Capitulo 4
Gunnar
Heimdall estava acordado quando o trouxemos para a casa, Harald dispôs de um aposentado espaçoso, com duas camas para que ele e Finn pudessem descansar, também providenciou que um curandeiro o visitasse de tempo em tempo se certificando de que estava bem e confortável.
Lord Harald queria conquistar minha confiança, queria agradar meu povo e garantir que o acordo fosse honrado, se dependesse de mim ele seria, mas não dependia.
As riquezas daquela colônia eram diversas, nosso povo poderia usufruir muito de tudo que tinha naquele lugar, não precisaríamos mais saquear, nem conquistar qualquer outra colônia, bastava nos unirmos e viver em comunhão. Poderíamos aprender com o povo de Harald, poderíamos sim ser uma só colônia se não fossemos quem éramos, se meu pai não fosse nosso líder, um homem ambicioso e cruel, que gostava mais de ser temido do que respeitado.
Eu pensava em Heimdall, pensava nas minhas irmãs, queria vê-los bem, pois desde que nasceram vivem fugindo, batalhando e roubando, passamos frio e fome no lugar de onde viemos, ali era um ótimo perfeito pra criar raízes. No entanto, mesmo Agnar, meu pai, querendo aprender e se apoderar daquela colônia, sabíamos que não seria como ele planejava, pois o conhecimento que eles adquiriram foram através de anos, passado de geração pra geração, não aprenderíamos nada em semanas, tudo que Agnar conseguiria era destruir uma colônia e acabar com sua riqueza em questão de poucos meses ou alguns anos. Logo não existiria mais o Nascer do Sol, e voltaríamos a fazer o que sempre fizemos bem.
Eu não sabia por que, mas estava irritada, estava incomodada não só por ter que estar ali, ou por ter que ser condescendente com um casamento ridículo de Erling e uma criança, coisa que era mais que comum entre o nosso povo e eu sempre discordei. Mas olhar pra tudo aquilo e perceber que cedo ou tarde seria destruído como foi no mundo moderno que não existe mais, me irritava profundamente, eles cuidaram de Heimdall com um conhecimento absurdo, ele estaria morto se estivéssemos em outro lugar naquele momento. Aquelas pessoas apesar do medo estampado em seus rostos pareciam estar dispostas a nos aceitar em troca de proteção, não seria muito difícil conviver com eles, seríamos os mais favorecidos naquela aliança, mas Agnar não era um bom homem, não pensava como eu.
– Jeg trodde jeg skulle dø! “(Eu achei que iria morrer!)”
Heimdall estava recostado na cama, com o rosto pálido e um sorriso bobo, devorando o banquete que havia sido servido a ele e Finn.
– Du skulle dø! Bare heldig som er på rett sted. “(Você ia morrer! Só que deu sorte de estar no lugar certo.)”
Bolei um cigarro de ervas enquanto tentava não pensar em nada, precisava me distrair e deixar para pensar quando o dia amanhecesse, teria que lidar com os invasores, aquela deveria ser minha única preocupação momentânea!
– Ved en tilfeldighet, har du noen gang spist noe slikt i hele ditt liv, Gunnar? “(Por acaso, você já comeu algo assim em toda sua vida Gunnar?)”
Balancei a cabeça em negação, enquanto procurava alguma coisa para poder acender o cigarro.
– Ikke gå og røyk her Gunnar! Klærne her lukter blomster! Det kommer til å stinke! “(Não vá fumar aqui Gunnar! As roupas aqui têm cheiro de flores! Vai ficar fedendo!)”
– Siden når bryr du deg om disse tingene? “(Desde quando se importa com essas coisas?)”
– Siden nå! Her lukter alt godt, alt er rent og vakkert! Jeg kommer til å elske å bo her! “(Desde agora! Tudo cheira bem aqui, tudo é limpo e bonito! Eu vou adorar viver aqui!)”
– Og hvor lenge tror du dette vil vare etter at Agnar, hans menn og folket vårt kommer hit?
“(E até quando você acha que isso vai durar depois que o Agnar, os homens dele e o nosso povo chegarem aqui?)”
– Hva mener du med det Gunnar? Alle vil like det her! “(O que quer dizer com isso Gunnar? Todos vão gostar daqui!)”
