Capitulo 5
Stephanie
Acordei com o sol forte batendo nas janelas do quarto, meu corpo estava cansado devido às poucas horas de sono, sem mencionar que há muitos meses não tinha uma noite tranquila.
Rolei na cama e rapidamente me coloquei em pé, sentindo a cabeça doer como se tivesse bebido muito na noite anterior. Porém, sabia bem o que tinha causado todo aquele desgaste.
Tomei banho rapidamente e me dirigi até a cozinha, procurando algo para comer, pois estava esfomeada, como se não me alimentasse há dias.
Ao chegar à cozinha me deparei com o relógio marcando 10h40min da manhã, apanhei algumas frutas e saí em busca do restante da família, já desconfiando de onde se encontravam.
Os portões da frente da colônia estavam abertos, havia uma movimentação intensa de pessoas ali. Do lado de fora dos muros, podia ver com mais clareza a bagunça que ficou depois da batalha da noite anterior.
Dezenas de corpos ainda estavam espalhados pelo chão, enquanto outros eram carregados em veículos abertos da colônia, homens do nosso povo revistaram os corpos antes de carregá-los, separando tudo que poderia ser útil para nós, como as armas que possuíam.
Avistei meu pai e minha mãe a cerca de 30m de onde eu estava e rapidamente me aproximei, desviando dos corpos queimados e mutilados, sem querer prestar muita atenção. Ao me aproximar percebi a movimentação envolta de onde meus pais e Elisabeth estavam e quando finalmente cheguei junto deles, percebi a presença de Gunnar pouco mais a frente, está por sua vez, esmurrava violentamente um homem que estava de joelhos no chão, com as mãos presas para trás por dois homens bárbaros.
Andei para frente do grupo tendo uma visão mais clara do que estava acontecendo e constatei que o homem era de origem árabe assim como todos os outros invasores.
– Você não tem muito tempo homem! Cedo ou tarde você vai morrer aqui!
Gunnar parou de bater e se abaixou na frente do homem, tentando olhar nos seus olhos, ele por sua vez, mantinha o rosto caído, ensanguentado e sem forças para reagir. Confesso que me senti estranha diante de toda aquela violência, mas sabia que se fosse o contrário, eles não pensariam duas vezes antes de nos matar.
– Está em suas mãos agora! Você pode acabar logo com isso, ou… eu posso arrancar um dedo por vez, depois os dentes, as orelhas, ou até onde você aguentar, se não disser o que eu quero saber!
O árabe tentou levantar a cabeça e balbuciou alguma coisa no seu idioma. Gunnar esbofeteou o rosto do homem, apanhando-o em seguida pelo queixo obrigando-o a encará-la.
– Eu sei que você fala inglês, então, por favor, não me faça perder tempo!
O homem cuspiu na direção de Gunnar, e ainda que não tenha acertado o alvo, ela se irritou profundamente. A nórdica se colocou em pé e tirou uma adaga do cano da bota, indo até uma das mãos do homem e sem muita cerimônia, cortou um dos dedos do homem, que imediatamente se pôs aos berros esbravejando e chorando, proferindo inúmeras ofensas em sua língua mãe.
Meu estômago embrulhou imediatamente, nauseada e com tosse, atrai a atenção de todos, inclusive da nórdica que lançou um olhar gélido de soslaio na minha direção.
– Stephanie! Saia já daí?
Minha mãe me puxou pelo braço, me afastando um pouco, direcionando-me até onde meu pai e Elisabeth estavam.
– Acha que aguenta mais quantos?
Meus olhos procuraram novamente pelo homem, que ainda esperneava choramingando, me fazendo sentir pena dele. Gunnar aguardou pela resposta que não veio, e irritada se direcionou mais uma vez para a mão do homem, que instintivamente tentou se encolher, suplicando por clemência no nosso idioma.
– Não! Não! Não! Eu falo! Eu falo tudo o que quer saber!
