Capitulo 31
LÍVIA DUARTE
Na manhã seguinte, acordei cedo e saí para pedalar. Fiz um trajeto já conhecido. Aproveitei para respirar e relaxar. Depois de 10km parei no lago que me trazia muitas lembranças. Diversas vezes sentei com Kimi nesse banco e conversamos sobre tudo. Assim como agora eu usava esse lugar para refletir. Ficava revivendo as lembranças e pensando em que momento tudo começou a desandar na minha relação com Kimi. Tudo parecia tão impossível de ser resgatado. Antes ela estava aberta e disponível e eu estava fechada e confusa. Agora, eu estou aberta e disponível e ela se fechou. Parecia que nunca mais estaríamos na mesma sintonia. Que esse amor não poderia ser vivido em nenhuma fase da nossa vida.
Mesmo com tudo indo contra, até mesmo o destino, resolvi continuar tentando, talvez Kimi quisesse me escutar em algum momento. Só que dessa vez seria mais cautelosa. Sei que aprendi a falar sobre os meus sentimentos, mas isso só estava fazendo com que Kimi se afastasse cada vez mais. Ela estava tão desconfiada que não acreditava em nada que saía da minha boca. Mas ela valia a pena e se eu a conhecia, sabia que ela só estava se protegendo. Precisava encontrar uma forma de reconquistar a sua confiança.
Deixei os dias passarem, dei espaço para ela. Não a procurei, sabia que ela estava com a cabeça cheia de trabalho. Logo seria o aniversário dos gêmeos e sabia que ela não faltaria. Teria oportunidade de vê-la novamente, mesmo que fosse apenas para admirá-la de longe.
YANA KIMI
- Desculpa o atraso Clara, estava em uma reunião.
- Não se preocupe Yana, o importante é que conseguiu vir. As Crianças vão ficar felizes, eles estão na piscina agora.
- Estou louca para passar um tempo com eles. Vou aproveitar para entregar os presentes. - Clara sorriu e me agradeceu.
Apesar de todos os meus sentimentos confusos, estava feliz por conseguir estar com Gabi e Biel em seu aniversário. Ano passado, mandei muitos presentes para compensar a minha ausência. Apesar da distância, conversávamos por vídeo chamada, pelo menos uma vez por semana. Eu amava acompanhar o crescimento daqueles dois. Os avistei na piscina brincando com seus amigos. Desde que os conheci, não consegui mais desapegar dessas fofuras.
A festa estava repleta de convidados, em sua maioria, crianças. O condomío onde Clara morava, tinha um espaço bem grande para fazer eventos. Era um bom lugar para se viver, por isso fiz tanta questão de conseguir uma casa aqui para eles.
Quando Gabi me viu, ela saiu da piscina e correu em minha direção. Gabriel veio logo atrás da sua irmã.
- Tia Yana! - Eles me deram um abraço gostoso e molhado.
- Nossa, como vocês dois cresceram.
- Eu estou maior que o Biel. - Gabi se esticou ao lado do irmão para provar o seu ponto.
- Você não é maior do que eu. - Biel se esticava mais ainda, não permitindo que sua irmã ganhasse dele. Os dois estavam com a mesma altura.
- Eu só sei que vocês dois continuam competitivos. - Baguncei o cabelo deles enquanto acariciava as suas cabeças.
- Querem abrir seus presentes?
- Sim! - Falaram empolgados. - Obrigado tia.
Entreguei uma sacola para cada um deles e eles correram para a varanda, onde rasgaram os embrulhos e ficaram encantados com seus presentes. Eu apenas os observei, enquanto mostravam seus novos brinquedos para os amigos.
- Para você se secar. - Olhei para Lívia que me entregava uma toalha, era óbvio que ela estaria no aniversário dos irmão. Me preparei mentalmente para aquele encontro.
- Obrigada. - Peguei a toalha e me sequei.
- Eles te adoram. - Ela comentou.
