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Entre Votos e Silencios por anonimo2405

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Palavras: 1837
Acessos: 798   |  Postado em: 23/04/2025

Novas Surpresas

As manhãs pareciam sempre iguais, mas não eram.

Verena acordava antes de Silvia. Tomava banho em silêncio, secava os cabelos no modo mais frio do secador para não incomodar, escolhia o terno do dia com exatidão cirúrgica. Tudo sem ruído. Tudo sem toque.

Silvia fingia dormir até ouvir a porta do closet se fechar. Depois se virava devagar na cama, o rosto afundado no travesseiro, como se o tecido pudesse abafar o vazio entre elas.

Elas ainda diziam “bom dia”. Ainda dividiam o café. Mas os beijos agora eram na testa. Os toques, no ombro. Carinhos de amizade. De parceria. De compromisso.

Não havia mais desejo, e nenhuma delas falava sobre isso.

Verena sabia que Silvia percebia — sempre percebeu tudo, com aquela calma quase sagrada. Mas a mulher não cobrava, não pressionava. O que, paradoxalmente, a deixava ainda mais desconfortável. Silvia esperava, com a certeza de quem acredita no tempo.

Verena, por outro lado, não sabia mais no que acreditar.

Na Câmara, o burburinho habitual se intensificava às terças-feiras. As agendas de comissões, as visitas de lideranças, os acordos entre olhares. Mas era o tipo de caos que a mantinha em pé. Política era o único lugar onde o controle parecia possível.

Naquela manhã, Rafaela entrou no gabinete com os óculos escuros ainda no rosto, mesmo dentro da sala.

— O tal deputado do sul ligou ontem à noite. Quer que a gente adiante a movimentação da verba pra semana que vem. Tá com medo de vazar.

Verena ergueu os olhos do papel.

— Ele que segure a ansiedade. Isso vai sair quando eu disser. E só quando for seguro.

— Tá. Só avisei. E, ah — Rafaela tirou os óculos e piscou —, tua nova estagiária já tá aí. Hoje ela veio com um coque frouxo e uma blusinha amassada. Bem vibe “me perdi no metrô”.

Verena franziu o cenho.

— Para de implicar.

— Eu não tô implicando, tô observando. A menina vive encolhida. E você vive reparando.

Verena ignorou o comentário. Mas não deixou de pensar nele.

O terceiro dia de Valentina no gabinete foi quase uma repetição dos anteriores. Documentos, aprendizado, olhares desviados. Mas, naquela manhã, um assessor deixou um relatório importante na mesa errada e ela, sem saber, levou-o direto à sala de Verena.

Bateu levemente na porta, que estava encostada. Entrou.

Verena ergueu os olhos, esperando ver Rafaela — mas deparou-se com o rosto hesitante de Valentina, segurando a pasta com ambas as mãos, como se fosse sagrada.

— Me pediram pra entregar isso aqui. Eu... acho que é seu.

Verena assentiu, pegando a pasta. Os dedos das duas se tocaram por um segundo. Nada que fosse incomum. Mas ambas sentiram.

— Obrigada — disse Verena, sem mudar o tom.

— Claro. Com licença.

Antes que a garota saísse, Verena falou:

— Valentina.

A estagiária parou, virando-se devagar.

— Eu fui ríspida com você outro dia. Não gosto de pessoas comendo aqui, mas... podia ter dito de outro jeito.

Valentina arregalou um pouco os olhos, surpresa.

— Tá tudo bem. Eu que... desculpa por invadir o espaço. Foi meu erro.

Verena apenas assentiu. E não disse mais nada. Mas a expressão da garota — aquela mistura de doçura, desconforto e pureza — ficou com ela pelo resto do dia.

 

À noite, deitada ao lado de Silvia, com o corpo imóvel, Verena tentou lembrar há quanto tempo não sentia calor ao toque. Não tesão, exatamente. Mas aquele fogo leve, quase infantil, que vem da curiosidade pelo outro.

Ela não sentia isso com Silvia. Não mais. Talvez nunca da forma que imaginou que fosse.

O problema era que agora esse calor parecia querer surgir de um lugar proibido.

