Capitulo 38
A delegacia estava mergulhada em uma atmosfera sombria. Desde que surgiram as evidências conectando os assassinatos recentes a um caso de 2010, o peso das investigações parecia se multiplicar. A tensão no ar era palpável, e cada membro da equipe sentia a pressão.
Gabriela estava sentada em sua mesa, examinando relatórios antigos. Fotografias desbotadas das cenas de crime de 2010 estavam espalhadas diante dela, junto com imagens mais recentes. As similaridades eram inegáveis: o padrão dos ferimentos, a disposição dos corpos, e até mesmo o mesmo tipo de corda usado para amarrar as vítimas. Era como se o assassino tivesse desaparecido por uma década apenas para reaparecer, replicando sua assinatura.
Lucas entrou na sala com um arquivo grosso em mãos. Ele o colocou na mesa de Gabriela e puxou uma cadeira ao lado dela.
— Isso é tudo o que conseguimos reunir sobre o caso de 2010 — disse ele, indicando o arquivo. — Confesso que é assustador o quanto isso tudo se parece.
Gabriela suspirou, folheando as páginas do arquivo.
— E é por isso que não podemos errar desta vez. Em 2010, deixaram o caso esfriar. Não vamos permitir que isso aconteça de novo.
Do outro lado da sala, Olívia estava encostada na parede, observando a interação dos dois. Embora sua expressão permanecesse impassível, Gabriela sabia que ela estava tão preocupada quanto qualquer outra pessoa. Olívia se aproximou e colocou um novo conjunto de relatórios na mesa.
— Acabei de receber isso do legista. A última vítima tinha marcas de luta, o que é diferente do padrão de 2010. Pode ser um erro do assassino... ou uma mudança de método.
Gabriela pegou os relatórios e começou a examiná-los.
— Ou talvez seja um imitador. Alguém tentando recriar os crimes do passado.
Olívia estreitou os olhos.
— Pode ser. Mas se for o mesmo assassino, ele ficou inativo por uma razão. Algo deve tê-lo trazido de volta.
Lucas, que estava silencioso até então, olhou para as fotos na mesa.
— O que quer que seja, precisamos descobrir rápido. Não é coincidência que ele tenha escolhido esse momento para reaparecer.
Nesse instante, o chefe Hugo entrou na sala, interrompendo a conversa. Ele trazia consigo um mapa da cidade e alguns documentos. Seu semblante sério indicava que o tempo para especulações havia acabado.
— Equipe, preciso de progresso imediato — disse ele, espalhando o material na mesa. — As conexões entre os casos antigos e os recentes estão causando alarde na comunidade. A imprensa já está especulando sobre um assassino em série.
Gabriela assentiu, absorvendo a urgência da situação. Ela sabia que a pressão da opinião pública não era nada comparada à pressão de impedir que outro corpo fosse encontrado.
— Hugo, temos algumas linhas de investigação — disse Fernanda, levantando-se de sua mesa. — Estou analisando a lista de contatos das vítimas antigas. Talvez haja uma ligação que não foi explorada antes.
Hugo assentiu e olhou para Gabriela.
— E você?
— Estou revisando os relatórios originais e comparando com os novos. Há padrões que podem ter passado despercebidos.
— Excelente. Continuem focados — disse Hugo, antes de sair apressado para atender outra chamada urgente.
Lucas olhou para Gabriela e depois para Olívia.
— Vocês percebem que o assassino provavelmente está observando tudo isso, né? Ele sabe que estamos no encalço dele.
Gabriela sentiu um arrepio na espinha. A ideia de ser vigiada por um criminoso tão calculista era inquietante, mas também reforçava sua determinação.
— É por isso que precisamos ser mais rápidos do que ele — disse Ricardo, entrando na sala com um olhar sério. — Porque se ele nos vê como uma ameaça, pode tentar algo ainda mais ousado.
O silêncio que se seguiu foi pesado. Todos sabiam que o tempo estava contra eles, e que cada segundo perdido podia significar outra vida. Era hora de agir, e agir com precisão.
Fim do capítulo
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