Lívia falava sobre os irmãos, mas seus olhos estavam cravados em mim. Hoje tinha prometido para mim mesma que seria amigável, afinal estávamos em uma comemoração infantil, não queria estragar a festa.
- É recíproco. - Sorri em direção as crianças.
- Adoro seu sorriso. - Ela olhou diretamente para a minha boca dessa vez. Sem querer lembrei da noite em que nos beijamos em meu carro, foi um beijo tão intenso, tão cheio de vontade. Eu odiava que ela ainda depertasse esses desejos em mim. Principalmente porque depois do beijo ela se afastou de mim e duvidou dos meus sentimentos.
"Não podemos fazer mais isso, estamos confundindo as coisas. Não quero nos colocar nessa situação. Acho que só estamos confusas."
"Não estou confusa, Eu te amo."
"Você não me ama desse jeito, talvez esteja confusa."
Cada vez que lembrava a maneira como ela rejeitou os meus sentimentos, meu peito doía.
"Não estou pronta. Não sei o que sinto, nem sei se realmente gosto de mulheres. Estou confusa. É muita coisa para processar. Sinto que vamos estragar tudo se continuarmos a ir por este caminho. "
E assim Lívia acabou com qualquer esperança que um dia já tive de ficarmos juntas.
- Tia Yana, vamos brincar na piscina. - Gabi pegou na minnha mão e saiu me levando pelo quintal.
- Calma meu amor, deixa eu tirar essa roupa primeiro. - Ela pulou na piscina e ficou me chamando.
Deixei minha bolsa em uma cadeira e tirei minha blusa e bermuda. Por baixo já estava com a roupa de banho. Entrei na piscina pela escada, Gabriel pulou do meu lado e em um piscar de olhos várias crianças estavam ao meu redor pedindo para brincar.
- Vem mana, vamos brincar também? - Biel chamou Lívia, ela estava na beira da piscina nos observando.
- Tudo bem, já vou entrar. - Lívia tirou sua roupa e ficou apenas de biquíni. Ela estava bronzeada, seu corpo estava mais magro e as pernas tinham uma definição maior. Eu juro que não queria ficar olhando, mas era impossível parar. Ela soltou seu cabelo, que agora estava longo e batia na sua cintura. Era normal querer tocar nas suas mechas negras e sentir a maciez entre as mãos? Rapidamente bloqueie esse pensamento. O que eu estava fazendo?
Um monte de água veio na minha cara, quando sem avisar, Lívia pulou na piscina.
- Quero ver alguém fazer uma bola de canhão melhor do que essa. - Falou se gabando.
- Eu quero fazer também. - Biel foi até a borda da piscina e pulou. Assim se iniciou uma sequência de pulos em que cada crianças queria espirrar mais água do que a outra.
Depois brincamos de pega-pega, quem ficava mais tempo em baixo da água, corrida e muitas outras brincadeiras. Lívia e os irmão eram muito parecidos, eles eram extremamentes competitivos e trocavam o juízo como se fossem da mesma idade. Eu lembro dessa versão brincalhona de Lívia, assim como lembro da sua versão mandona, que agora ela estava fazendo questão de mostrar ao tentar organizar dois times para o jogo de futebool aquático.
- Você como sempre, mandona. - Lhe alfinetei. Não sei se era a presença das crianças, mas eu estava me sentindo mais relaxada.
Ela me olhou surpresa, sei que não tenho sido um exemplo de simpatía nos últimos dias, mas ainda era divertido implicar com Lívia. Então eu iria falar com ela se fosse para tirar a sua paciência.
- É só um bônus na minha personalidade maravilhosa. - Ela me lançou um sorrisinho torno. Não pude deixar de revirar os olhos e sorrir de volta.
As crianças formaram seus times e Lívia se nomeou a juíza. Ela sentou na beira da piscina e começou a distribuir ordens. Preferi não participar dessa brincadeira, então sentei na borda da piscina também. Fiquei apenas observando o jogo.