Com um gesto com a faca, Gunnar fez sinal para que prosseguisse e assim o homem fez.
– Temos um acampamento! A cerca de 5 km a oeste daqui, na beira de um rio…
– Quantos são?
– Éramos quinhentos, até ontem!
– O que pretendem?
– Conquistar a colônia…
Gunnar se deu por satisfeita, se dirigiu até um de seus homens que segurava o árabe.
– Torsten! Samle fem av de beste mennene og se om det han sier er sant! “(Torsten! Reúna cinco dos melhores homens e vá conferir se o que ele diz é verdade!)”
O homem balançou a cabeça em concordância com seja lá o que ela tenha dito, depois soltou o árabe que praticamente caiu no chão, e saiu andando chamando alguns outros nórdicos pelos nomes.
Meu pai agoniado com toda aquela situação, não aguentou a ansiedade de se certificar do que ela faria e se aproximou, chamando sua atenção.
– Então o que faremos?
– Você vai reunir todos os seus construtores e cientistas! E depois vai trazê-los pra mim!
– Para?
– Para garantir que os seus muros não caiam ainda hoje!
– Ok! E qual o plano?
– Não temos tempo pra essa conversa Lord Harald!
– É claro! Vou reuni-los imediatamente!
– E Harald?! Não quero nenhuma mulher sozinha essa noite!
Os olhos de Gunnar mantinham a frieza de sempre, mas agora eu sabia que debaixo de toda aquela casca bruta e nórdica, ela escondia um pouquinho de humanidade. Meu pai concordou e saiu apressado com mamãe e Elisabeth ao seu encalço, lançou-me alguns olhares, mas como não os acompanhei, ignorou-me por fim.
Voltei minha atenção ao que realmente interessava naquele momento, os nórdicos eram tão mais hábeis que os homens do nosso povo, desenvoltos e fortes, guiavam o restante de nós nas tarefas mais simples com maestria. Um dos nossos guardas se aproximou de Gunnar.
– O que fazemos com os corpos? Queimamos?
– Hoje não! Quero quatro pilhas! Uma ali, outra ali, lá e aqui!
Com o dedo em riste apontou para onde queria as pilhas, deixando o guarda um tanto confuso pelo motivo de não queimar e sim empilhar.
Olhei ao meu redor na direção onde ela tinha apontado, naquela altura a maioria dos corpos já tinham sido carregados em veículos, o que tornaria a tarefa de empilhar mais fácil. Depois voltei minha atenção a Gunnar, no exato momento que ela enterrou sua adaga no pescoço do árabe que não teve tempo de se proteger.
Meu estômago embrulhou mais uma vez, obrigando-me a dar as costas àquela cena, tentando evitar a náusea.
De frente para os portões, avistei o bárbaro chamado Torsten, cavalgando rapidamente com um pequeno grupo de cinco homens, fortemente armados. O grupo passou por mim levantando poeira e seguiu rumo ao oeste da colônia, o que me levou a crer que a ordem dada pela nórdica, era de conferir se a informação do árabe era verídica.
Quando voltei na direção onde Gunnar estava, o corpo do árabe já estava sendo carregado junto com os demais e ela vinha na minha direção. Enfiei as mãos nos bolsos das calças, tentando disfarçar a timidez, já que as lembranças da noite anterior não eram muito agradáveis, eu tinha dado um verdadeiro show na frente da estranha.
– Parece melhor!
– É! Eu não estou tão boba quanto ontem!
– Conseguiu dormir?
– Feito pedra!
– Eu disse que se sentiria melhor!
– Mas não disse que eu agiria feito uma tola!
– Não agiu!
Ela estava perto o suficiente para a diferença gritante de altura entre nós duas ser notada, sua voz saiu baixa e rouca como de costume, mas os traços do seu rosto aparentavam um tanto mais suaves, ao menos naquele momento. Não soube o que falar depois do seu comentário, não esperava que ela pudesse ser gentil.
– Sabe atirar?
