Capitulo 37
A tarde seguia agitada na delegacia, mas a interação entre Gabriela e Olívia parecia criar uma bolha de leveza em meio ao caos. Olívia, sempre exagerada em suas expressões, soltava suspiros prolongados, como se o mundo estivesse conspirando contra ela.
Gabriela, que tentava se concentrar no relatório à sua frente, finalmente olhou para o lado, erguendo uma sobrancelha.
— Você vai ficar suspirando aí o dia inteiro ou tem alguma coisa realmente importante para falar? — perguntou, tentando manter um tom sério, mas com um sorriso no canto dos lábios.
Olívia, sem perder tempo, apoiou-se no encosto da cadeira de Gabriela, inclinando-se na direção dela com uma expressão que misturava charme e provocação.
— Estou pensando por que você não me dá um apelido carinhoso.
Gabriela soltou uma risada curta, balançando a cabeça.
— Um apelido carinhoso? Você?
— Qual o problema? Todo mundo tem. Por que eu não posso ter um? — Olívia retrucou, cruzando os braços como se estivesse sendo injustiçada.
Gabriela inclinou a cabeça, como se estivesse considerando a questão.
— Bom, você é a pessoa menos "apelidinho" que eu conheço.
— Discordo totalmente! Eu sou adorável. — Olívia fez um bico exagerado, completando a performance. — Pense em algo charmoso, tipo "Liv" ou "Oli".
— Ou "Durona" ou "Rabugenta" — Gabriela sugeriu, com um sorriso provocador.
Olívia lançou-lhe um olhar mortal, embora o brilho divertido em seus olhos traísse a seriedade.
— Você sabe mesmo valorizar o que tem, hein? — ela retrucou, com sarcasmo.
Antes que Gabriela pudesse responder, Fernanda passou por elas, segurando uma pasta. Claro que não perdeu a oportunidade de se intrometer.
— Relacionamento profissional, é? Ou já estão no nível "apelidinho fofo"? — provocou, piscando para Gabriela.
Gabriela engasgou enquanto Olívia revirava os olhos.
— Não sei o que é pior, as suas piadinhas ou a sua mania de ouvir conversas alheias — Olívia respondeu, tentando parecer séria, mas não conseguindo conter um sorriso.
— Relaxa, Santori. Só estou dizendo que, se você pedir demais, vai acabar com algo do tipo “Ursinha” — Fernanda respondeu, rindo ao ver o olhar de reprovação de Olívia.
— Ninguém te chamou para a conversa, Fernanda — Olívia disse, mas sua voz era mais divertida do que irritada.
— Estou indo, estou indo. Vocês são engraçadas juntas, só isso. Muito fofo. — Fernanda saiu, rindo, deixando as duas sozinhas novamente.
Olívia olhou para Gabriela, inclinando a cabeça com uma expressão de desafio.
— E então? Vai pensar em algo decente ou vou ter que continuar sofrendo com essa sua falta de criatividade?
Gabriela deu uma risada, balançando a cabeça.
— Tá bom, eu vou pensar. Mas não prometo nada muito fofo Ursinha.
Antes que o assunto pudesse continuar, Hugo apareceu na porta, chamando todos para uma reunião sobre o caso. O tom descontraído deu lugar à seriedade habitual, mas Gabriela sabia que, no fundo, Olívia não deixaria esse assunto morrer tão cedo.
E, enquanto seguiam para a sala de reuniões, Gabriela não conseguiu evitar o pensamento: talvez dar um apelido para Olívia fosse mais complicado do que resolver o caso em questão.
Fim do capítulo
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