E, pior: num momento perigosamente inadequado.

O desvio de verba que planejavam era o maior que já haviam articulado. Envolvia três deputados, uma fundação fantasma e a cobertura de uma construtora ligada ao governo. Não havia mais espaço para erros, distrações ou hesitações.

Rafaela sabia disso — por isso a cutucava. Queria que Verena mantivesse a mente no jogo.

Mas como manter o foco, quando o que mais a perturbava não era o risco de prisão... e sim um par de olhos tímidos e uma presença sutil demais pra ser ignorada?

...

A noite tinha avançado silenciosa, com o gabinete vazio e os corredores já escurecidos. Valentina ajeitava as últimas pastas com um cuidado quase reverente. Verena observava à distância, sentada à mesa, o blazer pendurado nas costas da cadeira, a manga da camisa dobrada até os cotovelos.

— Você sempre foi assim? — perguntou, quebrando o silêncio.

Valentina ergueu os olhos, confusa.

— Assim como?

— Discreta. Eficiente. Quieta.

A garota deu de ombros, sem saber se aquilo era um elogio ou um alerta.

— Eu só tento não atrapalhar. E ajudar.

Verena assentiu, como se aquilo confirmasse algo que já intuía.

Pouco depois, quando Valentina anunciou que estava pronta para ir, Verena puxou o celular, olhou a hora e disse:

— Não vou deixar você pegar metrô essa hora. Eu te levo.

Valentina abriu a boca pra protestar, mas Verena já estava vestindo o blazer.

— Vamos.

Desceram juntas. E foi então que Verena a viu.

Silvia, parada na recepção do prédio, com os braços cruzados e uma expressão de leve espanto ao ver a esposa acompanhada da jovem estagiária.

— Silvia? — Verena franziu o cenho.

— Estava passando por aqui, decidi te esperar. Mas... não sabia que trabalhavam até tão tarde — disse, os olhos indo de Verena para Valentina.

Valentina ficou rígida.

— Boa noite... — disse, hesitante.

— Boa noite — respondeu Silvia, olhando-a com mais atenção. Seus olhos se estreitaram ligeiramente.

— A gente só estava finalizando umas pastas da comissão. Eu ia levá-la em casa, tá tarde — explicou Verena, com naturalidade.

Silvia sorriu, mas algo em seu rosto parecia intrigado.

— Tudo bem. Eu vou com vocês, então. Acabei pegando um Uber pra vir.

No carro, o silêncio foi quase constrangedor. Valentina, no banco de trás, mexia nervosamente na alça da mochila. Silvia olhava pela janela. Verena dirigia, sentindo o peso no ar.

— Qual é o seu sobrenome mesmo? — perguntou Silvia de repente, virando-se levemente para a garota.

— Moraes — respondeu Valentina, quase num sussurro.

Silvia se virou de vez, surpresa.

— Moraes? Você me lembra uma pessoa. Sua mãe se chama Ana Paula?

Valentina arregalou os olhos, ainda mais nervosa.

— Sou. Vocês... se conhecem?

Silvia soltou uma risada leve, quase nostálgica.

— Ana Paula é prima da minha mãe. Eu cresci vendo ela nos encontros de família. Então... você é minha prima de segundo grau.

Valentina mordeu o lábio, visivelmente desconcertada.

— Eu... não fazia ideia.

Verena, agora com os dedos apertando o volante com mais força, respirou fundo.

— Isso é... uma coincidência interessante — disse, com um tom controlado.

— Eu devia ter reconhecido o sobrenome, mas é tão comum — completou Silvia, olhando para Verena com um sorriso que oscilava entre surpresa e leveza. — O mundo é mesmo pequeno, né?

— Bem pequeno — respondeu Verena, olhando pelo retrovisor.

O resto do trajeto foi mais silencioso ainda.

Quando deixaram Valentina em casa — uma casa simples, num bairro afastado, Silvia acenou com carinho, e Verena apenas observou, dizendo um “até amanhã” seco, porém firme.

No caminho de volta, dentro do carro, Silvia quebrou o silêncio com naturalidade:

— Ela é uma graça, tão quietinha.

Verena não respondeu.