– De vil like det til faren vår ødelegger alt som han alltid gjør! Og dra til et annet sted! “(Vão gostar até o nosso pai destruir tudo como sempre faz! E ir embora pra outro lugar!)”
– Jeg tror denne gangen er annerledes! Det er ting her vi aldri har hørt om! “(Eu acho que dessa vez é diferente! Tem coisas aqui que nunca nem ouvimos falar!)”
– Det er på tide å vokse opp Heimdall! Du er fortsatt veldig dum! “(Está na hora de crescer Heimdall! Você ainda é muito tolo!)”
Deixei o quarto irritada com a ingenuidade do meu irmão caçula, ele vivia numa bolha, sabia que nosso pai era perverso, que nosso povo era mal e ainda assim tinha esperança que iríamos mudar naturalmente, isso não ia acontecer, não enquanto fôssemos liderados por Agnar.
Nos fundos do casarão havia um jardim enorme, com vista para as lavouras da colônia, iluminado com luzes fracas que até pareciam tochas. Andei entre os canteiros de flores e árvores, indo na direção do muro nos fundos do ambiente, quando percebi uma sombra recostada no mesmo. Parei de andar até identificar a mulher nas sombras, era a filha mais velha do Lord Harald. Risquei o fósforo e acendi o cigarro de erva, enchendo os pulmões com a fumaça, antes de andar até ela, assustando-a momentaneamente.
Apoiei os cotovelos sobre o muro, levando o cigarro mais uma vez até a boca, com os olhos presos no horizonte, admirando a paisagem noturna. A garota se remexeu tentando esconder as lágrimas que brilhavam no seu rosto, sem se afastar um centímetro do lugar que estava antes da minha chegada.
Expeli a fumaça dos pulmões, estendendo a mão na direção da mulher, sem me voltar para ela. Não queria e nem iria me importar com ninguém daquele povo, até porque era perda de tempo já que em poucos meses a maioria deles não existirão mais. No entanto, eu tinha visto a poucas horas, o Lord Harald esbofetear a filha, não que eu me importasse mas, Agnar tinha feito o mesmo inúmeras vezes e eu sabia bem qual a sensação.
– Eu… eu não fumo! Obrigada!
– Eu também não!
Continuei com a mão estendida em sua direção, causando um repentino desconforto na mulher, que aparentemente não sabia como reagir.
– Eu não faço idéia de como fazer isso!
– É só aspirar, prender e depois expelir!
Voltei-me na direção da mulher, esta por sua vez estava de frente pra mim, com o rosto parcialmente iluminado, havia enxugado as lágrimas, porém a vermelhidão ainda era evidente. Desviei os olhos dela, recuando a mão com o cigarro, levando-o até a boca, onde baforei lentamente, para que ela aprendesse.
– Vai se sentir melhor…
Minha voz saiu baixa, quase num sussurro, enquanto as mãos trêmulas da mulher tocavam levemente a minha, apanhando o cigarro de forma desajeitada.
Os olhos dela encararam os meus enquanto levava o cigarro até a boca, na primeira puxada ela se afogou e tossiu muito atrapalhada com a fumaça.
– Isso é horrível! Não sei como consegue!
– Tenta de novo!
Dessa vez um leve sorriso brotou no canto da boca, enquanto insistiu e puxou a fumaça mais uma vez. Ainda que com mais facilidade que da primeira tentativa, ela tossiu muito, enchendo os olhos de lágrimas mais uma vez.
– Isso é realmente horrível!
Soltei um meio sorriso entendendo perfeitamente o que ela dizia, o cigarro de ervas era ruim, o cheiro, o sabor, nada era agradável além da sensação de leveza que proporcionava. Não era uma coisa boa assim como no mundo antigo também não foi, apenas trazia conforto a pobres almas aterrorizadas.
Voltei minha atenção para o horizonte, novamente me apoiando no muro, eu não devia estar tendo aquele tipo de abertura com a americana, aquilo não fazia parte dos planos e era irrelevante.
– Como está o seu irmão?
– Bem melhor!
– Os médicos são bons! Os remédios também. Ele vai se recuperar logo!
– Ele é um homem forte! Apesar de ter a mentalidade de uma criança!
– Qual a idade dele mesmo?
– Dezessete!
– Ainda é jovem! Vai amadurecer!
Concordei com um gesto, aspirando mais uma vez a fumaça do cigarro, depois entreguei a mulher que prontamente baforou e tossiu copiosamente.
