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Dois elementos por Woolf Sam

Ver comentários: 2

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Palavras: 1912
Acessos: 476   |  Postado em: 19/02/2025

ÁGUA

HELENA

Abrir as janelas pela manhã e não se sentir em casa já fazia parte do roteiro de minha vida. Mesmo após doze anos de casamento não conseguia me habituar ao troca-troca de cidades que a empresa do meu marido nos causava. Já faziam dois meses que havíamos nos mudado para essa cidade. Carlos abriria uma nova filial da empresa e gostava de fiscalizar tudo de perto. 

Vivemos uma vida confortável, apesar de ter feito faculdade de direito, não fiz OAB. Após o termino do curso Carlos me convenceu de que ficar em casa com as crianças era a melhor opção, pois por ser um empresário de prestígio não precisamos nos preocupar com dinheiro. 

Ele foi o meu primeiro e único homem. Sei que isso soa romântico, mas minha história estava longe de ser um conto de fadas.

Nasci e cresci em uma cidade no interior de Minas Gerais. Meus pais trabalhavam como caseiros na fazenda da família mais rica da cidade, os Albuquerque. Os donos moravam na Capital e só vinham passar férias na fazenda. Com os anos se passando, suas visitas ao interior eram cada vez mais raras, mas sempre que vinham nutriam extrema gratidão por meus pais zelarem cuidadosamente por aquelas terras. 

Eu tinha 17 anos quando o Senhor Olavo Albuquerque nos convidou para uma viagem ao litoral. Meus pais não se empolgaram tanto pois já estavam acostumados a rotina quieta da nossa cidade. Eu fiquei alvoroçada, pois seria a primeira vez em que eu veria o mar. 

Fomos de ônibus até a estação ferroviária e de lá partimos de trem rumo ao litoral do Espírito Santo. Depois de mais de 12 horas de viagem chegamos ao nosso destino. Senhor Olavo já nos esperava de carro para irmos até a casa de praia que pertencia a família Albuquerque. 

A casa era linda e luxuosa e fomos recepcionados com toda pompa. Quando pisei na areia pela primeira vez, era como se pisasse nas nuvens. A imensidão do mar me prendeu instantaneamente. Meus pais estavam arrumando as malas e contando “causos” enquanto eu decidia se meus pés eram dignos de tocar aquele paraíso. Despertei do meu devaneio quando ouvi risadas atrás de mim. Eram um grupo de jovens com 3 homens e 2 mulheres. Um deles era familiar. Não dei muita atenção e voltei para perto dos meus pais. 

Cheguei perto e senhor Olavo disse ao meu pai:

- Olha José outro dia a menina Helena era uma criança e hoje já está uma moça. 

- Sim, uma moça bonita e muito ajuizada. 

Senhor Olavo abaixou a cabeça e desabafo com papai:

- Você deve sentir muito orgulho, eu gostaria de dizer o mesmo de Carlos. 

- Está dando trabalho?

- Carlos é meu único filho. Eu o criei pensando que ele se tornaria um bom homem para quando eu me aposentar entregar tudo em suas mãos e ir viver minha vida em nossa fazenda que vocês cuidam com tanto zelo. Mas ele só quer saber de festas, bebidas e já ouvi boatos que ele está se envolvendo com coisas piores. Ele já tem 25 anos. Só entrou na faculdade de arquitetura pois ameacei não dar mais nem um centavo para suas despesas. 

- Sinto muito por você meu amigo. Quem sabe depois que envelhecer mais um pouco cria juízo.

- É o que espero meu amigo.

Então me lembrei de quem era aquele rosto familiar na praia. Era Carlinhos, o filho do Senhor Olavo. Todas as vezes que estavam de férias no interior ouvia seus gritos e choros dizendo odiar aquele lugar e querer voltar para cidade. Passava toda a temporada dentro do quarto jogando vídeo game e tratava mal a todos os funcionários de seus pais.

A noite pensei em dar uma volta na praia que ficava a poucos metros da casa. Costumava fazer isso no pomar de casa e nunca tive problemas, não imaginei que naquele paraíso particular tivesse perigo. 

Até que novamente ouvi risos baixinhos e alguém disse:

- Vai lá, chama ela. 

Me virei e Carlos veio na minha direção.

- Oi gatinha, perdida?