– Não! Eu nunca precisei!
Sem pronunciar mais nenhuma palavra, ela retirou da cintura uma arma, apanhando-a pelo cano e direcionando para mim.
– Não! Eu não sei usar isso!
– Pegue, eu vou te ensinar!
Neguei-me a apanhar a arma, colocando um sorriso desesperado no rosto, tinha medo de machucar a mim mesma com aquilo.
– Vamos! Eu te ensino! Não posso esperar que o seu pai te proteja!
O que significavam aquelas palavras? Que ela estava preocupada com a minha segurança? Eu não era importante pra ela e nem pra ninguém do seu povo, nem mesmo era a noiva do seu irmão, porque aquela atenção especial?
Como nada disse e fiquei por alguns segundos em silêncio apenas a encarando enquanto minha mente divagava, Gunnar rapidamente mexeu na arma, retirando a parte que continha os projéteis. Retirando um a um e guardou em seu bolso logo em seguida.
– Está vazia agora! Pegue!
Seus olhos estavam ainda mais claros na luz do sol, sua pele era extremamente branca e daquela distância podia ver as pequenas cicatrizes espalhadas pelo seu rosto. Não tive outra opção a não ser obedecer e apanhar a arma de forma desajeitada, depois ela me entregou a parte onde armazenava os projéteis e que estava vazio naquele momento.
– Isso é um carregador, como você já viu é aonde vão as balas! Aqui nesse botão, é onde você o libera pra poder recarregar! Supondo que já esteja carregado, você coloca na parte debaixo do cano e empurra até travar! Tenta!
Fiz exatamente o que ela me disse, com as mãos um pouco atrapalhadas. Depois que consegui encaixar, ela apertou no botão qual tinha me mostrado pouco antes e a peça se soltou mais uma vez.
– É pra isso que serve esse botão! Coloca de novo.
Mais uma vez obedeci, com as mãos suando frio devido ao incômodo de tê-la tão perto.
– Isso aqui é a trava, se a arma estiver travada não vai atirar, então quando se sentir ameaçada e imaginar que pode precisar usar a arma, você destrava desse jeito!
Ela me mostrou como se fazia e pediu que eu repetisse o processo duas vezes, para ter certeza que tinha entendido.
– Antes de atirar você precisa engatilhar a pistola, por isso você puxa essa parte do ferrolho para trás com força, até fazer esse som! Depois é só apertar o gatilho e a arma dispara! Você pode fazer até 16 disparos de uma única vez. Mas é importante que conte quantos disparos fez, para garantir que não vá ficar sem munição quando precisar.
Minha cabeça tentava processar todas as informações que ela me dava, depois repeti os processos por mais três vezes até entender realmente como se fazia.
– Retira o carregador!
Enquanto fazia o que me pediu, ela apanhou novamente os projéteis que estavam no bolso de sua calça e me mostrou como se abastecia o carregador. Então, coloquei novamente na arma e ela apanhou em seguida de minhas mãos.
– Quando você engatilha automaticamente uma bala vai para a câmara, e se você resolver por algum motivo retirar o carregador, certifique-se de retirar a que está na câmara, para evitar um disparo acidental!
Minha cabeça oscilava entre as suas informações e o contato de suas mãos com as minhas, definitivamente eu não entendia porque perder seu tempo comigo, enquanto tinha tantas outras coisas pra se preocupar.
– Porque não ensinou o meu pai?
– Porque eu não ligo pra ele! Vá para casa e fique com as suas irmãs.
Que ela não se importava com meu pai eu sabia, mas aquilo queria dizer que se importava comigo?
Não tive tempo de questionar, Gunnar se afastou de mim e foi na direção dos demais homens, sabia que ela tinha muito a fazer e não queria atrapalhar. Encarei a arma em minhas mãos e depois de me certificar de que estava travada, coloquei na cintura e escondi com a blusa, dirigindo-me finalmente de volta ao casarão.