Uma memória bem distante invadiu minha mente. A noite em que Lívia me arrastou para casa depois de quase ter feito strip tease na pista de dança de um bar, pelo menos ela disse isso pra mim. Lembro que estava com muito ciúme dela com Lucas, então acabei bebendo demais.
- Você lembra daquela noite em que você precisou me levar pra casa porque eu quase fiquei seminua no bar? Você estava tão mandona. - Falei baixo apenas para ela ouvir.
- Me lembro, o Caio estava quase te comendo com os olhos. - Era estranho ela ter gravado aquela informação. Sempre achei que naquela noite ela só tinha olhos para o babaca do Lucas.
- Ele foi o encontro que você arrumou pra mim. - Alfinetei.
- Que péssima escolha a minha, eu só lembro de querer matar cada bastardo que estava de mão boba para o seu lado naquela festa. - No fim Lívia estava prestando bastante atenção em mim. Era estranho sentir o meu ego inflar com aquela informação?
As crianças esqueceram de nós por um tempo, parece que o futebool de sabão tinha sido montado. Agora só restava eu e Lívia na piscina. A maioria do convidados estavam na parte da frente da casa, comendo e conversando.
- Não lembro muito daquela noite. Estava muito bêbada.- Falei.
- Te levei para casa e te coloquei para dormir. Mas antes você me puxou para a sua cama e me agradeceu com um selinho. - Ela sorriu.
- Sério? Não posso acreditar. Porque você não me contou? - Estava chocada.
- Achei que iria se lembrar na manhã seguinte, mas você não lembrou. Não queria te deixar envergonhada.
- Com certeza eu morreria de vergonha, como estou agora.
- Não precisa se envergonhar, eu também te beijei depois do velório do meu pai. - Aquela lembrança estava enterrada dentro de mim, lembro de ter ficado tão confusa.
- Eu me lembro, como foi que voce chamou mesmo? Ah, lembrei..."selinho de amizade". - Claro que eu não perderia a chance de jogar na sua cara. Mas a verdade era que a sua reação me surpreendeu.
- Nossa, eu era tão idiota naquela época. - Lívia parecia estar aborrecida. - Fui tão tola, eu devia ter...
- Meninas, a comida já está sendo servida, vamos comer? - Clara, apareceu na porta e nos chamou.
- Já estamos indo, vou só me lavar e colocar minhas roupas. - Avisei e Clara entrou.
Levantei e fui até o chuveiro externo, as palavras de Lívia martelavam na minha mente. O que ela ia me dizer? Prometi para mim mesma que não iria mais me iludir com ela, mas estava curiosa.
- Vou deixar os produtos de higiene pessoal aqui na cadeira pra você. - Lívia deu meia volta e foi em direção a casa.
- Lívia? - A chamei.- Podemos continuar a conversa que estávamos tendo um outro dia? - Minha curiosidade estava me matando.
- É claro, é tudo o que quero. - Ela sorriu pra mim e entrou.
O que eu estava fazendo? Devia me afastar de Lívia e não pedir para conversar mais um pouco. Meu orgulho quis falar mais alto, só que as palavras do meu pai vinheram emm minha mente.
"Você realmente está sendo fiel aos seus sentimentos? Se a resposta for sim, é isso que importa. Mas se a resposta for não, lhe faço outra pergunta. Você será capaz de conviver com essa farsa para o resto da sua vida?"
Talvez baixar a guarda só um pouquinho não fosse tão ruim.
LÍVIA DUARTE
Que raiva, logo quando Kimi estava conversando comigo Clara resolveu nos chamar. Cara, eu amava a minha madrasta, mas que Time horrível ela tinha. Agora eu só podia esperar que Kimi não mudasse de ideia e que realmente quisesse conversar comigo depois.