- Não. só vim dar uma volta e estou voltando pra casa.

- Fica aqui com a gente. A noite vai ser legal.

Estavam os mesmos 5 jovens sentados próximos a uma pedra que só dava pra perceber a presença deles quando estava muito próximo. 

Pensei que não haveria nada de mal em fazer novas amizades já que não tinha muitos amigos no interior. Se fossem apenas meninos eu teria medo, mas como tinham meninas, que mal teria?

Sentei na roda deles e eles conversaram sobre assuntos diversos os quais eu flutuava parecendo que vinha de outro planeta, pois não sabia a mínima do que estavam falando. Carlos percebendo minha distância me cutucou:

- Está muito quietinha gata. Vou te dar um negócio para se soltar. 

Foi atrás de outra pedra e lá tinha um cooler. Trouxe várias garrafas e entregou uma para cada pessoa que estava na roda. 

Eu nunca tinha ingerido bebida alcoólica. E se ingerisse meus pais iriam se zangar, mas eu estava cansada de todos rirem de mim.

- Obrigada, mas eu não bebo.

- Olha galera, ela não bebe. 

Todos riram.

- Bebe só um pouquinho, tá comigo, tá com Deus. 

- Obrigada.

Aceitei a bebida. E fui ingerindo devagar imaginando que o efeito não chegaria se assim o fizesse. Não sei quanto tempo se passou até que comecei a sentir uma tontura. Queria dizer que estava passando mal, mas as palavras saiam com dificuldade. Fui levantar para tentar ir embora, mas minhas pernas não me respeitavam. Lembro de Carlos me segurando e dizendo que me levaria em casa.

- Deixa eu te ajudar. 

Falou umas das meninas.

- Não precisa, eu cuido da princesinha bebada. 

Acordei no outro dia, na janela dava para ver que ainda estava escuro. Olhei para aquele quarto que não era meu, aquela casa que não era minha. Tentava lembrar de algo e não conseguia. Meu corpo estava estranho e sentia frio. Tateei meu corpo para perceber que eu estava nua. 

Corri para encontrar uma luz e era melhor que tivesse permanecido na escuridão. Em uma cama dormia Carlos completamente nu. Naqueles lençóis brancos estava a mancha da minha dignidade. Uma pequena mancha de sangue que eu sequer lembrava como havia sido feita. O que aconteceu? O que eu fiz?

Fui deslizando pela parede até tocar o chão daquele quarto. Um choro compulsivo saiu do meu corpo. Eu me sentia suja e me perguntava como aquilo tinha acontecido.

Meu choro acordou Carlos, ele apoiou o corpo nos cotovelos com as costas apoiadas na cama:

- O que foi gatinha? Vai acordar todo mundo daqui a pouco. Vai dormir.

- O que… Que… Aconteceu? 

Eu soluçava sem parar.

- A gente transou uai, nunca tinha trans*do não?

- Eu não lembro. O que você fez comigo?

- Nada que você não quisesse. Estava andando naquela praia a noite atoa? Te dei o que você queria. 

Isso não poderia estar acontecendo. Eu só via aquilo em filmes. Carlos era filho do Senhor Olavo, um homem tão bondoso. Ele não faria aquilo comigo.

- Eu não lembro de nada. 

- Você chegou no quarto e disse que queria tomar banho. Eu fui te dar banho e meu pau subiu na hora. Não resisti a você peladinha e deitada dessa cama. 

- Eu estava inconsciente. Você planejou isso. 

- Você estava bêbada e eu também. Você gostou, estava até molhadinha. Falou com cara de deboche.

- Sai daqui ou eu vou fazer um escândalo.

- Que se foda. É gostosa, mas é uma chata.

Ele vestiu suas calças e saiu do quarto. 

Entrei para o chuveiro e fiquei lá até perder a noção do tempo. Parece que a alta temperatura da água queimava a minha pele e curava momentaneamente a dor da alma. Eu me sentia suja, mas ao mesmo tempo não me lembrava de nada. Quem acreditaria em mim? Olavo não ficaria ao meu lado e contra seu filho. Eu aceitei aquela bebida. E assim sai do chuveiro uma nova Helena. Eu teria que apagar essa ferida. O fato não tinha deixado marcas físicas, apenas na minha alma. E minha alma eu poderia esconder de todos. A partir daquele dia nunca mais olharia na cara de Carlos e morreria esse assunto. 