Silvia então olhou para a esposa, mais séria.

— Você já sabia que ela era minha prima?

— Claro que não. Se soubesse, teria dito.

Silvia assentiu, mas seus olhos ficaram no painel.

Verena manteve os olhos na estrada, o maxilar tenso. Agora, havia mais do que atração reprimida, culpa e poder.

Agora, também havia laços de sangue.

E tudo tinha acabado de ficar mais... perigoso.

No carro, o silêncio seguia espesso, quase palpável. Silvia recostou-se no banco, cruzando os braços como quem também tentava decifrar o que aquela coincidência significava. Verena, firme ao volante, parecia distante. O olhar preso na estrada, mas a mente à deriva.

“Prima de Silvia. Prima.”

As palavras se repetiam em sua cabeça como um eco indecoroso. Aquilo tinha nome. Nome e sobrenome. E agora tinha laços de sangue.

Chegaram em casa pouco antes das onze. A luz suave da sala acolheu as duas quando entraram, tirando os sapatos no corredor.

Silvia foi até a cozinha, preparou dois copos d’água e voltou com um olhar mais tranquilo.

— Desculpa ter aparecido do nada. Foi estranho?

— Não — disse Verena, sentando-se no sofá. — Quer dizer... um pouco inesperado, mas não foi ruim.

Silvia se aproximou, entregou o copo e se sentou ao seu lado, virada para ela.

— Sabe... eu fiquei feliz por ela estar bem. Sempre achei que a Ana Paula teve uma vida difícil. Saber que a filha conseguiu esse estágio... é bonito. E você tá ajudando, mesmo sem saber.

Verena respirou fundo, tentando absorver a leveza daquele comentário. Mas dentro dela, algo parecia torcer, tensionar, quase doer.

— É só um estágio — disse, enxugando o copo com a palma da mão. — Ela é esforçada.

Silvia sorriu e encostou a cabeça no ombro da esposa.

— Às vezes eu esqueço como você pode ser generosa, mesmo sendo tão dura por fora.

Verena sentiu o peso daquela ternura. Fechou os olhos por um instante. Algo dentro dela queria ceder. Queria apagar aquela inquietação. Queria esquecer o olhar assustado de Valentina, a lembrança do nome "Moraes", o calor desconcertante que sentiu no carro.

Queria... escapar.

Levantou-se de repente, estendeu a mão para Silvia, com um meio sorriso.

— Vem. Vamos pro quarto.

Silvia ergueu os olhos, surpresa. Mas não questionou. Apenas se levantou, entrelaçando os dedos aos de Verena. Subiram juntas as escadas, em silêncio.

No quarto, a luz era baixa, amarelada. Silvia tirou o robe com naturalidade, revelando a lingerie escolhida sem casualidade. Verena, por sua vez, a observou com um olhar que misturava esforço e necessidade. Queria estar ali de verdade. Queria sentir o corpo de Silvia como sentira um dia. Mas, acima de tudo, queria se convencer de que ainda era capaz.

Os beijos começaram lentos, como passos sobre um chão conhecido. Verena tentou se entregar — às mãos, à boca, ao calor da esposa. Mas havia um vazio entre os gestos, um silêncio que o toque não preenchia.

Silvia notou. Mesmo sem dizer.

Após algum tempo, quando os corpos se acalmaram lado a lado, cobertos apenas pelo lençol fino, ela deslizou os dedos pelos cabelos escuros de Verena e disse, num sussurro:

— Você anda longe de mim. Mesmo quando tá aqui.

Verena não respondeu. Ficou apenas olhando o teto, os olhos abertos no escuro.

Sabia que o que sentia não era só desejo mal resolvido. Era outra coisa. Um desvio interno. Um risco que nascia devagar — e que ela fingia não ver.

Ali, no silêncio pós-intimidade, o nome Valentina voltou à sua mente. Como um sopro.

E ela odiou a si mesma por isso.

Fim do capítulo


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Comentários para 3 - Novas Surpresas:
jake
jake

Em: 29/04/2025

Eita que o casamento acabou , por mais que tente Verena não consegui se entregar e isso Silvia já percebeu....

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