A tarde passou lentamente, meus irmãos estavam super felizes, teve bolo, brincadeiras e muita diverção. Fiquei a maior parte do tempo com eles, aproveitei cada segundo. Mas também ajudei Clara a organizar toda aquela bagunça. No final da tarde os últimos convidados já estavam se despedindo. Vi quando Kimi também foi embora, ela não voltou a falar comigo. Era cruel pensar que antes eu tinha todo o tempo do mundo com ela e agora, esperava ansiosamente qualquer oportunidade que ela me oferecia de conversar. Se ao menos ela me desse uma última chance, juro por tudo que tenho, que não disperdiçaria.
- Mana, você viu que ganhamos muitos presentes? - Gabriel falou enquanto lhe ajudava a se agasalhar na cama.
- Sim meu amor, você gostou da festa?
- Foi tudo incrível.
- A parte que mais gostei foi quando a tia Yana brincou na piscina comigo. - Gabriela, que já estava deitada comentou.
- Eu também gostei. Mas quando a mana fez bola de canhão, ela arrassou. A cara da tia Kimi ficou toda molhada. - Meus irmão começaram a rir e eu também.
- Mana, a tia Yana não vai mais embora né?- Gabi perguntou.
Aquela pergunta me pegou de surpresa, queria poder ter a resposta. Queria impedir que Kimi fosse embora novamente, mas a verdade é que eu não sabia nada sobre os seus planos. Se ao menos eu tivesse tido a chance de dizer que me arrependia das coisas que disse no passado, que foi horrível ficar sem ela. Que tudo tinha mudado.
- Eu não sei meu amor. A Kimi trabalha muito e as vezes ela precisa viajar. Mas vamos torce para que ela fique aqui por muito tempo. - Minha irmã pareceu se conformar com a minha resposta.
Contei histórias até que os gêmeos dormiram. Não demorei muito a me despedir de Clara. Já estava ficando tarde e queria logo ir para casa. Porém, no meio do caminho mudei de ideia, tive uma vontade enorme de ver Kimi, toda a saudade que sentia ainda estava reprimida dentro de mim, pois tudo que consegui dela foram míseras migalhas. Sei que prometi ir devagar, mas hoje foi a primeira vez que ela tinha conversado um pouco comigo, não podia dar tempo para que ela pensasse melhor e resolvesse sumir da minha vida novamente. Não iria suportar ficar longe dela outra vez, não sem confessar meus sentimentos.
Quando estacionei na frente da sua casa, minha cabeça estava a mil. Eu nem sabia se ela estava em casa, talvez estivesse no trabalho. Mas na garagem tinha uma lamborghini estacionada, o que sugeria que tinha alguém na casa. Reuni toda a coragem que me restava e toquei a campainha. Ninguém atendeu, toquei mais uma vez e o resultado foi o mesmo. Talvez não tivesse ninguém em casa, eu poderia tentar em um outro momento.
Mas quando estava próxima do meu carro ouvi aquela voz tão familiar.
- Lívia, está tudo bem? - Kimi apareceu na porta. Ela usava roupas informais, uma regata e um shorts curto, seu cabelo estava molhado e mal penteado, parecia que tinha saído do banho a pouco tempo. Ela estava totalmente sexy, não conseguia deixar de querer estar mais próxima dela.
- Kimi, desculpa aparecer assim sem avisar. Podemos conversar agora? - Sei que fui muito direta, mas a verdade é que estava cansada e só queria ser o mais sincera possível.
- Não sei se é um boa idéia.
- Por favor Kimi, estou ficando louca sem poder me aproximar de você. - Falei enquanto chegava mais perto dela. Ela pareceu surpresa.
- Porque tem que agir assim? - Falou.
- Tudo que quero é ser sincera com você. - Toquei em seu braço, era tão bom sentir o calor do seu corpo novamente,
- Voce não acha que é meio tarde para isso? Não sei o que planeja com todas essas tentativas de se aproximar de mim de novo. Não quero te ver e não quero ter contato com você. - Ela entrou, mas não permiti que fechasse a porta, fui atrás dela e segurei seu braço. Não deixaria que suas palavras duras me parassem.