Mas nem tudo é como queremos. 

Ficamos por lá mais onze dias. Depois do fatídico dia não vi mais Carlos na casa de praia. Seu pai havia dito que o mesmo tinha retornado para a capital com os amigos. Agradeci.

Quando retornamos a minha cidade pensei que poderia esquecer aquele pesadelo. Alguns dias se passaram e eu me sentia mal, com dores frequentes e vômitos. Nos primeiros dias meus pais achavam que eu tinha trazido alguma doença do litoral. Depois de muitos chás e remédios naturais não passava, então me levaram ao posto da cidade. Após resultados de exames o pior foi constatado:

- Senhora José e Senhora Ana. A filha de vocês não está com nenhuma doença. 

Mamãe já agradecia olhando para os céus, mas papai franzia o cenho.

- Como não está doente? O que ela tem então.

- Helena está grávida!

Minha mãe caiu desacordada e eu fui acudir. Eu gostaria de cair como ela e nunca mais acordar.

Meu pai pegou o médico pelo colarinho e falou:

- Como você tem coragem de falar isso? Minha filha é virgem. Nunca teve namorado. Faz esse exame de novo!

- Senhor José, nós podemos repetir, mas eu tenho certeza que o resultado será positivo novamente. 

Papai me olhou com olhos desconhecidos. Por trás daqueles olhos tinha decepção e muitos “porquês”.

Mamãe já ia acordando e chamando pelo meu pai.

- Zé, vamos embora. Esses exames não dão errado não. Vamos conversar em casa.

Pelo semblante de minha mãe ela já desconfiava de tal fato. Os sintomas raramente mentem.

Fomos em silêncio no carro. Quando chegamos em casa papai gritou com minha mãe:

- Vai conversar com sua filha e descobrir quem foi o vagabundo que deixou ela buchuda.

Mamãe bateu na porta do meu quarto e no olhar dela não tinha julgamentos, apenas pena. Ela sabia a dor de ser mulher. Durante nossa conversa perguntou quem era o pai do bebê e eu relutante disse que era Carlos. Não dei detalhes das circunstâncias da concepção dessa criança. A lágrima desceu no rosto de mamãe e ela me puxou para deitar a cabeça em suas pernas. Choramos as duas em silêncio até que adormeci. 

No outro dia escutei uma movimentação pela casa e desci as escadas. Meu pai estava colocando malas no carro. Minha mãe chorava e dizia ao meu pai:

- Zé, não precisa ser assim.

- Não tem outro jeito. Vou até Olavo resolver essa situação. Ninguém vai deixar a minha filha buchuda e sair andando por ai. 

Naquele dia meu pai saia do interior de Minas para resolver a minha vida.

Voltou depois de uma semana como o meu destino traçado. Em menos de um mês eu me uniria em matrimônio com meu abusador. E assim aconteceu…

Larguei meu interior, larguei minha dignidade, minha pureza e meus sonhos. Fui morar na capital ao lado de um homem que estava comigo por ter sido ameaçado por seu pai. 

Depois de alguns meses nasce Davi. E cinco anos depois nasce Stella.

 

Olhando o movimento da cidade pela vidraça tento explicar para mim mesma o que é a solidão de uma casa cheia?

Fim do capítulo


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Comentários para 2 - ÁGUA:
Cristiane Schwinden
Cristiane Schwinden

Em: 21/02/2025

Que vida terrível, coitada!


Woolf Sam

Woolf Sam Em: 17/03/2025 Autora da história
Seu início de vida realmente foi traumático. Acompanhe os próximos capítulos confiante de que Rafaela poderá ser um bálsamo nesse mar de dor que foi a vida de Helena.


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thays_
thays_

Em: 21/02/2025

MEU DEUS! A vida não começou fácil pra Helena... foi abusada e ainda teve que casar com o abusador...


Woolf Sam

Woolf Sam Em: 17/03/2025 Autora da história
Infelizmente ainda há muitos casos assim. Ainda temos um longo caminho para percorrer afim de que as próximas gerações não passem por isso.



Woolf Sam

Woolf Sam Em: 17/03/2025 Autora da história
Infelizmente ainda há muitos casos assim. Ainda temos um longo caminho para percorrer afim de que as próximas gerações não passem por isso.


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