No caminho encontrei meu pai apressado fazendo exatamente o que Gunnar havia pedido, reunindo os homens importantes da colônia, os engenheiros e cientistas, os quais rapidamente se deslocaram ao seu encontro.
Mamãe e minhas irmãs estavam na sala, Anne estava com o rosto mais pálido que no dia anterior, deitada no sofá com a cabeça sobre o colo da mãe. Enquanto Elisabeth andava de um lado para o outro, fazendo comentários sobre os últimos acontecimentos.
Assim que adentrei no cômodo, mamãe voltou sua atenção para mim.
– Pelo amor de Deus Stephanie! Está querendo me matar do coração?
– O que eu fiz?
Me aproximei me sentando em uma das poltronas vazias, atraindo não só a atenção da minha mãe, como a de minhas irmãs.
– O que aconteceu com sua boca?
– Mamãe não te contou?
– Contou o quê?
– Stephanie pelo amor de Deus! O que está acontecendo com você?
– Comigo mãe? O que está acontecendo comigo? Meu pai trouxe um monte de selvagens pra nossa casa, usou a Anne como moeda de troca, pegou o hábito de bater nas mulheres dessa família, e é comigo que está acontecendo algo?
– O pai bateu em você?
– Sim Elisabeth! Ele me bateu porque eu estava tentando resolver a confusão que ele meteu a Anne!
– Já chega Stephanie! Não quero mais ouvir nada sobre esse assunto na frente da sua irmã!
Anne estava assustada diante da discussão, obrigando-me a engolir a vontade de responder. Baixei a cabeça enquanto Elisabeth se sentava na poltrona vazia ao meu lado.
– Vá almoçar querida! Daqui a pouco nós iremos também!
Anne concordou com um gesto e saiu em direção à cozinha como a mãe havia ordenado.
– As coisas não estão nada fáceis por aqui Stephanie! Já faz meses que nossas vidas mudaram drasticamente, eu enterrei três filhos no mesmo dia! Eu tenho sofrido muito desde então, eu discordo mais do que qualquer uma de vocês com esse casamento, mas sinceramente?! Eu não sei até que ponto isso é ruim! Se seria melhor não permitir o casamento e cedo ou tarde morrermos pelas mãos daqueles invasores ou coisa muito pior.
Eu entendia, odiava, mas entendia a sua opinião, mas não conseguia admitir que não houvesse nada a ser feito que pudesse mudar aquele acordo e ainda assim, conseguirmos a aliança, ainda que não confiasse nenhum pouco nos nórdicos.
– Eu sei que a senhora não concorda com isso! Eu só… eu só não consigo aceitar que não há nada a ser feito!
– Eu tinha 16 anos quando me casei com seu pai! Você tinha 16 anos quando se casou com o Jacob! A diferença não é tão grande assim! Talvez eles não sejam tão bárbaros quanto parecem ser. Em poucos dias ela faz quinze anos, logo estaria na idade de se casar de qualquer forma.
– Meu pai não tinha 40 anos quando se casou contigo! Nem o Jacob!
– Se continuar tocando nesse assunto, só vai assustar a sua irmã ainda mais!
– Eu estou tentando salvá-la!
– E como vai fazer isso? Se esfregando com a bárbara de 1,90m no pomar?
Arregalei os olhos incrédulos com o que acabara de ouvir, e ainda que não fosse verdade, senti meu rosto arder com o comentário maldoso que ela fez.
– Que horror mãe! Eu não estava me esfregando em ninguém! Ela é uma mulher pelo amor de Deus!
– E o que estava fazendo lá então?
– Conversando! Estava tentando convencê-la a me ajudar a impedir o casamento!
– Não seja tola! Ela é um deles, é tão selvagem quanto o pai e os irmãos!
– Talvez seja por isso que sou tola, devo ter herdado isso de você e do seu marido!