- Sei que mereço seu desprezo, mas me escute, por favor!
- Deixe as coisas como estão, é melhor assim. - Kimi soltou seu braço e virou de costas para mim. Ela colocou a mão na cabeça e respirou profundamente.
- Não quero deixar as coisas como estão, estou mortificada desde o dia que você foi embora. Eu era uma menina tola e confusa. Fui idiota com você, não soube entender os meus senntimentos naquela época.
- Lívia, tudo que você precisa entender agora é que eu não consigo ser sua amiga. Achei que seria possível, mas não é. - Ela falou apressada em me interromper. - Estou farta de joguinhos, estou farta ser machucada.
- Eu não estou jogando com você Kimi, por favor não me interprete mal. O que posso fazer para que entenda que eu mudei, que eu quero estar com você, que eu te amo. - Finalmente desabafei, soltando as palavra que estava entaladas na minha garganta a tantos anos. Kimi me olhou surpresa. Por um instante achei que ela tinha baixado a guarda, mas logo ela se recompôs.
- Não acredito em você! - Ela disse com mágoa. - Por favor, pare de tentar me dobrar com palavras que não sente de verdade.
Estava com tanta raiva, porque ela não acreditava em mim. Minha respiração estava descompassada. Estava ao ponto de explodir. Caminhei a passos firmes em sua direção, sem vacilar em nenhum momento.
- O que está fazend...
Interrommpi sua fala e toquei seus lábios com os meus. Não pedi licença, não dei tempo para ela se afastar. Segurei sua cintura e a beijei como se a minha vida toda dependesse daquele momento, e dependia mesmo. Colei nossos corpos e a encostei na parede que estava atrás da gente. Kimi que tinha segurado meu braço com força, agora aliviou o aperto e permitiu que eu explorasse cada canto da sua boca. Era um beijo desesperado, um beijo de saudade, um beijo que dizia muito mais do que palavras. Era a única forma de mostrar para a mulher a minha frente que eu a amava ardentemente, que fui uma tola, uma burra em permitir que um dia ela saísse da minha vida. Mas eu não cometeria esse erro novamente.
Afastei os meus lábios somente para puxar um pouco de ar, encostei minha testa na de Kimi, ela também estava ofegante. Ela me encarou profundamente, pude ver em seus olhos o desejo guerreando com a vontade me se afastar. Por fim, ela me puxou para mais um beijou, o desejo tinha vencido e eu me sentia muito sortuda por ainda ser irresistível para ela.
Subimos as escadas sem deixar de nos beijar, mesmo que no caminho nossos passos fossem incertos. Ela me colocou contra a porta do seu quarto e distribuiu beijos pelo meu pescoço, o que me provocou muitos arrepios. Não queria e não aguentava ficar mais um minuto sem me entregar totalmente a ela. Abri a porta e lhe empurrei até a cama, meu coração dava cambalhotas em meu peito, mal podia acreditar que finalmente estava em seus braços. Como era nostálgico voltar naquele quarto, voltar naquela cama onde muitas vezes compartilhamos segredos.
Kimi sentou na cama e eu sentei em seu colo, não estava disposta a me separar dela por nenhum segundo. Só queria sentir mais e mais do seu corpo.
- Você está me deixando louca. - Kimi falou cerrando os dentes, como se estivesse se segurando. Beijei seu pescoço e clavícula, dei leves ch*padas também. Seu cheiro estava invadindo cada parte do meu sistema, me sentia drogada pelo seu gosto. Ela segurou meu ombro e olhou em meus olhos. - Pare, antes que se arrependa. - Disse seriamente.
