dando uma leve risadinha. Olívia a olhou, perplexa. — Achando que só eu não percebi que não consegue mais viver sem mim.

O sorriso de Olívia desapareceu por um segundo, antes de ela começar a rir também, aliviada e feliz, quase sem acreditar que aquilo estava acontecendo.

— Então você também sente o mesmo? — Olívia perguntou, a voz suave, mas com uma pitada de ironia. Ela estava adorando a reação de Gabriela.

Gabriela riu, tocando a testa de Olívia com um gesto carinhoso.

— Claro que sim, idiota. Como é que eu ia passar todos esses dias sem você me fazendo perder a paciência? — Ela piscou para Olívia, a alegria no olhar. — Agora, falando sério... você está aqui, e eu não quero mais nada. Só você.

Olívia se inclinou para frente, como se quisesse se certificar de que aquele momento era real, e, com um sorriso travesso, disse:

— Então, você me aceita... como sua... namorada?

Gabriela olhou para ela, brincando com a ideia, mas a intensidade da situação a fez apenas balançar a cabeça e dar um sorriso mais doce.

— Eu aceito. — Ela disse, com um tom mais sério, mas com a leveza que as palavras anteriores haviam criado. — Com todas as suas imperfeições, com todos os seus defeitos, você... me ganhou, Olívia.

Aquelas palavras, simples, mas intensas, preencheram o quarto com algo novo. Algo mais profundo que o simples alívio de uma missão cumprida. Era o começo de algo, de um vínculo que não seria destruído pelas circunstâncias.

— Que defeitos que eu tenho Gabriela? eu sou incrivel porr*!

Olívia sorriu, a emoção transbordando em seu peito. Ela não podia acreditar que tinha Gabriela ali, ao seu lado, olhando-a com os mesmos sentimentos que ela carregava.

— Então, já podemos parar de fingir que isso é só amizade, né? seu pai me olhou estranho, foi assustador. — Olívia brincou, a leveza do momento ainda presente, como uma brisa suave.

Gabriela sorriu ainda mais, os olhos brilhando com felicidade.

— Já estava mais do que na hora, não acha namoradinha?

As duas se olharam por um longo momento, sentindo a tensão se dissolver, o amor tomando forma entre elas, até que Olívia se aproximou e, com um sorriso apaixonado, beijou Gabriela de maneira suave, mas cheia de significado.

O beijo, simples e breve, selou a promessa de algo novo, de uma relação que, apesar das dificuldades, estava prestes a florescer com força e paixão.

Fim do capítulo