Levantei-me sem esperar por resposta, andando apressadamente na direção das escadarias. Assim que adentrei no quarto, tranquei a porta e me joguei de costas na cama, sentindo um nó gigante se formando na garganta, no mesmo instante que senti um incômodo nas costas.
Sentei-me na cama e retirei a arma da cintura, segurando-a por alguns minutos entre as mãos, recordando brevemente de Gunnar. Mas assim que as palavras da minha mãe povoaram os meus pensamentos, rapidamente me desfiz da arma, depositando-a sob o travesseiro.
Era ridículo ter que ouvir minha mãe insinuando que eu estava interessada em um selvagem daqueles, principalmente sendo mulher, uma mulher nada feminina, não que fosse extremamente masculina, mas, ela era completamente diferente de tudo que já tinha visto.
Tentei ignorar e não pensar em nada relacionado a Gunnar, ou a Anne, ou aos invasores e meu pai. Passei o restante do dia presa no quarto, pedi que o almoço fosse trazido até meus aposentos e ali permaneci até que a noite chegasse.
Depois de um banho longo e relaxante, me certifiquei que lembrava como usava a arma, e com ela escondida na cintura, me dirigi até o quarto dos meus pais, que estava protegido por dois guardas armados.
Meus pais e minhas irmãs me aguardavam no cômodo, todos tensos com a possibilidade de uma nova tentativa de invasão, que tinha tudo pra ser ainda mais intensa que a da noite anterior.
– Como estão as coisas?
– Até agora nada! Pedi que me informassem de tudo que estivesse acontecendo. Não quero perder nenhum detalhe, quero estar prevenido para o pior!
– Não vai acontecer nada Harald! Os bárbaros entendem de guerras e batalhas, eles vão se sair bem como ontem.
– Espero que sim! Pelo que fui informado, o exército dos árabes conta com mais de 400 homens. Mesmo nossa colônia tendo quase dez vezes isso de moradores, não temos esse número de soldados! Nem se contarmos com os bárbaros.
– Sem falar que um deles foi ferido! E tem mais um o tempo todo com ele. Então são dois bárbaros a menos!
– É, e tem mais isso que a Elisabeth acabou de me lembrar.
Sentei-me na cama ao lado de Elisabeth, Anne estava debaixo das cobertas só com os olhos e ouvidos de fora, prestando atenção em cada palavra pronunciada dentro do cômodo.
– Porque ela queria os engenheiros e os cientistas?
Recordei-me do pedido de Gunnar, estive curiosa por saber qual era o seu plano, mas não fazia idéia.
– Ela preparou algumas armadilhas! Nada muito elaborado pela falta de tempo. Mas dizem que está preparada para surpreender os invasores. Ela acredita que a estratégia pode superar os árabes, já que estamos em desvantagem numérica.
Respirei fundo e me mantive em silêncio, não tinha mais perguntas, pelo menos não a serem feitas naquele momento. Minha mãe se sentou no divã, enquanto Elisabeth e nosso pai se mantiveram em pé, andando de um lado para o outro.
Estávamos absortos, cada um em seus próprios pensamentos, quando ouvimos alguns estrondos fortíssimos que balançaram as estruturas do casarão, sobressaltando a todos.
– Meu Deus, o que é isso?
Minha mãe se levantou imediatamente do divã, indo até onde meu pai estava com os olhos arregalados. Elisabeth se juntou a Anne na cama, mas sem se esconder debaixo das cobertas como a caçula. Enquanto eu, disfarçadamente, me certifiquei de que estava com a arma na cintura.
Fim do capítulo
Como prometido, um capítulo por dia, espero que se divirtam!
Abraço a todas.
Comentar este capítulo:
Sem cadastro
Em: 27/03/2024
Que escrita boa, consigo imaginar tudo!
Resposta do autor:
A intenção é essa! Obrigada por acompanhar.
Marta Andrade dos Santos
Em: 05/03/2024
Eita agora a cobra vai fuma.
Resposta do autor:
Agora as coisas complicaram né
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