- Não vou me arrepender, por favor não me faça parar. - Estava suplicando a ela. Não me importava de implorar. Ela me olhava cada vez mais surpresa. Ao mesmo tempo em que sua surpresa foi substituída por desejo.
Ela me deitou bruscamente em sua cama e se colocou entre minhas pernas, seus beijos se tornaram intensos. Sua mão apertava minha cintura de maneira possessiva, sabia que deixaria marcas, mas não me importava. Tudo o que queria era sentir seu toque cada vez mais.
- Me toque como quiser, me faça sua por favor. Não aguento mais ficar longe de você. - Eu não me importava com mais nada, só queria falar do que estava cheio o meu coração. E o meu coração estava cheio de amor por ela.
Kimi entrelaçou nossos dedos e prendeu minha mão contra a cama, ela usou sua outra mão para levantar a minha camisa e desamarrar o meu biquini.
- Desde o momento em que te vi com esse biquini quis tirá-lo do seu corpo. - Ela puxou a peça e me deixou totalmente exposta na parte de cima. - Jesus Lívia, você é linda! - Seu elogio me fez corar. Kimi se dedicou a provar cada centímetro dos meus seios, fazendo com que eu me contorcesse embaixo dela. Aquilo estava me deixando louca.
- Não brinque tanto comigo querida. - Estava a ponto de enlouquecer com suas carícias. Ela por outro lado não se importou em me torturar mais um pouco. Tenho certeza que meus gemidos estavam absurdamente altos. Só esperava que não tivesse mas ninguém naquela casa.
Kimi tirou o resto da minha roupa em desespero, e logo em seguida se livrou das suas roupas também. Seu corpo era escultural, tão farto e tão pronto para mim. Lhe puxei de volta para a cama de modo que estava em cima dela. Acariciei seu rosto e peguei um punhado do seu cabelo em minha mão, puxando suavemente para que tivesse mais acesso ao seu pescoço. Não estava com pressa, mas a necessidade de senti-la me fez abocanhar o seu mamilo. Kimi gem*u em aprovação. Eu nunca tinha feito aquilo com uma mulher, e estava me perguntando agora porque demorei tanto tempo. Era viciante saborear cada parte dos seus seios.
Devagar deslizei minha mão pelo seu corpo até que senti a umidade entre as suas pernas, ela estava tão molhada que revirei os olhos. Não podia existir sensação melhor do que sentir a pele macia de seu sex* entre meus dedos. Toquei delicadamente o ponto que pulsava e fiz movimentos circulares. Não tinha experiência, mas durante minha descoberta sobre minha sexualidade, fiz diversas pesquisas. Só esperava que estivesse sendo uma boa aluna. Mas os gemido de Kimi só me animavam mais a continuar. Sua respiração estava tão descompassada, assim como a minha.
- Sente em mim, quero te sentir mais perto. - Kimi pediu.
Logo comecei a rebol*r em seu sex*, era perigoso demais, irresistível demais.
- Isso, me mostre o quanto você sentiu a minha falta. - Ela estava me provocando. Mas a verdade era que estava morrendo de saudades e senti-la assim era o auge da intimidade que eu sonhei em ter com ela.
Me movimentei como uma selvagem, com toda a vontade que tinha de estar próxima dela. Ela cravou as mãos em meu bumbum e me pressionou mais contra o seu quadril. Meu deus, como aquilo era gostoso! Nossos gritos se misturavam e o prazer que estava sentindo só se tornava maior. Me abaixei colando nossos corpos e beijando sua boca desenfreadamente. Ela me abraçou e me virou sobre a cama. Me puxou e me colocou na posição que queria. Sem uma sinal de aviso, senti os lábios quente de Kimi em meu clit*ris. Arqueiei meu quadril para que ela tivesse mais acesso. Era um sonho olhar para baixo e vê-la se deliciando em meu prazer. Tinha noção do quão sortuda era, mas no momento não conseguia agradecer a qualquer entidade que estivesse me dando aquela benção. Só conseguia sentir e sentir, até que meu corpo começou a tremer. Uma onda enorme de prazer me atingiu. Era maravilhoso!