– Deus! Isso é muito ruim! Como você gosta disso?
– Gosto da sensação que isso causa! Daqui a pouco você descobre!
– Como assim?
A mulher me encarou de forma preocupada, temendo a reação que o cigarro poderia lhe causar.
– O que têm depois das lavouras?
Tentei mudar o rumo da conversa, não queria estragar a experiência dela, sem mencionar que ela parecia precisar mais do que eu daquela leveza momentânea.
Os olhos verdes desviaram do meu rosto, encarando a escuridão do horizonte.
– Está vendo aquelas montanhas?
Com o dedo em riste ela tentou direcionar minha atenção até a parte mais alta depois das lavouras.
– Lá é o lugar mais lindo de toda a colônia! Tem um gramado imenso coberto de flores silvestres! É lá a nascente do rio que abastece a cidade, ele nasce no meio das rochas e forma uma pequena cachoeira, depois desliza por toda a extensão da colônia e se perde mundo afora. Não sei dizer até onde vai!
– Eu gosto de rios!
– Eu também! Quando era criança, queria construir uma casa lá em cima!
– E porque não construiu!
– Porque eu não posso morar lá sozinha!
Fiquei em silêncio, era estranho como uma mulher da idade dela ainda estava solteira, mesmo para aquele povo tão diferente do meu.
– A sensação que você fala?! É essa tontura que eu estou sentindo?
Não contive o sorriso, ainda que tímido e de canto, bastou encarar seus olhos brilhantes para me deliciar com a visão. O rosto que antes estava molhado de lágrimas, agora ostentava um sorriso fácil e bobo no rosto, ainda que o pequeno ferimento no lábio fosse bastante visível, não diminuía em nada a beleza descomunal daquela mulher.
– É mais ou menos isso!
Fechei o sorriso enquanto analisava minuciosamente o rosto dela, de traços tão delicados, sorriso amplo com dentes perfeitos, os olhos esverdeados claros brilhavam intensamente, enquanto os cabelos negros iluminados bailavam com o vento, voando na minha direção!
Como uma mulher daquela ainda não havia se casado?
Levei o cigarro à boca, dando um passo despretensioso pra trás, coloquei uma distância segura entre nós, porque apesar de não ser o Erling, Agnar, ou qualquer outro homem do meu povo, eu ainda era uma deles, com sangue nórdico correndo nas veias. Já fazia mais de um mês que estava longe do assentamento, mais de mês que não sentia o calor do corpo de uma mulher e isso não parecia ser muito, não até aquele momento.
Expeli fortemente a fumaça do cigarro, tentando desviar os olhos da filha do Lord Harald, pois definitivamente eu não precisava arrumar mais aquele tipo de dor de cabeça.
– Eu nunca me senti assim! Nem mesmo quando bebi demais!
Apaguei a ponta do cigarro sobre o muro, jogando-a para longe em seguida, sem manter contato visual com a mulher ao meu lado.
– Se o meu pai me ver assim, vai querer me bater de novo!
Suas palavras foram pronunciadas em tom de brincadeira, mas havia mágoa por trás delas.
– Em qualquer outra circunstância, eu mereceria o tapa que ele me deu. Mas não hoje, não pelos motivos que me levaram a ofendê-lo.
Aquele também era um dos sintomas da erva, a pessoa se sente leve e começa a rir conversar e desabafar.
– Eu não aceito que Anne tenha que se casar com aquele ogro!
Rapidamente recordei que Anne era a sua irmã caçula, a que foi dada como moeda de troca ao meu irmão Erling, o que me levava a crer que ele era o ogro.
– Eu sei que é o seu irmão, mas, pelo amor de Deus! Ele tem idade pra ser o pai dela! E eu entendo! Ela vai ser uma mulher linda um dia, mas por enquanto ela é só uma adolescente!
Voltei finalmente minha atenção e meu rosto para a mulher à minha frente, seus olhos estavam marejados, já não tinha o brilho encantador de poucos minutos antes.
– Que bom que você está aqui! Eu passei a tarde e a noite tentando encontrar um jeito de falar com você, mas não conseguia.
As pequenas mãos, trêmulas e frias tocaram a pele dos meus braços, segurando-me na altura dos pulsos, com toda a força que o seu pequeno corpo possuía.
