--Não se preocupe, minha cliente! – empunhou o revólver – Fui policial e sei muito bem agir com uma arma! Segue a líder! – chamou -- AHAH! – sentiu que um tiro passou de raspão e jogou-se no chão.

 

 

 

Mariam fez a mesma coisa. – Misericórdia, valei-me, valei-me! -- clamou

 

 

 

--Acho que é melhor a gente pensar num plano B! – deu um sorriso amarelo – Vem comigo!

 

 

 

Horas depois, Isabela conseguia chegar na sala onde o traficante e alguns de seus homens se encontravam. Vinha trazendo Mariam, devidamente amarrada pelos pulsos e com uma venda preta nos olhos.

 

 

 

--E o que diabos seria isso aqui? – Marechal perguntou intrigado

 

 

 

--Meu nome é Carla! – a detetive mentia – Eu sei qual o seu riscado e por isso trouxe uma valiosa mercadoria pra gente negociar! – indicou a mulher a seu lado

 

 

 

--Ahahahahahah! – os homens riram – Valiosa? Essa mercadoria aí tá meio passada, né não, rapaziada? – riram mais uma vez

 

 

 

“Ah, filho de uma égua maninha!” – Mariam pensou revoltada

 

 

 

--Ela pode não ser uma ninfeta, mas tem algo que muita moçoila já não tem: -- fez um suspense – completamente virgem!

 

 

 

--Oi? – Mariam sentiu um forte beliscão nas nádegas – Ah, é. Virgem que chega dói... Ai!

 

 

 

--Virgem? – Marechal perguntou interessado

 

 

 

--Totalmente! – gesticulou – Não há um orifício no corpo desta mulher que não seja intocado pela mão do homem!

 

 

 

“Hoje em dia até mão de mulher já futicou tais orifícios!” – Mariam pensou

 

 

 

--Sendo assim... – coçou o queixo – Mas não posso conferir isso agora. – levantou-se – Tive uns probleminhas nessa madrugada e tenho que agir. – referia-se ao tiroteio – Vou despachar essa mercadoria pro quartinho do segundo andar e logo mais Zoe vai conferir se é isso mesmo.

 

 

 

Ouvir o nome da mulher fez o coração de Mariam disparar.

 

 

 

“Então a tal é uma espécie de braço direito dele!” – Isabela concluiu – Mas e a negociação? – continuou com o jogo – Quero conversar com essa Zoe pra gente chegar num bom preço pela virgem!

 

 

 

Novamente riram. – Você se dê por feliz que não dou cabo de ti agora mesmo! – os capangas apontaram seus fuzis – Vaza daqui porque não tenho tempo a perder!

 

 

 

“Puta merd* e agora?” – Isabela pensou ao ser expulsa – “Como vou tirar Mariam dessa?”

 

 

 

Mariam, ao contrário, achou que tudo fazia parte do plano e seguiu satisfeita junto àqueles que lhe guiavam. Chegando ao quartinho, desataram seus pulsos e a venda nos olhos.

 

 

 

--Fica quieta aí! – um homem advertiu antes de fechar a porta

 

 

 

“Até que não é de todo ruim! Tem um banheiro com espelhão!” – reparava – “Hum, já sei! Quando ela vier conferir minhas virgindade vai ficar até besta com o que eu vou fazer!” – espremeu os olhinhos

 

 

 

Minutos depois...

 

 

 

--Olá? – Zoe deu uma batidinha na porta e entrou com cuidado – Não tenha medo, mas Marechal me pediu pra vir conferir... – parou desconfiada – Algum problema com você?

 

 

 

A mulher usava apenas roupas íntimas, cabelos selvagens, em pose lânguida espalmada no espelho. Repentinamente virou-se de frente e armou um olhar caipiresco-sedutor. – Surpresa em me ver, mulher gato? – mordeu o beicinho – Ou melhor, Zoe! – jogou os cabelinhos

 

 

 

--Sua louca, mas o que você veio fazer aqui? – aproximou-se da mulher e a segurou pelo braço – Tem ideia de onde está?

 

 

 

--Você tenha responsabilidade, bicha! – repreendeu – Eu era hetero, tava quieta no meu canto e você virou meu mundo pelo avesso! – gesticulou – Tá pensando que é assim, dá tiro em curnicha alheia madrugada afora e depois some? – falava desaforada – Não é porque eu sou mineira que a comida aqui é a quilo!

 

 

 

Zoe não sabia o que fazer.

 

 

 

Enquanto isso, Isabela escalava a casa buscando salvar sua cliente. “Tenho que tirar ela daqui!”

 

 

 

--E eu fiquei decepcionada, tá? – continuava passando sermão – Teúda e manteúda de traficante, que coisa bisonha, viu, fi!

 

 

 

--Mariam, você não sabe o risco que tá correndo e nem as coisas são como parecem ser! – Zoe dizia – Temos que dar um jeito de te tirar daqui!

 

 

 

E nesse instante, alguém entra rolando pela janela do quarto no melhor estilo A JUSTICEIRA. – Parada aí! – apontou o revólver para a negra – Você?? – arregalou os olhos

 

 

 

--Isabela Mendes?? – a negra chocou

 

 

 

--Vocês se conhecem?? – Mariam correu para se vestir

 

 

 

--Claro que sim! – abaixou a arma – Essa é Britópula Maria Fernandes. – olhava nos olhos da outra – Nunca se chamou Zoe!

 

 

 

--Eita, que babado forte! – Mariam exclamou – “Já vi que meu destino é me apaixonar por gente de nome horrível!”

 

 

 

--Fui expulsa da polícia por causa dela! – Isabela continuou a falar

 

 

 

--O que?? – chocou-se -- “A curnicha dessa mulher é endiabrada, Deus que me defenda!” – benzeu-se

 

 

Fim do capítulo