Antes que pudesse pensar, Kimi se colocou entre as minhas penas e começou a esfregar o seu sex* no meu. Em cada movimento podia ver os seus músculos se contrariem. Era a imagem de um anjo perfeito. Podia admira-la para sempre. Aprovei a proximidade dos seus seios e lambi seu mamilo esquerdo. O estinto me fazia querer tudo dela, eu queria tocar em tudo. Abri mais as pernas para que nosso encaixe fosse perfeito. Estava latejando de desejo por ela.
- Por favor! - Ela disse. Seus olhos me suplicavam.
Lhe puxei para um beijo e foi o suficiente para que os seus gemidos ressoassem no quarto. Nunca tinha ouvido som tão maravilhoso. Era tão gostoso escutar as seus gemidos que gosei novamente com ela.
Kimi caiu exausta sobre mim. Seu peito subia e descia com muita intensidade. Agora conseguia lhe olhar com mais clareza. Sua pele estava brilhando por conta do suor, seu cabelo estava emaralhado e ela descansava sua cabeça no meu peito.
- Desculpa, estou te esmagando. - Ela fez um movimento para sair de cima de mim, mas a puxei de volta.
- Não, você está perfeita aqui. - Lhe prendi com meus braços e acariciei seu cabelo.
Depois de alguns minutos Kimi levantou a cabeça e ficou me olhando. Ela me encarava sem parar.
- O que foi? - Perguntei.
- Não acredito que fizemos isso. - Ela apontou para os nossos corpos nus.
- Eu sei, foi tão bom. - Sorri e lhe puxei para um abraço.
E pela primeira vez depois que ela chegou, pude lhe abraçar. Fechei meus olhos enquanto sentia o seu corpo encaixar no meu. Kimi retribuiu o meu abraço.
- Não vá embora. - Ela disse.
- Eu não vou, não tem lugar que eu queira estar mais do que aqui com você. - Minha resposta fez ela me dar um grande sorriso. Lhe beijei suavemente. Depois ela se acomodou com parte do corpo no colchão e a cabeça apoiada em meu ombro. Envolvi seu corpo em um abraço quentinho. Estava na nuvens com tudo que tinha acontecido naquele quarto. Logo Kimi dormiu, mas eu estava eufórica demais para dormir. Não acreditava que finalmente estávamos juntas, e dessa maneira tão íntima.
Porque fui tão estúpida a ponto de deixá-la ir embora? Se eu tivesse entendido o que sentia naquela época, nunca teríamos ficado longe uma da outra. O arrependimento quis se apossar de mim, como em muitas outras noites acontecia. Mas rapidamente afastei aquele sentimento. Kimi estava aqui agora, e de alguma forma ela me deixou entrar no seu coração de novo. Eu iria consertar tudo que tinha feito de errado e nunca mais deixaria nada, nem nenhuma insegurança nos afastar novamente.
Fim do capítulo
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kasvattaja Forty-Nine
Em: 31/03/2024
Olá, tudo bem?
Gostei da história, mas teria sido interessante a história ter resolvido-se lá pelo 25.o capítulo. Aí poderíamos acompanhar um pouco mais o desenvolvimento entre as duas de uma forma mais coerente, mais firme.
Interessante, também, a Autora ter escolhido o itálico para os diálogos, porém em alguns capítulos eles não vieram, mas isso não atrapalhou a história, seu desenvolvimento.
Parabéns pela postagem. Esperando a próxima!
É isso!!!
Post Scriptum:
'O único poder que você tem é o poder de suas decisões. Use-o à vontade.'
Paulo Coelho,
Escritor
Raquel Santiago
Em: 27/11/2024
Autora da história
A história não terminou no capitulo 31. Acabei de posta os últimos capítulos. Dá uma conferida lá. Espero que goste.
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