– O que eu posso fazer pra que ele aceite se casar comigo e não com ela?
Apertei o maxilar, irritada com o desespero em sua voz, mesmo sabendo que aquilo tudo era pra livrar a irmã de um casamento ridiculamente absurdo, me incomodou o fato de imaginá-la como esposa de Erling.
Desprendi os meus pulsos de suas mãos, andando para frente e para o mais longe possível daquela mulher, porém a cada passo que dava podia ouvir os seus passos rápidos a me seguir. Desci as escadas do jardim que levavam ao pomar, andando apressadamente por entre as árvores, me distanciando da casa, mas sem ter êxito em manter distância dela.
– Eu não posso deixar que esse casamento aconteça, é errado e você também sabe disso!
Suas mãos seguraram-me pelo braço, estancando meus passos, obrigando-me a me voltar em sua direção.
– Eu farei qualquer coisa que estiver ao meu alcance para impedir isso. Mas eu não faço idéia do que fazer! Por favor, me ajude!
– Ele é o meu irmão! É o meu povo! Você e sua irmã são estranhas pra mim!
– Mesmo assim! Eu vejo nos seus olhos que você discorda disso!
– Discordo de muitas coisas há muitos anos! Mas isso não muda nada. Agnar decide e nós respeitamos sem questionar!
Stephanie encarou-me por alguns instantes antes de cuspir as palavras sobre mim.
– Meu pai tem razão, eu sou uma tola por esperar qualquer coisa boa de selvagens como você! Nem mesmo parece uma mulher com essas suas atitudes!
Cerrei os punhos com vontade de esbofeteá-la, mas sabia bem que isso seria covardia da minha parte, a julgar pelo seu tamanho e seu estado. Apoiei as mãos na cintura relaxando o corpo, baixei a cabeça e respirei fundo na tentativa de recuperar meu autocontrole, ela estava alterada e parcialmente à culpa era minha.
– Inferno!
A mulher começou a andar de um lado para o outro, sem saber o que fazer ou dizer.
– O que mais me chateia é que eu sei que ele jamais me escolheria! Eu… eu não posso dar o que ele quer!
As lágrimas corriam mais uma vez no rosto dela, e apesar da escuridão do pomar, fixei meus olhos nos seus tentando entender o que estava dizendo.
– Eu já fui casada… há muitos anos!
Ela passou a secar as lágrimas com as mangas do vestido, enquanto desabafava sobre o seu passado, fato que despertou minha curiosidade.
– Eu não posso ter filhos! E… e isso estragou o meu casamento, mesmo sendo com um homem maravilhoso que me amava!
As lágrimas caiam copiosamente, entre um soluço e outro, sem que as mangas do vestido conseguissem vencê-las.
– Seu irmão quer filhos e eu não poderia dar! Mesmo que tivesse me escolhido. Eu não posso salvar a Anne e não consigo aceitar isso.
Sua voz saía entrecortada pelos soluços. Respirei fundo sem querer me importar com toda aquela choradeira, ela não era nada pra mim, não significava nada. Nem mesmo a sua irmã, eu não precisava me importar ou me incomodar e tentei colocar isso na minha cabeça, sem êxito.
– Ele teria escolhido ela mesmo que você pudesse ter filhos! Não foi esse o motivo. Faz parte do Erling, gostar de mulheres jovens! Ele sempre foi assim, puxou isso do nosso pai.
– Porque vocês são assim? Tão… tão…?
– Selvagens?
A mulher não concluiu a pergunta, desviou o olhar tentando mais uma vez enxugar o rosto.
– Nem todos concordam com o estilo de vida nórdica, nem todos praticam as mesmas atrocidades, mas todos respeitam o líder. Lord Agnar, além de ser o herdeiro também é o guerreiro mais forte. Ninguém que o desafiou ou desrespeitou sobreviveu pra contar a história!
A mulher se abaixou e sentou no chão, estava desolada e sentindo os efeitos da erva que tinha provado.
– Meu pai é um imbecil, podia ter feito qualquer outro tipo de acordo.
– Não sei se Agnar aceitaria outro acordo!
– Seu pai é um imbecil também!
Concordava com ela, mas não expus minha opinião.
Olhei para o céu, estava repleto de estrelas, a lua cheia parecia tão grande naquela noite, eu não estava satisfeita há muito tempo com minha vida e com os caminhos que meu povo tinha tomado nos últimos anos, mas definitivamente aquele dia tinha sido o ápice do meu desgosto. Eu não queria mais ser como meu pai.
Abaixei-me e me sentei em frente à Stephanie, atraindo a atenção da mesma.
– Erling nasceu doente, o primogênito tinha problemas respiratórios, os quais não faziam idéia do que era. Então quando meu pai percebeu que aquele não seria o seu herdeiro, engravidou novamente a sua esposa, esperando pelo nascimento do seu segundo filho homem, que se chamaria Gunnar, o filho da batalha! O seu herdeiro!
Stephanie manteve-se quieta, prestando atenção nas minhas palavras.
– Aí eu nasci! Grande, forte, saudável… e mulher! Mas mesmo assim ele me batizou de Gunnar, me criou como menino e quando seu terceiro filho, Enok, nasceu quatro anos depois de mim, eu já era mais forte que os garotos da minha idade e ele se orgulhava disso.
Remexi-me, um pouco tímida com o fato de estar contando aquela história pra alguém, nem mesmo Heimdall sabia a verdade por detrás da minha história.
– O tempo passou e Erling se curou, com chás e ervas administradas pelos curandeiros, e quando começou a treinar para ser um guerreiro, eu já tinha doze anos e era muito mais forte que ele ou qualquer outro da sua idade. Mas, foi aí que meu corpo começou a aparecer, e as pessoas descobriram que eu não era um homem. E meu pai não podia ter uma filha como sucessora.
– Porque fazer você passar por isso?
– Eu era uma criança, fui criada como um menino e não me importava com isso. Não fazia idéia de nada e nem como isso poderia me afetar. Eu não queria ser o filho primogênito, o herdeiro, não queria o lugar do Erling, só queria que o meu pai me admirasse!
– E isso aconteceu?
– Por um tempo! Até as diferenças entre nós começarem a aparecer. Até eu discordar das suas decisões e atitudes e até o Erling se mostrar igualzinho a ele. Eu era a preferida e sabia disso. Porém ele não podia admitir, mas eu sei que era. Mas aí eu comecei a bater de frente com ele e as coisas ficaram ruins, eu ainda era muito jovem e precisei apanhar muito pra aprender qual era o meu lugar!
– Você não estava errada em discordar!
– Eu estava errada em demonstrar! Ele era o meu pai, eram os meus irmãos, era toda minha família e o meu povo, eu precisava deles e não podia ir contra todos. Então eu aprendi a não demonstrar nada e a não sentir nada. E tem sido assim nas últimas duas décadas!
– Seu pai é ainda mais imbecil que o meu pai!
Sorri de canto, a garota tinha parado de chorar, estava se sentindo melhor aparentemente e isso já era o suficiente para que pudéssemos retornar ao casarão. As horas haviam se passado e logo o dia iria amanhecer, precisava descansar e ela com certeza também.
– Vamos voltar! Terei muito trabalho pela manhã e você precisa descansar!
Levantei rapidamente enquanto ela tentava fazer o mesmo, atrapalhada com o vestido e um tanto atordoada pela erva.
Estendi uma das mãos, apanhando-a pelo braço, colocando-a em pé com mais facilidade.
– Todos do seu povo são do seu tamanho?
– Só os guerreiros!
– E os que não são guerreiros?
– São crianças!
Stephanie riu alto, enquanto me desvencilhei do seu braço e me dirigi de volta ao casarão, sendo seguida de perto por ela.
Fim do capítulo
Mais um capítulo como prometido, espero que estejam gostando.
Comentar este capítulo:
DixonDani
Em: 27/03/2024
Meu deuuuus ami vikings e the last kingdom e sempre quis ler histórias do mesmo estilo só que com casal sapatão hahaha! Obg por realizar meu desejo! Sendo a fã n1 já e louca por mais histórias como essa....
Resposta do autor:
Pois é, são séries ótimas, mas com muito hétero kkk
DixonDani
Em: 27/03/2024
Amo
[Faça o login para poder comentar]
Marta Andrade dos Santos
Em: 04/03/2024
Tá rolando sentimentos.
Resposta do autor:
Pois é, parece que sim!
Natalia S Silva
Em: 04/03/2024
Autora da história
Kkkkk eu também acho!
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]